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AFYA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE GARANHUNS CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA CLÍNICAS INTEGRADAS II – TICS FELIPE DA SILVA SANTOS DISTÚRBIOS METABÓLICOS GARANHUNS- PE 2025 FELIPE DA SILVA SANTOS DISTÚRBIOS METABÓLICOS Trabalho apresentado na Disciplina de Clínicas Integradas II como requisito de avaliação do 7º período do curso de Graduação em Medicina na Faculdade de Ciências Médicas de Garanhuns (Afya Garanhuns). G7 – Sala C Orientador: Prof. Dr. Pedro Marlon GARANHUNS- PE 2025 DISTÚRBIOS METABÓLICOS Quais as abordagens farmacológicas que podem evitar litíase urinária em pacientes com hipercalciúria, hipocitratúria e hiperuricosúria? E quais são as abordagens cirúrgicas, indicações e contra indicações do tratamento cirúrgico da nefrolitíase? Os tiazídicos são eficazes na redução da recorrência de cálculos de cálcio, pois aumentam a reabsorção tubular proximal de cálcio e reduzem a calciúria. Estudos indicam uma redução de 25% no risco de novos cálculos após três anos de tratamento. Os principais fármacos utilizados são hidroclortiazida (50 mg/dia), clortalidona (25 mg/dia) e indapamida (2,5 mg/dia). O tratamento deve ser acompanhado de restrição de sódio e prevenção da hipopotassemia, por meio de suplementação de potássio ou associação com amilorida. Possíveis efeitos colaterais incluem hipotensão, fadiga, dislipidemia e intolerância à glicose, podendo comprometer a adesão ao tratamento. O citrato reduz a recorrência de cálculos de cálcio e é indicado para hipocitratúria, além de atuar na hipercalciúria, formando complexos solúveis com o cálcio. Seu efeito alcalinizante torna-o útil na nefrolitíase úrica, elevando o pH urinário acima de 6,5 para dissolução de cálculos de ácido úrico. O citrato de potássio é a forma preferencial, com recomendação para nefrolitíase cálcica recorrente sem anormalidades metabólicas detectáveis. Efeitos adversos incluem epigastralgia, pirose, diarreia e plenitude gástrica. O alopurinol é indicado para nefrolitíase por oxalato de cálcio associada à hiperuricosúria (> 800 mg/dia) e para cálculos de ácido úrico. Atua inibindo a xantina- oxidase e deve ser administrado com alcalinização urinária para potencializar a solubilidade do ácido úrico. Os efeitos colaterais são raros, mas podem incluir rash cutâneo, artralgias e síndrome de Stevens-Johnson. A tabela a seguir apresenta um resumo das principais abordagens terapêuticas cirúrgicas para cálculos renais e ureterais. As indicações para tratamento intervensionista são: cálculo com tamanho superior a 10 mm; dor refratária à analgesia ou dor recorrente; função renal limítrofe, rim único ou evidência de injúria renal aguda; obstrução persistente, sem progressão do cálculo com tratamento clínico; presença de infecção da via urinária associada à litíase obstrutiva; Infecção urinária de repetição associada aos cálculos. A litotripsia extracorpórea utiliza ondas sonoras geradas externamente, direcionadas ao trato urinário para fragmentação do cálculo. Introduzidos no início da década de 1980, os primeiros litotritores eram compostos por uma fonte geradora de ondas (eletro-hidráulica, eletromagnética ou piezelétrica) e um sistema de acoplamento e localização de imagens (ultrassonográfico e/ou radiográfico). O procedimento é realizado de forma ambulatorial, sob analgesia ou anestesia local. Os avanços na ureteroscopia possibilitaram o tratamento eficaz de cálculos ao longo de todo o trajeto ureteral. Já a nefrolitotripsia percutânea é indicada para cálculos volumosos ou como complemento da litotripsia extracorpórea (técnica- sanduíche). Suas principais indicações incluem cálculos renais complexos e cálculos ureterais proximais com diâmetro superior a 10 mm, apresentando taxas de resolução completa superiores a 90% nos estudos. Outras opções incluem litotripsia percutânea ultrassônica e litotripsia a laser por ureteroscópio. Atualmente, a cirurgia aberta (ureterolitotomia ou nefrolitotomia) é raramente utilizada. A escolha do tratamento deve considerar a experiência do urologista e a preferência do paciente. REFERÊNCIAS: RIELLA, M. C. Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos, 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. E-book. p.518. ISBN 9788527733267. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527733267/. Acesso em: 08 fev. 2025. NACIF, L. O. et al. Nefrolitíase: diagnóstico e manejo: Nephrolithiasis: diagnosis and management. Brazilian Journal of Development, [S. l.], v. 8, n. 9, p. 63667–63676, 2022. DOI: 10.34117/bjdv8n9-216. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/52386. Acesso em: 9 feb. 2025. CAVALCANTE, D. V. S. et al. Novas evidências na abordagem terapêutica da Nefrolitíase em pacientes pediátricos: uma revisão integrativa: New evidence on the therapeutic approach to Nephrolithiasis in pediatric patients: an integrative review. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 5, n. 6, p. 25151–25164, 2022. DOI: 10.34119/bjhrv5n6-256. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55653. Acesso em: 9 feb. 2025.