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1 ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS DA ACNE: TRATAMENTOS E PREVENÇÃO Cristina Romano Coral∗ Gabriela Gonçalves de Oliveira∗∗ INTRODUÇÃO A acne é uma afecção da pele muito comum, que afeta a unidade pilossebácea e apesar das várias opções terapêuticas, ainda deixa sequelas cosméticas que interferem no perfil psicológico de seus portadores, prejudicando sua autoestima e consequentemente dificultando sua vida social e profissional.(KADUNC, 2009). REVISÃO DE LITERATURA A pele é uma estrutura do organismo que reveste exteriormente o corpo humano, sendo considerado o maior órgão do corpo. Quanto a sua estrutura, constitui-se de uma complexa estrutura de tecidos de várias naturezas, dispostos e inter-relacionados de modo a adequar-se, harmonicamente ao desempenho de suas funções (SAMPAIO, 2001). Representa mais de 15% do peso corpóreo, além de possuir outras funções como servir de isolante térmico para os órgãos, reserva de nutrientes e tato. É composta por uma camada superior denominada epiderme, seguida de uma camada intermediária denominada derme, e por fim uma camada profunda- a hipoderme. A epiderme “varia de 0,04mm nas pálpebras até 1,6 mm nas regiões palmo- plantares” e é composta por queratinócitos, células responsáveis pela síntese da queratina no corpo. Anexa à epiderme, mas localizadas na derme estão as glândulas ∗ Acadêmica do 3º ano do Curso de Farmácia ∗∗ Docente do Curso de Estética 2 sebáceas que são estruturas unilobulares e multilobulares normalmente associadas ao folículo piloso. Elas consistem em alvéolos conectados a um canal excretor comum composto de epitélio estratificado escamoso. As glândulas são compostas de sebócitos produtores de lipídeos e ceratinócitos. Tais glândulas produzem um sebo que é excretado através da pele. Ao ser eliminado pela glândula sebácea, esse sebo é constituído por “esqualeno, colesterol, ésteres de colesterol, ésteres de cera e trigligerídeos” (FITZPATRICK, 2011). Próximo às glândulas sebáceas estão localizados os folículos pilosos, que são estruturas responsáveis pela formação dos pelos. Unidos, glândula sebácea e folículo piloso, passam a ser denominados por unidade pilossebácea. É comum haver distúrbios nessas unidades pilossebáceas, sendo conhecidos como acne. A acne é uma das dermatoses mais freqüentes, podendo aparecer em diferentes idades, e com diferentes graus de intensidade. É uma afecção dos folículos pilossebáceos que se localizam na face e na região ântero-posterior do tórax. A característica desses folículos é ter uma glândula sebácea hipertrofiada e um pêlo fino rudimentar (SAMPAIO, 2001). As causas da acne podem ser hereditárias, e os agravos podem ser: tensão emocional, ciclo menstrual, alimentação e uso de drogas. As lesões ocasionadas por essa afecção algumas vezes são mínimas e outras vezes são mais evidentes. A partir da intensidade, a acne pode ser classificada em não inflamatória e inflamatória, de acordo com o tipo predominante (VAZ, 2003). As lesões não- inflamatórias são: comedão aberto ou ponto negro; comedão fechado ou ponto branco. E as inflamatórias, são: pápulas; papulopustulas; nódulos; quistos e cicatrizes. A acne facial ainda é classificada em 12 graus de severidade progressiva, devendo ser considerado pelo profissional a presença de cicatrizes e possíveis repercussões psico-sociais da doença para se fazer a avaliação. Fatores como a escolha de determinados alimentos, adoção de especificas dietas podem causar mudanças metabólicas que por sua vez contribuem para o aumento da acne (COSTA, LAGE e MOISÉS, 2010). 3 De todo modo, o prognóstico da acne é na maioria dos casos favorável e com quadro reversível. O tratamento deve ser iniciado cedo para prevenir a formação de cicatrizes ou outras sequelas. Os agentes tópicos mais conhecidos e mais utilizados, e apontados por Fitzpatrick (2011), são: ácido azelaico e o peróxido de benzoila, encontrados na forma líquida, cremes dermatológicos e sabonetes. Os antibióticos e os antibacterianos são: tetraciclina, eritromicina, e trimetropim-sulfametoxazol. Em casos mais graves, existem outros tratamentos como cirurgias para acne, tratamentos hormonais, além de fototerapia e laser. O principal tratamento de acne realizado pelo profissional da estética é extração dos comedões (limpeza de pele) o qual inibe o processo inflamatório e diminui a proliferação das bactérias (GOBBO; FLORIANO, 2010). CONCLUSÃO A acne é uma afecção da pele crônica, multifatorial e pleomórfica própria da unidade pilossebácea. O tratamento visa regular a queratinização do epitélio infundibular, diminuir a secreção do sebo, reduzir o número de P. acnes e o processo inflamatório. É de grande importância o diagnóstico e tratamento precoce e de maneira adequada para evitar as sequelas físicas e psíquicas. REFERÊNCIAS COSTA. A, LAGE. D, MOISÉS. T.A. Acne e dieta: verdade ou mito?. Anais Brasileiros de Dermatologia. jun/2010. Disponível em <http://bases.bireme.br/cgi- bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang= p&nextAction=lnk&exprSearch=553041&indexSearch=ID>. Acesso em 16 de outubro de 2011. DAL GOBBO, Priscila; GARCIA, Carlos da Silva (Rev.). Estética facial essencial: orientado para o profissional de estética. São Paulo: Atheneu, 2010. FITZPATRICK, Thomas B.; WOLFF, Klaus; DEFFERRARI, Rafael (Rev. téc.). Tratado de dermatologia. v. I.7. ed., Rio de Janeiro: Revinter, 2011. 4 KEDE, Maria Paulina Villarejo; SABATOVICH, Oleg (Ed.). Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. ROTTA, Osmar (Coord.). Guia de dermatologia: clínica, cirúrgica e cosmiátrica. São Paulo: Manole, 2008. SAMPAIO, Sebastião A. P.; RIVITTI, Evandro. Dermatologia. 2. ed., Porto Alegre: ArtMed, 2001. VAZ. Ana Lucia. Acne vulgar: bases para o seu tratamento. Revista Portuguesa de Clínica Geral, p. 561-70. 2003. Disponível em <http://www.apmcg.pt/files/54/documentos/2008030415142015562.pdf>. Acesso em 16 de outubro de 2011.
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