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Licenciatura - História 
2° E 3º Semestre - Formação da Sociedade Antiga e Medieval
História Medieval
WEB AULAS
 
Visão geral
	
	Apresentação da disciplina:
	
	O conceito de História Medieval. Idade Média Ocidental e Oriental. As diferenças étnicas, culturais e religiosas. O Feudalismo e suas relações de economia, cultura e sociedade
	
	Objetivo da Disciplina
	
	• Questionar a idéia de “Idade das Trevas” e entender o (pre) conceito de Idade Média;
• Compreender a historiografia da Idade Média;
• Compreender a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média;
• Identificar os valores culturais da sociedade medieval;
• Compreender os fatores que levaram ao afastamento entre o Oriente e o Ocidente;
• Refletir sobre o conceito do Feudalismo;
• Identificar as estruturas da Sociedade Feudal;
• Compreender o processo que desencadeou a crise do sistema feudal;
• Refletir sobre o imaginário medieval;
• Discutir a passagem da época medieval para a modernidade;
	
 
	Conteúdo Programático:
	
	1. Historiografia sobre a Idade Média: da história cristã à história do século XX;
2. O Oriente afasta-se do Ocidente: Aspectos políticos, sociais, econômicos e culturais das sociedades Bizantina e Carolíngia;
3. O Feudalismo: Estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais do feudalismo; As cruzadas;
4. A Transição da Idade Média para a Modernidade: Mudanças e permanências da passagem da Idade Média para a Modernidade; Estudo do Imaginário Medieval.
	
	Metodologia:
	
	Os conteúdos programáticos ofertados nessa disciplina serão desenvolvidos  por meio das Tele-Aulasde forma expositiva e interativa (chat – tira dúvidas em tempo real), Aula Atividade por Chat para aprofundamento e reflexão e Web Aulas que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (auto estudo) além do Material do Impresso por disciplina.
	
	Avaliação Prevista:
	
	O sistema de avaliação da disciplina compreende em assistir a tele-aula, participação no fórum, produção de texto/trabalho no portfólio,  realização de duas avaliações virtuais, uma avaliação presencial  embasada em todo o material didático,  tele-aula e web aula da disciplina.
Unidade 1
Web Aula 1
Título: O homem como objeto da história.¹
1 Introdução 
	 
	Durante as tele-aulas não pudemos nos aprofundar nas questões mais específicas da Idade Média. Lembramos que em nossa primeira aula estudamos o preconceito gerado em torno da Idade Média2, e que o próprio termo “Idade Média” foi uma caracterização oferecida posteriormente, pelos indivíduos que não aceitavam os padrões oferecidos na Europa entre os séculos V e XIV.
Muitas vezes, até mesmo na escola em que estudamos, ouvimos falar que durante a Idade Média não houve uma produção artística e cultural, que os homens não eram capazes de desenvolver qualquer tipo de produção sem estar atrelada às questões religiosas. Que a Idade Média era a “Idade das Trevas3”.
Em parte, este pensamento não está correto, pois através da afirmação de que durante este período a cultura de modo geral não se desenvolveu, ou que era “fraca”, “gótica”, “grosseira”, muitos intelectuais compactuaram com a ideia de que a Idade Média nada mais era do que um longo intervalo que interrompeu o desenvolvimento humano e que se interpôs entre a antiguidade clássica e o renascimento. Mas temos que admitir a dimensão religiosa imposta na  vida dos indivíduos medievais que não concebem o mundo sem atribuir a todos os fenômenos características divinas.
 
Questões para reflexão:
Mas antes de passarmos à discussão sobre o homem medieval, gostaria de saber o que você pensa sobre o homem atual. Se durante a Idade Média as motivações para as experiências humanas partiam da religiosidade nos dias atuais, além das questões religiosas, quais são as motivações que nos levam às experiências de nosso cotidiano?
1 Taíse Ferreira da Conceição Nishikawa – UNOPAR 2009.
2 Idade Média: Período classicamente compreendido entre os séculos V e XV, divida em Alta Idade Média – formação das estruturas do feudalismo -  e Baixa Idade Média – crise do sistema feudal, nascimento das cidades e da burguesia.
3 Termo utilizado por vários estudiosos da Modernidade que designava a falta de criatividade da Idade Média.
2 Desenvolvimento:
A disciplina histórica estuda os fenômenos sociais provocados pelas ações humanas. Ao contrário da historiografia do século XIX, que priorizava a ação dos indivíduos considerados “heróis” devido à sua trajetória de vida e grandes feitos para a sociedade de seu tempo, a historiografia do século XX não prioriza a ação individual destes indivíduos heróicos, mas buscam entender através dos diversos indivíduos que compõem uma determinada realidade social. Em uma frase o historiador Lucien Febvre definiu o que era a medida da História: “O homem, medida da história, sua única medida. Mais ainda, sua única razão de ser”. E continua: 
Os homens, único objeto da história – de uma história que não se interessa por um qualquer homem abstrato, eterno, imutável e perpetuamente idêntico a si próprio – os homens, membros destas sociedades, numa época bem determinada do seu desenvolvimento – os homens dotados de múltiplas funções, de atividades diversas, com preocupações e atitudes diferentes, que se misturam, se chocam, se contradizem, acabando por firmar uma paz de compromisso, um modus vivendi a que se chama vida. (FEBVRE, Lucien. Apud. Le Goff. 1989, p. 9)
	 
	 
Mas qual é o homem que interessa aos historiadores da Idade Média? Seria o homem, ou os homens? Esta é a indagação de Jacques Le Goff na obra O Homem Medieval. Através da abordagem oferecida por Le Goff neste livro, o historiador estuda os homens na sociedade do Ocidente Cristão, nas suas principais funções e no concreto do seu status social. Entende que o Ocidente Cristão se divide temporalmente em duas fases: a primeira entre o ano mil e o século XII e a segunda a partir do século XIII quando temos tempos conturbados devido às transformações do cenário feudal. 
Entre estas duas fases que demarcam a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média, temos exemplos de modelos humanos que se modificam através do tempo. Assim, o exemplo humano seguido durante a alta Idade média será o modelo bíblico de Jó. Para Le Goff, o livro de Jó foi muito lido utilizado e valorizado pelos clérigos da época, pois oferecia um modelo de vida e submissão a Deus.
Para Refletir:
Analise a Imagem a seguir:
a)  O que você está vendo?
b)   Esta imagem o impressiona de alguma forma? Por quê?
c)   Qual seria a intenção do autor em pintar esta imagem?
d)   Em sua opinião, por que os clérigos escolheram Jó como modelo de submissão a Deus?
De acordo com Le Goff, Jó é o modelo bíblico em que a imagem do homem melhor se encarnou. Havia um fascínio muito grande pelo personagem do Velho Testamento, por ter que aceitar a vontade de Deus sem buscar nenhuma outra explicação para os fenômenos que abatiam sua vida.  Porém da História de Jó, os homens medievais conheciam mais os episódios de sua humilhação perante Deus. Porém, a história deste homem foi uma formadora do domínio do imaginário1 medieval. Deste modo, a imagem ao lado privilegia a figura de Jó devorado pelas feridas em meio a um ambiente imundo. Um leproso, que para os medievais se tratava de um farrapo humano.
Para Saber Mais:
	Entre no site : http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/contagio/contagio-4.php e veja uma matéria sobre a questão das Impurezas e Doenças na Bíblia. 
1 imaginário é o vocábulo fundamental que corresponde à imaginação, como sua função e produto. Composto de imagens mentais, é definido a partir de muitas óticas diferentes, até conflitantes. Alguns, como Bachelard, consideram que, graças ao imaginário, a imaginação é essencialmente aberta,evasiva. Ela é no psiquismo humano a própria experiência da abertura, a própria experiência da novidade. Le Goff pondera que o imaginário está no campo das representações, mas como uma tradução não reprodutora, e sim, criadora, poética. É parte da representação, que é intelectual, mas a ultrapassa. Ver mais em: http://www.eca.usp.br/nucleos/filocom/josimey.doc. 
A partir do século XIII o homem símbolo do sofrimento deixa de ser Jó e passa a ser o próprio Deus, Jesus. Para Le Goff, Deus passa a se relacionar mais com os homens a partir do momento em que ele é encarado como uma figura humana. Ocorre uma aproximação entre a divindade e os homens medievais, que identificam seus sofrimentos ao martírio de Cristo. Portanto o calvário, a crucificação, o ultraje, a piedade, são os elementos que prevalecem, pois quem sofre agora é o próprio Deus. 
Para saber mais: Analise a imagem a seguir: 
 
Figura 3 http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Giotto_-_Scrovegni_-_-35-_-_Crucifixion.jpgGiotto di Bondone (1267-1337),
Cappella degli Scrovegni a Padova, Life of Christ, Crucifixion
a) Do que se trata a imagem?
b) Quais são os elementos que compõem a imagem? Descreva-os detalhadamente.
c) Leia a seguinte afirmação de Le Goff:
	Por uma perturbante inversão de imagem, o homem que sofre agora é o Deus da encarnação, Cristo. E a imagem que prevalece, no século XV, é a de Jesus com o manto de púrpura e a coroa de espinhos do escárnio, tal como Pilatos o mostra à multidão... dizendo “Eis o homem”. Este homem excepcional da história humana é agora a figura simbólica do homem que sofre, do humilhado, mas divino. (Le Goff, 1989, p. 12) 
De que forma o Deus encarnado na figura de Jesus Cristo pode ser um modelo de homem para os indivíduos medievais?
Além destes modelos seguidos pelos indivíduos medievais, os homens da Idade Média não se limitam a uma relação frente a frente com Deus. O homem está envolvido em uma luta entre o Bem e o Mal, entre Deus e Satanás. Para Le Goff, o cristianismo negou o maniqueísmo na doutrina, ou seja, a idéia de que exista uma força maligna tão grande que superasse a vontade divina. Não cabe na teologia cristã um espaço para dois deuses. Para os clérigos medievais, Satanás recebeu de Deus deixou um poder sobre os homens, e cabe a eles a escolha sobre suas ações. Afirma o autor:
	  Figura 4 Iluminura, imagem e texto do folio 166 das Très riches heures du Duc de Berry.
Ofício do terceiro domingo da quaresma. A cura do jovem possuído pelo demônio.
Origem da imagem: www.christusrex.org/www2/berry Em 08/02/2006
Aceitar ou recusar a graça que o salvaria, ceder ou resistir ao pecado que o condenaria, compete ao homem, que age segundo o seu livre arbítrio. (...) o homem é o local da batalha em que se empenham, para a sua salvação ou para a sua condenação, os dois exércitos sobrenaturais, prontos a cada momento, para agredir ou socorrer: os demônios e os anjos. O local da batalha é a sua alma, que certos autores medievais descrevem como palco de um renhido jogo de futebol entre uma equipe diabólica e uma equipe angélica. O homem medieval é também a imagem de sua alma sob forma de um pequeno homem que S. Miguel pesa na sua balança, sob olhar atento de Satanás, sempre pronto a fazer inclinar o prato para o lado desfavorável, e de um S. Pedro, sempre pronto a fazer inclinar o prato favorável. (Le Goff, Jacques. 1989, P. 12)
	
Aprofundando o conhecimento:
	Texto PDF (sobre o Imaginário Medieval): JUDAR, Vandergleison. A PRESENÇA DO DEMÔNIO NOS FIORETTI DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS. IN: Revista Brasileira da História das Religiões. Ano I, Nº II, Setembro de 2008.Anais do 1º Encontro do GT Nacional de História das Religiões e Religiosidades - ANPUH.
http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st13/Judar,%20%20Vandergleison.pdf
Agora que você leu o artigo de Judar, pense e responda:
a) Por que o demônio é uma figura tão importante no imaginário medieval?
Desta antropologia cristã nasceram duas concepções de homem: O Peregrino e o Penitente.
Peregrino:
Primeiro o homem em marcha, em viagem permanente na terra e na sua vida. A figura do Monge, ligado por vocação à clausura, peregrina pelas estradas. No século XIII temos os frades das ordens mendicantes, com São Francisco como líder. Temos também os cruzados que, embora uma minoria dos cristãos se envolveram em perigosa peregrinação. Porém, afirma Le Goff que todos os homens medievais eram peregrinos potenciais ou simbólicos. 
	 
	 
Penitente:
O homem na Idade Média procura constantemente a sua salvação, através da penitência. Ele está sempre pronto a responder através de uma flagelação pública ou particular por algum evento perturbador. A partir do século XIII, o Concílio de Latrão (1215) determinou que ao menos uma vez por ano os homens e mulheres deveriam se confessar e fazer penitência.
Assim, o homem medieval é um ser muito complexo, e que pela sua constituição física e seu organismo corpóreo, torna-se ponto de referencia simbólico. O corpo humano passa a ser a imagem metafórica da sociedade. Para Le Goff, o homem assume uma imagem positiva de natureza miniaturalizada, criada por Deus e obediente às leis que foram estabelecidas por Ele. Deste modo assegurava-se a unicidade do organismo humano e a solidariedade do corpo social. Através de uma perspectiva, podemos entender o organismo humano e social através da seguinte representação:
O Homem na sociedade
Tripartida:
A sociedade medieval produziu um esquema para descrever sua estrutura e ofereceu meios intelectuais apropriados para isso. Com o desenvolvimento da sociedade medieval, a igreja cristã desenvolveu uma série de esquemas articulados para explicarem as disposições sociais existentes e classificá-las. O Esquema mais conhecido pelos historiadores foi o esquema trifuncional1. Este esquema distinguia três categorias sociais: Os que oram, os que guerreiam e os que trabalham (Oratores, bellatores e laboratores). Este esquema corresponde ao período do ano mil, em que temos nos documentos da igreja a presença das definições das categorias sociais.
Os oratores correspondem aos clérigos cuja função é a oração que os coloca em ligação com o mundo divino e lhes confere grande poder espiritual na Terra. Os bellatores são os guerreiros, o novo estrato social que monta a cavalo e que irá se transformar em uma nobreza, a cavalaria. Esta classe protege as demais com o poder das armas. O mundo do trabalho está definido pela presença dos laboratores, camponeses que com o produto do seu trabalho sustenta as demais classes. Este esquema teológico se sedimenta na realidade, e a transforma em um corpo equilibrado  e harmonioso, em que cada um desempenha seus papéis, com a intenção de receber a premiação final, a salvação. Porém este esquema aparentemente igualitário, afirma Le Goff, reforça a desigualdade social existente entre as três classes sociais.
Questões para reflexão:
a)  Defina cada uma das classes sociais existentes no esquema tripartido e indique as funções que os homens tinham em cada uma das classes sociais.
b)De que forma o esquema tripartido funciona como base para uma aparente harmonia social?
1 Esquema elaborado pela igreja cristã a partir do ano 1000 e que se incorporou à realidade social. Previa a divisão da sociedade em três categorias sociais que garantiam a harmonia social.
 
Conclusão:
De qualquer forma, este esquema entra em declínio na medida em que entra em cena um novo personagem que irá compor a realidade social da idade média, decorrente das transformações econômicas e sócias. O mercador, citadino  que habita outras localidades que não o feudo/campo, mas a cidade e pratica outras relações econômicas, como o comércio. Mas deste assunto trataremos em outra aula web. 
	 
	Nesta web aula discutimos sobre alguma das possibilidades de pensar o homem medieval. Esta aula esta baseada no livro  O Homem Medieval organizado por Jacques Le Goff, e que nele há estudos sobre os mais variados elementos sociais que compõema sociedade medieval. Vale muito a pena ler esta obra. Referência importante para todos os professores de História!!!
Em nossa próxima aula continuaremos com a discussão sobre o homem Medieval, porém vamos falar de alguns indivíduos marginalizados da sociedade medieval, e que não são encontrados nos esquemas elaborados pela igreja cristã: A mulher, os marginais e os excluídos. Um bom estudo a todos!!!
Referências Bibliográficas:
LE GOFF, Jacques (dir). O Homem Medieval. Lisboa: Editorial Presença, 1989.
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Vol 11. Lisboa: Editorial Estampa, 1983.
Web Aula 2
Título: A mulher na Idade Média
1 Introdução 
Aprofundando o Conhecimento:
	
	Olá, nesta aula discutiremos a importância do papel social da mulher na sociedade medieval. Já que estamos enfatizando o Homem Medieval, nada melhor do que, ao invés de trabalharmos com a definição clássica e incompleta do esquema tripartido, em que apenas temos um corpo social equilibrado pelas relações sócio-econômicas de dependência pessoal, verificamos a presença de outros personagens históricos que tecem a trama medieval.
Mas antes de iniciarmos nossa discussão, entre no link abaixo e leia o artigo escrito pela historiadora Adriana Zierer e depois responda as questões a seguir.
 
Aprofundando o Conhecimento:
	http://www.revistamirabilia.com/nova/images/numeros/01_2001/08.pdf 
b) Qual imagem mais chamou a sua atenção?
c) Por que a mulher nas imagens está representada como quem ofereceu a maçã para Adão?
d) Em sua opinião, este tipo de imagem possui conseqüências para a Idade Média?
e) E nos dias atuais, você acha que a história de Adão e Eva e as imagens que a representam, ainda influenciam o imaginário social em relação à mulher?
2 Desenvolvimento:
Como vimos no artigo, o símbolo do pecado original está carregado pela mulher. Tais representações revelam um tipo de mulher que foi muito perseguida durante a Idade Média, cheia de vícios e que condena o homem ao inferno. Veja o que nos fala a historiadora Fabrícia T. Carvalho:
 Aprofundando o Conhecimento:
	http://www.ifcs.ufrj.br/~frazao/mulher.html 
	
	Como vocês viram no pequeno artigo escrito por Fabrícia A. T. de Carvalho, os homens medievais versavam sobre uma imagem dicotômica do ser feminino, ora a pecadora personificada na figura de Eva, ora a santa, a virgem, Maria, mãe de Jesus Cristo.  Estas imagens ajudaram a delinear os modelos femininos desta época, porém, Jacques Le Goff, nos traz uma discussão importante sobre esta questão.
Socialmente a mulher não era definida por distinções profissionais, mas pelo seu corpo, sexo e relações com determinados grupos. Por isso ela não se enquadra no esquema
tripartido, pois teoricamente não desempenha nenhum papel econômico. È definida como esposa, viúva ou virgem. Sua personalidade jurídica ou ética foi definida em função de um homem ou de um grupo de homens. O que isto quer dizer? Que as mulheres eram vistas, percebidas e definidas a partir do ponto de vista masculino.
De fato, muitos historiadores do passado afirmaram que o único ambiente pelo qual a mulher desempenhava seu papel social era o doméstico. Muitas imagens revelam o cotidiano feminino em sua casa, junto aos filhos e ao marido. Muitas vezes a mulher serviu como reconciliadora de grupos rivais, que através do casamento de seus filhos se reconciliam. Neste caso a função da mulher é primordial, pois muito mais do que servir ao marido, a mulher tem a função de garantir a linhagem, através do uso do seu corpo. Segundo Chistiane Klapisch-Zuber:
	 
	
Abundam os exemplos de casamentos que, servindo-se das mulheres, instauraram laços de amizade entre duas linhagens. Os que primeiro procuraram essas uniões foram, evidentemente, os próprios chefes da cristandade> um rei da França, Henrique I, que no século XI, vai procurar a esposa no longínquo principado de Kiev, na Rússia. G. Duby revelou, a um nível mais baixo, todas as ramificações dessas concepções de parentesco baseado nas trocas de mulheres que nas dinastias feudais dos séculos Xi e XII praticaram amplamente, de acordo com suas ambições territoriais e suas preocupações políticas. (1989, p. 194)
Encontra-se este tipo de evidência na literatura da época, a mulher garante o respeito do acordo, e torna-se o símbolo da paz.  Porém, o matrimônio é um meio de ascensão ou queda social, sendo muito comum na literatura medieval a construção da mulher resmungona e ríspida que constantemente censura seu marido pela inferioridade de seu nascimento.
Para saber mais:
Leia a História a seguir retirada do Blog do professor e medievalista Ricardo Costa (http://www.ricardocosta.com) e depois faça uma pequena reflexão:
Cena 2 – “Da mulher a quem arrancaram os colhões”
Antes de começar a contar sua estória, o escritor adverte: “não deveis doar tudo a vossas mulheres, de medo que vos amem menos”, e sugere aos leitores que tomem a estória como um exemplo.
Houve outrora um rico cavaleiro dono de grandes riquezas. Ele amava tanto a sua esposa que lhe doara o senhorio de sua terra e de sua casa. Contudo, ela o desprezava tanto que tudo o que dizia, ela contradizia, e desfazia tudo o que ele fazia. Eles tinham uma bela filha, da qual um conde “jovem, de grande discernimento e cheio de sabedoria” se enamorou porque ouviu falar de sua beleza.
Certo dia, após uma caçada, aquele conde e seus cavaleiros perderam-se numa floresta. A casa mais próxima que avistaram foi a do cavaleiro, pai da bela donzela. Devido ao mau tempo, o conde pediu abrigo. O cavaleiro negou, afirmando que era por sua mulher que o fazia: “Por causa de minha mulher, que por preço nenhum concorda com que eu faça ou diga”. O cavaleiro então forjou um diálogo com o conde, de maneira que a mulher – para contrariá-lo – aceitasse albergar e servir os hóspedes. E conseguiu.
Após o jantar, o conde, seduzido pelo amor, pediu a jovem filha do cavaleiro em casamento. Astuto, o pai da dama negou. A mãe tomou-lhe a palavra e entregou a donzela ao conde, além de ouro e prata. Aconselhou ainda sua filha a ser altiva como ela para que mantivesse a honra das suas.
A jovem e o conde se casaram. Ele a levou à principal cidade de seu domínio, onde, reunidos, estavam os barões e os vassalos, muito tristes, porque acreditavam terem perdido seu senhor. Com grande júbilo, todos receberam a ele e a nova senhora. O conde então organizou uma grande festa para celebrar suas núpcias. Pediu ao cozinheiro que fizesse temperos que lhe agradassem, além de saborosos molhos. A senhora chamou o cozinheiro e, seguindo o conselho de sua mãe, contradisse as ordens do marido, pedindo-lhe os molhos com alho.
Ao servir as iguarias, o conde ficou perplexo: o cozinheiro não fizera o ordenado. Após a saída dos convidados, ele chamou o cozinheiro e o puniu, furando-lhe um olho, cortando-lhe a orelha e uma das mãos e, por fim, exilou-o de sua terra. Quanto à senhora, julgou que não poderia perdoá-la sem castigo. Com um bastão de espinhos, castigou-a tanto que quase a matou. Ela ficou deitada por três meses sem poder sentar à mesa. E lá o conde a fez sarar.
Entrementes, a orgulhosa mulher do homem probo foi tomada por um desejo de visitar sua filha. A contragosto, o conde recebeu sua sogra. Após saborearem iguarias e bons vinhos, no dia seguinte, o conde, triste por seu senhor ter uma mulher má, pediu-lhe que fosse caçar com seus valetes e cavaleiros. Em segredo, disse a um de seus mouros que lhe trouxesse os colhões de um touro, uma faca e uma lâmina bem afiadas. E assim fez o outro sem hesitar.
O conde pegou então a dama pela manga, sentou-a a seu lado e falou:
– Dizei-me, e que Deus vos ajude, dizei-me o que vou perguntar,
– De bom grado, senhor, se eu souber.
– Tenho muita vontade de saber de onde tens esse orgulho, e que não importa o que ele diga vós dizeis o que lhe desagrada e ordenais que seja feito o contrário? Uma esposa não comete maior vilania do que desprezar seu marido.
– Senhor, sei mais do que ele sabee ele nada faz que me agrade.
– Senhora, sei muito bem de onde isso vos vem. Essa altivez está alojada em vossos rins. Bem vi em vosso olhar que tínheis nosso orgulho. Tendes colhões como nós e vosso coração sente orgulho disso. Quero mandar apalpar-vos lá. Se lá estiverem, farei que sejam retirados.
O conde chamou seus homens, estendeu a mulher na terra e um deles fendeu-lhe a nádega, fingindo tirar de seu corpo um dos colhões do enorme touro. Rapidamente, colocou o colhão em uma bacia, e a mulher acreditou ser verdade. O homem fendeu-lhe a outra nádega e fingiu arrancar-lhe outro colhão, jogando-o, ensangüentado, na bacia. A mulher desmaiou.
Quando voltou a si, o conde lhe disse: “Senhora, agora temos conosco o orgulho que vos fazia ousar”. Sem esperar, a mulher fez um juramento e uma promessa: nunca mais contestar seu senhor e o servir de boa vontade. Um médico a curou e ela amou e serviu a seu senhor, não lhe recusando mais nada.
O cronista conclui: “Bendito seja ele (o conde) e todos os que castigam suas mulheres más (...) E que males e desgraças recaiam sobre a mulher intratável de raça infame.” 
Histórias como essa reflete bem qual é a condição da mulher no ambiente medieval. Agora que você leu este fragmento pense e responda:
a) Quais eram as atitudes das mulheres apresentadas?
b) Como foram punidas?
c) Como uma pequena fábula como esta pode servir de exemplo para os demais indivíduos medievais?
d) Qual é a concepção que se tem da mulher expressa na fábula?
Outro fator que podemos trabalhar é com a questão da fidelidade da mulher. Como ela utiliza seu corpo para perpetuar a linhagem de seu esposo, é extremamente importante que ela seja vigiada para evitar danos que atrapalhassem a linhagem da família. Muitos defendiam a idéia de que o sangue masculino deveria ser conservado em toda a sua pureza na mulher fecundada. Os filhos de um homem nascidos fora do casamento não são aceitos e são mal vistos, pois nasceram de uma ação fraudulenta que envolve um duplo crime: o pecado da carne e a traição da mãe.
Enquanto jovem, a mulher deve obediência a seu pai, irmão ou ao tutor, cala-se para receber no futuro o esposo escolhido. Segundo a autora, o grande desafio das famílias é o de gerar herdeiros. Pois o coração da casa medieval é o quarto e é ali que a mulher trabalha, concebe, dá a luz, morre. Sabe-se pouco sobre a vida biológica da mulher casada. A maternidade medieval iniciada pouco antes dos dezoito anos seguia por mais vinte anos. Sabe-se que poucos eram os nascimentos de herdeiros antes do oitavo mês de casamento, o que prova a vigilância sobre a fidelidade e virgindade da mulher. Que muitas mulheres só conheciam seus maridos no dia das núpcias e que depois do primeiro filho a mulher engravidava até meados de seus quarenta anos. As famílias possuíam dezenas de herdeiros.
	
	
As mulheres sem família, que se colocavam fora da “ordem natural” das coisas, ou seja, que não se enquadravam nos padrões atribuídos ao sexo feminino pela sociedade medieval, nos documentos apresentados e analisados, principalmente crônicas ou poesias, possuem um destino sombrio. Sua reputação geralmente é manchada, são suspeitas de mau comportamento e acusadas de prostituição. Tudo isso revela que a sociedade medieval não concebia a “condição feminina” fora do ambiente familiar e do enquadramento matrimonial.
 3  Conclusão
Não podemos pensar que tal condição de subordinação era aceita por todas as mulheres da Idade Média. Certamente toda essa realidade não era vivenciada de maneira pacífica. Tolhidas de seus anseios e vivendo a vida de sua família, os conflitos eram constantes e também devemos salientar que todo este discurso de subordinação detinha um forte temor por aquilo que também era desconhecido. O fragmento a seguir revela o medo que se tinha da mulher e de sua sensualidade. Clérigos buscavam a imagem de Maria mãe de Jesus e incutiam o ideal mariano nas mães e donas dos lares, mas sentiam um profundo medo do corpo feminino. Muitas vezes o representavam com adereços diabólicos, principalmente nos momentos em que reproduziam os órgãos sexuais.
Para saber mais:
	Veja mais um fragmento adaptado retirado do blog do professor Ricardo Costa sobre este tema. Para ver o artigo completo acesse o site (http://www.ricardocosta.com):
Cena 4 – A mulher e o corpo na Idade Média: questões ainda abertas
	 
	
A Volúpia (Freiburg im Breisgau, Münster U. L. Frau, séc. XIII). Nessa belíssima escultura, a Volúpia, muito jovem, quase uma ninfeta, está envolta em uma sinistra pele de bode - símbolo por excelência do diabo (repare que ela maliciosamente oculta seu sexo com uma das patas do animal, enquanto deixa seus pequenos seios à mostra). Seus grandes e belos olhos, emoldurados por longas sobrancelhas arqueadas, olham fixa e incisivamente para o espectador, enquanto suas narinas arfam. A Volúpia representa aos olhos dos clérigos medievais o que de mais sinuoso e traiçoeiramente existe na alma feminina.  
No medievo, o domínio do corpo e a continência eram prescritos pela Igreja, bem como a passividade da mulher perante o homem. Por sua vez, Abelardo (1079-1142), ao contrário da maioria dos clérigos, chegou a dizer que a dominação masculina terminava no ato conjugal, no qual homem e mulher detinham igual poder sobre o corpo um do outro (LE GOFF e TRUONG, 2006: 41-42).
O corpo é o emancipador social da condição feminina. Em especial se belo. À literatura de divertimento é atribuída sua exaltação. [6] Ao lado da escultura gótica (ver imagem 4), a literatura apresenta um código específico que lhe atribui os componentes de uma beleza canônica: brancura da tez, realçada por um toque de rosado, cabelos louros, disposição harmoniosa dos traços, rosto alongado, nariz alto e regular, olhos vivos e risonhos, lábios finos e rubros [7] (RÉGNIER-BOHLER, 1990: 357-358).
O corpo feminino era considerado mais permeável à corrupção porque menos fechado, e necessitava de uma guarda mais atenta, cabendo ao homem a sua vigilância (DUBY, 1990: 518). A cada passo, portanto, convinha à mulher manifestar o controle sobre seu corpo, pois ela permanecia sempre exposta aos olhares, e o olho é fonte de mal (RÉGNIER-BOHLER, 1990: 349). [8]
Em contraposição, destacamos o depoimento que Jacques Fournier, o futuro papa Bento XII, fez transcrever em 1326. Nele ouvimos a voz de Grazida, uma camponesa de 22 anos, interrogada em 1320. Provavelmente pressionada, confessa seu relacionamento (consensual e mutuamente prazeroso) com o cura de Montaillou, Pedro Clergue, primo de sua mãe:
– Se tu tivesses sabido que a tua mãe era prima direita desse cura por bastardia, terias aceitado ser conhecida por ele?
- Não. Mas porque isso me dava prazer, assim como ao cura, quando nós nos conhecemos carnalmente, eu não pensava, por isso pecar com ele.
- Quando eras conhecida por este padre, seja antes de teres um marido, seja durante o casamento [o marido consentia!], julgavas estar a pecar?
- Porque nessa época isso me agradava, e ao cura também, o conhecermo-nos mutuamente, eu não acreditava, e não me parece, que fosse um pecado. Mas porque agora já não me agrada ser conhecida por esse padre, se o fosse, julgaria pecar.[12]
Além da união carnal consensual, percebemos nesse trecho a própria manifestação da vontade feminina.
O segundo fabliau  (“Da mulher a quem arrancaram os colhões”) nos remete a uma visão masculina particular em relação a um tipo de mulher autoritária. Cremos ser uma reação a um tipo feminino autêntico, o que nos liga a uma possível realidade: as mulheres também mandavam!
A intenção do conto nos parece ser ridicularizar tal comportamento, de modo a despertar os homens para que não passem por tal situação. Como ilustra, à época, o provérbio: “Ao bom e ao mau cavalo, a espora; à boa e à má mulher, um senhor, e por vezes o bastão”. [14]
	 
	A necessidade de subordinar a mulher – e também o seu corpo – liga-se intimamente à submissão deste veículo de manifestação do poder feminino. Controlar ou castigar as mulheres,e antes o seu corpo e a sua sexualidade desconcertante ou perigosa, era tarefa dos homens.
Muito Bem, caros alunos. Agora que conhecemos um pouco mais da realidade feminina na Idade Média podemos nos perguntar se nos dias de hoje prevalecem ideais semelhantes e quais são os ideais que definem o ser feminino nos dias atuais. Nesta Unidade trabalhamos um pouco com uma nova perspectiva historiográfica e estudamos o 
imaginário dos indivíduos que compunham a sociedade medieval. As idéias apresentadas estão disponíveis no livro O homem Medieval de Jacques Le Goff. Um bom estudo a todos!!!
4 Referências Bibliográficas:
LE GOFF, Jacques (dir). O Homem Medieval. Lisboa: Editorial Presença, 1989.
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Vol 11. Lisboa: Editorial Estampa, 1983.
 
 
 
Unidade 2
Título: A formação da cidade.¹
1 Apresentação:
	 
	Agora que em nossas teleaulas partimos para uma discussão sobre a sociedade feudal, é importante salientar que para a historiografia, quando o feudalismo atinge o auge de seu desenvolvimento ele entra em crise. E por quê?
Isso é o que pretendemos entender nesta aula de hoje. Trabalharemos através de uma abordagem historiográfica, ou seja, faremos um balanço da historiografia que trata da crise do sistema feudal, verificaremos a ênfase dada pelos autores sobre este assunto.
1 Taíse Ferreira da Conceição Nishikawa – UNOPAR 2009.
2 Desenvolvimento:
Você sabe o que é uma abordagem historiográfica? O que é a historiografia?
De acordo com Júlio Aróstegui (2006) a historiografia é a reflexão elaborada através de métodos e teorias para se conhecer uma dada realidade histórica. É o ato de escrever a História. E a História é a realidade, onde ocorre a experiência humana. Assim o que os historiadores fazem é a historiografia, ou seja, buscam através de elementos do passado, os documentos históricos, entender como ocorreram às experiências humanas, e de que forma as tramas tecidas nas sociedades envolvem os indivíduos em sua complexidade.
O conjunto de obras que tratam da história forma a historiografia. Na aula de hoje você verá vários autores trabalhando de forma diferente o mesmo assunto. Propomos-nos agora a ver como que a historiografia formulou o conceito da “revolução feudal”, e quais são os fatores encontrados pelos historiadores para chegarem a esta definição. 
Aprofundando o conhecimento 
Leia o artigo de Vanderlei Amboni e responda as questões a seguir:
	http://www.ppe.uem.br/jeam/anais/2007/trabalhos/003.pdf 
a) De acordo com Grandi o que é a História para Aróstegui?
b) O que é a Historiografia para Aróstegui?
c) De acordo com Grandi, qual é o maior problema enfrentado pelo historiador?
Para os alunos que se interessam pela leitura de Aróstegui, vai aí uma dica importante: Leia o livro!!!  ARÓSTEGUI, Julio. A Pesquisa Histórica: Teoria e Método. Bauru, SP: Edusc, 2006.
 Agora que falamos de História e Historiografia é importante termos em mente que quando somos apresentados a um texto que possui uma abordagem histórica, somos apresentados também a uma abordagem historiográfica. Para entender a Idade Média, nos deparamos com uma série de autores que reúne vários documentos históricos, principalmente documentos da igreja cristã, poesias, crônicas, contos, fábulas, e trabalham com estas fontes a partir de um ponto de vista teórico e metodológico. Por trás da narrativa de Jacques Le Goff, por exemplo, existe a elaboração de um pensamento que envolve a concepção do que é a história. Para tanto, logo no início de algumas de suas obras o historiador oferece estes dados e indica os caminhos que serão percorridos em sua obra.
Leia o artigo de Leandro Duarte Rust e veja como um dos maiores medievalistas do mundo desenvolve seus estudos sobre a História.
	http://www.revistafenix.pro.br/PDF15/Artigo_11_ABRIL-MAIO-JUNHO_2008_Leandro_Duarte_Rust.pdf
 
A Revolução Feudal
	 
Desde o início da Idade Média a Europa Ocidental caminhou para a enfeudalização. Como vimos, o feudo1 , esta unidade administrativa que funciona de forma autônoma, atingiu o seu auge entre os séculos IX e X, devido a descentralização política e centralização religiosa. Economicamente o feudo estava centrado na produção agrária, o pouco da produção artesanal ficava localizado nos senhorios, porém, ao contrário do que pensam alguns historiadores, as atividades comerciais não ficaram estagnadas.
Ao contrário, durante todo período em que se desenvolveram as relações feudais a economia agrária não era exclusiva, pois o comércio, mesmo que de forma irregular e variável se manteve. O principal componente econômico do feudalismo era a interligação entre servos e o senhorio. Os senhorios, ou domínios senhoriais, estavam divididos em três partes: A reserva senhorial, o manso servil e as terras comunais. Os valores que mantinham os servos na terra e faziam deles trabalhadores, de acordo com Georges Duby, estavam baseados nas relações de solidariedade, e nas obrigações morais.
Assim, neste contexto sócio- econômico nasce a idéia da sociedade tripartida, em que clérigos, senhores e servos vivem em harmonia para manter a coesão social e divina. 
	
1 Unidade administrativa que funciona de forma autônoma, em que o senhor desenvolvia formas particulares de administração.
 Para Refletir
Mas você consegue indicar quais foram os fatores que contribuíram para a crise do sistema feudal? E mais, de que forma o surgimento das cidades contribuem com a transição da Idade Média para a Modernidade?
A historiografia aponta caminhos para podermos entender esta questão, porém, é um consenso entre os historiadores medievais o fato da existência de uma “revolução feudal”.
O feudalismo, por muitos autores, foi entendido como um sistema de relações de produção baseado na exploração do trabalho servil. Dentro da historiografia marxista clássica, é concebido como uma fase intermediária do desenvolvimento destas forças produtivas e das relações de produção numa dinâmica evolutiva. Neste sentido, o caráter evolutivo e intermediário se relaciona ao fato do feudalismo funcionar como uma fase intercalada entre a sociedade baseada na exploração escravista e a sociedade baseada na exploração da mais valia1: 
Desse ponto de vista o feudalismo deve ser concebido simultaneamente como um modo de produção, ligado ao desenvolvimento de certas forças produtivas, e como um sistema de relações de produção que caracterizam essa fase. É evidente que, de um ponto de vista tão amplo, a definição deste conceito nem sempre é fácil...(Bonassie, 1985, P. 86) 
O desenvolvimento da urbanização, a diversificação do trabalho e as mudanças sociais com o surgimento de uma nova classe social, são fatores que, de acordo com esta visão, antecipam o conhecimento sobre o desenvolvimento das relações capitalistas, que conduzem à dissolução da sociedade feudal.  Enquanto uma revolução o feudalismo sobrepôs à sociedade romana baseada na escravidão, mas tal processo histórico não cessa, na medida em que a sociedade feudal também caminha rumo ao desenvolvimento das relações de capital. Tal concepção levou Karl Marx, entender que o fim do feudalismo ocorre através de uma ação revolucionária, em que a burguesia toma o lugar da aristocracia, em um lento processo de acumulação primitiva de capital.
1  A mais-valia é a base para os lucros, os juros das aplicações financeiras e para todas as formas de rendimentos vinculados à propriedade. A apropriação da mais-valia é o fundamento da divisão das classes sociais no capitalismo. Saiba mais em http://www.psol.org.br/nacional/jornal/974
 
Para Refletir
Leia o texto no link abaixo e veja as transformações ocorridas na Idade Média.
	http://www.scielo.br/pdf/vh/v23n37/v23n37a07.pdf
Charles Parain, define que o sistema econômico feudal se desenvolve de acordo com leis históricas do desenvolvimento, cuja formação é o resultado de adaptações espontâneas, inconscientes, diante das novas necessidades, todas elas damesma natureza e com um fim semelhante, mas com ritmos e formas bastante distintas. (Parain, 1970, p. 19) Assim, mesmo de forma inconsciente, toda a transformação ocorrida nas estruturas que balizavam a sociedade escravista, ocorre devido à existência de um plano maior que possui uma finalidade, leis, materializadas pela própria condição humana que reproduz diversos tipos de relações de trabalho. A condição material é determinante para o desenvolvimento deste processo que culmina com a substituição de uma sociedade pela outra.
	 
Segue o autor em definir o caráter fundamental da sociedade feudal, cuja base é formada pelas relações de produção. Neste sentido a propriedade do senhor sobre a terra e sobre o camponês, gera um sistema, ou modo de produção diferente do escravista, pois o senhor
divide sua terra em grandes partes, que serão exploradas pelas mãos servis. Seguindo esta idéia o feudo torna-se a base material em que se constituirão as relações sociais.
Pierre Villar (1988), ao trabalhar a questão da transição do feudalismo para o capitalismo, entende que a concepção de que o modo de produção feudal, a terra e as relações de dependência entre os indivíduos preparam a destruição do feudalismo. E de que forma? Com as trocas monetárias, a diversificação das classes sociais, os impostos do Estado que competem diretamente com os tributos locais, são elementos que constituem a desagregação do regime feudal. Tudo isso, ocorre através da ação revolucionária da burguesia, que modifica as estruturas políticas, sociais e econômicas do sistema e provoca a instalação do capitalismo.
 
	
	
	
Para o autor, durante o feudalismo, manteve-se uma realidade econômica “fechada”, ou seja, naturalmente o regime processou uma economia baseada apenas na agricultura. Ele até informa sobre a existência de alguns lampejos de produção industrial, limitadas sobre uma forma artesanal e corporativa, que por não separar os meios de produção e o produtor, não pode ser considerada como capitalista.
O caráter coletivo do modo de vida urbano, do modo de vida dos mercadores, serve como fator decisivo para não se confundir com as estruturas de uma sociedade burguesa. Somente a partir do século XI é que se generalizou o grande comércio, combinado com o crescimento demográfico  e da produção local. O primeiro passo que deu origem à oposição cidade e campo ocorre com a substituição das oficinas confiadas aos servos no manso senhorial pelas oficinas urbanas. Pouco a pouco as cidades foram se desvinculando do sistema feudal e adquirindo autonomia, e no seu interior nobres, mercadores, corporações artesanais, passam a disputar o poder municipal. Tal processo acarretou a falência do sistema feudal.
Afirma Bonassie, que esta visão evolutiva e globalizante esteve presente até mesmo na obra de Marc Bloch, que analisou as relações existentes entre as classes sociais. Neste sentido, pode-se afirmar que o feudalismo foi um regime social baseado no confisco do trabalho camponês garantindo a sua redistribuição no seio da classe dominante, por meio de um sistema mais ou menos complexo de redes de dependência.
	
Para Refletir:
 
	Analise a Imagem a seguir e responda as seguintes questões:
a) O que você está vendo na imagem?
b) O que está acontecendo na imagem?
c) De acordo com o que foi estudado, como que as atividades desenvolvidas na área urbana contribuíram com a crise do sistema feudal?
3 Conclusão
	 
	Nesta aula estudamos um pouco a historiografia sobre a transição da Idade Média para a Modernidade. Vimos como foi trabalhado na historiografia o conceito de “revolução feudal”. Como os historiadores debatem os conceitos a partir de suas posturas teóricas e metodológicas. Porém, em uma coisa todos concordam, a partir do momento que as cidades passaram a se desenvolver juntamente com as atividades urbanas, o feudalismo entrou em decadência. 
4 Referências Bibliográficas:
Aróstegui, Julio. A Pesquisa Histórica: Teoria e Método. Bauru: São Paulo: EDUSC, 2006.
BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, 1989.
BONASSIE, Pierre. Dicionário de História Medieval. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1985.
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Vol 11. Lisboa: editorial Estampa, 1983.
DUBY, Georges. As Três Ordens ou Imaginário do Feudalismo. Lisboa: Editorial Estampa,1994.
PARAIN, Charles. A Evolução do Sistema Feudal Europeu. In: SANTIAGO, THEO.  Do Feudalismo ao Capitalismo. São Paulo: Contexto, 1988.
GOMES, Tiago de Melo. A força da tradição: a persistência do antigo regime historiográfico na obra de Marc Bloch. Varia hist., July/Dec. 2006, vol.22, no.36, p.443-459. ISSN 0104-8775.
HEERS, Jacques. O Trabalho na Idade Média. Coleção Saber: Publicações Europa-América, 1965.
Web Aula 2
Título: Mercadores e Banqueiros na Idade Média
1 Apresentação:
	 
	Agora que estudamos a historiografia que aborda o tema da revolução feudal, entendemos que para uma análise histórica é necessário o desenvolvimento de teorias e metodologias próprias para a análise dos documentos históricos, vamos trabalhar um pouco mais o contexto da cidade medieval. Vimos que existe um consenso entre os historiadores que admitem a idéia de que o desenvolvimento das cidades e suas atividades contribuíram com a crise da sociedade feudal. Nesta aula vamos perceber como que o medievalista Marc Bloch aponta os caminhos para a compreensão de que as relações sociais existentes nas cidades acabaram por ficar cada vez mais complexas e uma rede de poderes também se desenvolveu em função nas novas atribuições que serão dadas aos indivíduos citadinos. 
Outra questão que abordaremos nesta aula será a posição social dos comerciantes, conhecidos como burgueses neste período. De que forma estes indivíduos serão incorporados socialmente nos esquemas da igreja cristã. Se nos lembrarmos das aulas anteriores, verificamos que a partir do ano 1000 foi difundido na Idade Média um esquema funcional que indicava as funções sociais de cada um de seus membros: Os que oravam, os que guerreavam e os que trabalhavam. Assim, esta classificação se incorporou ao meio social através da idéia de que cada devia realizar suas funções de acordo com a vontade divina, e desta forma, garantia-se a harmonia do corpo social.
Questão para reflexão:
Leia o fragmento abaixo e responda:
Sabe-se que um momento crítico da história do esquema tripartido numa sociedade é aquele em que surge uma nova classe que não tem lugar neste esquema (...) O fato capital é que na segunda metade do século XII e no decurso do século XIII, o esquema tripartido da sociedade... desfaz-se e cede perante um esquema mais complexo e mais flexível que é resultado e reflexo de uma profunda transformação social. (LE GOFF, 1983, p. 15 e 16)
a) Qual é a nova classe social que surge entre o século XI e XII?
b) O que o autor quis dizer com “esquema mais complexo e flexível”?
 2 Desenvolvimnto
Veja o que afirma o Historiador Marc Bloch sobre o desenvolvimento dos núcleos urbanos:
(...) a aproximação dos grupos humanos uns dos outros acabou com os espaços vazios. As distâncias que ainda subsistiam tornaram-se, fáceis de transpor. Na verdade, precisamente favorecidos na sua ascensão pelo progresso demográfico, surgiram ou consolidaram-se poderes:  burguesias urbanas, as quais sem o tráfico nada seriam; realezas e principados, também interessados na prosperidade do comércio do qual retiram grossas quantias em dinheiro, por meio dos impostos e das portagens, conscientes, além disso, mais do que no passado, da importância vital que reveste para eles a livre circulação das ordens e das tropas.
E isto não era tudo. A evolução da economia desencadeava uma verdadeira revisão dos valores sociais. Sempre tinha havido artesãos e mercadores. Individualmente, pelo menos estes últimos, tinham mesmo podido, aqui e além, desempenhar um papel importante. Como grupos, nem uns nem outros tinham qualquer importância. A partir do final do século XI, a classe artesã e a classe dos mercadores,que se haviam tornado mais numerosos e muito mais indispensáveis à vida de todos, afirmaram-se cada vez mais vigorosamente no contexto urbano, em especial a classe dos mercadores, pois a economia medieval, desde a grande renovação desses anos decisivos, foi sempre dominada, não pelo produtor, mas pelo comerciante. Não era para estas pessoas que, fundamentada num  regime econômico onde elas apenas ocupavam um lugar medíocre, se tinha constituído a ossatura jurídica da época precedente. As suas exigências práticas e a sua mentalidade deviam naturalmente introduzir nela um fermento novo. Nascida numa sociedade de trama pouco apertada, em que as trocas pouco representavam e o dinheiro era raro, o feudalismo europeu alterou-se profundamente logo que as malhas da rede humana se apertaram e a circulação dos bens e do numerário se tornou mais intensa. (BLOCH, 1987, p.90)
Para Refletir:
a) Qual é a idéia central do texto?
b) O que acarretou a evolução da economia?
	
 
	Bloch mostra a Idade Média através da história social1  que virtualmente ignora os “grandes homens” ao longo de sua argumentação. No entanto, é importante sublinhar que por mais que se lembre do caráter renovador da obra do historiador francês, parece que o mesmo não se livrou por completo dos pressupostos de tradições anteriores, que eventualmente reapareciam em seu trabalho, mostrando a impossibilidade de um olhar evolucionista e linear para a historiografia. Nesta descrição, temos uma interpretação baseada na evolução da economia que proporcionou o desenvolvimento de novos valores. O crescimento dos artesãos e mercadores e o desenvolvimento de uma organização sistemática, introduziu um elemento novo na Europa, onde a circulação de bens se tornou mais intensa.  (GOMES, 2006, p. 455)
Para saber mais:
Para conhecer ainda mais o trabalho de Tiago Gomes, entre no link abaixo:
	 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-87752006000200011&lng=pt&nrm=iso
1 Corrente historiográfica do século XX que prioriza o estudo dos indivíduos submersos em seu contexto social.
 De acordo com Jacques Heers (1965), a importância demasiada conferida pelos historiadores às relações de produção e a transformação destas pelo aperfeiçoamento das técnicas, conduziu a uma visão progressista sobre a Idade Média. De acordo com o autor, a passagem de uma economia rural para uma indústria dominada pelos chefes de empresa não ocorreu simultaneamente em toda Europa. Desde o século XI, muitas localidades distantes do comércio só viram tal transformação muito tempo depois. Porém o estudo do trabalho na Idade Média, requer uma análise sobre as estruturas sociais, das relações entre os homens, e da organização das economias.
	
 
	Não obstante a critica sobre a sociedade feudal como uma sociedade de medíocres relações financeiras, Heers  salienta a existência de industrias domésticas nas senhorias rurais, onde o domínio não apenas produzia gêneros de primeira sobrevivência, mas também desempenhavam atividades pré-industriais que contribuíam com a dinâmica interna do feudo. Neste sentido produziam-se os instrumentos de trabalho dos camponeses, as armadilhas e redes dos caçadores, os tonéis para meter vinho, roupas de couro, peças de sarja, telas de linho. (Heers, op. Cit. p. 58)
As indústrias de que fala Pierre Vilar, com caráter coletivo e que não figura uma atividade capitalista, para Heers, possuem um desenvolvimento que decorre em função da necessidade de produzir no próprio lugar as matérias primas para o trabalho do meio rural. Porém todas as atividades estavam atreladas aos poderes do senhor feudal, que detinha a posse das florestas, dos moinhos e das minas. Mas as atividades comerciais sempre estiveram presentes, mesmo quando determinadas regiões desenvolveram grandes pólos de trocas comerciais, pequenos camponeses artesãos vendiam seus panos. Heers destaca que o desenvolvimento dos mercados urbanos dependiam do controle dos grandes domínios rurais. Senhores feudais cediam “cartas de franquia”1  sobre as cidades para que os comerciantes pudessem realizar o comércio. O comércio, em um primeiro momento, só funcionava sobre a chancela do senhor. Porém, por volta do ano 1000, muitas cidades foram enriquecidas pelo trânsito de produtos e de metais preciosos, principalmente as localidades italianas, e o interior da Europa, extraíam suas grandes fortunas do trabalho da lã e dos panos que desde cedo estavam reservados aos mercados longínquos. A partir dos anos 1250-1280 tal indústria rica e especializada irradiou para outras localidades, e trocaram um trabalho grosseiro por um mais especializado.
 
	O desenvolvimento das cidades italianas teve um impulso significativo devido ao contato com outras civilizações e um comércio intenso. Cita Herrs que a cidade de Pisa se desenvolveu através do trabalho do couro e de peles, juntamente com os ferreiros. Com o desenvolvimento das necessidades de modas, pouco a pouco, desenvolveram outras técnicas.
A Toscana sofreu a mesma evolução, com a apreciação da burguesia pelos tecidos fabricados nestas localidades. 
Neste sentido, para o autor o desenvolvimento das cidades italianas, esteve ligado ao fato de que novas técnicas de produção foram empregadas e do refinamento do gosto da burguesia. A partir de 1300, a indústria da seda provoca a transformação da economia de algumas cidades italianas, pois se destacou como uma indústria de luxo, que exigia tecelões e tintureiros dotados de grande habilidade.  Tudo isso devido a sobreposição da burguesia Italiana sobre a aristocracia que tentava se manter no poder.
	Aliado ao fortalecimento dos centros urbanos e da classe burguesa, a sociedade feudal entra em crise devido a uma série de fatores que contribuem com a sua dissolução. Tal crise nos século XII e XIII, segundo Hilário Franco Jr (1983), atinge todas as estruturas feudais. Primeiro no aspecto econômico, com a extensiva exploração agrícola e a anexação indefinida de novas áreas cultiváveis, causa uma desordem e a retração. O problema demográfico que atinge o crescimento da população devido a propagação de pestes e fome. A crise social e as alterações na composição das camadas sociais obrigaram os senhores a trocarem as obrigações por rendas monetárias. Neste sentido, a sociedade de ordens passou ao estágio de sociedade estamental, que permitia a mobilidade social. Com isso ocorre o fortalecimento da burguesia, agora reconhecida pela igreja, e da dinâmica urbana. A cidade sente menos a crise do que o campo, e os burgueses passam a adquirir terras de nobres arruinados.
 Para o autor, a burguesia se torna um elemento dissolvente do feudalismo, pois suas atividades rompiam com o predomínio da agricultura, visualizava um poder centralizado com o consequente apoio da monarquia, Toda a racionalidade burguesa e individualismo se opôs à religiosidade e ao coletivismo feudal. Ocorre uma reconstituição dos poderes públicos, através da centralização da monarquia desde o século XIII, com o enfraquecimento da aristocracia, as monarquias reagrupavam os fragmentos de poder dissolvidos entre a aristocracia. Porém o fortalecimento monárquico esteve aliado ao desenvolvimento da burguesia enquanto uma classe social, e as relações comerciais propostas por ela, angariou o conhecimento de várias culturas, e a conscientização das nacionalidades.
Veja algumas representações das profissões desenvolvidas nas cidades medievais, todas estão disponíveis no site gloriadaidademedia.blogspot.com/:
 
Aqui vemos a variedade de profissões que surgiram e ganharam espaço na Idade Média e contribuíram com o desenvolvimento e importância das cidades.
 Mercadores e Banqueiros na Idade Média (Por Jacques Le Goff)
O desenvolvimento das cidades não seria tão grande se os homens da Idade Média não atribuíssem tanta importância às atividades comerciais desenvolvidas neste ambiente.   Segundo o historiador Jacques Le Goff, a Idade Média não conheceu de fato o capitalismo, pois seu sustento econômico e social éo feudalismo, e é no interior deste contexto que agem os mercadores. Mas eles contribuem para fazer explodir esse contexto e arruinar as estruturas feudais.
Aprofundando o conhecimento
	Entre no link a seguir e leia o artigo: A Criação Do Purgatório Pela Igreja Para Reconhecimento Do Capitalismo Na Idade Média.
http://www.webartigos.com/articles/9904/1/a-criacao-do-purgatorio-pela-igreja-para-reconhecimento-do-capitalismo-na-idade-media/pagina1.html
Para Refletir
a) O que justificou o nascimento do purgatório na visão de Jacques Le Goff?
Mas de que forma os mercadores conseguiram destruir a estrutura do feudalismo?
De acordo com Le Goff, é no ambiente urbano que os mercadores estabelecem seu poder político e sua influência social, porém buscam se assemelhar à nobreza existente. Para o autor entre o mercador e o nobre não houve nenhum antagonismo profundo. Muitos mercadores tornaram-se grandes aristocratas e latifundiários, membros da classe nobre, o que denota a flexibilidade social existente.
Muitos documentos eclesiásticos apontam a condenação daqueles que praticam o comércio. Na teoria, clérigos afirmam que nunca um mercador pode agradar a Deus “é difícil não pecar quando se exerce a profissão de comprar e vender”, dizia o papa São Leão Magno, e Santo Tomáz de Aquino afirmava “o comércio, considerado em si mesmo, tem um certo caráter vergonhoso”. O mercador pertencia à categoria das prostitutas, taberneiros, soldados, açougueiros, etc. Os motivos desta condenação estavam ligados ao desejo de ganho e sede por dinheiro.
Também os banqueiros estavam condenados por praticarem a usura, ou seja, todo negócio que possui o pagamento de juros. Em vários documentos utilizados pela igreja, principalmente os retirados das escrituras, condenam a ação da usura. Deuteronômio, Levítico, são textos que possuem argumentações sobre o pecado da usura.
	
	Porém na prática existe uma distância entre a doutrina da igreja e as ações desenvolvidas no seio da sociedade medieval. Em muitos casos, a pedido dos papas, reis interferem e protegem as cidades a fim de abrigar as mercadorias confiscadas. Muitos mercadores foram considerados bons cristãos, e do século XI em diante os laços entre mercadores e a igreja tenderam a aumentar. Sanções foram abertas, tratados foram escritos, mas na maioria das vezes a igreja fechou os olhos para a usura cometida pelos mercadores e banqueiros.
Com a evolução da doutrina da igreja cristã, mercadores e banqueiros ganharam o direito à cidadania, devido à importância das atividades prestadas de um modo geral pelos burgueses. Houve uma profunda mudança na mentalidade e o mercador tornou-se um cidadão cristão. E mais tarde, entre os séculos XIII e XIV, a idéia de “utilidade comum” foi aplicada à atividade dos mercadores ligando essa idéia à de trabalho. Assim afirma um clérigo da época: “Os mercadores trabalham para o benefício de todos e fazem obra de utilidade pública trazendo e levando as mercadorias das feiras.” Entre no link abaixo para ter mais detalhes sobre os comerciantes da Idade Média:
	http://revendoahistoria.blogspot.com/2008/02/o-burgus-e-o-banqueiro-por-que-eles-so.html 
 
	Nesta aula analisamos vários aspectos da sociedade feudal, no que tange os aspectos econômicos. Trabalhamos o conceito de Revolução feudal, incorporada pela historiografia que tendeu a visualizar o feudalismo como uma etapa, um estágio em que se desenvolveram determinadas forças produtivas na base e estruturas que legitimam o sistema feudal.
A cidade foi entendida como um fator do desenvolvimento do feudalismo, e as relações de produção desenvolvidas neste ambiente foram decisivos para a transformação das estruturas feudais conduzindo a sociedade ao desenvolvimento de novas forças produtivas. Tais forças definiram o processo de transformação da sociedade feudal para a sociedade capitalista. Quais seriam os fatores que conduzem a esta transformação?  
	 
 
Domínio senhorial; A realização de atividades comerciais que se disseminaram por toda a Europa conduzindo desta forma à substituição de um sistema por outro. Novas relações de trabalho, baseadas na troca das obrigações servis por relações comerciais. O desenvolvimento na Itália de um forte centro urbano comercial que configurou uma nova roupagem ao sistema feudal, com indústrias de tecidos que distribuíam para o restante da Europa e do mundo, produtos extremamente caros, luxuosos e ostensivos.
Todos estes fatores conduziram nesta visão ao fortalecimento do Estado Nacional e suas monarquias centralizadas, que puderam substituir o sistema feudal pelo capitalista. Novas relações de produção baseados no regime da mercadoria e da exploração da mais valia. Novas estruturas que sedimentam o sentimento nacional. Tudo isso nasce em função da crise geral que abate o feudalismo e provoca a sua dissolução.
Perry Anderson (1984) ao refletir sobre a emergência do Estado Absolutista, através de uma análise sobre a natureza social do absolutismo, entende que muito mais do que uma revolução, como pretendiam Marx e Engels, a passagem da Idade Média para a Modernidade, ocorre por profundas mudanças nas relações servis e um nivelamento das classes sociais dominantes. Ao contrário do que pensava Marx, que a passagem de uma época para outra foi demarcada principalmente pela substituição de uma classe sobre a outra, Anderson denota o equilíbrio entre a nobreza e a classe burguesa, a continuidade das relações feudais no campo, na medida em que a “ordem política permaneceu feudal, ao passo que a sociedade se tornava cada vez mais burguesa.” Mas esta já é outra História.
 O Legado da Idade Média para a Atualidade: 
               Muito bem, meus queridos alunos, para finalizar, trataremos de questões importantes que tiveram suas primeiras experiências ainda na Idade Média. Assim, três questões fazem parte deste legado: conceito de intelectualidade, as mudanças nos padrões arquitetônicos e o surgimento da inquisição. 
Como puderam perceber, o fenômeno urbano e o desenvolvimento de novas atividades comerciais foram suficientes para desestabilizar a sociedade medieval do ano 1000. Como a igreja cristã, neste período, era a instituição mais poderosa existente, e para manter a sua supremacia, instituiu várias mudanças através de reformas que visaram a catolicalização da sociedade e a moralização dos clérigos medievais. Novas ordens religiosas surgiram, e com a autorização da cristandade, criaram um ambiente de novas sensações aos cristãos. Sensações que podem ser visualizadas através das mudanças nos padrões arquitetônicos das igrejas, que se abriram e trouxeram a luz ao pensamento medieval. Outro fator importante foi o desenvolvimento das universidades, que proporcionou as transformações na ciência e na cultura, e arriscam-se os historiadores a dizerem que com isso temos o início do humanismo no ocidente. Porém, todas estas transformações foram acompanhadas pela vigilância constante do Tribunal do Santo Ofício, que coibia a atuação dos hereges e daqueles que versavam contra a fé católica. Desenvolvimento Urbano foi acompanhado dos seguintes fenômenos: 
A Reforma Papal: 
A igreja buscava se impor como o centro político da Europa ocidental. Para isso era necessário realizar transformações dentro do próprio quadro eclesiástico e o papa, enquanto líder desta proposta se coloca como a autoridade de referencia para as modificações que deveriam ser realizadas.
Este movimento reformador, intitulado Reforma Papal, que perdurou entre os séculos XI e XII, buscou a moralização da igreja e da sociedade. Gostaria de frisar a seguinte questão para vocês: 
A historiografia tem discutido muito a denominação a que deve se dar a este movimento reformador da igreja cristã no ocidente, pois, conhecemos também este período de reformas como “Reforma Gregoriana”. Mas, ao tratar como “Gregoriana”, estaríamos nos limitando apenas ao pontificado do Papa Gregório VII (1073-1085).  
A Reforma Papal foi um complexo movimento reformador que resultou no nascimentoda Igreja Católica Romana que unificou todas as dioceses ocidentais:
1. Bispo de Roma como líder de toda a igreja;
2. Clericalização das questões eclesiais;
3. Moralização do clero;
4. Catolicalização da Sociedade;
 
Uma ação reformista que pode ser visto através das seguintes etapas: 
1. No século XI: Luta contra o poderio laico no interior da hierarquia da igreja. Nenhum clérigo da igreja poderia investir um leigo para as atribuições próprias
    da igreja. Desta forma conseguiu-se instalar Roma como o elemento centralizador da Sede Apostólica e a moralização do clero.
2. No século XII: Continuação do da moralização da igreja. Instituição do celibato aos clérigos e a luta contra a simonia e a venda de indulgências;
3. No século XIII: Ênfase no cuidado pastoral com os fiéis, instituição do sacramento da confissão;
 
Desta forma, não só o governo eclesiástico foi estabelecido, com a criação de vários organismos e instâncias de poder, como também buscou-se implantar um modelo de sociedade na qual todos - clérigos e leigos, homens e mulheres, excluídos e integrados, nobres e plebeus - deveriam ter espaços e papéis bem definidos. Os organizadores, centralizadores e moralizadores de todo o corpo eclesiástico, tendo como ponto central a Cúria Papal e delimitando as esferas de ação dos leigos, tinham como escopo o fortalecimento e a independência da Igreja. Este projeto de reforma, cujo embasamento ideológico foi se constituindo durante séculos, fundamentou-se na autonomia e uperioridade dosacerdotium face ao egnum et imperium e no poder jurisdicional do papa, calcado no princípio petrinoapostólico. Ou seja, o poder reivindicado era de caráter universal, respaldado na hierarquia eclesiástica. Ao afirmar-se como portador de toda auctoritas sacra, o papado via o seu papel como o grande líder entre todos os outros poderes, seculares ou não. (SILVA e LIMA, 2002) 
 O Nascimento das Universidades: 
          Neste mesmo período, nascem as universidades, ou seja, dentro deste contexto de afirmação da personalidade e a força nova da cristandade podemos verificar o surgimento de um modelo que podemos chamar de europeu. Nasce no contexto de urbanização das cidades, junto com os intelectuais, que possuem o ofício de pensar e ensinar. Isso é uma mudança importante na Idade Média, o intelectual do século XII e XIII é um homem de ofício, que tem como lugar a cidades, e tem como profissão escrever e ensinar. 
          O homem do século XII sente que está na modernidade, pois estão entrando em contato com os textos clássicos da antiguidade, devido ao contato que o ocidente fez com o oriente através das Cruzadas. Esta modernidade que sentiram os intelectuais da Idade Média não está no mesmo sentido que a modernidade que compreendemos, pois os intelectuais não estão discutindo com os antigos, estão os imitando, se alimentando e subindo em seus ombros. 
A antiguidade é a novidade para estes intelectuais. E as obras que serão lidas serão apropriadas para um ensino especializado. 
          Caberá aos intelectuais o progresso da cultura e da história, e apoiados sobre os “ombros” dos filósofos da antiguidade. E será na cidade o local em que eles realizarão as trocas intelectuais. Com o contato com os textos da antiguidade teremos o progresso da medicina, filosofia, do direito, da astronomia, agronomia, botânica, aritmética, devido à apropriação de palavras árabes aos cristãos para o vocabulário acadêmico. E a busca dos conhecimentos dos povos pagãos justificará o enriquecimento da fé cristã. 
 
As mudanças nos padrões estéticos das Catedrais: O Gótico
          Dentro deste contexto de transformações, ocorrem as mudanças nos padrões estéticos das construções das catedrais. Mesmo com as novidades no campo da intelectualidade, a igreja segue em fortalecer a fé através de instituições que ofereçam um maior controle da sociedade. Trata-se de um movimento reformador que busca a eliminação das heresias, mudar os costumes, retirar os vícios e, sobretudo se afirmar como farol para a cristandade. 
          Assim, as catedrais medievais terão grandes mudanças. Não serão mais templos escuros, sem janelas, como as igrejas primitivas da época romana. Serão iluminadas por vitrais, rosáceas, estarão em sintonia com as rotações cósmicas e contribuem com um fluxo criador. Ela é dialética, pois promove o contato direto do homem com Deus e serão projetadas como uma afirmação de poder no meio das cidades, tendo a frente não uma imagem de Cristo despojado, sozinho e traído, mas Cristo em sua plenitude, como o fundador da cristandade. A catedral irá proclamar a onipotência de Deus triplo e único, criador, homem e salvador. 
 
A luta contra as heresias: Os Cátaros
 
Além destas transformações importantes ocorridas durante este período, a igreja buscou coibir de forma radial aqueles que eram considerados hereges.
O significado da palavra “heresia” foi adquirindo novos matizes com os desenvolvimentos medievais. “Háiresis”, em grego, significava “escolha”, “partido tomado”, mas também o “ato de pegar”. Para os teólogos, uma metáfora se produzia aqui em alusão ao gesto de Adão e Eva que, segundo o Antigo Testamento, estenderam a mão para “pegar” o fruto proibido e com isso inaugurar um “pensamento discordante” em relação a Deus. Heresia corresponderia então, para os primeiros Padres da Igreja e seus dignitários posteriores, a esta visão par¬ticular e discordante. Assim, de uma palavra que no grego original poderia significar a “acentuação de um aspecto particular da verdade”, passava-se no cristianismo primitivo a um sentido em que “heresia” se apresentava como negação da verdade original e aceita, ou como pregação de um evangelho diferente daquele que era divulgado pelas verdades apostólicas (FRAN¬GIOTTI, 1995, p.6). (Barros, 2010, P. 35)  
Uma das grandes heresias que serão combatidas neste período será o catarismo. Os cátaros se autodenominavam cristãos, por isso, foram duramente perseguidos. Veja o que nos fala Ilário Franco Jr.
Para justificar a rejeição ao catarismo, os textos católicos medievais insistiram sobre um suposto segredo dos cátaros, que se reuniriam de forma oculta para adorar o Diabo. O nome da seita, registrado pela primeira vez no Ocidente medieval em fins de 1163, parece já então conter certa intenção irônica, portanto ideológica. Seu autor, Eckberto de Schönau, afirma que os dissidentes autodenominavam-se, o que nenhuma outra fonte permite confirmar, pelo vocábulo usado 850 anos antes por Eusébio de Cesaréia para designar os hereges novacianos. Mas o autor medieval deixa claro, ao longo do texto, que os novos hereges eram o contrário do que o nome pretendia revelar – καθαρ¿ς, katharos, é “puro”, em grego. Ademais, o abade alemão (ECKBERTO, 1855, col.17-18) transmite um termo erudito − catharos −, porém afirma que a palavra é vernácula, o que permite pensar numa aproximação entre kathar, “cátaro”, ketter, “herege” e katte, “gato”, em médio alemão, hipótese reforçada pela etimologia fornecida, no fim do século XII, por Alain de Lille (1855, col.366), para quem catharosderiva de catus, animal diabólico. ( FRANCO Jr, 2010, p. 11) 
O catarismo,foi amplamente combatido pela Igreja que dizimou centenas de hereges. 
 
Veja mais sobre o catarismo em: 
http://periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoshistoria/article/view/1984/2418
 
 
Espero que vocês tenham gostado e aprendido muito. Até uma próxima aula.
 
Referências Bibliográficas: 
Aróstegui, Julio. A Pesquisa Histórica: Teoria e Método. Bauru: São Paulo: EDUSC, 2006.
BARROS, José D’Assunção. HERESIAS: CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DE UM CONCEITO E SOBRE AS DISCUSSÕES HISTORIOGRÁFICAS EM TORNO DAS HERESIAS MEDIEVAIS. Fronteiras, Dourados, MS, v. 12, n. 21, p. 33-49, jan./jun. 2010.
BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, 1989.
BONASSIE, Pierre. Dicionário de História Medieval. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1985.
DUBY, Georges. As Três Ordens ou Imaginário do Feudalismo. Lisboa: Editorial Estampa,1994.FRANCO JR, Ilário. Catolicismo e Catarismo, um choque entre mitologias, Resumo PDF. Hilário Franco Júnior. Cadernos de História • v. 2, n. 3 (1997)
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Vol 11. Lisboa: editorial Estampa, 1983.
PARAIN, Charles. A Evolução do Sistema Feudal Europeu. In: SANTIAGO, THEO. Do Feudalismo ao Capitalismo. São Paulo: Contexto, 1988.
GOMES, Tiago de Melo. A força da tradição: a persistência do antigo regime historiográfico na obra de Marc Bloch. Varia hist., July/Dec. 2006, vol.22, no.36, p.443-459. ISSN 0104-8775.
HEERS, Jacques. O Trabalho na Idade Média. Coleção Saber: Publicações Europa-América, 1965.
SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão da e LIMA, Marcelo Pereira Lima. A REFORMA PAPAL, A CONTINÊNCIA E O CELIBATO ECLESIÁSTICO: CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PRÁTICAS LEGISLATIVAS DOPONTIFICADO DE INOCÊNCIO III (1198-1216)* História: Questões e Debates. Instituições e poder no medievo, Curitiba: Programa de Pós-Graduação em História da UFPR / Editora da UFPR, (37), jul-dez 2002, p. 85-110.
VILLAR, Pierre. A Transição do feudalismo para o Capitalismo. In: SANTIAGO, THEO. Do Feudalismo ao Capitalismo. São Paulo: Contexto, 1988.

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