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2 Historia da Música

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ZilahiSoft
História
da
Música
1998 versão texto
ZilahiSoft - História da Música -1998
Leia antes
ANTIGUIDADE
Primórdios 
Gregoriano
Ars Antiqua 
Ars Nova 
RENASCENÇA
Polifonias
Reforma e Contra Reforma
Países
BARROCO
Maneirismo
Ópera e baixo contínuo
Homofonia
Instrumental
Protestantes
CLASSICISMO
Rococó
Sonata e Sinfonia
Reforma da Ópera
A revolução musical
O personagem Romântico
ROMANTISMO/MODERNISMO
Heranças
Nova Ópera
Nacionalismo
Alto Romantismo
Reações e Rupturas
Crise
Modernidade
JAZZ
Cronologia
Termos do Jazz
Grandes Nomes
MÚSICA NOVA
O pássaro de fogo
Novo Nacionalismo
NEO Classicismo e NEO Barroco
Dodecafonismo
Concreta e Eletrônica
Vertentes
BRASIL
Obras e Nomes
Popular e Folclore
MAIS
Canto Coral
Compositores
Curiosidades
Escolas
Folclore
Formas
Industrialização
Instrumentos/Orquestra
Linha do Tempo
Midi
Oriente
Termos
Bibliografia recomendada
ZilahiSoft - História da Música - 1998
Esta exposição abreviada, se destina a interessados
nos fatos ocorridos na História da Música ocidental.
Os termos mais importantes estão em azul
clique na palavra e as referências sobre o assunto se abrirão.
No Menu, encontram-se as sínteses de cada período,
divididas por tópicos e fatos relevantes.
Em Mais, encontram-se vários assuntos relacionados.
Como se trata de um trabalho resumido, recomenda-se
a Bibliografia, para maior aprofundamento e atualização.
ANTIGUIDADE
ZilahiSoft - História da Música - 1998
PRIMÓRDIOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA OCIDENTAL (pequeno resumo)
Primeiras Influências:
Grécia
Sendo parte da ciência, a Música compreendia uma união com a poesia e a dança,
usada para prazer espiritual, deleite e relações com o aspecto moral, caráter (Ethos), guerra e magia.
Todas as manifestações e instrumentos foram de influência externa: dos bárbaros, Ásia Menor,Trácia e outras.
Mas, no aspecto educacional, filosófico e teórico, foi importante a fundamentação grega, criando várias escolas de
música e leis a respeito. Foi elaborado um sistema musical, chamado Teleion, de 15 sons e de cada nota integrante
criou-se um modo, uma maneira de se sucederem.
Com o advento do Cristianismo, a música vocal era cantada de início, nas catacumbas, até o ano 313 aprox.
Óbviamente as guerras e conquistas do Império Romano, no passado, trouxeram uma multiplicidade de influências.
Nos primórdios da História da Música Ocidental, os salmos judaicos e os cantos gregos, além da música de alguns
outros povos cristianizados, formaram a base para o surgimento de um canto na primitiva Igreja Católica, que mais
tarde seria codificado e conhecido como Canto Gregoriano, Cantochão ou Canto Plano (Cantus Planus), que depois
serviu de base à Polifonia.
Veja mais, em ORIENTE e GREGORIANO.
ZilahiSoft - História da música - 1998
GREGORIANO
Com relação ao Ocidente, respeitados os estudos sobre as possíveis influências da salmodia judaica
e da música grega, só podemos nos concentrar na música litúrgica Católica, o Coral Gregoriano,
conhecido como Canto Gregoriano, Cantochão, Canto Plano ou Cantus Planus,
que Gregório I (papa a partir de 590), organizou e de quem tomou o nome.
Devido à expansão do cristianismo, Gregório I, viu a necessidade de codificar e sistematizar o canto,
para as diversas Igrejas. O Canto Gregoriano é conhecido por criar um clima de emoção nos fiéis,
expressando a liturgia através do canto uníssono, extendendo uma sílaba por diversas notas,
desde o grave até o agudo, numa simbólica procura pelas alturas.
Os pontos de apoio são as sílabas tônicas. A notação ou escrita, passou por estágios:
alfabética, neumática e proporcional. (Neumas = sinais).
É a mais antiga música ocidental organizada e grafada que se tem notícia.
Até hoje se canta em Mosteiros e ainda é grafada em 4 linhas.
Gregório I criou também a Schola Cantorum, para ensinar e difundir o Canto Gregoriano
fixando sede nas Abadias. Dela saíram muitos compositores, inclusive Palestrina.
Muitos outros teóricos colaboraram através do tempo:
S.Ambrósio [* - 397], Severino Boécio [475-525], Notker [830-912], Hucbald [840-930],
Odon de Cluny [ * - 942] e Guido D'Arezzo [995-1030] , entre outros.
Guido D'Arezzo acrescentou mais 2 linhas à escrita musical (formando 4)
e atribui-se-lhe a criação da solmização ( maneira de nomear os graus de uma escala por sílabas),
a partir das sílabas do Hino a São João.
Fixou o uso das claves de Do e Fá e tornou os neumas, quadrados.
Hino a São João:
UT queant laxis [UT, foi mais tarde substituído por DO, menos na França]
REsonare fibris
MIra gestorum
FAmuli Tuorum
SOLve polluti
LAbii reatum
Sancte Johannes. [S + J (com som de I) formam o SI]
ZilahiSoft - História da Música - 1998
ARS ANTIQUA
ARS ANTIQUA e Música Profana
O termo Ars Antiqua , só foi usado muito tempo depois, em contraposição à Ars Nova .
É um movimento polifônico do sec. XII até XIII e até o começo da Ars Nova.
O Canto gregoriano já não domina de maneira total.
O moteto gótico começa a surgir com força, rumo à música profana.
Ligada à literatura e à palavra (mot=palavra) a música alia também o gesto
dando-se o começo do drama musical, muito percebido nos -Autos-
que mantinham assunto religioso e nos -Jeu- de caráter profano,
como o -Jeu de Robin et Marion- de Adam de la Halle no sec. XIII.
A Escola de Notre Dame , principal escola e centro de difusão de idéias polifônicas,
abrigou grandes músicos como os mestres Léonin e Pérotin, mais as contribuições dos
inglêses que traziam as experiências contrapontísticas do gymel e do fá-bordão.
Principais representantes:
Leoninus, compos o -Liber organi- que contém cantos a 2 vozes.
Pérotinus- acrescentou muito ao -Liber organi- e escreveu a 3 e 4 vozes, usou imitação
e contrastes. Sua importância é vital entre 1180 e 1230.
Marchettus de Pádua teórico italiano escreveu 2 tratados: -Lucidarium in arte musicae planae- e - Pomerium artis
musicae mensurabilis-.
Francon de Colônia- escreveu -Ars cantus mensurabilis-, onde estão os fundamentos da notação
proporcional=mensuralismo, até nosso dias.
Petrus de Croce - teórico francês
Walther Oddington- professor em Oxford e Cambridge, escreveu -De Speculatione musices-
A presença da Música não religiosa, chamada profana, é de vital importância.Era a poesia lírica popular ou
aristocrática, cantada nos castelos e nas aldeias. Em contraposição ao canto gregoriano rigorosamente homófono,
cantado pelos monges, a música profana introduziu as primeiras experiências com a Polifonia,
cantada pelo povo e a nobreza.
O homem venera a Deus, num sentido vertical,para o alto, para os céus, mas também canta o amor, a beleza, a
natureza, num sentido horizontal, para o que o cerca e este será o sentido que explodirá na Renascença, mais tarde.
Assim, podemos dizer que era o início do que se chamaria de Ars Antiqua. As cidades cresciam, surgiam novas
construções, arquiteturas complexas nas catedrais, Universidades, traduções importantes de vários escritos orientais e
outros e a filosofia.
Os principais temas da Música profana: amor, épicos, báquicos,cavalaria e cruzadas. O trovadorismo foi o maior
responsável pelo despertar da Música profana.
Os trovadores apareceram no Sul da França, na Provença, em meados do Sec. XI até o Sec. XIII. Eram nobres, falavam
dialetos e chamavam-se Troubadours.
Na Alemanha, os trovadores eram os Minnesänger e os burgueses, Meistersinger
(mestres-cantores) e baseavam seus cantos na canção popular e na poesia dos Vaganten (vagantes) que eram estudantes
universitários, entre as quais encontramosos escritos da Carmina Burana.
Era uma reação,como já vimos, ao canto gregoriano, trazendo uma relação vocal-instrumental, inédita.
Alguns exemplos:
TROVADORES: Guillaume IX (1086-1127), Bernart de Ventadour (1145-1195), entre outros.
TROVEIROS:Rei Ricardo Coração de Leão (1157-1199), Thibault de Campagne (1201-1253), Alfonso X, o sábio
(1226-1284)-Espanha, entre outros.
MINNESÄNGER: Vogelweide (1230), Tannhäuser (Sec.XII), Reuenthal (1240), entre outros.
MEISTERSINGER: Hans Sachs (sec.XV), entre outros.
MENESTRÉIS: Aqueles que executavam sem compor, sendo servos, não nobres.
Na Inglaterra, eram chamados bardos.
MÚSICO-POETA: Os compositores e músicos itinerantes de castelo em castelo.
ZilahiSoft - História da Música – 1998
ARS NOVA
Muitas vêzes chamada de Pré-Renascença.
O homem já vinha atuando na vida comum, no sentido horizontal (veja Ars Antiqua e Música Profana)
e começava a olhar para si mesmo, primando pelo individual, a cuidar muito mais da aparência,
valoriza o luxo, os ornamentos e decorações.
O espírito da época tende mais para o chamado profano, sem é claro perder-se de vista a forte influência da Igreja, nos
aspectos social, moral, econômico e governamental.
Também influenciaram e muito, a época, a Guerra dos Cem Anos, as primeiras navegações importantes, o princípio da
queda do feudalismo e o realismo político e filosófico.
A notação musical se fixava e expandia. A música profana ganhava um cunho mais respeitoso e profissional, aliando-
se também, às danças. Destacam-se França, Inglaterra e Itália.
Independência de melodias (várias) e assuntos (vários) numa mesma música. Esquemas rítmicos complexos e
matemáticos. A profanidade penetra nos domínios da música chamada erudita eclesiástica.
A polifonia se impõe. Era uma música mais próxima da vida,mais flexível, mais independente. Coordenava-se as
várias vozes, com novas técnicas para lidar com as dissonâncias, nascia o contraponto.
O grande compositor Guillaume de Machaut(1310-1377) era poeta, músico, escreveu a 3 e 4 vozes, foi o primeiro a
escolher as 5 partes da Missa (Kyrie, Glória, Credo, Sactus c/Benedictus e Agnus Dei), para musicar, na Messe du
Sacre, de complicada arte contrapontística, trazendo as primeiras questões quanto à resolução de dissonâncias, para a
futura Renanscença.
Philipe de Vitry (1285-1361), bispo de Meaux, compositor, foi o primeiro a empregar o termo ARS NOVA, para
amúsica de seu tempo, em contraposição à anterior, Ars Antiqua.
Francesco Landino (1325-1397),italiano, célebre organista, destacou-se como compositor e virtuose.
John Dunstable (1370-1453), inglês, aperfeiçoou técnicas na música litúrgica e foi compositor profícuo.
A TRANSIÇÃO PARA A RENASCENÇA
Mestres Flamengos
O termo flamengo, vem da região que compreende Paris, Dijon, Reims, Cambrai, Mons, Bruxelas, Bruges e Antuérpia
o que quer dizer Bélgica e Norte da França.
É o ducado de Borgonha, região civilizada, de requintadas cortes e decadente feudalismo.
O povo ascende rápidamente e invade as artes. Na música erudita, a Missa e o Motete (do francês mot = palavra),
cantados a capella (sem acompanhamento). O contraponto é bastante intrincado, com muita independência das vozes.
Os compositores desta "Escola Franco-Flamenga" se servem de melodias populares e seus textos, às vezes eróticas e
até obcenas, para comporem Missas e música litúrgica e profana.
A Música é tratada como ciência, para ouvidos educados ou até profissionais.
Escreve-se até 36 vozes independentes (ou mais), invertendo temas,
usando movimento contrário e com bastante abstração.
Destacam-se:
Guillaume Dufay (1400 - 1474),Gilles Binchois (1400 - 1460),
Johannes Ockeghem (1430 - 1495), Jakob Obrecht (1430 - 1505).
O quarteto vocal vai se impondo com eficiência. A Renascença nascia sem saber.
RENASCENÇA
ZilahiSoft - História da Música - 1998
POLIFONIAS na Renascença
O Renascimento pode ser considerado como um movimento artístico,
sob uma estética impulsionada pelo Humanismo desde aproximadamente a metade do Sec. XV até o XVI.
Básicamente, era o reviver da Antiguidade Clássica greco-romana, nas artes.
Na Música, a principal representante do período é a Polifonia e suas formas. Pode-se dividir a Renascença,
(aproximadamente) em 3 fases polifônicas:
1- do final da Ars Nova até 1453 - Chamada por muitos de PRÉ-RENASCENÇA
2- de 1453 até 1521 (+Josquin Des Pres) - Chamada por muitos de RENASCENÇA
3- de 1521 até o final do Século XVI - Chamada por muitos de ALTA RENASCENÇA
Deve-se lembrar que era Polifonia VOCAL e nenhum outro período apresentou tamanho esplendor,
na arte vocal a capella.
A música religiosa e profana se separaram definitivamente, graças ao pensamento humanista ao mesmo tempo em que
a Reforma trazia grandes transformações na música litúrgica, aproveitando até a música popular.
Também a reação da Igreja Católica com a chamada Contra Reforma, trouxe diversas transformações.
A Música Profana a capella e a introdução cada vez maior de instrumentos, foi conduzindo pouco a pouco à grande
revolução vocal e instrumental, que, culminaria no pré-nascimento do melodrama, no fim do Sec. XVI e mais tarde, a
Ópera barroca.
Também na Renascença, a tipografia musical surgia e ajudava a difundir as composições e a polifonia, sendo
encontradas até hoje várias tablaturas para alaúde, música vocal e instrumental.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
REFORMA E CONTRA-REFORMA
A REFORMA
Na Renascença, são dois acontecimentos dignos de nota.
A Reforma, nada tem a ver com a Renascença, se comparadas.
Lembrando que a Música já vinha saindo das Igrejas e ganhando os palácios e as aldeias
Alguns países aderiram ao movimento da Reforma e, nestes, a música voltou para dentro das Igrejas,
mas diferentemente de antes, agora com a participação da congregação, do povo.
Como outros países e até metade de alguns outros, ainda estava fiel à Igreja Católica,
a diversidade musical era intensa. (Música profana, católica e protestante,
fora a influência oriental das Cruzadas [anterior] e dos descobrimentos).
Apenas como exemplo, Orlandus Lassus [Roland de Lattre], (1530-1594),
foi regente da capela da Corte de Munique (catolicismo romano) e escreveu muita música profana
(humorísticas e eróticas, inclusive). Na Inglaterra, apesar da imposição da Coroa,
o calvinismo não deu a mesma importância à Música como se dava antes e o resultado
foi que a Música Profana se desenvolveu muito mais.
William Byrd (1543-1623), continuava católico, mas trabalhando como maestro de capella da rainha protestante.
Segundo a linha de Lutero, havia também, que acontecer uma quase simplificação,para que a mensagem pudesse ser
cantada por todo o povo e entendida quando executada pelos coros profissionais de então.
Na França e Holanda,os instrumentos foram banidos da Igreja Calvinista, ficando apenas o órgão.
A musicalidade de Lutero e a importância dada por êle, à Música (pela tradição germânica),
foi vital num momento de revolução como a Reforma, pois em caso contrário, ao negar procedimentos católicos,
a Música poderia mesmo, ser a vítima.
Pelo tratamento diferenciado dado à Música, no Calvinismo,percebe-se o grande número
de cantos em uníssono, na Igreja.
O Coral luterano, nada tem a ver com o Coral Gregoriano.
É melodia sacra, popular (ou de temas populares e folclóricos harmonizados, versados e adaptados),
cantada pela congregação, ou seja, pelo povo, na sua própria lingua,
(diferentemente do Gregoriano cantado em latim, sómente pelos monges),
acompanhada pelo órgão ou a capella.
A CONTRA REFORMA
A Contra Reforma aconteceu com a fundação da Companhia de Jesus e o Concílio de Trento.
(o nome Contra Reforma, foi dado depois, por historiadores protestantes). Dentro da Igreja Católica,
foi um movimento importantíssimo, nos pontos de vista administrativo, religioso,moral e também musical.
A preocupação era também a de que se entendesse muito bem as palavras, a mensagem sacra que o coro canta.
Obrigou a reduzir a complexidade contrapontística e a simultaneidade dos textos,
excluindo até o acompanhamento, limitado ao órgão, apenas para prelúdio.
É música essencialmente a capella.
O representantemais importante desse movimento é
Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594), que teve intensa vida musical:
-Regente da capela Giulia, capela Papal, coro de San Giovanni in Laterano, coro de Santa Maria Maggiore,
Coro de San Pietro in Vaticano.-Compositor de 105 missas, 280 motetes, mais de 200 obras sacras diversas e
madrigais, 95 madrigais profanos, além de canções.
O Concílio de Trento quase proibiu a Polifonia e a inclusão de textos profanos,
tentando reestabelecer apenas o gregoriano. Mas, a música de Palestrina era uma unanimidade.
Palestrina, sem prejuízos aparentes, conseguiu reduzir a complexidade contrapontística,
limitou a independência e o número de vozes atuantes, coincidindo as consonâncias, focalizando a palavra.
Era o princípio da Polifonica linear, também desenvolvida em outros centros,
por outros mestres que chegavam a procedimentos similares, como por exemplo,
Tomas Luís de Victoria (1540-1611), na Espanha.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
PAÍSES e a Renascença
ESPANHA
Misticismo religioso, catolicismo forte, tons sombrios, muito afetada pela Inquisição
e um alto conservadorismo na Igreja.
Seus principais representantes:
Cristóbal Morales (1500 - 1553),
Francesco Guerrero (1528 - 1599),
Antonio de Cabezon (1510 - 1566),
Tomas Luis de Victoria (1548 - 1611).
FRANÇA
Escola Franco-flamenga, de tendência universalista, sendo influenciadora em toda a Europa.
Seus principais representantes:
Guillaume Dufay (1400 - 1474),
Gilles Binchois (1400 - 1460),
Joan Ockeghen (1430 - 1495),
Jakob Obrecht (1430 - 1505),
Josquin Des Pres (1450 - 1521),
Clément Jannequin (1485 - 1560),
Claude de Sermisy (1490 - 1562),
Claude Goudimel (1505 - 1572),
Guillaume Costeley (1531 - 1606),
Orlandus Lassus (1530 - 1594),
Jan Pieterzoon Sweelinck(1562-1621)
ITÁLIA
Escola Romana, de maior religiosidade mística e serenidade.
Principais representantes:
Giovanni Maria Nanini (1540 - 1607),
Marco Antonio Ingegneri (1545 - 1592),
Felice Anerio (1560 - 1614),
G.P.Palestrina (1524 - 1594),
Gregório Allegri (1584 - 1652).
Escola Veneziana, de maior brilho, participação instrumental e dramatização.
Início do melodrama e berço dos primórdios da futura Ópera Barroca.
Principais representantes: Adriano Willaert (1480 - 1562),
Andrea Gabrieli (1510 - 1586),
Giovanni Gabrieli (1557 - 1612),
Claudio Merulo (1533 - 1604),
Orazio Vecchi (1550 - 1650).
INGLATERRA
Desenvolvimento do Madrigal, das escolas de violas e de alaudistas célebres.
Principais representantes:
John Dunstable (1370 - 1453),
Thomas Tallis (1505 - 1585),
William Byrd (1543 - 1623),
Thomas Morley(1557 - 1603),
John Dowland (1563 -1626),
Orland Gibbons (1583-1625).
ALEMANHA
Música de inspiração protestante, talvez a mais hermética das Renascenças.
Principais representantes:
Jacobus Gallus (Jacob Handl) (1550 - 1594),
Heinrich Isaak (1450 - 1517),
Ludwig Senfl (1492 - 1555),
Martinho Lutero (1483 - 1546),
Hans Leo Hassler (1564 - 1612),
Michael Pretorius(1571 - 1621).
Surgia o material músico-litúrgico preparatório para J.S.Bach, no Barroco protestante.
BARROCO
ZilahiSoft - História da Música - 1998
MANEIRISMO
É chamada a fase intermediária entre a explosão da polifonia no final da Renascença
e os primeiros passos do Barroco.
Dominando a expressividade do passado, ainda não tinha os elementos para se dizer
Música do presente, o que não invalida o período, nem as manifestações musicais
que aconteceram durante o mesmo.
No Maneirismo, encontramos a policoralidade.
Os coros alternavam-se trazendo ao ouvinte o esplendor sonoro das catedrais.
As composições para 2 e até mais coros, reuniam de 8 a 16 vozes independentes (ou mais).
A interpretação chega ao auge da expressividade, com indicações para serem executadas
ad libitum (à vontade), com órgão ou mesmo conjunto de metais (a função destes instrumentos
seria a de orientar a profusão de cantores dos vários corais simultâneos de 8 ou até 32 vozes?)
O acompanhamento realizado por estes instrumentos era por acordes, o que antecipava
procedimentos orquestrais do Barroco e da Ópera, no futuro.
Ao mesmo tempo essa música e sua abundância de vozes, estava chegando a uma autodestruição.
Como veremos, mais adiante, Orazzio Vecchi nos mostrará as impossibilidades
que este sistema de composição apresenta, devidas à simultaneidade de informações,
vozes, instrumentos e reverberações.
Alguns compositores:
Adrian Willaert (1480-1562),
Andrea Gabrieli (1510-1586),
Giovanni Gabrieli (1557-1612).
Os cromatismos e dissonâncias surgiam, não só pelo desenvolvimento musical no período
e suas experimentações, mas também pelo surgimento de um novo ouvido contemporâneo.
Um personagem digno de nota no período é Carlo Gesualdo, principe de Venosa (1560-1614).
Sendo nobre diletante, compôs diversos madrigais, que até hoje provocam discussões
entre os musicólogos, pelas suas dissonâncias, cromatismos e resoluções.
(veja Gesualdo em Curiosidades).
ZilahiSoft - História da Música - 1998
O BARROCO
Ressucistar a arte grega,um desafio da Renascença.
E o Barroco o que pretendia? O que e como era?
Tudo o que lembra Grandioso, Exuberante, Estupendo, Pomposo,
geralmente é associado ou até nomeado de Barroco. Certo ou errado?
Realmente o Barroco assume tantas faces importantes na História da Música,
que não é possível tentar apenas defini-lo. É preciso analisar cada acontecimento, cada gênero surgido.
 O termo "Barroco" só foi usado em 1920 no Hist.da Música de Panaim & D.Corte.
Alguns dados iniciais, nos mostram características:
A melodia separa-se do coro e toma importância individual sendo o centro de interesse,
expressando o drama, as sensações e os sentimentos. Nasceria a Ópera Barroca.
O período chamado Barroco é aquele entre o século XVII e a primeira metade do sec. XVIII.
O homem deste período tende fortemente ao racional e grandes filósofos elaboram suas teses e teorias,
tais como: Descartes, Pascal, Bacon. Pode-se considerar que em termos de Arte, foi uma era Pós-Clássica,
entendendo por clássica, todas as manifestações no sentido de reviver a arte grega, marcante no Renascimento.
A exuberância dos detalhes e a grandiosidade expressiva, são marcantes no Barroco.
Surgiram diversas formas musicais, como veremos, ligadas ao florescente gênero instrumental.
A Arte Dramática, em Música, ganha espaço.
Os principais países: Itália, onde começou e também França, Inglaterra e Alemanha, respeitadas as diferenças.
ÓPERA
Sentindo o período barroco como um progresso, em relação às tentativas de ressuscitar as artes da Renascença, o
músico do Barroco, procurava novos meios de expressão, mesmo provocado pela explosão da polifonia, a grande
influência instrumental, a melodia independendo-se do coro, a valorização do canto solista e o virtuosismo vocal e
instrumental. Para ilustrar, veremos:
Orazzio Vecchi (1550-1605), colocando de vez um fim à hegemonia polifonica, compondo "Anfiparnasso, commedia
harmonica" (1594), onde cada personagem era cantado por um coro diferente de 4 ou 5 vozes, levando a platéia a uma
situação até hilária e desconfortante, tentando assimilar texto e o todo da peça. Há historiadores que afirmam ter sido
composta propositadamente e é o que parece. O canto individual tomava seu lugar. Ao pensar em origens da ópera,
deve-se centrar em Florença. A chamada ópera florentina. Um grupo de literatos e estudiosos eruditos reuniu-se sob os
auspícios do mecenas Bardi, estando entre eles, Vincenzo Galilei pai do conhecido astrônomo, todos empenhados em
estudar os motivos do fracasso de se imitar a tragédia grega, no sec. XVI. A tragédia grega trazia o -falado- "parlando",
-recitado- "recitativo", ou uma declamação bem próxima do canto e poucos se deram conta disso ao tentar reviver o
passado. Esses literatos pensavam que era preciso juntar a música ao texto, resultando numa obra nada parecida, então,
com a tragédia grega,tão pretendida. Assim, os textos dramáticos, iam surgindo e recebiam o nome de libretos.
Alguns exemplos: Dafne (1597), Euridice (1600), libreto de Ottavio Rinuccini e música de Jacopo Peri (1561-1633).
Também para Euridice escreveu música Giulio Caccini (1550-1618), que era cantor e autor da obra Nuove Musiche,
uma coletânea de canções a uma voz. O costume de ouvir polifonias, foi fazendo com que os ouvidos exigissem algo
mais, que o acompanhamento instrumental veio suprir. Esse instrumento harmonico ou a reunião de outros vários se
limita a acordes acompanhando o canto, dando a base, o baixo, que foi sendo chamado basso continuo. Era o baixo
contínuo. O apoio era desenvolvido e a escrita era feita por cifras em números indicativos dos intervalos entre as notas
do acorde, podendo ser interpretados de maneira diversa por cada instrumentista, aliada a uma improvisação bastante
livre. (Baixo Contínuo-Notação composta por algarismos subpostos à nota do baixo, delimitando o acorde a ser
realizado à maneira do executante, no ponto de vista da improvisação, respeitando conforme a cifra, a posição dos
acordes. Isso trouxe um maior entendimento da ciência da concatenação dos acordes, constituindo os futuros tratados
de Harmonia, como o de J.P.Rameau [1683-1764]).
Voltando à ópera, um nome não pode ser esquecido:
Claudio Monteverde (1567-1643), maestro de música da corte de Mântua e regente do coro da Basílica de San Marco
de Veneza. Talvez com mais consciência do momento vivido pela música dramática de então, soube, nas suas
composições, mesclar toda a herança da polifonia com a supremacia da voz solista e o embasamento instrumental,
inclusive montando uma orquestra até numerosa e variada em suas composições de muita grandiosidade com árias (tipo
de solo cantado [veja em Termos]) de eficiente dramaticidade, enebriando a corte e o povo. De todas as tentativas de
música dramática, "Orfeo" é a primeira peça composta de maneira a poder ser chamada de Ópera. Os solistas estão em
primeiro plano e os coros aparecem ao fundo, tudo costurado por acompanhamento orquestral convincente e poderoso.
Mesmo combatidoem sua época, é o maior compositor desta fase de nascimento da Ópera, deixando influências
visíveis para o futuro, como nas obras de Henry Purcell (1658-1695) e Henrich Schultz (1585-1672),
apenas para citar 2 exemplos.
O nascer da ópera no Barroco, seus precursores, compositores contemporâneos e do futuro:
Camerata Fiorentina (Florença)
Vincenzo Galilei [1520-1591],
Giulio Caccini [1550-1618],
Ottavio Rinuccini [1560-1621],
 Jacopo Peri [1561-1633].
Mântua-
Claudio Monteverdi [1574-1634]
Veneza
Francesco Cavalli [1602-1676],
Marco Antonio Cesti [1618-1669]
Roma-
Luigi Rossi [1598-1651],
Domenico Mazzocchi [1590-1645]
Nápoles
Alessandro Scarlatti [1659-1752],
Giovanni Batista Pergolesi [1710-1736]
Alemanha
Heinrich Schutz [1585-1672],
Georg Philipp Telemann [1681-1767]
França
Jean Baptiste Lully [1632-1687],
Jean Philippe Rameau [1683-1764]
Inglaterra
Henry Purcell [1658-1695],
G.F.Handel [1685-1759].
Também se desenvolveu no Barroco, um gênero que envolvia dramaticidade, porém, no âmbito da música religiosa,
originado dos "Laudi spirituali".
Era a narrativa em poesia e música de cantos sacros, para apoiar as verdades religiosas
Também emprega como na ópera, os estilos de ària, coros, recitativos e outros, porém sem encenação.
Chamado na França de "Histoire sacrée", ficou conhecido e espalhou-se por toda a Europa, independente da religião,
com suas adaptações.
É o ORATÓRIO.
Principais representantes:
Emilio del Cavallieri - [1550-1602],
Giacomo Carissimi - [1605-1674],
G.F.Handel - [1685-1759]. [Veja também em Protestantes , o gênero Cantata]
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HOMOFONIAS (no Barroco)
A nova forma de expressão, a hegemonia da voz solista, a presença marcante dos instrumentos,
invadia a Europa. Os compositores que ainda usavam formas da Alta Renascença e Maneirismo ,
procuravam, através de viagens e intercâmbios, se aproximar da florescencia musical italiana.
Alguns exemplos: Jan Pieterzoon Sweelinck [1562-1621] organista em Amsterdã,
espelhou-se nos Gabrieli.
Hans Leo Hassler [1564-1612] organista em Nuremberg, foi aluno de Andrea Gabrieli.
Johann Hermann Schein [1586-1630] Kantor em S.Tomas-Leipzig bastante influenciado por
Monteverde, foi o primeiro a reunir várias danças da época numa forma que se chamou Suíte.
Heinrich Schuetz (Schutz) [1585-1672] foi discípulo de Monteverde
e desenvolveu intensamente a arte dos venezianos, tornando-se um dos grandes compositores do Barroco.
Mas, os italianos também emigraram, difundindo sua arte:
Na França, o florentino Giovanni Battista Lully ou para os franceses, Jean Baptista Lully
[1632-1687] (veja Lully em Curiosidades), dominou a cena musical francesa,
introduzindo inovações orquestrais importantes, [les 24 vilons du Roi], com muitos privilégios,
através de Luís XIV, tornando-se regente e profícuo compositor, acrescentando alguns instrumentos de
metal, já iniciando a futura orquestra. É o responsável pela criação da "ouverture française" e
pela atenção dada às danças e às suites , fixando o gênero como particularmente francês.
Tamanha foi a hegemonia de Lully, que muitos compositores importantes, acabaram num certo ostracismo.
A injustiça maior foi com Marc-Antoine Charpentier [1634-1704],
compositor de Moliére e Richard de Lalande [1657-1726], ambos ressuscitados por pesquisadores, com justiça.
Na Inglaterra, um grande representante da influência de Monteverde:
Henry Purcell [1658-1695] apesar de morrer cedo, é o maior compositor inglês, depois dos
grandes da Renascença e muitos acreditam que até à época de Benjamin Britten, não foi superado em solo inglês,
considerando que G.F.Handel, J.C.Bach e J.Haydn, que fizeram grande sucesso, eram alemães.
Muitos o consideram o precursor de Pergolese e da música instrumental do século XVIII.
Na ópera, destaca-se "Dido e Aeneas", que permanece no repertório ainda hoje.
A música instrumental de Purcell é vigorosa e cheia de experimentações que nos faz pensar no que resultaria,
se não morresse aos 37 anos.
Ainda, os italianos:
Giacomo Carissimi [1605-1674], compositor conhecido pelos Oratórios , regente do Collegium
Germanicum, em Roma.
Alessandro Stradella [1645-1682] escreveu as primeiras cantatas de câmara e concerti grossi.
Carlo Pallavicino [1630-1688], Francesco Conti [1682-1732] e
Agostino Steffani[1655-1728], considerado um introdutor do estilo concertante.
Antonio Lotti [1667-1740] compositor que ousou, não por escrever a 6 ou 11 vozes,
mas por introduzir efeitos sonoros com blocos de acordes e dissonâncias .
Antonio Caldara [1670-1736], vice-regente na corte de Viena.
Francesco Durante [1684-1755] foi professor de Pergolese.
Leonardo Leo [1694-1744] emocionado compositor de Oratórios.
Benedetto Marcello [1686-1739] compositor famoso autor do panfleto "Il teatro alla moda",
que denunciava a vaidade de compositores e cantores
(veja Marcello em Curiosidades) preferindo a música sacra.
Escreveu importantes concertos para instrumentos solo e orquestra.
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O INSTRUMENTAL NO BARROCO
A presença dos instrumentos é vital para o Barroco.
Os instrumentos de tecla, executando o baixo contínuo, a simultaneidade de instrumentos combinados,
resultando em novas sonoridades e timbres, o desenvolvimento da construção de instrumentos pelos luthiers,
o aprimoramento dos solistas chegando ao virtuosismo, o surgimento de novas formas de composição
trouxeram para o Barroco todo um ambiente propício.
As novas formas:
Sonata [para violino ou violoncello],
Concerto [solo de violino ou instrumento de sopro],
Concerto Grosso [vários instrumentos solistas alternando com a orquestra, formando então o "tutti"].
Também o desenvolvimento do contraponto,
gerou formas polifonicas [ex:fuga]que chegariam ao seu auge à época de Bach.
O violino já se impunha como instrumento líder e grandes violinistas se mostraram excelentes compositores:
Arcangelo Corelli [1653-1713] firmou-se muito como compositor de brilhantes Concerti Grossi.
Tommaso Albinoni [1674-1745] introdutor do arioso (mais lento) nas sonatas e do oboé no concerto grosso.
Um caso especial é Antonio Vivaldi [c.1678-1741], padre veneziano que enveredou pela música instrumental
profana com tamanha eficiência que deixou heranças e influências, despertando grande interesse em J.S.Bach.
De comportamento pouco sério para um padre (veja Vivaldi em Curiosidades), foi tomado pela idéia musical,
produzindo inúmeras obras instrumentais, que sobrevivem até hoje, até infelizmente,
sendo inadequadamente usadas pela propaganda, como trilha sonora na televisão e cinema,
descrevendo situações associadas ao uso de desodorantes e shampoos, de gosto bastante discutível.
Mas a música de Vivaldi está acima disso.
Famoso violinista, também em outros países, como a Alemanha, onde se supõe que Bach o tenha ouvido,
teve obras publicadas em Amsterdã, Paris e Londres.
Obra sua de relevância, é o "Estro Armonico", coletânea de 12 concerti grossi,que Bach estudou e fez arranjos.
Outra obra popularíssima são as "Quattro stagioni" que nos dias de hoje, apesar da beleza, chegou aos limites da
exploração e desgaste. Vivaldi soube magistralmente variar e usar idéias rítmicas vibrantes, evitando a mesmice
numa obra tão extensa, com imaginação quase inesgotável.
A supremacia do violino, criou muitos virtuoses:
Francesco Maria Veracini (1685-1750),
Francesco Antonio Bonforti (1672-1749),
Francesco Geminiani (1667-1762),
Pietro Locatelli (1695-1764).
Giuseppe Tartini (1692-1770) fundador de uma escola de violinistas em Pádua, foi compositor de inúmeros concertos
para violino e orquestra. Escreveu o Traité des Agréments de la Musique, que tratava da ornamentação musical. (Veja
Tartini em Curiosidades). Foi considerado o maior violinista do Sec. XVIII.
Jean Marie Leclair (1696-1764) já foi considerado o Vivaldi francês.
O cravo , também se impôs como instrumento de apoio devido à importância do baixo-contínuo, mas também como
instrumento solista em peças com orquestra ou solo.
Domenico Scarlatti (1685-1757), filho de Alessandro Scarlatti, esteve na península ibérica e na Inglaterra, não sendo
muito preocupado com a difusão de suas obras, que não cumpriram a herança do pai.
Mesmo sendo muito respeitado na corte de Espanha, retirou-se e a hegemonia musical no país passou a Farinelli, o
famoso cantor castrado. Mesmo assim é considerado o maior compositor para cravo nos meios que frequentou.
Compos cerca de 500 sonatas e em muitas delas nota-se uma influência marcante da música espanhola e modulações
ousadas.
François Couperin (1668-1733), um compositor para cravo também importante, preocupou-se
mais com a música descritiva de grande apreciação na corte especializando-se na Suite.
Ravel reviveu a memória de Couperin, com justiça.
A influência do estilo francês "contaminou" Georg Philipp Telemann (1681-1767), mesmo sendo luterano na
ascendência. Preferiu o trabalho em Hamburgo do que a nomeação de Kantor em S.Tomás,
compondo inúmeras peças para a corte de seu tempo, ficando talvez por isso numa posição, no futuro,
de um relativo esquecimento perante o mais 'serio' Bach, que o admirava e era amigo.
Não lhe faz justiça,ao analisarmos o vastíssimo conjunto de sua obra, a errônea fama de músico da corte
mais preocupado em satisfazer-lhe os gostos. É obra séria, de profunda inspiração e beleza incontestável.
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PROTESTANTES
Georg Friedrigh Haendel (Handel) (1685-1759)
Natural da Saxônia, bastante fechda ao muundo, pelo luteranismo ferrenho e nada propício para um músico com os
anseios e talentos de Haendel, estudou Direito, com formação para ser organista, Kantor. Viajou para a Itália em 1707
apresentando-se. Transfere-se para a Ingleterra, funda e dirige uma casa de ópera. Resistências inglêsas, rivais italianos
e credores. 1728, falência. Funda nova ópera, luta, mas em 1736, nova falência e paralisia.
Escreve diversas óperas que até hoje só sobrevivem alguns trechos, enttre os quais, Serse (Xerxes), que vez por outra
volta ao repertório. Começa a apostar em Oratórios e vence. Sua música completa extremamente tudo o que o barroco
tem de grandiosidade. Haydn, mozart e Beethoven consideravam-no o maior de todos os compositores. invenção
musical infinda e brilhantte arranjador de seus próprios temas e até de ouutros, conforme necessitasse de algo sério,
religioso ou profano. Mesmo sendo alemão, nota-se influências italianas e francesas, produzindo música para a
Inglaterra. Era um cosmopolita. O protestantismo inglês chega ao auge com sua Música, mesmo tão ornamentada.
Grande compositor de música instrumental, foi um dos mestres do concerto grosso. Sua vastíssima obra inclui
composições bem populares (o sentido de gosto geral) e que permanecem até hoje, como a -Water Music- e os - Royal
Fireworks-. Suas obras vocais são marcantes, com composições das mais belas, na história da música. As partes corais
são grandiosas e emocionantes como no -Messiah-, apenas para citar uma obra prima universal. Com os
lucros dessa obrra, finalmente pode descansar e ajudar instituições. Venerado como soberano musical da Inglaterra,
esse filho adotivo é gênio reconhecido no mundo inteiro.
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Unanimidade nos dias de hoje, não gozou de prestígio e reconhecimento na sua época. Telleman, sim. Bach era
conhecido como o maior organista de seu tempo, virtuose no cravo e violino. Escreveu grande quantidade de música
sacra, para um ofício luterano exigente. Sempre careceu de recursos e brigou muito por isso. (veja Bach em
Curiosidades). Grande mesttre da polifonia barroca, escreveu a célebre - Arte da Fuga- e sua obra pode ser enquadrada
como de religiosidade mística. Escreveu grande número de cantatas, tendo que compor uma por semana. A obras para
coral é vastíssima, mas só escreveu 5 motetes a capella, enttre elas - Jesus meine Freude-.
O repertório para órgão é de valor inestimável, superando muitos grandes compositores que o antecederam. Das 295
cantatas, subsistem 198, como por exemplo a de no. 147 com o conhecido coro - Jesus bleibet meiine Freude-.
Escreveu também o magnificat, Oratório de natal e a missa em Bm, só citando 3 exemplos grandiosos. Suites, concerti
grossi, sonatas, concertos para diversos instrumentos (suites alemãs) partitas, variações, invenções,, prelúdios e fugas.
Para o cravo, os 24 prelúdios e fugas do 1o. e 2o. voluumes do cravo Bem Temperado representam o ponto máximo da
música para aquele instrumento.
Com rigor matemático, a obra genial do mestre, considerado o pai de todos, traz uma fluência comparável de um rio e
uma religiosidade e emoção indiscutíveis, mesmo aos mais rudes ouvintes. Bach consegue esgotar toda as
possibilidades, enebriando a história da música com obras como os- Concertos de Brandenburgo-.
A arte da Fuga - obra da velhice, grandiosa aula para todas as gerações, foi infelizmente interrompida com a sua morte.
Tanto que não existem indicações para instrumentos escolhidos para a execução. É considerado o grande mestre de
todos os tempos.
Um excelente livro sobre Bach é -Bach, o músico poeta- de Albert Schweitzer.
CLASSICISMO
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ROCOCÓ
O período pré Classico, a transição para o Classicismo, o final do chamado Alto Barroco,
com o qual é confundido, é chamado de Rococó. É música instrumental pura,
o instrumento principal é o cravo e o gênero, a Suite, ainda popular.
Mas a Sonata triunfará.
Seus representantes principais são os cravistas franceses, como Couperin
e as brilhantes teorias harmônicas de J.P.Rameau (1638-1764), no Traité d'Harmonie.
É época de danças, com destaque para o minueto.
Domenico Scarlatti (1685-1764),é também digno representante, pelas suas composições para cravo,
prevalecendo a ornamentação e a elegância nas formas de suas 500 sonatas, aproximadamente.
Neste período surge o piano (1710), invenção de Bartolomeo Cristori, em Florença,
inovando pelo jogo de martelos percutindo a corda, pela possibilidade de graduação
da intensidade sonora e principalmente pelo chamado -Temperamento igual-
(divisão da oitava - 8 notas- em semitons iguais).
A Música deste período, chamada de música pura, expressa recursos distintos e claros:
melodia, harmonia, ritmo, timbre, formas e intensidade.
Principais representantes:
Karl Ph.Emmanuel Bach (1714-1788), mestre da sonata, no esquema: exposição, mudança de tonalidade,
desenvolvimento, repetição da exposição no tom original com pequenas modificações.
Johann Christian Bach (1752-1832), o Bach de Londres- que introduziu no esquema da sonata, um segundo tema
contrastante e
Johann N.Hümmel (1778-1837), enttre outros.
A Escola de Mannheim (veja Escolas), berço do Sinfonismo, e seus representantes:
Johann Stamitz (1717-1757),
G.B.Sammartini (1710-1775),
D.von Dittersdorf (1739-1759), entre outros.
Nas obras orquestrais, o nascer da Sinfonia. Era a chamada Sonata-forma.
Resumindo: A Sinfonia era uma sonata para a orquestra, o concerto foi se
tornando uma sonata para solo e orquestra e haydn ainda acrescentaria o Quarteto de cordas
que seria uma sonata para 4 instrumentos de corda.
Essas explicações resumidas acima estão corretas?
Qual a origem e o que era a Sonata-forma?
Veja mais em Sonata e Sinfonia.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
SONATA E SINFONIA [pequeno resumo]
Sonata
No sec. XVII, se designava assim a uma peça para um ou mais instrumentos,
que constava de várias partes. Sonata vem de -sonare (destinada a tocar, soar) em oposição a
-cantata (destinada a cantar).
Domenico Scarlatti estabeleceu uma estrutura com 2 temas em um só movimento (monotemática).
No sec. XVIII, forma de composição para um ou dois instrumentos (piano, piano e violino, etc)
que obedecia a uma estrutura dentro do seguinte esquema:
1o. tempo - Allegro - com 2 temas diferentes, contrastando e mudando de tonalidade.
2o. tempo - Lento - com desenvolvimento simples numa estrutura simples.
3o. tempo - Minueto ou Scherzo - com esquema formal de 2 secções.
4o. tempo - (final) Allegro - que geralmente é um rondó (forma musical cujo tema se repete
 periódicamente, alternando com outros, secundários)
Desta forma é que se originou a Sinfonia.
Também é chamada de Sonata, a composição instrumental em vários movimentos,
sendo que pelo menos um deve obedecer à forma-sonata.
Sinfonia- etmológicamente falando, -duas ou mais fontes sonoras, soando simultaneamente-
 conjunto de vozes, de sons.
Até a época de Bach, aproximadamente significava: peças instrumentais de estrutura
e função similar à abertura ou prelúdio.
Quanto ao aspecto formal, é a obra orquestral que desde meados do sec. XVIII, adotou a princípio,
o padrão estrutural da sonata, destacando e muito a participação de cada instrumento e de seus naipes,
no colorido geral e nas nuances timbrísticas.
HAYDN - mutatis mutandis
Franz Joseph Haydn (1732-1809). Baseado no folclore, este compositor austríaco da divisa com a Hungria,
foi menino cantor na catedral de St.Estevão em Viena, depois músico de tavernas e serenatas.
Casando erradamente, suportou verdadeiro martírio, mesmo separado.
No castelo do príncipe húngaro Esterházy, perto de Viena, foi uma espécie de serviçal especializado
tratado com respeito, que teve uma orquestra para executar suas composições.
Além de Viena, ficou conhecido na Europa inteira.
Recebeu também várias encomendas de outros países, sendo que, após a morte do Príncipe e da mulher,
pode enfim viajar a convite para Londres, onde o sucesso rendeu-lhe muito dinheiro
e o título de -doutor honoris causa-, em Oxford.
No auge da glória é reconhecido como compositor oficial do Império Austríaco
e escreveu em 1797 o Hino Austríaco (hoje -adotado- pela Alemanha.
O classicismo vienense nascia e a chamada tríade clássica:
Haydn - Mozart - Beethoven
( que não deve ser entendida como - do menor para o maior –
e sim como a passagem dos procedimentos que levaram ao que a música se tornou no Pré-Romantismo).
[[[-Cabe aqui lembrar que muitos cometem o erro de chamar a -música erudita- de
-música clássica- que é a música do período chamado Classicismo.]]]
Haydn é grande em invenção melódica, trazendo uma auto-suficiência para as cordas,
que foi enterrando de vez a hegemonia do baixo contínuo, tão soberano no Barroco.
Mestre em Sinfonias e Quartetos, é o ponto de mudança para a música moderna,
progredindo do passsado (Barroco), para o futuro (Mozart, a quem Haydn dedicava muito apreço),
espalhando sua influência a vários compositores.
A obra é vasta:
104 sinfonias, 84 quartetos, 31 trios (piano e cordas), 18 trios (cordas), 36 sonatas para piano,
21 concertos para instrumentos, óperas, oratórios (As Estações, A Criação), etc.
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REFORMA DA ÓPERA
Paris, 1750 aproximadamente.
A ópera era motivo de discórdia.
Personagens:
Nicola Piccini (1728-1800) e Christoph W. Gluck (1714-1787).
A ópera ainda não havia recebido as influências de Haydn.
O bel canto e os procedimentos do final do Barroco, prealeciam.
Pietro Metastasio (1698-1782) firma-se como grande libretista e muitos textos
seus são musicados na época,por vários compositores sendo que o texto se repetia e só diferia, a música.
As dificuldades vocais, pareciam que só aumentavam de compositor a compositor.
É o reino dos castrati (veja Termos). Hoje, o esquecimento para a maior parte destas óperas.
Ainda se pode encontrar representações de óperas de Domenico Cimarosa (1749-1801)
como -Il Matrimonio Segreto-.
A invasão italiana se fazia sentir por toda Europa.
Na Fança, Jean Philippe Rameau (1638-1764), autor do -Traité d'Harmonie-
(base teórica do sistema tonal) e maestro de capela do Rei Luis XV,
esboçou uma reação quase que nacionalista,
esforçando-se por trazer substâncias mais atuais à ópera francesa.
Algumas óperas suas permanecem no repertório, como:
Castor et Pollux. - Hippolyte et Aricie, - Dardamus, - Zoroastre, entre outras.
Ainda outros, tentavam uma nova linguagem operística:
Johann Jakob Heinse (1749-1803),
Johann Adolf Hasse (1699-1783)- il caro sassone, sucesso na Italia, -
Giuseppe SArti (1729-1802),
Baldassare Galuppi (1706-1783),
Giovanni Paësiello (1740-1816),
Niccolo Jommelli (1714-1774) e
Tommaso Traëtta (1727-1779), que quase antecipou os procedimentos de
Christoph Willibald Gluck (1714-1787), maestro na corte da Imperatriz Maria Tereza, em Viena.
Tencionava reformar o gênero ópera.
No lugar das anteriores intrigas amorosas, o enredo mitológico com mais simplicidade e forte efeito trágico.
Eliminaria os exibicionismos vocais, a pompa exagerada, colocando a música a serviço da palavra.
Orfeo ed Euridice (1762) - a primeira ópera reformada, traz uma tragédia mais convincente.
Era o -dramma per musica-, a verdade no palco musical.
Mas, Viena era italianizada demais, por isso Gluck se muda para Paris.
Sucesso retumbante com Iphigénie en Aulide.
Nicola Piccini (1728-1800) ousou competir com o mestre e como sempre na história acabou
no quase completo esquecimento, injustamente.
A influência da reforma de Gluck, se fez notar nas obras de:
Antonio Maria Sacchini (1730-1786),
Etienne-Nicolas Méhul (1763-1817).
O grande Luigi Cherubini (1760-1842), diretor do Conservatório de Munique,
Chefe do ensino musical na França e professor de toda uma geração de compositores,
foi um bastante severo mantenedor das tradições e das regras austeras do contraponto.
Sua influência como professor se fez sentir nas gerações futuras.
Já na época de Napoleão, ainda se fazia sentir a herança de Gluck na obra de
Gasparo Spontini (1774-1851), conhecidocomo despótico,
chegando a acontecer manifestações contra ele, obrigado a se demitir.
A supremacia italiana começava a desmoronar.
Um conhecido aluno de Gluck foi Antonio Salieri (1750-1825), injustamente acusado
por versões literárias da vida de Mozart (comprovadamente morreu de uremia), na vida real
foi brilhante músico, sucesso em sua época, professor de Beethoven e Schubert,
tendo sido resgatada sua obra, nos dias de hoje, com vários protestos contra a injusta difamação.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
MOZART - A Revolução Musical
Não se pode dizer, muitos concordam, que a obra de Mozart se encaixe neste ou naquele movimento musical.
As heranças, é óbvio, as teve, mas a ora precisa ser analisada como -mozartiana-
e sua influência se sentirá e muito nas gerações futuras.
Tendo sido ensinado desde os 4 anos de idade e percorrendo diversas cortes
em intermináveis exibições e concertos, o amadurecimento musical infelizmente
não foi correspondente na vida pessoal. Nomeado ainda na adolescência, maestro da corte de Salzburgo,
sofreu com maus tratos de seu insensível empregador até 1781, quando se muda para Viena.
Alguns títulos oficiais, nenhum cargo, nem ordenado.
O pouco dinheiro vinha de concertos, nem sempre frequentes, aulas,
mesmo o sucesso de -Le Nozze di Figaro- em Viena e -Don Giovanni- em Praga,
adiantaram para tira-lo da difícil situação e nem a Maçonaria lhe deu grande ajuda.
Sempre na miséria e humilhado, cheio de dívidas, empréstimos e despesas coma esposa e filhos natimortos,
ainda teve de suportar a rivalidade, a maledicência dos italianos e a péssima saúde.
Enfim, o terreno em vala comum, como um desconhecido.
Sua obra maravilhosa desmente uma vida infeliz e desgraçada.
Basta citar na vastíssima relação:
Divertimentos, quintetos, quartetos, siinfonias, Ein kleine nachtmusik, concertos, sonatas,
as óperas A Flauta Mágica, Don Giovanni, Le Nozze di Figaro,
Cosi fan Tutte (entre várias), Missas e o Réquiem.
Apesar dos seguidos romances sobre a sua vida,
quem melhor fala a verdade sobre Mozart é sua música.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
BEETHOVEN - O personagem Romântico
Final do século XVIII, O público ouvinte dos concertos já não é só a nobreza e seus mecenas.
É um ouvido -geral-, de quem pagou para assistir e não de quem encomendou a obra.
É a burguesia. Bem típico do Pós Revoluçao Francesa.
Neste ambiente, surge Ludwig van Beethoven (1770-1827), simpatizante da Revolução Francesa que viveu no
ambiente aristocrátrico de Viena. Inquieto, mudava várias vezes de residência.
Passou a mocidade em Bonn, com pai alcoólatra. Em Viena começou a ser conhecido como brilhante improvisador ao
piano. Chegou a publicar composições e obter sucesso. Os príncipes de mecenas suportavam o rude Beethoven,
satisfeitos com a sua obra. Começavam os problemas de audição e até o pensamento suicida, que depois resolve
abandonar e cumprir seu destino, criar sua obra.
Já em 1814é reconhecido como o maior compositor de todos os tempos, sendo comparado a Goethe, nas artes.
A situação financeira era boa e aos editores, ditava ordens.
Chamavam-no -o Napoleão da música-, só que sem derrotas.
Já completamente surdo, isola-se e todos respeitam seus modos esquisitos. Afinal, é Beethoven.
Seu último triunfal concerto, foi a execuçãoa 9a. Sinfonia e trechos da Missa Solemnis.
Morreu em 1827, surdo, quase pobre, mas conhecido como o é hoje e com o respeito devido.
Sua extensa obra é imensamente conhecida e executada.
Sua obra tem fases típicas: (chamadas por muitos de...)
Galante - ao gosto do sec. XVIII, em mudança (Apassionata, etc)
Trágica - a segunda fase, abalada pela surdez, inconformismo (3a. Sinfonia - Eróica)
Maturidade colossal - apesar do sofrimento, a busca do ideal (9a. Sinfonia - Coral)
A imensa colaboração como sinfonista se faz sentir na repercussão de suas obras,
sendo o compositor mais conhecido e executado do mundo.
ROMANTISMO
MODERNISMO
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HERANÇAS - Romantismo
O Romantismo dominará toda a música do sec. XIX.
A literatura exerce forte influência que se nota nos poemas musicais e nos lieds.
O desenvolvimento social e industrial também é um poderoso transformador da música romântica.
É época de grandes virtuoses. O Classicismo deixa, sem sombra de dúvida, uma herança fortíssima.
Não poderia ser de outra forma, tendo surgido Haydn, Mozart e Beethoven.
A sociedade aristocrática agonizava e a música refletia todo esse novo sentimento
e florescimento de uma outra sociedade, com personagens os mais distintos e até esquisitos:
Ernst Theodor Amadeus Hoffmann (1776-1882), contista, músico e crítico de música,
trouxe o novo enredo romântico, sendo que com estilo ainda mozartiano.
Seus textos forneceram libretos para várias óperas de outros compositores,
que permanecem até hoje no repertório, como por exemplo: -Tannhaeuser- de Wagner.
Outro vibrante representante é Niccolo Paganini (1782-1840). Magro, de feição acentuada,
fazia diversas caretas e movimentos e foi o maior violinista de seu tempo.
(muitos historiadores o querem o maior de todos os tempos...).
Suas composições exigem e muitos dos violinistas, além do seu valor como obrra musical.
Sucesso igual, só de Liszt, outro virtuose místico, no piano.
Também Louis Spohr (1784-1859), foi grande violinista, compositor e regente.
As heranças do Classicismo e o nascimento do Romantismo se confundiam e é nesse ambiente que
Franz Schubert (1797-1828), o boêmio genial, de abundante inspiração,
compôs sua imensa obra (com mais títulos que Mozart). Tendo vivido na pobreza, morreu de tifo,
muito cedo, antes de ficar famoso. De suas obras, podemos citar o Quinteto para violino, viola,
violoncelo, contrabaixo e piano (pouco usual) chamado de -ATruta-, Trios, Octetos,
muita música de Câmara, extensa obra pianística, Sonatas, Corais, Sinfonias,
Quartetos, Missas e 600 lieds (canção popular de fundo folclórico, estilizada),
gênero no qual foi compositor magistral.
Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847) de origem judaica batizado luterano e de família abastada,
foi gênio precoce. Absoluto sucesso como pianista, regente e compositor.
Unanimidade total durante sua vida, fundou os concertos sinfônicos do Gewandhaus
em Leipzig e seu Conservatório. Sua fama e glória também eram fortes na Inglaterra.
Permanecem até hoje a -Abertura para Sonho de Uma Noite de Verão,
o Concerto para violino e orquestra Em op.64, vários Trios, Quintetos e Quartetos.
Em 1829, ressuscita Bach, regendo em Berlim -A Paixão Segundo São Mateus-.
Escreveu, como admirador de Haendel vários oratórios destacando-se -Paulus- e -Elias-.
Suas Sinfonias permanecem no repertório como a Italiana, a Escocesa, a da Reforma.
Era um acadêmico bem comportado genial e sua visão acadêmica se propagou
através de seu Conservatório em Leipzig, por muitas gerações.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
A NOVA ÓPERA
É a música dominante do Período Romântico. Mais uma vez, os italianos: Rossini e Bellini.
A ação, a postura cênica, a expressão corporal e os libretos,
exaltam a alta dramaticidade, ainda, reservado o espaço para os grandes solistas.
Aliada à arte cênica, a ópera italiana triunfa no Romantismo.
Gioachino Antonio Rossini, (1792-1868), foi a sensação da europa durante mais de 15 anos e sua importância é
inegável para o mundo da ópera até hoje. O -Barbieri di Siviglia (1816), foi no início um verdadeiro fracasso,
tendo se transformado depois num dos maiores sucessos operísticos de todos os tempos.
Também outras óperas suas triunfaram: - Guillaume Tell-, Italiana in Algeri, Cenerentola,
La Gazza Ladra, Tancredi, Otello, Mosé in Egitto, Semiramide. (veja Rossini em Curiosidades).
Embora muitos não o considerassem um autor para obras sérias, no fim da vida emociona a todos
com o seu Stabat Mater.
Vincenzo Bellini (1801-1835) não foi exatamente um rival, mas um operista diferentede Rossini.
Suas óperas: -I Montechi e i Capuletti- , -I Puritani-, estão voltando ao repertório.
A maior delas é -Norma (1831)- de muita riqueza melóodica e lirismo envolvente.
Tendo morrido cedo, não chegou a desenvolver, infelizmente, todo o seu potencial harmônico e
contrapontístico.
O que se poderia chamar de rival é Gaetano Donizetti (1797-1848), que obteve muito sucesso
e desgraçadamente terminou a vida com problemas mentais.
Tinha muita facilidade e rapidez no escrever óperas, muitas vêzes repetindo-se.
-La Fille du Régiment- e principalmente -Lucia de Lammermour- são óperas ainda bastante
adoradas no repertório operístico. Sua excelência se faz sentir nas grandes óperas cômicas
-L'Elisire d'Amore- e Don Pasquale- que abriram as portas à opereta de Offenbach.
Os italianos ainda triunfariam internacionalmente com Giuseppe Verdi.
Ópera Comique
Palco de guerra dos adeptos da ópera séria e ópera bufa, Paris, viu florescer o gênero ópera cômica.
Seus representantes:
André Ernet Modeste Grétry (1742-1813),
Francóis Adrien Boieldieu (1775-1834),
Daniel François Esprit Auber (1782-1871),
Adolphe Adam (1803-1856),
Albert Lortzing (1801-1851),
Otto Nicolai (1810-1849) e
Fridrich von Flotow (1812-1883).
Ópera Romântica Alemã
A língua italiana ainda era uma unanimidade na preferência dos compositores.
Isso fez acontecer um movimento cada vez maior no sentido da criação da ópera alemã.
Os temas serão o folclore, mitos e lendas.
Carl Maria von Weber (1786-1826) apesar de levar até então uma vida não muito regrada, tinha excelente formação
musical e chegou a Diretor da Ópera de Dresden, levando o nacionalismo alemão pós-Napoleão, a dominar aquele
ambiente, em detrimento dos italianos. Tendo morrido cedo de tuberculose, não desfrutou plenamente o sucesso.
Escreveu lieds, Concertos, Valsas (que eram a última moda alemã), Missas,Sonatas, Quintetos, as óperas -Oberon, -
Euryanthe. Nascia a óepra alemã.
Destaque para a ópera -Der Freishuetz- que tornou-se tão popular a ponto de ser
assobiada pelo povo nas ruas e conquistou o mundo.
ZilahiSoft - Historia da Música - 1998
NACIONALISMO
A Europa se encontrava entre o sucesso da herança dos italianos
e a força instrumental tradicionalista dos alemães e vienenses.
Tanto uma quanto a outra, mostravam claramente suas raízes
e não tardou para que outras nações encontrassem a sua própria música romãntica.
Dinamarca - Niels Gade (1817-1890) discípulo de Mendelssohn
 Friedrich Kuhlau (1786-1832) usou a melodia popular dinamarquesa
Suécia - Ivar Hallstroem (1826-1901) chamado o Weber da Suécia
Rússia - Mikhael Ivanovitch Glinka (1804-1857) usou os modos eslavos e folclore russo
Hungria - Erkel Férènc (1810-1893) criou a ópera nacional com base folclórica -Bankbán
Polonia - Stanislaw Moniuszko (1819-1872) com a ópera Halka
Àustria - Johann Strauss (1825-1899) autor de famosissimas valsas, populares na Europa
 toda, intensamente executada até os dias de hoje, e da opereta mais popular
 Die Fledermaus (O Morcego).
Polônia -Frédéric Chopin (1810-1849) - Filho de francês e menino prodígio no piano, logo
 saiu de seu país, para aperfeiçoamento. À Polônia, palco de revoltas, nunca mais
 seu nacionalismo é apenas nostálgico, apesar da insistência de alguns
 historiadores. Sucesso em Viena e Paris, onde se fixou meio aos intelectuais.
 Manteve relacionamento com a escritora George Sand, conturbado por choque de
 temperamentos e a saúde fraca, vindo então a tuberculose. Apesar do retiro para
 tratamento em Mallorca ou a viagem para Londres, morre em Paris. Seu coração
 foi enviado à catedral de Varsóvia. Muito do acesso dos polonêses ao mundo
 musical europeu, se deve à simpatia de todos pela causa polonesa, contra o czar
 russo. Compôs concertos, sonatas, estudos, prelúdios, noturnos, polonaises,
 valsas e mazurcas. A pianolatria fez exagerar a execução de suas obras, chegando
 à exaustão, fora o aproveitamento em trilhas e propagandas de gosto duvidoso.
França - 'A Grande Ópera e a Opereta'
 Giacomo Meyerbeer (1791-1864) italiano, venceu em Paris, sendo muito combatido
 pelos tradicionalistas e por Wagner que, talvez magoado por não receber ajuda de
 Meyerbeer, que fazia sucesso, aproveitou o fato do mesmo ser judeu e atacou-o
 furiosamente, quando das manifestações e protestos da época. Ainda hoje
 permanece -Les Huguenots-.
 Jacques Fromental-Elie Halévy (1799-1862)
 Jacques Offenbach (1819-1880) compositor do Teatro das - Folies Bergères-,
 dominou a vida musical. Compôs: Les Contes d'Hoffmann e entre suas operetas
 destaca-se -Orphée aux Enfers-.
Hungria - Férèncz Liszt (1811-1886) húngaro de nascimento, se expressava em francês. Era
 um cosmopolita. Prodígio, estudou piano em Viena, onde obteve sucesso
 estrondoso. Viajava muito em tournées virtuosísticas. Ao ouvir Paganini, resolve
 transportar para o piano todo o brilhantismo e a mis-en-scène caracteristicas
 do violinista, (já que Liszt tinha fama de vaidoso) com grande sucesso. Interessado
 pela cultura em geral e pelas mulheres, sendo que sua filha Cosima é fruto de uma das 
 suas uniões (às vezes escandalosas), em que, não raro, as mulheres abandonavam tudo
 por sua causa. A certa altura, deixa a carreira pianística e dedica-se à composição
 orquestral e coral, em Weimar. Apaixonou-se pela música de Wagner e passou a
 divulga-la. Ajudou a muitos não reconhecidos, mas verdadeiros talentos como
 Berlioz, Grieg e Smetana, além do próprio Wagner, que se uniu à sua filha Cosima.
 Já em Roma, sózinho, recebeu as ordens monásticas, em Budapeste, foi
 reconhecido como compositor nacional, mudou-se para Bayreuth, para perto de
 filha Cosima e de Wagner, presidiu a Academia de Música e lá morreu.
 (veja Liszt em Curiosidades) Compôs as 19 Rapsódias Húngaras para piano e que
 mais tarde orquestrou, poemas sinfônicos, as Sinfonias -Faust-, -Dante-, missas,
 oratórios, lieds, diversos arranjos e variações, concertos e estudos técnicos.
 Sua obra desagradava a Brahms, que chegou a dormir em uma audição do mestre.
 A inimizade durou até o fim da vida e a obra de Brahms acabou por colaborar para
 o esquecimento gradativo de Liszt.
Tchecoslováquia - Bedrich Smetana (1824-1884), regente do Teatro Nacional de Praga,
 compôs a ópera - A Noiva Vendida-.
 Antonín Dvorak (1841-1904) Diretor do Conservatório de Nova York e de Praga,
doutor honoris causa da Universidade de Cambridge, obteve sucesso extraordinário
usando o folclore tcheco. Escreveu obras para piano -Humoreske op. 101 no.7-
Danças Eslavas op. 46 e 72, o Stabat Mater, Réquiem, Te Deum e a Sinfonia mais
executada - V Sinfonia em Em. Novo Mundo-, Concerto para violoncelo Bm,
variações, trios, diversos quartetos presentes no repertório atual e quintetos.
Rússia - O Grupo dos Cinco:
 Alexander Sergeievitch Dargomychky(1813-1869)
 César Antonovitch Cui (1835-1918)
 Alexeievitch Balakirev (1837-1910) fundou a Escola Livre de Música
 Alexander Porfirievitch Borodin (1834-1887) compôes a ópera Príncipe Igor
 Modest Petrovitch Mussorgsky (1839-1881) compôs os famosos -Tableaux d'une
 Exposition, (depois orquestrados por
 Maurice Ravel) e a ópera
 Boris Godunov.
O grande orquestrador Nikolai Andreievitch Rimsky-Korsakov (1844-1908) foi um
brilhante expoente da música russa em sua pureza de expressão. Compôs:
O Galo de Ouro, Sheherazade e a Páscoa Russa, entre outras obras.
Alexander Konstantinovitch Glazunov (1865-1936) compositor da conhecida -canção
dos Barqueiros dos Volga.
 Pode-se dizer que na época, o mais conhecido de todos os outros, tanto na Rússia 
como fora dela, apesar de compor muitas vezes, música não exatamenterussa, (o que gerou
 muitas discussões sobre o que seja verdadeiramente música russa) é
Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) que teve uma vida curta e permeada por crises, colapsos
nervosos e até tentativa de suicídio. A conhecida mecenas, Madame de Meck, possibilitou
uma vida sem preocupações financeiras para o mestre. Mesmo com muitos boatos sobre
incoformismo homossexual e tentativas de suicídio,
sabe-se hoje, que morreu de cólera. Sua preocupação era de salvar a música russa trazendo-a
 para o contato com o Ocidente.parece que funcionou, no seu caso
Bastante exigente e crítico até de J.S.Bach, idolatrava Mozart e com essas
demonstrações de arrogância, visava a perfeição, mas foi muito criticado.
 Compôs: Ópera - Eugene Oneguin, quartetos, trios, ballets (O Lago dos Cisnes,
O Quebra Nozes), poemas sinfônicos, aberturas (Romeu e Julieta e 1812), a Serenata para
Orquestra de Cordas op. 48, suites, o Concerto para piano e
orquestra no. 1 Bbm e o Concerto para violino e orquestra em D, além de
Sinfonias (destaque para as de no. 5 e no. 6 -Patética-). Há quem o critique como
um compositor meramente popular. Sua suite -O Quebra Nozes é prova da imensa
popularidade do mestre, sendo inclusive, muito usada, como sempre, em trilhas
e na propaganda, indevidamente.
Serge Rachmaninov (1873-1943) um grande sucesso, que terminou em crises e
suicídio pode ser entendido como antinacionalista acadêmico. Seu Concerto para
piano e orquestra no. 2 em Cm é muito executado até hoje, além de prelúdios e
sinfonias.
Dinamarca - Carl Nielsen (1865-1931) grande rival de Sibelius
Johann Peter Hartmann (1805-1900), sogro de Niels Gade
Noruega - Richard Nordraak (1842-1866)
Edvard Grieg (1843-1907) compositor muito executado hoje em dia pelos seus
Concerto para piano e orquestra em Am e a suite Peer Gynt
Finlândia - Jean Sibelius (1865-1957) escreveu sinfonias, concerto para violino e orquestra,
suites, poemas sinfônicos e a conhecida valsa triste.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
ALTO ROMANTISMO
Paris parecia ser hostil aos cultores da música séria e seus representantes
não eram exaltados ou agraciados com o sucesso.
Assim foi com Hector Berlioz (1803-1869), incompreendido desde a escolha da profissão de músico, não aceitou a
ditadura de Cherubini no Conservatório de Paris. Compôs a cantata cênica -La Dannation de Faust-
-Symphonie Fantastique (sómente hoje valorizada). Seu casamento afundou na miséria apesar de ser escritor e crítico
de música no Journal de Débats, discorrendo sobre o mundo operístico (em moda) que tanto detestava. Regente, não
conseguiu sequer fazer representar sua ópera -Les Troyens-. Recebeu ajuda de Liszt, mas morreu na miséria. Seu
Réquiem foi escrito para duas orquestras e quatro coros, chegando quase a 500 executantes.
(veja Berlioz em Curiosidades).
Robert Schumann (1810-1856) também escritor e respeitado crítico musical. A loucura assinalou sua vida. A filha de
seu antigo e severo professor de piano, Wieck, -contrário ao casamento-, foi além de esposa, a principal divulgadora de
sua obra. Clara Schumann fi excelente pianista e diz-se que possuia mãos enormes, bastante propícias à execução de
Schumann, considerado de alta dificuldade. escreveu extensa obra, que não foi de pronto reconhecida. maior
reconhecimento, recebeu pelas críticas e como editor. Foi sucumbindo aos poucos, a música morrendo, pois ele buscou
a morte e a encontrou mais tarde no manicômio. Destacam-se dentre suas obras: Concertos par diversos instrumentos,
lieds e baladas, peças para piano como -Carnaval-, -Cenas Infantis-,-Peças Fantásticas-, -Études
symphoniques-,-Kreisleriana-, -Fantasia em C- e também sonatas, sinfonias e os magistrais
Concerto para piano e orquestra em Am e o Quinteto para piano e cordas em Eb.
A reação francêsa contra Wagner, apesar do batalhão de admiradores, se fez sentir e bem forte.
Naturalmente, muitos não estavam influenciados, mas conheciam Wagner e as obras destes,
refletiam o Romantismo não-wagneriano.
Charles Gounod (1818-1893), sério e bem humorando ao mesmo tempo, escreveu música
para sua época e também música sacra, como a -Messe à Sainte-Cécile e os oratórios
 La Rédemption - e - Mors et Vita. Foi muitas vêzes considerado um melodista. Suas óperas Faust, Roméo et Juliette- e
Mireille, mantém a autenticidade francesa.
Outros representantes são:
Ambroise Thomas (1811-1896) professor do Conservatório de Paris,
Léo Delibes (1836-1891) compositor do ballet -Coppelia- e a ópera Lakméh.
Georges Bizet (1828-1875) apesar de viver pouco e portanto não chegou ao máximo de seu talento, escreveu o
suficiente para deixar seu nome da história. -Les pêcheurs de perles- e
outras óperas suas, são lembradas graças ao extremo sucesso de -Carmen (1875), apesar do fracasso inicial. Bizet
morreu sem ver o grande sucesso internacional de sua ópera, das mais executadas, mais populares e envolventes de
todos os tempos. Era a arma que os anti-wagnerianos esperavam. O próprio Nietzshe a exaltou, o mesmo fazendo
Brahms.Bizet também escreveu L'Arlesienne (suite) que permanece no repertório orquestral.
Jules Massenet (1842-1912) professor do Conservatório de Paris, compôs óperas que permanecem ainda no repertório,
como Thais, Werther e principalmente Manon.
Como Bizet morreu cedo e a ópera Carmen foi um sucesso arrasador, mas único, os anti-wagnerianos ainda
'procuravam' um digno representante. Verdi não se encaixa totalmente neste papel, pois não era exatamente um anti-
wagneriano, mas sim, um fenômeno especial.
Giuseppe Verdi (1813-1901), surge numa Itália sedenta por liberdade e paz. Seus estudos foram financiados por um
mecenas que se tornou seu sogro, editor e produtor de encenações. Tendo morrido a mulher e os dois filhos quando ele
ainda era jovem, -ironia do destino- se viu obrigado por contrato anterior a escrever uma ópera cômica, que
lógicamente foi um fracasso. Aos poucos, retoma a vida e em 1842 triunfa com
Nabucco- ópera cujo enredo se encaixa no sentimento patriótico nacional da Itália,
como uma luva. É o compositor-símbolo da Itália, reconhecido nacionalmente e cada vez mais, no mundo inteiro. 
Na sequência, uma avalanche de sucessos e a vitória internacional:
Il Rigoleto- ganhou o mundo e assim foi com -Il Trovatore, La Traviata, Un ballo in maschera.
A abertura do canal de Suez trouxe-lhe uma encomenda comemorativa: -Aida-, outro estrondoso sucesso internacional.
Verdi já era homem rico e silencia, talvez precisando de um retiro, pela idade avançada. Após alguns anos, traz dois
estrodosos sucessos:
Otello- e -Falstaff. Morre aos 88 anos e sua herança foi deixada a instiruições de caridade e para um Instituto de ajuda a
músicos pobres e aposentados. (veja Verdi em Curiosidades)
Sua óperas são as mais representadas de todo o repertório internacional até os dias de hoje, mesmo as menos famosas
como Simone Boccanegra,La Forza del Destino, Don Carlos. Escreveu ainda um emocionado e grandioso Requiém,
elogiado por Brahms.
Verdi deixou influências claras nas obras de:
Amilcare Ponchielli (1834-1886) com Gioconda-,
no brasileiro Antonio Carlos Gomes (1836-1896) (veja Brasil) e
Arrigo Boito (1842-1918) com Mefistofele e Nerone.
Compositores que seguiram a linha do realismo clássico que se chamou -Verismo-foram:
Pietro Mascagni (1863-1948) com Cavalleria Rusticana, sem conseguir repetir o sucesso em outras obras.
Ruggiero Leoncavallo (1859-1919) com a famosa ópera I Pagliacci- e
Gustave Charpentier (1860-1956) com -Louise.
A partir daí o verismo atinge também o espírito francês.
Giacomo Puccini (1858-1924), grande músico, conheceu o sucesso e a riqueza, apesar de morrer só e muito doente.
O chamado 'sucesso comercial' não o assustava e sabia bem lidar com isso; inclusive internacionalmente.
Sempre surgiram -puristas- que o condenavam. Tosca-, - La Bohéme-, -Manon Lescault-, -Madame Butterfly- , -
Gianni Schichi e Turandotsão inegáveis unanimidades presentes no repertório de todas as casas de ópera e muitos
admiradores o querem maior e mais atual que Verdi enquanto outros o condenam como compositor de dramalhões,
esperto nos negócios feitos com uma burguesia superficial e inculta.
Na linha de Puccini, encontra-se:
Umberto Giordano (1867-1948), com -Andrea Chénier-imortalizada por Caruso.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
REAÇÕES E RUPTURAS
Richard Wagner (1813-1883) homem dividido entre a literatura e a música,
não pode ser interpretado de outra maneira que não seja como de um inovador no Romantismo.
Realçar a profundidade literária, pela interpretação musical criada em ambientações sonoras, que
beiram à explosão de tudo o que se anteriormente se dizia ser ópera e música sinfônica.
Estava destinado à música cênica, ao teatro, à ópera. Seus -Navio Fantasma-, -Tannhaeuser-,
-Lohengrin-, -O Anel do Nibelungen-, -Tristão e Isolda-, Mestres Cantores-,
Parsifal-, são óperas que ainda pertencem ao repertório no mundo todo.
A presença de um tema recorrente permeando a obra toda é autenticamente wagneriano.
Como regente e realizador, investiu com arrogância contra os judeus,
(principalmente contra Meyerbeer, que segundo Wagner, não lhe deu ajuda) assinando manifestos.
A relação amorosa com Cosima, filha de Liszt e esposa de seu amigo e propagandista,
o grande pianista e regente Hans von Buelow, provocou ecândalo e indignação.
Sua filha Isolde nasceu enquanto Cosima ainda estava casada com Buelow.
Enfim, a Alemanha muito nacionalista e presa às tradições, vê um grande ídolo, perpetuador do folclore,
mitos e lendas. Foi ao mesmo tempo, ruidosamente combatido por Brahms e seus seguidores,
pela grande imprensa, pelos acadêmicos e pelos judeus, tão perseguidos por ele.
Escrevia música -wagneriana- demais para não incomodar a todos.
Constrói a Casa de Festivais, especialmente para representações do -O Anel de Nibelungen- e outras obras suas.
O pensamento wagneriano ganha adeptos, não só influenciados por sua música,
mas também outros influenciados por suas idéias e escritos, principalmente contra os judeus.
Exerceu muita influência com sua contribuição sonora em termos de liberdade modulatória
(de modulações- trocas de tonalidade) e sua linguagem operística, que faz fluir o drama musical
sem as conhecidas divisões da ópera tradicional, chegando a dimensões (tempo) impensadas.
Antecipou futuras rupturas, apesar de sua arrogância, egoísmo, rudeza e caráter pouco apreciado.
Note-se que não hesitou em chamar um judeu, -Hermann Levi-para reger a estréia de Parsifal,
o que foi no mínimo, grande ambiguidade movida por interesse, o que todos na época concordavam.
Sua música trouxe a chamada -crise da harmonia romântica- onde o cromatismo beira a destruição do sistema tonal.
Podem ser considerados wagnerianos:
Engelbert Humperdink (1854-1921) que escreveu a ópera Hansel und Gretel, famosa até hoje.
Anton Bruckner (1824-1896) homem simples considerado inadaptado à sociedade,
próximo de Deus e longe do mundo real. Entusiasmado pela música de Wagner,
não conseguia manter uma postura social considerada comum, mas escrevia música inspiradíssima,
procurando aquelas propostas cromáticas e modulatórias wagnerianas e mesmo na velhice, foi além.
(veja Bruckner em Curiosidades). Suas obras eram voltadas à religião, já que era um beato,
mas acima de tudo grandiosas. Era a chamada -missa/sinfonia-. Escreveu missas, música coral
e principalmente as Sinfonias e o apocalíptico Te Deum.
Já Hugo Wolf (1860-1903), foi mestre nos lieds, adepto do wagnerianismo e fanático,
sofreu perseguições pela sua escolha, sendo demitido do Teatro Municipal de Salzburgo,
por insistir em ensaiar Tristão e Isolda, em vez de operetas. A loucura o arrasou,
empobreceu e assim morreu. De produção irregular, ora escrevia muito, ora passava 2 anos em silêncio.
Escreveu: Serenata Italiana para cordas, Quarteto para cordas, o Poema Sinfônico Penthesilea,
a ópera Der Corregidor. Como crítico fez acertadas análises, mas errou contra Brahms.
Seu bom gosto literário se nota na escolha para musica-los.
Submete o cantor ao texto e o piano (por exemplo) não é mais acompanhante e sim, descreve a música,
levando também a melodia. Escreveu ainda inúmeros lieds reunidos em livros
que cada vez mais retornam ao repertório e ao gosto dos cantores.
Johannes Brahms (1883-1897) não foi uma ameaça a Wagner e nem vice e versa.
No fundo, havia um certo respeito. Ele foi o digno representante de uma herança sinfônica e camerística,
o que facilita a divisão de espaços entre Wagner, Verdi e Brahms, com todas as fúrias partidárias
que a presença dos três grandes músicos, acarretava. Joseph Joachim, violinista de grande talento,
iniciou manifestos contra Wagner, exaltando a memória de grandes do passado
e os partidários de Wagner o acusavam de judeu saudoso de uma música ultrapassada.
Schumann já predisse o gênio do jovem Brahms, em seus artigos.
A ligação de Brahms com a família Schumann era forte e estreita.
Entrou na luta contra Wagner sem perder nunca o respeito pela -Os Mestres Cantores-.
Foi homem recatado, celibatário e conheceu as honrarias do sucesso artístico e a boa situação financeira.
Sua obra é séria: sonatas, concertos, trios, lieds, quintetos e quartetos.
O réquiem Alemão, escrito em homenagem à sua mãe, é obra grandiosa de elevada
contrição e emocão, presente no repertório sinfônico de todas as orquestras, corais e solistas em todo o mundo.
Sua vasta música coral é poderosa e coloca-se a par com os grandes compositores da música coral,
como Bach, na opinião de muitos estudiosos.
Escreveu ainda: variações, diversas peças para piani, as sinfonias no.1 -chamada a 10a. de Beethoven-,
as de nos. 2,3 e 4, aberturas, intermezzos e as Danças Húngaras.
Sua influência se fez sentir em muitas gerações de compositores no futuro.
O grande mestre alemão, querem muitos, fecha o ciclo -B- germânico:
Bach-Beethoven-Brahms.
Percebe-se inicialmente sua herança em contemporâneos como
Max Bruch (1883-1920) em seu Concerto para violino e orquestra em Gm e
Ernst von Dohnáyi (1877-1960) grande pianista, com sua Sinfonia em Dm
ZilahiSoft - História da Música - 1998
CRISE no Romantismo
Franceses, Nacionalistas, Brahms e seus seguidores, Verdi e simpatizantes, Wagner e os germânicos.
Realmente foi uma época muito rica e conturbada, mas uma grande crise ainda estava por vir.
A Música instrumental reagia. Na França aconteceu um certo -ressurgimento- bem contaminado por manifestações
dentro da Alemanha de Brahms, mais voltada à tradição.
Iniciou-se com Henri Vieuxtemps (1820-1881), Edouard Lalo (1823-1892) - violinistas- e principalmente
Camille Saint-Saëns (1835-1921) aluno de Gounod. Saint-Saëns era muito ativo, de bom humor e com seu sucesso
ajudou a revolucionar a vida musical parisiense, sendo também crítico e escritor.
De suas obras, sobrevive o bem humorado -Carnaval des animaux- e a -Danse Macabre-, entre outras obras.
Optando pelo formato elegante, encontrou adversidades e críticas.
César Franck (1822-1890), virtuose no piano, fixou-se no órgão tornado-se brilhante improvisador.
Não muito reconhecido em seu tempo o -velho professor- deixou muitos discípulos.
Sua linguagem trazia cromatismos e modulações constantes, baseando em um tema único, numa forma cíclica de
composição. A frivolidade do ambiente musical não lhe foi favorável.
Escreveu obras para órgão, Corais, Oratórios, sinfonias, Variações, Quintetos, Prelúdios, fugas, Sonatas.
Seus principais seguidores, da chamada -Escola de Franck-:
Guillaume Lekeu (1870-1894)m enest Chausson (1855-1899), Henri Duparc (1849-1933).
Vincent D'Indy 91851-1931) fundou o Schola Cantorum e escreveu entre outras obras o -Tratado de Composição, que
firma a Escola de Franck.
Simpatizante de Franck é Gabriel Fauré (1845-1924), organista e professor, escreveu lieds, peças para piano, órgão,
sonatas, quintetos, quartetos, a

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