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Aula_09 (1)

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Políticas Públicas e Organização da Educação Básica 
Prof.: Jorge Magalhães
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Aula 09 – Plano Nacional de Educação e Plano de Desenvolvimento da Educação .
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Plano Nacional de Educação – PNE 
O Plano Nacional de Educação, votado e aprovado pelo Congresso Nacional, foi sancionado com nove vetos, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 09 de janeiro de 2001, transformando-se na Lei n° 10.172/01.
Coube a essa lei definir as metas a serem atingidas pela educação no país na década que começa com a sua aprovação, bem como os meios para que estas se realizem.Foram definidas 294 metas.
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A demora do governo federal na elaboração de uma proposta de Plano, não imobilizou a sociedade organizada, que liderada pelo Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, formulou e aprovou uma proposta de PNE da sociedade brasileira.
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A proposta de Plano oriunda dessa ampla mobilização da sociedade foi apresentada ao Congresso Nacional, antes da proposta do governo, pelo deputado Ivan Valente que reuniu assinaturas de mais de setenta parlamentares e de todos os líderes dos partidos de oposição. Surgiu então, no dia 10 de fevereiro de 1998, o Projeto de Lei n° 4.155/98. 
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Curiosamente, um dia após a apresentação do Projeto da sociedade brasileira, o governo federal se viu obrigado a:
“desengavetar o seu projeto, apresentando-o ao parlamento (Projeto de Lei n° 4.173/98). Tal cronologia conferiu à tramitação do PNE uma situação inusitada: o projeto de FHC foi anexado ao da sociedade na discussão e deliberação da matéria no Congresso” (Valente: 2002, 97). 
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O relator do projeto da sociedade brasileira, o deputado Nelson Marchezan (também do PSDB, e que pertenceu a ARENA no período da ditadura militar), utilizou a mesma tática, que os governistas já haviam utilizado na LDB, “a de apresentar um substitutivo que em sua estrutura e princípios gerais, pautou-se no PL n° 4173/98” (Pinto: 2002, 120). 
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A mobilização popular e os debates na Câmara, promovidos pela Comissão de Educação, contribuíram para que o texto final do relator apresentasse alguns avanços, em especial, no que se refere ao financiamento da educação. Esses avanços não se concretizaram em função dos vetos do presidente ao projeto aprovado na Câmara dos Deputados. 
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 As diferenças encontradas entre os dois projetos colocam em oposição duas propostas opostas de política educacional, assim como dois projetos de país. O projeto da sociedade defendia o fortalecimento da escola pública estatal e democratização da gestão educacional, como forma de universalizar a educação básica e ampliar o atendimento ao ensino superior. Isso implicaria, dentre outras medidas, em ampliar os recursos empregados na manutenção e desenvolvimento do ensino público, o que significaria passar de 4% para 10% do PIB, ao fim de dez anos do PNE.
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O PNE aprovado, além de definir as metas e os objetivos da educação brasileira para a próxima década, determinou que estados e municípios, com base no Plano Nacional, elaborassem seus respectivos Planos. 
A discussão dos Planos Estaduais e Municipais de Educação poderia contribuir para a mobilização e o debate educacional descentralizado e criar um novo espaço de aprendizado de processos de planejamento coletivo, especialmente naqueles estados e municípios que têm exercido pouco esta prática.
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Para reflexão...
O ciclo de debates sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) abordou todos os níveis da educação básica e as modalidades especial, do campo e de jovens e adultos.Mesmo que o país tenha democratizado o acesso à educação, é preciso considerar que a educação nunca foi de qualidade para todos e é neste ponto que residem as razões da evasão e da repetência. 
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De acordo com o Censo Escolar mostra que, em média, 40% dos alunos que ingressam na primeira série do ensino fundamental não passam para a segunda série e que, nas regiões Norte e Nordeste, esse índice sobe para 65% a 70%. 
Quando trata do recorte racial, também mostra a desigualdade na escolaridade entre a população branca e negra. Os brancos têm, em média, 8,4 anos de estudo e os negros e pardos, 6,2 anos. 
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Objetivos do PNE
Elevação global do nível de escolaridade da população;
Melhoria da qualidade de ensino em todos os níveis;
Redução da desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência com sucesso na escola pública;
Democratização da gestão do ensino público nos estabelecimentos oficiais.
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O PNE está orientado por três eixos: 
A Educação como direito.
A Educação como motor do desenvolvimento econômico e social.
A Educação como meio de combater a pobreza e a miséria, revertendo o quadro de exclusão social.
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As prioridades no PNE:
Garantia de ensino fundamental obrigatório de 8 anos a todas as crianças de 7 aos 14 anos:acesso, permanência e conclusão desse ensino.
Garantia de ensino fundamental a todos que não tiveram acesso na idade própria ou que não concluíram.
Ampliação do atendimento nos demais níveis de ensino.
Valorização dos profissionais da educação.
Desenvolvimento de sistemas de informações e de avaliação em todos os níveis de ensino. 
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Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE
O Plano de desenvolvimento da Educação refere-se a todos os segmentos do ensino, mas tem um foco prioritário na Educação Básica. As medidas devem ser implementadas conjuntamente pela União, estados e municípios e visam solucionar os problemas que afetam o rendimento, a frequência e a permanência do aluno na escola. 
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O PDE foi uma iniciativa governamental e teve como eixo norteador o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que serviu como parâmetro para avaliar a situação de cada município brasileiro, a partir dos resultados obtidos na Avaliação Nacional da Educação Básica, na Prova Brasil e no Censo Escolar.
A elaboração do plano contou com a participação de ex-ministros da Educação, além de docentes e pesquisadores de diferentes áreas convidados a contribuir para sua construção. Após sua elaboração, o plano foi apresentado à sociedade através de um Congresso acadêmico, pelo ministro da Educação, em 2007.

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