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APOSTILA DIREITO CONSTITUCIONAL I Profa. LINDA LUIZA JOHNLEI WU ESTADO E CONSTITUIÇÃO Constituição - Surgimento Constitucionalismo: movimento de limitação do poder do Estado, na tentativa de criar uma Carta que todos deveriam obedecer, inclusive os próprios governantes. Na verdade, a idéia da existência de um conjunto de normas fundamentais, que todos deveriam obedecer, sempre esteve presente nos diversos ordenamentos jurídicos, não com a noção atual, mas com a idéia da supremacia de algumas matérias sobre as outras. Na Idade Média, a idéia de Constitucionalismo, estava interligada com a idéia de limitação do poder estatal e proteção ao indivíduo da atuação arbitrária das autoridades públicas. Conseqüentemente, durante essa época, surgiram diversos documentos jurídicos que reconheciam a existência de direitos fundamentais, na tentativa de limitar o poder estatal. Na Inglaterra tivemos a Magna Carta que já trazia em seu corpo: a idéia de que a pena deveria ser proporcional à gravidade do delito, a previsão do devido processo legal, livre acesso à Justiça, etc. Portanto, o Constitucionalismo na Idade Média trazia a idéia de defesa dos direitos fundamentais. Tais direitos tinha supremacia sobre as demais normas, tudo isso para limitar o controle e abusos do próprio Estado. Em realidade, todos os países possuem ou possuíram sempre uma constituição, em todos os momentos de sua história, a diferença dos tempos modernos, é que as Constituições são escritas nas folhas de papel, antes era determinado pelo costume. Portanto, o constitucionalismo é um movimento que reagiu ao estado absolutista. Estas Cartas deveriam ainda, ter um procedimento especial de elaboração com participação popular, não podendo ser facilmente alteradas, por isso a sua supremacia perante as outras legislações. A Constituição deveria tratar sobre: a) Limitação do poder político, isto é, organização do poder. b) Normas básicas sobre a organização do Estado (órgãos do Estado, sistema de governo, regime político), para que essa matéria não dependesse dos caprichos dos governantes. c) Proteger e garantir os direitos individuais. As idéias do constitucionalismo foram amplamente difundidas com as revoluções liberais. Ex: Revolução americana de 1776, Revolução Francesa de 1789. Portanto, a Constituição deveria ser escrita, superior as todas as demais legislações, e possuir temas como: organização dos poderes, organização dos Estados e direitos individuais. Os ideais constitucionalistas surgiu concomitante com os ideais do Liberalismo, ou seja, do Estado Liberal. Segundo, os liberalistas, caberia ao Estado manter a ordem e a Justiça, e o restante que ficasse sob a responsabilidade da iniciativa privada. Surgiu assim a Constituição-garantia que tinha como principal preocupação a proteção aos direitos individuais, respeitando a livre iniciativa. Este modelo perdurou até o séc. XIX, eram Constituições curtas. Um 2o. movimento surgiu a partir da Revolução Industrial. Nesta época, houve a substituição da mão-de-obra pelas máquinas, crise econômica e êxodo rural. Houve pressão para que o Estado mudasse a sua atuação, ou seja, que deixasse de se preocupar apenas com a ordem e que passasse a intervir na vida privada, isto em decorrência de todos os problemas sociais verificados. Assim, o estado passou a cuidar tbm da ordem social e econômica, como saúde, educação, previdência, trabalho. Era necessário o Estado intervir para proteger os mais fracos dos mais fortes. Nascia, dessa forma, o Estado do bem estar Social, o Estado intervencionista, a Constituição Social: a 1 º Const. foi a mexicana, mas a que acabou influenciando a maioria dos países foi a alemã de 1919. A Constituição Social não excluiu a Constituição garantia, mas priorizou um Estado intervencionista, isto é, um Estado que disciplinasse tbm a ordem social. Uma das principais idéias da Constituição Social: é dever do Estado prestar serviços fundamentais. O Estado tem o dever de garantir o mínimo existencial com dignidade (direito social e econômico). CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO Constituição – lei fundamental e suprema de um Estado. Onde contêm: Poder Político Ordem Econômica e Social Limites da atuação do Estado Forma de Estado e Governo A Constituição estabelece os limites da atuação do Estado, visando assegurar o respeito aos direitos individuais. A C.F. é a lei maior do país, a lei fundamental da sociedade, pois contém todas as normas fundamentais do Estado. Portanto, é a organização fundamental total, quer social, quer econômica, quer política, quer jurídica. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto à Origem: * Promulgadas – c/ participação popular. Elaborada pela Assembléia Nacional Constituinte. Ex: 1891, 1934, 1946 e 1948. * Outorgadas- s/ participação popular. Imposta pelo governante. Ex: 1824, 1937, 1967. Forma: * Escrita * Não - escrita ou Consuetudinária- as regras não estão codificadas em um texto único, resulta de leis esparsas, jurisprudências e costumes. Ex: Constituição da Inglaterra. Modo de Elaboração: * Dogmática - no texto constitucional estão incorporadas os valores políticos e ideológicos predominantes em determinada época. Toda const. escrita é dogmática. * Histórica ou Costumeira – são as Const. não- escritas, produto de uma lenta evolução histórica, baseando-se em costumes, jurisprudências e textos esparsos. Ideologia - * Ortodoxa – influenciada por uma só ideologia. Ex: Const. Soviética 1977 – socialismo. * Ecléticas, Complexas ou Compromissórias - Pluralistas, equilibram diversas ideologias. EX: CF/88. Mutabilidade ou Estabilidade: * Rígidas – São modificáveis, porém através de um procedimento mais rigoroso. Ex: CF/88. Emenda – para ser aprovada precisa da maioria de 3/5. Lei ordinária maioria simples. E ainda cláusulas pétreas art. 60 § 4o. * Semi-rigidas ou Semi-flexíveis – Contêm uma parte flexível e outra rígida. * Flexíveis ou Plásticas – Não exigem um procedimento especial de modificação. Alteram-se com o mesmo procedimento das leis ordinárias (maioria simples). * Imutáveis – seriam aquelas que não podem ser alteradas. Conteúdo: * Material – Quando não está codificada em um único texto. Ex: Inglesa. * Formal – Conjunto de normas inseridas no texto escrito, sendo tais normas hierarquicamente superiores. Ex: brasileira. Tamanho ou Extensão: * Sintética – Poucos artigos, dispõe apenas sobre os aspectos fundamentais da organização do Estado e seus limites. Ex: Const. Americana, 33 arts. * Analítica – Prolixas. Diversos aspectos da organização do Estado abrangendo questões que poderiam ser objeto de leis ordinárias. Ex: CF/88. CF/88: Promulgada, escrita, analítica, eclética, formal, dogmática, rígida e dirigente. (para Alexandre de Morais: super-rígida – cláusulas pétreas). EXERCÍCIOS 1. É correto dizer que a diferença entre constituição rígida e constituição flexível está no fato de esta última poder ser alterada e aquela não? 2. (OAB/SP/125º/2005) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 pode ser considerada: a) rígida, por ser seu processo de alteração mais dificultoso que o de elaboração das demais espécies normativas, e formal, por constar de documento escrito solenemente aprovado pelo Poder Constituinte b) rígida, por ser imutável, e outorgada, por ter sido elaborada com a participação popular. c) flexível, por ser passível de alteração, e formal, por prever forma específica para a sua modificação. d) flexível, porser passível de alteração, e outorgada, por ter sido elaborada sem a participação popular. 3. (OAB/SP/117o.) Constituição rígida é a que a) não admite qualquer tipo de alteração. b) pode ser alterada por um processo legislativo mais solene e complexo que o exigido para a edição das outras espécies normativas c) possui regras que podem ser alteradas pelo processo legislativo ordinário e outras regras que apenas podem ser modificadas através de processo legislativo especial. d) tem um núcleo imodificável e outro núcleo que pode ser alterado da mesma forma exigida para a elaboração das outras espécies normativas. 4. (OAB/SP/100o.) A Constituição Federal vigente é considerada: a) flexível, pois caracteriza a República Federativa do Brasil como um Estado Democrático de Direito; b) flexível, pois prevê mais direitos do que deveres aos indivíduos; c) rígida, pois prevê medidas excepcionais de defesa de Estado, como estado de sítio e o estado de defesa; d) rígida, pois prevê mecanismos de alteração do texto constitucional mais rigorosos que o processo legislativo ordinário 5. (OAB/SP/ 102 º) Em Estados cuja constituição for flexível, uma lei editada com conteúdo contrário ao texto constitucional: a) será automaticamente considerada constitucional; b) deverá ser considerada inconstitucional pelo tribunal competente; c) deverá ser considerada inconstitucional por ato do próprio chefe do poder executivo; d) é válida e acarreta alteração no texto constitucional 6. (OAB/SP/ 106 º) O princípio da supremacia constitucional: a) decorre da possibilidade da União intervir nos Estados e Municípios; b) requer a conformidade à constituição apenas dos atos legislativos, visto que os atos administrativos devem ser conformes apenas à lei infraconstitucional; c) requer a conformidade de todas as situações jurídicas aos princípios e preceitos da constituição d) não se impõe se houver omissão na prática de ato administrativo; 7. (MP/SP/ 1998) A constituição que, resultante dos trabalhos de um órgão constituinte, sistematiza as idéias e princípios fundamentais de teoria política e do Direito dominante no momento, quanto ao modo de elaboração, denomina- se: a) flexível; b) formal; c) semi-rígida; d) outorgada; e) dogmática 8. (OAB/SP/ 129 º) A Constituição Federal é considerada rígida porque: a) não pode ser modificada. b) não pode ser modificada, exceto nos casos de estado de sítio e de estado de defesa. c) não pode ser modificada, exceto quando declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. d) pode ser modificada por meio de processo mais complexo e dificultoso que o processo de elaboração das leis infraconstitucionais 9. (OAB/ SP/ 134 º). Quanto ao processo de mudança, a Constituição Federal de 1988 pode ser classificada como (A) flexível, por admitir alteração por iniciativa não só dos membros do Congresso Nacional, como também do presidente da República. (B) semi-rígida, por admitir alteração de seu conteúdo, exceto com relação às cláusulas pétreas. (C) transitoriamente rígida, por não admitir a alteração dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias. (D) rígida, por admitir a alteração de seu conteúdo por meio de processo mais rigoroso e complexo que o processo de elaboração das leis comuns PODER CONSTITUINTE É o poder de elaborar uma nova Const.,bem como de reformar a vigente, através da supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais. I - Poder Constituinte Originário, Tbm chamado de 1 º Grau ou Genuíno. É o poder que elabora uma nova Const. estabelece uma nova ordem jurídica fundamental para o Estado em substituição à anteriormente existente. Rompe por completo com a ordem jurídica anterior, criando um novo Estado. A cada nova Const. surge um novo Estado, não no sentido histórico ou geográfico, mas sim jurídico, isto porque, há um rompimento com a ordem jurídica anterior. É um poder de fato, absoluto, e que não está condicionado a qualquer limitação de ordem jurídica. Portanto, em tese pode dispor de qualquer assunto da forma que entender. Características do Poder Constituinte Originário: * Inicial –é inicial porque inaugura uma nova ordem jurídica, sem ter outra qualquer como ponto de partida. * Ilimitado – Não está subordinada a nenhuma ordem jurídica anterior, podendo dispor sobre qualquer assunto. * Incondicionado – Não está subordinado a condições pré-estabelecidas, ou seja, é ele mesmo que define as regras procedimentais para o seu exercício, assim, não tem fórmula pré-estabelecida para a sua manifestação, ou seja, não tem que respeitar a nenhum procedimento pré-estabelecido para a sua manifestação. * Autônomo – Pq não está vinculado à ordem jurídica anterior, ou seja, será estruturada de acordo com a determinação dos que exercem o pode constituinte. Formas de Expressão do Poder Constituinte Originário a) Outorga: caracteriza-se pela declaração unilateral do agente revolucionário. b) Assembléia Nacional Constituinte: nasce da deliberação da representação popular. II - Poder Constituinte Derivado É o poder de revisão ou de reformulação do texto const., pode ser dividido em reformador e decorrente. Como o próprio nome sugere é criado e instituído pelo originário, portanto, deve manifestar-se de acordo com as limitações previstas na Const. Dessa forma, tem como características: * Subordinado ou Derivado– Está subordinado ao poder constituinte originário, isto é, às normas jurídicas anteriores. Ex: Cláusulas Pétreas – não podem ser alteradas. * Condicionado – Deve manifestar-se de acordo com o pré-estabelecido pelo poder constituinte originário. O seu exercício já está definido pela própria Const. Ex: Procedimento exigido para a aprovação de uma emenda. * Secundário - pois é instituído pelo originário. * Limitado - pois deve sujeitar-se às limitações impostas pela Const., não pode alterar o que bem entender. a) Poder Constituinte Derivado de Reforma e Revisional É o poder de alteração das normas constitucionais, através de um procedimento específico, estabelecido pelo originário. Pode ser: a) Federal: se a reforma for da CF. b) Estadual: se a reforma for da Const. do Estado-membro. A CF estabelece 2 formas de alteração, através de emendas ou pela revisão constitucional. Emendas à CF são modificações de certos dispositivos constitucionais, exigindo-se para a aprovação a maioria de 3/5 em ambas as Casas do Congresso Nacional (CF, art. 60). A Emenda trata de reformas específicas, pontuais. Já o processo de revisão constitucional, a possibilidade de alteração do Texto Constitucional, é mais simples, exigindo-se somente a maioria absoluta do Congresso Nacional, em sessão unicameral (ADTC, 3 º da CF). Além, de poder alterar várias matérias de uma só vez. O art. 3 º da ADTC estabeleceu que a revisão constitucional poderia ser realizada 5 anos, contados da promulgação da CF, isto é, partir de 1993. A revisão constitucional brasileira já foi realizada em 1994, não podendo mais ser realizada, pois o poder constituinte originário a previu apenas 1 vez. Portanto, o poder revisional é bem mais abrangente do que o reformador, pois poderia ser revisado tudo na CF, preservando apenas a sua identidade, além do que se exige um procedimento mais simples. b) Poder Constituinte Derivado Decorrente É o poder do Estado-membro de uma Federação elaborar a sua própria Const. (art. 25 da CF e art. 11 ADCT), estabelecido tbm pelo originário. Portanto, somente exige nos Estados que adotam a forma federativa. Portanto,é o poder dos Estados-membros se auto-organizar, auto-governar e auto-administrar, isto é, de estabelecer a sua organização fundamental,respeitando a CF. Segundo o art. 25 da CF: “os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição”. O poder constituinte decorrente não foi estendido pela CF aos Municípios que se regem por leis orgânicas aprovadas pelas respectivas Câmaras Municipais. Contudo, os Municípios têm autonomia financeira, política e administrativa, respeitado o disposto na CF e na Constituição do Estado. O Distrito Federal, de acordo com o art. 32 da CF, será regido por lei orgânica. Os Territórios Federais, por não terem autonomia, tbm não podem se manifestar através do poder constituinte. Titularidade e Exercício do Poder Constituinte O Titular é sempre o povo, tanto para elaborar como para reformar a Const. Já o exercício do poder constituinte se dá através dos representantes do povo. No caso de ser originário, seria a Assembléia Constituinte composta por representantes do povo eleitos especificamente para essa tarefa. Importante lembrar que na CF de 1988 não houve eleição de uma Assembléia Constituinte, sendo o próprio Congresso Nacional o responsável pela elaboração, tanto é que, alguns autores afirmam não representou uma nova Const. Limites do Poder Constituinte Derivado – Limites Circunstanciais – A Const. não pode ser alterada em determinados períodos de instabilidade política. Ex: A CF não admite emendas na vigência de Intervenção Federal, Estado de Defesa e Estado de Sítio. - Limites Materiais – Existem matérias que não podem ser objeto de modificação. Podem ser explícitas ou implícitas. Ex: Art. 60, § 4º (cláusulas pétreas): I – Forma Federativa de Estado. II – O voto direto, secreto, universal e periódico. III – A separação de poderes. IV- Direitos e Garantias Individuais. - Limites Temporários ou Formais – Certas Const. só permitem alteração de tempo em tempo. - Limites Procedimentais – Deve ser obedecido o rito a ser seguido para a sua alteração, sob pena insconstitucionalidade formal. - Limites Implícitos – os referentes ao titular do poder reformador, relativos ao processo de emenda, essas restrições se explicam por razões lógicas, pois se pudessem ser alteradas por emendas, não adiantaria estabelecer vedações circunstanciais ou materiais. EXERCÍCIOS 1. Todos sabem que o poder constituinte derivados e manifesta através de emendas constitucionais. Isto posto, aprovada a emenda constitucional, ingressando ela no ordenamento jurídico, qual será a sua posição hierárquica em relação às normas constitucionais originárias? 2. (OAB/RJ/ 08/2004) Quanto ao poder constituinte derivado podemos afirmar que: a) Tem como principais características ser secundário, autônomo, incondicionado e limitado; b) No exercício do poder constituinte decorrente atua de forma ilimitada, dada a autonomia dos Estados Membros no sistema federativo; c) Pode ser dividido em poder constituinte reformador, sendo o poder de modificar a Constituição da República e, poder constituinte decorrente, poder de instituir a constituição estadual d) No que tange à Constituição Federal, possui apenas limitações materiais e circunstanciais; 3. (OAB/SP/127o) As "cláusulas pétreas" são limites ao poder de: s) decretação de intervenção da União nos Municípios, pelo Presidente da República. b) elaboração da Constituição, pelo Poder Constituinte Originário. c) decretação de estado de sítio, pelo Presidente da República. d) alteração da Constituição, pelo Poder Reformado 4. (OAB/SP/123o.) Os documentos que organizam os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, a partir das competências a eles conferidas pela Constituição Federal, são denominados, respectivamente: a) Constituição do Estado, Lei Orgânica do Distrito Federal e Lei Orgânica Municipal b) Lei Orgânica Estadual, Lei Orgânica do Distrito Federal e Lei Orgânica Municipal. c) Constituição Estadual, Constituição do Distrito Federal e Constituição Municipal. d) Constituição Estadual, Constituição do Distrito Federal e Lei Orgânica Municipal. 5. (OAB/SP/118o.) Segundo a teoria do Poder Constituinte Originário, a Assembléia Constituinte, no exercício de suas atribuições: a) estará subordinada a todas as normas constitucionais previstas em ordenamento jurídico preexistente. b) não estará subordinada a nenhuma espécie de norma constitucional preexistente c) estará subordinada apenas ao princípio da separação de poderes previsto em ordenamento jurídico preexistente. d) estará subordinada a todos os princípios constitucionais contidos em ordenamento jurídico preexistente. 6. (OAB/SP/116o.) Poder Constituinte Originário, em tese, a) deriva da Constituição Federal. b) deve obedecer às cláusulas pétreas. c) não pode ser exercido na vigência de estado de sítio. d) poderá estabelecer pena de morte 7. (OAB/SP/114 º) Diz-se que o conteúdo de uma norma jurídica positiva é completamente independente de sua norma fundamental quando se está tratando do: a) Poder Constituinte Originário b) Poder Reformador; c) Pode Constituinte Derivado; d) Poder de Revisão. SUPERVENIÊNCIA DE NOVO TEXTO CONSTITUCIONAL No Brasil quando surge uma nova constituição, ocorre o fenômeno da ab- rogação, isto é, a nova Constituição revoga a anterior, salvo se houver previsão em contrário. Mas pode ocorrer ainda outros fenômenos: Ao surgir uma nova constituição, podem ocorrer um desses 3 fenômenos: a) Desconstitucionalização: ocorre quando a Constituição anterior é compatível com a nova ordem, permanecendo assim em vigor, mas com status de norma infraconstitucional pela nova ordem. A atual Constituição brasileira não admite este fenômeno. A edição de uma nova constituição revoga totalmente a anterior, mantendo-se apenas as normas infraconstitucionais compatíveis com ela. No entanto, caso advenha uma nova Constituição prevendo a desconstitucionalização, evidentemente que ela poderá ocorrer, pois elaborada pelo Poder Constituinte Originário. b) Recepção: ocorre a recepção quando a legislação infraconstitucional que não estiver em desacordo com a nova ordem constitucional é por ela recepcionada, admitida como válida. Portanto, consiste no acolhimento, que uma nova constituição posta em vigor dá às leis e atos normativos editados sob a égide da Carta anterior, desde que compatíveis consigo. Ex: O que ocorreu entre a CF/88 e Código Penal de 1940. c) Repristinação: ocorre quando uma lei volta a vigorar, pois foi revogada aquela que a revogara. A Lei de Introdução ao Código Civil, art 2º, 3º; veda a repristinação, salvo disposição em contrário. Assim a legislação infraconstitucional revogada pela vigência de uma constituição não se restaura pelo surgimento de uma nova Lei Maior. EXERCÍCIOS 1. (MP/ 77º/ 1994) É possível a repristinação no direito constitucional brasileiro? Justifique. 2. (OAB/SP/119º) Norma infraconstitucional produzida sob a égide de anterior Constituição, compatível com nova ordem constitucional, é considerada válida (A) pela teoria da recepção (B) pela teoria da repristinação. (C) pela teoria da desconstitucionalização. (D) por se tratar de norma de eficácia plena. 3. (OAB/SP/117º) Pela teoria da recepção: (A) uma lei anterior à Constituição continua válida desde que com ela compatível (B) todas as leis promulgadas antes de uma lei constitucional só serão consideradas inválidas se não ratificadas pelo Poder Constituinte originário. (C) uma Emenda Constitucional poderá dar validade a leis consideradas anteriormente inconstitucionais. (D) só as leis anteriores à Constituição, que forem repristinadas, terão validade. 4. (OAB/SP/107º) Quando da promulgação de uma nova Constituição, diz-se que a legislação ordinária compatível perdeo suporte de validade da constituição antiga, mas continua válida pela teoria a) da repristinação. b) da desconstitucionalização. c) da recepção d) do poder constituinte subordinado. 5. (Magistratura/ 171/ 1998) As normas infraconstitucionais compatíveis com a nova Constituição geram o fenômeno da: a) desconstitucionalização; b) recepção c) repristinação; d) reordenação. 6. (MP/ RS – XL) O fenômeno que os constitucionalistas chamam de “desconstitucionalização”das normas constitucionais de uma Constituição revogada significa: a) que tais normas saíram do mundo jurídico; b) que tais normas já não são válidas e eficazes; c) que tais normas permanecem no mundo jurídico como ordinárias d) que tais normas repristinam automaticamente; e) nenhuma das alternativas anteriores está correta. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL Conceito: Num sentido mais amplo, podemos definir hermenêutica constitucional como um fenômeno que envolve a validade, a vigência, a aplicabilidade, a interpretação e a integração das normas constitucionais. Validade das Normas Constitucionais As normas constitucionais originárias são todas válidas, conforme entendimento do STF, pois resultam do Poder Constituinte Originário. Dessa forma, não há o fenômeno de inconstitucionalidade das normas constitucionais originárias. Contudo, há a possibilidade de inconstitucionalidade das normas constitucionais derivadas, ou seja, aquelas introduzidas pelo Poder Constituinte Derivado. Tanto é que as emendas se sujeitam ao controle de constitucionalidade. Vigência das Normas Constitucionais Via de regra as normas constitucionais têm vigência logo após a publicação, mas pode haver o fenômeno da vacatio constitutionis, que seria o período entre a publicação de uma nova Constituição e sua entrada em vigor. Portanto, a nova Constituição poderá ainda determinar algum tempo para a sua vigência. Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais Todas as normas têm eficácia, o que varia é a aplicabilidade, isto porque algumas têm aplicabilidade imediata e outras mediata. a) Normas Constitucionais de Eficácia Plena Possuem aplicabilidade imediata, direta e integral. Produzem efeitos imediatamente dispensando a edição de normas regulamentadoras, são normas auto-aplicáveis. Já contêm todos os elementos essenciais para a sua aplicação, portanto, são completas. Ex: CF/88, art. 5°, XXXV: “a lei não excluirá de apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. b) Normas Constitucionais de Eficácia Contida Também denominadas normas de integração, normas restringíveis, de eficácia relativa, redutíveis ou restringíveis. Também são completas, para aplicação imediata, mas admitem a edição de uma lei posterior que restrinja o seu conteúdo. Portanto, são normas que contêm restrições. Ex: CF/88, art. 5°, XIII: “é livre o exercício de qualquer ofício ou profissão, atendidas as qualificações que a lei estabelecer”. Advogado – carteirinha da OAB. c) Norma Constitucionais de Eficácia Limitada Também chamadas relativas ou dependentes de complementação. São normas incompletas, não contêm todas as informações necessárias para a sua compreensão, por isso depende de outra lei, para poderem ser aplicadas. Portanto, possuem aplicabilidade mediata, reduzida ou diferida. Sem a norma infraconstitucional, a norma constitucional não tem condições de ser aplicada em sua totalidade. São normas amplas, mas dependentes de outra legislação infraconstitucional. EX: os impostos sobre grandes fortunas que será instituído por lei complementar; Art 134 da CF/88, que prevê que cada Estado deverá criar uma defensoria pública. Art. 37, VII: “o direito de greve dos servidores públicos será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”. Alguns autores dizem que tais normas não produzem nenhum efeito, mas tal afirmação é falsa, pois o legislador deverá respeitá-las, sendo isto já um efeito. Alguns Juristas apresentam ainda uma quarta classificação, ou seja, as normas com eficácia e aplicabilidade exauridas ou esgotadas. Seriam as normas que já cumpriram com todos os seus objetivos, como as ADCT. Ex: art. 13. Há ainda os Autores que classificam as normas num quinto tipo, ou seja, as de eficácia absoluta, que seriam as cláusulas pétreas. Outros autores apresentam outra classificação: Aplicabilidade Imediata ou auto-executáveis e Aplicabilidade mediata, isto é, não auto-executáveis. EXERCÍCIOS 1. (OAB/SP/ 121º) As normas de eficácia plena e contida têm em comum: a) a possibilidade de serem aplicadas, independente de leis regulamentadoras, tal qual o art. 37, VII, da Constituição Federal, que assegura aos servidores públicos o seguinte: “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”. b) a impossibilidade de serem aplicadas, pois dependem de leis regulamentadoras, tal qual o art. 5º, XXVI, da Constituição Federal, que dispõe: ”a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento”. c) a possibilidade e serem parcialmente aplicadas, na medida em que as leis regulamentadoras permitem, tal qual o art. 7º, XI, da Constituição Federal, que assegura aos trabalhadores urbanos e rurais o seguinte: “participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei”. d) a possibilidade de serem aplicadas, independente de leis regulamentadoras, tal qual o art. 5º, inciso XIII, da Constituição Federal, que dispõe: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações que a lei estabelecer” 2. (OAB/MG/2004) O art. 5º da Constituição Federal de 1988, inciso XIII, determina que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Quanto à sua aplicabilidade, a norma constitucional acima transcrita é: a) programática, porque estabelece um princípio constitucional que somente poderá ser aplicado após a elaboração da lei complementar que a limite. b) de eficácia plena, porque a lei infraconstitucional jamais poderá restringir ou limitar tal direito individual que é cláusula pétrea. c) de eficácia limitada, porque somente poderá ser aplicada quando for elaborada a lei ordinária a que se refere a norma transcrita. d) de eficácia contida, porque embora possa ser imediatamente aplicada, a legislação infraconstitucional ordinária poderá vir a reduzir ou restringir o direito individual nela estabelecido 3. (OAB/MG/2004) As normas constitucionais de eficácia contida: a) são cláusulas pétreas. b) dependem integralmente da edição de uma lei infraconstitucional para adquirirem eficácia. c) não podem ter a sua eficácia restrita pelo legislador infraconstitucional. d) Em parte são auto-aplicáveis e em parte podem ser restringidos, desde que, nesse último caso, seja editada uma lei infraconstitucional 4. (OAB/SP/125º) O art. 7º, inciso XXVII, da Constituição Federal, que assegura aos trabalhadores urbanos e rurais “proteção em face da automação, na forma da lei”, pode ser considerado norma constitucional de eficácia: a) contida, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma regulamentadora. b) limitada, por não ter aplicabilidade imediata, necessitando d uma norma regulamentadora c) plena, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma regulamentadora. d) plena, por ter aplicabilidade imediata, mas passível de restrição por norma regulamentadora. 5. (OAB/SP/119º) A norma constitucionalcuja aplicação dependa de regulamentação por norma infraconstitucional é considerada de eficácia (A) contida. (B) limitada (C) plena. (D) concorrente. 8. (OAB/SP/117º) São normas constitucionais de eficácia contida aquelas (A) em que o legislador constituinte regulou suficiente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte do legislador infraconstitucional (B) que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem ou têm possibilidade de produzir todos os seus efeitos. (C) por meio das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuição de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os estruture, em definitivo, mediante lei. (D) em que o constituinte, em vez de regular, direta e imediatamente determinados interesses, limita-se a traçar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos (legislativos, executivos e judiciais). 10. (OAB/SP/113º) A norma que dispõe que "aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação e reprodução das suas obras, transmissíveis aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar" é norma constitucional: a) de aplicabilidade plena, mas com eficácia redutível b) programática. c) de eficácia limitada. d) de aplicabilidade e eficácia plenas 11. (OAB/SP/112º) Quanto à aplicabilidade e eficácia das normas constitucionais, o art. 5o, XV, da Constituição da República, que prevê ser "livre a locomoção no território nacional em tempo de paz" com a possibilidade de "qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens", pode ser considerado norma de eficácia: a) plena, não comportando nenhuma espécie de restrição. b) contida, sendo de aplicação imediata, porém com possibilidade de restrição c) limitada, pois sua aplicação depende de regulamentação por lei. d) limitada, por não ser auto-aplicável. 12. (OAB/101º) Norma constitucional de eficácia limitada: a) é aquela que não produz qualquer efeito, antes da norma integrativa infraconstitucional; b) é aquela que produz todos os seus efeitos, mas restringe os direitos individuais e coletivos; c) é aquela que produz todos os efeitos, podendo ser limitada pelo legislador infraconstitucional; d) é aquela que produz alguns efeitos, sendo a vinculação do legislador infraconstitucional aos seus vetores um deles 13. (OAB/108º ) A norma constitucional que garante a todos “o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, é norma: a) de aplicabilidade plena e eficácia redutível b) de eficácia limitada; c) de eficácia plena; d) programática. 14. (OAB/113 º) Recentemente o STF entendeu que, até que haja lei definindo o subsídio mensal a ser pago a ministro do STF, não prevaleceria o teto único da remuneração para os três Poderes da República, estabelecido pelo art. 37, XI da Constituição Federal. Esta decisão entendeu, portanto, que a norma constitucional que estabeleceu o teto único de remuneração seria norma: a) de eficácia limitada e aplicação diferida b) de eficácia plena e aplicabilidade imediata; c) de eficácia contida e aplicabilidade imediata; d) auto aplicável. 15. (MP/ 81º/ 2º Prova) Aponte a alternativa em que se inclui a norma constitucional de eficácia contida: a) “A lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuições dos Ministérios” (art. 88). b) “Aos juízes federais compete processar e julgar... nos casos determinados por lei, os crimes contra o sistema financeiro e a ordem econômica-financeira” (art. 109, VI). c) “Ninguém será privado de seus direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei” (art. 5 º, VIII) d) “A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede” (art. 107, parágrafo único). e) “proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da Lei inserida no capítulo dos Direitos Sociais” (art. 7 º, XX). 16. (Magistratura/ 171 º) O art. 2 º da CF: “São Poderes da União, independente e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, é norma de: a) eficácia plena b) eficácia limitada; c) eficácia contida; d) eficácia semiplena. 17. (OAB/110º) Com relação à eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais, o art. 7º, inciso XXVII, da Constituição Federal, que garante aos trabalhadores urbanos e rurais “proteção em face da automação, na forma da lei”, pode ser considerado norma constitucional de eficácia: a) contida, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma regulamentadora. b) limitada, por não ter aplicabilidade imediata, necessitando d uma norma regulamentadora c) plena, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma regulamentadora. d) plena, por ter aplicabilidade imediata, mas passível de restrição por norma regulamentadora. 18. (Magistratura MG/2003-2004) As normas constitucionais denominadas de exauridas constam: a) do preâmbulo constitucional; b) do ato das disposições constitucionais transitórias c) do processo legislativo; d) da ordem social; e) da ordem econômica e financeira. 19. (OAB/SP/133) É considerado norma de eficácia contida o seguinte dispositivo da Constituição Federal: (A) o art. 5.º, XIII: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer” (B) o art. 37, VII: “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”. (C) o art. 84, I: “compete privativamente ao Presidente da República nomear e exonerar os Ministros de Estado”. (D) o art. 18, § 1.º: “Brasília é a Capital Federal”. 20. (Magistratura/ MG/ 2003-2004) As normas constitucionais denominadas exauridas constam: a) do preâmbulo constitucional: b) do ato das disposições transitórias c) do processo legislativo; d) da ordem social; e) da ordem econômica e financeira. 21. Pode-se falar em norma constitucional inconstitucional? PREÂMBULO CONSTITUCIONAL Preâmbulo constitucional é o texto que precede os dispositivos constitucionais: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem- estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”. Natureza Jurídica e Relevância Jurídica O STF já declarou a irrelevância jurídica do preâmbulo, não tendo força normativa. Dessa forma, o preâmbulo não cria direitos e obrigações, não tem força obrigatória, servindo, apenas, como meio interpretativo para as normas constitucionais. EXERCÍCIOS 1. O preâmbulo constitucional poderá ser “paradigma comparativo para a declaração de inconstitucionalidade”? 2. (Magistratura MG/2003-2004) No preâmbulo da Constituição Brasileira de 1988 inexiste referência expressa: a) ao Estado Democrático de Direito. b) aos direitos sociais. c) aos direitos individuais. d) ao pacto federativo e) ao desenvolvimento. 3. (MP/PE – 08/2002) O constituinte brasileiro iniciou a redação da Constituição Federal com um preâmbulo, cuja força obrigatória é: a) ausente e de nenhuma utilidade, tantoque, no dizer do Preâmbulo, a Constituição é promulgada “sob a proteção de Deus” e o Estado brasileiro é laico. b) inerente a ele e a coercibilidade é a regra para todas as normas previstas em uma Constituição. c) ausente, destinando-se a indicar a intenção do constituinte, mas deve ser levado em conta quando da interpretação das normas d) presente, sendo a mesma de toda norma constitucional, com observação de que se trata de uma norma cogente de eficácia plena. e) exacerbada, visto que o Preâmbulo é o resumo das normas constitucionais, garantindo, por si só e sob a proteção de Deus, sua eficácia normativa. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ( DO ART. 1º DA CF/88) Os princípios fundamentais são regras que contêm os mais importantes valores que informam a elaboração da CF. Possuem 3 funções extremamente relevantes: a) fundamentadora; b) interpretativa e c) supletiva. Possuem função fundamentadora, porque estabelecem todas as regras básicas, as diretrizes de todo um sistema de normas constitucionais. Possuem função interpretativa, porque permitem o alcance da verdadeira finalidade da lei no momento de sua aplicação. E, possuem função supletiva, porque realizam a tarefa de integração do ordenamento jurídico. (art. 4 º da LICC: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito”). Violação aos Princípios A norma infraconstitucional que viole qualquer princípio, previsto de forma expressa ou implícita na CF, é inconstitucional, devendo ser retirada do ordenamento jurídico. Ferir um princípio é muito mais grave que ferir um dispositivo legal específico, pois ofende uma regra fundamental informadora de todo um sistema jurídico. Diferença entre Princípios e Regras As normas jurídicas são classificadas em princípios e regras jurídicas. Os princípios são dotados de um alto grau de generalidade e abstração, pois normalmente necessitam de outras normas para que possam ser aplicados. Já as regras possuem um menor grau de generalidade e abstração e alta densidade normativa. A aplicação de uma regra dispensa a aplicação de outra. Os princípios fundamentais estão espalhados por todo o texto constitucional, de forma implícita ou explícita. Denominação Atual do Estado Brasileiro A atual denominação do Estado brasileiro é “República Federativa do Brasil”. Federação: é cláusula pétrea (art. 60, 4 º, I). Federação é a aliança de Estados para a formação de um Estado único, em que as unidades federadas preservam sua autonomia política, enquanto a soberania é transferida para o Estado Federal. Portanto, o Brasil adota o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, assim não existe a possibilidade de secessão. Assim, um estado-membro que quiser se dissociar, afrontará a Federação, podendo sofrer intervenção federal, conforme CF/88, art. 60. A federação brasileira é constituída pela união indissolúvel da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O art. 32 da CF veda expressamente a divisão do Distrito Federal em municípios. República: foi retirada pela CF de 88 das cláusulas pétreas, por isso, houve a possibilidade de se realizar um plebiscito, onde o povo brasileiro por ampla maioria se manifestou por esta forma de governo. República é a forma de governo que se caracteriza pela eleição periódica do Chefe de Estado. Dessa forma, deve haver a eleição periódica para a escolha de representantes do Poder Executivo e Legislativo, através da vontade popular. O modelo de Estado adotado pelo Brasil é o “Estado Democrático de Direito”. Podemos conceituar o “Estado Democrático de Direito”como o Estado regido por leis, em que o governo está nas mãos de representantes legitimamente eleitos pelo povo, que tem como valor máximo a preservação da dignidade da pessoa humana. Fundamentos do Estado Brasileiro O art. 1º da CF/88 traz 5 fundamentos da organização do Estado, são os principais valores na organização da ordem social e jurídica brasileira. 1- Soberania: significa a supremacia do Estado na ordem política interna e a independência na ordem política externa. 2- Cidadania: Alcança tanto o exercício do direito de votar e ser votado como o efetivo exercício dos diversos direitos previstos na Constituição, tais como educação, saúde e trabalho. 3- Dignidade da Pessoa Humana: é um valor, que traduz o absoluto respeito aos direitos fundamentais, assegurando-se condições dignas de existência para todos. 4- Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa: São dogmas econômicos e sociais que estabelecem o modo de produção capitalista no Estado. A constituição pretende estabelecer um regime de harmonia entre o capital e o trabalho. 5- Pluralismo Político: significa a livre formação de correntes políticas no País, permitindo a representação de diversas camadas da opinião pública em diferentes segmentos. Esse dispositivo veda a implantação do unipartidarismo ou bipartidarismo no Brasil. EXERCÍCIOS 1. (OAB/SP/ 129 º) O instrumento clássico de manutenção da unidade do pacto federativo é (A) o estado de sítio. (B) a intervenção federal. (C) o estado de defesa. (D) o estado de guerra. 2. (OAB/SP/ 131º). Após a promulgação da Constituição de 1988, (A) o eleitorado teve a oportunidade de escolher, mediante plebiscito, a forma republicana de governo, caracterizada pela eleição e periodicidade dos mandatos dos governantes (B) o eleitorado teve a oportunidade de escolher, mediante referendo, a forma federativa de estado, caracterizada pela existência de ordens jurídicas parciais autônomas, como Estados-membros e Municípios. (C) o eleitorado teve a oportunidade de escolher, mediante referendo, o sistema presidencialista de governo, caracterizado pelo exercício das funções de Chefe de Governo e de Chefe de Estado por pessoas distintas. (D) a forma e o sistema de governo e a forma de estado originalmente adotados tornaram-se definitivos, sem a possibilidade de serem escolhidos pelo eleitorado. 3. (OAB/SP/ 101º). Só uma das alternativas não caracteriza a Federação: a) subordinação financeira dos Estados à União em nome da unidade nacional b) descentralização político-administrativa constitucionalmente prevista; c) existência de um órgão que dite a vontade dos Estados-Membros da Federação, no caso o Senado Federal; d) existência de um órgão constitucional encarregado do controle de Constitucionalidade das leis, dificultando a invasão de competência. 4. (Magistratura MG- 2004/2005) Pela Constituição de 1988, a federação brasileira é constituída pela união indissolúvel: a) da União, Estados, Distrito Federal e Municípios b) da União, Estados e Distrito Federal. c) da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Territórios. d) da União, Estados e Municípios. e) da União, Estados, Distrito Federal e Territórios. 5. (OAB/SP/102 º) Podem ser divididos em Municípios: a) Estados, Distrito Federal e Territórios; b) Estados e Distrito Federal; c) Estados e Territórios d) apenas os Estados. 6. (OAB/SP/125°). Na organização do Estado brasileiro, a substituição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios por um único ente central (A) não seria possível, devido à existência de disposição constitucional expressa vedando a alteração da forma republicana de governo. (B) seria possível, por meio de Emenda à Constituição. (C) não seria possível, devido à cláusula pétrea da separação dos Poderes. (D) seria possível somente pelo Poder Constituinte Originário 7. (OAB/SP/125°). Na organização do Estado brasileiro, a substituição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios por um único ente central (A) não seria possível, devido à existência de disposição constitucional expressa vedando a alteraçãoda forma republicana de governo. (B) seria possível, por meio de Emenda à Constituição. (C) não seria possível, devido à cláusula pétrea da separação dos Poderes. (D) seria possível somente pelo Poder Constituinte Originário. 8. (OAB/SP/117º) A consagração do princípio da livre iniciativa na Constituição Federal (A) impede a sua limitação, ainda que para tutelar direitos do consumidor. (B) não impede a atividade regulativa do Estado sobre a economia (C) não coexiste com a atividade interventiva do Estado na ordem econômica. (D) permite atividades monopolísticas do particular. 9. (MP/ 78 º) Ao consagrar o pluralismo político, a Constituição institui: a) um dos fundamentos da República b) os sindicatos como representantes das categorias sociais de produção; c) a multiplicidade de legendas partidárias; d) o princípio da cooperação entre os povos; e) o princípio democrático. SEPARAÇÃO DE PODERES (ART. 2º DA CF/88) São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Contudo, a independência não é absoluta, haja vista o estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos (checks and balances), para haver um equilíbrio necessário. Independência significa que: - a nomeação e a permanência das pessoas em cada um dos órgãos dos poderes, não necessitando do aval dos membros dos outros órgãos; - não é necessário que o membro de um órgão consulte outro órgão para tomar decisões. - cada órgão dos poderes tem liberdade para organizar seus serviços. - um poder não pode juridicamente determinar como o outro deve decidir no exercício de suas funções. Harmonia significa: - A possibilidade de um órgão colaborar com o outro. Sistema de Freios e Contrapesos Este sistema defende a independência entre os Poderes e o inter- relacionamento de suas atividades. Segundo essa teoria, os atos que o Estado pratica podem ser de 2 espécies: atos gerais e atos especiais. Os atos gerais só podem ser praticados pelo Legislativo, pois é esse Poder que deve emitir regras abstratas, não sabendo a quem elas irão atingir. Portanto, o Legislativo não atua concretamente na vida social, não tendo meios para prejudicar ou beneficiar uma pessoa ou um grupo. Uma vez emitida a norma geral é que se abre a possibilidade de atuação do Executivo, por meio dos atos especiais. O Executivo dispõe de meios concretos para agir, mas está igualmente impossibilitado de atuar arbitrariamente, porque todos os seus atos estão limitados pelos atos gerais praticados pelo Legislativo. Caso haja exorbitância de qualquer dos Poderes, surge a ação fiscalizadora do Poder Judiciário, obrigando cada um a permanecer nos limites de sua respectiva esfera de competência EX: Legislativo cria IPI (ato geral) Executivo cobra de um indivíduo (ato específico). Judiciário: dirime as possíveis controvérsias que possam surgir por ocasião da aplicação da lei como também analisa a inconst. da lei. EXERCÍCIOS 1. (OAB/SP/123º) Não é considerado instrumento componente do sistema brasileiro de “freios e contra-pesos” (checks and balances): (A) o veto do Presidente da República a projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional. (B) a sustação, pelo Congresso Nacional, de Decreto do Presidente da República que exceda o poder regulamentar. (C) o julgamento, pelo Congresso Nacional, das contas do Presidente da República. (D) a elaboração, pelo Supremo Tribunal Federal, de seu Regimento interno 2. (OAB/SP/127º) Não integra o princípio da separação de Poderes, na esfera do Município, a seguinte competência: (A) prestação anual de contas pelo Prefeito à Câmara Municipal. (B) nomeação, pelo Prefeito, de membro do Poder Judiciário local (C) veto do Prefeito a projeto de lei aprovado pela Câmara. (D) cassação do mandato do Prefeito pela Câmara Municipal. 3. (Magistratura/170º) Como decorrência do princípio da independência e harmonia dos Poderes: I) o Poder Executivo não participa do processo legislativo; II) ao Poder Judiciário é vedada a prática de atos administrativos; III) cada um dos Poderes pode organizar livremente seus serviços, observando apenas os preceitos constitucionais e legais. Pode-se dizer que: a) apenas a afirmativa I é correta; b) apenas a afirmativa II é correta; c) apenas a afirmativa III é correta. d) há mais de uma alternativa correta; 4. (OAB/ 101º) A divisão dos Poderes, bem como sua independência, não é absoluta. Há interferências que visam ao estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos à busca do equilíbrio necessário. Só não é exemplo de freios e contrapesos: a) o Executivo tem participação importante no Legislativo quer pela iniciativa das leis, quer pela sanção e pelo veto; b) o Congresso, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderá rejeitar o veto do Executivo; c) os Tribunais, embora não interfiram no Legislativo, estão autorizados a declarar a inconstitucionalidade das Leis; d) o Poder Legislativo se organiza em duas Casas: Câmaras e Senado, sistema denominado bicameralismo OBJETIVOS FUNDAMENTAIS (ART. 3° DA CF/88) Objetivos são as finalidades a serem alcançadas. A CF de 88 foi a primeira a fixar objetivos para o Estado. São 4 os objetivos fundamentais do Brasil: I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária. II – Garantir o desenvolvimento nacional: não podemos entender o desenvolvimento nacional apenas como desenvolvimento econômico, senão também como desenvolvimento social. III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Uma decorrência desse princípio é a vedação constitucional de salários mínimos regionais (art. 7º, IV), na medida que contribuiria para a preservação da desigualdade entre os estados. A Lei Complementar nº 103, de 14/07/2000 permite que os Estados e o Distrito Federal possam fixar, em lei, piso salarial maior (art. 7 º, V, CF) que o salário mínimo nacional, válido em seus respectivos territórios. Não se trata, é evidente, da regionalização do salário mínimo, uma vez que este, nacionalmente unificado, continuará sendo fixado em lei federal, como prescreve a nossa Carta Magna. Apenas fica possibilitado que haja pisos estaduais acima do mínimo nacional, caso as unidades da Federação julguem que suas condições socioeconômicas permitam. IV – Promover o bem estar de todos sem preconceito de qualquer natureza. Através deste dispositivo consagra-se o princípio da igualdade e o manifesto combate ao racismo. EXERCÍCIOS 1. (OAB/SP/114º) São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: A) a garantia do desenvolvimento nacional, a prevalência dos direitos humanos e a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. B) a prevalência dos direitos humanos, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades regionais. C) a garantia do desenvolvimento nacional, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a erradicação da pobreza D) a prevalência dos direitos humanos, a redução das desigualdades regionais e a garantia do desenvolvimento nacional. 2. (OAB/SP/132º) A ordem constitucional considera objetivo fundamental da República Federativa do Brasil: (A) a erradicação da pobreza (B) a proteção ao Estado Democrático de Direito. (C) a prevalência dos direitos humanos. (D) a defesa da soberania. 3. (OAB/SP/106°) São objetivos fundamentais do estado brasileiro: a) a livre iniciativa e o pluralismo econômico. b) a garantia do desenvolvimento nacional e a erradicação da pobreza. c) a cidadania e a redução das desigualdades sociais. d) a soberania e a promoção do bem de todos. PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO BRASIL (ART. 4º DA CF/88) I – Autodeterminação dos povos; II –Independência nacional; III – Defesa da paz; IV – Não intervenção; V- Concessão de asilo político; VI – Prevalência dos direitos humanos; VII – Igualdade entre os Estados; VIII – Repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX – Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. X – Solução pacífica dos conflitos. Segundo o art. 4º, único: A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS A expressão direitos fundamentais é gênero de diversas modalidades de direitos: os denominados individuais, coletivos, difusos, sociais, nacionais e políticos. Os direitos e garantias fundamentais são pretensões que, em cada momento histórico, se descobrem a partir da perspectiva do valor da dignidade da pessoa humana. Os direitos e garantias fundamentais garantem a convivência pacífica, digna, livre e igualitária, independente de cor, raça, credo, origem e condição econômica. Os direitos fundamentais são conhecidos sob os mais diferentes rótulos, tais como: direitos humanos fundamentais, direitos humanos, direitos do homem, direitos individuais, direitos públicos subjetivos, liberdades fundamentais, liberdades públicas, etc. Estão previstos no Título II da CF/88 – são 5 capítulos: I – “Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos”; II – “Dos Direitos Sociais; III – “Da Nacionalidade”; IV – “Dos Direitos Políticos”; V – “Dos Partidos Políticos”. Tratados Internacionais Os direitos fundamentais advindos de tratados internacionais do qual o Brasil faça parte também serão assegurados por nosso ordenamento (art. 5°, § 2°). O STF já decidiu que os tratados internacionais sobre direitos humanos são normas hierarquicamente inferiores à Constituição, estando no mesmo nível das leis ordinárias. São normas supralegais, mas infraconstitucionais. Apenas terão valor de norma constitucional, quando aprovado pelo mesmo processo legislativo das emendas constitucionais (em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membro). Momento de Eficácia do Tratado Internacional 1° Adesão: é firmado pelo Chefe do Executivo, sendo tal competência exclusiva (art. 84, VIII, da CF). 2° Apreciação: Deverá ser apreciado pelo Congresso Nacional, e referendado por meio decreto legislativo (art. 84, VIII, da CF e art. 49, I da CF). 3° Promulgação: Deverá posteriormente ser remetido para o Executivo a fim de haver a devida promulgação por meio decreto presidencial. 4° Publicação: somente após a publicação é que haverá a obrigatoriedade e executoriedade. Os direitos e garantias fundamentais podem ser classificadas conforme o titular ou ainda em gerações. Classificação dos Direitos Fundamentais conforme o Titular do Direito Individuais: pertencentes ao indivíduo. Coletivos: pertencentes à categoria determinada de pessoa. Difusos: pertencentes à toda sociedade. Classificação conforme o Momento Histórico ou em Gerações A doutrina aponta a existência de três gerações de direitos fundamentais. São: a) direitos individuais, b) direitos sociais e c) direito de fraternidade. A evolução das gerações de direito acompanhou o ideário da Revolução Francesa, que era resumidos em 3 palavras: liberdade, igualdade e fraternidade. Cada geração de direitos representa a conquista pela humanidade de um desses grandes postulados, as gerações se dividem conforme a ordem de positivação. 1 - Direitos Individuais ou Liberdades Públicas – 1° Geração Foram reconhecidos como direitos fundamentais no séc. XVIII. São limites impostos à atuação do Estado, resguardando direitos considerados indispensáveis à pessoa humana. Significam uma prestação negativa do Estado, ou seja, de não interferir na liberdade, na propriedade, na segurança. Surgiu durante o Estado Liberal. 2 - Direitos Sociais, Econômicos e Culturais – 2° Geração Foram reconhecidos no início do séc. XX. São direitos de conteúdo econômico e social que visam melhorar as condições de vida e de trabalho da população. São direitos por meio dos quais se intenta estabelecer uma liberdade real e igual para todos, mediante a ação corretiva dos Poderes Públicos, onde o princípio da igualdade de fato ganha realce. São também denominados de Direitos de Crédito, pois impõem ao Estado um dever de agir, isto é, prestações positivas. Esses direitos nasceram em razão da luta de uma nova classe social, os trabalhadores. O Estado deve prestar serviços públicos para satisfazer os direitos econômicos, sociais e culturais. Defende-se a idéia do Estado Intervencionista, ou seja, do Estado que regule a ordem econômica, para que os necessitados atinjam também a prosperidade material. EX: saúde, previdência, trabalho, moradia, lazer, etc. (art. 6° da CF). Contudo, para o Estado concretizar tais direitos deve se observar o princípio da reserva do possível do Estado, observar a disponibilidade orçamentária, financeira. 3 – Direitos de Fraternidade ou Solidariedade – 3° Geração Visam assegurar o relacionamento fraterno na sociedade. São concebidos para a proteção não do homem isoladamente, mas da coletividade, de grupos. São novos direitos, decorrentes de uma sociedade de massas, surgida em razão dos processos de industrialização e urbanização, em que os conflitos sociais não eram mais adequadamente resolvidos dentro da antiga tutela jurídica voltada somente para a proteção de direitos individuais. EX: meio ambiente, desenvolvimento, à paz, etc. E ainda: proteção ao consumidor, ao idoso, ao deficiente físico, à criança e ao adolescente, etc. Características dos Direitos Fundamentais: I – Imprescritibilidade: não deixam de ser exigíveis pela falta de uso, ou pelo transcurso do tempo. II- Irrenunciabilidade: ninguém pode abrir mão dos seus direitos fundamentais. III- Inalienabilidade: são intransferíveis e inegociáveis. Os seus titulares não podem vendê-los, aliená-los ou comercializá-los. IV- Concorrência: há a possibilidade de acumular. V- Universalidade: todos os seres humanos têm direitos fundamentais que devem ser devidamente respeitados. VI- Historicidade: são produtos da evolução histórica. VII- Aplicabilidade Imediata: não dependem da elaboração de norma regulamentadora, somente quando a constituição expressamente exigir uma regulamentação, é que a norma poderá ser interpretada como não auto- executável. Deverá sempre procurar dar uma interpretação que favoreça a sua imediata aplicação. VIII – Relativos ou limitados: nem todo direito ou garantia fundamental podem ser exercidos de modo absoluto e irrestrito, salvo algumas exceções. Podem ser ainda suspensos durante o estado de sítio. Há situações em que um direito ou garantia fundamental é absoluto, devendo ser exercido de maneira irrestrita. É o caso da proibição à tortura e do tratamento desumano ou degradante. A relatividade dos direitos fundamentais é, em grande parte, um problema de interpretação. Cada caso é único. Não precisando sacrificar um direito fundamental em relação a outro. Basta que se reduza, proporcionalmente, o âmbito de alcance dos interesses em disputa, mediante a técnica da ponderação de valores. Denominamos estes casos de Colisão de Direitos Fundamentais. Observa Canotilho que ocorre a colisão de direitos fundamentais: “quando o exercício de um direito fundamental por parte de seu titular colide com o exercício do direito fundamental por parte de outro titular”. EX: até que ponto a liberdade de expressão de uma pessoa pode ofender a honra de outra? Diferença entre Direitos e Garantias Direitos são as disposições meramente declaratórias,que estabelecem direitos. São bens e vantagens disciplinadas pela CF. Garantias são as disposições asseguratórias, ou sejam, que asseguram o exercício desses direitos. São ferramentas jurídicas por meio das quais tais direitos se exercem, limitando o poder do Estado. Ex: a) Direito à liberdade de locomoção (CF/88, art. 5º, LXVIII): é uma norma declaratória. b) Habeas Corpus (CF/88, art. 5º, LXVIII): é uma garantia. Alguns dispositivos constitucionais contêm direitos e garantias no mesmo enunciado,ex: art. 5º, X. EXERCÍCIOS 1 - (OAB/SP/ 130°) Os tratados internacionais sobre direitos humanos, na ordem interna, (A) podem equivaler à Emenda à Constituição (B) equivalem sempre à lei ordinária. (C) não necessitam de referendo do Congresso Nacional, desde que celebrados pelo Presidente do próprio Congresso Nacional. (D) não podem ser declarados inconstitucionais. 2 – (OAB/SP/ 120º) A Constituição Federal autoriza o intérprete, de maneira expressa, a distinguir outros direitos fundamentais, além daqueles por ela veiculados textualmente (A) nos tratados internacionais (B) nos Decretos do Presidente da República. (C) nos acordos coletivos de trabalho. (D) nas decisões do Supremo Tribunal Federal, proferidas em Ação Direta de Inconstitucionalidade. 3 - (OAB/SP/ 126°). Segundo previsão expressa da Constituição Federal, os tratados internacionais sobre direitos humanos, em que a República Federativa do Brasil for parte, equivalerão, na ordem interna, (A) às emendas constitucionais, desde que aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros (B) às leis ordinárias, porque sempre deverão ser aprovados, em cada Casa do Congresso, em dois turnos, por maioria simples dos votos dos respectivos membros. (C) aos Decretos Regulamentares, por serem atos praticados exclusivamente pelo Presidente da República, enquanto Chefe de Governo, sem a participação do Congresso Nacional. (D) às sentenças estrangeiras, porque devem ser previamente homologados pelo Superior Tribunal de Justiça. 4 – (OAB/RJ/ 2004) Sobre os direitos fundamentais podemos afirmar: a) Não são absolutos, podendo ser relativizados diante de conflitos entre normas constitucionais b) Estão dispostos no rol taxativo do art. 5º da Constituição Federal; c) São considerados pelo art. 60 da CRFB/88 como limitação formal ao poder constituinte derivado; d) De acordo com a Constituição Federal, as normas definidoras de direitos fundamentais, possuem eficácia limitada e mediata. 5. (OAB/SP/ 128°) Os direitos fundamentais, segundo o texto da Constituição Federal, (A) têm aplicação imediata, mas, alguns deles, podem ser suspensos durante a intervenção federal. (B) têm aplicação imediata, mas, alguns deles, podem ser suspensos durante o estado de sítio (C) têm aplicação imediata e nunca podem ser suspensos. (D) não têm aplicação imediata. 7. (OAB/SP/136°) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes A) às leis complementares. B) às leis ordinárias. C) às emendas constitucionais D) aos decretos legislativos. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (CF/88, ART.5º) São 5 os direitos individuais, previstos no caput do art. 5º da CF/88: vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. A constituição admite a existência também de direitos individuais implícitos, cujo reconhecimento decorre da interpretação do texto constitucional (art. 5°, § 2°). O rol não é taxativo, assim, existem outras normas previstas na própria constituição que não estão no art. 5°, existindo ainda os implícitos. EX: art. 150: princípio da anterioridade em matéria de impostos (cláusula pétrea, direito individual). Os direitos fundados nas relações econômicas foram dispostos nos arts. 170 a 192 da CF. Destinatários dos Direitos Individuais São os brasileiros e estrangeiros residentes no país. As pessoas jurídicas também possuem direitos individuais. Ex: podem impetrar o HC, o MS, etc... Estrangeiros residentes no país têm seus direitos fundamentais reconhecidos, desde que não sejam incompatíveis com a situação de estrangeiro (não possuem direito ao voto). EX: Podem impetrar HC, MS, etc. Estrangeiros não residentes no país também têm seus direitos fundamentais reconhecidos, contudo, a Constituição somente poderá garantir direitos fundamentais a tais estrangeiros, desde que submetidos á soberania brasileira. EX: Um estrangeiro de passagem no Brasil poderá impetrar HC, MS, etc... EXERCÍCIOS 1 - (Oficial de Justiça/SP/1999). Segundo a Constituição Federal, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade é garantida: a ( ) somente aos brasileiros natos. b ( ) somente aos brasileiros natos e naturalizados. c ( ) aos brasileiros e aos estrangeiros em missão oficial no País. d ( ) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País e ( ) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País há mais de 10 (dez) anos. 1 - DIREITO À VIDA O direito à vida é o principal direito individual, o bem jurídico de maior relevância, pois o exercício dos demais direitos depende de sua existência. Assim, deve ser compreendido de forma extremamente abrangente, incluindo o direito de nascer, de permanecer vivo, de defender a própria vida, enfim, de não ter o processo de vida interrompido senão pela própria morte espontânea e inevitável. Segundo o art. 2 º C.C.: “A personalidade civil do homem começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Ex: reconhecimento dos direitos de sucessão. Do direito à vida decorre: o direito à integridade física e moral, proibição da pena de morte, venda de órgãos, punição do crime de homicídio, da eutanásia,do aborto e da tortura. A vida é um bem jurídico indisponível, assim qualquer atentado contra a vida é considerado crime. Ex: Homicídio (art. 121 do CP); participação em suicídio (art. 122, CP); aborto (arts. 214 a 128 do CP), somente é admitido aborto em 2 hipóteses legais: gravidez com risco de vida para a gestante e gravidez resultante de estupro (art. 128, I e II do CP). Há juristas de posição extremamente conservadora que defendem que a interrupção da gravidez decorrente de violência sexual, não teria sido recepcionada pela nova ordem constitucional. Defendem tbm que o DIU e a pílula do dia seguinte seriam inconstitucionais. A morte não é um direito subjetivo, sendo lícita a conduta de quem impede, utilizando-se dos meios que forem necessários, alguém de se matar (art. 146, § 3°, II, do CP). Eutanásia: significa morte boa, onde se mata alguém para abreviar o sofrimento. A eutanásia configura crime, punida como homicídio privilegiado, devido à presença do relevante valor moral do agente. Ortonásia:significa morte justa, onde o médico deixa de prolongar artificialmente a vida do doente terminal, desligando os aparelho, o entendimento moderno é que não configura crime. Aborto: Por força do art. 5°, caput,qualquer tentativa de despenalização do aborto é contrária à manifestação do Poder Constituinte Originário. Nem mediante emenda const. isso seria possível, pois o direito à vida é cláusula pétrea (art. 60, § 4°). Contudo, o que tem causado bastante dúvida, por ausência de previsão legal, é o caso do aborto eugenésico. É possível realizar, por exemplo, o aborto de uma criança acrânica (sem cérebro)? Perante a inviabilidade da vida extra- uterina, justifica o aborto? Os julgados têm caminhado no sentido de permitir a realização de aborto nas hipóteses de fatoreshereditários, doenças maternas, problemas irreversíveis decorrentes da gravidez, do álcool, do cigarro, da droga, das radiações químicas, das distorções psíquicas, das deformidades orgânicas, etc. O aborto é recomendável nesses casos para evitar fundado risco de vida, atestado por rigorosa perícia médica, no entanto, é necessário, autorização do Judiciário. Mas, nascituros portadores de deficiências físicas, de enfermidades psíquicas, das deformações corporais não podem ser submetidos ao aborto, porque se estaria permitindo que os pais e médicos empreendessem uma espécie de seleção natural. Clonagem: a clonagem humana, sob o argumento de aprimorar o corpo físico e combater problemas relevantes na área da saúde humana é de todo inconstitucional, porque todos têm direito: a) a uma vida digna (art. 1°, III c/c o art. 5°, caput, ambos da CF); b) a uma vida sadia (art. 225, caput, da CF); c) de ser concebido no seio de uma família, mediante a união sexuada de um homem com uma mulher (art. 226, § 1° e 8° da CF). Pena de Morte: é vedada expressamente pela CF, permitido apenas em caso de guerra declarada (art. 5°, XLVII). Os princípios da legalidade e da anterioridade da lei penal continuam prevalecendo em tempo de guerra. A pena de morte é proibida por vários fatores: a) não diminui a criminalidade, há o risco do erro do judiciário, etc. As hipóteses da aplicação da pena de morte em crimes cometidos em tempo de guerra estão previstas no Código Penal Militar. Direito à Integridade Física: tal direito está claramente vinculado à idéia de proteção da dignidade da pessoa humana, valor maior perseguido pelo nosso Estado. Assim, não basta garantir o direito à vida, mas assegurá-lo com o máximo de dignidade e qualidade na existência do ser humano. É o absoluto respeito à integridade corporal e psíquica de todo e qualquer ser humano. Tbm é um bem jurídico considerado indisponível. Em vários dispositivos a CF revela esta preocupação: Art. 5°, III: “ninguém será submetido à tortura nem tratamento desumano ou degradante”. Torturar é constranger alguém mediante a prática da violência, da grave ameaça, causando-lhe dor, pavor, sofrimento físico ou mental, para obter informações, declarações ou confissões. Art. 5°, XLIX: “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”. Art. 5°, XLVII: a CF não admite ainda imposição de penas cruéis. Para assegurar o respeito à integridade do preso e à legalidade da prisão, a CF estabelece um série de outros direitos: Art. 5°, LXII: “comunicação imediata de qualquer prisão ao juiz competente, à família do preso ou à pessoa por ele indicada”. Art. 5°, LXIII: “dever de informar o preso de seus direitos, inclusive o de permanecer calado, assegurando-lhe assistência à família e advogado”. Art. 5°, LXIV: “direito do preso à identificação dos responsáveis pela sua prisão, ou pelo interrogatório policial”; Art. 5°, LXV: relaxamento imediato pelo juiz da prisão feita de forma ilegal. Direito à Integridade Moral: a Const. assegura expressamente “a indenização por dano moral, material ou à imagem”(CF/88, art. 5 º, V), isto porque, a honra é um bem jurídico que encontra proteção no próprio Texto Constitucional. O atributo moral envolve 2 aspectos (art. 5°, V e X da CF): a) auto-estima (consideração que tem de si mesma); b) reputação (consideração gozada no meio social); * Proibição de Venda de Órgãos: considerando o absoluto respeito à integridade física, bem jurídico considerado indisponível, a CF veda qualquer tipo de comercialização de órgãos, tecidos, substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento (art. 199, § 4°, da CF. Contudo, a doação de sangue ou órgãos em vida ou após a morte, para fins de transplante ou tratamento é válida. Regulamentado pela Lei n. 9.434/97, e alterações introduzidas pela Lei n. 10.211/2001. Tortura: A CF, em diversos incisos do art. 5° deixou patente o seu repúdio a essa forma de investigação. A tortura é a imposição de qualquer sofrimento físico ou mental, mediante violência ou grave ameaça, com finalidade de obter confissão. Inciso III: “ninguém será submetido à tortura”. Inciso XLIX assegura: “aos presos o respeito à sua integridade física e moral”. Inciso XLIII:considera inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática da tortura (regulamentado pela Lei n. 9.455/97). EXERCÍCIOS 1 – (OAB/SP/ 120º) Ao tutelar o direito à vida, a Constituição Federal (A) proibiu totalmente a pena de morte e a remoção de órgãos. (B) permitiu excepcionalmente a pena de morte e a remoção de órgãos (C) proibiu totalmente a pena de morte e autorizou a remoção de órgãos. (D) autorizou excepcionalmente a pena de morte e proibiu totalmente a remoção de órgãos. 2 – (OAB/SP/ 126º) Ao tutelar o direito à vida, a Constituição Federal veda,textualmente, (A) qualquer hipótese de pena de morte. (B) a manipulação de material genético. (C) a comercialização de órgãos humanos (D) a execução de qualquer espécie de aborto. 3 – (OAB/102°) Assinale a alternativa correta: a) a pena de morte não pode ser aplicada no Brasil, em nenhuma hipótese; b) a pena de morte pode ser introduzida no Brasil por meio de emenda constitucional; c) a pena de morte pode ser aplicada em caso de guerra declarada d) a pena de morte pode ser introduzida em processo de revisão constitucional. 2 – DIREITO À LIBERDADE OU ÀS LIBERDADES Não é absoluto, pois não se pode fazer tudo o que quer, o indivíduo é livre apenas para fazer aquilo que a lei não proíbe. Considerando o princípio da legalidade (art. 5°, II), apenas as leis podem limitar a liberdade individual. Modalidades de liberdades: Liberdade de pensamento, art. 5o., IV A tutela constitucional surge no momento em que ele é exteriorizado com a sua manifestação. O pensamento em si, é absolutamente livre, mas sua manifestação já não pode ser feita de forma descontrolada, pois o abuso desse direito é passível de punição. Estabelece o art. 5°, IV, que: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Ninguém pode fugir da responsabilidade do pensamento exteriorizado, escondendo-se sob a forma do anonimato. Não se tolera o exercício abusivo desse direito em detrimento da honra das demais pessoas. Tratando-se de matéria sem indicação do nome do autor, responderão por eventual abuso as pessoas responsáveis pelo jornal ou periódico (Lei n. 5.250/67). Caso publiquem injúrias poderão tbm ser responsabilizadas. A CF/88, art. 5o., V assegura ainda: “o direito de resposta proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”. Trata-se de um direito de defesa da pessoa que foi ofendida pela imprensa em razão da publicação de uma notícia inverídica ou errônea. O direito de resposta serve para evitar que a honra e a imagem fiquem comprometidas. O ofendido não poderá por intermédio do direito de resposta, fazer calúnias, difamações, injúrias, etc., se assim fizer passará de ofendido a ofensor. O direito de resposta deverá ser proporcional ao agravo, com o mesmo destaque, tamanho e duração, direito que não lhe pode ser recusado nem lhe impor ônus. E, no caso de recusa, o Poder Judiciário poderá compelir o devido meio de comunicação a efetivar tal direito. Liberdade de Consciência A liberdade de consciência é de foro íntimo, interessando apenas ao indivíduo. Por sua própria natureza é de caráter indevassável e absoluto e não está sujeita a qualquer forma de controle pelo Estado, abrangendo também a liberdade de crença e de consciência em sentido estrito. A liberdade de crença é a liberdade de pensamento de foro íntimo em questões de natureza religiosa (CF, art. 5°, VI). A liberdade de consciência
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