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APOSTILA DIREITO CONSTITUCIONAL I

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APOSTILA DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
 
Profa. LINDA LUIZA JOHNLEI WU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTADO E CONSTITUIÇÃO 
Constituição - Surgimento 
Constitucionalismo: movimento de limitação do poder do Estado, na tentativa 
de criar uma Carta que todos deveriam obedecer, inclusive os próprios 
governantes. 
Na verdade, a idéia da existência de um conjunto de normas fundamentais, que 
todos deveriam obedecer, sempre esteve presente nos diversos ordenamentos 
jurídicos, não com a noção atual, mas com a idéia da supremacia de algumas 
matérias sobre as outras. 
Na Idade Média, a idéia de Constitucionalismo, estava interligada com a idéia 
de limitação do poder estatal e proteção ao indivíduo da atuação arbitrária das 
autoridades públicas. 
Conseqüentemente, durante essa época, surgiram diversos documentos 
jurídicos que reconheciam a existência de direitos fundamentais, na tentativa 
de limitar o poder estatal. 
Na Inglaterra tivemos a Magna Carta que já trazia em seu corpo: a idéia de que 
a pena deveria ser proporcional à gravidade do delito, a previsão do devido 
processo legal, livre acesso à Justiça, etc. 
Portanto, o Constitucionalismo na Idade Média trazia a idéia de defesa dos 
direitos fundamentais. Tais direitos tinha supremacia sobre as demais normas, 
tudo isso para limitar o controle e abusos do próprio Estado. 
Em realidade, todos os países possuem ou possuíram sempre uma 
constituição, em todos os momentos de sua história, a diferença dos tempos 
modernos, é que as Constituições são escritas nas folhas de papel, antes era 
determinado pelo costume. 
 Portanto, o constitucionalismo é um movimento que reagiu ao estado 
absolutista. 
Estas Cartas deveriam ainda, ter um procedimento especial de elaboração com 
participação popular, não podendo ser facilmente alteradas, por isso a sua 
supremacia perante as outras legislações. 
A Constituição deveria tratar sobre: 
 
a) Limitação do poder político, isto é, organização do poder. 
b) Normas básicas sobre a organização do Estado (órgãos do Estado, 
sistema de governo, regime político), para que essa matéria não 
dependesse dos caprichos dos governantes. 
c) Proteger e garantir os direitos individuais. 
As idéias do constitucionalismo foram amplamente difundidas com as 
revoluções liberais. Ex: Revolução americana de 1776, Revolução Francesa de 
1789. 
Portanto, a Constituição deveria ser escrita, superior as todas as demais 
legislações, e possuir temas como: organização dos poderes, organização dos 
Estados e direitos individuais. 
Os ideais constitucionalistas surgiu concomitante com os ideais do Liberalismo, 
ou seja, do Estado Liberal. 
Segundo, os liberalistas, caberia ao Estado manter a ordem e a Justiça, e o 
restante que ficasse sob a responsabilidade da iniciativa privada. 
Surgiu assim a Constituição-garantia que tinha como principal preocupação a 
proteção aos direitos individuais, respeitando a livre iniciativa. Este modelo 
perdurou até o séc. XIX, eram Constituições curtas. 
Um 2o. movimento surgiu a partir da Revolução Industrial. 
Nesta época, houve a substituição da mão-de-obra pelas máquinas, crise 
econômica e êxodo rural. 
Houve pressão para que o Estado mudasse a sua atuação, ou seja, que 
deixasse de se preocupar apenas com a ordem e que passasse a intervir na 
vida privada, isto em decorrência de todos os problemas sociais verificados. 
Assim, o estado passou a cuidar tbm da ordem social e econômica, como 
saúde, educação, previdência, trabalho. 
Era necessário o Estado intervir para proteger os mais fracos dos mais fortes. 
Nascia, dessa forma, o Estado do bem estar Social, o Estado intervencionista, 
a Constituição Social: a 1 º Const. foi a mexicana, mas a que acabou 
influenciando a maioria dos países foi a alemã de 1919. 
A Constituição Social não excluiu a Constituição garantia, mas priorizou um 
Estado intervencionista, isto é, um Estado que disciplinasse tbm a ordem 
social. 
Uma das principais idéias da Constituição Social: é dever do Estado prestar 
serviços fundamentais. O Estado tem o dever de garantir o mínimo existencial 
com dignidade (direito social e econômico). 
 
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO 
Constituição – lei fundamental e suprema de um Estado. 
Onde contêm: 
 Poder Político 
 Ordem Econômica e Social 
 Limites da atuação do Estado 
 Forma de Estado e Governo 
A Constituição estabelece os limites da atuação do Estado, visando assegurar 
o respeito aos direitos individuais. 
A C.F. é a lei maior do país, a lei fundamental da sociedade, pois contém todas 
as normas fundamentais do Estado. 
Portanto, é a organização fundamental total, quer social, quer econômica, quer 
política, quer jurídica. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
Quanto à Origem: * Promulgadas – c/ participação popular. Elaborada pela 
Assembléia Nacional Constituinte. Ex: 1891, 1934, 1946 e 1948. 
 * Outorgadas- s/ participação popular. Imposta pelo 
governante. Ex: 1824, 1937, 1967. 
Forma: * Escrita 
 * Não - escrita ou Consuetudinária- as regras não estão codificadas 
em um texto único, resulta de leis esparsas, jurisprudências e costumes. Ex: 
Constituição da Inglaterra. 
Modo de Elaboração: * Dogmática - no texto constitucional estão 
incorporadas os valores políticos e ideológicos predominantes em determinada 
época. Toda const. escrita é dogmática. 
 * Histórica ou Costumeira – são as Const. não-
escritas, produto de uma lenta evolução histórica, baseando-se em costumes, 
jurisprudências e textos esparsos. 
Ideologia - * Ortodoxa – influenciada por uma só ideologia. Ex: Const. 
Soviética 1977 – socialismo. 
* Ecléticas, Complexas ou Compromissórias - Pluralistas, equilibram 
diversas ideologias. EX: CF/88. 
Mutabilidade ou Estabilidade: 
* Rígidas – São modificáveis, porém através de um procedimento mais 
rigoroso. Ex: CF/88. Emenda – para ser aprovada precisa da maioria de 3/5. 
Lei ordinária maioria simples. E ainda cláusulas pétreas art. 60 § 4o. 
* Semi-rigidas ou Semi-flexíveis – Contêm uma parte flexível e outra rígida. 
* Flexíveis ou Plásticas – Não exigem um procedimento especial de 
modificação. Alteram-se com o mesmo procedimento das leis ordinárias 
(maioria simples). 
* Imutáveis – seriam aquelas que não podem ser alteradas. 
Conteúdo: * Material – Quando não está codificada em um único texto. Ex: 
Inglesa. 
 * Formal – Conjunto de normas inseridas no texto escrito, sendo 
tais normas hierarquicamente superiores. Ex: brasileira. 
Tamanho ou Extensão: * Sintética – Poucos artigos, dispõe apenas sobre os 
aspectos fundamentais da organização do Estado e seus limites. Ex: Const. 
Americana, 33 arts. 
 * Analítica – Prolixas. Diversos aspectos da 
organização do Estado abrangendo questões que poderiam ser objeto de leis 
ordinárias. Ex: CF/88. 
CF/88: Promulgada, escrita, analítica, eclética, formal, dogmática, rígida e 
dirigente. (para Alexandre de Morais: super-rígida – cláusulas pétreas). 
 
EXERCÍCIOS 
1. É correto dizer que a diferença entre constituição rígida e constituição 
flexível está no fato de esta última poder ser alterada e aquela não? 
2. (OAB/SP/125º/2005) A Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988 pode ser considerada: 
a) rígida, por ser seu processo de alteração mais dificultoso que o de 
elaboração das demais espécies normativas, e formal, por constar de 
documento escrito solenemente aprovado pelo Poder Constituinte 
b) rígida, por ser imutável, e outorgada, por ter sido elaborada com a 
participação popular. 
c) flexível, por ser passível de alteração, e formal, por prever forma específica 
para a sua modificação. 
d) flexível, porser passível de alteração, e outorgada, por ter sido elaborada 
sem a participação popular. 
 
3. (OAB/SP/117o.) Constituição rígida é a que 
a) não admite qualquer tipo de alteração. 
b) pode ser alterada por um processo legislativo mais solene e complexo que o 
exigido para a edição das outras espécies normativas 
c) possui regras que podem ser alteradas pelo processo legislativo ordinário e 
outras regras que apenas podem ser modificadas através de processo 
legislativo especial. 
d) tem um núcleo imodificável e outro núcleo que pode ser alterado da mesma 
forma exigida para a elaboração das outras espécies normativas. 
 
4. (OAB/SP/100o.) A Constituição Federal vigente é considerada: 
a) flexível, pois caracteriza a República Federativa do Brasil como um Estado 
Democrático de Direito; 
b) flexível, pois prevê mais direitos do que deveres aos indivíduos; 
c) rígida, pois prevê medidas excepcionais de defesa de Estado, como estado 
de sítio e o estado de defesa; 
d) rígida, pois prevê mecanismos de alteração do texto constitucional mais 
rigorosos que o processo legislativo ordinário 
 
5. (OAB/SP/ 102 º) Em Estados cuja constituição for flexível, uma lei editada 
com conteúdo contrário ao texto constitucional: 
a) será automaticamente considerada constitucional; 
b) deverá ser considerada inconstitucional pelo tribunal competente; 
c) deverá ser considerada inconstitucional por ato do próprio chefe do poder 
executivo; 
d) é válida e acarreta alteração no texto constitucional 
 
6. (OAB/SP/ 106 º) O princípio da supremacia constitucional: 
a) decorre da possibilidade da União intervir nos Estados e Municípios; 
b) requer a conformidade à constituição apenas dos atos legislativos, visto que 
os atos administrativos devem ser conformes apenas à lei infraconstitucional; 
c) requer a conformidade de todas as situações jurídicas aos princípios e 
preceitos da constituição 
d) não se impõe se houver omissão na prática de ato administrativo; 
 
7. (MP/SP/ 1998) A constituição que, resultante dos trabalhos de um órgão 
constituinte, sistematiza as idéias e princípios fundamentais de teoria política e 
do Direito dominante no momento, quanto ao modo de elaboração, denomina-
se: 
a) flexível; 
b) formal; 
c) semi-rígida; 
d) outorgada; 
e) dogmática 
 
8. (OAB/SP/ 129 º) A Constituição Federal é considerada rígida porque: 
a) não pode ser modificada. 
b) não pode ser modificada, exceto nos casos de estado de 
sítio e de estado de defesa. 
c) não pode ser modificada, exceto quando declarada inconstitucional pelo 
Supremo Tribunal Federal. 
d) pode ser modificada por meio de processo mais complexo 
e dificultoso que o processo de elaboração das leis infraconstitucionais 
 
9. (OAB/ SP/ 134 º). Quanto ao processo de mudança, a Constituição Federal 
de 1988 pode ser classificada como 
(A) flexível, por admitir alteração por iniciativa não só dos membros do 
Congresso Nacional, como também do presidente da República. 
(B) semi-rígida, por admitir alteração de seu conteúdo, exceto com relação às 
cláusulas pétreas. 
(C) transitoriamente rígida, por não admitir a alteração dos Atos das 
Disposições Constitucionais Transitórias. 
(D) rígida, por admitir a alteração de seu conteúdo por meio de processo mais 
rigoroso e complexo que o processo de elaboração das leis comuns 
 
PODER CONSTITUINTE 
É o poder de elaborar uma nova Const.,bem como de reformar a vigente, 
através da supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais. 
 
I - Poder Constituinte Originário, 
Tbm chamado de 1 º Grau ou Genuíno. 
É o poder que elabora uma nova Const. estabelece uma nova ordem jurídica 
fundamental para o Estado em substituição à anteriormente existente. 
 
Rompe por completo com a ordem jurídica anterior, criando um novo Estado. 
A cada nova Const. surge um novo Estado, não no sentido histórico ou 
geográfico, mas sim jurídico, isto porque, há um rompimento com a ordem 
jurídica anterior. 
É um poder de fato, absoluto, e que não está condicionado a qualquer limitação 
de ordem jurídica. 
Portanto, em tese pode dispor de qualquer assunto da forma que entender. 
Características do Poder Constituinte Originário: 
* Inicial –é inicial porque inaugura uma nova ordem jurídica, sem ter outra 
qualquer como ponto de partida. 
* Ilimitado – Não está subordinada a nenhuma ordem jurídica anterior, 
podendo dispor sobre qualquer assunto. 
* Incondicionado – Não está subordinado a condições pré-estabelecidas, ou 
seja, é ele mesmo que define as regras procedimentais para o seu exercício, 
assim, não tem fórmula pré-estabelecida para a sua manifestação, ou seja, não 
tem que respeitar a nenhum procedimento pré-estabelecido para a sua 
manifestação. 
* Autônomo – Pq não está vinculado à ordem jurídica anterior, ou seja, será 
estruturada de acordo com a determinação dos que exercem o pode 
constituinte. 
 
Formas de Expressão do Poder Constituinte Originário 
a) Outorga: caracteriza-se pela declaração unilateral do agente 
revolucionário. 
b) Assembléia Nacional Constituinte: nasce da deliberação da 
representação popular. 
 
II - Poder Constituinte Derivado 
É o poder de revisão ou de reformulação do texto const., pode ser dividido em 
reformador e decorrente. 
Como o próprio nome sugere é criado e instituído pelo originário, portanto, 
deve manifestar-se de acordo com as limitações previstas na Const. 
Dessa forma, tem como características: 
 * Subordinado ou Derivado– Está subordinado ao 
poder constituinte originário, isto é, às normas jurídicas anteriores. Ex: 
Cláusulas Pétreas – não podem ser alteradas. 
 * Condicionado – Deve manifestar-se de acordo com 
o pré-estabelecido pelo poder constituinte originário. O seu exercício já está 
definido pela própria Const. Ex: Procedimento exigido para a aprovação de 
uma emenda. 
* Secundário - pois é instituído pelo originário. 
* Limitado - pois deve sujeitar-se às limitações impostas 
pela Const., não pode alterar o que bem entender. 
 
a) Poder Constituinte Derivado de Reforma e Revisional 
É o poder de alteração das normas constitucionais, através de um 
procedimento específico, estabelecido pelo originário. 
Pode ser: 
a) Federal: se a reforma for da CF. 
b) Estadual: se a reforma for da Const. do Estado-membro. 
A CF estabelece 2 formas de alteração, através de emendas ou pela revisão 
constitucional. 
Emendas à CF são modificações de certos dispositivos constitucionais, 
exigindo-se para a aprovação a maioria de 3/5 em ambas as Casas do 
Congresso Nacional (CF, art. 60). 
A Emenda trata de reformas específicas, pontuais. 
Já o processo de revisão constitucional, a possibilidade de alteração do Texto 
Constitucional, é mais simples, exigindo-se somente a maioria absoluta do 
Congresso Nacional, em sessão unicameral (ADTC, 3 º da CF). Além, de poder 
alterar várias matérias de uma só vez. 
O art. 3 º da ADTC estabeleceu que a revisão constitucional poderia ser 
realizada 5 anos, contados da promulgação da CF, isto é, partir de 1993. 
A revisão constitucional brasileira já foi realizada em 1994, não podendo mais 
ser realizada, pois o poder constituinte originário a previu apenas 1 vez. 
Portanto, o poder revisional é bem mais abrangente do que o reformador, pois 
poderia ser revisado tudo na CF, preservando apenas a sua identidade, além 
do que se exige um procedimento mais simples. 
 
b) Poder Constituinte Derivado Decorrente 
É o poder do Estado-membro de uma Federação elaborar a sua própria Const. 
(art. 25 da CF e art. 11 ADCT), estabelecido tbm pelo originário. Portanto, 
somente exige nos Estados que adotam a forma federativa. 
Portanto,é o poder dos Estados-membros se auto-organizar, auto-governar e 
auto-administrar, isto é, de estabelecer a sua organização fundamental,respeitando a CF. 
Segundo o art. 25 da CF: “os Estados organizam-se e regem-se pelas 
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta 
Constituição”. 
O poder constituinte decorrente não foi estendido pela CF aos Municípios que 
se regem por leis orgânicas aprovadas pelas respectivas Câmaras Municipais. 
Contudo, os Municípios têm autonomia financeira, política e administrativa, 
respeitado o disposto na CF e na Constituição do Estado. 
O Distrito Federal, de acordo com o art. 32 da CF, será regido por lei orgânica. 
Os Territórios Federais, por não terem autonomia, tbm não podem se 
manifestar através do poder constituinte. 
 
Titularidade e Exercício do Poder Constituinte 
O Titular é sempre o povo, tanto para elaborar como para reformar a Const. 
Já o exercício do poder constituinte se dá através dos representantes do povo. 
No caso de ser originário, seria a Assembléia Constituinte composta por 
representantes do povo eleitos especificamente para essa tarefa. 
Importante lembrar que na CF de 1988 não houve eleição de uma Assembléia 
Constituinte, sendo o próprio Congresso Nacional o responsável pela 
elaboração, tanto é que, alguns autores afirmam não representou uma nova 
Const. 
 
Limites do Poder Constituinte Derivado 
– Limites Circunstanciais – A Const. não pode ser alterada em determinados 
períodos de instabilidade política. Ex: A CF não admite emendas na vigência 
de Intervenção Federal, Estado de Defesa e Estado de Sítio. 
- Limites Materiais – Existem matérias que não podem ser objeto de 
modificação. Podem ser explícitas ou implícitas. Ex: Art. 60, § 4º (cláusulas 
pétreas): 
I – Forma Federativa de Estado. 
II – O voto direto, secreto, universal e periódico. 
III – A separação de poderes. 
IV- Direitos e Garantias Individuais. 
- Limites Temporários ou Formais – Certas Const. só permitem alteração de 
tempo em tempo. 
- Limites Procedimentais – Deve ser obedecido o rito a ser seguido para a 
sua alteração, sob pena insconstitucionalidade formal. 
- Limites Implícitos – os referentes ao titular do poder reformador, relativos ao 
processo de emenda, essas restrições se explicam por razões lógicas, pois se 
pudessem ser alteradas por emendas, não adiantaria estabelecer vedações 
circunstanciais ou materiais. 
 
EXERCÍCIOS 
1. Todos sabem que o poder constituinte derivados e manifesta através de 
emendas constitucionais. Isto posto, aprovada a emenda constitucional, 
ingressando ela no ordenamento jurídico, qual será a sua posição hierárquica 
em relação às normas constitucionais originárias? 
 
2. (OAB/RJ/ 08/2004) Quanto ao poder constituinte derivado podemos afirmar 
que: 
a) Tem como principais características ser secundário, autônomo, 
incondicionado e limitado; 
b) No exercício do poder constituinte decorrente atua de forma ilimitada, dada a 
autonomia dos Estados Membros no sistema federativo; 
c) Pode ser dividido em poder constituinte reformador, sendo o poder de 
modificar a Constituição da República e, poder constituinte decorrente, poder 
de instituir a constituição estadual 
d) No que tange à Constituição Federal, possui apenas limitações materiais e 
circunstanciais; 
 
3. (OAB/SP/127o) As "cláusulas pétreas" são limites ao poder de: 
s) decretação de intervenção da União nos Municípios, pelo Presidente da 
República. 
b) elaboração da Constituição, pelo Poder Constituinte Originário. 
c) decretação de estado de sítio, pelo Presidente da República. 
d) alteração da Constituição, pelo Poder Reformado 
 
4. (OAB/SP/123o.) Os documentos que organizam os Estados-membros, o 
Distrito Federal e os Municípios, a partir das competências a eles conferidas 
pela Constituição Federal, são denominados, respectivamente: 
a) Constituição do Estado, Lei Orgânica do Distrito Federal e Lei Orgânica 
Municipal 
b) Lei Orgânica Estadual, Lei Orgânica do Distrito Federal e Lei Orgânica 
Municipal. 
c) Constituição Estadual, Constituição do Distrito Federal e Constituição 
Municipal. 
d) Constituição Estadual, Constituição do Distrito Federal e Lei Orgânica 
Municipal. 
 
5. (OAB/SP/118o.) Segundo a teoria do Poder Constituinte Originário, a 
Assembléia Constituinte, no exercício de suas atribuições: 
a) estará subordinada a todas as normas constitucionais previstas em 
ordenamento jurídico preexistente. 
b) não estará subordinada a nenhuma espécie de norma constitucional 
preexistente 
c) estará subordinada apenas ao princípio da separação de poderes previsto 
em ordenamento jurídico preexistente. 
d) estará subordinada a todos os princípios constitucionais contidos em 
ordenamento jurídico preexistente. 
 
6. (OAB/SP/116o.) Poder Constituinte Originário, em tese, 
a) deriva da Constituição Federal. 
b) deve obedecer às cláusulas pétreas. 
c) não pode ser exercido na vigência de estado de sítio. 
d) poderá estabelecer pena de morte 
 
7. (OAB/SP/114 º) Diz-se que o conteúdo de uma norma jurídica positiva é 
completamente independente de sua norma fundamental quando se está 
tratando do: 
a) Poder Constituinte Originário 
b) Poder Reformador; 
c) Pode Constituinte Derivado; 
d) Poder de Revisão. 
 
 
SUPERVENIÊNCIA DE NOVO TEXTO CONSTITUCIONAL 
No Brasil quando surge uma nova constituição, ocorre o fenômeno da ab-
rogação, isto é, a nova Constituição revoga a anterior, salvo se houver previsão 
em contrário. 
Mas pode ocorrer ainda outros fenômenos: Ao surgir uma nova constituição, 
podem ocorrer um desses 3 fenômenos: 
a) Desconstitucionalização: ocorre quando a Constituição anterior é 
compatível com a nova ordem, permanecendo assim em vigor, mas com status 
de norma infraconstitucional pela nova ordem. 
 A atual Constituição brasileira não admite este fenômeno. A edição de uma 
nova constituição revoga totalmente a anterior, mantendo-se apenas as normas 
infraconstitucionais compatíveis com ela. 
No entanto, caso advenha uma nova Constituição prevendo a 
desconstitucionalização, evidentemente que ela poderá ocorrer, pois elaborada 
pelo Poder Constituinte Originário. 
b) Recepção: ocorre a recepção quando a legislação infraconstitucional que 
não estiver em desacordo com a nova ordem constitucional é por ela 
recepcionada, admitida como válida. 
Portanto, consiste no acolhimento, que uma nova constituição posta em vigor 
dá às leis e atos normativos editados sob a égide da Carta anterior, desde que 
compatíveis consigo. 
Ex: O que ocorreu entre a CF/88 e Código Penal de 1940. 
c) Repristinação: ocorre quando uma lei volta a vigorar, pois foi revogada 
aquela que a revogara. 
A Lei de Introdução ao Código Civil, art 2º,  3º; veda a repristinação, salvo 
disposição em contrário. 
Assim a legislação infraconstitucional revogada pela vigência de uma 
constituição não se restaura pelo surgimento de uma nova Lei Maior. 
 
EXERCÍCIOS 
1. (MP/ 77º/ 1994) É possível a repristinação no direito constitucional 
brasileiro? Justifique. 
2. (OAB/SP/119º) Norma infraconstitucional produzida sob a égide de anterior 
Constituição, compatível com nova ordem constitucional, é considerada válida 
(A) pela teoria da recepção 
(B) pela teoria da repristinação. 
(C) pela teoria da desconstitucionalização. 
(D) por se tratar de norma de eficácia plena. 
3. (OAB/SP/117º) Pela teoria da recepção: 
(A) uma lei anterior à Constituição continua válida desde que com ela 
compatível 
(B) todas as leis promulgadas antes de uma lei constitucional só serão 
consideradas inválidas se não ratificadas pelo Poder Constituinte originário. 
(C) uma Emenda Constitucional poderá dar validade a leis consideradas 
anteriormente inconstitucionais. 
(D) só as leis anteriores à Constituição, que forem repristinadas, terão validade. 
4. (OAB/SP/107º) Quando da promulgação de uma nova Constituição, diz-se 
que a legislação ordinária compatível perdeo suporte de validade da 
constituição antiga, mas continua válida pela teoria 
a) da repristinação. 
b) da desconstitucionalização. 
c) da recepção 
d) do poder constituinte subordinado. 
5. (Magistratura/ 171/ 1998) As normas infraconstitucionais compatíveis com a 
nova Constituição geram o fenômeno da: 
a) desconstitucionalização; 
b) recepção 
c) repristinação; 
d) reordenação. 
6. (MP/ RS – XL) O fenômeno que os constitucionalistas chamam de 
“desconstitucionalização”das normas constitucionais de uma Constituição 
revogada significa: 
a) que tais normas saíram do mundo jurídico; 
b) que tais normas já não são válidas e eficazes; 
c) que tais normas permanecem no mundo jurídico como ordinárias 
d) que tais normas repristinam automaticamente; 
e) nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
 
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL 
Conceito: Num sentido mais amplo, podemos definir hermenêutica 
constitucional como um fenômeno que envolve a validade, a vigência, a 
aplicabilidade, a interpretação e a integração das normas constitucionais. 
Validade das Normas Constitucionais 
As normas constitucionais originárias são todas válidas, conforme 
entendimento do STF, pois resultam do Poder Constituinte Originário. 
Dessa forma, não há o fenômeno de inconstitucionalidade das normas 
constitucionais originárias. 
Contudo, há a possibilidade de inconstitucionalidade das normas 
constitucionais derivadas, ou seja, aquelas introduzidas pelo Poder Constituinte 
Derivado. 
Tanto é que as emendas se sujeitam ao controle de constitucionalidade. 
Vigência das Normas Constitucionais 
Via de regra as normas constitucionais têm vigência logo após a publicação, 
mas pode haver o fenômeno da vacatio constitutionis, que seria o período entre 
a publicação de uma nova Constituição e sua entrada em vigor. 
Portanto, a nova Constituição poderá ainda determinar algum tempo para a sua 
vigência. 
Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais 
Todas as normas têm eficácia, o que varia é a aplicabilidade, isto porque 
algumas têm aplicabilidade imediata e outras mediata. 
a) Normas Constitucionais de Eficácia Plena 
Possuem aplicabilidade imediata, direta e integral. Produzem efeitos 
imediatamente dispensando a edição de normas regulamentadoras, são 
normas auto-aplicáveis. 
Já contêm todos os elementos essenciais para a sua aplicação, portanto, são 
completas. 
Ex: CF/88, art. 5°, XXXV: “a lei não excluirá de apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito”. 
b) Normas Constitucionais de Eficácia Contida 
Também denominadas normas de integração, normas restringíveis, de eficácia 
relativa, redutíveis ou restringíveis. 
Também são completas, para aplicação imediata, mas admitem a edição de 
uma lei posterior que restrinja o seu conteúdo. 
Portanto, são normas que contêm restrições. 
Ex: CF/88, art. 5°, XIII: “é livre o exercício de qualquer ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações que a lei estabelecer”. 
Advogado – carteirinha da OAB. 
c) Norma Constitucionais de Eficácia Limitada 
Também chamadas relativas ou dependentes de complementação. 
São normas incompletas, não contêm todas as informações necessárias para a 
sua compreensão, por isso depende de outra lei, para poderem ser aplicadas. 
Portanto, possuem aplicabilidade mediata, reduzida ou diferida. 
Sem a norma infraconstitucional, a norma constitucional não tem condições de 
ser aplicada em sua totalidade. 
São normas amplas, mas dependentes de outra legislação infraconstitucional. 
EX: os impostos sobre grandes fortunas que será instituído por lei 
complementar; 
Art 134 da CF/88, que prevê que cada Estado deverá criar uma defensoria 
pública. 
Art. 37, VII: “o direito de greve dos servidores públicos será exercido nos 
termos e nos limites definidos em lei específica”. 
Alguns autores dizem que tais normas não produzem nenhum efeito, mas tal 
afirmação é falsa, pois o legislador deverá respeitá-las, sendo isto já um efeito. 
Alguns Juristas apresentam ainda uma quarta classificação, ou seja, as normas 
com eficácia e aplicabilidade exauridas ou esgotadas. Seriam as normas que já 
cumpriram com todos os seus objetivos, como as ADCT. Ex: art. 13. 
Há ainda os Autores que classificam as normas num quinto tipo, ou seja, as de 
eficácia absoluta, que seriam as cláusulas pétreas. 
Outros autores apresentam outra classificação: 
Aplicabilidade Imediata ou auto-executáveis e 
Aplicabilidade mediata, isto é, não auto-executáveis. 
 
EXERCÍCIOS 
1. (OAB/SP/ 121º) As normas de eficácia plena e contida têm em comum: 
a) a possibilidade de serem aplicadas, independente de leis regulamentadoras, 
tal qual o art. 37, VII, da Constituição Federal, que assegura aos servidores 
públicos o seguinte: “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites 
definidos em lei específica”. 
b) a impossibilidade de serem aplicadas, pois dependem de leis 
regulamentadoras, tal qual o art. 5º, XXVI, da Constituição Federal, que dispõe: 
”a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de 
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu 
desenvolvimento”. 
c) a possibilidade e serem parcialmente aplicadas, na medida em que as leis 
regulamentadoras permitem, tal qual o art. 7º, XI, da Constituição Federal, que 
assegura aos trabalhadores urbanos e rurais o seguinte: “participação nos 
lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, 
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei”. 
d) a possibilidade de serem aplicadas, independente de leis regulamentadoras, 
tal qual o art. 5º, inciso XIII, da Constituição Federal, que dispõe: “é livre o 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
que a lei estabelecer” 
 
2. (OAB/MG/2004) O art. 5º da Constituição Federal de 1988, inciso XIII, 
determina que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Quanto à sua 
aplicabilidade, a norma constitucional acima transcrita é: 
a) programática, porque estabelece um princípio constitucional que somente 
poderá ser aplicado após a elaboração da lei complementar que a limite. 
b) de eficácia plena, porque a lei infraconstitucional jamais poderá restringir ou 
limitar tal direito individual que é cláusula pétrea. 
c) de eficácia limitada, porque somente poderá ser aplicada quando for 
elaborada a lei ordinária a que se refere a norma transcrita. 
d) de eficácia contida, porque embora possa ser imediatamente aplicada, a 
legislação infraconstitucional ordinária poderá vir a reduzir ou restringir o direito 
individual nela estabelecido 
 
3. (OAB/MG/2004) As normas constitucionais de eficácia contida: 
a) são cláusulas pétreas. 
b) dependem integralmente da edição de uma lei infraconstitucional para 
adquirirem eficácia. 
c) não podem ter a sua eficácia restrita pelo legislador infraconstitucional. 
d) Em parte são auto-aplicáveis e em parte podem ser restringidos, desde que, 
nesse último caso, seja editada uma lei infraconstitucional 
 
4. (OAB/SP/125º) O art. 7º, inciso XXVII, da Constituição Federal, que 
assegura aos trabalhadores urbanos e rurais “proteção em face da automação, 
na forma da lei”, pode ser considerado norma constitucional de eficácia: 
a) contida, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma 
regulamentadora. 
b) limitada, por não ter aplicabilidade imediata, necessitando d uma norma 
regulamentadora 
c) plena, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma 
regulamentadora. 
d) plena, por ter aplicabilidade imediata, mas passível de restrição por norma 
regulamentadora. 
 
5. (OAB/SP/119º) A norma constitucionalcuja aplicação dependa de 
regulamentação por norma infraconstitucional é considerada de eficácia 
(A) contida. 
(B) limitada 
(C) plena. 
(D) concorrente. 
8. (OAB/SP/117º) São normas constitucionais de eficácia contida aquelas 
(A) em que o legislador constituinte regulou suficiente os interesses relativos a 
determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte do 
legislador infraconstitucional 
(B) que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem ou têm 
possibilidade de produzir todos os seus efeitos. 
(C) por meio das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de 
estruturação e atribuição de órgãos, entidades ou institutos, para que o 
legislador ordinário os estruture, em definitivo, mediante lei. 
(D) em que o constituinte, em vez de regular, direta e imediatamente 
determinados interesses, limita-se a traçar-lhes os princípios para serem 
cumpridos pelos seus órgãos (legislativos, executivos e judiciais). 
 
10. (OAB/SP/113º) A norma que dispõe que "aos autores pertence o direito 
exclusivo de utilização, publicação e reprodução das suas obras, transmissíveis 
aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar" é norma constitucional: 
a) de aplicabilidade plena, mas com eficácia redutível 
b) programática. 
c) de eficácia limitada. 
d) de aplicabilidade e eficácia plenas 
 
11. (OAB/SP/112º) Quanto à aplicabilidade e eficácia das normas 
constitucionais, o art. 5o, XV, da Constituição da República, que prevê 
ser "livre a locomoção no território nacional em tempo de paz" com a 
possibilidade de "qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, 
permanecer ou dele sair com seus bens", pode ser considerado norma 
de eficácia: 
a) plena, não comportando nenhuma espécie de restrição. 
b) contida, sendo de aplicação imediata, porém com possibilidade de 
restrição 
c) limitada, pois sua aplicação depende de regulamentação por lei. 
d) limitada, por não ser auto-aplicável. 
 
12. (OAB/101º) Norma constitucional de eficácia limitada: 
a) é aquela que não produz qualquer efeito, antes da norma integrativa 
infraconstitucional; 
b) é aquela que produz todos os seus efeitos, mas restringe os direitos 
individuais e coletivos; 
c) é aquela que produz todos os efeitos, podendo ser limitada pelo 
legislador infraconstitucional; 
d) é aquela que produz alguns efeitos, sendo a vinculação do legislador 
infraconstitucional aos seus vetores um deles 
 
13. (OAB/108º ) A norma constitucional que garante a todos “o livre 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer”, é norma: 
a) de aplicabilidade plena e eficácia redutível 
b) de eficácia limitada; 
c) de eficácia plena; 
d) programática. 
 
14. (OAB/113 º) Recentemente o STF entendeu que, até que haja lei 
definindo o subsídio mensal a ser pago a ministro do STF, não 
prevaleceria o teto único da remuneração para os três Poderes da 
República, estabelecido pelo art. 37, XI da Constituição Federal. Esta 
decisão entendeu, portanto, que a norma constitucional que estabeleceu 
o teto único de remuneração seria norma: 
a) de eficácia limitada e aplicação diferida 
b) de eficácia plena e aplicabilidade imediata; 
c) de eficácia contida e aplicabilidade imediata; 
d) auto aplicável. 
 
15. (MP/ 81º/ 2º Prova) Aponte a alternativa em que se inclui a norma 
constitucional de eficácia contida: 
a) “A lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuições dos 
Ministérios” (art. 88). 
b) “Aos juízes federais compete processar e julgar... nos casos 
determinados por lei, os crimes contra o sistema financeiro e a ordem 
econômica-financeira” (art. 109, VI). 
c) “Ninguém será privado de seus direitos por motivo de crença religiosa 
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se 
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei” (art. 5 º, VIII) 
d) “A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais 
Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede” (art. 107, 
parágrafo único). 
e) “proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos 
específicos, nos termos da Lei inserida no capítulo dos Direitos Sociais” 
(art. 7 º, XX). 
 
16. (Magistratura/ 171 º) O art. 2 º da CF: “São Poderes da União, 
independente e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário”, é norma de: 
a) eficácia plena 
b) eficácia limitada; 
c) eficácia contida; 
d) eficácia semiplena. 
 
17. (OAB/110º) Com relação à eficácia e aplicabilidade das normas 
constitucionais, o art. 7º, inciso XXVII, da Constituição Federal, que garante 
aos trabalhadores urbanos e rurais “proteção em face da automação, na forma 
da lei”, pode ser considerado norma constitucional de eficácia: 
a) contida, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma 
regulamentadora. 
b) limitada, por não ter aplicabilidade imediata, necessitando d uma norma 
regulamentadora 
c) plena, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma 
regulamentadora. 
d) plena, por ter aplicabilidade imediata, mas passível de restrição por norma 
regulamentadora. 
 
18. (Magistratura MG/2003-2004) As normas constitucionais 
denominadas de exauridas constam: 
a) do preâmbulo constitucional; 
b) do ato das disposições constitucionais transitórias 
c) do processo legislativo; 
d) da ordem social; 
e) da ordem econômica e financeira. 
 
19. (OAB/SP/133) É considerado norma de eficácia contida o seguinte 
dispositivo da Constituição Federal: 
(A) o art. 5.º, XIII: “é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais 
que a lei estabelecer” 
(B) o art. 37, VII: “o direito de greve será exercido nos termos 
e nos limites definidos em lei específica”. 
(C) o art. 84, I: “compete privativamente ao Presidente da 
República nomear e exonerar os Ministros de Estado”. 
(D) o art. 18, § 1.º: “Brasília é a Capital Federal”. 
 
20. (Magistratura/ MG/ 2003-2004) As normas constitucionais denominadas 
exauridas constam: 
a) do preâmbulo constitucional: 
b) do ato das disposições transitórias 
c) do processo legislativo; 
d) da ordem social; 
e) da ordem econômica e financeira. 
 
21. Pode-se falar em norma constitucional inconstitucional? 
 
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL 
Preâmbulo constitucional é o texto que precede os dispositivos constitucionais: 
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
Constituição da República Federativa do Brasil”. 
Natureza Jurídica e Relevância Jurídica 
O STF já declarou a irrelevância jurídica do preâmbulo, não tendo força 
normativa. 
Dessa forma, o preâmbulo não cria direitos e obrigações, não tem força 
obrigatória, servindo, apenas, como meio interpretativo para as normas 
constitucionais. 
 
EXERCÍCIOS 
1. O preâmbulo constitucional poderá ser “paradigma comparativo para a 
declaração de inconstitucionalidade”? 
 
2. (Magistratura MG/2003-2004) No preâmbulo da Constituição Brasileira de 
1988 inexiste referência expressa: 
a) ao Estado Democrático de Direito. 
b) aos direitos sociais. 
c) aos direitos individuais. 
d) ao pacto federativo 
e) ao desenvolvimento. 
 
3. (MP/PE – 08/2002) O constituinte brasileiro iniciou a redação da Constituição 
Federal com um preâmbulo, cuja força obrigatória é: 
a) ausente e de nenhuma utilidade, tantoque, no dizer do Preâmbulo, a 
Constituição é promulgada “sob a proteção de Deus” e o Estado brasileiro é 
laico. 
b) inerente a ele e a coercibilidade é a regra para todas as normas previstas 
em uma Constituição. 
c) ausente, destinando-se a indicar a intenção do constituinte, mas deve ser 
levado em conta quando da interpretação das normas 
d) presente, sendo a mesma de toda norma constitucional, com observação de 
que se trata de uma norma cogente de eficácia plena. 
e) exacerbada, visto que o Preâmbulo é o resumo das normas constitucionais, 
garantindo, por si só e sob a proteção de Deus, sua eficácia normativa. 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ( DO ART. 1º DA CF/88) 
Os princípios fundamentais são regras que contêm os mais importantes valores 
que informam a elaboração da CF. 
Possuem 3 funções extremamente relevantes: a) fundamentadora; b) 
interpretativa e c) supletiva. 
Possuem função fundamentadora, porque estabelecem todas as regras 
básicas, as diretrizes de todo um sistema de normas constitucionais. 
Possuem função interpretativa, porque permitem o alcance da verdadeira 
finalidade da lei no momento de sua aplicação. 
E, possuem função supletiva, porque realizam a tarefa de integração do 
ordenamento jurídico. (art. 4 º da LICC: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá 
o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do 
direito”). 
Violação aos Princípios 
A norma infraconstitucional que viole qualquer princípio, previsto de forma 
expressa ou implícita na CF, é inconstitucional, devendo ser retirada do 
ordenamento jurídico. 
Ferir um princípio é muito mais grave que ferir um dispositivo legal específico, 
pois ofende uma regra fundamental informadora de todo um sistema jurídico. 
Diferença entre Princípios e Regras 
As normas jurídicas são classificadas em princípios e regras jurídicas. 
Os princípios são dotados de um alto grau de generalidade e abstração, pois 
normalmente necessitam de outras normas para que possam ser aplicados. 
Já as regras possuem um menor grau de generalidade e abstração e alta 
densidade normativa. A aplicação de uma regra dispensa a aplicação de outra. 
Os princípios fundamentais estão espalhados por todo o texto constitucional, 
de forma implícita ou explícita. 
Denominação Atual do Estado Brasileiro 
A atual denominação do Estado brasileiro é “República Federativa do Brasil”. 
Federação: é cláusula pétrea (art. 60,  4 º, I). 
Federação é a aliança de Estados para a formação de um Estado único, em 
que as unidades federadas preservam sua autonomia política, enquanto a 
soberania é transferida para o Estado Federal. 
Portanto, o Brasil adota o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, 
assim não existe a possibilidade de secessão. 
Assim, um estado-membro que quiser se dissociar, afrontará a Federação, 
podendo sofrer intervenção federal, conforme CF/88, art. 60. 
A federação brasileira é constituída pela união indissolúvel da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. 
O art. 32 da CF veda expressamente a divisão do Distrito Federal em 
municípios. 
República: foi retirada pela CF de 88 das cláusulas pétreas, por isso, houve a 
possibilidade de se realizar um plebiscito, onde o povo brasileiro por ampla 
maioria se manifestou por esta forma de governo. 
República é a forma de governo que se caracteriza pela eleição periódica do 
Chefe de Estado. 
Dessa forma, deve haver a eleição periódica para a escolha de representantes 
do Poder Executivo e Legislativo, através da vontade popular. 
O modelo de Estado adotado pelo Brasil é o “Estado Democrático de Direito”. 
Podemos conceituar o “Estado Democrático de Direito”como o Estado regido 
por leis, em que o governo está nas mãos de representantes legitimamente 
eleitos pelo povo, que tem como valor máximo a preservação da dignidade da 
pessoa humana. 
Fundamentos do Estado Brasileiro 
O art. 1º da CF/88 traz 5 fundamentos da organização do Estado, são os 
principais valores na organização da ordem social e jurídica brasileira. 
1- Soberania: significa a supremacia do Estado na ordem política interna e a 
independência na ordem política externa. 
2- Cidadania: Alcança tanto o exercício do direito de votar e ser votado como o 
efetivo exercício dos diversos direitos previstos na Constituição, tais como 
educação, saúde e trabalho. 
3- Dignidade da Pessoa Humana: é um valor, que traduz o absoluto respeito 
aos direitos fundamentais, assegurando-se condições dignas de existência 
para todos. 
4- Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa: São dogmas 
econômicos e sociais que estabelecem o modo de produção capitalista no 
Estado. A constituição pretende estabelecer um regime de harmonia entre o 
capital e o trabalho. 
5- Pluralismo Político: significa a livre formação de correntes políticas no 
País, permitindo a representação de diversas camadas da opinião pública em 
diferentes segmentos. Esse dispositivo veda a implantação do unipartidarismo 
ou bipartidarismo no Brasil. 
 
EXERCÍCIOS 
1. (OAB/SP/ 129 º) O instrumento clássico de manutenção da unidade do pacto 
federativo é 
(A) o estado de sítio. 
(B) a intervenção federal. 
(C) o estado de defesa. 
(D) o estado de guerra. 
 
2. (OAB/SP/ 131º). Após a promulgação da Constituição de 1988, 
(A) o eleitorado teve a oportunidade de escolher, mediante plebiscito, a forma 
republicana de governo, caracterizada pela eleição e periodicidade dos 
mandatos dos governantes 
(B) o eleitorado teve a oportunidade de escolher, mediante referendo, a forma 
federativa de estado, caracterizada pela existência de ordens jurídicas parciais 
autônomas, como Estados-membros e Municípios. 
(C) o eleitorado teve a oportunidade de escolher, mediante referendo, o 
sistema presidencialista de governo, caracterizado pelo exercício das funções 
de Chefe de Governo e de Chefe de Estado por pessoas distintas. 
(D) a forma e o sistema de governo e a forma de estado originalmente 
adotados tornaram-se definitivos, sem a possibilidade de serem escolhidos 
pelo eleitorado. 
 
3. (OAB/SP/ 101º). Só uma das alternativas não caracteriza a Federação: 
a) subordinação financeira dos Estados à União em nome da unidade nacional 
b) descentralização político-administrativa constitucionalmente prevista; 
c) existência de um órgão que dite a vontade dos Estados-Membros da 
Federação, no caso o Senado Federal; 
d) existência de um órgão constitucional encarregado do controle de 
Constitucionalidade das leis, dificultando a invasão de competência. 
 
4. (Magistratura MG- 2004/2005) Pela Constituição de 1988, a federação 
brasileira é constituída pela união indissolúvel: 
a) da União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
b) da União, Estados e Distrito Federal. 
c) da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Territórios. 
d) da União, Estados e Municípios. 
e) da União, Estados, Distrito Federal e Territórios. 
 
5. (OAB/SP/102 º) Podem ser divididos em Municípios: 
a) Estados, Distrito Federal e Territórios; 
b) Estados e Distrito Federal; 
c) Estados e Territórios 
d) apenas os Estados. 
 
6. (OAB/SP/125°). Na organização do Estado brasileiro, a substituição da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios por um único ente 
central 
(A) não seria possível, devido à existência de disposição constitucional 
expressa vedando a alteração da forma republicana de governo. 
(B) seria possível, por meio de Emenda à Constituição. 
(C) não seria possível, devido à cláusula pétrea da separação dos Poderes. 
(D) seria possível somente pelo Poder Constituinte Originário 
 
7. (OAB/SP/125°). Na organização do Estado brasileiro, a substituição da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios por um único ente 
central 
(A) não seria possível, devido à existência de disposição constitucional 
expressa vedando a alteraçãoda forma republicana de governo. 
(B) seria possível, por meio de Emenda à Constituição. 
(C) não seria possível, devido à cláusula pétrea da separação dos Poderes. 
(D) seria possível somente pelo Poder Constituinte Originário. 
 
8. (OAB/SP/117º) A consagração do princípio da livre iniciativa na Constituição 
Federal 
(A) impede a sua limitação, ainda que para tutelar direitos do consumidor. 
(B) não impede a atividade regulativa do Estado sobre a economia 
(C) não coexiste com a atividade interventiva do Estado na ordem econômica. 
(D) permite atividades monopolísticas do particular. 
 
9. (MP/ 78 º) Ao consagrar o pluralismo político, a Constituição institui: 
a) um dos fundamentos da República 
b) os sindicatos como representantes das categorias sociais de produção; 
c) a multiplicidade de legendas partidárias; 
d) o princípio da cooperação entre os povos; 
e) o princípio democrático. 
 
SEPARAÇÃO DE PODERES (ART. 2º DA CF/88) 
São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário. 
Contudo, a independência não é absoluta, haja vista o estabelecimento de um 
sistema de freios e contrapesos (checks and balances), para haver um 
equilíbrio necessário. 
Independência significa que: 
- a nomeação e a permanência das pessoas em cada um dos órgãos dos 
poderes, não necessitando do aval dos membros dos outros órgãos; 
- não é necessário que o membro de um órgão consulte outro órgão para tomar 
decisões. 
- cada órgão dos poderes tem liberdade para organizar seus serviços. 
- um poder não pode juridicamente determinar como o outro deve decidir no 
exercício de suas funções. 
Harmonia significa: 
- A possibilidade de um órgão colaborar com o outro. 
Sistema de Freios e Contrapesos 
Este sistema defende a independência entre os Poderes e o inter-
relacionamento de suas atividades. 
Segundo essa teoria, os atos que o Estado pratica podem ser de 2 espécies: 
atos gerais e atos especiais. 
Os atos gerais só podem ser praticados pelo Legislativo, pois é esse Poder que 
deve emitir regras abstratas, não sabendo a quem elas irão atingir. 
Portanto, o Legislativo não atua concretamente na vida social, não tendo meios 
para prejudicar ou beneficiar uma pessoa ou um grupo. 
Uma vez emitida a norma geral é que se abre a possibilidade de atuação do 
Executivo, por meio dos atos especiais. 
O Executivo dispõe de meios concretos para agir, mas está igualmente 
impossibilitado de atuar arbitrariamente, porque todos os seus atos estão 
limitados pelos atos gerais praticados pelo Legislativo. 
Caso haja exorbitância de qualquer dos Poderes, surge a ação fiscalizadora do 
Poder Judiciário, obrigando cada um a permanecer nos limites de sua 
respectiva esfera de competência 
EX: Legislativo cria IPI (ato geral) 
Executivo cobra de um indivíduo (ato específico). 
Judiciário: dirime as possíveis controvérsias que possam surgir por ocasião da 
aplicação da lei como também analisa a inconst. da lei. 
 
EXERCÍCIOS 
1. (OAB/SP/123º) Não é considerado instrumento componente do sistema 
brasileiro de “freios e contra-pesos” (checks and balances): 
(A) o veto do Presidente da República a projeto de lei aprovado pelo 
Congresso Nacional. 
(B) a sustação, pelo Congresso Nacional, de Decreto do Presidente da 
República que exceda o poder regulamentar. 
(C) o julgamento, pelo Congresso Nacional, das contas do Presidente da 
República. 
(D) a elaboração, pelo Supremo Tribunal Federal, de seu Regimento interno 
2. (OAB/SP/127º) Não integra o princípio da separação de Poderes, na esfera 
do Município, a seguinte competência: 
(A) prestação anual de contas pelo Prefeito à Câmara Municipal. 
(B) nomeação, pelo Prefeito, de membro do Poder Judiciário local 
(C) veto do Prefeito a projeto de lei aprovado pela Câmara. 
(D) cassação do mandato do Prefeito pela Câmara Municipal. 
 
3. (Magistratura/170º) Como decorrência do princípio da independência e 
harmonia dos Poderes: I) o Poder Executivo não participa do processo 
legislativo; II) ao Poder Judiciário é vedada a prática de atos administrativos; III) 
cada um dos Poderes pode organizar livremente seus serviços, observando 
apenas os preceitos constitucionais e legais. Pode-se dizer que: 
a) apenas a afirmativa I é correta; 
b) apenas a afirmativa II é correta; 
c) apenas a afirmativa III é correta. 
d) há mais de uma alternativa correta; 
 
4. (OAB/ 101º) A divisão dos Poderes, bem como sua independência, não é 
absoluta. Há interferências que visam ao estabelecimento de um sistema de 
freios e contrapesos à busca do equilíbrio necessário. Só não é exemplo de 
freios e contrapesos: 
a) o Executivo tem participação importante no Legislativo quer pela iniciativa 
das leis, quer pela sanção e pelo veto; 
b) o Congresso, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderá 
rejeitar o veto do Executivo; 
c) os Tribunais, embora não interfiram no Legislativo, estão autorizados a 
declarar a inconstitucionalidade das Leis; 
d) o Poder Legislativo se organiza em duas Casas: Câmaras e Senado, 
sistema denominado bicameralismo 
 
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS (ART. 3° DA CF/88) 
Objetivos são as finalidades a serem alcançadas. 
A CF de 88 foi a primeira a fixar objetivos para o Estado. 
São 4 os objetivos fundamentais do Brasil: 
I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
II – Garantir o desenvolvimento nacional: não podemos entender o 
desenvolvimento nacional apenas como desenvolvimento econômico, senão 
também como desenvolvimento social. 
III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais 
e regionais. 
Uma decorrência desse princípio é a vedação constitucional de salários 
mínimos regionais (art. 7º, IV), na medida que contribuiria para a preservação 
da desigualdade entre os estados. 
A Lei Complementar nº 103, de 14/07/2000 permite que os Estados e o Distrito 
Federal possam fixar, em lei, piso salarial maior (art. 7 º, V, CF) que o salário 
mínimo nacional, válido em seus respectivos territórios. 
Não se trata, é evidente, da regionalização do salário mínimo, uma vez que 
este, nacionalmente unificado, continuará sendo fixado em lei federal, como 
prescreve a nossa Carta Magna. Apenas fica possibilitado que haja pisos 
estaduais acima do mínimo nacional, caso as unidades da Federação julguem 
que suas condições socioeconômicas permitam. 
IV – Promover o bem estar de todos sem preconceito de qualquer natureza. 
Através deste dispositivo consagra-se o princípio da igualdade e o manifesto 
combate ao racismo. 
EXERCÍCIOS 
1. (OAB/SP/114º) São objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
A) a garantia do desenvolvimento nacional, a prevalência dos direitos humanos 
e a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. 
B) a prevalência dos direitos humanos, a erradicação da pobreza e a redução 
das desigualdades regionais. 
C) a garantia do desenvolvimento nacional, a construção de uma sociedade 
livre, justa e solidária e a erradicação da pobreza 
D) a prevalência dos direitos humanos, a redução das desigualdades regionais 
e a garantia do desenvolvimento nacional. 
 
2. (OAB/SP/132º) A ordem constitucional considera objetivo fundamental da 
República Federativa do Brasil: 
(A) a erradicação da pobreza 
(B) a proteção ao Estado Democrático de Direito. 
(C) a prevalência dos direitos humanos. 
(D) a defesa da soberania. 
 
3. (OAB/SP/106°) São objetivos fundamentais do estado brasileiro: 
a) a livre iniciativa e o pluralismo econômico. 
b) a garantia do desenvolvimento nacional e a erradicação da pobreza. 
c) a cidadania e a redução das desigualdades sociais. 
d) a soberania e a promoção do bem de todos. 
 
PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO BRASIL 
(ART. 4º DA CF/88) 
I – Autodeterminação dos povos; 
II –Independência nacional; 
III – Defesa da paz; 
IV – Não intervenção; 
V- Concessão de asilo político; 
VI – Prevalência dos direitos humanos; 
VII – Igualdade entre os Estados; 
VIII – Repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX – Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. 
X – Solução pacífica dos conflitos. 
Segundo o art. 4º,  único: A República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, 
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
A expressão direitos fundamentais é gênero de diversas modalidades de 
direitos: os denominados individuais, coletivos, difusos, sociais, nacionais e 
políticos. 
Os direitos e garantias fundamentais são pretensões que, em cada momento 
histórico, se descobrem a partir da perspectiva do valor da dignidade da 
pessoa humana. 
Os direitos e garantias fundamentais garantem a convivência pacífica, digna, 
livre e igualitária, independente de cor, raça, credo, origem e condição 
econômica. 
Os direitos fundamentais são conhecidos sob os mais diferentes rótulos, tais 
como: direitos humanos fundamentais, direitos humanos, direitos do homem, 
direitos individuais, direitos públicos subjetivos, liberdades fundamentais, 
liberdades públicas, etc. 
Estão previstos no Título II da CF/88 – são 5 capítulos: I – “Dos Direitos e 
Deveres Individuais e Coletivos”; II – “Dos Direitos Sociais; III – “Da 
Nacionalidade”; IV – “Dos Direitos Políticos”; V – “Dos Partidos Políticos”. 
Tratados Internacionais 
Os direitos fundamentais advindos de tratados internacionais do qual o Brasil 
faça parte também serão assegurados por nosso ordenamento (art. 5°, § 2°). 
O STF já decidiu que os tratados internacionais sobre direitos humanos são 
normas hierarquicamente inferiores à Constituição, estando no mesmo nível 
das leis ordinárias. 
São normas supralegais, mas infraconstitucionais. 
Apenas terão valor de norma constitucional, quando aprovado pelo mesmo 
processo legislativo das emendas constitucionais (em cada Casa do Congresso 
Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membro). 
Momento de Eficácia do Tratado Internacional 
1° Adesão: é firmado pelo Chefe do Executivo, sendo tal competência 
exclusiva (art. 84, VIII, da CF). 
2° Apreciação: Deverá ser apreciado pelo Congresso Nacional, e referendado 
por meio decreto legislativo (art. 84, VIII, da CF e art. 49, I da CF). 
3° Promulgação: Deverá posteriormente ser remetido para o Executivo a fim 
de haver a devida promulgação por meio decreto presidencial. 
4° Publicação: somente após a publicação é que haverá a obrigatoriedade e 
executoriedade. 
Os direitos e garantias fundamentais podem ser classificadas conforme o titular 
ou ainda em gerações. 
Classificação dos Direitos Fundamentais conforme o Titular do Direito 
Individuais: pertencentes ao indivíduo. 
Coletivos: pertencentes à categoria determinada de pessoa. 
Difusos: pertencentes à toda sociedade. 
 
Classificação conforme o Momento Histórico ou em Gerações 
A doutrina aponta a existência de três gerações de direitos fundamentais. São: 
a) direitos individuais, b) direitos sociais e c) direito de fraternidade. 
A evolução das gerações de direito acompanhou o ideário da Revolução 
Francesa, que era resumidos em 3 palavras: liberdade, igualdade e 
fraternidade. 
Cada geração de direitos representa a conquista pela humanidade de um 
desses grandes postulados, as gerações se dividem conforme a ordem de 
positivação. 
1 - Direitos Individuais ou Liberdades Públicas – 1° Geração 
Foram reconhecidos como direitos fundamentais no séc. XVIII. 
São limites impostos à atuação do Estado, resguardando direitos considerados 
indispensáveis à pessoa humana. 
Significam uma prestação negativa do Estado, ou seja, de não interferir na 
liberdade, na propriedade, na segurança. 
Surgiu durante o Estado Liberal. 
2 - Direitos Sociais, Econômicos e Culturais – 2° Geração 
Foram reconhecidos no início do séc. XX. 
São direitos de conteúdo econômico e social que visam melhorar as condições 
de vida e de trabalho da população. 
São direitos por meio dos quais se intenta estabelecer uma liberdade real e 
igual para todos, mediante a ação corretiva dos Poderes Públicos, onde o 
princípio da igualdade de fato ganha realce. 
São também denominados de Direitos de Crédito, pois impõem ao Estado um 
dever de agir, isto é, prestações positivas. 
Esses direitos nasceram em razão da luta de uma nova classe social, os 
trabalhadores. 
O Estado deve prestar serviços públicos para satisfazer os direitos 
econômicos, sociais e culturais. 
Defende-se a idéia do Estado Intervencionista, ou seja, do Estado que regule a 
ordem econômica, para que os necessitados atinjam também a prosperidade 
material. 
EX: saúde, previdência, trabalho, moradia, lazer, etc. (art. 6° da CF). 
Contudo, para o Estado concretizar tais direitos deve se observar o princípio da 
reserva do possível do Estado, observar a disponibilidade orçamentária, 
financeira. 
3 – Direitos de Fraternidade ou Solidariedade – 3° Geração 
Visam assegurar o relacionamento fraterno na sociedade. 
São concebidos para a proteção não do homem isoladamente, mas da 
coletividade, de grupos. 
São novos direitos, decorrentes de uma sociedade de massas, surgida em 
razão dos processos de industrialização e urbanização, em que os conflitos 
sociais não eram mais adequadamente resolvidos dentro da antiga tutela 
jurídica voltada somente para a proteção de direitos individuais. 
EX: meio ambiente, desenvolvimento, à paz, etc. E ainda: proteção ao 
consumidor, ao idoso, ao deficiente físico, à criança e ao adolescente, etc. 
Características dos Direitos Fundamentais: 
I – Imprescritibilidade: não deixam de ser exigíveis pela falta de uso, ou pelo 
transcurso do tempo. 
II- Irrenunciabilidade: ninguém pode abrir mão dos seus direitos 
fundamentais. 
III- Inalienabilidade: são intransferíveis e inegociáveis. Os seus titulares não 
podem vendê-los, aliená-los ou comercializá-los. 
IV- Concorrência: há a possibilidade de acumular. 
V- Universalidade: todos os seres humanos têm direitos fundamentais que 
devem ser devidamente respeitados. 
VI- Historicidade: são produtos da evolução histórica. 
VII- Aplicabilidade Imediata: não dependem da elaboração de norma 
regulamentadora, somente quando a constituição expressamente exigir uma 
regulamentação, é que a norma poderá ser interpretada como não auto-
executável. Deverá sempre procurar dar uma interpretação que favoreça a sua 
imediata aplicação. 
VIII – Relativos ou limitados: nem todo direito ou garantia fundamental podem 
ser exercidos de modo absoluto e irrestrito, salvo algumas exceções. Podem 
ser ainda suspensos durante o estado de sítio. 
Há situações em que um direito ou garantia fundamental é absoluto, devendo 
ser exercido de maneira irrestrita. É o caso da proibição à tortura e do 
tratamento desumano ou degradante. 
A relatividade dos direitos fundamentais é, em grande parte, um problema de 
interpretação. Cada caso é único. Não precisando sacrificar um direito 
fundamental em relação a outro. 
Basta que se reduza, proporcionalmente, o âmbito de alcance dos interesses 
em disputa, mediante a técnica da ponderação de valores. Denominamos estes 
casos de Colisão de Direitos Fundamentais. 
Observa Canotilho que ocorre a colisão de direitos fundamentais: “quando o 
exercício de um direito fundamental por parte de seu titular colide com o 
exercício do direito fundamental por parte de outro titular”. 
EX: até que ponto a liberdade de expressão de uma pessoa pode ofender a 
honra de outra? 
Diferença entre Direitos e Garantias 
Direitos são as disposições meramente declaratórias,que estabelecem 
direitos. São bens e vantagens disciplinadas pela CF. 
Garantias são as disposições asseguratórias, ou sejam, que asseguram o 
exercício desses direitos. São ferramentas jurídicas por meio das quais tais 
direitos se exercem, limitando o poder do Estado. 
Ex: a) Direito à liberdade de locomoção (CF/88, art. 5º, LXVIII): é uma norma 
declaratória. 
 b) Habeas Corpus (CF/88, art. 5º, LXVIII): é uma garantia. 
Alguns dispositivos constitucionais contêm direitos e garantias no mesmo 
enunciado,ex: art. 5º, X. 
EXERCÍCIOS 
1 - (OAB/SP/ 130°) Os tratados internacionais sobre direitos humanos, na 
ordem interna, 
(A) podem equivaler à Emenda à Constituição 
(B) equivalem sempre à lei ordinária. 
(C) não necessitam de referendo do Congresso Nacional, desde que 
celebrados pelo Presidente do próprio Congresso Nacional. 
(D) não podem ser declarados inconstitucionais. 
 
2 – (OAB/SP/ 120º) A Constituição Federal autoriza o intérprete, de maneira 
expressa, a distinguir outros direitos fundamentais, além daqueles por ela 
veiculados textualmente 
(A) nos tratados internacionais 
(B) nos Decretos do Presidente da República. 
(C) nos acordos coletivos de trabalho. 
(D) nas decisões do Supremo Tribunal Federal, proferidas em Ação Direta de 
Inconstitucionalidade. 
 
3 - (OAB/SP/ 126°). Segundo previsão expressa da Constituição Federal, os 
tratados internacionais sobre direitos humanos, em que a República Federativa 
do Brasil for parte, equivalerão, na ordem interna, 
(A) às emendas constitucionais, desde que aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros 
(B) às leis ordinárias, porque sempre deverão ser aprovados, em cada Casa do 
Congresso, em dois turnos, por maioria simples dos votos dos respectivos 
membros. 
(C) aos Decretos Regulamentares, por serem atos praticados exclusivamente 
pelo Presidente da República, enquanto Chefe de Governo, sem a participação 
do Congresso Nacional. 
(D) às sentenças estrangeiras, porque devem ser previamente homologados 
pelo Superior Tribunal de Justiça. 
 
4 – (OAB/RJ/ 2004) Sobre os direitos fundamentais podemos afirmar: 
a) Não são absolutos, podendo ser relativizados diante de conflitos entre 
normas constitucionais 
b) Estão dispostos no rol taxativo do art. 5º da Constituição Federal; 
c) São considerados pelo art. 60 da CRFB/88 como limitação formal ao poder 
constituinte derivado; 
d) De acordo com a Constituição Federal, as normas definidoras de direitos 
fundamentais, possuem eficácia limitada e mediata. 
 
5. (OAB/SP/ 128°) Os direitos fundamentais, segundo o texto da Constituição 
Federal, 
(A) têm aplicação imediata, mas, alguns deles, podem 
ser suspensos durante a intervenção federal. 
(B) têm aplicação imediata, mas, alguns deles, podem 
ser suspensos durante o estado de sítio 
(C) têm aplicação imediata e nunca podem ser suspensos. 
(D) não têm aplicação imediata. 
 
7. (OAB/SP/136°) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes 
A) às leis complementares. 
B) às leis ordinárias. 
C) às emendas constitucionais 
D) aos decretos legislativos. 
 
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (CF/88, ART.5º) 
São 5 os direitos individuais, previstos no caput do art. 5º da CF/88: vida, 
liberdade, igualdade, segurança e propriedade. 
A constituição admite a existência também de direitos individuais implícitos, 
cujo reconhecimento decorre da interpretação do texto constitucional (art. 5°, § 
2°). 
O rol não é taxativo, assim, existem outras normas previstas na própria 
constituição que não estão no art. 5°, existindo ainda os implícitos. 
EX: art. 150: princípio da anterioridade em matéria de impostos (cláusula 
pétrea, direito individual). Os direitos fundados nas relações econômicas foram 
dispostos nos arts. 170 a 192 da CF. 
Destinatários dos Direitos Individuais 
São os brasileiros e estrangeiros residentes no país. 
As pessoas jurídicas também possuem direitos individuais. Ex: podem impetrar 
o HC, o MS, etc... 
Estrangeiros residentes no país têm seus direitos fundamentais reconhecidos, 
desde que não sejam incompatíveis com a situação de estrangeiro (não 
possuem direito ao voto). EX: Podem impetrar HC, MS, etc. 
Estrangeiros não residentes no país também têm seus direitos fundamentais 
reconhecidos, contudo, a Constituição somente poderá garantir direitos 
fundamentais a tais estrangeiros, desde que submetidos á soberania brasileira. 
EX: Um estrangeiro de passagem no Brasil poderá impetrar HC, MS, etc... 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1 - (Oficial de Justiça/SP/1999). Segundo a Constituição Federal, a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade é garantida: 
a ( ) somente aos brasileiros natos. 
b ( ) somente aos brasileiros natos e naturalizados. 
c ( ) aos brasileiros e aos estrangeiros em missão oficial no País. 
d ( ) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País 
e ( ) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País há mais de 10 (dez) 
anos. 
 
1 - DIREITO À VIDA 
O direito à vida é o principal direito individual, o bem jurídico de maior 
relevância, pois o exercício dos demais direitos depende de sua existência. 
Assim, deve ser compreendido de forma extremamente abrangente, incluindo o 
direito de nascer, de permanecer vivo, de defender a própria vida, enfim, de 
não ter o processo de vida interrompido senão pela própria morte espontânea e 
inevitável. 
Segundo o art. 2 º C.C.: “A personalidade civil do homem começa do 
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do 
nascituro”. Ex: reconhecimento dos direitos de sucessão. 
Do direito à vida decorre: o direito à integridade física e moral, proibição da 
pena de morte, venda de órgãos, punição do crime de homicídio, da 
eutanásia,do aborto e da tortura. 
A vida é um bem jurídico indisponível, assim qualquer atentado contra a vida é 
considerado crime. 
Ex: Homicídio (art. 121 do CP); participação em suicídio (art. 122, CP); aborto 
(arts. 214 a 128 do CP), somente é admitido aborto em 2 hipóteses legais: 
gravidez com risco de vida para a gestante e gravidez resultante de estupro 
(art. 128, I e II do CP). 
Há juristas de posição extremamente conservadora que defendem que a 
interrupção da gravidez decorrente de violência sexual, não teria sido 
recepcionada pela nova ordem constitucional. 
Defendem tbm que o DIU e a pílula do dia seguinte seriam inconstitucionais. 
 
A morte não é um direito subjetivo, sendo lícita a conduta de quem impede, 
utilizando-se dos meios que forem necessários, alguém de se matar (art. 146, § 
3°, II, do CP). 
Eutanásia: significa morte boa, onde se mata alguém para abreviar o 
sofrimento. A eutanásia configura crime, punida como homicídio privilegiado, 
devido à presença do relevante valor moral do agente. 
Ortonásia:significa morte justa, onde o médico deixa de prolongar 
artificialmente a vida do doente terminal, desligando os aparelho, o 
entendimento moderno é que não configura crime. 
Aborto: Por força do art. 5°, caput,qualquer tentativa de despenalização do 
aborto é contrária à manifestação do Poder Constituinte Originário. 
Nem mediante emenda const. isso seria possível, pois o direito à vida é 
cláusula pétrea (art. 60, § 4°). 
Contudo, o que tem causado bastante dúvida, por ausência de previsão legal, é 
o caso do aborto eugenésico. É possível realizar, por exemplo, o aborto de 
uma criança acrânica (sem cérebro)? Perante a inviabilidade da vida extra-
uterina, justifica o aborto? 
Os julgados têm caminhado no sentido de permitir a realização de aborto nas 
hipóteses de fatoreshereditários, doenças maternas, problemas irreversíveis 
decorrentes da gravidez, do álcool, do cigarro, da droga, das radiações 
químicas, das distorções psíquicas, das deformidades orgânicas, etc. 
O aborto é recomendável nesses casos para evitar fundado risco de vida, 
atestado por rigorosa perícia médica, no entanto, é necessário, autorização do 
Judiciário. 
Mas, nascituros portadores de deficiências físicas, de enfermidades psíquicas, 
das deformações corporais não podem ser submetidos ao aborto, porque se 
estaria permitindo que os pais e médicos empreendessem uma espécie de 
seleção natural. 
Clonagem: a clonagem humana, sob o argumento de aprimorar o corpo físico 
e combater problemas relevantes na área da saúde humana é de todo 
inconstitucional, porque todos têm direito: 
a) a uma vida digna (art. 1°, III c/c o art. 5°, caput, ambos da CF); 
b) a uma vida sadia (art. 225, caput, da CF); 
c) de ser concebido no seio de uma família, mediante a união sexuada de um 
homem com uma mulher (art. 226, § 1° e 8° da CF). 
 
Pena de Morte: é vedada expressamente pela CF, permitido apenas em caso 
de guerra declarada (art. 5°, XLVII). 
Os princípios da legalidade e da anterioridade da lei penal continuam 
prevalecendo em tempo de guerra. 
A pena de morte é proibida por vários fatores: a) não diminui a criminalidade, 
há o risco do erro do judiciário, etc. 
As hipóteses da aplicação da pena de morte em crimes cometidos em tempo 
de guerra estão previstas no Código Penal Militar. 
Direito à Integridade Física: tal direito está claramente vinculado à idéia de 
proteção da dignidade da pessoa humana, valor maior perseguido pelo nosso 
Estado. 
Assim, não basta garantir o direito à vida, mas assegurá-lo com o máximo de 
dignidade e qualidade na existência do ser humano. 
É o absoluto respeito à integridade corporal e psíquica de todo e qualquer ser 
humano. Tbm é um bem jurídico considerado indisponível. 
Em vários dispositivos a CF revela esta preocupação: 
Art. 5°, III: “ninguém será submetido à tortura nem tratamento desumano ou 
degradante”. 
Torturar é constranger alguém mediante a prática da violência, da grave 
ameaça, causando-lhe dor, pavor, sofrimento físico ou mental, para obter 
informações, declarações ou confissões. 
Art. 5°, XLIX: “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”. 
Art. 5°, XLVII: a CF não admite ainda imposição de penas cruéis. 
Para assegurar o respeito à integridade do preso e à legalidade da prisão, a CF 
estabelece um série de outros direitos: 
Art. 5°, LXII: “comunicação imediata de qualquer prisão ao juiz competente, à 
família do preso ou à pessoa por ele indicada”. 
Art. 5°, LXIII: “dever de informar o preso de seus direitos, inclusive o de 
permanecer calado, assegurando-lhe assistência à família e advogado”. 
Art. 5°, LXIV: “direito do preso à identificação dos responsáveis pela sua prisão, 
ou pelo interrogatório policial”; 
Art. 5°, LXV: relaxamento imediato pelo juiz da prisão feita de forma ilegal. 
Direito à Integridade Moral: a Const. assegura expressamente “a indenização 
por dano moral, material ou à imagem”(CF/88, art. 5 º, V), isto porque, a honra 
é um bem jurídico que encontra proteção no próprio Texto Constitucional. 
O atributo moral envolve 2 aspectos (art. 5°, V e X da CF): 
a) auto-estima (consideração que tem de si mesma); 
b) reputação (consideração gozada no meio social); 
* Proibição de Venda de Órgãos: considerando o absoluto respeito à 
integridade física, bem jurídico considerado indisponível, a CF veda qualquer 
tipo de comercialização de órgãos, tecidos, substâncias humanas para fins de 
transplante, pesquisa e tratamento (art. 199, § 4°, da CF. 
Contudo, a doação de sangue ou órgãos em vida ou após a morte, para fins de 
transplante ou tratamento é válida. 
Regulamentado pela Lei n. 9.434/97, e alterações introduzidas pela Lei n. 
10.211/2001. 
Tortura: A CF, em diversos incisos do art. 5° deixou patente o seu repúdio a 
essa forma de investigação. 
A tortura é a imposição de qualquer sofrimento físico ou mental, mediante 
violência ou grave ameaça, com finalidade de obter confissão. 
Inciso III: “ninguém será submetido à tortura”. 
Inciso XLIX assegura: “aos presos o respeito à sua integridade física e moral”. 
Inciso XLIII:considera inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática 
da tortura (regulamentado pela Lei n. 9.455/97). 
 
EXERCÍCIOS 
1 – (OAB/SP/ 120º) Ao tutelar o direito à vida, a Constituição Federal 
(A) proibiu totalmente a pena de morte e a remoção de órgãos. 
(B) permitiu excepcionalmente a pena de morte e a remoção de órgãos 
(C) proibiu totalmente a pena de morte e autorizou a remoção de órgãos. 
(D) autorizou excepcionalmente a pena de morte e proibiu totalmente a 
remoção de órgãos. 
2 – (OAB/SP/ 126º) Ao tutelar o direito à vida, a Constituição Federal 
veda,textualmente, 
(A) qualquer hipótese de pena de morte. 
(B) a manipulação de material genético. 
(C) a comercialização de órgãos humanos 
(D) a execução de qualquer espécie de aborto. 
3 – (OAB/102°) Assinale a alternativa correta: 
a) a pena de morte não pode ser aplicada no Brasil, em nenhuma hipótese; 
b) a pena de morte pode ser introduzida no Brasil por meio de emenda 
constitucional; 
c) a pena de morte pode ser aplicada em caso de guerra declarada 
d) a pena de morte pode ser introduzida em processo de revisão constitucional. 
 
2 – DIREITO À LIBERDADE OU ÀS LIBERDADES 
Não é absoluto, pois não se pode fazer tudo o que quer, o indivíduo é livre 
apenas para fazer aquilo que a lei não proíbe. 
Considerando o princípio da legalidade (art. 5°, II), apenas as leis podem limitar 
a liberdade individual. 
Modalidades de liberdades: 
Liberdade de pensamento, art. 5o., IV 
A tutela constitucional surge no momento em que ele é exteriorizado com a sua 
manifestação. 
O pensamento em si, é absolutamente livre, mas sua manifestação já não pode 
ser feita de forma descontrolada, pois o abuso desse direito é passível de 
punição. Estabelece o art. 5°, IV, que: “é livre a manifestação do pensamento, 
sendo vedado o anonimato”. 
Ninguém pode fugir da responsabilidade do pensamento exteriorizado, 
escondendo-se sob a forma do anonimato. 
Não se tolera o exercício abusivo desse direito em detrimento da honra das 
demais pessoas. 
Tratando-se de matéria sem indicação do nome do autor, responderão por 
eventual abuso as pessoas responsáveis pelo jornal ou periódico (Lei n. 
5.250/67). Caso publiquem injúrias poderão tbm ser responsabilizadas. 
A CF/88, art. 5o., V assegura ainda: “o direito de resposta proporcional ao 
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”. 
Trata-se de um direito de defesa da pessoa que foi ofendida pela imprensa em 
razão da publicação de uma notícia inverídica ou errônea. 
O direito de resposta serve para evitar que a honra e a imagem fiquem 
comprometidas. 
O ofendido não poderá por intermédio do direito de resposta, fazer calúnias, 
difamações, injúrias, etc., se assim fizer passará de ofendido a ofensor. 
O direito de resposta deverá ser proporcional ao agravo, com o mesmo 
destaque, tamanho e duração, direito que não lhe pode ser recusado nem lhe 
impor ônus. 
E, no caso de recusa, o Poder Judiciário poderá compelir o devido meio de 
comunicação a efetivar tal direito. 
Liberdade de Consciência 
A liberdade de consciência é de foro íntimo, interessando apenas ao indivíduo. 
Por sua própria natureza é de caráter indevassável e absoluto e não está 
sujeita a qualquer forma de controle pelo Estado, abrangendo também a 
liberdade de crença e de consciência em sentido estrito. 
A liberdade de crença é a liberdade de pensamento de foro íntimo em 
questões de natureza religiosa (CF, art. 5°, VI). 
A liberdade de consciência

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