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Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal DIREITO PROCESSUAL CIVIL Prof. Guilherme Corrêa Aprova Concursos fev/2015 TUTELA CAUTELAR Cautelares nominadas g) Protestos, notificações e interpelações (arts. 867 a 873, do CPC) Tratam-se de manifestações formais de comunicação de vontade, com o intuito de prevenir responsabilidade ou prover a conservação ou ressalva de direito. Não possuem natureza cautelar, já que não protegem nenhum outro processo. 2 TUTELA CAUTELAR Cautelares nominadas Na verdade, trata-se de procedimento de jurisdição voluntária, já que não decide nada, mas apenas formaliza uma vontade da parte. Não há defesa nos autos, apenas o juiz determinará a intimação da parte contrária. É pouco utilizado, mas normalmente aparece em casos de constituição em mora do devedor. Destaca-se o contido no art. 872, do CPC: 3 TUTELA CAUTELAR Cautelares nominadas Art. 872. Feita a intimação, ordenará o juiz que, pagas as custas, e decorridas 48 (quarenta e oito) horas, sejam os autos entregues à parte independentemente de traslado. Podem ser feitos de forma extrajudicial. 4 TUTELA CAUTELAR Cautelares nominadas h) Atentado (arts. 879 a 881, do CPC) Na verdade a cautelar de atentado serve para restabelecer o estado de fato de uma demanda. Esta cautelar visa reverter, pode-se assim dizer, o atentado realizado por uma das partes, entendido este, como a alteração do estado de fato da demanda. 5 TUTELA CAUTELAR Cautelares nominadas O art. 879, do CPC elenca as três situações em que se verifica o atentado e, que, portanto, enseja o ajuizamento da presente medida: Art. 879. Comete atentado a parte que no curso do processo: I - viola penhora, arresto, sequestro ou imissão na posse; (esconde bem penhorado, por exemplo) II - prossegue em obra embargada; 6 TUTELA CAUTELAR Cautelares nominadas III - pratica outra qualquer inovação ilegal no estado de fato. (realiza benfeitorias vultuosas em bem locado, durante a ação de despejo) Interessante frisar que diferentemente do que ocorre com as demais cautelares, a cautelar de atentado será ajuizada perante o juiz da causa originária, ainda que a demanda já esteja no tribunal. 7 TUTELA CAUTELAR Cautelares nominadas Por fim, destaca-se a suspensão da ação principal até que haja o restabelecimento da situação fática e a possibilidade de perdas e danos, como bem leciona o art. 881, do CPC: Art. 881. A sentença, que julgar procedente a ação, ordenará o restabelecimento do estado anterior, a suspensão da causa principal e a proibição de o réu falar nos autos até a purgação do atentado. 8 TUTELA CAUTELAR Cautelares nominadas Parágrafo único. A sentença poderá condenar o réu a ressarcir à parte lesada as perdas e danos que sofreu em consequência do atentado. 9 TUTELA CAUTELAR Cautelares nominadas Parágrafo único. A sentença poderá condenar o réu a ressarcir à parte lesada as perdas e danos que sofreu em consequência do atentado. 10 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual a) Conceito O Mandado de Segurança surgiu no direito brasileiro por meio da Constituição de 1934, prevendo-se procedimento igual ao do habeas corpus. Atualmente, possui previsão no art. 5°, LXIX, da CF/88 e é regulado pela Lei 12.016/2009. 11 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual O Mandado de Segurança pode ser conceituado como sendo uma Ação Constitucional à disposição de toda pessoa (física ou jurídica), , órgão com capacidade processual (mesmo que ausente personalidade jurídica), para a tutela direitos individuais líquidos e certos, não amparados por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 12 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual b) Espécies Quanto ao MOMENTO da impetração, o MS pode ser: i) preventivo (quando houver justo receio de lesão ao direito líquido e certo. Há que se demonstrar alta probabilidade da lesão ao direito; ii) repressivo (quando a lesão já ocorreu. Neste caso o objetivo é reparar a lesão, diferente do preventivo, em que o objetivo é evitar a lesão. 13 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Quanto aos LEGITIMADOS, o MS pode ser: i) individual (quando impetrado pelo titular do direito material violado ou ameaçdo (legitimidade ordinária); ii) coletivo (quando impetrado pelos legitimados extraordinários, conforme será demonstrado). 14 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual c) Requisitos Cumpre destacar o contido no art. 1°, da Lei: Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 15 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual i) Direito líquido e certo: na verdade refere-se aos fatos estarem devidamente provados já com a inicial. Ou seja, haverá direito líquido e certo quando a inicial estiver instruída a ponto de não ser necessária a produção de prova. Importante tartar da exceção contida no §1°, do art. 6°, da Lei 12.016/09: 16 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual “No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição”. 17 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual ii) Ato passível de MS: o ato (omissivo ou comissivo) deve ter natureza pública. Algumas situações importantes de descabimento merecem destaque: a) atos de gestão comercial praticados por administradores de empresas públicas, sociedades de economia mista e concessionárias de serviço público; b) decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 18 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual c) ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; ATENÇÃO: Súmula 429 (STF): A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade. d) decisão judicial transitada em julgado. e) Contra lei em tese. (Súmula 266, do STF) 19 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual iii) Cabimento residual: o art. 1°, da Lei 12.016/09 deixa claro que o descabimento do MS no caso de cabimento de habeas corpus ou habeas data. Obs.: caso o direito de locomoção violado seja meio para exercício de outro direito, a açãocabível sera o MS e não o habeas corpus. 20 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual d) Legitimidade i) Legitimidade ativa: Qualquer pessoa física ou jurídica, bem como os entes despersonalizados (massa falida, espólio, condomínio, etc). Importante a dicção do art. 3°, da lei: 21 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Art. 3 o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente. 22 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Exemplo: concurso público, em que o terceiro colocado é convocado, preterindo o dois primeiros. Neste caso, pode o segundo colocado impetrar o MS, em favor do primeiro colocado, a fim de melhorar sua condição, desde que o legitimado ordinário, após notificado, não tenha impetrado. Hipótese de legitimação extraordinária. 23 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual ii) Legitimidade passiva: Parte da doutrina entende que há a formação de litisconsórcio passivo necessário simples, entre a autoridade coatora e a pessoa jurídica que a autoridade integra. Outra parte entende que a legitimidade seria da pessoa jurídica e que a autoridade seria apenas chamada ao processo para prestar informações. 24 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual e) Desistência É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança, independentemente de aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da entidade estatal, mesmo que já tenham sido prestadas as informações ou apresentado o parecer do MP. 25 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual f) Competência A competência será definida em razão do órgão coator. Importante frisar a competência do STF e STJ no julgamento de MS: STF - contra atos do: Presidente da República, Mesa da Câmara ou do Senado, TCU, PGR e do próprio STF 26 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual STJ - contra atos do: Ministros de Estado, Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, próprio STJ. 27 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual g) Procedimento O MS terá prioridade de tramitação sobre todos os outros, salvo habeas corpus e processos com réu preso. Possibilidade, em caso de urgência, de impetração por fax, telegrama, radiograma. Envio do original em 5 dias. 28 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual A petição inicial será apresentada em duas vias, com os documentos necessários. O juiz, ao receber a inicial poderá indeferi-la, ou determinar a emenda, em caso de possibilidade de correção do equívoco. Em caso de indeferimento, será cabível o recurso de Apelação. 29 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Caso o indeferimento ocorra em tribunal, caberá agravo ao órgão competente. Estando em termos a petição inicial, o juiz determinará a notificação da autoridade coatora, enviando-lhe cópia da petição inicial e os documentos, a fim de que preste as informações no prazo de 10 dias. 30 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Além disso, deve-se informar a pessoa jurídica da qual a autoridade coatora faça parte, para que analise se tem interesse de ingressar no feito. ATENÇÃO: É possível o ingresso de litisconsorte, mas sempre antes do despacho inicial. 31 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Expirado o prazo para apresentação de informações pela autoridade coatora, o juiz ouvirá o representante do MP, no prazo de 10 dias. Após, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para que seja proferida sentença no prazo máximo de 30 dias. 32 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual h) Liminar A lei prevê de forma expressa a concessão da segurança de forma liminar: Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 33 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual É possível a concessão de liminar inaudita altera parte, salvo no MS coletivo, em que é obrigatória audiência com o representante judicial da pessoa jurídica. A decisão que concede ou não a liminar, é recorrível por agravo de instrumento. Deferida a liminar, aumenta-se a prioridade para julgamento da causa. 34 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Destaca-se o contido nos arts. 8°e 9°: Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex offic io ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. 35 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder. 36 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Outro ponto importante, que também busca a proteção do “interesse público” refere-se às situações em que é proibido o deferimento da liminar. Ou seja, determinados direitos não podem ser protegidos pela via provisória (liminar), quais sejam: i) compensação de créditos tributários; ii) a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; 37 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual iii) a reclassificação ou equiparação de servidores públicos; iv) a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. v) que esgote no todo ou em parte o objeto da ação. Pelo fato de não ser possível liminar nestes casos, também não será possível a execução provisória, ou seja, a execução da sentença não transitada em julgado. 38 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Com relação aos efeitos da liminar, serão mantidos até prolação de sentença final, salvo se a decisão for cassada ou revogada. Salienta-se que em caso sentença denegatória, revoga-se a liminar que tenha concedido a medida, havendo a retroatividade dos efeitos. (Súmula 405, STF) 39 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual i) Decisão, remessa necessária e recurso A sentença proferida em mandado de segurança possuinatureza mandamental. A sentença não condenará o vencido em honorários de sucumbência, apenas deverá pagar as despesas processuais que foram pagas. A sentença concedendo ou não a segurança, julgando ou não o mérito é apelável. 40 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Caso a competência seja de tribunal, surgem algumas possibilidades: i) Acórdão concedendo a segurança proferido por TJ ou TRF: caberá apenas R.ESP ou R.EXT, caso haja o atendimento dos requisitos. ii) Acórdão denegando a segurança proferido por TJ ou TRF: caberá Recurso Ordinário Constitucional (ROC) para o STJ. 41 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual iii) Acórdão concedendo a segurança proferido por tribunal superior: caberá apenas RE, caso haja o atendimento dos requisitos. iv) Acórdão denegando a segurança proferido por tribunal superior: caberá Recurso Ordinário Constitucional (ROC) para o STF. A sentença, salvo nas hipóteses anteriormente mencionadas, poderá ser executada provisoriamente, já que os recursos em questão possuem efeito meramente devolutivo. 42 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Frisa-se que a sentença que concede o MS estará sujeita, necessariamente ao duplo grau de jurisdição. (remessa necessária) Não cabem embargos infringentes no MS. 43 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual j) Suspensão da segurança Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 44 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual Caso não haja a suspensão em razão do indeferimento do pedido ou do provimento do Agravo interposto pela parte prejudicadas, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do STJ ou STF, dependendo da natureza da matéria em questão. 45 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança individual k) Prazo A impetração do MS conta com o prazo de 120 dias, a contar da data de ciência do interessado, a respeito do ato impugnado. O prazo é decadencial, portanto, não se suspende, não se interrompe e nem se prorroga. Nas relações jurídicas de trato sucessivo, o prazo decadencial é renovado, cada vez que se verificar a lesão. 46 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança coletivo a) Conceito Ação Constitucional para a tutela de direitos coletivos s tric tu s ens u e individuais homogêneos, líquidos e certos, não amparados por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 47 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança coletivo b) Objeto A tutela aqui é de direitos: i) coletivos s tric tu s ens u = os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica. ii) individuais homogêneos = os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 48 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança coletivo c) Legitimidade A legitimidade aqui é extraordinária, já que o sujeito, em nome próprio, busca a proteção de direito alheio. Os legitimados são: a) partidos políticos com representação no congresso nacional; b) organização sindical; c) entidade de classe; d) associação em funcionamento há pelo menos 1 ano * (não há necessidade de autorização especial) 49 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança coletivo ATENÇÃO: caso a associação legitimada impetre MS para a defesa de interesses da própria associação, estará atuando em nome próprio para a defesa de interesse próprio. Neste caso o MS será individual e em legitimidade ordinária. * O requisito da pré-constituição pode ser dispensado em caso de manifesto interesse social. 50 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança coletivo d) Liminar Conforme dito anteriormente, a liminar inaudita altera parte não será possível no MS coletivo. Para a concessão desta, será necessária a oitiva do representante judicial no prazo de 72 horas. 51 DO MANDADO DE SEGURANÇA Mandado de segurança coletivo e) Os limites da decisão Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. § 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. 52 HABEAS DATA Conceito Previsto no art. 5°, LXXII, da CF/88 e regulamentada pela Lei 9.507/97. É o instrumento constitucional pelo qual o interessado pode exigir o conhecimento do conteúdo de registro de dados relativos a sua pessoa. 53 HABEAS DATA Conceito Também serve à retificação quando as informações não conferirem com a verdade, estiverem ultrapassadas ou implicarem discriminação, ou ainda, a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 54 HABEAS DATA Objeto Pode ser impetrada em três hipóteses: a) Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registo ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público. b) Para a retificação de dados, quando nao se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. 55 HABEAS DATA Objeto c) Para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 56 HABEAS DATA Cabimento Para que seja cabível o habeas data, há a necessidade de requerimento administrativo. Ou seja, somente em caso de tentativa frustrada na esfera administrativa é que será cabível o habeas data. (Súmula 2 STJ) Então, para que haja o interesse de agir, há a necessidade de recusa, dentro de um prazo razoável. 57 HABEAS DATA Cabimento Importante frisar que mesmo no caso de omissão é possível, conforme se depreende do art. 8°, Parágrafo único: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou III - da recusa em fazer-se a anotação, ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão. 58HABEAS DATA Partes i) Legitimidade ativa: toda pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Não há legitimidade extraordinária. Tem-se admitido a impetração pelos herdeiros do falecido ou pelo cônjuge sobrevivente, a fim de obter informações sobre o falecido. ii) Legitimidade passiva: podem figurar no polo passivo tanto a administração pública direta ou indireta, quanto pessoas jurídicas de direito privado que mantenham banco de dados aberto ao público. 59 HABEAS DATA Competência O art. 20, da Lei 9.507/97 resume a competência: Art. 20. O julgamento do habeas data compete: I - originariamente: a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal; 60 HABEAS DATA Competência c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal; d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado; f) a juiz estadual, nos demais casos; 61 HABEAS DATA Competência II - em grau de recurso: a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for proferida em única instância pelos Tribunais Superiores; b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em única instância pelos Tribunais Regionais Federais; c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz federal; d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme dispuserem a respectiva Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito Federal; 62 HABEAS DATA Competência III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos na CF/88. 63 HABEAS DATA Procedimento Possui preferência de tramitação, com exceção dos mandados de segurança, habeas corpus e processos com réu preso. Isenção de custas judiciais. Deve ser provada na inicial a recusa ou o decurso de prazo (10 ou 15 dias). Notificação do órgão para que em 10 dias preste as informações. 64 HABEAS DATA Procedimento O indeferimento da inicial é possível, sendo cabível apelação. Oitiva do MP em 5 dias. Conclusão ao juiz e sentença em 5 dias. Em sendo julgado procedente o pedido, o juiz dará decisão nos termos do art. 13, da Lei: 65 HABEAS DATA Procedimento Art. 13. Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz marcará data e horário para que o coator: I - apresente ao impetrante as informações a seu respeito, constantes de registros ou bancos de dados; ou II - apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos assentamentos do impetrante. Da sentença cabe apelação somente no efeito devolutivo. 66 HABEAS DATA Procedimento Por fim, salienta-se o disposto no art. 16, da Lei: Art. 16. Quando o habeas data for concedido e o Presidente do Tribunal ao qual competir o conhecimento do recurso ordenar ao juiz a suspensão da execução da sentença, desse seu ato caberá agravo para o Tribunal a que presida. 67 DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Observações importantes Lei 7.347/85 Art. 2º - As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. Parágrafo único - A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 68
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