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Uma experiência A prática de ensino de história

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1 
UMA EXPERIÊNCIA: A PRÁTICA DE ENSINO EM HISTÓRIA E A CONSTRUÇÃO 
DE UM PROFISSIONAL EM SALA DE AULA.1 
 
FRIEDRICH, Fabiana Helma2; BOLZAN, Paula3 
1
 Trabalho de Pesquisa _UNIFRA PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) 
2
 Curso de História do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 
3
 Professor orientador do trabalho (UNIFRA),Santa Maria, RS, Brasil 
E-mail:fabihf@bol.com.br 
 
RESUMO 
O artigo procura analisar o significado do Estágio Curricular Supervisionado IV no processo de 
formação profissional do licenciado em História, compreendido segundo as diretrizes curriculares do 
curso de História, como uma atividade curricular obrigatória, que se estabelece a partir da inserção do 
aluno no espaço da escola, com o objetivo de sua capacitação para o exercício profissional. Constata 
e compreende que efetivamente o Estágio Curricular Supervisionado IV é o espaço apropriado para o 
aluno estagiário inserir-se na realidade social, mediadas pela fundamentação teórico-metodológica da 
licenciatura do curso de História, desenvolvendo a identidade profissional de docente. O presente 
trabalho que faz parte de maneira indireta do PIBID - um convênio do Centro Universitário 
Franciscano com a CAPES tem por objetivo refletir e aproximar a universidade ao espaço escolar 
interando-se aos vários momentos encontrados na prática docente.O trabalho foi realizado no, 
“Colégio Estadual Padre Rômulo Zanchi”, localizada no Bairro Schirmer. 
 
 
Palavras-chave: Professor estagiário; estágio supervisionado; escola e universidade. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, 
na ação-reflexão.” Paulo Freire. 
 
 O presente trabalho é resultado do período de estágio e vinculado, de forma 
indireta, ao projeto integrado de pesquisa PIBID (Programa Institucional de Bolsa de 
Iniciação à Docência), promovido pela Capes e o Centro Universitário Franciscano – 
UNIFRA, junto aos alunos do segundo ano do ensino médio (turma 202), no “Colégio 
Estadual Padre Rômulo Zanchi”, localizada no Bairro Schirmer, realizado no primeiro 
semestre de 2012. Este trabalho teve como finalidade servir de avaliação para o 
Estágio Curricular Supervisionado IV (ECS IV), mas compreende muito mais que 
uma avaliação. É a reflexão sobre a experiência vivida na atividade docente, 
proposta pelo estágio ECS IV, em busca da construção profissional de licenciado em 
História, que busca aproximar as realidades escolares com as da universidade. 
 O ECS IV é um componente curricular implementado no perfil do futuro 
educador e consiste numa atividade, diversificada e indispensável a uma formação 
profissional adequada. Aqui relato a experiência que adquiri durante o período em 
 
 
2 
que estive no ambiente escolar, reconhecendo a importância de um bom 
planejamento de aulas, que deve ser previamente elaborado e da escolha das 
abordagens pedagógicas a serem aplicadas na sala de aula. 
A escola do estágio. 
 A escola que recebeu o professor estagiário foi Colégio Estadual Padre 
Rômulo Zanchi, em área periférica do município o que condiciona a heterogeneidade 
do contexto escolar. Por ser uma Escola que funciona em três turnos (manhã, tarde 
e noite), esta tem um bom número de estudantes, aproximadamente 780 divididos 
nos três horários. 
 Ao que se refere às condições físicas da Escola, essa tem uma boa área 
construída, disponibilizando de laboratório de informática, um galpão que serve de 
sala de audiovisual e espaço para reunião, biblioteca, retroprojetor, televisão, DVD, 
as salas de aula são bastante amplas, tendo uma estrutura básica para a prática de 
ensino com quadro negro e classes com cadeiras. 
 A escola apresenta um Projeto Político Pedagógico (PPP) que foi atualizado 
no início do ano de 2012, que estabelece as diretrizes sobre o funcionamento da 
mesma, onde neste, consta quantos períodos serão ministrados por turno e sua 
duração, como também a ideologia da Escola. O quadro de profissionais da escola 
conta com aproximadamente 50 profissionais em exercício, onde o relacionamento 
dos docentes é muito bom, estendendo esse relacionamento com os demais 
funcionários e professores estagiários, ambiente harmônico e motivador para a 
prática de ensino. 
 
Conhecendo a turma. 
 “Não há saber mais ou saber menos. Há saber diferentes.” Paulo 
Freire. 
 A prática da docência iniciou no dia 23, 24 e 27 de fevereiro de 2012, com as 
reuniões pedagógicas e o trabalho em sala de aula com a turma no dia 01 de março 
de 2012, este será finalizado no dia 13 de julho de 2012. 
 Informações sobre a turma, segundo ano do ensino médio, do turno da 
manha, ao iniciar o ano letivo, a turma era formada por 18 alunos (03 meninos e 15 
meninas) e ao terminar o semestre esta composta por 12 alunos (03 meninos e 09 
meninas) e a idade dos discentes é de 15 a 18 anos. 
 No primeiro contato com a escola, durante as reuniões pedagógicas, foi 
passado pelo colegiado da escola um parecer sobre a turma, momento também que 
 
 
3 
informaram a quantidade de aulas semanais (02 semanais), e que todas as quintas-
feiras seriam destinadas as reuniões pedagógicas, sendo, portanto, períodos 
reduzidos neste dia. 
 Os períodos seriam de 30 minutos de aula nas quintas-feiras. Com esta 
informação de início, ficou a torcida para não pegar nenhum horário nas quintas- 
feiras, mas infelizmente, dos dois períodos, o professor estagiário ficou com um 
período de 30 minutos na quinta- feira e o outro de 45 minutos na sexta- feira. 
 Voltamos à turma. “Não seria um sonho maravilhoso entrar nas salas de 
aula no início do ano e saber que, como educadores, encontraríamos alunos 
ávidos e motivados para trabalhar, para cumprir as regras, para se tratarem 
uns aos outros com respeito?” Selbach (2010) Mas não era bem isso que o 
estagiário receberia, ao menos era esse o parecer de alguns professores da escola. 
 O que não poderia ser levado em conta, pois o trabalho tinha que acontecer. 
Um dos problemas, quando o professor estagiário chega à escola é ser contaminado 
por pré-conceitos. 
 
Primeiro dia em sala de aula. 
 
 Antes de entrar na sala de aula a angústia tomava conta do professor 
estagiário e como estratégia, planejou se apresentar e usar um questionário para 
conhecer a turma de alunos. Um ponto muito positivo do período do estágio, foi à 
troca com os colegas, foi o caso deste questionário utilizado neste primeiro dia de 
aula. 
 Nesse momento de formação, temos a chance de conhecer como se constrói 
um espaço de produção de conhecimento, sobre a prática pedagógica desenvolvida 
no cotidiano da escola pública, através de um processo criador e inovador, de 
análise e de reflexão, nos aproximando da realidade da escola, a fim de que 
possamos compreender melhor os desafios que enfrentam no cotidiano da 
profissão, no dia a dia de trabalho, de forma crítica e consciente. 
 Com o resultado do questionário, (Resultado do questionário: Nenhum 
aluno gosta de História), em mãos e sentindo que faltava muito interesse e 
motivação por parte da turma, o professor estagiário se deu conta que o trabalho 
seria grande, mas não impossível. Que precisava fazer algo para chamar atenção e 
que aquela turma não era tudo o que haviam lhe passado. Era preciso ter paixão, e 
 
 
4 
garanto que, isso nunca faltou. 
 Paulo Freire (1996) analisa que a relação entre professor e aluno depende, 
fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação empática, de 
sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da 
criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles. Considerandotambém, que 
o professor, educador da era da tecnologia, deve buscar educar para as mudanças, 
para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o 
lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão consciente de seus 
deveres e de suas responsabilidades sociais. E foi nesta linha de pensamento que o 
estagiário buscou realizar o trabalho dentro da sala de aula. 
 No segundo dia de aula, foi apresentada uma dinâmica, que tinha como 
objetivo elevar a autoestima da turma, mostrando que todos ali eram especiais e que 
para as coisas darem certo, precisávamos trabalhar juntos. A dinâmica do Espelho 
trata-se de um espelho, no qual cada aluno verá sua própria imagem e o professor 
entregou um texto chamado “A casa dos mil Espelhos”. 
 Os alunos estranharam a dinâmica, pois professor de História fazer atividades 
lúdicas, o “ser aluno” tratado como “mais importante” do que o conteúdo, o que 
deixou o professor estagiário incomodando, isso não faz parte do contexto escolar. E 
ouvir relatos dos alunos, dizendo, “que nunca tinham pensado que História poderia 
fazer esse tipo de trabalho” e que para alguns, isso fez “pensar”, que poderiam 
então ter, atitudes diferentes e de certa forma ajudou a eles a compreender que 
poderiam fazer parte da “História de uma sociedade”. Considerar que a turma, a 
escola e a universidades estão ligados a um contexto amplo de ideias e ideais, 
tendo todos, um papel importante para a História da sociedade educacional. Como 
sugere Simone Selbach (2010) no livro “História e Didática”, onde explica no artigo 
“Por que ensinar História?”. Expõe no trecho abaixo que: 
 
“O bom ensino de História não é apenas situar acontecimentos históricos e 
localizá-los em uma multiplicidade de tempos, mas compreender que as 
histórias coletivas e que os modos de vida de diferentes grupos em diversos 
tempos e espaços, e reconhecer semelhanças e diferenças é a melhor 
maneira de respeitá-los”. (SELBACH, 2010, p. 37). 
 
 
 Quando se inicia um trabalho junto a uma turma que está para decidir o que 
vai fazer pelo resto da vida, escolher a sua profissão se percebe que o professor tem 
um papel fundamental nesta escolha, de estimular, motivar ou então de desestimular 
 
 
5 
qualquer movimentação segura para a vida de um aluno no ensino médio, mesmo 
que ainda no segundo ano do ensino médio. No inicio do período de estágio, os 
alunos ao conversarem com o professor estagiário falavam que não sabiam se iriam 
prestar vestibular quando concluíssem o ensino médio, no decorrer do trabalho 
percebeu-se algumas mudanças na ideia inicial. 
 Com cautela o professor estagiário foi tentando compreender os motivos da 
falta de vontade de se inserir em um curso de graduação. E os motivos eram muitos, 
que iam desde ”ninguém na minha família fez faculdade”, “falta de condições 
financeiras”, ou, “isso não pertence ao nosso mundo”. E neste campo frutífero que é 
a escola, “o professor é, em essência, um educador, é um arquiteto do amanhã” 
(SELBACH, 2010), e desta forma, o professor estagiário procurou mostrar que todos 
podem chegam e conquistar um lugar na universidade. Que se “ninguém foi fazer 
uma graduação na família”, ele seria então o primeiro, se não tinha “condições 
financeiras”, que hoje há uma serie de bolsas que ajudam a custear os estudos, e 
que se, “isso não fazia parte do seu mundo”, porque não mudar o mundo? O que 
impedia de fazer? 
 Celso Antunes explica que: “a certeza da autonomia do educando e o aplauso 
as suas iniciativas pessoais como eixo central da educação de qualidade” (2011, p. 
20), dará resultados amplos e contínuos na educação, e dessa forma trabalhar, o 
lado motivacional, é sim conteúdo relevante para uma sociedade que ainda 
apresenta disparidades sociais. E assim, foram construindo uma relação de 
cumplicidade entre esses dois agentes (aluno e professor) da educação, que é 
fundamental, mas deve ficar em nível profissional sempre. Como afirma SIQUEIRA 
(2005, p. 01), que “os educadores não podem permitir que tais sentimentos, 
interferiram no cumprimento ético de seu dever de professor”. 
 A dimensão do ensino e da aprendizagem em sala de aula é marcada por um 
tipo especial de relação, a qual envolve o professor e aluno na mediação e 
apropriação do saber. É importante enfatizarmos essa posição do professor na 
relação: trata-se de um mediador e não de um detentor do saber. Posição que o 
professor deixou muito claro aos alunos, pois poderia também não saber tudo, mas 
faria sempre o possível para esclarecer qualquer dúvida. 
 Ser professor não se constitui em uma simples tarefa de transmissão de 
conhecimento, pois vai mais além e também consiste em despertar no aluno valores 
e sentimentos, como o amor do próximo e o respeito, entre outros. Como destaca 
 
 
6 
RODRIGUES (1997), o educador não é simplesmente um repassador de 
conhecimentos para seus alunos, pois o seu papel é bem mais amplo, porque 
ultrapassa uma simples transmissão de conhecimentos. Dentro da sala de aula, o 
que se verifica na maioria das vezes é o estabelecimento de regras disciplinares no 
modo arbitrário. E como coloca Brandão no trecho. 
 
“Toda autoridade procura, segundo seus sistemas políticos, legitimizar, e 
para tal é necessário que haja correlativamente uma crença por parte dos 
indivíduos nessa legitimidade. Como a legitimação da autoridade demanda 
mais crença do que os indivíduos podem dar, surge a ideologia como 
sistema justificador da dominação.” (BRANDÃO, 2002, p. 25-26). 
 
 Nesse sentido podemos considerar que a relação de poder hierarquizada na 
sala de aula implica na concepção que o professor comanda e o aluno faz. Essa 
ideia não consegue dar conta da geração de alunos que encontramos em nossas 
escolas. São seres humanos em formação e precisam ser ouvidos e orientados, não 
obrigados a cumprir regras que muitas vezes não fazem sentido, ou melhor, não foi 
explicado, simplesmente imposta aos alunos sobre pressões com base em ameaças 
e punições, isso notamos que pode acarretar e provocar reações negativas, ou de 
resistência e indisciplina por parte dos alunos. 
 Segundo Moacir Gadotti: 
 
“o educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição 
de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe 
tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento 
mais importante: o da vida” (GADOTTI ,1999, p. 2). 
 
 O aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente 
pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula, segundo Celso Antunes. O 
prazer pelo aprender não é uma atividade que surge espontaneamente nos alunos, 
pois, não é uma tarefa que cumprem com satisfação, sendo em alguns casos 
encarada como obrigação. Para que isto possa ser mais bem desenvolvido, o 
professor deve despertar a curiosidade dos alunos, acompanhando suas ações no 
desenrolar das atividades em sala de aula. E foi pensando e planejando que se 
trabalhou o conteúdo de História na turma, fazendo com que os alunos entrassem 
em uma viagem fictícia, a fim de despertar o interesse pelos assuntos propostos 
pelo professor estagiário. 
 Paulo Freire, enfatiza que as características do professor que envolve 
afetivamente seus alunos afirmando que: 
 
 
7 
 
O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a 
intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio 
e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam 
porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem 
suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. (FREIRE, 1996, p.96). 
 
 A ideia aqui não foi ser um professor perfeito, de maneira alguma,mas 
marcar positivamente esses alunos, fazer com que o interesse pelos estudos fosse 
despertado de forma a contribuir na formação dessa turma, que já tinha um rotulo 
para ser arrancado. LOPES enfatiza que: 
 
 “[...] As virtudes e valores do professor que consegue estabelecer laços 
afetivos com seus alunos repetem-se e intrincam-se na forma como ele trata 
o conteúdo e nas habilidades de ensino que desenvolve” ( LOPES 1991, p. 
146). 
 
 Além disso, o autor afirma que outro aspecto marcante é metodologia que o 
professor utiliza. Se, “o professor acredita nas potencialidades do aluno” (LOPES, 
1991), que se preocupa com sua aprendizagem e com seu nível de satisfação, pois 
exerce práticas de sala de aula de acordo com as exigências e aos novos 
paradigmas da educação, e isto, também é relação professor-aluno. 
 E neste contexto que se acredita ser possível contribuir para um melhor 
resultado na educação e no processo ensino-aprendizagem, e pensando assim, foi 
colocada como título do trabalho, “Uma experiência: A prática de ensino em 
história e a construção de um profissional em sala de aula”. 
 O professor deve ter a visão mais humana transformando o ambiente de 
forma afetiva, para que a relação professor-aluno seja a base do desenvolvimento 
cognitivo e psíquico. É preciso que os professores se percebam enquanto agentes 
históricos e atuantes na sociedade em que vivem, para que então, eles possam 
auxiliar os seus alunos a adotarem uma postura crítica diante da mesma, pois um 
ser inconsciente e sem ideologia só pode contribuir para a formação de um cidadão 
acomodado, passivo e alheio aos acontecimentos ao seu redor. 
 Muitas vezes surgem conflitos externos, foi o caso de um conflito em um 
determinado dia, que o professor estagiário teve que deixar os alunos expor suas 
críticas ao fato. Não foi possível dar aula, pois os alunos estavam bastante 
revoltados com outro professor, e o estagiário teve que conduzir a situação. 
Percebemos, então, que ao professor não é permitido construir nada sozinho. Ele 
depende da escola com sua complexidade, seus antagonismos e suas contradições, 
 
 
8 
para crescer. É neste contexto, tendo um trabalho em conjunto, que o professor e a 
escola precisam transmitir aos alunos o verdadeiro sentido do trabalho em equipe, 
porque um não sobrevive sem o outro e ambos não sobrevivem sem o aluno. O 
professor e a escola precisam ser parceiros, porque fazem parte de uma mesma 
comunidade na qual o aluno é o principal protagonista. 
 A escola precisa ser reflexiva, crescer, ser ambiente propício e lugar de 
construção do conhecimento; o professor tem que ter sempre em mente que a 
escola se faz de pessoas e quando falamos em escola, a primeira coisa que nos 
vem à lembrança é a figura do professor, pois cada um de nós traz em si mesmo a 
recordação daquela pessoa que, no decorrer da nossa vida, nos deixou na memória, 
a sua imagem que pode ser positiva ou negativa. Com isso, concluo que, a 
educação do futuro deverá ser o centrado na condição humana, onde a escola, as 
universidade façam parte deste projeto amplo de sociedade. “Estamos na era 
planetária; uma aventura comum conduz os seres humanos, onde quer que se 
encontrem”. (MORIN, 2000, p. 47). Assim, “Se a educação sozinha não trasnforma a 
sociedade sem ela tampouco muda”. Paulo Freire. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 
 Todas as pessoas têm um potencial que é seu, constituído e desenvolvido 
nas suas relações com o mundo. Todos nós, sempre temos um relato retirado das 
vivências de sala de aula, dos relacionamentos do par educativo: professor e aluno e 
que resultam num sentimento, uma recordação que podemos compartilhar, 
favorecendo a troca de experiências e dando a eles novos significados, o que 
enriquece nossos conhecimentos. 
 A Prática de Ensino, amparada pelo estágio supervisionado, proporcionou ao 
futuro docente a construção da identidade profissional ou a ressignificação de sua 
profissão. Neste período, os alunos estagiários têm a possibilidade de integrar teoria 
à prática, de modo a compreenderem a complexidade das práticas institucionais e 
das ações ali praticadas. 
 Depois de viver uma experiência de docente em uma escola, assim como, 
ouvir o relato das experiências vividas pelos colegas já professores, onde 
apresentam várias realidades, percebo a minha fragilidade e insegurança em ser 
uma futura profissional da licenciatura de História. Fica a pergunta: quando estiver 
 
 
9 
atuando, far-se-á diferente ou se é engolidos pelo sistema escolar brasileiro que 
precisa ser revisto. 
 Espera-se que não, apesar de saber que o ser humano é extremamente 
vulnerável, quer-se acreditar que não será repetido o modelo da desistência. 
Portanto, por meio do ECSIV percebi que, o aluno-estagiário não entra somente nas 
salas de aula, entra, também, em seu futuro campo de atuação, entra na vida dos 
alunos, encontra a realidade da sala de aula, com o sistema educacional e, ainda, 
com seus futuros colegas de profissão, em quem, algumas vezes, tomará como 
referências, boas ou não, para a sua prática pedagógica. Este trabalho promoveu 
mudanças não só no resultado de conhecer, querer e agir, mas também de 
vivenciar, experimentar, tentar e insistir ou quem sabe desistir. 
 
Referências: 
ANTUNES, Celso. Professor bonzinho = aluno difícil: A questão da indisciplina em sala de aula. 
Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002. 
BRANDÃO, H. N. N. Introdução á análise do discurso. 8. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 
2002. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: 
Paz e Terra, 1996. 
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. 
GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. 
LOPES, Antonia (et al). Repensando a Didática. São Paulo: Papirus, 1991. 
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Brasília: Cortez, 2002. 
PIMENTA, S.G. (org.). O estágio e a docência. São Paulo: Cortez, 2004. 
_____. O estágio na formação de professores: unidade teoria prática? São Paulo: Cortez, 2001. 
SELBACH, Simone (supervisão geral). História e didática. (coleção Como bem Ensinar/ 
coordenação Celso Antunes). Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 
SIQUEIRA, Denise de Cássia Trevisan. Relação professor-aluno: uma revisão crítica. 
Disponível em: conteudoescola. Acesso em 15 de julho de 2012. 
RODRIGUES, N. Por uma nova escola: O transitório e o permanente na educação. 11 ed. São 
Paulo: Cortez, 1997.