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Universidade Católica de Goiás – Direito – Campus V Prof Welenn Cleber Prates da Costa Processo Civil IV PROCEDIMENTO CAUTELAR PREVENÇÃO CONTRA PERIGO DE DANO NO CURSO DO PROCESSO Conceito e noções gerais – Processo principal e processo cautelar Introdução Tempo Pode ser prejudicial ao processo Risco para sua efetividade Ex: 1 processo visa à condenação ao pagamento de quantia certa – pela demora, quando da sentença, pode não haver patrimônio do devedor suficiente para assegurar a satisfação do crédito → arresto Conceito Segundo gênero de processo Não é satisfativo – não há realização do direito material → não visa à tutela imediata Permite a futura realização do direito material (substancial) → visa à tutela mediata Definição Processo que tem por fim assegurar a efetividade de um provimento jurisdicional a ser produzido em outro processo Instrumento de proteção – instrumentalidade qualificada Pode ser Antecedente ou preparatório Incidente Finalidade Garantir a efetividade de outro processo (principal), ao qual se liga necessariamente Diferença entre tutela cautelar e tutela antecipada – tutelas de urgência tutela cautelar – visa a assegurar o resultado prático de um processo tutela antecipada – visa à concessão, de forma antecipada, do próprio provimento jurisdicional pleiteado ex: tratamento médico – retirada do nome do autor dos órgãos de proteção ao crédito “Ação cautelar” – características – conceito – “condições” Nominação da ação Ausência de conteúdo científico – caráter didático Ação “cautelar” ≠ medida cautelar Ação cautelar = poder de provocar o exercício da jurisdição pelo Estado Medida cautelar = tutela para garantir a efetividade de um provimento jurisdicional Conceito de ação cautelar Poder de pleitear do Estado-juiz a prestação da tutela jurisdicional cautelar, exercendo posições ativas ao longo do processo. Características As mesmas da ação em geral Autônoma em relação ao direito substancial que mediatamente se pretende proteger Abstrata = existe o poder de ação ainda que não exista o direito substancial afirmado pelo demandante Condições – art. 267, VI, do CPC Possibilidade jurídica da demanda Legitimidade das partes Interesse processual (de agir) Caso concreto Condições da “ação cautelar” ≠ condições da “ação principal” Legitimidade das partes Ativa Aquele que se diz titular de um direito substancial Passiva O sujeito apontado pelo demandante como sendo o outro sujeito da questão debatida em juízo (res in iudicium deducta) Legitimação extraordinária - MP Interesse de agir Utilidade da providência cautelar pleiteada pelo demandante Binômio necessidade-adequação Interesse-necessidade Interesse-adequação Ex: arresto para execução por quantia certa e seqüestro para execução para entrega de coisa certa Discussão sobre conceder medida diversa da devida O demandante pleiteia X e o juiz concede Y Majoritária: aceita (Humberto Theodoro) Minoritária: não aceita (Calmon de Passos, Alexandre Freitas Câmara) Art. 273, § 7º, do CPC Aqui, sim, existe fungibilidade entre os meios de obtenção da tutela jurisdicional de urgência Possibilidade jurídica da demanda A demanda é juridicamente possível → toda vez que o ordenamento jurídico não estabelecer uma proibição em abstrato para que se aprecie determinado pedido ou determinada causa de pedir Ex: Não se pode pleitear arresto se o crédito decorre de dívida de jogo Não se pode pleitear prisão civil cautelar – não há guarida em nosso sistema jurídico Tutela Cautelar – conceito – características – eficácia no tempo – classificação Conceito Provimento jurisdicional – capaz de assegurar a efetividade de uma futura atuação jurisdicional Providência concreta – conservação do estado de fato ou de direito – durante todo o tempo necessário para o desenvolvimento do proc. principal Características 1ª) Revogabilidade – art. 807, CPC Tb presente nas tutelas antecipatórias (art. 273, § 4º, CPC) Decorre da cognição sumária – juízo de probabilidade Fumus boni iuris Periculum in mora Causas da revogação: Verificação de que o direito substancial afirmado pelo demandante que parecia existir, em verdade, não existe OU Desaparecimento da situação de perigo – ex: alteração de riqueza do devedor 2ª) Instrumentalidade hipotética Instrumento de realização do proc. principal O juiz concede a med. cautelar p/ a hipótese de, no proc. principal, ser deferida a med. satisfativa do direito substancial Referibilidade: toda medida cautelar se refere a 1 situação substancial que se quer proteger 3ª) Temporariedade/Provisoriedade É dominante dizer que a tutela cautelar é provisória (interina) Corrente da temporariedade – o que ela diz? Temporário: não dura para sempre – pode ou não ser substituído Provisório: destinado a durar enquanto não sobrevenha um evento sucessivo que o substituirá (definitivo) Conclusão dessa corrente: Tutela cautelar: temporária Tutela antecipada: provisória Ex: arresto seguido de penhora 5ª) Modificabilidade – art. 807, CPC As causas são as mesmas da revogação Pode ser decretada nos próprios autos do proc. cautelar como nos autos do proc. principal Não depende de requerimento Concedidas de ofício: podem ser modificadas de ofício Concedidas por requerimento: Dir. indisponíveis: modificadas de ofício Dir. disponíveis: modificadas por requerimento Ex: Req. medida cautelar de sustação de protesto ↓ Deferida ↓ Houve o protesto ↓ Req. de suspensão dos efeitos do protesto 6ª) Fungibilidade – art. 805, CPC Caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido – adequada/suficiente para evitar ou reparar a lesão integralmente Princípio do menor gravame possível – art. 620, CPC Ex: substituição do arresto por hipoteca ou por fiança Poder-dever do juiz 1ª corrente: não precisa de processo autônomo de caução – AFC e Galeno Lacerda 2ª corrente: precisa de proc. autônomo - HTJr Eficácia no tempo 1ª Situação – art. 806 c/c art. 808, I, CPC Só medidas cautelares antecedentes constritivas de direito (≠ produção antecipada de provas) Finalidade: impedir que o demandante se contente com a efetivação da medida cautelar, quedando-se inerte e não ajuizando a demanda principal Prazo: 30d Contagem: da efetivação da medida Ex: da data da efetiva apreensão do bem cujo arresto se determinou 2º Situação – art. 808, II, CPC Finalidade: evitar-se que a med. cautelar já deferida possa ser efetivada a qualquer tempo Demora imputável ao demandante 3ª Situação – art. 808, III, CPC Desfecho desfavorável ao demandante (na ação principal) – com ou sem mérito: cessa a eficácia da medida Desfecho favorável ao demandante: a medida continua a produzir efeitos enquanto for necessária Ex: Arresto deferido ↓ Prolação de sentença condenatória que reconhece o direito do demandante ↓ O arresto produz efeitos até a penhora na fase de cumprimento de sentença Obs: cumprimento de sentença – deve ser requerido dentro de 30d do trânsito em julgado, sob pena de se permitir que a med. constritiva de direitos produza efeitos sem que esteja em trâmite um módulo satisfativo (Marinoni) Art. 808, parágrafo único, CPC Com a cessação da eficácia da medida, o demandante não pode ajuizar novamente a mesma demanda pela mesma causa de pedir Esse dispositivo se refere a medida cautelar que foi deferida na sentença ATENÇÃO! Momentos de CONCESSÃO/DEFERIMENTO da medida cautelar: Processo Cautelar Med. cautelar deferida liminarmente sentença(art. 804, CPC) 1º) em sede liminar – cessa a eficácia: aguarda-se a sentença 2º) na sentença – cessa eficácia: não se pode ajuizar a demanda pela mesma causa de pedir Classificação Não há consenso Para HTJr Quanto à finalidade: Med. para assegurar bens – ex: arresto e seqüestro Med. para assegurar pessoas – ex: busca e apreensão de incapazes; guarda provisória de incapazes Med. para assegurar provas – ex: exibição, produção antecipada de provas Quanto à tipicidade: Med. típicas e atípicas Quanto ao momento de postulação: Med. preparatórias e incidentes Para AFC Quanto à tipicidade: Med. típicas e atípicas Quanto ao momento de postulação: Med. antecedentes e incidentes Quanto à finalidade: Med. de garantia da cognição – assegura a efetividade de um futuro módulo cognitivo – ex: produção antecipada de provas, sustação de protesto Med. de garantia da execução – assegura a efetividade de um futuro módulo processual executivo – ex: arresto, seqüestro Med. de caução – contracautela (parte final do art. 804, CPC) Requisitos específicos para a concessão da tutela cautelar Fumus boni iuris Tutela cautelar – tutela de urgência Não se condiciona à demonstração da EXISTÊNCIA, da VERDADE do direito substancial Condiciona-se à demonstração da APARÊNCIA Cognição sumária – juízo de probabilidade Obs: cognição exauriente – juízo de certeza É limite da tutela cautelar, pois quando se tem certeza, a tutela cautelar torna-se inadequada e a tutela principal é que deve ser deferida Periculum in mora Situação de perigo iminente Iminência de dano irreparável ou de difícil reparação Situação objetiva – fatos concretos (não basta “fundado receio de dano”) Não afeta o direito substancial principal Afeta só a efetividade do processo principal As situações de perigo para o direito substancial são protegidas pela tutela antecipada 2 tipos de situação de perigo: Perigo p/ a efetividade do proc. principal → tutela cautelar Ex: pessoa que pretende executar um crédito em face de um devedor que está dilapidando seu patrimônio Perigo p/ o direito substancial → tutela antecipada Ex: portador do vírus da AIDS em desfavor do Estado, visando a condenação ao pagamento do tratamento Conclusão sobre os requisitos: Possibilidade de concessão da tutela cautelar ↓ Fumus boni iuris + periculum in mora Poder Geral de Cautela Conceito Autorização concedida ao Estado-juiz ↓ Concessão de medidas cautelares atípicas Hipóteses – quando as típicas não se mostrarem adequadas Impossibilidade de previsão abstrata de todas as situações de perigo Seu exercício é subsidiário – completa o sistema – sensibilidade do juiz (CRD) Corolário – da garantia constitucional da tutela jurisdicional adequada Limites Art. 799, CPC Entendimento dominante: rol exemplificativo Conclusão: é cabível quando nem as típicas nem as previstas no art.799 se mostrarem adequadas Prudência do juiz 1º limite: Não é um poder discricionário do juiz Obs: corrente majoritária – é poder discricionário Explicação desse 1º limite, pela corrente minoritária: 2º limite: Necessidade Inerente à idéia de tutela jurisdicional, que só pode ser prestada quando se fizer necessária 3º limite: A medida não pode ser capaz de satisfazer o direito do demandante Forma e momento do exercício Momento Só quando houver um processo em curso Princípio da demanda – jurisdição é função inerte Só até a prolação da sentença – termo ao ofício do juiz monocrático - art. 463, CPC Caberá ao Tribunal competente p/ apreciar o recurso eventualmente interposto Forma – 2 aspectos 1º) natureza de decisão – fundamentação – interlocutória ou sentença 2º) necessidade ou não de 1 proc. próprio – ex: art. 1001, CPC Medidas cautelares ex officio Art. 797, CPC Possibilidade de concessão de med. cautelar que não tenha sido requerida Sem audiência das partes Só em casos excepcionais 1ª corrente: autorização legal E excepcionalidade 2ª corrente: autorização legal OU excepcionalidade Ex: art. 1.001 e 1.018, p.ú, CPC (casos de autorização legal) Só incidentemente Independe da natureza do direito substancial (disponível ou indisponível) Competência para o Processo Cautelar Competência no 1º grau de jurisdição Art.800, CPC Falta de técnica – medida cautelar (processo cautelar) Incidente: juízo da causa (processo principal já em curso) Competência funcional – inderrogável Não é caso de prevenção – não há conexão ou continência Conexão: comum o OBJETO OU A CAUSA DE PEDIR Continência: identidade quanto às PARTES E À CAUSA DE PEDIR, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras Antecedente: juízo competente para o processo principal Obs: Casos de maior urgência Competência do juízo do local de efetivação da medida cautelar. Concessão liminar da medida cautelar ↓ Efetivação da medida ↓ Excepciona-se a competência* ↓ Remessa dos autos p/ o juízo competente (funcional) *se não for excepcionada > prorroga-se a competência Obs: tal situação não cabe se o juízo for absolutamente incompetente Competência em grau de recurso Lembrar: casos em que o Tribunal exerce competência originária (ex: ação rescisória) > regra anterior Art. 800, parágrafo único, CPC Interposto recurso > medida cautelar requerida perante o Tribunal Situação cabível para > apelação e os recursos seguintes > leva-se todo o processo para o Tribunal Exceção: interposição de agravo – não se leva para o Tribunal todo o processo – só a questão discutida na decisão interlocutória Regimento Interno: estabelece qual órgão apreciará o pedido de medida cautelar (órgão especial, órgão fracionário, tribunal pleno) Esquema: Prolação de sentença ↓ Competência do juízo a quo ↓ Interposição de recurso ↓ Competência do juízo ad quem Intervenção de terceiros no processo cautelar Assistência – art. 50 a 55 do CPC - admissível Conceito: intervenção voluntária de terceiro interessado, em causa pendente entre outras pessoas, para auxiliar uma das partes a obter sentença favorável (art. 50) – apesar de não estar no capítulo destinado à intervenção de terceiros Oposição - art. 56 a 61 do CPC - inadmissível Alguém reivindica bem ou direito para si, que é objeto de litígio entre as partes na fase de conhecimento. Nomeação à autoria - art. 62 a 69 do CPC - admissível Intervenção que se destina à correção do pólo passivo do processo. Denunciação da lide - art. 70 a 76 do CPC – inadmissível (posição majoritária) Visa à obtenção de um título de regresso. Pressupõe prazo para contestação. Processo cautelar > não há prolação de sentença sobre relação jurídica. Chamamento ao processo - art.77 a 80 do CPC - inadmissível (posição majoritária) Visa à obtenção de um título de solidariedade. Procedimento cautelar comum Obs: Os itens 1.5, 1.6 e 1.8 do conteúdo programático estão inseridos automaticamente neste tópico do roteiro de aula Quando não couber 1 dos procedimentos especiais – subsidiário Fase cognitiva e executiva > NÃO há – estruturalmente único - simultaneidade 1ª FASE > POSTULATÓRIA 1º passo > Ajuizamento da demanda Princípio da inércia da jurisdição – art. 2º, CPC Ação proposta – despacho ou distribuição – art. 263, CPC Requisitos da PI – art. 801, CPC: A autoridade judiciária, a que for dirigida O nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido A lide e seu fundamento A exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão As provas que serão produzidas (exceção > prova documental pré-constituída) Parágrafo único. III > só para o proc. preparatório Mais requisitos:Formulação do pedido de medida cautelar Requerimento de citação do demandado Indicação do valor da causa Indicação do endereço do advogado do demandante 2º passo > Concessão, ou não, de provimento liminar Aplicação do art. 804, CPC Natureza: decisão interlocutória Inaudita altera parte – postergação do contraditório 3º passo > Determinação da citação do demandado Regras gerais do proc. de conhecimento > 1º correio > 2º oficial de justiça > 3º citação ficta (hora certa ou edital) 4º passo > Resposta (defesa) do demandado Prazo para defesa > 5 DIAS (art. 802, CPC) Defesa > contestação e exceções Reconvenção > não permitida (entendimento dominante) Contagem do prazo – art. 802, CPC Da juntada do mandado de citação devidamente cumprido Da efetivação da medida cautelar (liminar ou após justificação prévia) Caso I > só p/ citação por oficial de justiça ou c/ hora certa Caso II > só se o demandando tiver ciência da demanda (princípios do devido processo legal e do contraditório) – intimação da medida Na prática: simultaneamente > determina-se a execução da providência cautelar e a citação do réu em 1 só mandado Revelia: Efeito material > presumir-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo demandante 1º Efeito processual > o proc. corre sem intimação dos demais atos processuais 2º Efeito processual > julgamento imediato do mérito 2ª FASE > INSTRUTÓRIA Art. 803, CPC – superficial Regras do proc. de conhecimento – subsidiárias 5º passo > Verificação da necessidade de providência preliminar Ausência de efeito material da revelia “Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que não ocorreu o efeito da revelia, mandará que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência.” Fatos Impeditivos, Modificativos ou Extintivos do Pedido “Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro lhe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.” > réplica Alegações do Réu “Art. 327. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 301, o juiz mandará ouvir o autor no prazo de 10 (dez) dias, permitindo-lhe a produção de prova documental. Verificando a existência de irregularidades ou de nulidades sanáveis, o juiz mandará supri-las, fixando à parte prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.” 6º passo > Julgamento conforme o estado do processo Caso de extinção do processo “Art. 329. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o juiz declarará extinto o processo.” Caso de julgamento antecipado da lide – 2 casos: Revelia com efeito material Contestação SEM necessidade de prova oral > questão meramente de direito OU questão de fato e de direito c/ suficiência de provas Obs: necessidade de produção de prova oral > AIJ (art. 803, p. único, CPC) 3ª FASE > DECISÓRIA 7º passo > Prolação da sentença Aplicação do art. 162, § 1º, CPC – conceito de sentença Momentos possíveis de prolação da sentença: Início > indeferimento da PI Após as providências preliminares > extinção do proc. ou julg. imediato do mérito Após a AIJ Elementos: relatório + fundamentação + dispositivo (art. 458, CPC) Características da sentença cautelar: Natureza declaratória > NÃO > SÓ afirma a presença ou ausência do fumus boni iuris Natureza constitutiva/condenatória > NÃO > não cria, modifica ou extingue rel. jurídicas Natureza acautelatória > SIM Efeitos acessórios da sentença: “Condenação” ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios (art. 20, § 4º, CPC) 8º passo > Formação da coisa julgada Recursos esgotados > coisa julgada > trânsito em julgado Coisa Julgada SÓ FORMAL – Por quê? Cognição sumária Juízo de probabilidade Função acessória Ausência de natureza declaratória – existência ou inexistência do direito material Exceção > decadência ou prescrição do direito do autor – em proc. cautelar antecedente – art. 810, CPC QUADRO RESUMIDO DO PROCEDIMENTO CAUTELAR COMUM FASE POSTULATÓRIA 1º passo Ajuizamento da demanda 2º passo Concessão, ou não, de provimento liminar 3º passo Determinação da citação do demandado 4º passo Resposta (defesa) do demandado FASE INSTRUTÓRIA 5º passo Verificação da necessidade de providência preliminar 6º passo Julgamento conforme o estado do processo FASE DECISÓRIA 7º passo Prolação da sentença 8º passo Formação da coisa julgada 9. Reparação do dano causado pela medida cautelar – Responsabilidade processual civil do requerente Responsabilidade civil ≠ Responsabilidade Civil (processo civil) (direito civil) ↓ Ex: condenação ao pagamento das despesas processuais e dos honorários Litigância de má-fé 9.1. Conceitos em comum Responsabilidade objetiva > despesas processuais e honorários de sucumbência Elementos Dano Conduta Nexo de causalidade Responsabilidade subjetiva > litigância de má-fé Elementos Dano Conduta CULPOSA Nexo de causalidade Requisitos para existir o dever de indenizar por parte do demandante 1º) Que a medida cautelar tenha sido EFETIVADA 2º) Que tenha havido PREJUÍZO para o demandado Análise do art. 811, CPC Art. 811. Sem prejuízo do disposto no art. 16 (má-fé), o requerente do procedimento cautelar responde ao requerido pelo prejuízo que lhe causar a execução da medida: I - se a sentença no processo principal lhe for desfavorável; Decorre da cognição sumária (juízo de probabilidade) Deferimento da medida cautelar (presença do fumus boni iuris) ↓ Desfecho desfavorável ao beneficiário (demandante) da medida* ↓ Ele terá que indenizar o demandado *Ex: Arresto concedido no proc. cautelar e conclusão, no proc. principal (execução), de que o direito de crédito não existe ou extinção sem análise do mérito II - se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não promover a citação do requerido dentro em 5 (cinco) dias; Só ocorre se a medida concedida liminarmente inaudita altera parte houver sido efetivada antes da citação do requerido Não se trata de simples requerimento > são os atos que incumbem ao demandante: Indicação do endereço Adiantamento das custas III - se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer dos casos previstos no art. 808, deste Código; I - se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806 (30 dias a contar da efetivação da medida cautelar) Ocorrência do dano > se a ação for ajuizada depois desse prazo II - se não for executada dentro de 30 (trinta) dias (a contar do deferimento) Nesse caso > impossibilidade de ocorrência de dano > não há o 1º requisito III - se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito Hipótese do inciso I do art. 811 IV - se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor (art. 810). A medida terá sido concedida a quem não mais era titular da posição jurídica de vantagem Liquidação do dano Parágrafo único > A indenização será liquidada nos autos do procedimento cautelar. Necessidade de liquidação > o direito á indenização é efeito secundário Objetos da liquidação: Determinação da existência dos danos Fixação do quantum debeatur Será por artigos: Apreciação de fatos novos > fatos que não haviam ainda sido submetidos à apreciação judicial Aplicação dos arts. 475-E e 475-F, CPC Processamento da liquidação > no juízo onde se desenvolveu o proc. cautelar Liquida-se o prejuízo ↓ Decisão da liquidação ↓Módulo processual executivo em face do requerente da med. cautelar 10. Medidas Cautelares Específicas, Típicas ou Nominadas – Procedimentos Atenção: o rol inclui medidas que, na verdade, não têm natureza cautelar PROCEDIMENTOS SITUADOS NO LIVRO DE CAUTELAR QUE POSSUEM NATUREZA EVIDENTEMENTE CAUTELAR 10.1. Arresto Há 2 modalidades de arresto Arresto executivo Arresto cautelar Arresto executivo – art. 653, CPC Art. 653. O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução. Parágrafo único. Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o devedor três vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o ocorrido. NÃO TEM natureza cautelar Também assegura a penhora NÃO DEPENDE de uma situação de PERIGO que ponha em risco a solvência do devedor > é apenas uma medida executiva Arresto Cautelar – art. 813 a 821, CPC TEM natureza cautelar Processo cautelar autônomo com procedimento próprio Objetivo Garante a eficácia de uma EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA (processo autônomo de execução ou cumprimento de sentença) Caracterização da medida em si Apreensão judicial de bens do devedor, entregues a um depositário Requisitos Fumus boni iuris > verossimilhança quanto à existência do direito de crédito Assim, pressupõe: Obrigação em dinheiro OU que possa se converter em dinheiro Conseqüência > poderá ser preparatório ou incidente a uma: Execução por quantia certa Ação condenatória – ex: ação de indenização por acidente de trânsito Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial: I - prova literal da dívida líquida e certa Parágrafo único. Equipara-se* à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se. *Não significa que é a única coisa que se equipara à prova literal da dívida líquida e certa Periculum in mora > perigo de prejuízo, de que o devedor se torne insolvente Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial: II - prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo antecedente Obs: Art. 813 > Rol exemplificativo – numerus apertus > As hipóteses revelam situações casuísticas I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado; II - quando o devedor, que tem domicílio: Ausenta-se ou tenta ausentar-se furtivamente; Caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta Contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores; III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas; IV - nos demais casos expressos em lei. Ex: arresto de bens de ex-administradores de instituições financeiras que estão em liquidação extrajudicial, os quais não tenham sido atingidos pela indisponibilidade – art. 45, Lei n. 6.024/74 Conclusão: A situação de perigo também pode ser gerada por: Caso fortuito ou força maior Atos comissivos do devedor Atos omissivos do devedor Bens que podem ser arrestados Quaisquer bens que possam ser penhorados Móveis ou imóveis Incorpóreos apreciáveis economicamente Procedimento Utiliza como base o procedimento cautelar comum Mesmos requisitos da petição inicial: Arts. 801 e 282 do CPC + demonstração da plausibilidade do direito de crédito + demonstração do temor que justifique o arresto Possibilidade de concessão do arresto liminarmente ou após justificação prévia ↓ Quando ao juiz parecer indispensável, far-se-á em segredo e de plano, reduzindo-se a termo o depoimento das testemunhas (art. 815) Art. 816. O juiz concederá o arresto INDEPENDENTEMENTE de justificação prévia: Quando for requerido pela União, Estado ou Município, nos casos previstos em lei; Se o credor prestar caução (art. 804). Obs: - Não há dispensa da demonstração do temor que justifique o arresto - Exame dos requisitos com menor grau de exigência Citação Resposta do Réu Instrução (produção de provas) cf. o procedimento cautelar comum Decisão Coisa Julgada Formal Obs: Art. 818. Julgada procedente a ação principal, o arresto se resolve em penhora Hipóteses de suspensão da efetivação (execução) do arresto pelo devedor – art. 819 Assim que intimado, pagar ou depositar em juízo a importância da dívida, mais os honorários de advogado que o juiz arbitrar, e custas. Se der fiador idôneo, ou prestar caução para garantir a dívida, honorários do advogado do requerente e custas. Hipóteses de cessação do arresto – art. 820 > casos de extinção da própria obrigação Obs: Rol exemplificativo Pagamento; Novação; Transação 10.2. Seqüestro Não se relaciona com obrigação em pecúnia Processo cautelar autônomo com procedimento próprio Objetivo Garante a eficácia de uma EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA (processo autônomo de execução ou cumprimento de sentença) Visa a preservar um ou mais bens determinados sobre os quais recaia um litígio > incolumidade da coisa Caracterização da medida em si Apreensão de bens determinados, específicos. Requisitos Fumus boni iuris > verossimilhança quanto à existência da titularidade sobre o bem Obs: às vezes, a titularidade já está comprovada, sendo necessário demonstrar só o periculum in mora ↓ Ex: Cautelar postulada pelo devedor em desfavor do credor pignoratício que, de posse do objeto apenhado, não o protege devidamente, surgindo a possibilidade de danificação da coisa Periculum in mora > perigo de que a coisa venha a ser danificada ou dilapidada totalmente com o passar do tempo Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro: Obs: Art. 822 > Rol exemplificativo – numerus apertus > As hipóteses revelam situações casuísticas I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando lhes for disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações; Crítica Não é cabível só nas ações de natureza real, possessórias > pode ser cabível para resguardar ações pessoais com reflexos sobre determinado bem Rixas > qualquer confronto entre as partes A situação de perigo também pode ser gerada por: Caso fortuito ou força maior Atos comissivos do devedor Atos omissivos do devedor II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar; Aqui > perigo específico para os frutos e rendimentos Críticas 1ª. Os frutos e rendimentos de um bem podem estar em perigo, mesmo SEM sentença condenatória sujeita a recurso 2ª. Os frutos e rendimentos NÃO SÃO SOMENTE de bens imóveis Obs: possuidor de boa-fé e de má-fé > com relação aos frutos III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando Abrange tanto os bens comum quanto os particulares de cada um, que estejam aos cuidados do outro IV - nos demais casos expressos em lei. Ex: art. 919, CPC Bens que podem ser seqüestrados Bem que seja ou que venha a ser objeto de demanda judicial Procedimento Utiliza como base, no que couber, o procedimento do arresto Só não haverá conversão em penhora. Quadro comparativo entre arresto e seqüestro ARRESTO SEQUESTRO Fumus > Plausibilidade da existência do direito de crédito Periculum> Risco de o devedor dilapidar seu patrimônio, se tornando incapaz de saldar suas dívidas Fumus > Plausibilidade da existência do direito que se alega ter sobre o bem Periculum > Risco de que o bem possa ser alienado, depreciado (sua incolumidade) Apreensão de bens indeterminados Apreensão de bens determinados Interesse do credor > valor em dinheiro Interesse do credor > o bem específico Não recai litígio sobre os bens Recai litígio sobre os bens PROCEDIMENTO – SEMELHANÇAS Há nomeação de depositário – prestará compromisso + tomará posse dos bens Podem ser preparatórios ou incidentais Pode ser deferida a medida cautelar liminarmente ou após justificação prévia 10.3. Busca e Apreensão 10.3.1. Tipos de Busca e Apreensão 1º. Busca e Apreensão Incidente Garantir a realização de uma medida cautelar Ex: Foi deferido um arresto (ou um seqüestro), porém pode ser que seja necessário fazer uma busca e apreensão dos respectivos bens para poder fazer incidir sobre eles aquelas medidas cautelares 2º. Busca e Apreensão Executiva Natureza Jurídica > medida executiva utilizada na execução para entrega de coisa certa Art. 625. Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel. 3º. Busca e Apreensão de bens alienados fiduciariamente Art. 3º do Decreto Lei n. 911/69 Natureza satisfativa Art. 3º O Proprietário Fiduciário ou credor, poderá requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciàriamente, a qual será concedida liminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor. 4º. Busca e Apreensão de Incapazes ATENÇÃO: Esta busca e apreensão de incapazes é SATISFATIVA!!! Ex: Busca e apreensão proposta pelo genitor que já detém a guarda da criança contra o outro que se recusa a entregá-la. A pretensão se esgota na busca e apreensão do filho. Obs: Há a busca e apreensão de incapazes CAUTELAR também!!! 5º. Busca e Apreensão de autos e documentos Os autos e/ou documentos são levados por uma das partes e mantidos em seu poder ilegalmente Pode ser ex officio 6º. Busca e Apreensão Cautelar 10.3.2. Busca e Apreensão Cautelar É subsidiária do arresto e do seqüestro Também se caracteriza pela apreensão, com uma diferença > o foco é na BUSCA > necessidade de uma procura Objetivo Garante a efetividade de um processo principal ou até de outro processo cautelar Caracterização da medida em si Busca E Apreensão de PESSOAS ou bens determinados Não há necessariamente entrega a depositário ↓ Pode constar do mandado o destino a ser dado à pessoa ou à coisa procurada ↓ Art. 841, II, CPC O que pode ser buscado e apreendido – art. 839, CPC Bens móveis Pessoas incapazes ↓ Art. 839. O juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas ou de coisas. Requisitos – art. 840, CPC Fumus boni iuris > verossimilhança quanto à existência de direito sobre a coisa móvel ou sobre o incapaz Periculum in mora > perigo para incolumidade da coisa ou da pessoa Art. 840. Na petição inicial exporá o requerente as razões justificativas da medida (...). Procedimento Linhas gerais > procedimento cautelar comum 1 Ajuizamento da ação com protocolo da petição inicial Requisitos específicos > art. 840 e art. 841, CPC Art. 840. Na petição inicial exporá o requerente as razões justificativas da medida e da ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado.* O autor deverá indicar o lugar, apresentando as provas que o levaram a indicá-lo. Obs: obras literárias > não precisa o autor indicar todos os lugares > art. 842, § 3º 2 Concessão ou não de liminar inaudita altera parte Designação ou não de AJP – art. 841 Pode ser em segredo de justiça, se for indispensável. 3 Citação Resposta do Réu Instrução (produção de provas) cf. o procedimento cautelar comum Decisão Coisa Julgada Formal Considerações peculiares à Busca e Apreensão – art. 841 e art. 842, CPC Conteúdo do mandado de busca e apreensão – art. 841 Sendo deferida a medida, o mandado será expedido e deverá conter: A indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência. A descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a lhe dar. A assinatura do juiz, de quem emanar a ordem. Cumprimento do mandado – art. 842 Sempre por 2 oficiais de justiça acompanhados de 2 testemunhas > 1 deles lerá o teor do mandado e intimará a parte a abrir a porta ↓ Se atendidos > será dada continuidade ao cumprimento da ordem. Se não atendidos > os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa procurada. ↓ Diligência concluída > será lavrado um auto circunstanciado, assinado pelos oficiais e pelas testemunhas Obs: Art. 842, § 3º > Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante, produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o juiz designará, para acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão. 10.4. Produção antecipada de provas – arts. 846 a 851, CPC Tem natureza cautelar Observação importante Procedimento probatório > 3 momentos > no processo principal 1º. A parte requer a produção da prova 2º. Deferimento do juiz 3º. Produção efetiva da prova Objetivo Garantia da FUTURA PRODUÇÃO DA PROVA NO PROCESSO DE CONHECIMENTO, assegurando-se que a fonte da prova estará preservada Ex: Realização imediata de exame pericial Colheita de depoimento testemunhal Assim, o nome correto seria “medida cautelar de asseguração de prova” ↓ Prova ad perpetuam rei memoriam Legitimidade Quaisquer das partes que irão integrar a ação principal Hipóteses de cabimento – art. 846 Interrogatório da parte Inquirição de testemunhas Exame pericial (exame stricto sensu, vistoria e inspeção judicial) Obs: Depoimento pessoal (esclarecimento e confissão – só na AIJ) – divergência doutrinária Contradita e acareação > não são cabíveis Inspeção judicial > sem emissão de valoração Oportunidade Antes da AIJ da ação principal > SEMPRE processo ANTECEDENTE Obs: caput do art. 847 > entendimento doutrinário majoritário > se for na pendência da ação principal > basta o requerimento do autor nos próprios autos Procedimento para asseguração de prova oral 1 Apresentação da PI – art. 848, CPC Justificação sumária da necessidade da antecipação (periculum in mora) + menção precisa sobre quais fatos a prova recairá Demonstração do direito à futura produção de prova (fumus boni iuris) Requisitos do art. 801 Inciso III > só para o demandante 2 Designação de dia e hora da audiência em que será colhido o depoimento + determinação da citação + intimação da testemunha (se for o caso) > art. 848, parágrafo único 3 Citação do demandado e abertura de prazo para resposta > 5 DIAS 4 Realização da audiência para a colheita da prova 5 Proferimento da sentença homologatória > para que a prova possa produzir efeitos no processo principal Procedimento para asseguração de prova material (perícia ou inspeção judicial) – art. 849, CPC 1 Apresentação da PI – art. 848, CPC Justificação sumária da necessidade da antecipação (periculum in mora)+ menção precisa sobre quais fatos a prova recairá Demonstração do direito à futura produção de prova (fumus boni iuris) Requisitos do art. 801 Inciso III > só para o demandante O demandante pode indicar assistente técnico e formular quesitos 2 Designação do perito + determinação da citação 3 Citação do demandado e abertura de prazo para resposta > 5 DIAS Aqui, o demandado também pode indicar assistente técnico e formular quesitos 4 Realização da perícia ou inspeção judicial 5 Apresentação do laudo + vista às partes pelo prazo de 5 dias para requerer algum esclarecimento 6 Proferimento da sentença homologatória > para que a prova possa produzir efeitos no processo principal Destino dos autos Permanecem em cartório > art. 851, CPC 10.5. Exibição 10.5.1. Exibição incidente Arts. 355 a 361 e arts. 381 a 382, CPC É um dos meios de prova do CPC Demanda incidental 10.5.2. Exibição dos arts. 844 e 845, CPC Pode ser: Demanda CAUTELAR ANTECEDENTE (art. 844) > a exibição do doc. ou da coisa visa assegurar a efetividade de uma demanda principal OU Demanda principal satisfativa de direito > a exibição visa somente realizar o direito material de uma pessoa de examinar o doc. ou a coisa Obs: o rito será o mesmo! Objetivo Permitir que uma coisa ou um documento seja exibido (apresentado em juízo) para que seu conteúdo seja conhecido Legitimidade Pólo ativo > quem será o autor da demanda principal Pólo passivo > quem será o réu da demanda principal ou terceiro Rol do art. 844 > exemplificativo Art. 844. Tem lugar, como procedimento preparatório, a exibição judicial: I - de coisa móvel em poder de outrem e que o requerente repute sua ou tenha interesse em conhecer; II - de documento próprio ou comum, em poder de co-interessado, sócio, condômino, credor ou devedor; ou em poder de terceiro que o tenha em sua guarda, como inventariante, testamenteiro, depositário ou administrador de bens alheios; III - da escrituração comercial por inteiro, balanços e documentos de arquivo, nos casos expressos em lei. Aplicação subsidiária das disposições da exibição incidente Art. 845. Observar-se-á, quanto ao procedimento, no que couber, o disposto nos arts. 355 a 363, e 381 e 382. Procedimento 1 Protocolo da PI Obs: pode haver concessão da exibição em sede liminar – art. 804 2 Abertura de prazo para resposta 5 dias > para quem será o demandado no proc. principal 10 dias > para o terceiro Possíveis respostas: Exibir a coisa ou doc. Ficar silente Contestar a demanda 3 Julgamento conforme o estado do processo Se exibida a coisa ou o doc. > reconhecimento jurídico do pedido Se ficar silente > revelia > julgamento antecipado da lide > se procedente > determinará a exibição do doc./coisa em 5 dias > se não exibido > expedição de mandado de busca e apreensão sob pena de desobediência Se contestar > designação da AIJ OU julgamento antecipado da lide > se procedente > = procedimento Exemplos de improcedência > se o autor não demonstrar que a coisa ou o doc. se encontra na posse do demandado ou se for acolhida a recusa de exibição (art. 363, CPC). Obs > Casos em que não se pode admitir a recusa na exibição cautelar (art. 358, I e III): Se o demandado tiver a obrigação legal de exibir a coisa ou o doc. Se o doc., por seu conteúdo, for comum para as partes 10.6. Arrolamento de bens Tem natureza cautelar Objetivo Assegurar a efetividade do processo principal em que se vai buscar a posse ou a propriedade dos bens arrolados – finalidade conservativa Diferença para seqüestro No seqüestro > objetiva-se a apreensão de bens previamente determinados No arrolamento de bens > objetiva-se a preservação da universalidade de bens de conteúdo desconhecido do demandante Caracterização da medida em si Descrição e depósito de bens Legitimidade Todo aquele que tiver interesse na conservação dos bens a serem arrolados Interesse do requerente Proveniente de direito que deva ser declarado no proc. principal Proveniente de direito já constituído > assegurará a execução da sentença proferida no proc. principal Interesse de credores Só no caso em que tenha lugar a arrecadação de herança Exemplos: Arrolamento cautelar incidente ou antecedente à demanda de separação judicial ou de divórcio direto, se houver comunhão quanto aos bens, para reclamar posterior partilha, se o autor da cautelar desconhecer o conteúdo do patrimônio comum do casal. Arrolamento antecedente ou incidente à “ação de investigação de paternidade cumulada com pedido de herança”. Arrolamento como medida cautelar antecedente ou incidente à “ação de dissolução e liquidação de sociedade comercial”. Procedimento 1 Protocolo da PI Requisitos de qualquer PI cautelar > art. 857: I - o seu direito aos bens; II - os fatos em que funda o receio de extravio ou de dissipação dos bens. 2 Abertura de prazo para resposta > 5 dias Obs1: Pode haver concessão liminar ou após AJP Obs2: Se estiver na posse de terceiro, este deverá ser intimado para ser ouvido 3 Deferimento do arrolamento Designação de depositário: O depositário lavrará o auto de arrolamento, descrevendo minuciosamente todos os bens, registrando quaisquer ocorrências que tenham interesse para a sua conservação – art. 859 Observação importante Art. 860. Não sendo possível efetuar desde logo o arrolamento ou concluí-lo no dia em que foi iniciado, apor-se-ão selos nas portas da casa ou nos móveis em que estejam os bens, continuando-se a diligência no dia que for designado. A inutilização do selo é crime, tipificado no art. 336, CP. PROCEDIMENTOS SITUADOS NO LIVRO DE CAUTELAR QUE POSSUEM NATUREZA CONTROVERTIDA 10.7. Alimentos provisionais – art. 852 ao art. 854 A doutrina se divide quanto à sua natureza: 1ª corrente > tem natureza cautelar 2ª corrente > não tem natureza cautelar > é uma medida satisfativa sumária com a “mesma natureza” da tutela antecipada (Atenção: não é = à tutela antecipada!!!) Obs: o procedimento dos alimentos provisionais é ≠ do de alimentos provisórios, mas possuem a mesma essência. Conceitos Alimento > contribuição periódica assegurada a alguém, por um título de direito, para exigi-la de outrem, como necessário à sua manutenção. Alimentos provisionais > alimentos que a parte pede para seu sustento e para os gastos processuais enquanto durar a demanda* (para todas as hipóteses de cabimento). * A palavra “demanda” abrange tanto a ação de alimentos provisionais quanto a outra demanda na qual ela será incidente (causa “principal”) Finalidade Prover o demandante dos meios necessários à sua subsistência enquanto durar o processo (inclusive os indispensáveis ao custeio do próprio processo) > alimenta in litem Cabimento – art. 852 Nas ações de desquite e de anulação de casamento, desde que estejam separados os cônjuges > Ações de divórcio e de separação > pode ser antecedente ou incidente Nas ações de alimentos (de rito ordinário), desde o despacho da petição inicial > só pode ser incidente. Nos demais casos expressos em lei. Procedimento > apesar de não ser cautelar, será utilizado o do procedimento cautelar comum. Observações Mesmo a causa principal estando pendente de julgamento no tribunal, a de alimentos provisionais será processada no primeiro grau de jurisdição – art. 853. Requisitos específicos da PI > as necessidades do alimentando e as possibilidades do alimentante – art. 854. O requerente pode pedir concessão liminar de uma mensalidade para sua mantença – art. 854, p.u. 10.8. Do protesto e da apreensão de títulos – art. 882 ao art. 887. Protesto > matéria de Direito Empresarial > na verdade, o protesto é regido por leis especiais (lei n. 9.492/97 e outras) >procedimento extrajudicial > realizado pelo tabelião de protestos e títulos. Apreensão de títulos > há controvérsias quanto à sua natureza > nada pacificado Objetivo Apreensão de título não restituído ou sonegado pelo emitente, sacado ou aceitante. Obs: Código Comercial e leis cambiais > prevêem situações de restituição ou entrega obrigatória do título ↓ Recusa ou sonegação > determinação de apreensão Prisão > dispositivos não recepcionados pela Constituição Federal de 1988 > art. 885, última parte e parágrafo único e art. 886. Procedimento > mesmo havendo controvérsias quanto à sua natureza jurídica, aplica-se, no que couber, o procedimento cautelar comum. Obs: A sentença a que se refere o art. 887 é a da “possível” ação de cobrança em se discutirá a dívida. Por quê? ↓ Na ação de apreensão de título não se discute a dívida e sua sentença se limita a conhecer da existência ou não da retenção do título bem como da legalidade deste ato. PROCEDIMENTO SITUADO NO LIVRO DE CAUTELAR QUE POSSUI NATUREZA MISTA OU SÓ CAUTELAR 10.9. Atentado – art. 879 ao art. 881 Art. 879 > Comete atentado a parte que no curso do processo (rol exemplificativo): Viola penhora, arresto, seqüestro ou imissão na posse; Prossegue em obra embargada; Pratica outra qualquer inovação ilegal no estado de fato. Objetivo Recompor a situação fática, indevidamente alterada por uma das partes, no curso do processo (fato natural ou ato de 3º > não cabe ação de atentado). Natureza jurídica da ação de atentado > pode ter natureza mista > cautelar e cognitiva Só cautelar > quando só visar à proteção da efetividade do processo principal, com pedido único de restabelecimento de seu estado anterior. Mista > quando também houver pedido de condenação do requerido ao ressarcimento à parte lesada das perdas e danos sofridos em razão do atentado. Procedimento > aplica-se, no que couber, o procedimento cautelar comum. Observações A PI será autuada em separado – em apenso ao processo principal > regra geral ↓ Obs: Mesmo que o processo principal já esteja no Tribunal, a PI inicial da ação de atentado será protocolada no juízo de 1º grau que foi competente para conhecer daquele. Sentença (de procedência – art. 881): Ordenará o restabelecimento do estado anterior. Proibirá o réu de falar nos autos do processo principal até a purgação do atentado. Poderá ordenar a suspensão do processo principal. Poderá condenar o requerido a ressarcir as perdas e danos. 10.10. Outras medidas provisionais – arts. 888 e 889 Rol meramente exemplificativo > desnecessários > Poder Geral de Cautela Obs: Inciso VIII > a interdição ou a demolição de prédio para resguardar a saúde, a segurança ou outro interesse público > medida de caráter satisfativo e definitivo. PROCEDIMENTOS SITUADOS NO LIVRO DE CAUTELAR QUE POSSUEM NATUREZA SATISFATIVA 10.11. Caução – arts. 826 a 838, CPC Significa GARANTIA Nem toda caução é cautelar Cauções de natureza cautelar: Ex: Art. 819, CPC; art. 805, CPC; art. 804, CPC São incidentes de um processo cautelar Não são objeto de processo autônomo 10.11.1. Classificação das cauções quanto à origem Caução Legal: Imposta por lei Ex: A caução para instauração da execução provisória – art. 475-O, III, CPC A caução do arrematante, na arrematação a prazo – art. 690, CPC Caução Negocial: Garantia que uma das partes dá à outra do fiel cumprimento de um contrato Ex: Hipoteca, fiança e penhor Caução Processual/Judicial: São impostas por um pronunciamento do juiz Prestadas como ato do processo – não como ação de caução Cauções cautelares Medidas incidentais necessárias de imposição ex officio 10.11.2. Caução dos arts. 826 a 838, CPC > cauções legais e negociais NÃO tem natureza cautelar É de direito material/substancial Objeto > tutela jurisdicional satisfativa “Ação de caução” > ação de conhecimento de rito especial Caução real ou fidejussória – art. 826, CPC Depende do tipo de garantia prestada Real: A garantia prestada consiste em um bem DETERMINADO O bem fica afetado – gravado Ex: hipoteca e penhor Fidejussória A garantia não consiste em um bem determinado, mas sim no PATRIMÔNIO DE UMA PESSOA Ex: Fiança Escolha da caução: A lei pode determinar o tipo de caução a ser prestada O negócio jurídico pode estabelecer o tipo também Pode haver casos em há liberdade para o caucionante escolher > art. 827, CPC Prestação da caução – art. 828, CPC Pelo interessado (parte) Por terceiro estranho à relação processual Obs: a caução FIDEJUSSÓRIA é SEMPRE prestada por TERCEIRO Procedimento 1 Proposição da ação – natureza DÚPLICE Por quem está obrigado a prestar a caução (caucionante) > art. 829, CPC OU Por quem tem o direito de exigir sua prestação (caucionado) > art. 830, CPC 2 Citação do réu para oferecer resposta em 5 DIAS > art. 831, CPC Possíveis respostas: Aceitar a caução Prestar a caução Contestar o pedido Excepcionar o juízo Não cabe reconvenção – natureza dúplice da ação 3 Julgamento conforme o estado do processo > art. 832, CPC O juiz proferirá imediatamente a sentença: I - se o requerido não contestar; II - se a caução oferecida ou prestada for aceita; III - se a matéria for somente de direito ou, sendo de direito e de fato, já não houver necessidade de outra prova. OU Se contestado o pedido, o juiz designará audiência de instrução e julgamento > se necessária prova oral > art. 833. 4 Proferimento da sentença Aplicação do art. 834, CPC: O juiz DETERMINARÁ A CAUÇÃO E ASSINARÁ O PRAZO EM QUE DEVE SER PRESTADA Se o requerido NÃO cumprir a sentença no prazo estabelecido, o juiz declarará: I - no caso do art. 829, NÃO PRESTADA A CAUÇÃO II - no caso do art. 830, EFETIVADA A SANÇÃO QUE COMINOU Observações importantes: Caução das despesas processuais – arts. 835 e 836, CPC Cautio iudicatum solvi ou cautio pro expensis Demandante NÃO RESIDENTE no Brasil ↓ Art. 835. O autor, nacional ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou dele se ausentar na pendência da demanda, prestará, nas ações que intentar, caução suficiente às custas e honorários de advogado da parte contrária, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento. Questionamento quanto à constitucionalidade do dispositivo Desnecessidade: Execução fundada em título executivo extrajudicial Reconvenção Desfalque da garantia por motivo superveniente Ex: depreciação do bem dado em garantia Será autorizado o REFORÇO DA GARANTIA em PROCESSO INCIDENTE ↓ Art. 837. Verificando-se no curso do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução. Na petição inicial, o requerente justificará o pedido, indicando a depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter. ↓ = procedimento ↓ Art. 838. Julgando procedente o pedido, o juiz assinará prazo para que o obrigado reforce a caução. Não sendo cumprida a sentença, cessarão os efeitos da caução prestada, presumindo-se que o autor tenha desistido da ação ou o recorrente desistido do recurso. 10.12. Justificação Não tem natureza cautelar Trata-se de jurisdição voluntária Objetivo Justificar a existência de algum fato ou relação jurídica, seja para simples documento e sem caráter contencioso, seja para servir de prova em processo regular, exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção (própria produção da prova testemunhal para utilização eventual). Diferença para a produção antecipada de prova Na justificação > nãohá o periculum in mora, pois não é cautelar. Pode haver contradita Semelhança para a produção antecipada de prova Não vincula o juízo do processo principal Procedimento 1 Protocolo da PI > requisitos normais Descrição pormenorizada do fato ou da relação jurídica cuja existência se quer provar através da prova testemunhal + rol das testemunhas Pode juntar docs. só para orientação, se necessária > prazo de 24h p/ vista. 2 Designação de audiência + citação dos interessados + intimação das testemunhas Se o interessado não puder ser citado pessoalmente, haverá intervenção do MP. – art. 862, p.u. 3 Realização da audiência + proferimento de sentença (em audiência ou em 10 dias) > homologatória da prova Obs > Não se admite defesa nem recurso!!! – art. 865 4 Permanência dos autos em cartório por 48h para eventuais certidões 5 Entrega dos autos ao demandante, independentemente de traslado. 10.13. Protestos, notificações e interpelações. Não tem natureza cautelar Trata-se de jurisdição voluntária São medidas extremamente semelhantes > = procedimento Objetivo Prevenir responsabilidade Prover a conservação e ressalva de seus direitos Manifestar qualquer intenção de modo formal Protesto > documentação da intenção do promovente Notificação > cientificação para alguém fazer ou deixar de fazer algo, sob cominação de pena. Interpelação > fazer conhecer ao devedor a exigência do cumprimento da obrigação, sob pena de ficar constituído em mora. Exemplo de protesto Protesto feito pelo engenheiro que elaborou um projeto, que dirige seu protesto ao construtor que não o está seguindo, para prevenir sua responsabilidade no caso de o projeto gerar algum dano para o dano da obra. Exemplo de notificação Notificação pelo locador ao locatário Exemplo de interpelação Interpelação pelo banco ao cliente devedor Procedimento do protesto (serve para todos) 1 Protocolo da PI Fatos e fundamentos do protesto – não se admite protesto genérico > art. 869 2 Deferimento do protesto + determinação da intimação – regras gerais da citação do CPC Não é citação porque não se chama a outra parte para a apresentação de defesa (doutrina dominante). Regras específicas para a comunicação (intimação) por edital > art. 870 Obs: Não haverá apresentação de defesa nem contraprotesto nos mesmos autos (o contraprotesto poderá ser feito em autos apartados) > art. 871 3 Permanência dos autos em cartório por 48h para eventuais certidões. 4 Entrega dos autos ao demandante, independentemente de traslado. 10.14. Da posse em nome do nascituro Não tem natureza cautelar Conceito Nascituro > ser desprovido de personalidade, mas seus direitos estão a salvo desde a concepção – art. 2º, CC/2002. Finalidade Permitir que se dê proteção aos interesses do feto, através da constituição de prova da existência da gravidez, para o fim de permitir que o representante legal do nascituro entre na “posse de seus direitos” > na verdade, investidura nos direitos do nascituro para poder habilitá-lo no inventário Cabimento Quando se estiver diante de um caso de sucessão mortis causa em que o nascituro venha, no caso de nascer com vida, a ser um dos sucessores. Legitimidade Ativa > gestante Passiva > demais herdeiros do de cujus Procedimento > apesar de não ser cautelar, será utilizado o do procedimento cautelar comum. Observações A PI deverá ser instruída com a certidão de óbito da pessoa de quem o nascituro é sucessor. O pedido será para que seja realizado exame de gravidez por um médico nomeado pelo juiz. Será dispensado o exame se os outros herdeiros aceitarem a declaração da requerente. Haverá a oitiva do MP depois de decorrido o prazo de resposta. Apresentado o laudo reconhecendo a gravidez, a sentença declarará a requerente investida na posse dos direitos do nascituro. Se à requerente não couber o exercício do pátrio poder, será nomeado curador ao nascituro. 10.15. Homologação do penhor legal – art. 874 ao art. 876 Penhor legal > penhor imposto por lei – art. 1467 ao art. 1472, CC/2002. Art. 1471, CC/2002 > “Tomado o penhor, requererá o credor, ato contínuo, a sua homologação judicial”. > Conclusão: o penhor legal só se aperfeiçoa e se regulariza com a homologação judicial. ↓ Prolação da sentença homologatória > condição de existência e eficácia do penhor legal Não tem natureza cautelar Obs: Em que pese não possuir natureza cautelar, a doutrina entende que o penhor só poderá produzir efeitos por 30 dias e o credor deverá ajuizar a ação de cobrança do seu débito nesse prazo, sob pena de cessar a eficácia do penhor. Objetivo Constituição regular do penhor legal Diferença para a caução Na caução, a pessoa ainda não está em débito; ela somente não prestou a caução a que estava obrigada. No penhor legal, a pessoa já está em débito e, por isso, nos casos previstos no art. 1467, CC, o credor “está autorizado” a empenhar determinados bens por ato de mão própria, devendo requerer sua posterior homologação. Procedimento > apesar de não possuir natureza cautelar, aplica-se, no que couber, o procedimento cautelar comum. Observações: Como não tem natureza cautelar, não há necessidade na PI de ser colocado o inciso III, do art. 801. Documentos essenciais à PI: Conta pormenorizada das despesas Tabela dos preços (no caso de hospedeiro) Relação dos objetos retidos (se caso já houverem sido apreendidos pelo credor) Prazo para apresentação de defesa ou pagamento > 24h Poderá haver homologação de plano do penhor > condição: que o pedido esteja suficientemente provado ↓ A doutrina entende que a citação não poderá ser dispensada (princípio do contraditório) ↓ Interpretação: atendida a condição > dispensa-se a instrução, mas NÃO SE DISPENSA A CITAÇÃO. Possíveis argumentos da defesa: Nulidade do processo Extinção da obrigação Não estar a dívida compreendida entre as previstas em lei ou não estarem os bens sujeitos a penhor legal. Depois de homologado o penhor > os autos serão entregues ao autor em 48h, independentemente de traslado. Não havendo homologação > os bens serão entregues ao requerido. QUADRO RESUMO DOS PROCEDIMENTOS ESTUDADOS Procedimentos Natureza Jurídica 1 Arresto Cautelar 2 Seqüestro Cautelar 3 Busca e apreensão Cautelar 4 Produção antecipada de provas Cautelar 5 Exibição Cautelar 6 Arrolamento de bens Cautelar ---- -------------------------------------------------- -------------------------------------- 1 Alimentos provisionais Há controvérsia 2 Apreensão de título Há controvérsia ---- -------------------------------------------------- -------------------------------------- 1 Atentado Mista ou só cautelar ---- -------------------------------------------------- -------------------------------------- 1 Caução Satisfativa 2 Justificação Satisfativa 3 Protestos, notificações e interpelações Satisfativa 4 Posse em nome do nascituro Satisfativa 5 Homologação do penhor legal Satisfativa Aluno(a):__________________________________________ Turma: ___________ Curso: Direito – Campus V 2010-1 Procedimentos Cautelares Prof Welenn Cleber Prates da Costa - Pontifícia Universidade Católica de Goiás - � PAGE �2�
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