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* Recuperação judicial Objetivo: viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor PARA permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego e dos interesses dos credores. Promoção da preservação da empresa, função social e estímulo à atividade econômica (art. 47). * Recuperação judicial Requisitos para poder requerer: A) exercer regularmente suas atividades há mais de 2 anos; B) não ser falido; C) se foi falido, estarem declaradas extintas as responsabilidades, por sentença transitada em julgado; D) não ter obtido recuperação há menos de 5 anos; E) não ter obtido recuperação há menos de 8 anos, no caso de plano especial; F) não ter sido condenado como administrador ou sócio controlador por crimes falimentares (art. 48). * Recuperação judicial Podem requerer: o empresário, a sociedade empresária, o cônjuge sobrevivente, herdeiros, inventariante ou sócio remanescente (art. 48). * Recuperação judicial Sujeitam-se aos seus efeitos: A) todos os créditos, vencidos ou vincendos, na data do pedido (art. 49) * Recuperação judicial Alguns efeitos da recuperação: A) os credores conservam seus direitos e privilégios contra todo tipo de coobrigado; B) obrigações anteriores respeitarão as condições originalmente contratadas (art. 49). Exceção: se for utilizado o meio de recuperação que prevê a modificação do que foi pactuado (art. 50, XII); C) administração permanece com o devedor (art. 64). Se for substituído, a assembléia de credores designará gestor judicial; D) obrigações posteriores: extraconcursais; E) credores quirografário: se continuarem a fornecer, terão privilégio geral no caso de falência, até o limite do valor dos bens; F) nome empresarial: seguido da expressão “em recuperação”. * Recuperação judicial Exceção: o credor fiduciário, o arrendador mercantil, proprietário ou promitente vendedor de imóvel, credor com reserva de domínio cujos contratos possuam cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade não se sujeitam à recuperação, mas ficam suspensas as ações que visem a venda ou retirada dos bens do estabelecimento, se estes forem essenciais a atividade empresarial. * Recuperação judicial Exceção: não se sujeita a recuperação o valor a título de adiantamento a contrato de câmbio para exportação (art. 49/86, II). Exceção: créditos com garantia de penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios, aplicações financeiras ou valores mobiliários poderão ser substituídas quando liquidadas ou vencidas no período; ou então, se o valor foi recebido, permanecerão em conta vinculada até o máximo de 180 dias (art. 49/6, §4o). * Recuperação judicial Meios de recuperação: além daqueles previstos em lei, podem ser aprovados outros pela assembléia geral de credores (art. 50) * Recuperação judicial O pedido deverá conter: A) exposição das causas; B) demonstrações contábeis dos 3 últimos exercícios, além daquelas levantadas especialmente para o pedido (exceção: micros e empresas de pequeno porte); C) relação nominal dos credores; D) relação dos empregados; E) certidão de regularidade na Junta Comercial e atos de nomeação de administradores; F) relação de bens particulares dos sócios controladores e dos administradores; G) certidões de protestos; H) extratos bancários; I) relação de ações judiciais. * Recuperação judicial O processamento: se cumpridas as exigências previstas no art. 48 e no 51, será deferido o pedido. Ato contínuo o juiz: A) nomeará administrador judicial; B) determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para o exercício das atividades, exceto nas contratações com o Poder Público; C) suspenderá todas as ações e execuções; D) determinará a apresentação das contas mensalmente; E) intimará o MP e comunicará as Fazendas Públicas; F) expedirá edital informativo (art. 52). * Recuperação judicial O edital que informa a recuperação conterá: A) resumo do pedido e da decisão; B) relação dos credores; C) o prazo para habilitação e para que os credores ofereçam objeção ao plano de recuperação. * Recuperação judicial Após o deferimento da recuperação, a qualquer tempo os credores poderão convocar a assembléia de credores para constituir o Comitê de Credores. Após o deferimento, também, não pode desistir, salvo aprovação pela assembléia geral de credores (art. 52). * Recuperação judicial O plano Deve ser apresentado em no máximo 60 dias da publicação da decisão que deferiu o processamento da recuperação, o qual conterá: A) os meios de recuperação; B) demonstração da viabilidade econômica; C) laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos (subscrito por profissional habilitado) – (art. 53). * Recuperação judicial O plano Se não apresentá-lo: falência. Não pode prever prazo superior a 1 ano para pagamento de créditos trabalhistas ou acidentários vencidos até a data do pedido de recuperação. Não pode prever prazo superior a 30 dias para pagamento de até 5 salários mínimos aos trabalhadores, dos créditos de natureza estritamente salarial, vencidos nos três meses que antecederam o pedido de recuperação (art. 54). * Recuperação judicial O procedimento Objeção de qualquer credor no prazo de 30 dias, contados do edital com a relação de credores (art. 7o,§2o ) ou da data da publicação do edital avisando do recebimento do plano de recuperação (art. 53, § único). * Recuperação judicial O procedimento Sem objeção: concede a recuperação. No caso de objeção: o juiz convocará assembléia geral de credores. Essa assembléia deverá ser realizada em no máximo 150 dias contados do deferimento do processamento. Em face das objeções, o plano pode ser modificado na assembléia desde que: o devedor concorde e não sejam diminuídos os direitos dos credores ausentes. Rejeitado o plano: falência. * Recuperação judicial O procedimento Quorum para a assembléia que deliberará sobre o plano: A) todas as classes precisam aprová-lo; B) para os credores com garantia real, os quirografários, com privilégio geral e especial, é preciso obter aprovação de mais da metade do valor total dos créditos presentes e da maioria simples dos credores presentes (art. 45). C) para os credores trabalhistas, basta a maioria simples dos presentes. * Recuperação judicial O procedimento Excepcionalmente, o juiz poderá conceder a recuperação apesar de o plano não ter sido aprovado, para isso é preciso verificar o seguinte (art. 58): A) voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de TODOS os créditos presentes à assembléia; B) aprovação em pelo menos duas classes, ou uma se houverem apenas duas classes; C) na classe que rejeitou, verificar se existem votos favoráveis que representem mais de um terço dos credores, computados conforme art. 45 e seus parágrafos. * Recuperação judicial Novação: aprovado o plano, os créditos anteriores ao pedido são novados. Se vier a falir posteriormente: retorna ao status anterior (art. 61, §2o) descontado o que eventualmente foi pago. Decisão que concede a recuperação: título executivo (art. 584, II, CPC). * Recuperação judicial Alienação de estabelecimento: A) livre de ônus, sem sucessão fiscal ou trabalhista; B) preferência para: 1o) alienação em bloco; 2o) alienação das filiais; 3o) alienação em bloco dos bens que integram os estabelecimentos; 4o) alienação dos bens individualmente (art. 140); C) segue o rito do art. 142. * Recuperação judicial Prazo da recuperação: até que se cumpram as obrigações que se vencerem até 2 anos depois da concessão. Descumprimento do plano: convolação em falência. Após 2 anos, qualquer credor pode pedir falência com base no art. 94 (hipóteses clássicas de pedidos de falência). * Recuperação judicial Cumprido o plano, o juiz deverá, por sentença, decretar o encerramento da recuperação (art. 63).
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