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Cadernos Interlegis para Capacitação aCadernos Interlegis para Capacitação aCadernos Interlegis para Capacitação aCadernos Interlegis para Capacitação a Distância Distância Distância Distância Direito e EconomiaDireito e EconomiaDireito e EconomiaDireito e Economia LLLIIICCCIIITTTAAAÇÇÇÕÕÕEEESSS EEE CCCOOONNNTTTRRRAAATTTOOOSSS Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 2 Ficha Técnica SENADO FEDERAL Senador José Sarney Presidente Senadora Marta Suplicy 1º Vice-Presidente Senador Wilson Santiago 2º Vice-Presidente Senador Cícero Lucena 1º Secretário Senador João Ribeiro 2º Secretário Senador João Vicente Claudino 3º Secretário Senador Ciro Nogueira 4º Secretário Doris Marize Romariz Peixoto Diretora Geral INTERLEGIS Haroldo Tajra Diretor da SINTER Mariângela Cascão P. e Albuquerque Diretora Adjunta José Dantas Filho Diretor da Subsecretaria de Apoio Técnico e Relações Institucionais João Marcelo Santos Souza Diretor da Subsecretaria de Planejamento e Fomento Cláudio Alves Cavalcanti Diretor da Subsecretaria de Administração Petrônio Carvalho Diretor da Subsecretaria de Tecnologia da Informação Francisco Etelvino Biondo Diretor da Subsecretaria de Formação e Atendimento à Comunidade do Legislativo Amanda Rodrigues de Albuquerque Chefe do Serviço de Capacitação Legislativa Elaboração original Luciana Villela Mendes Bruna Costa Gomes Paula Leon Equipe Pedagógica Marco Antonio Mendes Cavaleiro Filho Luciano Beck Porciuncula Michael Wallace Correia de Araujo Equipe Técnica Cecília Bonfim Silva Ilustração Larissa Araújo Revisão de texto Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 3 ÍNDICE Unidade 1 – Conceitos Básicos ...................................................................... 4 Introdução....................................................................................................... 4 Lição 1 - Um Pouco da História das Licitações ................................................ 5 Lição 2 - Conceitos ................................................................................................ 8 Lição 3 – Outros Princípios nos Procedimentos de Licitação ........................ 9 Resumo ........................................................................................................ 10 Unidade 2 – Licitações, Contratos e Convênios: Lei nº. 8.666/93. ............. 12 Introdução..................................................................................................... 12 Lição 4 - Aspectos Pertinentes a licitação ....................................................... 13 Lição 5 – Critérios, tipos e fases de licitação .................................................. 16 Lição 6 - Contratos .............................................................................................. 20 Lição 7- Convênios .............................................................................................. 29 Resumo ........................................................................................................ 31 Unidade 3 – Pregão e Registro de Preços.................................................... 32 Introdução..................................................................................................... 32 Lição 8 - Licitações e Contratos: Novos Rumos - Pregão ............................ 33 Lição 9 - Fases do pregão.................................................................................. 36 Lição 10 - A Lei complementar 123/2006 e as Licitações. ........................... 39 Resumo ........................................................................................................ 43 Unidade 4 – Sistema de Registro de Preços................................................ 45 Introdução..................................................................................................... 45 Lição 11 - Histórico do Sistema de Registro de Preços: ............................... 46 Lição 12 - Quando utilizar o Sistema de Registro de Preços ....................... 51 Lição 13 - Parceria Pública Privada.................................................................. 53 Glossário....................................................................................................... 57 Referências Bibliográficas ............................................................................ 60 Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 4 Unidade 1 – Conceitos Básicos Introdução Da mesma forma que você procura pesquisar onde comprar mais barato para economizar seu dinheiro, a Administração Pública busca a proposta mais vantajosa – de acordo com as exigências pré-estabelecidas e divulgadas – para contratar serviços, adquirir bens e realizar obras. Entretanto, diferentemente de nós, a Administração Pública não sai pela rua indo de loja em loja, ou de empresa em empresa, atrás da melhor proposta. Ela faz isto por meio de um processo denominado licitação, ou seja, o processo pelo qual os órgãos e empresas públicas contratam serviços e adquirem bens de uma pessoa jurídica. A licitação junto com contrato compõe o nome deste curso. Nesta aula, após um breve histórico sobre a licitação, você estudará alguns conceitos básicos sobre o tema. Vamos Lá! Objetivos Ao final desta aula, você será capaz de: Enumerar os registros legais que mostram a evolução da licitação; Explicar conceitos básicos relacionados ao tema “licitação e contratos”; Reconhecer a importância da licitação para a melhoria dos processos da Administração Pública e para a garantia da observância do princípio constitucional da isonomia. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 5 Lição 1 - Um Pouco da História das Licitações A origem da licitação tem suas raízes no direito romano. “Sua utilização estendia-se tanto para a alienação dos despojos de guerra como para a realização de obras públicas.” Dallari (apud CASTRO e LOPES, 2004, p.25) No Brasil, o primeiro registro encontrado aponta que a licitação aparece no direito público brasileiro desde 1862, por meio do Decreto nº. 2.926, de 14 de maio de 1862. O referido decreto regulamentava as “arrematações dos serviços a cargo do então Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.” (Pereira Júnior, apud CASTRO e LOPES, 2004, p.25). Após o decreto, outras leis surgiram. Entretanto, a consolidação, em âmbito federal, só aconteceu a partir do Decreto nº. 4.536, de 28 de janeiro de 1922, responsável pela organização do Código de Contabilidade da União. A partir de então a normatização sobre o tema evoluiu. Acompanhe esta evolução, a partir dos principais registros legais. Decreto-Lei nº. 200, de 25.02.67 (arts.125 a 144) - estabelece a reforma administrativa federal; Lei nº. 5.456 de 20.06.68 – estende o que ficou estabelecido para reforma administrativa federal às administrações dos estados e municípios; Decreto-Lei nº. 2.300, de 21.11.86 (atualizado pelos Decretos-lei 2.348/87 e 2.360/87) – Reuni normas gerais sobre licitações e contrato administrativo, instituindo pela primeira vez o tema; Constituição Federal de 1988 – Eleva a licitação status de princípio constitucional, obrigando a observância da Administração Pública, direta ou indireta de todos os poderes: União, Estado e Municípios; A Constituição Federal de 1988 contribuiu de forma significativa para a institucionalização e a democratização da Administração Pública,e consequentemente para a modernização dos processos licitatórios. (art.22 e art.37) Lei nº. 8.666 de 21. 06. 93 (alterada pelas Leis 8.883/94, 9.648/98 e 9.854/99 e 10.438/02) – Regulamenta o art. 37 da Constituição Federal disciplinando as licitações e contratos da Administração Pública celebrados atualmente; Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 6 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III; Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Lei nº. 10.520 de 17.07. 02 – Institui, após várias Medidas Provisórias, a modalidade de licitação pregão no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Curiosidade! O pregão surgiu em 1998 para ser utilizado nos contratos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mas, em 2000, a partir de uma medida provisória, a modalidade começou a ser usada por toda a administração pública federal. A consolidação veio em 2002 com a edição da Lei nº. 10.520, que permitiu o uso do pregão por todos os órgãos públicos do país. Além de conferir maior facilidade e menor burocracia nas compras públicas, a preferência pelo pregão tem outra justificativa: a possibilidade de ser feito totalmente pela via eletrônica - o chamado pregão eletrônico -, o que garante maior rapidez e trâmites ainda mais rápidos aos recursos administrativos dos participantes. A importância do pregão eletrônico para o governo federal é tanta que, mesmo sendo uma novidade nas compras públicas, já passa por modificações. Informação disponível no site Licitação.com Desde 2004, o governo vem estudando mudanças na Lei nº. 8.666/93, O objetivo dessas mudanças apontam para a implementação de inovações no procedimento de licitação atual e a maior utilização dois meios eletrônicos nos moldes do pregão. Também fazem parte desse contexto as parcerias público- privadas que você estudará na aula 4. É importante observar que todas estas alterações além de buscarem garantir à Administração Pública maior legitimidade no processo, garantiram que a normatização da licitação não ficasse somente restrita à Administração Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 7 Pública de âmbito federal, estendendo as orientações, parâmetros e limites ao Distrito Federal, aos estados e municípios. Sendo assim, é importante que todos profissionais que atuem nas diversas esferas da Administração Pública saibam como se processa as licitações e os contratos. Por isto, a seguir você estudará os principais conceitos e definições relacionadas ao tema. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 8 Lição 2 - Conceitos Observe o conceito a seguir! Licitação é “o procedimento administrativo pelo qual a Administração Pública, obediente aos princípios constitucionais que a norteiam, escolhe a proposta de fornecimento de bem, obra ou serviço mais vantajoso para o erário.” (MOTTA, 1998, p. 26) Apesar de ser claro e de fácil entendimento, é necessário que se possa analisar outros termos contidos na sua redação. Então, vamos retirar um a um. Veja que está escrito que a licitação é um procedimento administrativo. O que significa isto? Significa dizer que é o meio formal pelo qual a Administração Pública deve convocar, mediante edital ou convite, empresas que estejam interessadas em oferecer bens e serviços. Lei nº. 8.666/93 - Artigo 4º Parágrafo Único - O procedimento licitatório previsto nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. Em seguida, observe que o autor destaca que este procedimento administrativo deve ser “obediente aos princípios constitucionais”. Quais são estes princípios? � A licitação tem por objetivo garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, ou seja, necessita garantir oportunidade igual a todas as empresas que estejam interessadas em participar do processo. Lei nº. 8.666/93 - Artigo 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 9 Lição 3 – Outros Princípios nos Procedimentos de Licitação Além do princípio da isonomia, como você leu, outros princípios também devem ser observados nos procedimentos de licitação. São eles: Princípios que orientam as licitações Princípios Objetivos Legalidade Vincular a Administração Pública e os licitantes às regras estabelecidas nas normas e princípios contidos na legislação em vigor. Impessoalidade Impedir a discricionariedade e o subjetivismo no decorrer do procedimento de licitação, garantindo critérios objetivos estabelecidos previamente. Moralidade e da Probidade Administrativa Garantir a observância de todos os envolvidos no processo de licitação (servidores públicos e licitantes) para a necessidade de conduta ilibada, pautada na ética, na legalidade e nas normas técnicas do próprio procedimento licitatório. Publicidade Garantir a transparência no decorrer do procedimento de licitação, por meio da divulgação e da possibilidade de acesso, aos licitantes, dos atos da administração. Vinculação ao instrumento convocatório Garantir que as exigências e critérios previstos no edital ou convite possam ser seguidos pelos licitantes e pelos servidores públicos responsáveis pelo procedimento da licitação. Julgamento objetivo Impedir que o julgador utilize critérios subjetivos ou não previstos no edital ou convite, mesmo que isto ocorra em favor da Administração Pública. Celeridade Simplificar o processo evitando formalidades em excesso e exigências desnecessárias. Os objetivos relacionados aos princípios auxiliarão no planejamento e na execução de todo o procedimento de licitação. Ainda com relação ao conceito de licitação utilizado, observe que o autor utiliza o verbo “escolher” quando se refere que por meio do procedimento de licitação se “escolhe a proposta de fornecimento de bem, obra ou serviço”. � Com isto, reforça um dos propósitos da licitação: preceder aos contratos. Lei nº. 8.666/93 - Artigo 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. Parágrafoúnico - Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 10 qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. Antes de terminar esta Unidade, cabe ainda apresentar alguns pontos importantes, pautados na Lei nº. 8.666/93 que se relacionam com os conceitos básicos. - Além dos órgãos da administração direta, estão sujeitas às normas da licitação contidas na Lei nº. 8.666/93 os fundos especiais, as autarquias as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. - São responsáveis pelos procedimentos de licitação os agentes públicos designados pela autoridade competente para integrar as comissões de licitação. Esta designação se dá por meio de ato administrativo próprio, como por exemplo, portaria. - Como você estudou, a licitação é um procedimento que a Administração Pública necessita realizar quando contrata obras, bens e serviços. A Lei que regulamenta as licitações e contratos (Lei nº. 8.666/93) apresenta exceções a este procedimento, podendo a licitação ser legalmente dispensada, dispensável ou inexigível, somente nos casos previstos na referida Lei. Sobre as exceções e a inexigibilidade veja os Artigos 24 e 25. Resumo No Brasil, o primeiro registro encontrado aponta que a licitação aparece no direito público brasileiro desde 1862, por meio do Decreto nº. 2.926, de 14 de maio de 1862. O referido decreto regulamentava as “arrematações dos serviços a cargo do então Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.” (Pereira Júnior, apud CASTRO e LOPES, 2004, p.25). Atualmente, os procedimentos de licitação são regulamentados pela Lei nº. 8.666 de 21. 06. 93 (alterada pelas Leis 8.883/94, 9.648/98 e 9.854/99 e 10.438/02). Sendo a modalidade de pregão regulamentada pela Lei nº. 10.520 de 17. 07.02. Desde 2004 o governo vem estudando mudanças na Lei nº. 8.666/93 o objetivo dessas mudanças apontam para a implementação de inovações no procedimento de licitação atual e a maior utilização dos meios eletrônicos nos moldes do pregão. Segundo Motta (1998) licitação é “o procedimento administrativo pelo qual a Administração Pública, obediente aos princípios constitucionais que a norteiam, escolhe a proposta de fornecimento de bem, obra ou serviço mais vantajoso para o erário.” (MOTTA, 1998, p. 26). Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 11 Isto significa dizer que é o meio formal pelo qual a Administração Pública deve convocar, mediante edital ou convite, empresas que estejam interessadas em oferecer bens e serviços. A licitação tem por objetivo garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, ou seja, necessita garantir oportunidade igual a todas empresas que estejam interessadas em participar do processo. Um dos propósitos da licitação é preceder aos contratos. A Lei nº. 8.666/93 regulamenta as normas que regem as licitações e contratos, cabendo a ela também as exceções para dispensa e inexigibilidade da licitação. A escolha da proposta mais vantajosa possibilita que a Administração Pública alcance um dos seus objetivos: a melhor utilização do dinheiro do erário para o bem do interesse público. Leitura O texto Contrato em Jogo : servidores despreparados atuam em comissão de licitação, escrito por Ana Rita Tavares chama a atenção para a necessidade do preparo dos servidores que atuam nas comissões de licitações para que os mesmos possam garantir a efetividade do procedimento licitatório. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 12 Unidade 2 – Licitações, Contratos e Convênios: Lei nº. 8.666/93. Introdução Que a licitação é um procedimento formal da Administração Pública e por isto necessita obedecer a uma série de princípios, você já sabe. Mas, talvez o que ainda não saiba é que como todo procedimento formal da Administração Pública a licitação possui uma série de especificidades e ritos dispostos em Lei. Indo mais fundo no estudo da Lei nº. 8.666/93, nesta aula você estudará sobre: as modalidades, os tipos e as fases da licitação e sobre aquilo que é uma das finalidades da licitação: a execução de contratos. Estudará também sobre convênios. Objetivos Ao final desta aula, você será capaz de: Indicar a modalidade de licitação de acordo com o limite definido; Identificar os tipos de licitação utilizados como critérios de seleção para a proposta mais vantajosa; Enumerar as fases do procedimento de licitação; Analisar os aspectos pertinentes a contratos e convênios. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 13 Lição 4 - Aspectos Pertinentes à licitação Modalidades, tipos e fases são itens contidos na Lei nº. 8.666/93 que orientam o planejamento e a execução do procedimento de licitação. Nesta Unidade de licitação você estudará sobre cada um desses itens. � Modalidades de Licitação As modalidades de licitação referem-se às formas de condução do procedimento de licitação, ou seja, como a licitação vai ocorrer. O artigo 22 da Lei nº. 8.666/93 estabeleceu cinco modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. A Lei n° 10.520/02 em seu artigo 1° acrescentou uma nova mod alidade: O PREGÃO, que é a modalidade mais utilizada hoje, inclusive por ter tido sua regulamentação pelo Decreto 5.450/05 estabelecendo a obrigatoriedade de seu uso (salvo exceções devidamente justificadas). Veja cada uma delas de acordo com o Art. 22 da Lei nº. 8.666/93 e a Lei n° 10.520/02 � Concorrência Art. 22 § 1º - Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. � Tomada de preços Art.22 § 2º - Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. � Convite Art.22 § 3º - Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 14 É importante destacar que na modalidade convite é possível a participação de empresas interessadas que não tenham sido convidadas formalmente, desde que sejam do ramo do objeto licitado e estejam cadastradas no órgão ou entidade licitadora, ou ainda no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF. Contudo, os interessados deverão fazer a solicitação do convite com antecedência de até 24 horas da apresentação da proposta. � Concurso Art.22 § 4º - Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45(quarenta e cinco) dias. � Leilão Art.22 § 5º - Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. � Pregão É a modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública. Lei 10520/02 Art. 1° Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão... Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. O principal fator para escolha entre as modalidades de concorrência, tomada de preços e convite é o valor estimado para a contratação, conforme define o Art. 23 da Lei 8.666/93, desde que não sejam considerados bens e serviços comuns. Em sendo considerados bens ou serviços comuns deverá ser utilizada a modalidade de Pregão preferencialmente em sua forma eletrônica. Conforme preceitua o art. 4° do Decreto 5.450/05: A rt. 4° “Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica. § 1o O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente.” Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 15 Art. 23 As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - para obras e serviços de engenharia: a) convite: até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); b) tomada de preços: até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite: até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); b) tomada de preços: até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais); c) concorrência: acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 16 Lição 5 – Critérios, tipos e fases de licitação Tipo de licitação não é o mesmo que modalidade. Os tipos de licitação estão relacionados aos critérios que serão utilizados para avaliar e classificar as propostas apresentadas pelos licitantes, para seleção da proposta mais vantajosa. De acordo com o art. 45 da Lei 8.666/93, temos que: Art. 45 O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. O quadro a seguir foi elaborado de acordo com § 1º da referida Lei. Além dos tipos, você encontrará os critérios e a orientação de quando utilizá-los. Orientação para o uso dos tipos de licitação Tipo O que é considerado Quando é utilizado Menor Preço Critério que considera como vencedor, após verificar se a proposta atende às especificações do edital, a proposta que apresentar o menor preço. Nas compras e serviços de modo geral e nas aquisições de bens e serviços de informática realizadas na modalidade de pregão eletrônico ou presencial e no caso de obras e serviços de engenharia, alienações e locações imobiliárias na modalidade de convite. Melhor Técnica Critério que considera como vencedora a proposta mais vantajosa escolhida com base em aspectos de ordem técnica. Exclusivamente para serviços predominantemente de natureza intelectual. Ex: elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos. Técnica e preço Critério em que considera como vencedora a proposta mais vantajosa escolhida com base na maior média ponderada, considerando-se as notas obtidas nos aspectos de preço e técnica. Pode ser utilizada na contratação de bens e serviços de informática e nas modalidades de tomada de preço e concorrência, desde que os bens ou serviços de informática não possam ser objetivamente definidos em edital, e as especificações estabelecidas não sejam usuais no mercado. (Acórdão 313/2004 Plenário-TCU) Maior lance ou oferta A proposta que oferecer melhor lance ou oferta. Nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. Os parágrafos e incisos do Artigo 46 da Lei 8.666/93 explicam os procedimentos adotados nas licitações do tipo melhor técnica e melhor técnica e preço. Leia-os antes de prosseguir seus estudos. Observe que os aspectos a serem cobrados na avaliação e classificação das propostas deverão ser Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 17 definidos com clareza e objetividade no ato convocatório. Assim, merecerá especial atenção a fase interna ou preparatória da licitação, como você estudará a seguir. Fases da Licitação O procedimento de licitação compreende as seguintes fases: Fase interna ou preparatória – Esta fase delimita e determina as condições do ato convocatório, antes de divulgá-lo aos interessados. Esta fase é trabalhosa e requer o máximo de atenção, pois dela dependerá o sucesso da execução da fase externa. Fase externa ou executória – A fase externa poderá ser subdivida considerando a modalidade de licitação. Esta fase tem início com a publicação do edital ou a entrega do convite e só termina com a contratação do licitante para o fornecimento do bem, da execução da obra ou da prestação do serviço. Vale ressaltar que na fase externa não poderá haver nenhuma alteração. Qualquer falha ou irregularidade constatada ocasionará a anulação do procedimento de licitação. Os procedimentos a seguir ilustram os passos da fase interna e da fase externa de um procedimento de licitação nas modalidades que não sejam o Pregão. Passos da fase Interna 111ººº VVVeeerrriiifffiiicccaaaçççãããooo dddaaa nnneeeccceeessssssiiidddaaadddeee pppúúúbbbllliiicccaaa aaa ssseeerrr aaattteeennndddiiidddaaa::: A necessidade deve ser definida por meio de solicitação justificada do setor requisitante, por meio de documento próprio que comporá o processo, configurando assim o passo um do procedimento licitatório. Exemplo: Obras a serem executados, bens a serem adquiridos etc. 222ººº AAAppprrrooovvvaaaçççãããooo dddaaa aaauuutttooorrriiidddaaadddeee cccooommmpppeeettteeennnttteee::: A aprovação da autoridade competente deverá estar devidamente motivada autorizando a autuação de processo correspondente, protocolizado e numerado e levar em consideração os aspectos de oportunidade, conveniência e relevância do interesse público. 333 ººº EEElllaaabbbooorrraaaçççãããooo dddaaa eeessspppeeeccciiifffiiicccaaaçççãããooo dddooo ooobbbjjjeeetttooo dddaaa llliiiccciiitttaaaçççãããooo::: A redação da especificação deve ser clara, objetiva e sucinta. Não deve deixar dúvidas sobre o que se espera como resultado do processo licitatório. Quando o processo envolver critérios técnicos, estes devem ser descritos utilizando o vocabulário adequado. No caso de Pregão, esta elaboração dasespecificações do objeto, sinalização de contratação, será apresentada como sendo Termo de Referência. Nas demais modalidades chama-se Projeto Básico, e deverá conter, no caso de obras, soluções técnicas suficientemente detalhadas, de forma a serem utilizadas na elaboração do projeto executivo. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 18 444ººº EEEssstttiiimmmaaatttiiivvvaaa dddooo vvvaaalllooorrr dddaaa cccooonnntttrrraaatttaaaçççãããooo::: Deve ser feita uma ampla pesquisa de mercado para a melhor avaliação do valor esperado. 555ººº IIInnndddiiicccaaaçççãããooo dddooosss rrreeecccuuurrrsssooosss::: Indicação dos recursos orçamentários que cobrirão as despesas. Aqui deve ser verificada a adequação orçamentária e financeira, bem como a Lei de Responsabilidade Fiscal, caso seja necessário. 666ººº EEEssscccooolllhhhaaa dddaaa mmmooodddaaallliiidddaaadddeee eee dddooo tttiiipppooo dddeee llliiiccciiitttaaaçççãããooo::: Verificar de acordo com o objeto e se for o caso (caso não seja pregão) o valor da licitação qual a melhor modalidade e o melhor tipo de licitação. 777ººº EEElllaaabbbooorrraaaçççãããooo dddooo eeedddiiitttaaalll::: O edital deve ser claro, preciso, objetivo e deve contemplar os seguintes aspectos: a descrição do objeto, os requisitos de habilitação, os critérios de julgamento, de aceitabilidade dos preços, as condições de pagamento, os prazos de execução, prazos e condições para assinatura de contratos, local de realização do certame, bem como horários e prazos para esclarecimentos, impugnações e publicações, critérios de participação, reajustes, sanções e outras indicações especificas ou peculiares à licitação. A redação do edital deverá considerar ainda o princípio da isonomia e os demais princípios que orientam o processo licitatório. Antes de continuar seus estudos, veja exemplos de editais consultando o site www.mj.gov.br/licitacao, www.agu.gov.br e www.tcu.gov.br. Passos da Fase Externa Os procedimentos da fase externa sofrerão alterações de acordo com o objeto, a modalidade e o tipo de licitação. Os procedimentos a seguir, apresentam apenas os passos principais, executados na maioria das modalidades. 111ººº IIInnníííccciiiooo dddaaa pppuuubbbllliiicccaaaçççãããooo dddooo aaavvviiisssooo::: O objetivo desta fase é divulgar o processo licitatório, atendendo assim ao princípio de divulgação. 222ººº HHHaaabbbiiillliiitttaaaçççãããooo dddaaasss llliiiccciiitttaaannnttteeesss::: Quando necessário, deverá haver a habilitação dos licitantes. A habilitação poderá ser realizada considerando: aspectos jurídicos, regularidade fiscal, qualificação técnica e qualificação econômico-financeira. 333ººº CCClllaaassssssiiifffiiicccaaaçççãããooo dddaaasss ppprrrooopppooossstttaaasss::: A classificação das propostas deverá atender às especificidades contidas na Lei de acordo com a modalidade adotada. 444ººº CCCooonnntttrrraaatttaaaçççãããooo eee EEExxxeeecccuuuçççãããooo dddooo OOObbbjjjeeetttooo::: Após a classificação, e não havendo recursos, cabe então a contratação e a posterior execução do objeto de licitação. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 19 Importante! O prazo de divulgação da publicação do aviso da licitação dependerá da modalidade que venha a ser adotada. Assim temos: Modalidades Prazos Concorrência 45 dias: quando a licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço, ou o regime de execução do objeto for empreitada integral; 30 dias: para os demais casos. Tomada de Preços 30 dias: no caso de licitação do tipo melhor técnica ou técnica e preço; 15 dias: para demais casos. Convite 05 dias úteis: qualquer caso. Importante! A Fase Externa do Pregão é diferente das demais modalidades e é principalmente isto que dá mais celeridade, transparência e agilidade nas contratações da Administração, o prazo de publicação é de 08 dias úteis, qualquer caso, estudaremos este caso com mais precisão na próxima aula. Obras e serviços merecem atenção especial, principalmente, no que se refere às fases da licitação. Leia atentamente a seção III da Lei nº. 8.666/93. A seguir você estudará Contratos, Convênios e Consórcios. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 20 Lição 6 - Contratos Como já sabemos todo contrato é precedido de licitação. Portanto, concluído o procedimento licitatório ou os procedimentos de dispensa de inexigibilidade (Art. 25 da Lei 8.666/93) é a hora de celebrar o contrato. Nesta hora toda atenção é recomendável, pois as cláusulas, direitos, obrigações e responsabilidades da administração e do licitado deverão ser claras e precisas. Nesta lição você estudará sobre esta questão. � Definição A Lei 8.666/93 define contrato como: Art. 2º Parágrafo único - Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. Os contratos administrativos são regulados por cláusulas, normas da Lei 8.666/93 conforme o Art. 54 da lei 8.666/93. Art. 54 Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. § 1º - Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das Unidades, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam. § 2º - Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta. � Regulação de contratos 1. De acordo com os preceitos da Administração Pública, deverá prevalecer o interesse da coletividade sobre o particular. Entretanto, deve ser observado pela Administração o direito dos particulares, zelando pela justiça. 2. Há diferença entre os contratos celebrados entre a Administração Pública e o particular, dos firmados entre particulares. Isto está relacionado à natureza e aos preceitos da Administração Pública, onde deve prevalecer o interesse público. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 21 3. O contrato só poderá ser celebrado entre a empresa que venceu a licitação ou a que tenha cumprido os procedimentos de dispensa de inexigibilidade. Caso contrário poderá ser declarada a nulidade do procedimento licitatório e consequentemente a do contrato. � Elaboração de Contratos Um contrato é formado por cláusulas enumeradas e que especificam as condições para sua execução. As cláusulas que compõem o contrato deverão estar em consonância com o ato convocatório da licitação. Em caso de dispensa ou inexigibilidade de licitação a redação do contrato deverá considerar a proposta do contratado e o ato de autorização da contratação sem licitação. Com relação às cláusulas, a elaboração dos contratos celebrados deve-se observar o Art. 55 da Lei 8.666/93. Art. 55 São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: I - o objeto e seus elementos característicos; II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; IV - os prazos de iníciode etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; VII - os direitos e as responsabilidades das Unidades, as penalidades cabíveis e os valores das multas; VIII - os casos de rescisão; IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 22 XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. Além das cláusulas descritas no Art. 55, os contratos elaborados pela Administração Pública deverão conter as seguintes informações: - Nome do órgão ou entidade da Administração Pública e do seu representante; - Nome do responsável da empresa contratada e do seu representante; - Finalidade e objetivo do contrato; - Ato que autorizou a regulação do contrato; - Número do procedimento de licitação, da dispensa ou da inexigibilidade; - Sujeição dos contratantes às normas da Lei 8.666/93; - Submissão dos contratantes às cláusulas contratuais. Cabe ressaltar ainda que outros dados ou informações que sejam consideradas como importantes, principalmente em razão da peculiaridade do objeto, devem constar do contrato com objetivo de garantir a perfeita execução do objeto e resguardar direitos e deveres de ambas as Unidades. � Contratos Especiais Apesar da maioria dos contratos serem regidos pelas normas de Direito Público, há contratos celebrados pela Administração pública que têm suas cláusulas regulamentadas por normas do Direito Privado, observada as regras dos Artigos 55 e 58 a 61 da Lei 8.666/93. Exemplos de contratos especiais: contratos de seguro, de financiamento, de locação (onde a Administração Pública seja a locatária) e aqueles em que a Administração Pública é usuária de serviço público. Muitas pessoas utilizam o termo convênio como sinônimo de contrato, mas além do conceito existem outras diferenças. A Gestão Contratual A gestão dos contratos deve ser organizada de modo que sejam designados, formalmente, servidores públicos qualificados que seriam Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 23 responsáveis pela execução de atividades e/ou pela vigilância e garantia da regularidade e adequação dos serviços e produtos elaborados e aceitos. Após o inicio da execução do contrato a Administração deve acompanhar para saber se a contratada está cumprindo com o que foi pactuado, e isto será feito pelos servidores formalmente designados para exercerem tais atribuições. E este controle e fiscalização da execução contratual, principalmente com relação às obrigações da contratada, é de responsabilidade do fiscal do contrato, lembrando que o fiscal do contrato tem responsabilidade solidária com a empresa por possíveis danos causados pela execução irregular do contrato, conforme art. 16, § 2º, da Lei nº. 8.443 de 16 de julho de 1992, que estabelece a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, como veremos a seguir. Lei 8.443/92 Art. 15. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se estas são regulares, regulares com ressalva, ou irregulares. Art. 16. As contas serão julgadas: I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do responsável; II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário; III - irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências: a) omissão no dever de prestar contas; b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial; c) dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico; d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos. § 1° O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de reincidência no descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido ciência, feita em processo de tomada ou prestação de contas. § 2° Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d des te artigo, o Tribunal, ao julgar irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária: a) do agente público que praticou o ato irregular, e b) do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 24 § 3° Verificada a ocorrência prevista no parágrafo anterior deste artigo, o Tribunal providenciará a imediata remessa de cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações civis e penais cabíveis. � Principais pontos a serem observados com relação à regulação de contratos. Vale ressaltar, que um dos primeiros passos na execução contratual é haver previamente a autoridade competente designado um representante para cada contrato celebrado, isto pode ser feito mediante cláusula contratual ou ato administrativo específico, importando aqui que se cumpra o previsto no artigo 67 da lei 8.666/93. O gestor ou fiscal do contrato deve conhecer bem o contrato que está sob sua responsabilidade, ele deve deter boa organização quanto a todos os atos que se relacionem ao contrato, nos contratos de prestação de serviços, por exemplo, é imprescindível que verifique a frequência, se a quantidade de funcionários empregados na prestação daquele serviço está de acordo com o pactuado, deve verificar se a folha de pagamento está de acordo com a planilha de formação de custos e preços pactuada, no caso de fornecimento de material, se aquele objeto é o contratado e se não há nenhuma variação em relação ao efetivamente comprado. Nos pagamentos de contratos continuados que envolvam mão-de-obra, o gestor dos contratos, ou em alguns casos a área responsável pelos pagamentos, deverá estar atento à regularidade fiscal, bem como a previdenciária dos empregados da contratada que prestaram os respectivos serviços, pois apesar de o contratado ser responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato, a Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991. Para que os contratos sejam fielmente cumpridos, onde as prestações dos serviços, ou o fornecimento do material, ou a execução das obras atendam rigorosamente às especificações, ou até superem estas, o gestor do contrato precisa atuar de forma adequada e imediata, pode comunicar por escrito a empresa contratada para sanar falhas, ou vícios redibitórios verificados na execução dos contratos, comunicar por escrito também a chefia imediata de situações que firam ao que foi pactuado sugerindo inclusive sanções e até a própria rescisão contratual. Também nos casos onde é passível a renovaçãocontratual, precisa compor o processo de aditamento contratual a manifestação do gestor do contrato da qualificação da contratada para que se continue a prestação dos serviços. O Papel do Gestor de Contratos Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 25 Gestor de contratos ou fiscal de contratos é o termo designativo para função exercida por servidor que irá acompanhar e fiscalizar a execução contratual, desde o início da contratação até o termino do contrato. Existem várias nomenclaturas atribuídas ao servidor designado como representante da Administração que irá agir no acompanhamento, fiscalização e atestação da execução contratual. A lei 8.666/93 em seu artigo 67 estabelece as atribuições do servidor denominado representante: Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. § 1o O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados. § 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. Já o Decreto 2.271 de 7 de julho de 1997, em seu artigo 6°, traz a nomenclatura de Gestor. Art. 6º A administração indicará um gestor do contrato, que será responsável pelo acompanhamento e fiscalização da sua execução, procedendo ao registro das ocorrências e adotando as providências necessárias ao seu fiel cumprimento, tendo por parâmetro os resultados previstos no contrato. Independentemente da terminologia atribuída ao servidor, seja fiscal de contrato, gestor de contrato, fiscalizador de contrato, executor de contrato, agente fiscalizador, dentre outras, a atribuição é a mesma. Na Administração Pública normalmente existe um grande envolvimento dos setores de compras durante o certame licitatório, comissão de licitação, pregoeiro, equipe de apoio dentre outros e para muitos dos envolvidos sua participação no processo termina ali, mas o processo continua e é onde entra em cena a figura do fiscal do contrato ou gestor do contrato, nomeado para acompanhar, fiscalizar, certificar e atestar que tudo o que foi adquirido cumpriu todos os requisitos pré-estabelecidos. � Características do Gestor de Contratos O gestor de contratos precisa conhecer o processo licitatório, o projeto básico ou termo de referência, precisa saber fiscalizar e gerenciar o contrato, Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 26 contratos de cunho mais técnico precisam ser acompanhados por fiscais que tenham conhecimento ou formação na área, como nos casos de obras, por exemplo, o ideal é que seja alguém com formação na área de engenharia. Mas também precisa conhecer as fases da despesa pública como o empenho, a liquidação e o pagamento (Artigo 58 da Lei 4.320 de 17 de março de 1964) e conhecer os instrumentos de planejamento orçamentário (PPA, LOA, LDO), porque assim como o ordenador, como já vimos, ele também pode responder junto ao Tribunal de Contas da União, até mesmo com seu patrimônio em ações regressivas nos casos considerados lesivos ao Erário, sem prejuízo das demais ações passíveis. Destarte, o gestor de contratos é peça fundamental na Administração Pública pois representa ali a causa pública, nas situações nas quais o servidor designado não se sinta capaz de desempenhar a contento as funções delegadas e não podendo negar-se em desempenhá-la, deverá solicitar à sua chefia imediata curso de capacitação, conforme preconiza a legislação por intermédio do Decreto 5.707 de 23 de fevereiro de 2006, ao qual citamos em seu artigo 3°: Art. 3o São diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal: I - incentivar e apoiar o servidor público em suas iniciativas de capacitação voltadas para o desenvolvimento das competências institucionais e individuais; II - assegurar o acesso dos servidores a eventos de capacitação interna ou externamente ao seu local de trabalho; III - promover a capacitação gerencial do servidor e sua qualificação para o exercício de atividades de direção e assessoramento; IV - incentivar e apoiar as iniciativas de capacitação promovidas pelas próprias instituições, mediante o aproveitamento de habilidades e conhecimentos de servidores de seu próprio quadro de pessoal; V - estimular a participação do servidor em ações de educação continuada, entendida como a oferta regular de cursos para o aprimoramento profissional, ao longo de sua vida funcional; VI - incentivar a inclusão das atividades de capacitação como requisito para a promoção funcional do servidor nas carreiras da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e assegurar a ele a participação nessas atividades; VII - considerar o resultado das ações de capacitação e a mensuração do desempenho do servidor complementares entre si; VIII - oferecer oportunidades de requalificação aos servidores redistribuídos; Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 27 IX - oferecer e garantir cursos introdutórios ou de formação, respeitadas as normas específicas aplicáveis a cada carreira ou cargo, aos servidores que ingressarem no setor público, inclusive àqueles sem vínculo efetivo com a administração pública; X - avaliar permanentemente os resultados das ações de capacitação; XI - elaborar o plano anual de capacitação da instituição, compreendendo as definições dos temas e as metodologias de capacitação a serem implementadas; XII - promover entre os servidores ampla divulgação das oportunidades de capacitação; e XIII - priorizar, no caso de eventos externos de aprendizagem, os cursos ofertados pelas escolas de governo, favorecendo a articulação entre elas e visando à construção de sistema de escolas de governo da União, a ser coordenado pela Escola Nacional de Administração Pública - ENAP. Parágrafo único. As instituições federais de ensino poderão ofertar cursos de capacitação, previstos neste Decreto, mediante convênio com escolas de governo ou desde que reconhecidas, para tanto, em ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação. Logo, para que o gestor participe em todas as etapas do processo administrativo, ele precisa estar envolvido na elaboração do projeto básico ou do termo de referência até o termino da vigência do contrato, de forma a aumentar a eficiência das contratações permitindo assim procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato precisos e eficazes. O Processo de Execução do Contrato Você estudou na aula 1 a definição do gestor do contrato, as atribuições do gestor do contrato, os pontos a serem observados, nesta aula você irá ver as características dos gestores ou fiscais de contratos, bem como, o acompanhamento da execução contratual. � O Passo A Passo da Execução Contratual O contrato também é acompanhado do processo de pagamento, este por sua vez precisa cumprir todos os ritos previstos na legislação, como o da regularidade fiscal, para que seja cumprido, liquidado, ou seja, pago, o serviço ou o objeto adquirido, é necessário a expressão da execução do contrato por meio do atesto que foi executado pelo gestor do contrato ou por seu substituto eventual formalmente nomeado pela autoridade competente como ele. É importante que o gestor do contrato tenha um processo montado, paginado e rubricado com todos os documentos relativos à execução contratual, uma organização capaz de:Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 28 • arquivar todos os documentos relevantes, relativos à execução; • registrar por meio de ata no processo todos os fatos ocorridos; • estar atento quanto aos despachos emitidos dentro dos prazos; • manter cópia do contrato, da planilha de formação de preços, do ato convocatório (edital) para consulta em caso de esclarecimentos; • manter cópia de todas as comunicações escritas a sua chefia imediata, contendo as decisões ou solicitação de providências que fujam a sua competência e precisam de decisão de autoridade superior. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 29 Lição 7- Convênios � Definição Convênio é um instrumento formal que disciplina a transferência de recursos públicos da União para os Estados e Municípios. A IN STN nº. 01 de 1997 e a Lei 8.666/93 em seu Art. 116 apresentam disposições que disciplinam a celebração de convênios. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração. § 1º - A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações: I - identificação do objeto a ser executado; II - metas a serem atingidas; III - etapas ou fases da execução; IV - plano de aplicação dos recursos financeiros; V - cronograma de desembolso; VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas; VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador. § 2º - Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva. § 3º - As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes: I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública; Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 30 II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais da Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas; III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno. § 4º - Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês. § 5º - As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de contas do ajuste. § 6º - Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos. É importante que você observe que no convênio os objetivos de ambas as Unidades são recíprocos e mútuos, diferentemente do contrato, onde os objetivos são opostos. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 31 Resumo Indo mais fundo no estudo da Lei nº. 8.666/93, nesta aula você estudou sobre: as modalidades, os tipos e as fases da licitação e sobre aquilo que é uma das finalidades da licitação: a execução de contratos. Estudou também sobre convênios. As modalidades de licitação referem-se às formas de condução do procedimento de licitação, ou seja, como a licitação vai ocorrer. São modalidades de licitação: concorrência, tomada de preço, convite, concurso e leilão. Os tipos de licitação estão relacionados aos critérios que serão utilizados para avaliar e classificar as propostas apresentadas pelos licitantes. São tipos de licitação: menor preço, melhor técnica, técnica e preço, maior lance ou oferta. O procedimento de licitação compreende duas fases: fase interna ou preparatória e a fase externa ou executória. Segundo o Art. 2º da Lei nº. 8.666/932, parágrafo único, contrato é todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. Você aprendeu, também, que o gestor de contratos, também conhecido como fiscal de contratos, exerce a função de acompanhar e fiscalizar a execução dos serviços ou o recebimento dos materiais adquiridos pela Administração por intermédio de contrato administrativo. Que o gestor ou fiscal deve acompanhar o contrato desde o início da contratação até o seu término, onde o controle e a fiscalização do objeto contratado são fundamentais para o bem público. Tendo o gestor contratual a responsabilidade de acompanhar o contrato quanto as obrigações da contratada, por também possuir responsabilidade, podendo ser responsabilizado da execução dos serviços e recebimento correto dos bens especificados no instrumento pactuado. Convênio é um instrumento formal que disciplina a transferência de recursos públicos da União para os Estados e Municípios. A IN STN nº. 01 de 1997 e a Lei 8.666/93 em seu Art. 116 apresentam disposições que disciplinam a celebração de convênios. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 32 Unidade 3 – Pregão e Registro de Preços Introdução Você já sabe que a Administração, ao adquirir bens e serviços, formaliza o acordo firmado por intermédio de cláusulas enumeradas e que especificam as condições para sua execução na forma de um contrato administrativo. Sabe também que as cláusulas que compõem o contrato deverão estar em consonância com o ato convocatório da licitação. Em caso de dispensa ou inexigibilidade de licitação a redação do contrato deverá considerar a proposta do contratado e o ato de autorização da contratação sem licitação. Mas, talvez o que ainda não saiba é todo o procedimento formal da Administração Pública em acompanhar e fiscalizar estes contratos firmados. Indo mais fundo no estudo da Lei nº. 8.666/93, nesta aula você estudará sobre: o papel do gestor de contratos na AdministraçãoPública. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 33 Lição 8 - Licitações e Contratos: Novos Rumos - Pregão Pregão, em sentido dicionarizado, corresponde ao ato de apregoar. Significa proclamação pública. Na esfera do direito processual civil é o ato de anunciar, em voz alta, a realização de um fato judicial. É o anúncio de viva voz que faz um funcionário da justiça chamando as Unidades e seus advogados para uma audiência judicial ou que faz o porteiro dos auditórios ao submeter bens à praça (cf., Leib Soibelman – "Enciclopédia do Advogado" – Rio de Janeiro: Editora Rio, 1978 – pág. 284, apud, NÓBREGA, - 2000, s/p). No âmbito da Lei 10.520 de 2002, o pregão é uma modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é realizada em sessão pública, por meio de propostas escritas e lances verbais. O pregão pode ser realizado em duas formas: eletrônica (Decreto 5.450 de 2005) ou presencial (Decreto 3.555 de 2000). Ambas serão estudadas nesta aula. Nesta aula você estudará sobre a modalidade de licitação Pregão e a Lei complementar 123/2006 que estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte. � Objetivos Ao final desta aula, você será capaz de: - Definir pregão; - Analisar aspectos referentes ao pregão pertinente a Lei nº. 10.520. - Reconhecer a importância do papel do pregoeiro na realização das sessões. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 34 Pregão Eletrônico � Definição Como vimos no módulo anterior outra modalidade de licitação é o Pregão, que foi instituído pela Lei nº. 10.520 de 17 de julho de 2002, tal lei promulgou o Pregão como modalidade de licitação a ser utilizada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios de vendo ser utilizado para a aquisição de bens ou serviços considerados comuns, que é realizada em sessão pública, foi regulamentado por dois decretos, o Decreto 3.555 de 8 de agosto de 2000, (Decreto 3.555 de 2000) o pregão em sua forma presencial, e o Decreto 5.450 de 31 de maio de 2005, que estabeleceu a obrigatoriedade do uso do Pregão, devendo ser utilizado preferencialmente na sua forma eletrônica. � Características principais Observe que na apresentação da definição foi sublinhada a expressão bens ou serviços considerados comuns, pois de acordo com o parágrafo único do Art. 1º da Lei nº. 10.520/02 temos a seguinte consideração: Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. São exemplos de bens comuns: Espécies: canetas, papéis, mesas, cadeiras, veículos, aparelhos eletrônicos, pneus, algemas etc. Serviços: confecção de chaves, manutenção de veículos e aparelhos, contratação de mão de obra para manutenção predial, limpeza, vigilância e etc. Nesta modalidade de licitação as propostas de preço dos licitantes são apresentadas por escrito e por lances. Estes lances podem ser verbais, no caso do Pregão Presencial, ou na forma eletrônica (Internet) quando o Pregão for realizado em sua forma Eletrônica, esta definição será dada pela autoridade competente que, se optar pelo uso do Pregão Presencial, justificará tal assertiva. O Pregão pode ser utilizado para qualquer contratação de bens ou serviços comuns independentemente do valor estimado para contratação. O pregão não está relacionado a valores e sim ao objeto. Mas, é importante destacar que mesmo não estando relacionado a valores, o julgamento deve sempre ser feito pelo menor preço, a exceção dos produtos ou serviços que podem ser balizados por tabelas como é o caso de passagens aéreas que podem ser compradas pelo procedimento de maior desconto, conforme o Decreto 3.892/01, alterado pelo Decreto 4.002/01 Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 35 corroborado pelo Acórdão 1.477/2004 Plenário-TCU, como é o caso também na aquisição de peças para manutenção de veículos. O pregão é uma modalidade obrigatória no âmbito da União para aquisição de bens e serviços comuns. Após o Decreto 5.504/05, passou a ser obrigatório para entes públicos ou particulares, de qualquer esfera do governo que, ao utilizarem recursos federais por meio de convênios, os convenentes viessem a prever na ocasião contratual cláusula obrigando o recebedor dos recursos à sujeição as regras da lei 8.666/93 e no caso das contratações de bens e serviços comuns a previsão da execução da licitação por meio do Pregão, preferencialmente em sua forma eletrônica, conforme preconiza o citado decreto. O pregão caracteriza-se como sendo a forma mais dinâmica de contratação, apresenta custos mais reduzidos do que as demais modalidades e também uma economicidade mais significativa no que tange aos custos da administração, sua fase externa inicia-se, diferentemente das demais modalidades, pela apresentação de preços e possíveis lances que reduzam os valores iniciais apresentados e ainda há a possibilidade de negociação para redução dos preços, mesmo após a etapa de lances. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 36 Lição 9 - Fases do pregão Assim como as outras modalidades de licitação, o pregão também possui duas fases: interna e externa. A fase interna é regulamentada pelo Art. 3º da Lei nº. 10.520 e assim se apresenta: Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte: I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento; II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor. § 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento. § 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares. Princípios básicos do pregão: Legalidade – A atuação do gestor público e a realização da licitação devem ser processadas na forma da lei. Publicidade – Transparência do processo licitatório, com ampla divulgação, podendo ser acompanhado simultaneamente de qualquer lugar por qualquer pessoa. Igualdade – Possui cláusulas abrangentes e não restritivas. Impessoalidade – Dispensa tratamento igual a todos, os licitantes ao participarem possuem chave de acesso própria e exclusiva, somente vindo a ser identificado pela administração após a fase de lances. Secretaria Especial do InterlegisServiço de Capacitação Legislativa 37 Moralidade – A licitação é realizada em estrito cumprimento dos princípios morais. Probidade administrativa – O gestor deve apresentar um comprometimento em cumprir todos os deveres que lhe são atribuídos, ficando restrito aos deveres impostos por força de legislação. Vinculação ao instrumento convocatório – A administração, bem como os licitantes, fica obrigada a cumprir os termos do edital que deve possuir total relação com a legislação. Julgamento objetivo – Levando em consideração o preço, a qualidade de rendimento, a durabilidade, a eficiência, em suma a vinculação ao objeto licitado. Também temos os seguintes princípios correlatos: celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação objetiva das propostas. Vantagens do Pregão: Agilidade nas compras, procedimentos simplificados, desburocratização, transparência, competição e ampliação de participação. Fase externa do pregão A fase externa é regulamentada por vinte e três incisos descritos no Art. 4º da Lei nº. 10.520. A primeira etapa da fase externa é a constituída pela publicação do edital, que deve preceder a realização da sessão pública no mínimo em 8 dias úteis, na contagem exclui-se o primeiro dia e inclui-se o último Durante este período qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos, providências ou impugnar o ato convocatório do pregão em até dois dias úteis antes da data fixada para recebimento das propostas e caberá ao pregoeiro decidir sobre a petição no prazo de vinte e quatro horas tornando publica sua decisão a todos os interessados. A segunda etapa da fase externa é a sessão do pregão, onde primeiramente ocorre a apresentação da proposta inicial sucedida pela apresentação de lances sucessivos e inferiores ao último apresentado pelo próprio licitante, o menor lance apresentado é o que será aceito para posterior habilitação, após encerrada a fase de lances ainda é possível uma redução de preços entre a administração e o licitante. Aceita e habilitada a melhor proposta, o pregão será adjudicado pelo pregoeiro e homologado pela autoridade competente, após o que será realizada a respectiva contratação. Após realizada a habilitação e declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de interpor recurso, Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 38 registrando em ata a síntese das suas razões, devendo os interessados juntar memoriais no prazo de 03 (três) dias úteis A falta de manifestação imediata e motivada importará na decadência do direito de recurso. Essa manifestação poderá ser avaliada pelo pregoeiro, que poderá aceitá-la ou não, em aceitando os demais licitantes poderão apresentar contra- razões em igual período de dias, a decisão sobre o recurso será instruída por parecer do Pregoeiro e homologada pela Autoridade Competente, que irá então adjudicar e homologar o certame licitatório e convocará o adjudicatário a assinar contrato (se for o caso) dentro do período definido no edital. Além dos benefícios já citados, o pregão se destaca também pela figura do pregoeiro. Quem é este profissional? � O Pregoeiro O pregoeiro é o servidor encarregado de conduzir o pregão desde o credenciamento dos licitantes até a indicação dos vencedores da sessão pública. No caso de órgãos militares, o pregoeiro poderá ser um militar. Somente poderá atuar como pregoeiro o servidor que tenha realizado capacitação específica para exercer a atribuição. Ao contrário do que ocorre na licitação convencional, em que as responsabilidades das decisões são divididas entre os membros das comissões de licitações, no pregão um só agente decide. Apesar de existir uma equipe de apoio, ele coordena a equipe, mas decide sozinho, inclusive os pregoeiros e membros de comissão de licitação, assumem a natureza de responsabilidade de gestão de licitação, visto que os mesmos praticam atos de gestão. O perfil do pregoeiro Exigi-se do pregoeiro, alguns princípios essenciais como: honestidade, integridade e responsabilidade dentre outros, para que o mesmo possa desenvolver as suas atividades maximizando resultados em termos de custos, prazos e qualidade. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 39 Lição 10 - A Lei complementar 123/2006 e as Licitações. � Definição A Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. � Características principais Do artigo 42 a 49 da Lei Complementar n° 123 de 14 de dezembro de 2006 foram apresentadas importantes mudanças nas aquisições públicas regidas pela Lei 8.666/93, que iremos transcrever. Das Aquisições Públicas: Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal das microempresas e empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato. Art. 43. As microempresas e empresas de pequeno porte, por ocasião da participação em certames licitatórios, deverão apresentar toda a documentação exigida para efeito de comprovação de regularidade fiscal, mesmo que esta apresente alguma restrição. § 1o Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, será assegurado o prazo de 2 (dois) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado o vencedor do certame, prorrogáveis por igual período, a critério da Administração Pública, para a regularização da documentação, pagamento ou parcelamento do débito, e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa. § 2o A não-regularização da documentação, no prazo previsto no § 1o deste artigo, implicará decadência do direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, sendo facultado à Administração convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a assinatura do contrato, ou revogar a licitação. Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte. § 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada. Secretaria Especial do Interlegis Serviço de Capacitação Legislativa 40 § 2o Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1o deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço. Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate, proceder-se-á da seguinte forma: I – a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado; II – não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei Complementar, na ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito; III – no caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas e empresas de pequeno porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta. § 1o Na hipótese da não-contratação
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