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Insulina e Glucagon

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Fisiologia 20 – Insulina e Glucagon
	A fisiologia endócrina que, classicamente falando, é a abordagem de glândulas endócrinas, que seriam um grupamento de células que produzem hormônios que vão para a corrente sanguínea, porém não são somente as glândulas que produzem hormônios, tecidos também pode assumir essa função. 
	O sistema nervoso e endócrino tem como função controlar/regular os outros sistemas para garantir a homeostase. Mas, existe um outro parâmetro em relação a manutenção da homeostase, que é a quantidade de oferta de substrato energético para as células usarem no metabolismo, na produção de ATP. E é o sistema endócrino que garante que as nossas células tenham sempre o substrato energético e que a nossa reversa esteja adequada. O sistema nervos também participa, especialmente controlando o que comemos. O principal substrato é a glicose, mas não é o único, tendo também os ácidos graxos e aminoácidos (aa). O aa não é utilizado diretamente para gerar ATP, mas em algumas situações, o corpo pode usar tanto o aa quanto o ácido graxo para produzir mais glicose (gliconeogênese). O corpo tenta manter os níveis de glicose normais, mas se o consumo for maior que o necessário, essa glicose pode ser armazenada em forma de lipídio no tecido adiposo. Naturalmente, a quantidade desses substratos energéticos no sangue, assim como o quanto temos de reserva deles vai depender do quanto as células estão usando, sendo assim, esse sistema está basicamente preocupado se o corpo possui energia suficiente para lidar com diferentes situações. 
	Os hormônios que atuam para garantir os níveis de substrato energético para a célula são o glucagon e a insulina, que são hormônios que são produzidos por células especificas do pâncreas, que produzem ilhas de Langerhans, e nesses conjuntos celulares existem células que são chamadas células alfa, que produzem o glucagon, e beta, que produzem insulina. Esses hormônios possuem funções antagônicas, modulando a quantidade de substrato energético que tem na célula, especialmente a glicose. Não são os níveis absolutos de insulina e glucagon que vão definir isso, e sim a proporção de um em relação ao outro. Então, em uma situação em que alguém acabou de se alimentar, a quantidade de substrato energético é grande, nesse momento, a quantidade de insulina é maior em relação a de glucagon. Assim, a ação da insulina é prevalente, e ela está aumentando a captação e oxidação da glicose, e está estimulando a síntese de glicogênio, gorduras e proteínas, então, pode-se dizer que esse é um hormônio anabólico. Já no momento que estamos de jejum, teremos os níveis de glucagon maiores em relação aos da insulina, e ele vai atuar promovendo a glicogenólise e a gliconeogênese, é, então, um hormônio catabólico. Os níveis de glucagon permanecem, relativamente, constante durante o dia. O que muda são os níveis de insulina, mudando a proporção do quanto há de insulina em relação ao que há de glucagon, e é isso que determina se o corpo está em um momento mais anabólico ou mais catabólico. O principal estimulo para a produção de insulina é o aumento da concentração de glicose, mas não é o único: aumento de aa, hormônios gastrointestinais (antes dos níveis de glicose aumentarem eles já atuam – efeito antecipátório), o sistema parassimpático.
	A ação da insulina nos tecidos, exceto no fígado, vai aumentar o transporte de glicose no fígado irá aumentar a glicogenólise, gliconeogênese e a lipogênese. Isso tudo, no final das contas, tende a reduzir os níveis de glicose no plasma, essa redução vai causar um feedback negativo inibindo a produção da insulina.
	Com a exceção do hepatócito, as células não possuem um transportador que leve a glicose para dentro da célula, assim, quando os níveis de glicose aumentam, a insulina se liga ao se receptor na membrana, que desencadeia uma série de eventos intracelulares que faz com que vesículas dentro da célula, que contém o transportador da glicose, se fundam a membrana, permitindo que a célula capture a glicose. No musculo esquelético em exercício, esse processo também ocorre. Já nos hepatócitos, os transportadores estão na célula o tempo todo, mas o que vai modular a entrada e saída de glicose é a insulina, que quando está sinalizando na célula, ela estimula a glicólise, assim, os níveis de glicose diminuem dentro da célula, e a glicose que está fora da célula entra por difusão (estado alimentado). Em jejum, os níveis de glicose fora da célula diminuem e a glicose que está dentro do hepatócito vai sair por difusão. Essa glicose que está saindo do fígado é mediada pelo glucagon. 
	Existem dois tipos de diabetes mellitus, a tipo 1 e 2. O tipo 1 é a deficiência na produção de insulina em decorrência da destruição das células beta, já no tipo 2 o tecido fica resistente a atuação da insulina. No caso da insulina insiptus, há o tipo central (quando há deficiência no ADH) e nefrótica (quando o néfron não corresponde ao ADH). Em qualquer tipo de diabetes há a poliúria (urinar em excesso), o que causa desidratação. O excesso de glicose nos túbulos dos rins vai gerar uma força osmótica na agua que vai diminuir a reabsorção de agua, chamando de diurése osmótica.

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