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Agentes Públicos

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CURSO PREPARATÓRIO – TRT 2ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO 
PROF. FABIANO PEREIRA – DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 
Olá! 
 
 A nossa aula de hoje versará sobre um tema presente em todas as provas 
de Direto Administrativo, independentemente da banca responsável pela 
organização do certame: “agentes públicos” e o regime jurídico dos servidores 
públicos federais (Lei 8.112/1990). 
A maioria das questões da prova certamente versará sobre o texto literal 
da lei, não apresentando maiores dificuldades. Todavia, é importante esclarecer 
que a Fundação Carlos Chagas pode tentar elaborar algumas questões mais 
complexas, abordando o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do 
Supremo Tribunal Federal sobre alguns dispositivos de seu texto. 
Desse modo, é importante ficar atento aos comentários que serão 
apresentados, pois irei focar aqueles tópicos que realmente são mais 
importantes para concursos públicos, principalmente quando se tratar de 
entendimento jurisprudencial. 
No mais, desejo-lhe uma excelente aula e aguardo os seus 
questionamentos no fórum de dúvidas! 
 
 
Bons estudos! 
 
Fabiano Pereira 
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
 
 
"Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de 
ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea." 
 (Allan Kardec) 
 
 
 
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AGENTES PÚBLICOS. LEI 8.112/1990 E SUAS RESPECTIVAS ALTERAÇÕES 
 
 
1. Agentes Públicos ...................................................................... 04 
 1.1. Classificação dos Agentes Públicos ................................ 05 
 1.1.1. Celso Antônio Bandeira de Mello ................................. 05 
 1.1.2. Hely Lopes Meirelles ................................................... 07 
 
2. Disposições preliminares .......................................................... 11 
 2.1. Regime estatutário ........................................................ 11 
2.1.2. Inexistência de direito adquirido à manutenção de regime 
jurídico ......................................................................................... 12 
 2.2. Regime celetista ............................................................ 13 
 2.3. Regime especial ............................................................. 14 
 
3. Regime jurídico único ............................................................... 17 
 
4. Provimento 
 4.1. Disposições gerais ......................................................... 19 
4.2. Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos 
públicos ............................................................... . 20 
4.3. Formas de provimento .................................................... 21 
4.3.1. Nomeação .................................................................... 21 
4.3.1.1. Direito subjetivo à nomeação ................................... 23 
4.3.2. Posse ........................................................................... 24 
 4.3.3. Exercício ...................................................................... 25 
4.3.4. Formas de provimento derivado .................................. 27 
4.4. Estágio probatório .......................................................... 33 
4.5. Estabilidade .................................................................... 39 
4.6. Hipóteses de vacância .................................................... 40 
 
5. Remoção e redistribuição .......................................................... 41 
6. Dos direitos e vantagens ........................................................... 45 
6.1. Do vencimento e da remuneração .................................. 45 
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 6.1.1. Perda da remuneração ................................................ 47 
6.1.2. Reposições e indenizações ao erário ........................... 48 
6.2. Vantagens ...................................................................... 49 
 
7. Gratificações e adicionais .......................................................... 53 
8. Férias ........................................................................................ 57 
9. Licenças .................................................................................... 58 
10. Dos afastamentos ................................................................... 66 
11. Das concessões ...................................................................... 71 
12. Do tempo de serviço .............................................................. 73 
13. Direito de Petição ................................................................... 74 
14. Regime disciplinar .................................................................. 76 
15. Resumo de Véspera de Prova – RVP ....................................... 91 
16. Questões Comentadas ............................................................ 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Embora mais sucinto, o conceito de funcionário público é muito 
semelhante ao de agente público, pois também abrange todos aqueles que 
exercem funções públicas. 
 
 1.1. Classificação dos agentes públicos 
 São muitas as classificações elaboradas pelos doutrinadores brasileiros 
para distinguir as várias espécies de agentes públicos. Todavia, como o nosso 
objetivo é ser aprovado em um concurso público, iremos restringir o nosso 
estudo àquelas que realmente são cobradas em prova, a exemplo das 
classificações formuladas pelos professores Hely Lopes Meirelles (a mais exigida) 
e Celso Antônio Bandeira de Mello. 
 
 1.1.1. Classificação de Celso Antônio Bandeira de Mello 
 Apesar de não ser a classificação mais exigida nas questões de concursos, 
algumas bancas examinadoras esporadicamente exigem conhecimentos sobre 
as espécies de agentes públicos na visão do citado professor. 
Portanto, para responder às eventuais questões elaboradas pelas bancas, 
lembre-se de que Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que a expressão 
agentes públicos “é a mais ampla que se pode conceber para designar genérica 
e indistintamente os sujeitos que servem ao Poder Público como instrumentos 
expressivos de sua vontade ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou 
episodicamente. Quem quer que desempenhe funções estatais, enquanto as 
exercita, é um agente público. Por isto, a noção abarca tanto o Chefe do Poder 
Executivo (em quaisquer das esferas) como os senadores, deputados e 
vereadores, os ocupantes de cargos ou empregos públicos da Administração 
direta dos três Poderes, os servidores das autarquias, das fundações 
governamentais, das empresaspúblicas e sociedades de economia mista nas 
distintas órbitas de governo, os concessionários e permissionários de serviço 
público, os delegados de função ou ofício público, os requisitados, os contratados 
sob locação civil de serviços e os gestores de negócios públicos.” 
 Afirma ainda o professor que os agentes públicos podem ser estudados em 
três categorias distintas: os agentes políticos, os servidores públicos e os 
particulares em colaboração com o poder público. 
 
a) Agentes políticos 
Celso Antônio Bandeira de Mello adota um conceito mais restrito de 
agentes políticos, pois afirma que eles “são os titulares dos cargos estruturais à 
organização política do país, isto é, são os ocupantes dos cargos que compõem o 
arcabouço constitucional do estado e, portanto, o esquema fundamental do 
poder. Sua função é a de formadores da vontade superior do estado”. 
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Neste caso, seriam agentes políticos somente o Presidente da República, 
os Governadores, os Prefeitos e seus respectivos auxiliares imediatos (Ministros 
e Secretários das diversas pastas), os Senadores, os Deputados e os Vereadores. 
Informação importante para as questões de prova é o fato de que o 
professor não inclui os magistrados, membros do Ministério Público e membros 
dos Tribunais de Contas no conceito de agentes políticos, ao contrário do 
professor Hely Lopes Meirelles, pois entende que somente podem ser incluídos 
nesta categoria aqueles que possuem a eleição como forma de investidura, com 
exceção dos cargos de Ministros e Secretários de Estado, que são de livre 
nomeação e exoneração. 
Ademais, afirma ainda que os magistrados, membros do Ministério Público 
e dos Tribunais de Contas não exercem funções tipicamente políticas (como 
criar leis ou traçar programas e diretrizes de governo), apesar de exercerem 
funções constitucionais extremamente importantes, e, portanto, não podem ser 
considerados agentes políticos. 
No concurso público para o cargo de Juiz do Trabalho do TRT da 1ª 
Região, realizado em 2012, a Fundação Carlos Chagas elaborou questão 
adotando o entendimento do professor Hely Lopes Meirelles, portanto, é 
o que deve ser seguido para as provas da banca: 
(FCC/Juiz do Trabalho – TRT 1ª Região/2012) São considerados agentes 
públicos 
a) apenas aqueles que exercem atividades típicas de governo, detentores de 
mandato eletivo e seus auxiliares diretos. 
b) apenas aqueles ligados ao Poder Público por vínculo de natureza estatutária, 
investidos mediante nomeação para cargo público. 
c) os servidores públicos, os agentes políticos, os militares e os particulares em 
colaboração com o Poder Público. 
d) os servidores públicos, desde que detentores de vínculo estatutário, bem como 
os agentes políticos, excluídos os militares. 
e) exclusivamente os servidores públicos, detentores de vínculo estatutário ou 
celetista, excluídos os agentes políticos. 
 
Gabarito: Letra c. 
 
b) Servidores estatais 
Ainda segundo as palavras do professor, servidores estatais são todos 
aqueles que mantêm com o Estado ou suas entidades da Administração Indireta, 
independentemente de serem regidas pelo direito público ou direito privado, 
relação de trabalho de natureza profissional e caráter não eventual sob vínculo 
de dependência, podendo ser classificados em: 
� servidores estatutários, sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de 
cargos públicos; 
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� servidores empregados das empresas públicas, sociedades de 
economia mista e fundações públicas de direito privado, contratados 
sob o regime da legislação trabalhista e ocupantes de emprego 
público; 
� servidores temporários, contratados por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 
37, IX, da CF/88), que exercem funções públicas sem estarem 
vinculados a cargo ou emprego público. 
 
c) Particulares em colaboração com o poder público 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “esta categoria de agentes é 
composta por sujeitos que, sem perderem sua qualidade de particulares – 
portanto, de pessoas alheias à intimidade do aparelho estatal (com exceção 
única dos recrutados para serviço militar) – exercem função pública, ainda que 
às vezes apenas em caráter episódico”, sob os seguintes instrumentos: 
� delegação do poder público, como se dá com os empregados das 
empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos e os que 
exercem serviços notariais e de registro (art. 236 da CF/88); 
� mediante requisição, como acontece com os jurados, mesários eleitorais 
durante o período eleitoral e os recrutados para o serviços militar 
obrigatório, que, em geral, não possuem vínculo empregatício e não 
recebem remuneração; 
� os que sponte própria (vontade própria) assumem espontaneamente 
determinada função pública em momento de emergência, como no 
combate a uma epidemia, incêndio, enchente, etc. 
� contratado por locação civil de serviços (como ocorre na contratação 
de um advogado altamente especializado para a sustentação oral perante 
Tribunais). 
(Procurador de 2ª Classe / Município de Salvador 2006/FCC) De acordo 
com a doutrina, agente público é toda a pessoa física que presta serviços ao 
Estado e às pessoas jurídicas da Administração Indireta, inclusive os particulares 
que atuam em colaboração com o poder público, mediante delegação, 
requisição, nomeação ou designação. Assertiva considerada correta pela 
banca. 
 
 1.1.2. Classificação de Hely Lopes Meirelles 
Para o saudoso professor, os agentes públicos podem ser classificados em 
agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes 
delegados e agentes credenciados. 
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a) Agentes políticos 
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, agentes políticos são “os 
componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, 
funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou 
delegação, para o exercício de atribuições constitucionais”. 
Como exemplos podemos citar os chefes do Poder Executivo 
(Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares 
imediatos (Ministros, Secretários estaduais, distritais e municipais), os 
membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados e Vereadores) e os 
magistrados, membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas. 
Contrariamente ao professor Celso Antônio Bandeira de Mello, que 
exclui os membros da Magistratura, do Ministério Público e dos Tribunais de 
Contas do conceito de “agentes políticos”, Hely Lopes Meirelles afirma que em 
razão de gozarem de independência funcional e possuírem suas 
competências previstas diretamente no texto constitucional, tais agentes 
devem sim ser considerados políticos. 
 
b) Agentes honoríficos 
 Agentes honoríficos são cidadãos convocados, requisitados, designados ou 
nomeados para prestar, em caráter temporário, serviços públicos de caráter 
relevante, a título de munus público(colaboração cívica), sem qualquer vínculo 
profissional com o Estado, e, em regra, sem remuneração. 
Como exemplos podemos citar os mesários eleitorais, os recrutados 
para o serviço militar obrigatório, os jurados, os comissários de menores, entre 
outros. 
É válido esclarecer que apesar de não possuírem vínculo com o Estado, os 
agentes honoríficos são considerados “funcionários públicos” para fins 
penais e sobre eles não incidem as regras sobre acumulação de cargos, 
empregos e funções públicas, previstas no inciso XVI, do artigo 37, da CF/88. 
 No concurso público para o cargo de Técnico Judiciário do TRF da 
5ª Região, realizado em 2008, a FCC elaborou questão sobre o tema: 
(FCC/Técnico Judiciário – TRF 5ª REGIÃO/2008) O cidadão que é 
convocado ou designado para prestar, transitoriamente, determinado 
serviço ao Poder Público em razão da sua condição cívica ou de sua 
notória capacidade profissional, mas sem vínculo empregatício, é 
denominado agente 
(A) administrativo. 
(B) político. 
(C) delegado. 
(D) credenciado. 
(E) honorífico. 
 
Gabarito: Letra E. 
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 c) Agentes delegados 
 Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “agentes delegados são 
particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, 
obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, 
mas segundo as normas do Estado e sob a permanente fiscalização do 
delegante. Esses agentes não são servidores públicos, nem honoríficos, nem 
representantes do Estado; todavia, constituem uma categoria à parte de 
colaboradores do Poder Público. Nesta categoria se encontram os 
concessionários e permissionários de obras e serviços públicos, os 
serventuários de Ofícios ou Cartórios não estatizados, os leiloeiros, os 
tradutores e intérpretes públicos, e demais pessoas que recebam delegação 
para a prática de alguma atividade estatal ou serviço de interesse coletivo”. 
 Apesar de exercerem atividades públicas em nome próprio, por sua conta e 
risco, é válido esclarecer que os agentes delegados estão sujeitos às regras de 
responsabilização civil previstas no § 6º, do artigo 37, da CF/88, e também são 
considerados “funcionários públicos” para fins penais. 
 
 d) Agentes credenciados 
 Agentes credenciados são aqueles que têm a incumbência de representar 
a Administração Pública em algum evento específico (um Congresso 
Internacional, por exemplo) ou na prática de algum ato determinado, 
mediante remuneração e sem vínculo profissional, sendo considerados 
funcionários públicos para fins penais. 
 Os agentes credenciados somente serão considerados agentes públicos 
durante o período em que estiverem exercendo as funções públicas para as quais 
foram credenciados. 
Desse modo, se um cientista particular foi convidado pela Administração 
Pública para representá-la em um Congresso Internacional sobre a “Gripe A”, por 
exemplo, somente durante o período do evento ele será considerado agente 
público. 
 
 e) Agentes administrativos 
 Agentes administrativos são todos aqueles que exercem um cargo, 
emprego ou função pública perante à Administração, em caráter permanente, 
mediante remuneração e sujeitos à hierarquia funcional instituída no órgão ou 
entidade ao qual estão vinculados. 
 Essa categoria de agentes públicos representa a imensa maioria da força 
de trabalho da Administração Direta e Indireta, em todos os níveis federativos 
(União, Estados, DF e Municípios) e em todos os Poderes (Legislativo, Executivo 
e Judiciário), podendo ser dividida em: 
� Servidores públicos titulares de cargos efetivos ou em comissão; 
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� Empregados públicos; 
� Contratados temporariamente em virtude de necessidade temporária 
de excepcional interesse público. 
 
Servidores públicos titulares de cargos efetivos são aqueles que 
ingressaram no serviço público mediante concurso público e que, portanto, 
podem adquirir a estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício. Esses 
servidores também são chamados de estatutários, pois são regidos por um 
estatuto legal, responsável por disciplinar seus principais direitos e deveres em 
face da Administração Pública. 
Na esfera federal, o estatuto responsável por disciplinar as relações entre 
Administração Pública e servidores é a Lei 8.112/1990. Todavia, cada ente 
estatal possui autonomia para criar seu próprio estatuto dos servidores, como 
aconteceu em Minas Gerais com a edição da Lei Estadual 869/1952, e em 
Montes Claros/MG (terra do pequi com carne de sol), com a edição da Lei 
Municipal 3.175/2003. 
Pergunta: professor, os servidores das entidades da Administração 
Indireta também são regidos por um estatuto jurídico? 
Depende. Na esfera federal, somente os servidores da União, seus 
respectivos órgãos públicos (a exemplo do Tribunal Superior Eleitoral), 
autarquias e fundações públicas de direito público federais são regidos 
pela Lei 8.112/90, pois os empregados das empresas públicas e sociedades de 
economia mista são necessariamente celetistas. Sendo assim, é correto 
afirmar que somente as entidades regidas pelo direito público adotam o 
regime estatutário, pois este é inerente às funções típicas de Estado 
(fiscalização, administração fazendária, advocacia pública, etc), nos termos do 
artigo 247 da CF/88. 
Além dos servidores titulares de cargos efetivos, é válido destacar que os 
ocupantes de cargos em comissão (de livre nomeação e exoneração) também 
são denominados servidores públicos. Entretanto, em virtude de ocuparem 
cargos em comissão (também denominados cargos de confiança), tais 
servidores não gozam de estabilidade, pois se sustentam no cargo apenas em 
virtude da “confiança” depositada pela autoridade responsável pela nomeação. 
Desse modo, é correto afirmar que são servidores públicos tanto os 
ocupantes de cargos de provimento efetivo, quanto os ocupantes de cargos 
em comissão. 
A segunda espécie de agente administrativo citada pelo professor Hely 
Lopes Meirelles é o empregado público, que não ocupa cargo, mas sim 
emprego público. 
Os empregados públicos não são regidos por um estatuto (e, portanto, 
não podem ser chamados de estatutários), mas sim pela Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT), que lhes assegura os mesmos direitos previstos para os 
trabalhadores da iniciativa privada, tais como aviso prévio, FGTS, seguro 
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desemprego, entre outros estabelecidos no artigo 7º da CF/88 (que não são 
garantidos aos servidores públicos na totalidade). 
As empresas públicas e sociedades de economia mista (integrantes 
da Administração Pública Indireta) adotam necessariamente o regime celetista 
para os seus empregados, apesar de serem obrigadas a realizar concurso público 
para a contratação de pessoal. 
Por último, integram também a categoria dos agentes administrativos 
aqueles que são contratados temporariamente para atender a uma 
necessidade temporária de excepcional interesse público, conformepreceituado no inciso IX, artigo 37, da Constituição Federal de 1988. 
Neste caso, a lei de cada ente federativo (União, Estados, DF e Municípios) 
estabelecerá os prazos máximos de duração desses contratos e as situações que 
podem ser consideradas de necessidade temporária, conforme estudaremos 
posteriormente. 
 
2. Disposições preliminares 
 
A Lei 8.112/90 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos 
civis da União, seus respectivos órgãos, sobre as autarquias e as fundações 
públicas federais de Direito Público. Deve ficar bem claro que as suas 
disposições legais não alcançam os empregados das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista, que são regidos pelo regime celetista. 
 Nas palavras do professor José dos Santos Carvalho Filho, regime 
jurídico “é o conjunto de regras de Direito que regulam determinada relação 
jurídica”, sendo possível citar como exemplo o regime estatutário, o celetista e o 
regime especial. 
 
2.1. Regime Estatutário 
Regime estatutário é o conjunto de regras previstas em lei e responsável 
por disciplinar a relação jurídica entre os servidores públicos e a 
Administração direta, autárquica e fundacional de Direito Público, em 
todos os entes federativos. 
É regra geral que cada ente estatal (União, Estados, Municípios e DF) 
possua o seu próprio regime estatutário, responsável por regular os direitos e os 
deveres de seus servidores. Somente para exemplificar, destaca-se que no 
Estado de Minas Gerais é a Lei 869/52 que estabelece o regime jurídico de 
seus servidores. Por outro lado, na minha querida cidade de Montes 
Claros/MG, o regime jurídico dos servidores públicos municipais foi instituído 
pela Lei Municipal 3.175/03. 
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Em regras gerais, os direitos e deveres impostos aos servidores titulares de 
cargos públicos estão previstos em estatuto próprio. Na esfera federal, por 
exemplo, essa responsabilidade fica sob o encargo da Lei 8.112/1990. Todavia, 
os Estados e Municípios possuem autonomia para estabelecer as regras que 
serão responsáveis por disciplinar as relações jurídicas com seus próprios 
servidores. 
É importante esclarecer que os servidores públicos não possuem direito 
adquirido à manutenção do regime jurídico nos mesmos moldes estabelecidos no 
momento da posse ou exercício. Isso significa que as regras fixadas no regime 
estatutário (Lei 8.112/1990) podem ser alteradas posteriormente, 
independentemente da concordância ou aquiescência do servidor. Assim, se o 
regime estatutário estabelecia determinada regra para o cálculo de gratificação a 
ser paga para o servidor público, por exemplo, existe a possibilidade de que essa 
fórmula seja alterada no futuro, quando conveniente e oportuno para a 
Administração Pública. 
Esse também é o entendimento do Supremo Tribunal Federal, 
ratificado no julgamento do Recurso Extraordinário em Agravo 
Regimental nº 287.261/MG, julgado em 28/06/2005, de relatoria da 
Ministra Ellen Gracie: 
 
 
 
 
 
 
 
 2.2. Regime celetista 
 Regime celetista é aquele inicialmente aplicável às relações jurídicas 
existentes entre empregados e empregadores no campo da iniciativa privada, 
amparado pela Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº. 
5.542/43). Entretanto, o regime celetista (que ainda pode ser chamado de 
trabalhista ou de emprego) também pode ser aplicado no âmbito da 
Administração Pública brasileira. 
 O § 1º, artigo 173, da Constituição Federal, por exemplo, estabelece que 
as empresas públicas e as sociedades de economia mista submetem-se ao 
regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações 
trabalhistas. 
 Sendo assim, não restam dúvidas de que os agentes administrativos que 
exercem suas funções perante as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista são regidos pela CLT, sendo denominados, portanto, de 
empregados públicos. 
A jurisprudência desta Suprema Corte se consolidou no sentido de que não 
há direito adquirido a regime jurídico. O vínculo entre o servidor e a 
Administração é de direito público, definido em lei, sendo inviável invocar 
esse postulado para tornar imutável o regime jurídico, ao contrário do que 
ocorre com vínculos de natureza contratual, de direito privado, este sim 
protegido contra modificações posteriores da lei. 
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III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza 
estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
- IBGE; 
IV - admissão de professor substituto e professor visitante; 
V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro; 
VI - atividades: 
a) especiais nas organizações das Forças Armadas para atender à área 
industrial ou a encargos temporários de obras e serviços de engenharia; 
b) de identificação e demarcação territorial; 
c) (Revogada pela Lei nº 10.667, de 2003) 
d) finalísticas do Hospital das Forças Armadas; 
e) de pesquisa e desenvolvimento de produtos destinados à segurança de 
sistemas de informações, sob responsabilidade do Centro de Pesquisa e 
Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações - CEPESC; 
f) de vigilância e inspeção, relacionadas à defesa agropecuária, no âmbito 
do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, para atendimento de situações 
emergenciais ligadas ao comércio internacional de produtos de origem animal ou 
vegetal ou de iminente risco à saúde animal, vegetal ou humana; 
g) desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da 
Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM. 
 h) técnicas especializadas, no âmbito de projetos de cooperação com 
prazo determinado, implementados mediante acordos internacionais, desde que 
haja, em seu desempenho, subordinação do contratado ao órgão ou entidade 
pública. 
i) técnicas especializadas necessárias à implantação de órgãos ou 
entidades ou de novas atribuições definidas para organizações existentes ou as 
decorrentes de aumento transitório no volume de trabalho que não possam ser 
atendidas mediante a aplicação do art. 74 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 
1990; 
 j) técnicas especializadas de tecnologia da informação, de comunicação e 
de revisão de processos de trabalho, não alcançadas pela alínea i e que não se 
caracterizem como atividades permanentes do órgão ou entidade; 
 l) didático-pedagógicas em escolas de governo; e 
m) de assistência à saúde para comunidades indígenas; e 
VII - admissão de professor, pesquisador e tecnólogo substitutos para 
suprir a falta de professor, pesquisador ou tecnólogo ocupante de cargo efetivo, 
decorrente de licença para exercer atividade empresarial relativa à inovação. 
VIII - admissão de pesquisador, nacional ou estrangeiro, para projeto de 
pesquisa com prazo determinado, em instituição destinada à pesquisa; e 
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Ainda nos termos da Lei 8.745/1993, destaca-se que não é necessária a 
realizaçãode concurso público para a contratação de servidores em caráter 
temporário, sendo suficiente a realização de um processo seletivo 
simplificado sujeito a ampla divulgação, inclusive através do Diário Oficial da 
União. 
Os agentes contratados nos termos do inciso IX, artigo 37, da CF/88 
(regulamentado pela Lei 8.745/1993), não podem ser considerados 
estatutários, uma vez que estão submetidos a regime contratual. Também não 
podem ser considerados celetistas, pois não são regidos pela Consolidação das 
Leis Trabalhistas (CLT), apesar de estarem sujeitos ao regime geral de 
previdência. 
O mesmo ocorre com os agentes públicos contratados com fundamento no 
Decreto 2.271/1997, que, em seu art. 1º, dispõe que no âmbito da 
Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional poderão ser 
objeto de execução indireta (terceirização) as atividades materiais 
acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem área 
de competência legal do órgão ou entidade. 
As atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, 
informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e 
manutenção de prédios, equipamentos e instalações serão, de preferência, 
objeto de execução indireta. 
De outro lado, não poderão ser objeto de execução indireta as 
atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do 
órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário ou quando se 
tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de 
pessoal. 
O objeto da contratação será definido de forma expressa no edital de 
licitação e no contrato exclusivamente como prestação de serviços, nos termos 
do art. 3º do Decreto 2.271/1997. 
Diante das informações apresentadas, é correto afirmar que esses agentes 
estão incluídos em uma terceira categoria de agentes administrativos, com 
características bastante peculiares. 
 
3. Regime jurídico único 
 
O texto original da Constituição Federal de 1988, em seu art. 39, 
estabelecia expressamente que: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, 
no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de 
carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias 
e das fundações públicas. 
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4.2. Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos 
públicos 
O § 2º, artigo 5º, da Lei 8.112/90, determina que “às pessoas portadoras 
de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para 
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de 
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por 
cento) das vagas oferecidas no concurso”. 
 A obrigatoriedade de reserva de vagas para as pessoas portadoras de 
deficiência consta no inciso VIII, artigo 37, da CF/88. Todavia, o texto 
constitucional não especifica o percentual que deverá ser reservado, ficando sob 
a responsabilidade da lei essa definição. 
 Perceba que a lei 8.112/1990 não estabeleceu um percentual mínimo de 
vagas a serem reservadas, limitando-se a restringir o máximo em 20% (vinte por 
cento). Todavia, o Decreto Federal 3.298/99, que regulamenta a Lei nº 
7.853/89 e dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência, estabeleceu, em seu artigo 37, § 1º, o percentual de 
5% (cinco por cento). 
 Pergunta: Professor, existe algum instrumento normativo que defina 
quem é o portador de deficiência? 
 Sim. Essa definição está prevista no artigo 4º do Decreto 3.298/99, que 
assim declara: 
Art. 4º. É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas 
seguintes categorias: 
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos 
do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, 
apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, 
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, 
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, 
nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as 
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o 
desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um 
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 
1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor 
que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que 
significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor 
correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual 
em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de 
quaisquer das condições anteriores; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 
2004) 
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IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior 
à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a 
duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: 
a) comunicação; 
b) cuidado pessoal; 
c) habilidades sociais; 
d) utilização dos recursos da comunidade; 
e) saúde e segurança; 
f) habilidades acadêmicas; 
g) lazer; e 
h) trabalho; 
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências. 
 Calma ... Você não precisa se preocupar em interpretar os conceitos acima, 
pois eles não são cobrados em provas de concursos públicos (rsrs). 
 
4.3. Formas de provimento 
 Provimento nada mais é que o ato administrativo através do qual é 
preenchido um cargo público, podendo ser originário ou derivado. 
 
 4.3.1. Nomeação 
 A nomeação é a única forma de provimento originário existente. Pode 
ser definida como o ato administrativo pelo qual a Administração Pública dá 
ciência ao seu destinatário da necessidade de cumprimento de formalidades 
específicas (a exemplo da apresentação da documentação exigida no edital, nos 
casos de provimento de cargo efetivo), no prazo de até 30 (trinta) dias, para que 
seja formalizada a posse. 
A nomeação é considerada originária porque inicia um vínculo entre o 
indivíduo e a Administração, seja em caráter efetivo ou em comissão. Na 
nomeação em caráter efetivo, o candidato aprovado em concurso público é 
comunicado de que terá até 30 (trinta) dias para providenciar a documentação 
prevista no edital, formalizando o seu vínculo perante a Administração, que 
ocorre mediante a posse. 
A nomeação não gera qualquer obrigação para o candidato, mas sim o 
direito subjetivo de comparecer à Administração e formalizar o seu vínculo. 
Assim, caso o candidato não compareça perante a Administração no prazo de até 
30 (trinta) dias para tomar posse, a nomeação tornar-se-á sem efeito, não 
produzindo qualquer obrigação ou imposição de penalidade ao candidato. 
 
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Apesar de a nomeação para cargo de provimento efetivo exigir prévia 
aprovação em concurso público, o mesmo não ocorre em relação às 
nomeações para cargos em comissão (também chamados de cargos de 
confiança). Nesta última hipótese, tem-se um ato discricionário, que sequer 
precisa ser motivado. 
A autoridade competente tem a prerrogativa de nomear qualquer 
pessoa para provimento de cargo em comissão, servidor ou não. 
Aqui é importante destacar o teor da súmula vinculante nº. 13 do Supremo 
Tribunal Federal, que declara expressamente que 
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor 
da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, 
ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal.” 
 
Apesar de não constar expressamente em seu texto, o Supremo Tribunal 
Federal, no julgamento da Reclamação 6650, declarou que a contratação de 
parentes para cargos políticos (Ministros, Secretários de Estado e Secretários 
municipais) não viola a Constituição Federal, pois são cargos que devem ser 
providos por pessoas de extrema confiança da autoridade nomeante. 
Nesses termos, o Prefeito de um Município pode nomear sua mãe para 
ocupar o cargo de Secretária Municipal da Fazenda, mas não pode nomear a 
irmã para ocupar o cargo de Gerente do Posto de Saúde “X”, pois este não é 
considerado cargo político e sim um cargo administrativo. 
Pergunta: Professor Fabiano, suponhamos que José atualmente ocupe o 
cargo efetivo de professor da rede estadual de educação de São Paulo e tenha 
sido aprovado para o cargo de Analista do TRT⁄SP. Nesse caso, ocorrerá uma 
nova nomeação para o cargo de Analista do TRT⁄SP? 
Sim. Apesar de José já ter sido nomeado, assinado o termo de posse e 
entrado em exercício no cargo de professor, será novamente nomeado para o 
cargo de Analista do TRT⁄SP, pois está se iniciando um novo vínculo entre José 
e a Administração Pública. 
Outra pergunta: E se José, que hoje ocupa exclusivamente o cargo de 
Analista do TRT⁄SP, for aprovado em concurso público para o cargo de Auditor 
Fiscal da Receita Federal? Ocorrerá uma nova nomeação? 
Pode ter certeza disso. Perceba que os dois cargos públicos são distintos, 
possuindo atribuições diferentes. Apesar de José já possuir um vínculo com a 
União (TRT⁄SP), iniciará um novo vínculo, com características distintas, a partir 
do momento que assinar o termo de posse no cargo de AFRFB. 
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4.3.1.1. Direito subjetivo à nomeação 
Durante muito tempo discutiu-se no âmbito do Poder Judiciário se os 
candidatos aprovados em concurso público, dentro do limite de vagas 
inicialmente oferecidas no edital, possuíam direito líquido e certo à nomeação 
durante a validade do certame. 
Prevalecia o entendimento de que mesmo aprovado dentro do número de 
vagas inicialmente disponibilizadas, o candidato somente possuía expectativa 
de direito em relação à nomeação, isto é, a Administração Pública não estava 
obrigada a realizar a nomeação por se tratar de ato discricionário. 
Entretanto, o entendimento doutrinário e jurisprudencial começou a ser 
alterado nos últimos anos, conseqüência direta das milhares de ações ajuizadas 
no Poder Judiciário e que exigiam a nomeação de candidatos aprovados dentro 
do número de vagas oferecidas em concursos públicos. 
No julgamento do Recurso Extraordinário nº 598.099/MS (cuja decisão foi 
publicada em 03/10/2011), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, o Supremo 
Tribunal Federal pacificou o entendimento sobre o assunto, afirmando que “o 
direito à nomeação surge quando se realizam as condições fáticas e jurídicas. 
São elas: previsão em edital de número específico de vagas a serem 
preenchidas pelos candidatos aprovados no concurso; realização do certame 
conforme as regras do edital; homologação do concurso; e proclamação dos 
aprovados dentro do número de vagas previstos no edital em ordem de 
classificação por ato inequívoco e público da autoridade administrativa 
competente”. 
Desse modo, prevalece atualmente o entendimento de que se o candidato 
foi aprovado em concurso público dentro do número de vagas oferecidas pelo 
edital, deverá ser obrigatoriamente nomeado pela respectiva entidade ou 
órgão público. Entretanto, compete à Administração Pública decidir o momento 
mais conveniente e oportuno para realizar a nomeação, desde que dentro do 
prazo de validade do certame. 
Nas palavras do Ministro Relator Gilmar Mendes, somente em situações 
excepcionalíssimas a Administração Pública estaria desobrigada de realizar a 
nomeação de candidato aprovado dentro do número de vagas e desde que 
comprovadas as seguintes circunstâncias: 
1. Superveniência - eventuais fatos ensejadores de uma situação 
excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação de edital do 
certame público; 
2. Imprevisibilidade - a situação deve ser determinada por 
circunstâncias extraordinárias à época da publicação do edital; 
3. Gravidade – os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem 
ser extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou 
mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital; 
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4. Crises econômicas de grandes proporções; Guerras; Fenômenos 
naturais que causem calamidade pública ou comoção interna; 
5. Necessidade – a administração somente pode adotar tal medida 
quando não existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação 
excepcional e imprevisível. 
 
4.3.2. Posse 
Conforme destacado anteriormente, a posse ocorrerá no prazo 
improrrogável de até 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de 
nomeação. 
A contagem do prazo se inicia no dia subsequente ao da publicação do 
referido ato e é ininterrupta. Assim, se o candidato foi nomeado no dia 05 de 
dezembro de 2011, o prazo final para tomar posse é o dia 04 de janeiro de 2012. 
Em se tratando de nomeação de alguém que já seja servidor (que fora 
aprovado em concurso público para outro cargo) e que se enquadre, na data de 
publicação do ato de provimento, em algumas das situações listadas a seguir, o 
prazo de 30 dias será contado após o término do impedimento; 
1ª) gozo de licença por motivo de doença em pessoa da família; 
2º) gozo de licença para o serviço militar ou para capacitação; 
3ª) férias; 
4ª) participação em programa de treinamento regularmente instituído ou 
em programa de pós-graduação stricto sensu no País; 
5ª) júri e outros serviços obrigatórios por lei; 
6ª) licença: 
7ª) gozo de licença à gestante, à adotante e à paternidade; 
8ª) licença para tratamento da própria saúde; 
9ª) licença por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; 
10) esteja participando de competição desportiva nacional ou convocação 
para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior; 
11) esteja emdeslocamento para nova sede em virtude de remoção, 
redistribuição, requisição ou cessão. 
O artigo 13 da Lei 8.112/90 estabelece que “a posse dar-se-á pela 
assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os 
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não 
poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os 
atos de ofício previstos em lei”. 
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ATENÇÃO: O exercício de função de confiança não exige nomeação 
prévia, mas somente uma simples designação. Desse modo, não ocorre uma 
nova posse, sendo suficiente que o servidor entre em exercício na nova função. 
Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das 
atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima 
do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimos e 
máximos de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. 
Com a assinatura do termo de posse, o agente torna-se servidor. 
Todavia, é com o efetivo exercício que se inicia a contagem dos prazos para o 
surgimento de direitos relacionados ao tempo de serviço, a exemplo de férias, 
estabilidade, algumas licenças etc. 
Assim, caso o servidor recém empossado não entre em exercício no prazo 
máximo de 15 (quinze) dias, ocorrerá a sua exoneração. 
Para responder às questões de prova: Lembre-se sempre de que à 
autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou 
designado o servidor compete dar-lhe exercício. 
O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido 
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório 
terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da 
publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do 
cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova 
sede. 
Exemplo: suponhamos que você, atualmente domiciliado na cidade de 
Belo Horizonte/MG, decida tentar o concurso do TSE para o cargo de Analista 
Judiciário – área administrativa. Dois anos depois, já tendo sido aprovado, 
nomeado, empossado e entrado em exercício, você decide participar do 
Concurso Nacional de Remoção para disputar uma remoção para a cidade de 
Belo Horizonte (TRE/MG). Se você tiver êxito no concurso de remoção, o Tribunal 
Superior Eleitoral lhe concederá um prazo, que pode variar entre 10 (dez) e 30 
(trinta) dias contados da publicação do ato de remoção, para que você entre em 
exercício no TRE/MG. 
Trata-se de ato discricionário, portanto, somente diante do caso em 
concreto é que o Tribunal Superior Eleitoral (seu órgão de origem) determinará o 
prazo que será concedido ao servidor para o respectivo “deslocamento”. 
O mesmo acontece nos diversos órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal ao realizarem concursos internos de remoção, a exemplo do 
MDIC, CGU, Receita Federal do Brasil, INSS, entre outros. É claro que cada órgão 
ou entidade possui suas próprias regras internas, que são disponibilizadas aos 
servidores através de um edital. 
Se você estiver “desesperado” para começar a trabalhar no novo órgão de 
destino, a legislação permite que você decline (abra mão) desse prazo e reinicie 
as suas atividades no dia seguinte à publicação do ato. 
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4.3.4.2. Readaptação 
A readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e 
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua 
capacidade física ou mental, sempre comprovada em inspeção médica. 
Trata-se da atribuição de novas responsabilidades compatíveis com a 
limitação física ou psíquica sofrida pelo servidor, desde que não se justifique a 
licença para tratamento de saúde ou aposentadoria, verificada em inspeção 
médica que informará as condições de readaptação: seus termos, prazo e 
embasamento legal. 
Nos termos do § 2º, artigo 24, da Lei 8.112/1990, a readaptação deverá 
respeitar as seguintes condições: 
1ª) efetivada em cargo de atribuições afins; 
2ª) deverá ser respeitada a habilitação exigida para o exercício do cargo; 
3ª) o nível de escolaridade dos cargos deve ser o mesmo; e 
4ª) os vencimentos devem ser equivalentes. 
 Na hipótese de inexistência de cargo vago a fim de que seja realizada a 
readaptação, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a 
ocorrência de vaga. 
 Exemplo: Imaginemos um servidor que atualmente exerça as funções de 
telefonista em determinado órgão público, mas que, em virtude de uma grave e 
rara doença, seja obrigado a reduzir drasticamente o seu volume de fala durante 
o dia. 
Nesse caso, o servidor não poderá mais continuar exercendo as funções de 
telefonista, mas poderá ser readaptado para uma função de digitador, por 
exemplo, que não exige a utilização da voz com frequência. Eis a denominada 
readaptação. 
A readaptação poderá ser revista a qualquer momento, após nova 
avaliação pericial, a pedido do servidor ou da autoridade administrativa 
competente, quando houver melhora das condições de saúde ou adequação do 
local de trabalho às limitações físicas ou psíquicas. 
 
4.3.4.3. Reversão 
 A reversão pode ser definida como o retorno à atividade de servidor que 
já se encontrava aposentado. A Lei 8.112/90 menciona expressamente duas 
modalidades distintas de reversão: 
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No concurso público para o cargo de Analista Judiciário do TST, 
realizado em 2012, a FCC elaborou questão abordando o tema 
“reversão”, nos seguintes moldes: 
(FCC/Analista Judiciário – TST/2012) O retorno à atividade, a pedido do 
servidor público que ocupava cargo efetivo, com estabilidade, 
aposentado voluntariamente há menos de cinco anos, para ocupar cargo 
vago na Administração Pública, denomina-se 
a) readaptação. 
b) aposentação resolúvel. 
c) reintegração. 
d) reversão. 
e) exoneração. 
 
Gabarito: Letra d. 
 
4.3.4.4. Reintegração 
É a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou 
no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada sua demissão 
por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens 
a que teria direito se estivesse trabalhando. 
Se o cargo anteriormente ocupado tiver sido extinto, o servidor ficará em 
disponibilidade até que seja adequadamente aproveitado em outro cargo com 
atribuições e vencimentos afins. 
Por outro lado, encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante, 
se estável, será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, 
ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. 
A reintegração somente alcança o servidor estável e está sujeita à 
prescrição quinquenal, que será contada da data da publicação do ato impugnado 
ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado (artigo 
110, inciso I, da Lei 8.112/90). 
(Técnico Administrativo/TRE AM 2010/FCC) Armando, Técnico Judiciário 
do TribunalRegional Eleitoral do Amazonas (estável), foi reinvestido no cargo 
anteriormente ocupado, diante da invalidação da sua demissão por decisão 
administrativa, com ressarcimento de todas as vantagens. Nos termos da Lei nº 
8.112/90, ocorreu a reintegração. Assertiva considerada correta pela banca 
examinadora. 
 
4.3.4.5. Recondução 
É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em 
decorrência de 
(a) inabilitação em estágio probatório em outro cargo federal; 
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(b) desistência de exercício em cargo federal no período do estágio 
probatório; ou 
(c) reintegração do anterior ocupante. 
É muito comum você encontrar em provas de concursos públicos questões 
sobre a recondução, provavelmente pelas várias espécies e peculiaridades 
relativas a esse instituto. Assim, é importante analisar individualmente todas as 
suas espécies: 
 
1ª) Inabilitação em estágio probatório referente a outro cargo 
federal: suponhamos que Zé das Couves seja titular do cargo de Analista do 
TRT⁄SP, gozando de estabilidade. Todavia, como continuou os estudos, Zé foi 
aprovado recentemente no concurso público para o cargo de Auditor da Receita 
Federal do Brasil. Nesse caso, como Zé já era servidor público federal e foi 
aprovado para exercício em outro cargo público também integrante da estrutura 
federal, poderá solicitar vacância (deixar o cargo sem ocupante) em seu cargo 
no TRT⁄SP para submeter-se ao estágio probatório na Receita Federal. 
Ao término do estágio probatório, caso seja reprovado, Zé não precisará 
entrar em desespero, pois será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado 
no TRT⁄SP. 
2ª) Desistência de exercício do outro cargo federal no período do 
estágio probatório: eis uma situação muito parecida com a anterior, mas aqui 
o próprio servidor (Zé das Couves) desistiu de continuar exercendo as suas 
funções na Receita Federal, tendo trabalhado apenas 06 (seis) meses no órgão, 
por exemplo. Assim, da mesma forma que acontece na reprovação em estágio 
probatório, Zé será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado no TRT⁄SP. 
3ª) Reintegração do anterior ocupante do cargo: nesse caso, o 
servidor público estável está exercendo as suas funções em um cargo que era 
ocupado por servidor que fora demitido. Desse modo, caso o servidor demitido 
consiga a invalidação da demissão no âmbito administrativo ou judicial, ocorrerá 
a denominada reintegração, e o atual ocupante do cargo público será 
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, sem direito a qualquer 
indenização. 
Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor estável em 
processo de recondução será aproveitado em outro, desde que possua 
atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. 
 
4.3.4.6. Aproveitamento 
É o retorno à atividade de servidor que estava em disponibilidade para 
provimento em cargo com vencimentos compatíveis com o anteriormente 
ocupado, desde que exista vaga no órgão ou entidade administrativa. 
 
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A disponibilidade é um instituto que permite ao servidor estável, que teve 
o seu cargo extinto ou declarado desnecessário, permanecer sem trabalhar, 
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, à espera de um 
eventual aproveitamento. 
O texto constitucional prevê ainda uma outra hipótese de disponibilidade, 
que ocorre em virtude da reintegração de servidor demitido injusta e 
ilegalmente de seu cargo. Nesses termos, ocorrendo a reintegração do anterior 
ocupante do cargo, o atual ocupante, se estável, caso não possa ser 
reconduzido ao cargo que ocupava anteriormente (o cargo está/será colocado 
em disponibilidade até posterior aproveitamento (CF/88, art. 41, § 2º). 
O servidor em disponibilidade contribuirá para o regime próprio de 
previdência do serviço público federal e o tempo de contribuição, correspondente 
ao período em que permanecer em disponibilidade, será contado para efeito de 
aposentadoria e nova disponibilidade. 
O prazo para o servidor aproveitado entrar em exercício em outra sede 
é de, no mínimo, 10 dias, e, no máximo, 30 dias, contados a partir da data de 
publicação do ato de aproveitamento, incluindo, nesse período, o tempo 
necessário para o deslocamento para a nova sede. 
Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o 
servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por 
Junta Médica oficial. 
Quando do aproveitamento resultar mudança de sede, o servidor, seu 
cônjuge ou companheiro, seus filhos ou enteados que vivam em sua companhia 
e os menores sob sua guarda com autorização judicial, se estudantes, têm 
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula 
em instituição de ensino congênere, em qualquer época, 
independentemente de vaga. 
Nos casos em que a mudança de sede obrigar o servidor a mudar de 
domicílio em caráter permanente, ser-lhe-á devida ajuda de custo para 
compensar as despesas de instalação, vedado o duplo pagamento de 
indenização, no caso do cônjuge ou companheiro que detenha a condição de 
servidor. 
 
4.4. Estágio probatório 
Depois de ter sido nomeado para ocupar cargo público de provimento 
efetivo, o candidato aprovado em concurso público irá tomar posse e entrar em 
exercício. Na sequência, o agora servidor será submetido ao famoso estágio 
probatório. 
O estágio probatório pode ser definido como um processo de avaliação de 
desempenho de servidor nomeado para cargo de provimento efetivo, seja em 
relação à sua aptidão e capacidade para exercício do cargo ocupado, seja em 
relação ao seu relacionamento profissional com os demais servidores. 
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A avaliação do Estágio Probatório ocorrerá durante o interstício de trinta e 
seis meses (esse é o entendimento que deve prevalecer para as provas de 
concurso), período no qual a sua aptidão e capacidade serão objetos de 
avaliações periódicas, observando-se os seguintes fatores: 
a) Assiduidade: avalia-se a frequência diária ao trabalho; 
b) Disciplina: avalia-se o comportamento do servidor quanto aos 
aspectos de observância aos regulamentos e à orientação da chefia; 
c) Capacidade de iniciativa: avalia-se a capacidade do servidor em 
tomar providências por conta própria dentro de sua competência; 
d) Produtividade: avalia-se o rendimento compatível com as condições 
de trabalho produzido pelo servidor e o atendimento aos prazos estabelecidos; 
e) Responsabilidade: avalia-se como o servidor assume as tarefas que 
lhe são propostas, dentro dos prazos e das condições estabelecidas, a conduta 
moral e a ética profissional. 
Nos termos da Lei 8.112/90, quatro meses antes de findo o período do 
estágio probatório, o resultado da avaliação do desempenho do servidor, 
realizada por comissão constituída para essa finalidade, deve ser 
submetido à homologação da autoridade competente. 
ATENÇÃO: Certamente, um dos pontos mais “nebulosos” da Lei 
8.112/1990 refere-se aoprazo do estágio probatório, que tem sido alvo de 
frequentes debates e decisões judiciais conflitantes. Para tentar explicar um 
pouco mais as controvérsias que envolvem o prazo do estágio probatório, 
apresentarei um breve resumo sobre o tema. 
Primeiramente, é importante esclarecer que o texto originário da 
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 41, estabelecia que a estabilidade 
era adquirida após dois anos de efetivo exercício. 
Apesar de o artigo 41 da CF/88 estabelecer originariamente o prazo de 02 
(dois) anos para a aquisição da estabilidade, destaca-se que, em nenhum 
momento, o texto constitucional fez qualquer referência sobre a necessidade de 
aprovação em estágio probatório, instituto que ainda não era adotado 
eficientemente no âmbito da Administração Pública brasileira. 
Somente em 11 de dezembro de 1990, com a publicação da Lei 8.112, o 
estágio probatório ganhou destaque no âmbito da Administração Pública Federal 
e passou a ser obrigatório. 
O artigo 20 da Lei 8.112/90 estabelece expressamente que, “ao entrar em 
exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a 
estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a 
sua aptidão e a sua capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do 
cargo”. 
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Confrontando-se o artigo 20 da Lei 8.112/90 com o texto original do 
artigo 41 da CF/88, era possível concluir que o prazo do estágio probatório 
correspondia ao mesmo prazo necessário para a aquisição da estabilidade: que 
era de 02 anos. 
Todavia, em 1998 foi promulgada a Emenda Constitucional nº19, que 
efetuou uma alteração no texto do artigo 41 da CF/88, estabelecendo que, a 
partir de então, o prazo necessário para a aquisição da estabilidade seria de 03 
(três) anos de efetivo exercício. 
No § 4º do mesmo artigo 41 da CF/88, a Emenda Constitucional 
estabeleceu ainda que, “como condição para a aquisição da estabilidade, é 
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para 
essa finalidade”. 
Observe-se que apesar de estabelecer a necessidade de submissão do 
servidor a uma avaliação especial de desempenho (estágio probatório), a 
Emenda Constitucional nº. 19 não estabeleceu o prazo de duração dessa 
avaliação, deixando essa definição a cargo do legislador. 
Realizando uma interpretação sistemática das regras previstas no artigo 
41 da CF/88, muitos doutrinadores passaram a defender a idéia de que o prazo 
da avaliação especial de desempenho (estágio probatório) deveria ser o mesmo 
prazo necessário para a aquisição da estabilidade, isto é, 03 (três) anos. 
Muitos juristas passaram a afirmar que o artigo 20 da Lei 8.112/90 teria sido 
revogado tacitamente, já que o seu conteúdo era contrário ao texto 
constitucional. 
Entretanto, uma outra corrente passou a defender a idéia de que a 
Constituição Federal não havia se referido ao prazo de duração do estágio 
probatório. Assim, caberia à lei defini-lo expressamente. 
Nesses termos, passou-se a defender que o artigo 20 da Lei 8.112/90 não 
teria sido revogado tacitamente, permanecendo então o prazo de 24 (vinte e 
quatro) meses, na esfera federal, para o estágio probatório. 
Como se não bastasse toda essa discussão, a Advocacia Geral da União, 
através do Parecer nº. AGU/MC-01/2004, estabeleceu que, no âmbito do 
Poder Executivo Federal, o prazo do estágio probatório deveria ser de 03 
(três) anos, vejamos: 
[...] 14. Ao estender a aquisição da estabilidade para três anos, a lei 
constitucional certamente pretendeu do mesmo modo dilatar o período de prova 
(estágio probatório) e as eventuais decorrências sempre objetadas (falta de lei e 
aumento da restrição sem autorização legal, v.g. no Parecer AGU/MP 04/02) não 
ficam ao desabrigo de bom fundamento jurídico justo porque, se há conexão 
sistemática entre estabilidade e provação, as exigências legais desta 
subordinam-se logicamente (e com autorização constitucional sistemática) ao 
regime de aquisição da estabilidade. 
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15. Resumindo, a alteração do prazo de aquisição da estabilidade no serviço 
público, de dois para três anos (art. 41, Constituição Federal com redação da 
Emenda Constitucional nº. 19, de 1998) importa na dilatação do período de prova 
(estágio probatório) ou confirmação também para três anos, constatação que de 
resto se confirma pela interpretação dos demais preceitos do § 1º do art. 41 da 
Constituição Federal que referem avaliação periódica e especial para aquisição da 
estabilidade, requisitos que são também exigências do estágio consoante o art. 
20 da Lei nº. 8.112, de 1990, e art. 22 da Lei Complementar nº. 73, de 1993. 
16. Ante o exposto, penso que se deve reconhecer a exata legalidade da Portaria 
nº. 342/AGU, de 07 de julho de 2003, e firmar o entendimento, válido para toda 
a Administração Pública Federal Direta, de que o estágio probatório ou 
confirmatório do art. 20 da Lei nº. 8.112, de 1990, por força da superveniência da 
nova redação do art. 41 da Constituição Federal, passou a 03 anos desde 5 de 
junho de 1998 (data da Emenda Constitucional nº. 19, de 1998). 
É importante esclarecer que os pareceres da Advocacia-Geral da União, 
submetidos à aprovação do Presidente da República, possuem força 
vinculante e obrigatória no âmbito de todo o Poder Executivo Federal, nos 
termos da Lei Complementar 73/93. 
Apesar de o Poder Executivo Federal ter adotado, após o Parecer nº. 
AGU/MC-01/2004, o prazo do estágio probatório de 03 (três) anos, vários 
órgãos do Poder Legislativo e Judiciário continuaram adotando o prazo de 02 
(dois) anos. 
Assim, se você fosse aprovado em um concurso público para o MDIC ou 
Receita Federal, por exemplo, seria submetido a um estágio probatório pelo 
período de 03 (três) anos. Entretanto, caso fosse aprovado em um concurso 
público para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Regional Federal, o prazo 
do estágio probatório seria de 02 (dois) anos. 
Absurdo, né? Acontece que a confusão ficou ainda maior quando o Superior 
Tribunal de Justiça, no julgamento do Mandado de Segurança 9373/DF, de 
relatoria da Ministra Laurita Vaz, decidiu que estágio probatório e estabilidade 
seriam institutos diferentes. Desse modo, o prazo do estágio probatório na esfera 
federal deveria ser aquele previsto no artigo 20 da Lei 8.112/90, isto é, 02 
(dois) anos. 
"MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDORES PÚBLICOS. ESTÁGIO PROBATÓRIO. 
ART. 20 DA LEI Nº. 8.112/90. ESTABILIDADE. INSTITUTOS DISTINTOS. ORDEM 
CONCEDIDA. 
1. Durante o período de 24 (vinte e quatro) meses do estágio probatório, o servidor será 
observado pela Administração com a finalidade de apurar sua aptidão para o exercício de 
um cargo determinado, mediante a verificação de específicos requisitos legais.2. A 
estabilidade é o direito de permanência no serviço público outorgado ao servidor que 
tenha transposto o estágio probatório. Ao término de três anos de efetivo exercício, o 
servidor será avaliado por uma comissão especial constituída para esta finalidade. 
3. O prazo de aquisição de estabilidade no serviço público não resta vinculado ao prazo de 
estágio probatório. Os institutos são distintos. Interpretação dos arts. 41, § 4º da 
Constituição Federal e 20 da Lei nº. 8.112/90. 
4. Ordemconcedida. (MS 9373/DF, Ministra LAURITA VAZ, STJ, S3 - TERCEIRA 
SEÇÃO, 25/08/2004)" 
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 Mesmo com a decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça, o Poder 
Executivo Federal continuou submetendo os seus servidores ao estágio 
probatório de 03 (três) anos, sempre com fundamento no Parecer 
AGU/MC-01/2004. 
 Em 14 de maio de 2008, com o objetivo de sanar de uma vez por todas 
essa confusão, o Presidente da República editou a Medida Provisória 441/08, 
que, além de disciplinar sobre diversas matérias, alterou o prazo do estágio 
probatório, previsto no artigo 20 da Lei 8.112/90, para 03 (três) anos. 
 Agora parecia que tudo estava resolvido, pois o próprio texto da lei 
8.112/90 havia sido alterado para 03 (três) anos, não restando, portanto, 
qualquer discussão. 
 Acontece que, por incrível que pareça, o Congresso Nacional, ao analisar o 
texto da Medida Provisória 441/08, rejeitou o artigo que alterava o prazo do 
estágio probatório para 03 (três) anos. 
Como consequência, a discussão voltou para a “estaca zero” e o 
posicionamento majoritário era o de que deveria prevalecer então o 
entendimento do Superior Tribunal de Justiça, que fixava o estágio 
probatório em 02 (dois) anos, nos termos do artigo 20 da Lei 8.112/90. 
 Entretanto, apesar de tudo o que foi dito, o Superior Tribunal de Justiça, 
em decisão proferida em 25 de abril de 2009, mudou o seu entendimento 
anterior, passando a afirmar que o prazo do estágio probatório deve ser o mesmo 
prazo necessário para a aquisição da estabilidade: 03 (três) anos. 
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. ESTABILIDADE. ART. 41 
DA CF. EC Nº. 19/98. PRAZO. ALTERAÇÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. 
OBSERVÂNCIA. 
I - Estágio probatório é o período compreendido entre a nomeação e a aquisição de 
estabilidade no serviço público, no qual são avaliadas a aptidão, a eficiência e a 
capacidade do servidor para o efetivo exercício do cargo respectivo. 
II – Com efeito, o prazo do estágio probatório dos servidores públicos deve observar a 
alteração promovida pela Emenda Constitucional nº. 19/98 no art. 41 da Constituição 
Federal, no tocante ao aumento do lapso temporal para a aquisição da estabilidade no 
serviço público para 03 (três) anos, visto que, apesar de institutos jurídicos distintos, 
encontram-se pragmaticamente ligados. 
III - Destaque para a redação do artigo 28 da Emenda Constitucional nº. 19/98, que vem 
a confirmar o raciocínio de que a alteração do prazo para a aquisição da estabilidade 
repercutiu no prazo do estágio probatório, senão seria de todo desnecessária a menção 
aos atuais servidores em estágio probatório; bastaria, então, que se determinasse a 
aplicação do prazo de 03 (três) anos aos novos servidores, sem qualquer explicitação, 
caso não houvesse conexão entre os institutos da estabilidade e do estágio probatório. 
PROCURADOR FEDERAL. PROMOÇÃO E PROGRESSÃO NA CARREIRA. PORTARIA PGF 
468/2005. REQUISITO. CONCLUSÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. DIREITO LÍQUIDO E 
CERTO. INEXISTÊNCIA. 
IV – Desatendido o requisito temporal de conclusão do estágio probatório, eis que não 
verificado o interstício de 03 (três) anos de efetivo exercício da impetrante no cargo de 
Procurador Federal, inexiste direito líquido e certo de figurar nas listas de promoção e 
progressão funcional, regulamentadas pela Portaria PGF nº. 468/2005. (MANDADO DE 
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SEGURANÇA Nº. 12.523 – DF - 2006/0284250-6 / RELATOR: MINISTRO FELIX 
FISCHER) 
Parece até piada, né?! 
 
Independentemente do prazo do estágio probatório, certo é que o servidor 
que não demonstrar aproveitamento suficiente e satisfatório no exercício das 
atribuições do cargo deverá ser exonerado, consequência do princípio 
constitucional da eficiência. 
A exoneração não poderá ocorrer de forma automática, pois deverá ser 
assegurado ao servidor o direito constitucional do contraditório e da ampla 
defesa, através da instauração de um processo administrativo. 
Essa necessidade, inclusive, já foi sumulada pelo Supremo Tribunal 
Federal: 
Súmula 20 - É necessário processo administrativo com ampla defesa, 
para demissão de funcionário admitido por concurso. 
Súmula 21 - Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado 
nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de 
sua capacidade. 
 
No concurso público para o cargo de Analista Judiciário do TRT da 
1ª Região, realizado em 2013, a FCC considerou correta a seguinte 
assertiva: “Durante estágio probatório, determinado servidor que acabou de 
entrar no serviço público, praticou atos incompatíveis com a assiduidade e 
disciplina esperados. Em consequência, nos termos da legislação vigente, ele não 
deve ser confirmado no cargo e, dessa forma, será exonerado”. 
 Durante o período de estágio probatório, o servidor poderá exercer 
quaisquer cargos de provimento em comissão ou função de direção, chefia ou 
assessoramento na entidade ou órgão a que pertencer. Contudo, somente 
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de natureza 
especial, cargos de provimento em comissão do grupo-direção e assessoramento 
superiores (DAS) de níveis 6, 5 e 4 (ou equivalentes). 
 O estágio probatório ficará suspenso nas situações abaixo, sendo retomado 
a partir do término dos impedimentos: 
a) licença por motivo de doença em pessoa da família; 
b) licença por motivo de afastamento do cônjuge, por prazo indeterminado 
e sem remuneração; 
c) licença para atividade política; 
d) afastamento para missão no exterior para servir em organismo 
internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere, com a perda 
total da remuneração. 
 
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Pergunta: Professor, durante o estágio probatório, o servidor poderá 
gozar de alguma licença ou afastamento? 
Sim. As licenças e afastamentos relacionados abaixo poderão ser gozados 
mesmos durante o período do estágio probatório: 
a) licença por motivo de doença em pessoa da família; 
b) licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; 
c) licença para o serviço militar; 
d) licença para atividade política; 
e) afastamento para o exercício de mandato eletivo; 
f) afastamento para estudo ou missão no exterior. 
g) afastamento para participar de curso de formação decorrente de 
aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal. 
 
4.5. Estabilidade 
 A estabilidade pode ser entendida como a garantia de permanência no 
serviço público do servidor aprovado em concurso público e nomeado para o 
exercício de cargo de provimento efetivo. 
A estabilidade tem por objetivo proteger o servidor contra perseguições 
políticas, pressões externas ou quaisquer condutas que possam influenciar 
negativamente em sua imparcialidade e no exercício das funções. 
Nos termos do artigo 41 da CF/88 “são estáveis após três anos de efetivo 
exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em 
virtude de concurso

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