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INTRODUÇÃO À POLUIÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL Ciências do Ambiente – 1703103 Turma 01 – Quinta 09:00 às 12:00 Prof. Leonardo Vieira Soares DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO PLANETA • Recurso natural renovável por meio do ciclo hidrológico; • Cobre cerca de 70% da superfície da terra (1.370 milhões de km3): 1.338 106 km3 nos oceanos; 23,4 106 km3 nos aqüíferos; 24,1 106 km3 nas calotas polares; 0,176 106 km3 nos lagos; 0,002 106 km3 nos rios. • Em termos globais, a água disponível é muito superior ao total consumido pela população. POR QUE AINDA EXISTEM PESSOAS SEM ACESSO À ÁGUA? Regiões com déficit hídrico devido à Evaporação ser maior que a Precipitação. Regiões que apresentam os recursos hídricos com elevado estado de degradação, como os grandes centros urbanos. w w w .c es an .c o m .b r ≈ 0,01% DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO BRASIL • O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água: possui cerca de 13% da água doce disponível no mundo. • Possui quatro grandes bacias que cobrem 80% do território nacional: Amazônica (Rio Amazonas), Tocantins (Rios Araguaia e Tocantins), Platina (Rios Paraná, Paraguai e Uruguai) e a bacia do Rio São Francisco. Rio Amazonas DISTRIBUIÇÃO REGIONAL E A QUALIDADE DA ÁGUA? • Deve conter substâncias essenciais à vida (sais minerais); • E estar ausente de substâncias que causam efeitos deletérios aos organismos que compõem a cadeia alimentar; • A alteração da qualidade da água agrava o problema de escassez, bem como o tipo de uso ao qual foi destinada. QUALIDADE DA ÁGUA – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS • Nas condições normais de temperatura e pressão, apresenta-se no estado líquido. • Possui densidade relativamente elevada, permitindo uma interface bem definida entre o meio aquático e o atmosférico. • No estado sólido (gelo), a densidade é menor que a água líquida, fundamental para ambientes aquáticos. Isso possibilita a flutuação do gelo e a manutenção de vida abaixo da camada congelada. Fonte: Mierzwa. QUALIDADE DA ÁGUA – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS • Calor específico: absorve muito calor sem se aquecer em demasia (menor variação de temperatura), contribuindo para amenizar o clima na Terra. • A tensão superficial permite a vida próximo à superfície pela troca constante de oxigênio entre os meios aquáticos e atmosféricos. • Outras características físicas são: viscosidade, cor real e cor aparente, turbidez e temperatura, que tem influência direta sobre as demais. QUALIDADE DA ÁGUA – CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS • A água é capaz de dissolver um grande número de substâncias orgânicas e inorgânicas nos estados sólidos, líquidos ou gasosos, muitas delas essenciais para a sobrevivência dos organismos aquáticos. Por isso, ela é conhecida como solvente universal. • A presença de gases dissolvido na água, como oxigênio e gás carbônico, permite a ocorrência da fotossíntese e da respiração aeróbia nesse meio. • Ao mesmo tempo que a água permite a manutenção da vida, ela também possibilita a solubilização de uma série de elementos e substâncias químicas tóxicas ou prejudiciais aos seres vivos. Fonte: Mierzwa OXIGÊNIO DISSOLVIDO QUALIDADE DA ÁGUA – CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS • Caso existam condições físicas e químicas adequadas, a água poderá dar suporte a uma grande variedade de organismos vivos, surge uma cadeia alimentar; • Os organismos aquáticos podem pertencer a um dos seguintes grupos: Vírus, bactérias, fungos, algas, macrófitas, protozoários, rotíferos, crustáceos, vermes, moluscos, peixes, répteis, mamíferos etc. • Os organismos aquáticos são de grande importância, pelas seguintes razões: Podem servir de alimento para o Homem (+); Atuam nos processos de recuperação da qualidade da água (+); Podem ser prejudiciais à saúde humana (-). INDICADORES DE QUALIDADE DA ÁGUA • Para caracterizar uma água, são determinados diversos parâmetros, os quais representam as suas características físicas, químicas e biológicas. Físicos Cor, Turbidez, Temperatura, Sabor e Odor. Químicos pH, Alcalinidade e Dureza, Cloretos, Ferro e Manganês, Nitrogênio, Fósforo, Fluoretos, Oxigênio Dissolvido, Matéria orgânica (DBO e DQO), Metais Pesados e Componentes Orgânicos. Biológicos Coliformes e Algas. Esses parâmetros são indicadores da qualidade da água e constituem impurezas quando seus valores são superiores aos estabelecidos para determinado uso. ÁGUA PARA O DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES HUMANAS • Abastecimento humano; • Abastecimento industrial; • Irrigação; • Dessedentação de animais; • Recreação; • Harmonia paisagística; • Geração de energia elétrica; • Conservação da flora e fauna; • Navegação; • Pesca; • Diluição, assimilação e afastamento de despejos. Consuntivos (envolve perdas de água) Não Consuntivos (não envolve perdas de água) OS PROCESSOS DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS • A poluição das águas é resultado da associação entre os seguintes fatores e causas: Usos múltiplos; Capacidade de dissolver as substâncias com as quais entra em contato; Alto grau de urbanização aliado à falta de saneamento básico; Desenvolvimento das indústrias e do lançamento de seus despejos complexos; Necessidade de uma maior produção agrícola que leva ao uso de pesticidas e fertilizantes sintéticos; Ausência ou ineficácia de sistemas de tratamento de esgotos e efluentes; Lançamento indevido ou deliberado de poluentes nos corpos d’água. POLUIÇÃO HÍDRICA “É qualquer alteração nas características físicas, químicas e/ou biológicas das águas, que possa constituir prejuízo à saúde, à segurança e ao bem estar da população e, ainda, possa comprometer a fauna ictiológica e a utilização das águas para fins recreativos, comerciais, industriais e de geração de energia” (CONAMA). Esgotos Domésticos; Resíduos líquidos Industriais; Águas pluviais (lavagem urbana). Resíduos líquidos da agroindústria; Pesticidas; Fertilizantes; Precipitação de Poluentes atmosféricos sobre o solo ou as águas. Poluente Origem Efeito Indicadores Matéria Orgânica Esgotos domésticos, alguns efluentes industriais (Alimentos, papel e têxtil), chorume etc. • Redução de oxigênio dissolvido (decomposição aeróbia). • Maus odores (decomposição anaeróbia). DBO, DQO e COT. Óleos Vazamento de tanques de estocagem, efluentes de lava-jatos e oficinas. • Impede a absorção do oxigênio; • É tóxico para animais e plantas. Óleos e Graxas. Sólidos Esgotos domésticos e alguns efluentes industriais, lixo e mineração. • Assoreamento dos recurso hídricos; • Aumento da turbidez (impede a penetração da luz). Sólidos sedimentáveis, em suspensão e dissolvidos, e turbidez. Temperatura Águas de resfriamento de indústrias e algumas tipos de resíduos industriais. • Aumento da atividade química e biológica; • Redução dos níveis de oxigênio dissolvido; • Diminuição da viscosidade da água. Temperatura PRINCIPAIS POLUENTES HÍDRICOS Poluente Origem Efeito Indicadores Nutrientes (Nitrogênio e Fósforo) Esgotos domésticos, esgotos industriais, fertilizantes, detergentes fosfatados. • Causa o crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas que contribuem para a eutrofização de rios e lagos. Amônia (NH3 ou NH4 +), nitrito (NO2 -), nitrato (NO3 -) e fosfatos (PO4 - ). Microrganismos Patogênicos Esgotos domésticos e hospitalar. • Bactérias, vírus, fungos, protozoários e helmintos patogênicos causadores de doenças aos homens e animais. Coliformes. Ácidos e Álcalis Despejos industriais, chuvas ácidas, escoamento em solos ácidos e alcalinos. • Interfere na atividade química e biológica; • Tóxico para a vida aquática. pH (potencial hidrogeniônico). Metais Agrotóxicos, despejos industriais, chorume, garimpo emineração. • Tóxico ao homem; • Reduzem a capacidade de autodepuração das águas; e • Biomagnificação. Metais PRINCIPAIS POLUENTES HÍDRICOS PRINCIPAIS FORMAS DE POLUIÇÃO HÍDRICA POLUIÇÃO SEDIMENTAR • Acúmulo de partículas em suspensão, principalmente solos e produtos químicos insolúveis. Qual a origem? O que causam? Extração mineral Desmatamentos Erosões Interferem na fotossíntese e na capacidade dos animais encontrarem alimentos Extração mineral Esgotos e efluentes Adsorvem e concentram os poluentes biológicos e os poluentes químicos Partículas do solo Produtos químicos insolúveis Fonte: Notas de Aula Professora Márcia Maria Rios Ribeiro - UFCG. Erosão e assoreamento dos corpos d’águas. POLUIÇÃO SEDIMENTAR • Presença de microrganismos patogênicos, especialmente na água potável: 4 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável tratada; 2,9 bilhões de pessoas vivem em áreas sem coleta ou tratamento de esgoto. Fonte: Notas de Aula Professora Márcia Maria Rios Ribeiro - UFCG. Controle simples Apesar disso 250 milhões de casos de doenças (cólera, febre tifóide, diarréia, hepatite A) são transmitidas pela água por ano 10 milhões desses casos resultam em mortes (50% são crianças) Adição de NaClO Ou Ca(OH)2 Fervura da água POLUIÇÃO BACTERIANA FALTA DE SANEAMENTO • De acordo com o IBGE, um quarto da população do Brasil não conta com água potável e quase metade não têm serviço de esgoto; • Apenas 6% dos esgotos são tratados no Brasil. Mais de 90% são lançados nos rios, nos solos e nos mares; • A falta de água potável e de saneamento é causa de 80% das doenças e 65% das internações hospitalares no Brasil, implicando gastos de US$ 2,5 bilhões, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). POLUIÇÃO TÉRMICA • Descarte de grandes quantidades de água com elevada temperatura em rios, lagos e oceanos. • Consequências nocivas ao meio aquático: 1. Diminui do tempo de vida de algumas espécies aquáticas; 2. Diminui a quantidade de oxigênio dissolvido e aumenta a quantidade de gás carbônico; 3. Aumenta a velocidade das reações entre os poluentes presentes na água; 4. Altera os ciclos de reprodução; 5. Potencializa a ação nociva dos poluentes. Fonte: Notas de Aula Professora Márcia Maria Rios Ribeiro - UFCG. POLUIÇÃO POR DESPEJO DE SUBSTÂNCIAS • Substâncias tóxicas cuja presença na água não é fácil de identificar nem de remover; • Em geral os efeitos são cumulativos e podem levar anos para serem sentidos; • Os poluentes mais comuns das águas são: Fertilizantes agrícolas; Esgotos doméstico e industrial; Compostos orgânicos sintéticos; Plásticos; Petróleo; Metais pesados. Poluição pelo uso de fertilizantes. Fonte: http://www.sapo.salvador.ba.gov.br Poluição pelo uso surfatantes. Lançamento de esgotos domésticos e Industriais POLUIÇÃO POR DESPEJO DE SUBSTÂNCIAS POLUIÇÃO POR PLÁSTICOS Alta produção Longo tempo para degradação Causam a morte de animais por sufocamento Alta velocidade de uso e descarte POLUIÇÃO POR PETRÓLEO Grandes acidentes Vazamentos em poços de petróleo, superpetroleiros, rompimentos de dutos. • Exxon Valdez: 42 milhões de litros • Kuwait: 200.000 t no Golfo Pérsico • Rio Barigüi: 4 milhões de litros • Baia de Guanabara: 1,3 milhão de litros 5% dos danos Pequenos acidentes Vazamentos de óleo de motor de barcos e de carros • Somente no Canadá: 300 milhões de litros/ano 95% dos danos Fonte: Notas de Aula Professora Márcia Maria Rios Ribeiro - UFCG. POLUIÇÃO POR PETRÓLEO Fonte: Notas de Aula Professora Márcia Maria Rios Ribeiro - UFCG. • O petróleo vaza e se espalha no mar ou no rio; • A mancha recobre a superfície das águas; • Sem a luz do sol as algas param de fazer fotossíntese. • A quantidade de oxigênio diminui e outras espécies acabam morrendo; • Os peixes da superfície morrem por intoxicação e falta de Oxigênio; • Peixes que vivem no fundo e se alimentam de resíduos, morrem envenenados. POLUIÇÃO POR PETRÓLEO Fonte: Notas de Aula Professora Márcia Maria Rios Ribeiro - UFCG. • As aves marinhas ficam com o corpo impregnado de óleo; • Deixam de reter o ar entre as penas e morrem afogadas ao mergulhar; • O óleo penetra no bulbo causando intoxicação; • Mesmo as aves tratadas acabam morrendo. POLUIÇÃO POR PETRÓLEO Fonte: Notas de Aula Professora Márcia Maria Rios Ribeiro - UFCG. • Com o ecossistema comprometido milhares de pessoas ficam sem trabalho; • Famílias de pescadores perdem sua fonte de sustento; • O comércio local acaba falindo com o fim do turismo na região. POLUIÇÃO POR PETRÓLEO Fonte: Notas de Aula Professora Márcia Maria Rios Ribeiro - UFCG. POLUIÇÃO POR METAIS PESADOS Cu, Zn, Pb, Cd, Hg, Ni e Sn Bioacumulação Mineração (garimpo) Pilhas e baterias Rios e mares Aterro sanitário Os oceanos recebem por ano 400.000 t de metais pesados (80.000 t só de mercúrio) Contaminação de águas subterrâneas, córregos e riachos Fonte: Notas de Aula Professora Márcia Maria Rios Ribeiro - UFCG. • Poluição resultante do lançamento de esgotos domésticos e industriais ricos em matéria orgânica. • Forma de poluição hídrica mais presente e visível no dia a dia dos brasileiros que habitam grandes cidades. POLUIÇÃO ORGÂNICA Rio Tietê – São Paulo (SP). www.g1.globo.com Rio Jaguaribe – João Pessoa (PB). www.db.com.br • Caracterizada pela carência de Sistemas de Esgotamento Sanitário (coleta, transporte, tratamento e disposição adequada de esgoto sanitário). Palafitas sobre o rio Capibaribe. Recife – PE. Foto: Eraldo Peres – Assiciated Press. BRASIL 42% Coleta de Esgoto* 32,5% Tratamento de Esgoto** * População atendida com coleta de esgotos/População abastecida com água potável; ** Volume de esgoto tratado/Volume de água consumida. Fonte: SNIS (2009). POLUIÇÃO ORGÂNICA Índice de Atendimento de Esgoto - Brasil PARAÍBA 27% Coleta de Esgoto 32,7% Tratamento de Esgoto Há muito o que fazer na área de Saneamento! • A matéria orgânica (mistura heterogenia constituída principalmente de proteínas, carboidratos e lipídios), naturalmente presente nos esgotos, é “consumida” por protozoários, fungos e, principalmente, por bactérias, o que provoca modificações nas características do corpo hídrico. “Meio aquático rico em oxigênio dissolvido e com matéria orgânica pouco abundante (característica natural.” Decomposição AERÓBIA Consumo de oxigênio e formação de gás carbônico, água e nitrato. “Meio aquático com oxigênio dissolvido insuficiente (baixas concentrações).” Decomposição ANAERÓBIA formação de gás carbônico, metano, amônia, ácidos graxos, mercaptanas, fenóis e gás sulfídrico. POLUIÇÃO ORGÂNICA Decomposição A E R Ó B I A Decomposição A N A E R Ó B I A “A existência de um ou outro processo dependerá das condições do meio, da quantidade de esgotos lançados, do volume do corpo receptor, da rapidez de oxigenação da água (fotossíntese e trocas gasosas com o meio atmosférico) e da temperatura da água.” † MORTE DO CORPO D’ÁGUA Quantidade de esgotos lançada >>>> volume do corpo receptor e capacidade de oxigenação Proliferação de bactérias e aumento do consumo de oxigênio até níveis próximos de zero. POLUIÇÃO ORGÂNICA ESTIMATIVA DA POLUIÇÃO ORGÂNICA • Estimativa da poluição DBO e DQO. DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO): • Corresponde a quantidade de oxigênio necessária para que bactérias oxidem a matéria orgânica biodegradável (MO + O2 → H2O + CO2 + Energia↑). • DBO padrão: consumo de OD até o 5º dia mantendo-se T = 20 oC (DBO5 20). 0 7,8 0 2 4 6 8 10 12 0 5 10 15 20 25 30 DB O -C on su m o d e O D (m g/ L) Tempo (dias) Dia 0 OD = 9,8 mg/l Dia 5 OD = 2,0 mg/l DBO5 20 = 9,8 – 2,0 = 7,8 mg/l DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO): • Corresponde ao consumo deoxigênio ocorrido durante a oxidação química da matéria orgânica biodegradável ou não biodegradável. • Não há atuação de microrganismos e sim de um forte oxidante químico (dicromato de potássio) em meio ácido. • A relação DQO/DBO5 20 indica a biodegradabilidade dos despejos líquidos, possibilitando conclusões sobre o tipo de tratamento (depurar, “limpar”) a ser utilizado antes de seu lançamento no curso d’água. DQO/DBO5 20 fração biodegradável é elevada. provável indicação para tratamento biológico (via microrganismos decompositores). Elevada Baixa a fração inerte (não biodegradável) é elevada. indicação para tratamento biológico ou químico dependendo da característica do material não biodegradável. ESTIMATIVA DA POLUIÇÃO ORGÂNICA CARGA POLUIDORA: • DBO5 20 → dá uma idéia do grau de poluição; • Avaliação da poluição → necessidade de correlacionar esse indicador com a quantidade de despejos; • Representa a quantidade de oxigênio que vai ser requerida do corpo d’água na unidade de tempo; • CP = Concentração de DBO5 20 x Vazão do Despejo • O resultado indica superávit ou déficit de oxigênio dissolvido. • Exemplo: Qual a carga poluidora de uma indústria que lança seus efluentes com uma vazão de 1.000 m3/dia e DBO5 20 de 500 mg/L? CP = Q x DBO = 1.000 x 500 x (0,001) = 500 kg/dia de DBO. ESTIMATIVA DA POLUIÇÃO ORGÂNICA Exemplo: Determinar o balanço de oxigênio no rio abaixo após o lançamento dos efluentes de uma indústria de curtume. Rio ZONA DE MISTURA TRECHO A MONTANTE DO LANÇAMENTO TRECHO A JUSANTE DO LANÇAMENTO Qrio = 15.000 l/d e ODrio = 8,0 mg/l QI = 300 l/dia e DBO5 20 = 300 mg/l EQUIVALENTE POPULACIONAL (EP): • Poluição orgânica f (quantidade média de detritos produzidos diariamente por uma pessoa); • EP corresponde à carga poluidora ou carga de DBO5 20 produzida por uma pessoa diariamente (54 g DBO5 20/hab.dia); • Para despejos indústrias, o equivalente populacional varia de acordo com o tipo de indústria. Exemplo: uma indústria de curtume produz 30 ton de pele por dia, qual o seu equivalente populacional? 1 ton/dia 2.500 hab. Produção 30 ton/dia EPI= 30 x 2.500 = 75.000 hab CPI = (75.000 * 54)/1.000g/kg CPI = 4.050 kg DBO/dia Indústria Quant./dia EP (hab) Cerveja 1000 litros de cerv. 1.500 Curtume 1 ton de peles 2.500 Matadouro 1 ton de bovino 300 Celulose 1 ton de celulose 5.000 Álcool 65 litros de álcool 400 Granja de Aves 10 aves abatidas 2 Laticínios 1.000 litros de leite 200 Lavanderia 1 ton de roupas 700 ESTIMATIVA DA POLUIÇÃO ORGÂNICA AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS • “Todo corpo d’água tem condições de receber e depurar, através de mecanismos naturais, uma quantidade específica de matéria orgânica.” • Vários são os fenômenos que contribuem para autodepuração de um corpo d’água: • Fenômenos Físicos: diluição, turbulência da água, sedimentação, temperatura, luz solar; • Fenômenos químicos: reações de oxidação e redução; • Fenômenos biológicos: predatismo, aglutinação, produção de antibióticos e toxinas. • O processo de autodepuração passa por uma série de etapas sucessivas, quer no espaço quer no tempo, permitindo dividir o rio poluído em zonas de autodepuração, onde devem ser observadas, principalmente, as evoluções do teor de oxigênio dissolvido e da concentração de DBO. ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS Processo de Autodepuração. Fonte: Braga et al. (2005). ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS Zona de Degradação: • Início ponto de lançamento dos despejos; • Água turva (cor acinzentada); • Precipitação de partículas lodo no leito do corpo d’água; • Proliferação de bactérias (consumo de matéria orgânica); • Redução da concentração de oxigênio dissolvido; • Limite da 1ª zona concentração de oxigênio atinge 40% da concentração inicial; • Não há odor; • Presença de oxigênio não permita a decomposição anaeróbia. ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS Zona de Decomposição Ativa: • Início oxigênio atinge valores inferiores a 40% da concentração de saturação; • Água cor cinza-escura, quase negra; • Bancos de lodos no fundo em ativa decomposição anaeróbia; • Desprendimento de gases mal cheirosos (amônia, gás sulfídrico etc); • Oxigênio dissolvido pode zerar ou “ficar negativo”; • Biota aeróbia é substituída por outra anaeróbia; • Ambiente fétido e escuro; • Oxigênio passa a ser reposto ar atmosférico ou fotossíntese; • População de bactérias decresce; • Água começa a ficar mais clara (ainda impróprio p/ os peixes); • Fim da 2ª zona oxigênio eleva-se a 40% da conc. de saturação. ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS Zona de Recuperação: • Início 40% de oxigênio de saturação; • Término água saturada de oxigênio; • Água mais clara e límpida; • Proliferação de algas que reoxigenam o meio; • Amônia oxidada a nitritos e nitratos (+ fosfatos fertilizam o meio, favorecendo a proliferação de algas); • Cor esverdeada intensa (alimento p/ crustáceos, larvas de insetos, vermes etc, que servem de alimentos p/ os peixes); • Diversificação da biocenose. ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS Zona de Águas Limpas: • Água características diferentes das águas poluídas; • Água encontra-se “eutrófica”; • Não é limpa, devido a presença das algas (cor verde); • Água recuperou-se, melhorou suas capacidade de produzir alimento protéico (piorou no quesito de potabilidade); • Péssimo aspecto estético; • Grande assoreamento nas margens; • Invasão de plantas aquáticas indesejáveis. ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS EUTROFICAÇÃO E EUTROFIZAÇÃO • Eutrofização resultante da fertilização das águas pelo escoamento das águas de chuva nos solos, que arrasta nutrientes para os corpos d’água (origem natural); • Eutroficação (Eutrofização Acelerada) resultante da fertilização das águas por despejos orgânicos domésticos ou industriais, despejos de resíduos da agricultura, poluição do ar ou por afogamento da vegetação em represas (processo desencadeado pelo homem); • Ambos os processos caracterizam-se pelo envelhecimento precoce de um corpo d’água, devido a grande quantidade de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo. EUTROFICAÇÃO E EUTROFIZAÇÃO • Causa: lançamento de nutrientes na água, principalmente, nitrogênio e fósforo (oriundos de esgoto doméstico, efluentes industriais e fertilizantes); • Reação em cadeia: crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas em um corpo d’água aumento de oxigênio proliferação de pequenos animais que utiliza as algas como alimentos proliferação de peixes que se alimentam desses pequenos animais; • Quebra do equilíbrio ecológico mais produção de matéria orgânica do que o sistema é capaz de assimilar; • Aumento no número de algas alterações qualitativas surgimento de novas espécies e desaparecimentos de outras; • Estágio final (ecossistema agonizante) pouca profundidade, altos déficits de oxigênio, organismos mortos flutuantes e grande quantidade de colchões de algas. EUTROFICAÇÃO E EUTROFIZAÇÃO Lagos eutrofizados Cristina Palma Moreira • É mais comum em águas paradas (lagos, lagoas represas), por não serem favorecidas pelas conduções de cursos d’água como a velocidade de escoamento e turbidez. • Problemas devido à proliferação excessiva de algas e plantas aquáticas: • Sabor e odor; • Toxicidade; • Turbidez e cor; • Aderência às paredes dos reservatórios e tubulações (lodo); • Prejuízos no tratamento da água; • Prejuízos aos usos – navegação e recreação; • Assoreamento; • Redução gradual do reservatório; • Cobertura da água com diminuição da penetração da luz solar; • Entupimento de canalizações e grades; • Danos à bombas e turbinas hidrelétricas. • Para CORREÇÃO dos efeitos da Eutroficação , necessita-se do uso de TÉCNICAS MODERNASque por sua vez requerem ALTO INVESTIMENTO. EUTROFICAÇÃO E EUTROFIZAÇÃO • CAPÍTULOS 11 de Araújo, Selma Maria de. Introdução às Ciências do Ambiente para Engenharia. Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências e Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil. Apostila. 1997. 168 p. • CAPÍTULO 8 de Braga, B. P. F., Hespanhol, I., Conejo, J. G. L., Mierzwa, J. C., Barros, M. T. L. de, Spencer, M., Porto, M., Nucci, N., Juliano, N., Eiger, S. Introdução à Engenharia Ambiental. 2ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 318 p. • BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução no 357 de 2005. • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 518 de 2004. BIBLIOGRAFIA
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