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UNIDADE II – ELEMENTOS DO ESTADO
CAPÍTULO 2 
A SOBERANIA
1 Conceito de soberania. 2 Formação histórica do Estado moderno (Estado territorial) e do conceito de soberania. 3 Desenvolvimento histórico do Estado moderno (Estado nacional) e do conceito de soberania. 4 Características do poder soberano. 5 Justificativa, titularidade e exercício. 6 Alguns possíveis limites: território, direitos pré-políticos, globalização política e econômica. Referências bibliográficas.
1 Conceito de soberania
O conceito de soberania comporta duas dimensões ou perspectivas de análise: uma interna, e outra externa ou internacional. Internamente, significa que dentro de seu território, o poder estatal não reconhece nenhum outro poder igual a ele; todos os demais poderes sociais lhe são inferiores. Internacionalmente, significa que no âmbito externo o poder soberano reconhece os outros poderes soberanos como formalmente iguais; representa, em curto dizer, o princípio da igualdade formal entre os Estados na sociedade internacional.� 
2 Formação histórica do Estado moderno (Estado territorial) e do conceito de soberania 
O Estado surge vinculado à ideia de soberania – forma específica de organização política da sociedade, que vem a lume juntamente com a Modernidade.
A passagem simbólica da Idade Média à Idade Moderna ocorre em 1453.� Entretanto, por Modernidade não se entende apenas um recorte temporal específico (sentido formal), mas um movimento – inevitavelmente situado no tempo, é certo – que se conduz sob o espírito de um princípio, de uma idéia, que orienta a forma de organização da sociedade, a concepção de natureza, de pessoa, suas formas de expressão, etc. (sentido substantivo).� 
A Modernidade é caracterizada por orientar-se sobretudo pelo princípio ou idéia de razão – e, ainda de individualismo e universalidade. Tem seu prenúncio com o Renascimento e sua consagração com a Ilustração.�
2.1 A filosofia e a ordem política e socioeconômica na Antiguidade e na Idade Média
Durante a Antiguidade e a Idade Média, a organização social derivava da “ordem natural das coisas”, estabelecida pela autoridade de tradições e de leis sagradas eternas.
Na Antiguidade dominava uma perspectiva ontológica cosmocêntrica (paradigma do “ser”).� Tinha como traço marcante a crença de que o “ser”, a verdade, a essência das coisas, está no cosmos e é independente da vontade do homem. As questões fundamentais que o homem se põe são: O que é o ser? Qual é o princípio primeiro de todas as coisas? A atividade humana perante a filosofia e o mundo é de um espanto quanto à beleza, e, num segundo momento, adquire confiança na existência deste mundo independente do homem. A razão é uma razão cosmológica ou imanente e o homem assume uma posição contemplativa diante da realidade que o cerca.
Na Idade Média domina uma perspectiva ontológica teocêntrica (ainda o paradigma do “ser”). Mas assume como traço marcante a abstração divina, de maneira que o “ser”, a verdade, a essência de todas as coisas está em Deus e é independente da vontade do homem. As questões fundamentais que o homem então se põe são: O que é o ser? Como compatibilizar razão e fé? A razão é uma razão teocêntrica ou transcendente, mantendo o homem uma posição contemplativa diante da realidade que o cerca. “Quem crê, compreende. Quem tem fé vai enxergar a luz da razão humana” (S. Tomás de Aquino).
Como consequência disto passa a haver, assim na Antiguidade como na Idade Média (por influencia da física de inspiração aristotélica), uma hierarquização do mundo sensível: o todo (ou forma) tentava sempre aprisionar o que era parte (ou matéria), que resistia; o vínculo que unia indivíduo (animal político) e sua comunidade era, portanto, um vínculo orgânico; o bem comum ou interesse coletivo estava sempre acima do bem individual ou interesse pessoal. A física aristotélica se apresentava como “uma física da constatação”, uma ciência puramente descritiva dessa ordem.�
Com A Cidade de Deus, Santo Agostinho dera impulso a uma decisiva influência do pensamento religioso na vida concreta, o que perduraria por toda a Idade Média: a partir dessa sua obra, cuidava-se não apenas de buscar a salvação pessoal, mas de mais amplamente assegurar a vontade do Criador, detentor da plenitudo potestatis, na ordem temporal.� Nesse período de “trevas”, a rigor não havia Estado: a ordem social, sobretudo na Baixa Idade Média (ou Idade Média Tardia), fora marcada pela existência de uma pluralidade de organizações, uma pluralidade de centros de poder (Igreja, Império, feudos, corporações de ofício, universidades) que, malgrado influenciados pelo pensamento religioso, não deixavam de produzir uma pluralidade de ordens normativas, cada qual se reconhecendo como superior (observada sempre a vontade Deus) para regular um dado contexto, que amiúde se imbricava ou se superpunha a outro.�
Os indivíduos, por outro lado, não tinham nenhuma autonomia. Aliás, sequer eram vistos como pessoas: apresentavam-se totalmente despidos de quaisquer direitos e deveres subjetivos (tinham somente direitos e deveres decorrentes da ordem divina ou da ordem natural das coisas), não sendo mais que coisas, situadas em uma comunidade coletiva no âmbito da qual tinham que cumprir o seu destino, segundo os desígnios de Deus e das várias ordens normativas existentes.
A economia era baseada no sistema agrário dominial (suserania e vassalagem). Os feudos eram em larga medida independentes (alguns tinham até moeda própria). Durante quase todo o período, houve uma “escassez endêmica” de bens e recursos. Somente no período de transição da Idade Média para a Idade Moderna é que o sistema de trocas é incrementado, formando um regime econômico chamado de “pré-capitalista”.
2.2 A filosofia na Modernidade
Uma das manifestações da modernidade se fez sentir justamente no sentido de individualizar o sujeito no âmbito da organização social. Aqui também a física teve importância decisiva. 
Galileo Galilei (1564-1642) inaugurou um novo método de pensamento (pensamento analítico) defendendo a idéia de que mesmo os mais complicados objetos sensíveis poderiam ser tantas vezes decompostos mentalmente, até que se apresentassem de forma simples.� 
René Descartes (1596-1650) desenvolveu e popularizou esta forma de pensar: disposto a revolucionar o saber, ele suspendeu a validade de todo conhecimento até então existente, colocando-o sob o crivo da dúvida; mas, por mais que duvidasse de tudo, ainda resultava algo de indubitável, a saber, a própria dúvida. Através de um exercício do pensamento, ele concluiu que, para duvidar, não se podia duvidar de que se duvidava, pois a dúvida exige sempre a existência de um sujeito pensante, donde a conclusão de que, se “penso, logo existo” (cogito, ergo sum).� Descartes partia, antes de tudo, de uma separação radical entre mundo, a res extensa (o ser), de um lado, e pensamento, a res cogitans (a consciência), de outro. Ele concebia toda pessoa como sendo composta de duas substâncias, sendo uma o corpo, integrante do mundo, e a outra a mente, no centro da qual se localizava o sujeito individual, constituído por sua capacidade de pensar.� Assim emergiu uma nova concepção de pessoa, vista como sujeito “totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação, cujo ‘centro’ consistia em um núcleo interior, que emergia pela primeira vez quando o sujeito nascia e com ele se desenvolvia, ainda que permanecendo essencialmente o mesmo.”� A par disso, ele deslocou a verdade do mundo, isto é, do ser, da “ordem natural das coisas”, para o sujeito, para a consciência, para o pensamento: a partir da dúvida tornava-se possível compreender, por meio de processos racionais (lógico-dedutivos), de conceitos, de abstrações e de representações mentais, todo o mundo circundante; desta forma de produção do conhecimento – que supunha um mundo submetido às leis mecânicas da física e da matemática, em que o todo passa a ser compreendido a partir da organização e funcionamentodas partes – derivava a superioridade do conhecimento racional e, com ela, a idéia de que a ciência permitiria ao homem dominar o mundo e alcançar, por meio das tecnologias, o progresso em todas as suas formas.� 
Há uma mudança para uma perspectiva filosófica antropocêntrica (paradigma do “sujeito”).� Teve como traço marcante a crença na superioridade do conhecimento racional ( conhecimento e a verdade estão no homem), do que derivou a idéia de que a ciência permitiria ao homem dominar o mundo e alcançar, por meio das tecnologias, o progresso em todas as suas formas. As questões fundamentais que o homem passa a se por são: Como posso conhecer? Como posso explicar racionalmente a existência do mundo? A razão é uma razão instrumental, permitindo ao homem transformar a realidade.
2.3 A ordem política e socioeconômica na Modernidade (séc. XV et seq.)
O início das disputas acerca de quem detinha o poder soberano (a summa potestas, a plenitudo potestatis) ainda no séc. XIII, quando ganhou corpo um movimento de autoafirmação dos monarcas, sobretudo em relação aos outros três principais centros de poder: o Império (cuja queda logo depois marcaria o fim do período medievo), os senhores feudais e o Papado. 
Entre os séculos XV e XVI os reis franceses Carlos VII (1422-1461) e Luís XI (1461-1483) procuraram fortalecer instituições fundamentais, apropriando-se do exercício do poder coercitivo (exércitos, conselhos e quadro de demais funcionários).� Esta foi a dimensão política da formação do Estado.
Ao mesmo tempo, uma incipiente burguesia deu início a um processo de concentração de capital, pela apropriação dos meios de produção de titularidade dos artesãos. Esta foi a dimensão socioeconômica da formação do Estado (formação da capitalismo).
2.4 A filosofia política na Modernidade 
2.4.1 Primícias da Modernidade política (séculos XIII e XIV)
Dois autores foram em certa medida precursores da modernidade política.
Guilherme de Occam tomou partido do Imperador Luís da Baviera contra o papa de Avignon na disputa sobre quem possuía a plenitudo potestatis. Além disso, contrapunha-se à ideia de Platão e de Agostinho de que existiria uma Cidade de Deus (divina, real, reguladora) e uma Cidade dos Homens (mundana, aparente, regulada), defendendo que a realidade se encontrava na própria comunidade dos homens, recusando ainda a origem e fundamentação na Natureza ou em Deus (germe da ideia de livre decisão dos indivíduos).�
Marsílio de Pádua condenava a ascendência do poder eclesiástico sobre o poder temporal e a sociedade civil, defendendo um governo leigo.�
2.4.2 O primeiro momento da Modernidade político-filosófica: Nicolló di Bernardo dei Machiavelli (1513)
Maquiavel pensa a partir do que ele entende por “verdade efetiva” das coisas (princípio metodológico).� A questão fundamental para ele é: Como fazer reinar a ordem e instaurar um Estado estável? Resposta: A ordem não é natural; seu imperativo é que deve ser construída pelos homens, a partir de práticas históricas concretas;
Funda a Filosofia Política porque lhe confere um objeto e uma ética próprios, dentro de uma dada realidade (não em abstrato), fomentando a construção do Estado moderno pelo desenvolvimento de noções fundamentais: soberania (embora implícita), humanismo/racionalismo; além disso, relê os mitos antigos, com novas perspectivas.
Defende a completa autonomia da esfera política em relação ao poder transcendental, natural ou tradicional; há completa cisão entre a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens, preparando o advento da Ciência Política;
Concepção de pessoa: sobre a natureza humana, entende que os homens são ingratos, simuladores, covardes, volúveis etc., do que decorre uma inevitável tensão entre os que querem dominar (governantes) e os que não querem ser dominados (governados), o que propende para a anarquia. Para ele, portanto, a história é cíclica (é como se uma força empurrasse a sociedade para a anarquia, ciclicamente) e se repete de tempo em tempo, possibilitando aos governantes que aprendam com ela;�
Defende a ideia moderna de que os indivíduos são os senhores de seu destino e de que, por meio de escolhas racionais (baseadas no cálculo estratégico, formulado a partir de dados empíricos extraídos de exemplos históricos), a realidade política pode ser moldada pela vontade humana do governante (dominante) segundo uma ética própria, independente da tradição moral ou dos mandamentos da Igreja;
Concepção de Estado: Estado “designa uma configuração política que implica a organização da relação de forças entre o comando e a obediência”.� Com suas ideias, Maquiavel visa a estabilidade do governo a qualquer custo (os fins justificam os meios), estando aí implícita a ideia de poder soberano ilimitado; 
A diferença entre Principado e República depende da origem: quando há equilíbrio e as instituições estão “consolidadas”, pode ser implantada a República; do contrário, o melhor é o principado, regido pela mão forte do príncipe, que não é um tirano, mas o fundador do Estado, e para tanto não encontra limites;
Para acender ao governo, seria preciso fortuna (“sorte”) ou virtu (combinação de força e habilidade, ou talvez habilidade no uso da força); para manter-se no governo, a virtu seria imprescindível.�
2.4.3 A transição entre dois momentos: Jean Bodin
Com ele a ideia de soberania constitui a essência do Estado (ou “República”), adquirindo sistematização e racionalidade;
Define a soberania como perpétua e absoluta:
(a) perpétua, porque contínua no tempo, mesmo nas monarquias hereditárias, na medida em que associada ao corpo espiritual dos monarcas (isto é, à coroa);� 
(b) absoluta, porque, para ser soberano, o poder precisaria ser: superior, ou seja, insubmisso a qualquer outro; independente, desfrutando o seu detentor de plena liberdade de ação; incondicional, posto que desvinculado de qualquer obrigação; e ilimitado, porque qualquer limitação seria incompatível com um poder dessa natureza.�
Além disso, proclama a inalienabilidade dos “direitos de soberania”, isto é, do consilium (poder deliberativo ou legislativo), da executio (poder executivo ou administrativo) e do imperium (poder de comando ou decisão), todos derivados do summum imperium (comando supremo), concentrado nas mãos do soberano.�
Embora caracterizada a soberania como poder absoluto, Bodin afirmava que o soberano estava sujeito às “leis de Deus e da natureza”;� também a certas “leis humanas comuns a todos os homens”.�
Segundo alguns intérpretes, há certas contradições e insuficiências na teoria de Bodin, especialmente na medida em que afirma a um só tempo tanto a absolutividade (e consequentemente a ilimitabilidade) da soberania, como a sua limitação, ora às “leis de Deus e da natureza”. Isto revelaria a incapacidade de Bodin se desprender do paradigma filosófico anterior, que via nas leis de Deus e da natureza a origem, o fundamento último e o limite do poder temporal (e, logo, da soberania estatal). Outros autores afirmam que não há aí contradição, porque Bodin, embora estabeleça a limitação do poder soberano às leis naturais e divinas, não estabelece uma limitação do poder do monarca ao poder eclesiástico, já que o monarca tinha autoridade plena para interpretar as leis naturais e divinas (Bodin rompe, portanto, com o monopólio da Igreja na interpretação das leis de Deus); esta limitação, portanto, seria meramente moral (não jurídica) e, uma vez que se trata de uma limitação interna, a rigor não havia limitação.�
2.4.4 O momento decisivo da modernidade político-filosófica: Thomas Hobbes
Situa nos indivíduos a origem e a fundamentação do poder (uma teorização nitidamente mecanicista, em que as partes, ou seja, os indivíduos, precedem o todo), indo neste ponto muito mais longe que Maquiavel;�
Concepção de pessoa: tem uma concepção realista de pessoa (neste ponto, próxima da de Maquiavel): os homens competem, com todos os meios a sua disposição (violentos inclusive), para realizar seus desejos, universalmenterelacionados ou à obtenção de lucro (entendido como a satisfação de qualquer bem material, e não apenas dinheiro), ou de segurança (paz) ou de glória (entendida como a satisfação de qualquer bem imaterial).
A modernidade de seu pensamento se revela na construção de uma justificação racional para a formação do Estado, através do recurso ao contrato social, celebrado entre os indivíduos (o monarca ou os membros da assembléia republicana dele não participam), através dos seguintes passos:�
(i) Antes do contrato, os indivíduos viviam em “estado de natureza”, entendido como uma situação pré-política, isto é, em que estava ausente qualquer poder político que pudesse refrear os apetites humanos. 
(ii) Da ausência de um poder político capaz de refrear os desejos dos homens, que caracteriza o “estado de natureza”, Hobbes deriva uma concepção (desconstrutiva, depreciativa, degradante) dos valores da igualdade e da liberdade. A ausência de um poder superior que imponha limites externos à ação humana faz com que os homens sejam totalmente livres para tentar realizar seus desejos, com quaisquer meios disponíveis.� Além disso, todos os homens são tão iguais entre si, que pela força, pelo número ou pela astúcia são capazes de dominar uns aos outros, na busca pela realização de seus desejos.
(iii) Mesmo no estado de natureza já há racionalidade, o que se verifica tanto quando os indivíduos visam desenfreadamente ampliar os bens que possuem (lucro e glória), como quando visam também manter (segurança) os bens que já têm, e que são visados por outros. Há, assim, racionalidade em buscar ampliar e manter o que se entende por bem (ou seja, aquilo que é bom, que é melhor para si). Mas há também racionalidade na própria maneira de os indivíduos agirem: quando alguém se vê ameaçado por outrem (que não tem limites para agir), a razão lhe orienta a agredir primeiro, antes de ser agredido; todos os indivíduos pensam da mesma maneira, e assim se chega naturalmente a um estado de guerra de todos contra todos;
(iv) Dado o desejo por segurança (paz), a mesma razão exige a instituição de um poder superior, com poder suficiente para estabelecer unir e ordenar os homens, no convívio social. Isto conduz à celebração do contrato, atribuindo ao soberano poder ilimitado (necessário para refrear a liberdade igualmente ilimitada existente no estado de natureza), para impor a ordem e proporcionar a paz (segurança);
(v) Os indivíduos alienam toda sua liberdade em favor do soberano, que desde então pode tudo, não podendo os indivíduos (súditos) desobedecê-lo, por que estarão desobedecendo a si mesmos. A única exceção se dá quando o soberano exige do súdito que atente contra a própria existência (por exemplo, exigindo que se suicide, que deixe de se alimentar, que não resista à prisão ou à execução, etc.). 
Partindo do suposto de que “no estado de natureza (…) os homens, dispersos, são potências movidas pelo desejo, não limitado”, afirma que a “soberania una e indivisível do Estado é ilimitada: o contrato que a estabelece não a sujeita a nenhuma obrigação, salvo a de assegurar a tranqüilidade e o bem-estar dos contratantes.”�
 O poder soberano a um só tempo une os homens em Estado, e os une também em Sociedade: Sociedade e Estado surgem juntos.
Segundo alguns intérpretes, Hobbes também não se desprende totalmente da submissão do Estado e do monarca às leis da natureza e de Deus (ficando, neste ponto, aquém de onde tinha ido Maquiavel); este desprendimento foi sendo gradativo ao longo do desenvolvimento da teoria política.�
3 Desenvolvimento histórico do Estado moderno (Estado nacional) e do conceito de soberania 
O Estado (moderno) surge em duas fases:
(i) A primeira fase dá-se com o surgimento da ideia de poder soberano e de território (Estado-território), e possui dois momentos marcantes: 
(a) um primeiro momento, com Maquiavel, que desenvolve a própria ideia de Estado (de status, estar firme, estável), estando implícita a ideia de soberania – inclusive com os atributos da “perpetuidade” (estabilidade) e da absolutividade ou ilimitabilidade (qualquer meio de ação era justificado pelo fim, que era o de manter a estabilidade do governo);
(b) entre este primeiro momento e um segundo momento, há um momento intermediário, com Bodin, que sistematiza primeiramente o conceito de soberania, afirmando-a perpétua, absoluta, detentora de direitos alienáveis; e
(c) um segundo momento, com Hobbes, que desenvolve o conceito de soberania, como produto do contrato social, através do qual os homens (todos dotados de potência e de liberdade ilimitadas, no estado de natureza) transferem este poder a um terceiro (o monarca ou um conselho), que se tornará o soberano, cujo poder será uno (só ele terá o poder) e “ilimitado” (de maneira a poder ordenar a liberdade até então exercida ilimitadamente).
Mas a ideia de soberania que até então se desenvolve é a de soberania no sentido de poder de fato, isto é, de força.� A soberania diz com a capacidade de tomar decisões e de impor estas decisões aos destinatários delas.
(ii) A segunda fase tem início a partir das revoluções liberais, destacadamente a Revolução francesa (Estado-nação).
Se na primeira fase tinham logrado desenvolvimento os elementos formal e espacial do Estado (poder soberano e território), nesta se desenvolve o elemento subjetivo (povo). O elemento formal (poder soberano), no entanto, se aperfeiçoa, na medida em que deixa de ser um conceito meramente político ou fático, para transformar-se num conceito jurídico. Com efeito, a evolução dos Estados-territoriais para os Estados nacionais ocorre simultaneamente com a evolução do Estado Patrimonial e Estado de Polícia (inerentes aos Estados-territoriais) para o Estado de Direito (Estados nacionais).
Durante o primeiro momento de formação do Estado, a soberania se firma como um conceito eminentemente político: ela é qualidade do poder que o torna efetivamente superior aos demais poderes sociais. O que está em jogo é a capacidade de o poder soberano impor-se efetivamente (de fato) sobre os demais poderes sociais.
Desdobramentos posteriores da noção de poder soberano fizeram-no evoluir de um conceito meramente político (fático) para um conceito jurídico. 
4 Características do poder soberano
A soberania tem por (algumas de suas) características ser:
- originária, porque nasce juntamente com o Estado;
- una, porque num mesmo território não podem conviver duas soberanias (dois Estados soberanos) ao mesmo tempo;
- indivisível (incindível, irrescindível), porque incide sobre todas as situações que ocorrem dentro do Estado;
- imprescritível, porque o seu titular não a perde pelo não exercício.
- inalienável, porque o seu titular (quem quer que se entenda como tal) não a pode transferir a terceiros, sem perder sua própria essência.�
5 Justificação, titularidade e exercício 
As teorias sobre a justificação, titularidade e exercício da soberania podem ser agrupadas em dois grandes grupos: teorias teocráticas e teorias democráticas, cada qual com suas subdivisões.
(i) As teorias teocráticas defendem alguma relação do poder soberano com a divindade, subdividindo-se em: 
(a) teoria da origem divida: entende que o monarca é o próprio Deus vivo; 
(b) teoria da investidura divina: entende que o poder pertence a Deus, que o delega diretamente ao monarca, o qual passa a atuar como representante de Deus na Terra;
(c) teoria da investidura providencial: admite que o monarca não é um Deus, e que o exercício do poder é mundano, mas que a forma de acesso de alguém ao poder é obra do divino.
Todas estas teorias atribuirão a titularidade da soberania ao monarca (representante direto de Deus na Terra; ou conduzido ao poder por obra da providência divina, ainda que por intermédio “da vontade” do povo).
(ii) As teorias democráticas defendem que o poder deriva da vontade do povo, subdividindo-se em: 
(a) teoria da soberania popular: titular do poder soberano é o povo propriamente dito, “enquantomassa amorfa, situado fora do Estado”, isto é, enquanto conjunto de indivíduos de per si considerados;
(b) teoria da soberania nacional: titular do poder soberano é o povo, enquanto totalidade, isto é, concebido como uma ordem integrante (nação);
(c) teoria da soberania estatal: o povo participa do Estado na condição de elemento formador de sua vontade política, do que resulta na atribuição da soberania do povo em favor do Estado.�
Assim, modernamente, o povo tem sido reconhecido como titular da soberania, que é, contudo, exercida pelo Estado.�
6 Alguns possíveis limites: território, direitos pré-políticos, globalização política e econômica 
É comum que muitos autores tenham afirmado a qualidade ilimitada do poder soberano (Bodin, Hobbes, Rousseau). Mas a soberania sempre teve os seus limites – os quais passaram a ser mais evidentes e mais corriqueiros na atualidade (“Pós-modernidade”).
A soberania já nasce limitada, quando menos por um critério topográfico. Uma vez que a soberania significava, que dentro de seu território não se reconhecia poder igual ou superior que o do Estado, e que internacionalmente nenhum Estado poderia lograr subjugar o outro, posto que fossem juridicamente iguais, desde o início foi necessário definir precisamente o espaço dentro do qual cada soberania deveria ser exercida.
Algumas teorias jusnaturalistas também estabeleciam alguns limites ao poder soberano. Em Locke, os direitos naturais (propriedade, liberdade de expressão, etc.) antecedem à formação do Estado, sendo a sua intervenção limitada ao respeito a tais direitos. Mesmo em Hobbes se verifica uma limitação deste tipo (o monarca não pode obrigar a pessoa a matar-se, bem como não pode exigir que não resista a uma prisão, por exemplo). A soberania encontrava limites, portanto, nos direitos naturais do indivíduo (havendo obviamente variações entre as doutrinas acerca de quais direitos naturais detinham os homens).
Recentemente, tem-se evidenciado a limitação da soberania estatal para enfrentar problemas pós-modernos, como o poder e o trânsito do capital, ou o trânsito de pessoas por entre as fronteiras do território estatal. 
Referências bibliográficas 
BARROS, Alberto Ribeiro G. de. O pensamento político no final da Idade Média e no Renascimento. In: MACEDO JUNIOR, Renato Porto (Coord.). Curso de Filosofia Política: do nascimento da filosofia a Kant. São Paulo: Atlas, 2008, pp. 223-260.
BARROS, Alberto Ribeiro G. de. Jean Bodin: o conceito de soberania. In: ALMEIDA FILHO, Agassiz; CAMPOS BARROS, Vinícius Soares de (Org.). Novo Manual de Ciência Política: autores modernos e contemporâneos. São Paulo: Malheiros, 2008, pp. 81-108.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10 ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
CHÂTELET, François; DUHAMEL, Olivier; PISIER-KOUCHNER, Evelyne. História das Idéias Políticas. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.
CHÂTELET, François. Uma História da Razão: entrevistas com Émile Noël. Prefácio de Jean- Toussaint Desanti; tradução de Lucy Magalhães; revisão de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
GOYARD-FABRE, Simone. Os Princípios Filosóficos do Direito Político Moderno. Tradução de Irene Paternot. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guaracira Lopes Louro. 7 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
LUDWIG, Celso Luiz. Para uma Filosofia da Libertação: Paradigmas da Filosofia, Filosofia da Libertação e Direito Alternativo. Florianópolis: Conceito Editorial, 2006. 
MACHIAVELLI, Niccolò di Bernardi dei. O Príncipe. Tradução de Maria Júlia Goldwasser; revisão da tradução de Zelia de Almeida Cardoso. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MARRAFON, Marco Aurélio. Hermenêutica e Sistema Constitucional: a decisão judicial entre o sentido da estrutura e a estrutura do sentido. Florianópolis: Habitus, 2008.
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
STEIN, Ernildo. Epistemologia e Crítica da Modernidade. 3 ed. Ijuí: Unijuí, 2001.
� 	Cf.: REZEK, Francisco. Direito Internacional Público, p. 224; BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, p. 110; DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado, p. 83 et seq.
� 	A tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos é o marco (simbólico) dessa passagem. Constantinopla era a mais importante rota comercial de especiarias vindas da Ásia (China e Índia), que dali eram distribuídas para o restante da Europa por navegantes venezianos e genoveses. Após a tomada de Constantinopla, os turcos fecharam o Mar Mediterrâneo e com isso interromperam o monopólio comercial italiano, incentivando portugueses e espanhóis a explorarem novos caminhos para as “Índias” – o que foi determinante para o achamento do Brasil.
� 	Cf. STEIN, Ernildo. Epistemologia e Crítica da Modernidade, pp. 13-21. 
� 	Com o Renascimento, foram particularmente marcantes: a alteração da visão de “mundo” que se tinha (de uma perspectiva vertical, entre homem e Deus, segundo a filosofia neoplatônica e aristotélica, para uma horizontal, entre homem, enquanto sujeito de conhecimento, e o mundo que o cerca), em boa parte graças à descoberta de novas terras, com novas fontes de riquezas além mar; a invenção e disseminação da imprensa, que acabou com o monopólio cultural da Igreja; a Reforma, como expressão de racionalidade e início do processo de secularização ideológica (valendo destacar que a tolerância ou liberdade religiosa foi a porta aberta para a conquista das liberdades civis e políticas); sem embargo da concepção de novos métodos de cultivo da terra e de distribuição da propriedade territorial e do desenvolvimento mercantil. Cf. CHÂTELET, François; DUHAMEL, Olivier; PISIER-KOUCHNER, Evelyne. História das Idéias Políticas, pp. 37/38.
� 	Ontologia (do � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega" \o "Língua grega" �grego� ontos + logoi = “conhecimento do ser”) é a parte da � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia" \o "Filosofia" �filosofia� que trata da natureza do � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser" \o "Ser" �ser�, da realidade, da existência dos entes e das questões metafísicas em geral. A ontologia trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres. Costuma ser confundida com � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica" \o "Metafísica" �metafísica�. Conquanto tenham certa comunhão ou interseção em objeto de estudo, nenhuma das duas áreas é subconjunto lógico da outra.
� 	Cf. CHÂTELET, François. Uma História da Razão, pp. 55/56. 
� 	“O fim visado é estabelecer que, além das vicissitudes da Cidade dos homens, esboça-se um desafio muito mais importante, o da glória de Deus, que se inscreve no devir espiritual da comunidade dos crentes, da Igreja. A criação, o pecado original, a aliança de Deus com o povo judaico, o sacrifício do Messias, a fundação da Igreja, são etapas desse devir sagrado, onde se reconhece a Providência divina, mas da qual cada um participa segundo suas obras de fé, um devir que deve levar à Ressurreição dos corpos e à beatitude” (CHÂTELET, François; DUHAMEL, Olivier; PISIER-KOUCHNER, Evelyne. História das Idéias Políticas, p. 34).
� 	Em despeito dessa pluralidade de centros de poder e de ordens normativas, dada a perspectiva teológica e o paradigma do ser (em que a razão é transcendente, e coincide com a vontade do criador), resulta evidente uma certa supremacia da Igreja e do Direito canônico por ela estabelecido. Visando garantir a preeminência da Cidade de Deus, “[o] Direito Canônico – sistema de enunciados normativos que regula a conduta do pessoal da Igreja e fixa suas relações hierárquicas e seus tribunais – institui no centro da comunidade dos fiéis uma ordem que devetraduzir neste mundo a Lei divina e, por isso, legifera (diretamente ou por diferença) para a totalidade dessa comunidade.” (CHÂTELET, François; DUHAMEL, Olivier; PISIER-KOUCHNER, Evelyne. História das Idéias Políticas, p. 30)
� 	Cf. CHÂTELET, François. Uma História da Razão, p. 60. “Ou seja, sempre é possível transformar esse volume complicado em uma soma de n volumes simples” (Idem). Isso tornou possível que a ciência natural deixasse de ser meramente descritiva para se tornar explicativa, “capaz de se desenvolver, graças à matemática, por dedução, por interpolação, isto é, imaginando o que não se vê, ou por extrapolação, isto é, desenvolvendo no âmbito da experiência possível o que é dado na experiência efetiva.” (Idem) “Assim sendo, Galileu pode afirmar que a realidade sensível é inteligível, desde que se façam as análises necessárias e que se aperfeiçoe o instrumento matemático. Nada há que possa escapar à inteligência humana.” (Idem)
� 	Cf.: LUDWIG, Celso Luiz. Para uma Filosofia da Libertação, p. 53-57; MARRAFON, Marco Aurélio. Hermenêutica e Sistema Constitucional, pp. 27-34; CHÂTELET, François. Uma História da Razão, pp. 61-69.
� 	Desde aqui se verifica a presença de outras duas características da Modernidade: o universalismo e o individualismo (ou a autonomia individual). Todas as pessoas se apresentam igualmente dotadas de uma capacidade de razão, sendo todas elas, destarte, sujeitos de vontade.
� 	HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade, pp. 10-11. “Desde então, esta concepção do sujeito racional, pensante e consciente, tem sido conhecida como o ‘sujeito cartesiano.’” (Ibidem, p. 27). Cf. também MARRAFON, Marco Aurélio. Hermenêutica e Sistema Constitucional, p. 27.
� 	Cf.: LUDWIG, Celso. Para uma Filosofia da Libertação, pp. 53-57; MARRAFON, Marco Aurélio. Hermenêutica e Sistema Constitucional, pp. 27-33; CHÂTELET, François. Uma História da Razão, pp. 61-69.
� 	Ontologia (do � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega" \o "Língua grega" �grego� ontos + logoi = "conhecimento do ser") é a parte da � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia" \o "Filosofia" �filosofia� que trata da natureza do � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser" \o "Ser" �ser�, da realidade, da existência dos entes e das questões metafísicas em geral. A ontologia trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres. Costuma ser confundida com � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica" \o "Metafísica" �metafísica�. Conquanto tenham certa comunhão ou interseção em objeto de estudo, nenhuma das duas áreas é subconjunto lógico da outra, ainda que na identidade.
� 	Cf. GOYARD-FABRE, Simone. Os Princípios Filosóficos do Direito Político Moderno, p. 12.
� 	Cf. GOYARD-FABRE, Simone. Os Princípios Filosóficos do Direito Político Moderno, pp. 6-7.
� 	Cf. GOYARD-FABRE, Simone. Os Princípios Filosóficos do Direito Político Moderno, p. 8.
� 	Cf. MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe, p. 73.
� 	Cf. MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe, p. 80.
� 	GOYARD-FABRE, Simone. Os Princípios Filosóficos do Direito Político Moderno, p. 19.
� 	“Virtú é o termo empregado por Maquiavel para indicar um conjunto de qualidades – habilidade de cálculo, sentido de realidade, compreensão das circunstâncias, capacidade de adotar medidas extraordinárias, coragem de desprender-se da moralidade vigente se for necessário, aptidão para se adaptar às diferentes situações – que permite ao homem impor-se ao que é indeterminado e realizar os seus objetivos” (BARROS, Alberto Ribeiro G. de. O pensamento político no final da Idade Média e no Renascimento, p. 239).
� 	“Os juristas medievais já haviam proclamado a propriedade imortal da pessoa do rei com expressões como ‘o rei não morre jamais’, ‘o rei está morto! Viva o rei!’, desviando a atenção da inevitável ordem natural, do corpo natural do rei, para se fixar no caráter metafísico da realeza, que sempre permanece” (BARROS, Alberto Ribeiro G. de. O pensamento político no final da Idade Média e no Renascimento, p. 250; BARROS, Alberto Ribeiro G. de. Jean Bodin: o conceito de soberania, pp. 90/91). 
� 	Cf. BARROS, Alberto Ribeiro G. de. O pensamento político no final da Idade Média e no Renascimento, p. 250.
� 	Cf. BARROS, Alberto Ribeiro G. de. Jean Bodin: o conceito de soberania, p. 87.
� 	“Apesar da constante presença no texto bodiniano, não se encontra uma definição clara a precisa da lei divina, considerada modelo a partir do qual o soberano deve se inspirar para criar a lei civil. Algumas vezes ela é apresentada como uma lei eterna e imutável, que manifesta ao mesmo tempo a sabedoria e a vontade de Deus, responsável pela existência de conservação de todas as coisas, segundo um esquema rigorosamente hierárquico, no qual cada se ocupa um lugar determinado. Quase sempre associada à lei revelada nas Sagradas Escrituras, mais especificamente à lei mosaica, ela aparece como a expressão da vontade de Deus. (…). Não se encontra também uma clara definição da lei natural. Ela aparece quase sempre ligada à lei divina, às vezes pela conjugação ou, às vezes pela conjugação e, marcando ora alternância, ora equivalência. Tomadas praticamente como sinônimas, elas parecem se distinguir apenas pela maneira de se manifestar: enquanto a lei divina é conhecida por meio da revelação, a lei natural se impõe à razão pela equidade que carrega. Ambas expressam a vontade de Deus, diante da qual o poder do soberano está submetido.” (BARROS, Alberto Ribeiro G. de. Jean Bodin: o conceito de soberania, pp. 94/95)
� 	Bodin tampouco define exatamente quais seriam as leis humanas comuns a todos os povos. “Ao afirmar que o soberano está sujeito a certas leis humanas comuns a todos os povos, Bodin deve estar pensando em algumas daquelas leis que permaneceram após o processo comparativo das legislações dos mais diversos povos, em cuja exposição estava trabalhando desde sua juventude. Como não chega a especificar quais são estas leis nem comenta sobre seu conteúdo sou sobre sua esfera de ação, é possível cogitar que elas representam certos princípios jurídicos que, se forem contrariados, colocam a própria soberania em xeque, como as leis fundamentais que conservam e mantêm o estado da República.” (BARROS, Alberto Ribeiro G. de. Jean Bodin: o conceito de soberania, p. 95)
� 	Cf. BARROS, Alberto Ribeiro G. de. Jean Bodin: o conceito de soberania, pp. 94-97.
� 	Cf. GOYARD-FABRE, Simone. Os Princípios Filosóficos do Direito Político Moderno, p. 31.
� 	Cf. GOYARD-FABRE, Simone. Os Princípios Filosóficos do Direito Político Moderno, p. 32.
� 	A liberdade está diretamente implicada à física, entendida como ausência de qualquer impedimento externo à possibilidade de ação humana – o que de certa maneira revela a vinculação de Hobbes ao pensamento cartesiano.
� 	CHÂTELET, François; DUHAMEL, Olivier; PISIER-KOUCHNER, Evelyne. História das Idéias Políticas, pp. 51/52.
� 	Cf. GOYARD-FABRE, Simone. Os Princípios Filosóficos do Direito Político Moderno, p. 33.
� 	Isto se torna mais evidente quando se toma em conta que a invenção do Estado “moderno” deu-se em parte graças à ascensão dos monarcas (que se tornaram soberanos em relação aos demais centros de poder, até então existentes) se deu exatamente pela apropriação e monopolização do poder das armas, antes dispersos pelos feudos. Foi exatamente este fator o que permitiu o exercício efetivo e eficiente da soberania enquanto poder de fato (força).
� 	Cf. DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado, p. 81 et seq.
� 	Cf.: BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, p. 128 et seq.; DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado, p. 82 et seq.
� 	Cf. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, p. 127.

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