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1 
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL 
 
O Direito Penal surgiu com o homem, no entanto, nos tempos 
primitivos não se fala num sistema organizacional como temos atualmente. 
 
Acreditavam os primitivos que as punições eram dadas pelos deuses 
(totem) através das chuvas, seca, raios e outros fenômenos naturais. 
 
Para que não fossem todos castigados o transgressor pagava com 
sua própria vida ou em casos mais leves com oferendas de objetos valiosos 
aos deuses. 
 
A pena que conhecemos tem sua origem na vingança. 
 
 
1) FASES DA VINGANÇA PENAL 
 
Aceitamos as 3 fases expostas por Noronha: da vingança divina, da 
vingança privada e da vingança pública. 
 
a) Na fase da vingança divina, o homem primitivo não regulava sua 
conduta pelos princípios da causalidade e da consciência em torno de sua 
essência, mas no temor religioso e mágico de seres superiores e que eram 
portadores de poderes especiais. 
Essa visão mágica era composta por totens e tabus, sendo que a 
sua infração acarretava diferentes penas, todas com o fim de castigar o agente 
para desagravar a divindade atingida com tal ato. 
Os totens assumiam várias formas, desde animais, vegetais até 
qualquer objeto considerado ancestral ou simbólico de uma coletividade, 
caracterizando-se como seu protetor e objetos de tabus e deveres particulares. 
O tabu consistia na proibição dos profanos de se relacionarem com 
pessoas, objetos ou lugares determinados, ou dele se aproximarem, em virtude 
do caráter sagrado que possuíam, e a sua violação acarretava ao culpado ou 
ao seu grupo o castigo da divindade. 
Como essa coletividade via que as normas eram frutos do divino, a 
sua violação consistia em ofensa aos diversos deuses, sendo punido o seu 
infrator para desagravar a divindade, bem como para livrar o seu grupo das 
impurezas trazidas pelo crime. 
As sanções consistiam em expulsão do infrator do grupo (desterro), 
bem como no sacrifício de sua vida. Neste caso, conforme a divindade atingida 
o castigo deveria ser mais ou menos cruel. 
 
b) Depois, na fase da vingança privada quando cometido um crime, 
ocorria a reação da vítima, dos parentes e até do grupo social (tribo) em que 
vivia, que agiam contra o ofensor, seus familiares e sua tribo, sem necessidade 
de proporção à ofensa sofrida. 
Por sua vez, o ofensor sofria a pena de banimento da tribo e até 
mesmo de morte – pela chamada vingança de sangue. 
 2 
Com a evolução social surge a lei de talião (de talis = tal), que só 
permitia que a pena fosse de forma equilibrada à ofensa (tal e qual), pregando 
o “Pagará a vida com a vida; mão com mão; pé por pé; olho por olho; 
queimadura por queimadura”. (Êxodo, XXI, versículo 23 a 25). 
Essa situação estava manifestada no Código de Hamurabi 
(Babilônia), pelo Êxodo (hebreus) e na Lei das XII Tábuas (romanos). 
Após surge a composição, onde o ofensor se livrava da pena com a 
compra de sua liberdade através de moeda ou de bens. Esta foi adotada pelo 
Direito Germânico e veio a dar origem à indenização do Direito Civil e à multa 
do Direito Penal. Essa atitude começou a ser adotada pela grande quantidade 
de pessoas deformadas e naturalmente, improdutivas para a coletividade. 
 
c) Com o advir da organização social surgiu a vingança pública, 
que dava ao rei os poderes de impor as penas. Assim, a pena passa a ser 
pública, uma fez que a lei concedeu autoridade aos funcionários do rei em 
aplicar as penas. Com o tempo a responsabilidade se tornou somente do autor 
do fato e não mais do seu grupo social, restando só àquele a aplicação da 
pena. 
A finalidade dessa fase era garantir a segurança do soberano, por 
meio da aplicação da sanção penal, ainda dominada pela crueldade e 
desumanidade, característica do direito penal então vigente. 
 
2) IDADE ANTIGA 
 
DIREITO PENAL GREGO 
Na Grécia antiga, o crime e a pena se inspiravam no sentimento 
religioso. Governava-se em nome de Zeus. 
A civilização grega foi criadora de muitos filósofos, historiadores, 
escritores e grandes pensadores que iniciaram o estudo da ciência política. 
Portanto, o foco principal foi a ciência política, e assim não houve muitos 
avanços nos direitos fundamentais. 
Tudo girava em torno da cidade (polis). O homem não era visto 
como indivíduo. 
Colocaram em discussão assuntos como o fundamento do direito de 
punir e a finalidade da pena. Aqui, as penas passaram a ser um pouco mais 
brandas, mais humanitárias. 
 
DIREITO PENAL ROMANO 
A história do Direito Romano possui várias fases divididas em 22 
séculos (de 753 a.C. a 1453 d.C.) 
Em matéria penal, o poder de coerção dos juízes era discricionário e 
limitado apenas pela apelação do povo, direito exclusivo do cidadão romano. 
Tal direito cabia as mulheres, aos escravos ou estrangeiros. Por conta disso, 
as decisões passaram a ser mais fundamentadas. 
Um grande avanço foi a Lei das XII Tábuas, que continha os 
mandamentos do Talião, na visão de proporcionalidade das penas. Primeiro 
houve um desenvolvimento na vingança privada e depois da pública. 
 3 
Foi em Roma que o Direito e a Religião se separaram. Passa a ter 
mais força a vontade do povo. 
Os crimes passaram a delicta pública (contra segurança da cidade, 
como traição ou conspiração política contra o estado e o assassinato) ou 
delicta privata (infrações menos graves, reprimidas por particulares), e ainda, 
posteriormente, crimina extraordinária (que ficava entre as outras duas 
categorias). 
O julgamento do crime público era do Estado, por meio de um 
magistrado, e realizado por tribunais especiais. A sanção era a pena de morte. 
Já o julgamento dos crimes privados era confiado ao particular ofendido, 
interferindo o Estado apenas para regular o seu exercício. 
A função da pena era de castigar, emendar, satisfazer a vítima, 
prevenção geral pela intimidação e segurança social. 
Ao final da República foram criadas as leges corneliae e juliae, as 
quais catalogaram vários comportamentos vistos como criminosos, sendo uma 
das primeiras manifestações do princípio da reserva legal. 
Foi praticamente abolida a pena de morte, substituída pelo exílio ou 
deportação. E o que é mais importante, contribuiu o Direito Romano com a 
criação dos princípios penais sobre o erro, culpa, dolo, imputabilidade, 
agravantes, atenuantes. 
 
 
3) IDADE MÉDIA 
 
DIREITO PENAL GERMÂNICO 
O Direito Penal Germânico em tempos antigos não possuía leis 
escritas, sendo constituído apenas pelos costumes. A transgressão poderia 
assumir caráter público ou privado. Se fosse público, a sanção era a perda de 
paz, que consistia na não proteção estatal, podendo ser perseguido e morto 
por qualquer pessoa. Se fosse privada, a pessoa era entregue à vítima ou aos 
seus familiares para que exercessem o direito de vingança. 
Depois, com a influência do Cristianismo e do próprio Direito 
Romano, foram adotadas as ideias da Lei de Talião e a composição. 
Não existia distinção entre dolo, culpa e caso fortuito, sendo sempre 
o autor punido em relação ao dano causado e não de acordo com o seu ato. 
Vigoravam as ordálias ou juízos de Deus que eram caracterizadas 
por superstições e atos cruéis, sem chances de defesa para os réus (provas de 
água fervente e ferro em brasa) e os duelos judiciários (que decidiam os litígios 
pessoalmente ou através de lutadores profissionais). 
 
DIREITO PENAL DA IGREJA OU CANÔNICO 
É o ordenamento jurídico da Igreja Católica Apostólica Romana e a 
sua primeira consolidação se deu por volta do ano de 1140. 
Inicialmente, tinha caráter disciplinar, porque era aplicada somente 
aos eclesiásticos. Depois, com o enfraquecimento dos Estados e a sua 
ascensão como poder, esta começou a ser utilizada também aos leigos. 
Serviu-se do procedimento de inquisição: início de ofício, utilização de tortura e 
penascruéis. 
 4 
Apesar do cunho retributivista da pena, o direito canônico vem 
apresentar a necessidade da pena para a cura do delinquente, pois se 
destinava ao seu arrependimento perante a divindade. 
Aqui preponderava o elemento subjetivo para a incriminação de 
alguém. 
A jurisdição eclesiástica era dividida em dois grupos: em razão da 
pessoa e em razão da matéria. Assim, independente do crime praticado, todos 
os religiosos eram julgados pelo Tribunal da Igreja (razão pessoa). Agora, se o 
crime era de cunho religioso, independentemente por quem foi praticado, era 
julgado pela Igreja. 
A Igreja proclamou a igualdade entre os homens e a humanização 
do Direito Penal. 
Contribuiu para a humanização das prisões, com as penitências. As 
ordálias utilizadas pelos germânicos decaíram bastante. 
A jurisdição penal não praticava a pena de morte, mas entregava o 
condenado ao poder civil para a execução (inquisição). 
Essa época foi palco de grandes injustiças e horrores, caracterizada 
pela arbitrariedade do Judiciário, o qual criava e extinguia definições de crimes 
ao seu arbítrio, de acordo com os seus interesses, bem como pela crueldade 
na execução das penas. 
Cominava-se a pena de morte através dos meios mais cruéis 
(fogueira, enforcamento, afogamento...) 
As sanções eram desiguais, dependendo da condição social e 
política do réu. 
Com a aceitação do sistema de composição, o Direito Penal passou 
a ser exercido em defesa do Estado e da religião. 
 
4) IDADE MODERNA 
 
O ILUMINISMO 
Surge nesta época o período humanitário. 
 
O PERÍODO HUMANITÁRIO 
O Absolutismo impunha atos de punição cruéis e arbitrários, por 
meio de graves suplícios. A sociedade não suportava mais tal situação e a 
filosofia iluminista do século XVIII orientava a evolução da humanidade. 
Preparava-se o espírito dos indivíduos para a Revolução Francesa. 
Busca-se uma reforma das leis e das penas. Estuda-se o 
fundamento do direito de punir e da legitimidade das penas. 
Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria, publica em Milão, no ano 
de 1764, a famosa obra: Dei delitti e delle pene (Dos Delitos e das Penas). 
Propõe um fundamento à justiça penal: um fim utilitário e político, sempre 
limitado pela lei moral. 
Criou princípios que até hoje utilizamos: 
As penas não devem atingir alguns direitos dos cidadãos como as 
penas de morte cruéis. 
Só as leis podem fixar as penas. 
As leis devem ser conhecidas pelo povo e por este obedecida. 
 5 
A prisão preventiva só se justifica quando houver prova do crime e 
de sua autoria. 
Devem ser admitidas em juízo todas as provas, inclusive o 
depoimento do acusado, que era considerado morto. 
Não se justificam as penas que ultrapassem a pessoa do 
condenado. 
Não se deve permitir a tortura para o interrogatório. 
A pena deve ter duas finalidades: intimidar o cidadão e recuperar o 
delinquente. 
 
 
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO 
 
Quando o Brasil foi colonizado, a idéia que existia entre os indígenas 
eram a de vingança privada e da lei de talião, cada uma regendo determinada 
tribo. As formas punitivas eram as penas corporais, só que sem tortura. Não 
havia código de normas, mas as regras eram passadas por costumes (tabus). 
Mas essas práticas punitivas das diferentes tribos não influenciaram 
muito o nosso Direito Penal, que a princípio seguiu o Direito Romano. 
 
A LEGISLAÇÃO PORTUGUESA 
Sendo o Brasil colônia de Portugal, estiveram em vigor: 
a) Ordenações Afonsinas: Promulgadas em 1446, por D. Afonso V e 
vigoraram até 1514. Tinham como traços marcantes as crueldades das penas, 
a inexistência de princípios como da legalidade e da ampla defesa, 
predominando a arbitrariedade dos juízes ao fixarem as penas. 
b) Ordenações Manuelinas: Editadas em 1514, por D. Manuel.Não 
diferenciavam muito da anterior. Aqui se encontrava a vingança pública. 
c) Ordenações Filipinas: Datadas de 1603, em razão de medida do 
Rei Filipe II, vigoraram até 1830. Mantiveram as mesmas considerações das 
outras ordenações (penas cruéis e desproporcionais, arbitrariedade dos 
julgadores, inexistência do princípio da legalidade e da ampla defesa). 
A matéria penal foi tratada no Livro V e sob esse fundamento é que 
Tiradentes foi condenado. 
 
A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
Com a proclamação da Independência, a Constituição de 1824 
previu a elaboração de uma nova legislação penal (art. 179, XVIII). 
 
O CÓDIGO CRIMINAL DE 1830 
E, 1827, Bernardo Pereira de Vasconcellos apresentou o seu 
projeto, o qual foi sancionado em 1830, pelo imperador Dom Pedro I, 
destacando-se como o primeiro código autônomo da América Latina. 
Em 1830 foi sancionado o Código Criminal do Império, que 
individualizava a pena, previa atenuantes e agravantes e previa o julgamento 
especial para os menores de 14 anos. A pena de morte era aceita com o intuito 
de coibir a prática de crimes pelos escravos. 
 
 6 
O CÓDIGO PENAL DE 1890 
Com o advento da República, João Baptista Pereira foi encarregado 
de elaborar um projeto de Código Penal, que restou aprovado e publicado em 
1890, antes da Constituição de 1891. 
Foi editado em outubro de 1890 já com o nome de Código Penal. 
Aboliu-se a pena de morte e instituiu-se a prisão com o fim de correção do 
delinquente. 
Era mal sistematizado e por isso sofreu diversas alterações. 
omo foi mal redigido, não respeitando os avanços penais já 
realizados na época, foram editadas várias leis extravagantes, que depois se 
concentraram na Consolidação das Leis Penais, de Vigente Piragibe, 
promulgada em 1932. 
 
A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS PENAIS E O CÓDIGO PENAL DE 
1940 
Por ser mal sistematizado o Código de 1890 acabou por gerar 
diversas leis que tinham por fim corrigir os erros ali encontrados, sendo 
posteriormente reunidas na Consolidação de Leis Penais (dec. 22.213/32) 
Hoje vigora o Código Penal de 1940, que entrou em vigor em 1942, 
e que tem por base o projeto de Alcântara Machado. Ele segue um 
pensamento eclético, baseando-se principalmente nos Códigos italianos e 
suíços, sofrendo diversas alterações até os dias atuais, onde encontramos forte 
influência do Direito alemão. 
 
A REFORMA DO SISTEMA PENAL (LEIS 7209 E 7210/84) 
Em 1980, o Chefe do Executivo determinou a reforma da Parte Geral 
do Código Penal de 1940. Sofreu assim várias alterações como por exemplo: 
criação das penas alternativas; distinção entre o erro de tipo de proibição; 
aplicação de penas mais elevadas nos crimes continuados. 
Mas ainda se sente nos dias atuais a necessidade de uma reforma 
na Parte Especial do Código. 
 
 
DAS ESCOLAS PENAIS 
 
 
A ESCOLA CLÁSSICA 
A Escola Clássica nasceu entre o final do século XVIII e a metade do 
século XIX como reação ao totalitarismo do Estado Absolutista, filiando-se ao 
movimento revolucionário e libertário do Iluminismo. 
Seus fundamentos tiveram origem nos estudos de Beccaria e foram 
lapidados e desenvolvidos, principalmente por Francesco Carrara (Programa 
Del corso di diritto criminale), publicada em 1859; Carmignani e Rossi. 
Carrara defendia que o delito era impulsionado por duas forças: 
físico – que é o movimento corpóreo e o dano causado; e moral – que é a 
vontade livre do criminoso. 
A pena era tida como tutela jurídica, proteção aos bens jurídicos 
tutelados penalmente. 
 7 
Predominava a ideia do livre arbítrio, ou seja, o homem é 
moralmente responsável pelos atos. E por tal fato, a pena era vista como uma 
retribuição ao mal causado. 
Kant e Hegel também influenciaram tal escola. 
Em decorrência do ideal iluminista, prevaleceu a tendência de 
eliminar as penas corporais e os suplícios. 
 
A ESCOLA POSITIVA 
A Escola Clássica havia conseguido enfrentar as barbáries do 
Absolutismo, e o respeito do indivíduocomo ser humano já despontava nos 
países civilizados. Entretanto, os ambientes político e filosófico, em meados do 
século XIX, revelaram grande preocupação com a luta eficiente contra a 
crescente criminalidade. Manifestava-se a necessidade de defesa da 
sociedade e os estudos biológicos e sociológicos assumiram relevante 
importância, principalmente com as doutrinas evolucionistas de Darwin e 
Lamarck e sociológicas de Comte e Spencer. 
Nasce a Escola Positivista, através de três grandes fundadores: 
Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafael Garofalo. 
Considerava o crime como manifestação da personalidade humana 
e produto de várias causas, estudando o delinquente a partir da biologia e da 
antropologia. 
Teve como maior doutrinador Enrico Ferri, que deu um trio causal ao 
delito: fatores antropológicos, sociais e físicos. 
Tinha como pensamentos norteadores: 
- O crime é fenômeno natural e social; sujeito à influências do meio. 
- A pena é medida de defesa social, visando a recuperação do 
criminoso ou a sua neutralização. 
- O criminoso é sempre um anormal, temporária ou 
permanentemente. 
 
ESCOLAS ECLÉTICAS 
Surgiram da miscigenação da Escola Clássica com a Escola 
Positiva, conhecidas como Terceira Escola e Escola Moderna Alemã. 
Separaram o Direito Penal das outras ciências penais, mantendo-se 
apenas a interligação entre elas. 
Pregavam o dever do Estado de reforma social, como meio de 
combate ao crime. 
Já a Escola Moderna Alemã asseverou seu trabalho na prática, 
elaborando leis e criando novos institutos como da medida de segurança, do 
livramento condicional, sursis.

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