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LEI PENAL NO ESPAÇO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Territorialidade e Extraterritorialidade 
Territorialidade é a aplicação das leis brasileiras aos delitos cometidos dentro do 
território nacional (art. 5º, caput, do CP). 
Extraterritorialidade significa a aplicação da lei penal nacional aos delitos 
ocorridos no estrangeiro (art. 7º, do CP). 
 
2) Conceito de Território e seus elementos: 
Trata-se de todo espaço onde o Brasil exerce sua soberania, seja ele terrestre, 
aéreo, marítimo ou fluvial. 
Elementos: 
a) solo ocupado pela nação; 
b) rios, lagos e mares interiores e sucessivos e os fronteiriços: Os fronteiriços 
são aqueles que estão localizados entre dois países, separando-os. Cabe aos 
tratados ou convenções internacionais fixar a quem pertencem. Se não tiver tal 
tratado, a fronteira fica estabelecida na metade do leito. Ex: Rio Solimões, que 
Local do Crime, tem-
se três teorias: 
 
a) Teoria da Atividade (Ação): é o local 
da conduta criminosa, seja ativa ou 
omissiva; v.g., lugar onde foram 
desferidos os tiros; 
 
b) Teoria do Resultado (Efeito): 
considera-se o local da consumação do 
delito; v.g., lugar onde a pessoa faleceu; 
 
c) Teoria da Ubiqüidade (Unidade ou 
Mista): entende-se como lugar do crime 
tanto o local da conduta (ação ou omissão), 
como o do resultado (consumação); v.g., 
lugar dos disparos e da morte da vítima; 
teoria essa adota pelo ordenamento pátrio 
(art. 6o do CP), observando-se que a 
expressão “...deveria produzir-se o 
resultado...” refere-se ao crime na forma 
tentada (art. 14 do CP). 
 
 
divide o Peru e a Colômbia. Já os rios sucessivos ou interiores são os passam 
pelo território de vários países. 
c) golfos, baías e portos: 
d) faixa de mar exterior, que corre ao largo da costa e que constitui o mar 
territorial: A lei n. 8.617/93 fixou o limite de 12 milhas para o exercício de 
soberania absoluta do Brasil. Há outras legislações que aumentam tal limite, 
tanto para fiscalização aduaneira, como para exploração de recursos naturais. 
e) o espaço aéreo correspondente ao território e ao mar territorial até o 
limite da atmosfera: Aqui não há passagem inocente. As aeronaves privadas só 
podem passar, desde que informem previamente as suas rotas (art. 14, § 2º, do 
CB de Aeronáutica). As aeronaves militares ou a serviço de governo estrangeiro 
só podem passar com prévia autorização (art. 14, § 1º, do CB de Aeronáutica). É 
necessário que toda aeronave tenha uma bandeira, sendo pública ou privada, 
sendo facultada a sua derrubada pelo governo brasileiro (art. 20, do CB da 
Aeronáutica). 
POR EXTENSÃO 
f) embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do 
governo brasileiro, onde estiverem; 
g) embarcações e aeronaves brasileiras, de propriedade privada, que 
estiverem navegando em alto-mar ou sobrevoando águas internacionais. 
 
3) Competência para julgamento de crimes cometidos a bordo de 
embarcações e aeronaves: É da Justiça Federal (art. 109, IX, da CF), 
ressalvada a competência da Justiça Militar, do local onde primeiro pousar a 
aeronave após o delito ( ou da comarca que tiver partido) – art. 90, do CPP. 
A Justiça Estadual cabe o julgamento de crimes ocorridos a bordo de iates, 
lanchas, botes. 
 
4) Casos do artigo 5º, § 2º, do Código Penal: “É também aplicável a lei 
brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território 
nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil”. 
Diante disso, há conflito dessa norma com a Convenção de Tóquio, a qual o 
Brasil foi signatário e a aprovou pelo Decreto 479/69. Segundo o STF, a lei 
federal, se for mais nova, possui eficácia sobre o tratado, fazendo-o perder a sua 
vigência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando implicados 
mais de um Estado, 
tem-se cinco 
princípios que balizam 
a matéria: 
a) Princípio da Territorialidade (Pavilhão ou da Bandeira): Aplica-se a lei 
nacional apenas aos delitos perpetrados no âmbito territorial do próprio país, 
independente da nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico; 
princípio esse, comportando exceções, adotado pelo ordenamento pátrio (art. 
5o do CP); 
 
b) Princípio da Nacionalidade (Personalidade): toma em 
consideração a nacionalidade do criminoso, independente do território 
em que foi cometido o delito; dividindo-se em: 
b.1)nacionalidade ativa, quando o autor do 
crime for brasileiro (art. 7º, inc. II, b, do CP); 
 
b.2)nacionalidade passiva, quando a vítima for 
brasileira (art. 7º § 3º, do CP); 
 
c) Princípio da Proteção (Competência Real ou Defesa): 
justifica a aplicação da lei penal brasileira sempre que no 
exterior se der a ofensa a um bem jurídico nacional de 
origem pública. O Código Penal os adotou nas letras a, b e 
c do inciso I do art. 7º. 
 
d) Princípio da Competência Universal (Justiça 
Cosmopolita): aplica-se a lei no país onde o criminoso for 
detido, sem atentar à nacionalidade, local do delito ou bem 
jurídico lesado. Ex: art. 7º, I, d, e II, a, do CP 
 
e) Princípio da Representação ou da Bandeira: 
ocorre a delitos cometidos a bordo de embarcações ou 
aeronaves brasileiras privadas, quando ocorrido no 
exterior. Exige-se que o crime não tenha sido julgado 
no estrangeiro para efeito de se aplicar nossa lei. Art. 
7º, II, c, do CP. 
 
5) Critérios para a Extraterritorialidade 
Divide-se em: a) incondicionada: significa dizer que a Justiça brasileira terá 
interesse no processamento da pessoa, independentemente se absolvido ou 
condenado no estrangeiro, não tendo que observar qualquer condição (art. 7º, § 
1º, do CP); b) condicionada: significa dizer que a Justiça brasileira só poderá 
processar o autor do crime se ocorrer as condições previstas no artigo 7º, §§ 2º e 
3º, do Código Penal. 
 
5.1) Hipóteses de extraterritorialidade incondicionada: 
Art. 7º, inciso I, combinado com o art. 7º, § 1º, do CP: 
a) alínea a: arts. 121 e 122 e 146 a 154, do Código penal e aos arts. 28 e 29 da 
Lei 7.170/83. 
b) alínea b: arts. 155 a 180 e 289 a 311, do Código Penal. 
c) alínea c: arts. 312 a 326, combinados com o artigo 327, todos do Código 
Penal. 
d) crime de genocídio: lei n. 2.889/56, art. 1º. 
e) crime de tortura, previsto na Lei n. 9.455/97, que estabeleceu a possibilidade 
de se aplicar a lei brasileira ao torturador, onde quer que o delito seja cometido, 
desde que a vítima seja brasileira ou esteja o autos da infração penal sob 
jurisdição brasileira (art. 2º). É caso de extraterritorialidade incondicionada, 
porque a lei, por ser especial, não fixou condições. 
 
5.2) Hipóteses de extraterritorialidade condicionada: 
Art. 7º, inciso II, combinado com o art. 7º, §§ 2º e 3º, do CP. 
Art. 7º, inciso II, do CP: 
a) alínea a: delitos que o estado brasileiro se obrigou a reprimir, como o tráfico 
de drogas, a pirataria, a destruição ou danificação de cabos submarinos, o tráfico 
de mulheres, de crianças, dentre outros. 
b) alínea b: crimes praticados por brasileiros. Lembrar da regra da extradição 
(art. 5ª, LI, da CF). Competência: art. 88, do CPP. 
c) alínea c: se uma embarcação privada brasileira estiver em águas estrangeiras e 
a bordo um estrangeiro praticar um crime contra outro estrangeiro, o Brasil 
deverá entregar o seu autor às autoridades locais. Mas se esse local não tiver 
regras para apuração de tal fato criminoso, cabe então ao estado representado 
pela embarcação (no caso o Brasil), fazer o processamento. Isso só ocorrerá se o 
governo estrangeiro não tiver interesseem processar o autor do crime. 
d) Art. 7º,§ 3º, do CP: caso Charles, na Inglaterra. 
 
Nestes casos, o governo brasileiro só poderá processar o agente causador do 
crime se houver TODAS as condições previstas no artigo 7º, § 2º, do CP.

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