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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * Bronquiolite Viral Aguda Prof. Amilcare Angelo Vecchi Faculdade de Medicina UFPel * * * Bronquiolite Viral Aguda Conceito: Infecção respiratória aguda, de etiologia viral, que compromete as vias aéreas de pequeno calibre, através de um processo inflamatório agudo, levando a um quadro obstrutivo com graus variados de intensidade. * * * Histórico Wiliam Holt – final do século XIX: “bronquite de pequenos tubos”, precedida por sintomas de vias aéreas superiores que poderia progredir para sibilância e dificuldade ventilatória progressiva. Chanock – 1957: Vírus sincicial respiratório. 1960: vários estudos publicados com descrição da clínica e evolução da BVA. 1980: vários estudos acerca do VRS. * * * Epidemiologia Maior prevalência em < de 2 anos Maior freqüência e gravidade em < 1 ano (principalmente em prematuros e < 6 meses). Pico: 2 – 6 meses A BVA é a principal causa de internação em lactentes previamente hígidos * * * Fatores de Risco Idade < 6 meses Prematuridade Sexo masculino Doença associada (cardiopatia, imunodepressão, DBP, fibrose cística, neuromiopatias, etc) * * * Fatores Associados Tabagismo intradomiciliar Falta de aleitamento materno Baixo nível socioeconômico * * * Etiologia Vírus Sincicial respiratório – 75 a 85% dos casos Parainfluenza Adenovírus (sorotipos 1,3,5,7 e 21) – sorotipos 3, 7 e 21 podem determinar infecções muito graves com alta mortalidade – PNM necrotisante. Influenza Rinovírus Mycoplasma pneumoniae (raramente) * * * Vírus Sincicial Respiratório Vírus RNA, com subtipos A e B Distribuição Sazonal: Clima temperado: inverno/primavera Clima tropical: outono/inverno Período de incubação: 3 a 5 dias Duração da BVA: 7 a 12 dias * * * Contágio: Partículas virais transmitidas por: Secreção ventilatória Fômites Mãos – principal causa de infecção em crianças hospitalizadas. * * * Quadro Clínico Início inespecífico – quadro de IVAS (2 – 4 dias): Febre Coriza Perda de apetite Irritabilidade Tosse * * * Quadro Clínico Piora progressiva – 3 a 7 dias: Sibilos Dispnéia Taquipnéia * * * Quadro Clínico Quadros mais graves: Uso de musculatura acessória na respiração (tiragem e retrações) BAN Gemido Cianose Apnéia Sonolência * * * Fatores determinantes para maior gravidade da BVA Prematuridade Baixo peso ao nascer Desnutrição Infecção bacteriana secundária < 4 meses de vida Imunodeficiência Doenças debilitantes crônicas * * * Diagnóstico Num 1º episódio de sibilância em lactente com pródromos de infecção viral, independente da condição atópica, podemos fazer esse diagnóstico. C L Í N I C O!! * * * Diagnóstico A identificação do vírus é um fator diagnóstico de grande importância, mas pouco disponível. Imunoflorescência da secreção nasal – identifica em 60-80% dos casos. Imunoflorescência da secreção respiratória demonstrando VSR Fonte: www.info.gov.hk/dh/diseases/CD/RSV.htm * * * Exames Complementares Úteis na determinação da gravidade do caso e na detecção de complicações. * * * Exames Complementares RX DE TÓRAX: Permite diagnóstico de complicações como atelectasias, consolidações pneumônicas e outras pneumopatias. Achados típicos: Hiperinsuflação pulmonar Espessamento peribrônquico Atelectasias: diagnóstico diferencial com pneumonia bacteriana. * * * Exames Complementares HEMOGRAMA: Contagem normal de leucócitos, afasta infecção bacteriana nos casos duvidosos. GASOMETRIA ARTERIAL: Hipercapnia (comprometimento grave), hipoxemia (pouco habitual). OXIMETRIA DE PULSO: Identifica gravidade (Saturação < 91% necessita de O2) e substitui na maioria das vezes a gasometria arterial * * * Diagnóstico Diferencial ASMA Pneumonia Cardiopatias Aspiração de CE RGE Fibrose Cística * * * Diagnóstico Diferencial: Asma x BVA * * * Tratamento Depende da gravidade da doença Quadros leves a moderados podem ser tratados no domicílio – garantia de boa hidratação, controle da febre e observação pela equipe médica. 1-2% dos < 1 ano requerem hospitalização. * * * Indicações para Hospitalização na BVA Sofrimento respiratório significativo Dificuldade na alimentação Hipoxemia progressiva Possibilidade de fadiga respiratória Cuidados inadequados no lar Doenças associadas * * * Tratamento: Medidas Gerais PREVENÇÃO DA INFECÇÃO CRUZADA: Lavagem das mãos Uso de máscaras Espaçamento dos leitos (mínimo 2 metros entre cada leito) Concentração de casos com VRS mas mesmas salas. * * * Tratamento: Medidas Gerais REPOSIÇÃO HÍDRICA: Há um aumento das perdas insensíveis (febre, taquipnéia) e uma redução na ingesta alimentar/hídrica. Alguns pacientes podem requerer aporte por via EV. * * * Tratamento: Medidas Gerais DESOBSTRUÇÃO NASAL: Lactentes no 1º trimestre têm respiração eminentemente nasal. ANTITÉRMICOS: Na febre alta – maior desconforto respiratório. * * * Tratamento Qual a principal droga no tratamento dos pacientes com bronquiolite viral aguda????? Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * Oxygen is vitally important in bronchiolitis and there is little evidence that any other treatment is useful. Reynolds EOR. J Pediatr 1963;63:1205-7 * * * Tratamento OXIGENOTERAPIA: O oxigênio é de fundamental importância na terapêutica da BVA, pois trata a hipoxemia e reduz o sofrimento respiratório. Administrado aquecido e umidificado, por cateter nasal, máscara, campânula ou oxitenda para manter uma PaO2 de 70-90mmHg ou SatO2 > 93%. * * * Tratamento BRONCODILATADORES: Emprego não é recomendado pela maioria dos estudos realizados por não serem capazes de demonstrar alterações nas taxas de internação ou na SatO2. * * * Tratamento BRONCODILATADORES: Uso inicial dessa terapêutica avaliar padrão respiratório, sinais vitais, atividade, tolerabilidade ao procedimento e níveis de saturação Se resposta positiva, manter terapêutica Se o paciente não melhorar ou apresentar sinais clínicos de deterioração, suspender! * * * Broncodilatadores e bronquiolite. Metaanálise Kellner JD et al. Arch Pediatr Adolesc Med 1996;150:1166-72 Metaanálise sobre 89 publicações. Outcomes: score clínico, saturação de O2 e hospitalização. Sem efeito sobre a hospitalização Sem conclusões sobre a saturação por ser esta muito variável Melhora leve no Score clínico em pacientes moderado-graves. Teríamos que tratar 4 pacientes com broncodilatadores para encontrar 1 com boa resposta. * * * Tratamento CORTICOSTERÓIDES: Bases lógicas: importância da inflamação na gênese do processo. Uso freqüente (36% dos casos em alguns centros) Estudos não demonstraram benefícios (redução da hospitalização, duração da oxigenoterapia, prevalência de sibilância) Não recomendados na fase aguda da BVA, seja com o objetivo de aliviar a sintomatologia aguda, seja na prevenção do aparecimento de sintomas tardios. * * * Corticóides e bronquiolite Roosevelt G. et al. The Lancet 1996;348:292-295 * * * Tratamento ANTIBIOTICOTERAPIA Antibióticos são reservados a crianças com infecção bacteriana secundária comprovada ou suspeita (deterioração clínica súbita, leucocitose, PCR aumentada e infiltrado pulmonar progressivo no RX). * * * Tratamento FISIOTERAPIA Deve ser instituída apenas quando houver presença de atelectasia e tão somente após a fase aguda da doença. SEDAÇÃO: Exceto em pacientes que estão sob suporte ventilatório, não está indicado o uso de sedativos em pacientes com BVA. * * * Tratamento SUPORTE VENTILATÓRIO 5-15% dos pacientes. Maiores candidatos: < 3meses, DBP, desnutridos, Down, cardiopatias congênitas e pacientes que adquiriram a BVA intra-hospitalar. Tempo de VM – entre 5 e 15 dias. * * * Tratamento TERAPIA ANTIVIRAL A ribavirina pode ser considerada em pacientes de risco, portadores de doença respiratória por VSR, havendo disponibilidade técnica econômica para sua utilização. Alto custo e limitada eficácia. * * * BVA Leve Alimenta-se normalmente Pouca dificuldade respiratória Saturação O2 >95% * * * BVA Moderada Alimenta-se com dificuldade Dispnéia moderada (tiragem e BAN moderados) SatO2 <95% corrigindo-se com oxigenoterapia Pode ter episódios curtos de apnéia * * * BVA Grave Incapaz de se alimentar Dispnéia grave (tiragem e BAN intensos, gemido) SatO2<91%, não se corrigindo com oxigenoterapia Episódios longos e freqüentes de apnéia * * * Indicações para admissão em UTI: Insuficiência respiratória progressiva - monitorização clínica e aferição contínua da Sat O2 Crianças que apesar de suporte de O2 > 50% mantêm: PaO2 < 60 mmHg; PCO2 > 50 mmHg; pH < 7,25 Ou fazem apnéia com Sat O2 < 90% ou têm episódios freqüentes de apnéia * * * Complicações Apnéia Insuficiência respiratória Atelectasia Otite média Infecção bacteriana secundária Pneumotórax e Pneumomediastino (VM) Bronquiolite obliterante -2% dos casos. * * * Bronquiolite Obliterante Adenovírus (maioria dos casos), VRS Mais freqüente no sul do Brasil, Argentina e Chile. Quadro inicial grave, com necessidade de VM e PNM associada Diagnóstico: Padrão-ouro: Biópsia pulmonar Exame de escolha: TMC tórax com imagens obtidas em ins e expiração. * * * Bronquiolite Obliterante Áreas localizadas de hiperinsuflação Atelectasias Bronquiectasias Padrão em mosaico Revista Radiol Bras vol.38 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2005 * * * * Bronquiolite Obliterante Tratamento: Oxigenoterapia prolongada Fisioterapia Broncodilatadores e corticosteróides nas exacerbações Suporte nutricional * * * Prognóstico Mortalidade < 1% em crianças que não apresentam condição debilitante; até 30% em crianças com co-morbidades. Episódios recorrentes de sibilância são freqüentes após BVA e são independentes da condição atópica prévia, tendem a durar alguns anos. * * * Prevenção Não há uma vacina segura para essa doença. Imunoglobulina específica para VRS – doses mensais (IM ou IV) na época epidêmica da infecção, indicada em pacientes de alto risco (prematuros extremos com DBP). Alto custo. * * * A bronquiolite é um problema comum em crianças, até 90% dos casos são causados por RSV A infecção por RSV na infância está associada a risco aumentado de sintomas obstrutivos nas vias aéreas vários anos após a infecção As opções de tratamento disponíveis podem não atingir as causas subjacentes da bronquiolite induzida por VRS Resumo * * * Referências Bibliográficas Amantea SL, Silva, FA. Bronquiolite viral aguda – um tema ainda controvertido. Jornal de Pediatria 1998; 74(supl 1):37-47. Ferreira JP e cols. Pediatria-Diagnóstico e Tratamento. 1 ed. Porto Alegre: Artmed; 2005. Behrman, RE; Kliegman, RM; Jenson, HB; Nelson, Tratado de Pediatria – Rio de Janeiro: Elsevier, 2005 Manual de Condutas Médicas. Departamento de Pediatria, FAMEB –UFBA Murahovschi J. Emergências em Pediatria. 6ª Edição. São Paulo. Sarvier; 1993.
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