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Direito Civil III- Janaína (1)

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S936c STURZA, Janaína Machado 
 
Caderno de Direito Civil III – Contratos Dom Alberto / Janaína Machado 
Sturza. – Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010. 
Inclui bibliografia. 
 
1. Direito – Teoria 2. Direito Civil III – Contratos – Teoria I. STURZA, 
Janaína Machado II. Faculdade Dom Alberto III. Coordenação de Direito 
IV. Título 
CDU 340.12(072) 
 
 
 
 Catalogação na publicação: Roberto Carlos Cardoso – Bibliotecário CRB10 010/10 
 
Página 2 / 176Página 2 / 176
APRESENTAÇÃO 
 
O Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto teve sua semente 
lançada no ano de 2002. Iniciamos nossa caminhada acadêmica em 2006, 
após a construção de um projeto sustentado nos valores da qualidade, 
seriedade e acessibilidade. E são estes valores, que prezam pelo acesso livre 
a todos os cidadãos, tratam com seriedade todos processos, atividades e 
ações que envolvem o serviço educacional e viabilizam a qualidade acadêmica 
e pedagógica que geram efetivo aprendizado que permitem consolidar um 
projeto de curso de Direito. 
Cinco anos se passaram e um ciclo se encerra. A fase de 
crescimento, de amadurecimento e de consolidação alcança seu ápice com a 
formatura de nossa primeira turma, com a conclusão do primeiro movimento 
completo do projeto pedagógico. 
Entendemos ser este o momento de não apenas celebrar, mas de 
devolver, sob a forma de publicação, o produto do trabalho intelectual, 
pedagógico e instrutivo desenvolvido por nossos professores durante este 
período. Este material servirá de guia e de apoio para o estudo atento e sério, 
para a organização da pesquisa e para o contato inicial de qualidade com as 
disciplinas que estruturam o curso de Direito. 
Felicitamos a todos os nossos professores que com competência 
nos brindam com os Cadernos Dom Alberto, veículo de publicação oficial da 
produção didático-pedagógica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto. 
 
Lucas Aurélio Jost Assis 
Diretor Geral 
 
Página 3 / 176Página 3 / 176
PREFÁCIO 
 
Toda ação humana está condicionada a uma estrutura própria, a 
uma natureza específica que a descreve, a explica e ao mesmo tempo a 
constitui. Mais ainda, toda ação humana é aquela praticada por um indivíduo, 
no limite de sua identidade e, preponderantemente, no exercício de sua 
consciência. Outra característica da ação humana é sua estrutura formal 
permanente. Existe um agente titular da ação (aquele que inicia, que executa a 
ação), um caminho (a ação propriamente dita), um resultado (a finalidade da 
ação praticada) e um destinatário (aquele que recebe os efeitos da ação 
praticada). Existem ações humanas que, ao serem executadas, geram um 
resultado e este resultado é observado exclusivamente na esfera do próprio 
indivíduo que agiu. Ou seja, nas ações internas, titular e destinatário da ação 
são a mesma pessoa. O conhecimento, por excelência, é uma ação interna. 
Como bem descreve Olavo de Carvalho, somente a consciência individual do 
agente dá testemunho dos atos sem testemunha, e não há ato mais desprovido 
de testemunha externa que o ato de conhecer. Por outro lado, existem ações 
humanas que, uma vez executadas, atingem potencialmente a esfera de 
outrem, isto é, os resultados serão observados em pessoas distintas daquele 
que agiu. Titular e destinatário da ação são distintos. 
Qualquer ação, desde o ato de estudar, de conhecer, de sentir medo 
ou alegria, temor ou abandono, satisfação ou decepção, até os atos de 
trabalhar, comprar, vender, rezar ou votar são sempre ações humanas e com 
tal estão sujeitas à estrutura acima identificada. Não é acidental que a 
linguagem humana, e toda a sua gramática, destinem aos verbos a função de 
indicar a ação. Sempre que existir uma ação, teremos como identificar seu 
titular, sua natureza, seus fins e seus destinatários. 
Consciente disto, o médico e psicólogo Viktor E. Frankl, que no 
curso de uma carreira brilhante (trocava correspondências com o Dr. Freud 
desde os seus dezessete anos e deste recebia elogios em diversas 
publicações) desenvolvia técnicas de compreensão da ação humana e, 
consequentemente, mecanismos e instrumentos de diagnóstico e cura para os 
eventuais problemas detectados, destacou-se como um dos principais 
estudiosos da sanidade humana, do equilíbrio físico-mental e da medicina 
como ciência do homem em sua dimensão integral, não apenas físico-corporal. 
Com o advento da Segunda Grande Guerra, Viktor Frankl e toda a sua família 
foram capturados e aprisionados em campos de concentração do regime 
nacional-socialista de Hitler. Durante anos sofreu todos os flagelos que eram 
ininterruptamente aplicados em campos de concentração espalhados por todo 
território ocupado. Foi neste ambiente, sob estas circunstâncias, em que a vida 
sente sua fragilidade extrema e enxerga seus limites com uma claridade única, 
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que Frankl consegue, ao olhar seu semelhante, identificar aquilo que nos faz 
diferentes, que nos faz livres. 
Durante todo o período de confinamento em campos de 
concentração (inclusive Auschwitz) Frankl observou que os indivíduos 
confinados respondiam aos castigos, às privações, de forma distinta. Alguns, 
perante a menor restrição, desmoronavam interiormente, perdiam o controle, 
sucumbiam frente à dura realidade e não conseguiam suportar a dificuldade da 
vida. Outros, porém, experimentando a mesma realidade externa dos castigos 
e das privações, reagiam de forma absolutamente contrária. Mantinham-se 
íntegros em sua estrutura interna, entregavam-se como que em sacrifício, 
esperavam e precisavam viver, resistiam e mantinham a vida. 
Observando isto, Frankl percebe que a diferença entre o primeiro 
tipo de indivíduo, aquele que não suporta a dureza de seu ambiente, e o 
segundo tipo, que se mantém interiormente forte, que supera a dureza do 
ambiente, está no fato de que os primeiros já não têm razão para viver, nada 
os toca, desistiram. Ou segundos, por sua vez, trazem consigo uma vontade de 
viver que os mantêm acima do sofrimento, trazem consigo um sentido para sua 
vida. Ao atribuir um sentido para sua vida, o indivíduo supera-se a si mesmo, 
transcende sua própria existência, conquista sua autonomia, torna-se livre. 
Ao sair do campo de concentração, com o fim do regime nacional-
socialista, Frankl, imediatamente e sob a forma de reconstrução narrativa de 
sua experiência, publica um livreto com o título Em busca de sentido: um 
psicólogo no campo de concentração, descrevendo sua vida e a de seus 
companheiros, identificando uma constante que permitiu que não apenas ele, 
mas muitos outros, suportassem o terror dos campos de concentração sem 
sucumbir ou desistir, todos eles tinham um sentido para a vida. 
Neste mesmo momento, Frankl apresenta os fundamentos daquilo 
que viria a se tornar a terceira escola de Viena, a Análise Existencial, a 
psicologia clínica de maior êxito até hoje aplicada. Nenhum método ou teoria foi 
capaz de conseguir o número de resultados positivos atingidos pela psicologia 
de Frankl, pela análise que apresenta ao indivíduo a estrutura própria de sua 
ação e que consegue com isto explicitar a necessidade constitutiva do sentido 
(da finalidade) para toda e qualquer ação humana. 
Sentido de vida é aquilo que somente o indivíduo pode fazer e 
ninguém mais. Aquilo que se não for feito pelo indivíduo não será feito sob 
hipótese alguma. Aquilo que somente a consciência de cada indivíduo 
conhece. Aquilo que a realidade de cada um apresenta e exige uma tomada de 
decisão. 
 
Página 5 / 176Página 5 / 176
Não existe nenhuma educação se não for para ensinar a superar-se 
a si mesmo, a transcender-se, a descobrir o sentido da vida. Tudo o mais é 
morno, é sem luz, é, literalmente, desumano. 
Educar é, pois, descobrir o sentido, vivê-lo, aceitá-lo, executá-lo. 
Educar não é treinar habilidades,não é condicionar comportamentos, não é 
alcançar técnicas, não é impor uma profissão. Educar é ensinar a viver, a não 
desistir, a descobrir o sentido e, descobrindo-o, realizá-lo. Numa palavra, 
educar é ensinar a ser livre. 
O Direito é um dos caminhos que o ser humano desenvolve para 
garantir esta liberdade. Que os Cadernos Dom Alberto sejam veículos de 
expressão desta prática diária do corpo docente, que fazem da vida um 
exemplo e do exemplo sua maior lição. 
Felicitações são devidas a Faculdade Dom Alberto, pelo apoio na 
publicação e pela adoção desta metodologia séria e de qualidade. 
Cumprimentos festivos aos professores, autores deste belo trabalho. 
Homenagens aos leitores, estudantes desta arte da Justiça, o Direito. 
. 
 
Luiz Vergilio Dalla-Rosa 
Coordenador Titular do Curso de Direito 
 
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Sumário 
 
Apresentação.......................................................................................................... 
 
Prefácio................................................................................................................... 
 
Plano de Aula.......................................................................................................... 
 
Aula 1 
Dimensões das Relações Contratuais................................................................... 
 
Aula 2 
Classificação dos Contratos.................................................................................. 
 
Aula 3 
Da Extinção do Contrato........................................................................................ 
 
Aula 4 
Relatividade dos Contratos: Efeitos com relação a Terceiros............................... 
 
Aula 5 
Dos Vícios Redibitórios.......................................................................................... 
 
Aula 6 
Compra e Venda.................................................................................................... 
 
Aula 7 
Cláusulas Especiais da Compra e Venda.............................................................. 
 
Aula 8 
Troca ou Permuta.................................................................................................. 
 
Aula 9 
Contrato de Empreitada (arts. 610 a 626 CC)....................................................... 
 
Aula 10 
Contrato de Mandato............................................................................................. 
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Aula 11 
Agência e Distribuição (arts. 710 a 721 CC)......................................................... 
 
Aula 12 
Contrato de Constituição de Renda – arts 803 a 813 CC/2002........................... 
 
Aula 13 
Contrato de Locação............................................................................................. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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112
133
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
Centro de Ensino Superior Dom Alberto 
 
Plano de Ensino 
 
Identificação 
Curso: Direito Disciplina: Direito Civil III - Contratos 
Carga Horária (horas): 60 Créditos: 4 Semestre: 4º 
 
Ementa 
Teoria Geral do Contrato: noção de contrato; contrato e operação econômica; contrato e ideologia; contrato 
e propriedade; várias concepções acerca do contrato; contrato e mudança social; elementos, requisitos e 
princípios; formação contratual e constituição do vínculo; justiça e hermenêutica contratual. Tendências 
atuais do direito contratual. Contratos de adesão. Classificação dos contratos. Responsabilidade 
Contratual. 
 
Objetivos 
Geral: 
Construir uma base epistemológica capaz de nortear o entendimento das relações contratuais e 
extracontratuais e suas relações com outras disciplinas. 
Refletir, propor e consolidar categorias jurídicas que permitam qualificar a intervenção dos graduandos em 
sua realidade prática acerca dos assuntos a serem desenvolvidos. 
Propiciar aos alunos, elementos capazes de favorecer a transposição dos conhecimentos que compõem o 
embasamento teórico para as questões de ordem prática, com vistas a estimulá-los à prática de questões 
jurídicas; 
 
Específicos: 
Promover estudo lógico-sistemático da Teoria Geral dos Contratos e responsabilidade civil, evidenciando a 
compreensão e aprendizado das relações contratuais e extra contratuais, buscando oferecer noções 
fundamentais e básicas de aspectos principio lógicos dos contratos, contratos em espécie e vínculos 
obrigacionais extra contratuais, alicerçados no Código Civil Brasileiro. 
 
Delimitar e desenvolver temáticas específicas que envolvam as problemáticas propostas, vinculadas ao 
mundo das obrigações contratuais e extra contratuais. 
 
Inter-relação da Disciplina 
Horizontal: Direito Comercial, Contratos Bancários, Direito das Relações de Consumo. 
 
Vertical: Direito Civil I,II e IV. 
 
Competências Gerais 
Interpretação e aplicação do Direito no ramo empresarial e nas relações de consumo; 
Pesquisa e utilização da legislação, da jurisprudência, da doutrina e de outras fontes do Direito; 
Adequada atuação técnico-jurídica, com a devida utilização de processos, atos e procedimentos; 
Correta utilização da terminologia jurídica ou da Ciência do Direito; 
Utilização de raciocínio jurídico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica diante do caso 
concreto, em acompanhamento com a evolução doutrinário e jurisprudencial; 
Julgamento e tomada de decisões; 
Domínio de tecnologias e métodos para permanente compreensão e aplicação do Direito.. 
 
Competências Específicas 
Atuação técnico-jurídica e elaboração de textos jurídicos no que respeita à temática do direito contratual. 
Capacidade de compreender o direito contratual com os demais ramos do saber a ele relacionados. 
 
Habilidades Gerais 
Capacidade de interpretar e aplicar o Direito no ramo empresarial e nas relações de consumo; 
Capacidade de pesquisar e utilizar a legislação, a jurisprudência, a doutrina e de outras fontes do Direito; 
Capacidade de atuar de forma adequada no plano nacional e internacional, com a devida utilização de 
processos, atos e procedimentos a cada caso concreto; 
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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
Capacidade de utilizar corretamente a terminologia jurídica ou da Ciência do Direito; 
Primar pelo raciocínio jurídico, argumentativo, através de instrumentos de persuasão e de reflexão crítica 
diante do caso concreto, acompanhando continuamente evolução doutrinária e jurisprudencial; 
Capacidade de tomar decisões de forma precisa; 
Dominar tecnologias e métodos para permanente compreensão e aplicação do Direito. 
 
Habilidades Específicas 
Atuar de forma técnico-jurídica na elaboração de textos jurídicos no que respeita à temática do direito 
contratual. 
Compreender o direito contratual com os demais ramos do saber a ele relacionados. 
 
Conteúdo Programático 
I – Noções gerais de contratos: Conceito de contrato; Função social do contrato;Boa-fé objetiva;Autonomia 
da vontade;Requisitos de validade (subjetivos, objetivos e formais);Formação do contrato – tempo e lugar 
de conclusão;Interpretação dos contratos. 
II – Classificação dos contratos:Aspectos introdutórios e critérios para a classificação;Contratos típicos (ou 
nominados), atípicos (ou inominados) e mistos; Contratos consensuais, solenes (ou formais) e 
reais;Contratos unilaterais e bilaterais; Contratos comutativos e aleatórios; Contratosde execução imediata, 
diferida e sucessiva; Contratos individuais e coletivos; Contratos reciprocamente considerados – principais e 
acessórios;Contratos de adesão. 
III – Contrato preliminar: Conceito e aspectos gerais; Efeitos do contrato preliminar. 
IV – Relatividade dos contratos – efeitos gerais dos contratos: A obrigatoriedade dos contratos e o princípio 
da relatividade dos contratos; Efeitos entre os contratantes; Efeitos dos contratos quanto aos sucessores; 
Contratos em favor de terceiro; Prestação de fato de terceiro; Contrato com pessoa a declarar. 
V – Efeitos particulares dos contratos: Direito de retenção; Vícios redibitórios; Evicção; Arras. VI – Extinção 
dos contratos; Cessação da relação negocial; Resilição; Cláusula resolutiva; Direito de arrependimento; 
Exceção de contrato não cumprido (exceptio non adimplenti contractus); Resolução por onerosidade 
excessiva – teoria da imprevisão. 
VII – Contrato de compra e venda: Conceito, elementos e especificidades; Objeto, preço, consentimento, 
efeitos; Promessa de compra e venda; Retrovenda; Venda a contento; Preempção ou preferência; Pacto de 
melhor comprador; Pacto comissório; Reserva de domínio; Venda sobre documentos; Contrato estimatório. 
VIII – Troca ou permuta; 
IX – Doação; 
X – Locação: Conceito e espécies; Locação de coisas; Locação de imóveis; Locação ou prestação de 
serviços; Locação de obra ou empreitada. 
XI – Empréstimo: Comodato; Mútuo; 
XII – Depósito; 
XIII – Mandato – gestão de negócios; 
XIV – Comissão; 
XV - Agência e distribuição; 
XVI – Corretagem; 
XVII – Transporte; 
XVIII – Seguro; 
XIX – Constituição de renda; 
XX – Jogo e aposta; 
XXI – Fiança; 
XXII – Compromisso; 
XXIII – Sociedade; 
XXIV – Declaração unilateral de vontade; Promessa unilateral – promessa de recompensa; Enriquecimento 
sem causa; Títulos de crédito – aspectos gerais. 
XXV – Responsabilidade civil: Aspectos gerais; Responsabilidade civil por fato de outrem; Responsabilidade 
sem culpa; Liquidação das obrigações. 
 
Estratégias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula) 
Aulas expositivas dialógico-dialéticas. Trabalhos individuais e em grupo e preparação de seminários. 
Leituras e fichamentos dirigidos. Elaboração de dissertações, resenhas e notas de síntese. Utilização de 
recurso Áudio-Visual. 
 
Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem 
A avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contínua, cumulativa e 
sistemática com o objetivo de diagnosticar a situação da aprendizagem de cada aluno, em relação à 
programação curricular. Funções básicas: informar sobre o domínio da aprendizagem, indicar os efeitos da 
metodologia utilizada, revelar conseqüências da atuação docente, informar sobre a adequabilidade de 
Página 10 / 176Página 10 / 176
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
currículos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc. 
Para cada avaliação o professor determinará a(s) formas de avaliação podendo ser de duas formas: 
1ª – uma prova com peso 10,0 (dez) ou uma prova de peso 8,0 e um trabalho de peso 2,0 
 2ª – uma prova com peso 10,0 (dez) ou uma prova de peso 8,0 e um trabalho de peso 2,0 
 
Avaliação Somativa 
A aferição do rendimento escolar de cada disciplina é feita através de notas inteiras de zero a dez, 
permitindo-se a fração de 5 décimos. 
O aproveitamento escolar é avaliado pelo acompanhamento contínuo do aluno e dos resultados por ele 
obtidos nas provas, trabalhos, exercícios escolares e outros, e caso necessário, nas provas substitutivas. 
Dentre os trabalhos escolares de aplicação, há pelo menos uma avaliação escrita em cada disciplina no 
bimestre. 
 
O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliações, tais como: projetos, seminários, 
pesquisas bibliográficas e de campo, relatórios, cujos resultados podem culminar com atribuição de uma 
nota representativa de cada avaliação bimestral. 
Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem média semestral de aprovação igual ou superior a sete 
(7,0) e freqüência igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) são considerados aprovados. 
Após cada semestre, e nos termos do calendário escolar, o aluno poderá requerer junto à Secretaria-Geral, 
no prazo fixado e a título de recuperação, a realização de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim de 
substituir uma das médias mensais anteriores, ou a que não tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como 
média final de aprovação igual ou superior a cinco (5,0). 
 
Sistema de Acompanhamento para a Recuperação da Aprendizagem 
Serão utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantões Tira-Dúvidas que 
são realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h00min às 18h50min, na sala de aula. 
 
Recursos Necessários 
Humanos 
Professor. 
Físicos 
Laboratórios, visitas técnicas, etc. 
Materiais 
 Recursos Multimídia. 
 
Bibliografia 
Básica 
 
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: dos contratos e das declarações unilaterais da vontade. De acordo 
com o novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10/01/2002). 30.ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Janeiro: Forense. 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos. v.2, 
Atlas: São Paulo, 2007. 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: contratos em espécie. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2008. v.3. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais. 5.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008. v.3. 
Complementar 
 
GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 
EFING, Antonio Carlos. Direito das Relações Contratuais. 2003. 
FIUZA, César. Direito Civil. Comentário sobre a Lei 11.698 de 13/06/08 (guarda compartilhada). 12.ed. Belo 
Horizonte: Del Rey, 2008. 
BEGALLI, Paulo Antonio. Direito Contratual no Novo Código Civil. 2.ed. Leme: Editora de Direito, 2006. 
VIANA, Marco Aurélio S. Curso de Direito Civil: contratos (artigo 421 a 965). Rio de Janeiro: Forense, 
2008. 
 
Legislação: 
GIANULO, Wilson. Vademecum Referenciado de Direito 2008. 3.ed. São Paulo: Jurídica Brasileira, 2008. 
NERY JUNIOR, Nelson. Código Civil Comentado. 4. ed. São Paulo: Revistas dos Tribunais, 2006. 
Página 11 / 176Página 11 / 176
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
 
Periódicos 
Jornais: Zero Hora, Folha de São Paulo, Gazeta do Sul, entre outros. 
Jornais eletrônicos: Clarín (Argentina); El País (Espanha); El País (Uruguai); Le Monde (França); Le 
Monde Diplomatique (França). 
Revistas: Consulex, Notadez, Magister 
Sites para Consulta 
www.cfj.jus.br 
www.tjrs.jus.br 
www.trf4.gov.br 
www.senado.gov.br 
www.stf.gov.br 
www.stj.gov.br 
www.ihj.org.br 
www.oab-rs.org.br; 
Outras Informações 
Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: 
http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por 
 
Cronograma de Atividades 
Aula Consolidação Avaliação Conteúdo Procedimentos Recursos 
1ª 
2ª 
 
3ª 
 
4ª 
 
5ª 
 
6ª 
 
7ª 
 
 1 
 
 1 
 
8ª 
 
9ª 
 
10ª 
 
11ª 
 
12ª 
 
13ª 
 
 2 
 
 2 
 
 3 
 
 
Legenda 
Procedimentos Recursos Procedimentos Recursos Procedimentos Recursos 
Código Descrição Código Descrição Código Descrição 
AE Aula expositiva AE Aula expositiva AE Aula expositiva 
TG Trabalho em 
grupo 
TG Trabalho em grupo TG Trabalhoem grupo 
TI Trabalho 
individual 
TI Trabalho individual TI Trabalho individual 
SE Seminário SE Seminário SE Seminário 
 
Página 12 / 176Página 12 / 176
 DIREITO CIVIL III – Contratos 
Profa. Ms. Janaína Machado Sturza 
 
 
 
1 – Dimensões das relações contratuais 
 
Negócio Jurídico e Contrato: quando o homem usa de sua manifestação de vontade 
com a intenção precípua de gerar efeitos jurídicos, a expressão dessa vontade 
constitui-se num negócio jurídico (arts 104 e seguintes CC). Embora nosso código 
possua normas gerais de contratos, as verdadeiras regras gerais do direito contratual 
são as mesmas para todos os negócios jurídicos. 
 
Art. 104 A validade do negócio jurídico requer: 
I – agente capaz; 
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III – forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Conceito de Contrato: o contrato é um ato jurídico bilateral, pois depende de duas ou 
mais declarações de vontade, visando criar, modificar ou extinguir obrigações. É um 
ajuste, convenção. É a convergência de duas ou mais vontades para conseguir um 
mesmo fim ou resultado determinado, ou ainda, pode-se dizer que é um acordo 
simultâneo de vontades para produzir efeitos jurídicos – obrigação de dar, de fazer ou 
não-fazer alguma coisa. 
Atualmente, os contratantes não são mais analisados como se fossem adversários, 
mas PARCEIROS, buscando uma relação equilibrada e igualitária, sempre com o 
objetivo de uma maior justiça, ou seja, estamos diante de uma conceituação contratual 
mais dinâmica e flexível. Criou-se uma idéia de parceria, buscando um justo equilíbrio 
entre as aspirações e interesses de ambas as partes. 
 
Formação dos contratos – elementos constitutivos: dão a condição de validade, pois 
num primeiro momento, para analisarmos a formação contratual, devemos analisar os 
elementos essenciais (requisitos de validade) para sua formação: 
 
- capacidade das partes; 
- objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
Página 13 / 176Página 13 / 176
- consentimento; 
- forma prescrita ou não-defesa em lei. 
Os elementos essenciais são os imprescindíveis, inderrogáveis à existência do ato 
negocial, pois formam sua substância. 
 
Os três primeiros requisitos (capacidade, objeto, consentimento) são chamados de 
GERAIS, pois são comuns à generalidade dos negócios jurídicos. 
 
O último (forma) é PARTICULAR, pois é peculiar a determinada espécie. 
 
ART. 104 CC - A validade do negócio jurídico requer: 
I.agente capaz; 
II.objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III.forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Classificação dos requisitos dos contratos: subjetivos, objetivos e formais. 
 
SUBJETIVOS: individualizados - pessoais 
a)existência de manifestação de duas ou mais vontades e capacidade genérica dos 
contratantes; 
b)aptidão específica para contratar – LEGITIMAÇÃO; 
c)consentimento. 
 
a) As partes contratantes devem possuir a capacidade - ou seja, não devem enquadrar-
se nos arts. 3º (absolutamente incapaz) e 4º. (relativamente incapaz) do CC, sob pena 
de ser decretada a nulidade ou anulabilidade do ato. Ver arts. 120 (representação), 
166-I (nulidade) e 171-I (anulabilidade) CC. 
 
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I – os menores de 16 anos; 
II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
 
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I – os maiores de 16 e menores de 18 anos; 
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II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham 
o discernimento reduzido; 
III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV – os pródigos. 
Parágrafo único: A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
 
Art. 120 Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas 
normas respectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste 
Código. 
 
Art. 166 É nulo o negócio jurídoico quando: 
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
 
Art. 171 Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: 
I – por incapacidade relativa do agente; 
 
 
b) Exige-se também a aptidão específica – LEGITIMAÇÃO – (algo a mais do que a 
capacidade) para todas as pessoas que desejam contratar, já que a ordem jurídica 
impõe certas limitações à liberdade de celebrar determinados contratos. 
 
 Portanto, além da capacidade geral exige-se a especial. 
 
A capacidade especial ou legitimação é diferente da capacidade geral das partes. Para 
que o negócio jurídico seja perfeito não basta que o contratante seja plenamente 
capaz, é imprescindível que seja parte legítima, OU SEJA, QUE TENHA 
COMPETÊNCIA PARA PRATICÁ-LO, DADA A SUA POSIÇÃO EM RELAÇÃO A 
CERTOS INTERESSES JURÍDICOS. 
 
c)Exige-se igualmente o consentimento das partes - ou seja, a manifestação de 
vontade, eis que não temos a formação do contrato sem o acordo de vontades. 
 
O consentimento é requisito primordial para validade dos contratos 
 
Consentimento – integração de vontades distintas – comprador e devedor. 
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Conjunção das vontades convergindo ao fim desejado. 
 
Tal manifestação deve ser livre, isenta de vícios do consentimento – erro, dolo, coação, 
lesão e estado de perigo – e também de vícios sociais – simulação e fraude. 
 
CONSENTIMENTO não está contido no art. 104, mas implicitamente admitido – não 
capitulado expressamente. 
 
 
OBJETIVOS: são os que dizem respeito ao objeto do contrato 
 
a) licitude do objeto – não podem ser contrários à lei, à moral, aos princípios de ordem 
pública e aos bons costumes; 
b) possibilidade do objeto – física e jurídica ; 
Ex. jamais poderei vender o céu – física. 
Ex. estipulação do pacto sucessório – art. 426 – não pode ser objeto de contrato 
herança de pessoa viva – jurídica. 
c) determinação do objeto – o objeto deve ser certo (soja) ou pelo menos determinável 
(soja colhida em maio/2009, venda safra de 2009). 
 
FORMAIS: 
 
a) forma livre ou geral; 
b) forma especial ou solene: 
 
–forma única: por lei não pode ser preterida por outra – art. 108, 215, 1653 
 
-forma plural: ocorre quando a norma jurídica permite a formalização do negócio por 
vários modos, a parte optará por um deles – art. 1417, 1438 (público ou particular) 
 
 
2 – Princípios gerais do direito contratual 
 
Autonomia da vontade: a liberdade contratual pode ser vista sob dois prismas – pelo 
prisma da liberdade propriamente dita de contratar ou não, estabelecendo-se o 
conteúdo do contrato, ou pelo prisma da escolha da modalidade do contrato. A 
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liberdade contratual permite que as partes se valham dos modelos contratuais 
constantes do ordenamento jurídico (contratos típicos), ou criem uma modalidade de 
contrato de acordo com suas necessidades (contratos atípicos). Em tese, a vontade 
contratual somente sofre limitação perante uma norma de ordem pública. Na prática 
existem imposições econômicas que dirigem essa vontade. A lei detém-se mais à 
contratação coletiva, visando impedir que as cláusulas contratuais sejam injustas para 
uma das partes. O ordenamento procurou dar aos mais fracos uma superioridade 
jurídica para compensar a inferioridade econômica. 
 
Força obrigatória dos contratos: um contrato válido e eficaz deve ser cumprido pelas 
partes – “pacta sunt servanda”. O acordo de vontades faz lei entre as partes, dicção 
que não pode ser tomada de forma peremptória, aliás, como tudo em Direito. Sempre 
haverá temperamentos que por vezes conflitam, aindaque aparentemente, com a 
segurança jurídica. Essa obrigatoriedade forma a base do direito contratual. O 
ordenamento deve conferir à parte instrumentos judiciários para obrigar o contratante a 
cumprir o contrato ou a indenizar pelas perdas e danos. Ainda que se busque o 
interesse social, tal não deve contrariar tanto quanto possível a vontade contratual, a 
intenção das partes. Ninguém pode alterar unilateralmente o conteúdo do contrato 
(intangibilidade do contrato). 
 
Princípio da relatividade dos contratos: a regra geral é que o contrato só ata 
aqueles que dele participaram. Todavia, tem-se que o contrato não produz efeito com 
relação a terceiros, a não ser nos casos previstos na lei. A parte contratante é aquela 
que estipulou diretamente o contrato, está ligada ao vínculo negocial e é destinatária 
dos efeitos finais. Por outro lado, deve ser considerado como terceiro, com relação ao 
contrato, quem quer que pareça estranho ao pactuado, ao vínculo e aos efeitos finais 
do negócio. 
 
Princípio da boa-fé: se estampa pelo dever das partes de agir de forma correta e 
ética, salientando-se que para a análise desse princípio nos contratos, devem ser 
observadas as condições em que o contrato foi firmado, o nível sociocultural dos 
contratantes, o momento histórico e econômico. A idéia central é no sentido de que, em 
princípio, contratante algum ingressa em um conteúdo contratual sem a necessária 
boa-fé. A má-fé inicial ou interlocutória em um contrato pertence à patologia do negócio 
jurídico e como tal deve ser examinada e punida (ver arts. 421 e 422 do CC). O art. 422 
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se reporta ao que se denomina boa-fé objetiva e, portanto, é necessário se distinguir a 
boa-fé subjetiva. 
 
Art. 421 A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social 
do contrato. 
 
Art. 422 Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, 
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 
Boa-fé subjetiva: o manifestante da vontade crê que sua conduta é correta, tendo em 
vista o grau de conhecimento que possui de um negócio. Para ele há um estado de 
consciência ou aspecto psicológico que deve ser considerado. 
 
Boa-fé objetiva: se traduz de forma mais perceptível como uma regra de conduta, um 
dever de agir de acordo com determinados padrões sociais estabelecidos e 
reconhecidos. Desse modo, pelo CC há três funções nítidas no conceito de boa-fé 
objetiva: função interpretativa (art. 113); função de controle dos limites do exercício de 
um direito (art. 187) e função de integração do negócio jurídico (art. 422). 
 
Art. 113 Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do 
lugar de sua celebração. 
 
Art. 187 Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes. 
 
Art. 422 Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, 
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 
Função social do contrato: a função social do contrato, preceito de ordem pública, 
encontra fundamento constitucional no princípio da função social do contrato lato sensu 
(arts. 5º, XXII e XXIII, 170, III), bem como no princípio maior de proteção da dignidade 
da pessoa humana (art. 1º, III), na busca de uma sociedade mais justa e solidária (art. 
3º, I) e da isonomia (art. 5º, caput). Isso em uma nova concepção do direito privado, no 
plano civil-constitucional, que deve guiar o direito civil do nosso século, seguindo 
tendência de personalização. 
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da 
justiça social, observados os seguintes princípios: 
III - função social da propriedade; 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
 
 
Referências: 
GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: dos contratos e das declarações unilaterais da 
vontade. De acordo com o novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10/01/2002). 30.ed. 
São Paulo: Saraiva, 2007. 
RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Janeiro: Forense. 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral 
dos contratos. v.2, Atlas: São Paulo, 2007. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais. 
5.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v.3. 
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 DIREITO CIVIL III – Contratos 
Profa. Ms. Janaína Machado Sturza 
 
 
 
Classificação dos Contratos 
 
Quanto aos efeitos: 
A) UNILATERAIS: são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das 
partes. Ex.: doação pura; 
B) BILATERAIS: são os que geram obrigações para ambos os contratantes, ou seja, 
são recíprocas, sinalagmáticos. Ex.: compra e venda, locação; 
C) PLURILATERAIS: são os contratos que contém mais de duas partes, várias partes. 
Ex.: contrato de sociedade, em que cada sócio é uma parte. 
D) GRATUITOS OU BENÉFICOS: são os contratos em que apenas uma das partes 
aufere benefício ou vantagem. Para a outra há só obrigação, sacrifício. Ex. doação 
pura; 
E) ONEROSOS: são aqueles contratos onde ambos os contratantes obtêm proveito, 
ao qual corresponde um benefício. Ex.: compra e venda; 
 
 
•••• A importância das distinções entre os contratos unilaterais e contratos bilaterais, 
mostra-se a partir de suas principais conseqüências jurídicas: 
 
a) exceção non adimpleti contractus (art. 476 e art. 477); 
 
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua 
obrigação, pode exigir o implemento da do outro. 
 
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes 
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação 
pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que 
aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. 
 
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b) cláusula resolutiva tácita (art. 475); c) a teoria dos riscos só é aplicável ao contrato 
bilateral, no qual se deverá apurar qual dos contratantes sofrerá as conseqüências da 
perda da coisa devida ou da impossibilidade da prestação. 
 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se 
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização 
por perdas e danos. 
 
• A exceção non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido) só pode 
ser argüida com propriedade quando as prestações são contemporâneas, onde cada 
contratante pode recusar a sua prestação, enquanto o outro não faz sua parte. Vale 
dizer que nas obrigações sucessivas tal exceçãonão pode ser invocada (Ex.: Art. 491). 
 
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa 
antes de receber o preço. 
 
• Quem tem o direito de realizar por último a prestação pode procrastiná-la, até 
que o outro contratante satisfaça a própria obrigação. Quando inadimplentes os 
contratantes, impõe-se à resolução do contrato, com restituição das partes ao status 
quo anterior. Se um deles cumpriu apenas em parte, ou de forma defeituosa, a sua 
obrigação, quando se comprometera a cumpri-la integral e corretamente, cabível se 
torna à oposição, pelo outro da exceção do contrato parcialmente cumprido. 
 
• A segunda questão, por sua vez, diz respeito ao 475 que admite o 
reconhecimento do inadimplemento como condição resolutiva. Por isso se diz que todo 
contrato bilateral contém uma cláusula resolutiva tácita. Será expressa se a convenção 
estabelecer a revogação do contrato pelo inadimplemento (474). 
 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se 
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização 
por perdas e danos. 
 
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de 
interpelação judicial. 
 
 
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• A terceira conseqüência jurídica, resultante da diferenciação entre contratos 
unilaterais, ou benéficos e bilaterais, ou onerosos, diz respeito à atribuição dos riscos. 
De acordo com o art. 392, nos contratos unilaterais ou benéficos, responde por simples 
culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e só por dolo aquele a quem não 
favoreça. Nos contratos bilaterais ou onerosos, responde cada uma das partes por 
culpa, salvo as exceções previstas em lei. 
 
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o 
contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, 
responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. 
 
• Nenhum dos três princípios antes referidos e vigorantes nos contratos bilaterais 
tem aplicação nos unilaterais, pois nestes inexistem reciprocidade de obrigações, logo, 
não se pode falar em exceção de contrato não cumprido, bem como em condição 
resolutória, ou responsabilidade do contratante, a quem o contrato não aproveite, por 
simples culpa. Ainda, nos contratos unilaterais prevalece a inexigibilidade da cláusula 
penal. 
 
Portanto, ante ao inadimplemento do outro, o contratante pode: 
• permanecer inerte e defender-se, caso acionado, com a exceção do contrato não 
cumprido; 
• pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos, provando o prejuízo sofrido; 
• exigir o cumprimento contratual quando possível a execução específica; 
 
 
Os contratos onerosos podem ser: 
1. COMUTATIVOS: são os de prestações certas e determinadas. As partes podem 
antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de 
sua celebração, porque não envolvem nenhum, risco; 
2. ALEATÓRIOS: ao revés, caracterizam-se pela incerteza, para ambas as partes, 
sobre as vantagens e sacrifícios que deles pode advir.A perda ou o lucro dependem de 
um fato imprevisível. Ex.: seguro para a seguradora,jogo; 
 
 
 
 
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Quanto a formação: 
A) CONTRATOS PARITÁRIOS: são aqueles tradicionais em que as partes 
discutem livremente as condições, porque se encontram em pé de igualdade; 
B) CONTRATOS DE ADESÃO: são os que não permitem essa liberdade, devido à 
preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. 
ACEITA-AS OU REJEITA-AS; 
 
Nos contratos de adesão, destaca-se a presença de traços característicos: 
• Uniformidade, pois visa obter o maior número possível de contratantes; 
• Predeterminação unilateral; 
• Rigidez, pois não é possível a rediscussão das cláusulas; 
• Posição de vantagem de uma das partes (vantagem econômica); 
 
 
NO CÓDIGO DE Defesa do Consumidor – CDC ... 
 
• Art. 54. “Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas 
pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de 
produtos e serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar 
substancialmente seu conteúdo”. 
• §1º - permite a inserção de cláusula no formulário, sem que isso desfigure a 
natureza de adesão do contrato, ou seja, sem que afaste a posição privilegiada do 
proponente; 
• § 3º - exige que os contratos de adesão sejam redigidos com termos claros e 
legíveis, de modo a facilitar a sua compreensão pelo consumidor. As cláusulas que 
eventualmente limitem o seu direito deverão ser redigidas com destaque, permitindo 
sua fácil e imediata compreensão; 
 
C) CONTRATO TIPO: também denominado de contrato de massa, em série ou por 
formulários, aproxima-se do contrato de adesão porque é apresentado por um dos 
contraentes, em fórmula impressa, ao outro, que se limita a subscrevê-lo. No entanto, 
dele difere no sentido de que não é essencial a desigualdade econômica entre as 
partes, e admite discussão sobre seu conteúdo. Em geral são deixados espaços a 
serem preenchidos pelo concurso de vontades, como ocorre em certos contratos 
bancários onde se discute as condições de financiamento. 
 
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Quanto ao momento da Execução: 
A) Execução instantânea: são aqueles que se consumam de uma só vez, num só ato, 
sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração. Ex.: compra e venda à vista; 
B) Execução diferida: são os que devem ser cumpridos também em um só ato, mas em 
momento futuro. Ex.: compra com a entrega em 30 dias; 
C) De trato Sucessivo ou de execução continuada: são os que se cumprem por meio 
de reiterados atos. Ex.: compra e venda à prazo; 
 
Quanto ao Agente: Pode ser subdividido quanto a qualidade e a quantidade: 
A) QUALIDADE: 
- Personalíssimos: são os celebrados em atenção as qualidades especiais de um dos 
contraentes, por essa razão o obrigado não pode ser substituído por um terceiro, pois 
estas qualidades tiveram influência no consentimento do outro contratante. Ex.: Pintor 
de um quadro; 
- Impessoais: são aqueles cuja prestação pode ser prestada por qualquer pessoa, pelo 
obrigado, ou por terceiro, o importante é que seja executada. Ex.: pintor de parede; 
B) QUANTIDADE: 
- Individuais: as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias 
pessoas. Todos os contratos são individuais; 
- Coletivos: perfazem acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas de direito 
privado, representativas de categorias profissionais, são denominados de convenções 
coletivas. Ex.: contrato celebrados entre dois sindicatos, entre duas empresas com 
objetivo de inibir a concorrência desleal; 
 
Quanto ao modo porque existem: 
A) Principais: são os que têm existência própria e não dependem, pois de qualquer 
outro. Ex.: contrato de locação; 
B) Acessórios: são os que tem sua existência subordinada ao contrato principal. Ex.: 
fiança, cláusula penal; 
C) Derivados ou subcontratos: são os que têm por objeto direitos estabelecidos em 
outro contrato. Têm em comum com os acessórios a dependência, porém diferem na 
circunstância de o derivado participar da própria natureza do direito versado no 
contrato-base. Ex.: sublocação, onde o locatário transfere a terceiro, sem se 
desvincular a atividade correspondente a sua posição contratual; subarrendamento; 
 
 
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• Convém destacar a exegese do art. 184, do CC, em que a nulidade da obrigação 
principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação 
principal e que com o principal prescrevem os direitos acessórios, mas a recíproca não 
é verdadeira. 
 
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico 
não o prejudicará na parte válida,se esta for separável; a invalidade da obrigação 
principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação 
principal. 
 
Quanto à forma: Podem ser subdivididos em validade e aperfeiçoamento 
A) VALIDADE: 
- Solene ou formal: são os que devem obedecer à forma prescrita em lei para se 
aperfeiçoar, ou seja, quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, 
este é solene. A SOLENIDADE É A SUBSTÂNCIA DO ATO. Ex.: testamento, 
casamento, compra e venda de imóvel); 
- Não solene: são aqueles contratos de forma livre, basta o consentimento para a sua 
formação. Ex: comodato; 
B) APERFEIÇOAMENTO: 
- Consensuais: como o próprio nome diz, são aqueles que se aperfeiçoam com o 
consentimento – acordo de vontades – Princípio do Consensualismo. Ex.: compra de 
bens móveis; 
- Reais: são os que exigem, além do consentimento, a entrega da coisa que lhe serve 
de objeto. Ex.: comodato, empréstimo; 
 
Quanto ao objeto: 
A) Preliminares: é o que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. Tem, 
portanto, um único objeto. É um pré-contrato, ou seja, é uma avença através da qual as 
partes podem criar em favor de uma ou mais delas a faculdade de exigir o cumprimento 
de um contrato apenas projetado. Ex.: promessa de compra e venda; 
 
• O CC de 2002 dedicou uma seção ao contrato preliminar – arts. 462- 466 – 
exigindo que contenha todos os requisitos do contrato definitivo, salvo quanto à forma, 
e seja levado ao registro competente. 
 
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Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos 
essenciais ao contrato a ser celebrado. 
 
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma 
sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que 
lhe for razoavelmente assinado pelo devedor. 
 
B) Definitivo: tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada um. Ex.: compra 
e venda. 
 
Quanto à designação: 
A) Contratos Nominados: são aqueles que possuem designação própria, que possui 
nome. Dito de outro modo são aqueles que possuem denominação legal e estão 
previstos e regulados na lei, onde têm padrão definido. Ex.: compra e venda, locação; 
B) Contratos Inominados: são aqueles que o legislador não previu de modo expresso, 
mas que gradativamente vão surgindo na vida quotidiana, criados pela fantasia ou 
pelas necessidades dos interessados. Ex. Cessão de Clientela; Constituição de 
Servidão mediante pagamento de certa quantia; a troca de uma coisa por obrigações 
de fazer ou por outros serviços; 
C) Típicos: são aqueles que estão regulados em lei, ou seja, que estão expressamente 
colocados no Código Civil. Ex.: compra e venda; a doação, a locação. Ressalte-se que 
não é o mesmo que contrato nominado, mas todo contrato típico é nominado e vice-
versa; 
D) Atípicos: são aqueles que são regulados em lei, como os contratos de hospedagem, 
garagem, estacionamento; 
E) Contratos Mistos: resulta da combinação de um contrato típico com cláusulas 
criadas pela vontade dos contratantes, ou seja, acrescentam-se cláusulas que lhe 
retiram a tipicidade, mas que não transformam a sua essência; 
F) Contrato Coligado: constitui uma pluralidade, em que vários contratos celebrados 
pelas partes apresentam-se interligados. Ex.: Donos de postos de gasolina com os 
distribuidores de derivados de petróleo, fornecimento de combustível, comodato das 
bombas, locação de equipamentos; 
G) União de contratos: dois contratos celebrados num mesmo documento; Ex.: contrato 
de transporte aéreo e seguro de passageiro; 
 
 
Página 26 / 176Página 26 / 176
Referências: 
GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: dos contratos e das declarações unilaterais da 
vontade. De acordo com o novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10/01/2002). 30.ed. 
São Paulo: Saraiva, 2007. 
RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Janeiro: Forense. 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral 
dos contratos. v.2, Atlas: São Paulo, 2007. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais. 
5.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v.3. 
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 DIREITO CIVIL III – Contratos 
Profa. Ms. Janaína Machado Sturza 
 
 
 
Da Extinção do Contrato: 
 
� Conforme VENOSA “as obrigações, direitos pessoais, têm como característica 
fundamental seu caráter transitório. A obrigação visa a um escopo mais ou menos 
próximo no tempo. Atingida a finalidade para a qual foi criada, a obrigação extingue-se”. 
� Assim, o contrato, como todo e qualquer negócio jurídico, cumpre seu ciclo 
existencial. Nasce do mútuo consenso, sofre as vicissitudes de sua carreira, e termina 
normalmente com o adimplemento da prestação, sendo executado pelas partes 
contratantes em todas as suas cláusulas; 
� A execução é, pois, o modo normal de extinção do vínculo contratual, não 
suscitando, por isso, quaisquer problemas quanto à forma e aos efeitos, já que, uma vez 
executado o contrato, extinguir-se-ão todos os direitos e obrigações que originou. 
� Portanto, com o cumprimento o contrato atinge seu fim precípuo e se extingue. 
Entretanto, nem sempre a causa de extinção é o cumprimento; 
� Em determinadas situações o contrato se extingue antes de seu cumprimento por 
causas simultâneas ou anteriores a sua formação, antes mesmo de atingir a sua 
finalidade. Outras vezes, o contrato se extingue por causas posteriores a sua formação; 
� São causas posteriores a sua formação: 
� Resolução; 
� Resilição; 
� Rescisão. 
 
Do Distrato ou Resilição Bilateral: 
 
� O distrato é o acordo de vontades entre as partes contratantes, a fim de extinguir 
vínculo contratual anteriormente estabelecido. Art. 472; 
� Rege-se pelas mesmas disposições relativas ao contrato e submete-se às mesmas 
formas. 
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� Assim, se constituído o contrato por escritura pública, só por escritura pública se há 
de distratar. 
� O distrato de uma compra convencionada por escrito tem de obedecer igualmente 
à forma escrita; 
� Com isto, se o negócio jurídico não exige forma solene, poderá ser o distrato por 
instrumento particular, ainda, tratando-se de contrato consensual que não tem forma 
obrigatória, o distrato poderá se dar até mesmo verbalmente ou pela simples entrega da 
coisa, como é o caso da locação; 
� Em regra, o distrato produz efeitos ex nunc, ou seja, a ruptura do vínculo contratual 
só produzirá efeitos a partir do instante de sua celebração, não atingindo as 
conseqüências pretéritas, nem os direitos adquiridos por terceiros, que serão respeitados. 
 
Da Quitação: 
 
� A quitação é um direito de quem paga, do solvens. Podendo inclusive o solvens 
reter o pagamento na hipótese de lhe ser negada a quitação, consoante se vê do previsto 
no artigo 319, do CC; 
� Requisitos: art. 320, CC; 
� Ver arts. 321-324; 
 
� O recibo é o instrumento da quitação, é a prova material do pagamento! 
 
Da Resilição Unilateral, art. 473: 
 
� É aquela em que os contratos de sua natureza permite que unilateralmente a parte 
dê por finda a relação contratual, encontramos o comodato, o mandato, o depósito, cujo 
fator preponderante é a confiança; 
� É, em regra, um ato potestativo do contratante ao qual o outro não pode se opor; 
� Ver art. 473, § único; 
 
 
Segundo DINIZ a resilição unilateral assume feição especial em determinados casos: 
 
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� REVOGAÇÃO: que se opera quando a lei concede tal direito, como no mandato e 
nas doações, que podem ser resilidos mediante simples declaração de vontade, 
independentemente de aviso prévio, mas condicionada a certas causas, desde que 
manifestada pela própria pessoa que praticou oato negocial que se revoga. Assim, no 
mandato, o mandante pode liberar-se do contrato, revogando os poderes que outorgou ao 
mandatário; 
 
� RENÚNCIA: que é o ato pelo qual um contratante notifica o outro de que não mais 
pretende exercer o seu direito. Assim, o mandatário, p. ex., poderá notificar o mandante 
de que não continuará exercendo o mandato (CC, art. 682, I) e este, então, cessará com 
a exoneração do mandatário. 
� A renúncia do mandato, pelo art. 688, deverá ser comunicada ao mandante, que, 
se sofrer prejuízo pela sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de prover à 
substituição do procurador, será indenizado pelo mandatário, salvo se este provar que 
não podia continuar no mandato sem prejuízo considerável e que não lhe era dado 
substabelecer; 
 
� RESGATE: que é o ato de libertar alguma coisa de uma obrigação, ônus ou 
encargo a que estava vinculada, ou de cumprir uma obrigação de caráter pessoal, 
aplicável, p. ex. hipoteca. 
� Ressalta a doutrinadora que a resilição unilateral não requer pronunciamento 
judicial para sua eficácia e que seus efeitos serão ex nunc (dali para frente), não se 
operando retroativamente e nem implicando na restituição de parcelas já pagas. 
 
Da Resolução: 
 
� O termo resolução é utilizado nas dissoluções do contrato em função de causas 
posteriores a sua criação e reservado para as hipóteses de inadimplemento voluntário, 
involuntário ou por onerosidade excessiva. Ocorre, portanto, a inexecução do contrato, 
que poderá ser culposa ou não. 
 
Resolução sem culpa das partes 
� Ex.: caso fortuito ou de força maior; 
� Havendo perecimento do objeto sem culpa das partes, a obrigação se resolve e as 
partes voltam ao estado anterior. 
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Resolução por culpa das partes: 
� Trata-se de inadimplemento voluntário, que vai ter como conseqüência a faculdade 
da parte prejudicada pedir a resolução do contrato ou de se cumprimento, cabendo 
cumulativamente o pedido de indenização. 
 
 
Referências: 
GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: dos contratos e das declarações unilaterais da 
vontade. De acordo com o novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10/01/2002). 30.ed. 
São Paulo: Saraiva, 2007. 
RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Janeiro: Forense. 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos 
contratos. v.2, Atlas: São Paulo, 2007. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais. 
5.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v.3. 
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 DIREITO CIVIL III – Contratos 
Profa. Ms. Janaína Machado Sturza 
 
 
 
RELATIVIDADE DOS CONTRATOS: EFEITOS COM RELAÇÃO A 
TERCEIROS 
 
1. DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIROS: haverá estipulação de terceiro 
quando uma pessoa convenciona com outra que está concederá uma vantagem ou 
benefício em favor daquele, que não é parte do contrato. Sabe-se que dentre os princípios 
fundamentais do direito contratual se encontra o da relatividade dos efeitos do contrato, 
que se funda na idéia de que seus efeitos só se produzem em relação às partes, àqueles 
que manifestaram a sua vontade, vinculando-os ao seu conteúdo e não afetando, em 
regra, terceiros, nem seu patrimônio. Portanto, tal instituto constitui-se em exceção ao 
referido princípio. 
Com efeito, pode-se dizer que a ocorre a estipulação em favor de terceiro quando 
no contrato celebrado entre duas pessoas, denominadas estipulante e promitente, 
convenciona-se que a vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de 
terceira pessoa, alheia à formação do vínculo contratual. Há três figuras na 
estipulação em favor de terceiro: o estipulante, o promitente e o beneficiário, este último 
alheio à convenção. 
Em razão de o beneficiário ser estranho ao contrato, exige-se a capacidade somente 
aos dois primeiros, uma vez que qualquer pessoa pode ser contemplada com a 
estipulação. A peculiaridade da estipulação em favor de terceiro está no fato de que o 
terceiro – estranho ao contrato – se torna credor do promitente, não sendo necessário o 
seu consentimento. Assevera-se, ademais, que tal estipulação proporciona uma atribuição 
patrimonial gratuita ao favorecido, ou seja, não exige contraprestação. Vale dizer que se 
for estipulada alguma onerosidade ao beneficiário, invalidará a estipulação. Ela só se 
completará no momento e, em razão, em que aquele aceite o benefício. Pode ser 
caracterizado como consensual e de forma livre, já que o terceiro não precisa ser desde 
logo identificado, basta que seja determinável. 
A estipulação em favor de terceiro é comum nos contratos de seguro de vida, onde o 
pagamento do seguro beneficia a quem não participou da avença, também presente nas 
ações de separações judiciais consensuais, onde são inseridas cláusulas em favor dos 
filhos do casal e nas convenções coletivas de trabalho em que são estipuladas cláusulas 
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em favor de toda a categoria. Verifica-se, ainda, a estipulação em favor de terceiro nas 
doações com encargos e nas constituições de renda. 
 
2. Natureza jurídica da estipulação em favor de terceiro: A doutrina é divergente 
quanto a natureza jurídica da estipulação em favor de terceiro, existindo várias teorias 
para defini-las. 
A primeira é a Teoria da Oferta, cuja teoria é considerada a mais simples, já que a 
estipulação em favor de terceiro não passa de mera proposta ou oferta, dependendo de 
aceitação do terceiro beneficiado, ou seja, o contrato somente surge com a anuência do 
beneficiário. Todavia, essa teoria não é aceitável devido ao fato de que o promitente não 
é mero proponente, mas verdadeiro obrigado. 
Outra teoria é da Gestão de Negócios, que a considera como espécie de ato 
unilateral, pelo qual alguém sem autorização do interessado, intervém na administração 
de negócio alheio no interesse deste sem possuir um mandato (art. 861, CCB). 
Igualmente, pode-se dizer que é falha esta teoria, uma vez que o estipulante e o 
promitente agem em seu próprio nome e não em nome de terceiro. 
Em terceiro lugar, encontramos a teoria que entende que a estipulação em favor de 
terceiro é uma Declaração Unilateral da Vontade. Como adepto desta teoria 
encontramos SILVIO RODRIGUES. Também é criticada uma vez que a promessa 
unilateral é indeterminada e anônima, ao passo que a estipulação em favor de terceiro é 
contraída em benefício de pessoa certa e determinada, bem como se faz necessário a 
declaração de duas vontades: a do estipulante e a do promitente. 
Em quarto lugar, aparece a Teoria do Direito Direto que reconhece a natureza 
contratual da estipulação, afirmando que o terceiro não participando do negócio jurídico 
recebe a repercussão de seus efeitos, sendo o benefício prometido uma espécie de 
acessório. Da mesma forma, não foi aceita em nosso direito, pois a estipulação em favor 
de terceiro é considerada um negócio jurídico acessório. 
A Teoria mais aceita é a que considera a estipulação em favor de terceiro um 
Contrato, porém sui generis, pelo fato de a prestação não ser realizada em favor do 
próprio estipulante, como ocorre normalmente, mas sim em benefício de outrem, que não 
participou da avença. Vale dizer que a sua existência e a validade não dependem da 
vontade do beneficiário (terceiro), mas somente a sua eficácia, que está subordinada a 
aceitação. 
Assim, a concepção contratualista da estipulação em favor de terceiro foi consagrada 
no Código Civil Brasileiro, inclusive utilizando o vocábulo contrato nos arts. 436-438, do 
CC. 
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Dessa forma, a obrigação assumida pelo promitente pode ser exigida tanto pelo 
estipulante como pelo beneficiário que assume a condição de credor na execução do 
contrato, ficando obrigado às condições do contrato se aele anuiu e se o estipulante não 
se reservou o direito de substituir o beneficiário (art. 438, CCB). No entanto, se for 
estipulado que o beneficiário pode reclamar a execução do contrato, o estipulante perde o 
direito de exonerar o promitente (art. 437, CCB), ou seja, a estipulação será irrevogável. 
Vale dizer a ausência de tal previsão sujeita o terceiro à vontade do estipulante, que 
poderá desobrigar o devedor, bem como substituir o primeiro na forma do artigo 438. 
Neste último caso, basta a declaração unilateral de vontade do estipulante, por ato inter 
vivos ou causa mortis. 
 
3. Da promessa de fato de terceiro: Prescreve o artigo 439 do Código Civil 
Brasileiro: “Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, 
quando este o não executar.” Trata-se do denominado contrato de outrem ou promessa 
de fato de terceiro. O único vinculado é o que promete, assumindo obrigação de fazer 
que, não sendo executada, resolve-se em perdas e danos, já que ninguém pode vincular 
terceiro a uma obrigação. 
Dessa forma, aquele que promete fato de terceiro assemelha-se ao fiador, que 
assegura a prestação prometida. Se alguém, por exemplo, prometer levar um cantor de 
renome a uma determinada casa de espetáculos ou clube, sem ter obtido dele, 
previamente, a devida concordância, responderá por perdas e danos perante os 
promotores do evento, se não ocorrer a prometida apresentação na ocasião anunciada. 
Neste caso, portanto, o agente não agiu como mandatário do cantor, que não se 
comprometeu de nenhuma forma. Porém, se o tivesse feito, não haveria nenhuma 
obrigação para quem fez a promessa. 
Assevera-se que a regra do parágrafo único, do artigo 439, do CC, consiste em uma 
proteção de um dos cônjuges frente a eventuais desatinos do outro, visto que nega 
eficácia à promessa de fato de terceiro quando este for cônjuge do promitente. Por 
exemplo, na promessa do marido de que a mulher anuirá com fiança por ele dada, se não 
houver a concordância desta, tal fiança não terá eficácia, sequer caberá perdas e danos, 
pois esta comprometeria o patrimônio do casal ou no mínimo resultaria em litígio do casal. 
A fiança dada pelo marido sem a anuência da mulher pode ser por ela anulada (art. 1.649, 
do CCB). 
 
4. Do contrato com pessoa a declarar ou nomear: é uma das inovações do CC 
2002, justamente regulado do artigo 467 ao artigo 471. Nessa modalidade, um dos 
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contratantes pode reservar-se o direito de indicar outra pessoa para, em seu lugar, 
adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. 
Esse tipo de avença é comum nos compromissos de compra e venda de imóveis, 
onde o compromissário comprador reserva-se a opção de receber a escritura definitiva ou 
indicar terceiro para nela figurar como adquirente. É denominada cláusula pro amico 
eligendo. Utilizada para evitar despesas com novas alienações, quando os bens são 
adquiridos com o propósito de revenda, ocorrendo a intermediação do adquirente. Com 
efeito, a pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigações do contrato desde 
o seu nascimento. 
Destaque-se que se o nomeado não aceita a indicação, ou esta não é feita no prazo 
assinado, nem por isso perde o contrato sua eficácia, ele continua válido, subsistindo 
entre os contratantes originários, ocorrendo o mesmo se a pessoa nomeada era 
insolvente e a outra parte desconhecia esse fato. 
Assim, o contrato terá eficácia somente entre os contratantes originários se não 
houver indicação da pessoa, se o nomeado se recusar a aceitá-la ou era incapaz ou 
insolvente e a outra pessoa desconhecia essa circunstância no momento da indicação 
(art. 471). 
Salienta-se que a validade do negócio requer a capacidade e legitimação de todos os 
personagens, no momento da estipulação do contrato. 
 
5. Natureza jurídica do contrato com pessoa a declarar: Há grande controvérsia 
quanto à natureza jurídica do contrato com pessoa a declarar. Dentre as várias teorias 
existentes, se destaca as que consideram esse contrato como estipulação em favor de 
terceiro; como contrato condicional; como aquisição alternativa; como sub-rogação; como 
representação e como gestão de negócios em que a aceitação do terceiro atua como 
aprovação do contrato celebrado em seu nome. 
Frise-se que essa modalidade de contrato se aproxima da estipulação em favor de 
terceiro na medida que consiste em exceção ao princípio da relatividade dos efeitos dos 
contratos. Todavia, diferem-se entre si, especialmente, porque na primeira o estipulante e 
o promitente permanecem vinculados ao contrato, mesmo depois da adesão do terceiro. 
Já no contrato com pessoa a nomear, um dos contratantes desaparece, sendo substituído 
pelo nomeado e aceitante. 
Assim, a teria mais aceita é a Teoria da Condição segundo a qual o apresenta-se 
como contrato em nome próprio, sob condição resolutiva e em nome alheio sob condição 
suspensiva. 
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Portanto, o contrato com pessoa a declarar, é negócio jurídico bilateral, que se 
aperfeiçoa com o consentimento dos contratantes, que são conhecidos. As partes 
contratantes são assim, desde logo, definidas e identificadas. No entanto, uma delas 
reserva-se a faculdade de indicar a pessoa que assumirá as obrigações e adquirirá os 
direitos respectivos, em momento futuro. 
 
6. Contrato com pessoa a declarar e institutos afins: 
 
� Contrato em favor de terceiro: neste tipo de contrato o estipulante e promitente 
permanecem vinculados à relação contratual durante toda a sua existência, enquanto o 
terceiro permanece alheio ao contrato mesmo após a aceitação. No contrato com pessoa 
a declarar um dos contratantes primitivos é substituído pelo nomeado, que passa a figurar 
no contrato retroativamente. 
� Cessão do contrato: tem como fato comum corresponder ao fenômeno sucessório 
no contrato. É convencionada entre estipulante e promitente em ocasião posterior à 
celebração e, os seus efeitos se dão ex nunc, ou seja, somente a partir do momento em 
que a cessão foi aceita. Já no contrato com pessoa a declarar, a cessão de direitos é 
previamente concertada entre estipulante e promitente, ingressando o terceiro na relação, 
em substituição do primeiro, retroativamente, como se parte fosse desde o início. 
� Mandato: difere do contrato com pessoa a declarar pela circunstância de que o 
mandatário declara sempre o nome do mandante, que não é indeterminado, existindo 
antes da sua outorga, enquanto que no contrato com pessoa a declarar, o negócio pode 
ser de exclusiva e espontânea iniciativa de quem o pactuou, podendo afigurar-se incerta à 
época da estipulação a pessoa a declarar. 
� Representação: é instituto mais amplo, que tem no mandato uma forma de 
concretização. Distingue-se, também, do contrato com pessoa a declarar no ponto em 
que produz seus efeitos na pessoa do representado exclusivamente, enquanto o último os 
gera para a pessoa nomeada ou para a do estipulante. O primeiro ou é negócio 
representativo, ou é nulo. O segundo, pode ser negócio representativo ou negócio em 
nome próprio. 
� Gestão de Negócio: não se trata de gestão de negócio porque o nome da pessoa 
não é invocado no momento da estipulação do contrato. 
� Promessa de fato de terceiro: nesta a obrigação é assumida somente pelo 
promitente de obter de terceiro a declaração ou prestação. No contrato com pessoa a 
declarar, o contratante promete fato próprio, mas, eventualmente, e, alternativamente, 
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promete fato de terceiro, com efeito, de que se a declaração de nomeação for válida, o 
nomeado não pode legitimamente recusar-se ao cumprimento. 
 
 
PROPOSTA E ACEITAÇÃO DO CONTRATO 
 
1. Noções Gerais: a proposta e a aceitação constituem-se em outros elementos 
imprescindíveis para sua formação. Inicialmente teremos as negociações preliminares(preparatórias), que nada mais são do que conversações prévias, sondagens, estudos 
sobre o interesse dos contratantes, tendo em vista o futuro contrato, mas sem que haja 
qualquer obrigatoriedade ou vinculação jurídica entre os participantes. É uma fase pré-
contratual, que não cria direitos nem obrigações, mas tem por objeto o preparo do 
consentimento das partes para conclusão do negócio jurídico contratual. Muito embora 
não sejam previstos no CC, esses acordos provisórios são admitidos em direito, ante o 
princípio da autonomia da vontade. 
 Ressalte-se que no nosso direito, apesar de faltar obrigatoriedade aos 
entendimentos preliminares, deles pode surgir, excepcionalmente, a responsabilidade 
civil para os que deles participam, não no campo da culpa contratual, mas no da 
aquiliana (extracontratual – ilícito civil), se um deles causam prejuízo ao outro. Ex. veja-se 
a hipótese de um dos participantes criar expectativa de que o negócio será celebrado, 
levando-o a despesas, a não contratação com terceiros, etc e, na hora de fechar o 
negócio, não aceita a proposta. Essa é a possibilidade de responsabilidade pré-contratual. 
Assim, frise-se que o CC, por sua vez, disciplina o contrato preliminar nos arts. 462 a 
466. No entanto, o contrato sendo acordo de vontades de duas ou mais pessoas, tem-se 
que estas não são emitidas ao mesmo tempo, mas sim sucessivamente. Assim uma parte 
toma iniciativa, dando início à formação do contrato, formulando uma proposta à outra. 
 
PROPOSTA/OFERTA/POLICITAÇÃO = declaração inicial de vontade cuja finalidade 
é a realização de um contrato. 
POLICITANTE/PROPONENTE = quem faz a proposta – ofertante. 
OBLATO/SOLICITADO = quem recebe a proposta. 
 
 A oferta traduz uma vontade definitiva de contratar nas bases oferecidas, 
constituindo-se um negócio jurídico, ou seja, um elemento de formação contratual. 
 
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2. CONCEITO DE PROPOSTA: é uma declaração receptícia de vontade, dirigida por 
uma pessoa à outra, com quem pretende celebrar um contrato, por força da qual a 
primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada se a outra aceitar. Art. 427 CC 
– é a força vinculante em relação a quem formula – regra geral. 
 A proposta não produz conseqüências jurídicas para a outra parte, apenas 
para o policitante, pois ainda não existe contrato. 
 A proposta tem caráter obrigatório – art. 427 CC, o proponente não pode revogá-la 
por certo tempo a partir da sua existência, mas comporta exceções – art. 428 CC, 
portanto a força vinculante da proposta não é absoluta. 
 Ex. se na proposta contiver cláusula expressa de não obrigatoriedade – art. 427 CC 
2ª. Parte – se ao contrário não resultar dos termos. O aceitante ao recebê-la já saberá da 
não obrigatoriedade. 
 
3. ACEITAÇÃO: a aceitação da proposta por parte do solicitado é o fecho do ciclo 
contratual – arts. 430 a 435. É a segunda fase para a formação do vínculo contratual. A 
aceitação é a manifestação, expressa ou tácita, da parte do destinatário de uma proposta, 
vinculando não só o aceitante, mas também o ofertante, que a partir desse momento está 
sob a égide do liame contratual. 
 
3.1 Requisitos essenciais da aceitação: 
-não exige forma determinada, pode ser expressa ou tácita; 
-deve ser formulada dentro do prazo legal – deve ser oportuna, é necessário que ela 
seja formulada dentro do prazo concedido na policitação. 
 
3.2 ACEITAÇÃO entre presentes e entre ausentes: 
 
-ENTRE PRESENTES – poderá a proposta ter prazo ou não. Se não tiver prazo a 
aceitação deverá ser feita imediatamente. Se tiver prazo deverá a aceitação ser efetuada 
dentro do prazo, sob pena de desvincular o policitante. 
-ENTRE AUSENTES – Existindo prazo deverá ser no termo, mas se o correio atrasar, 
por exemplo, o proponente deverá dar ciência ao fato ao aceitante, sob pena de perdas e 
danos – ver art. 430. Não existindo prazo a aceitação deverá ser elaborada dentro do 
tempo suficiente para chegar à resposta ao conhecimento do proponente – art. 428, II; 
deixa de ser obrigatória. Há divergências doutrinárias sobre qual a teoria nosso código se 
filia em relação ao conhecimento dessa proposta. Alguns se referem à teoria da 
Informação, outros da Declaração (escrita, expedida e recepcionada). O art. 434 acolheu 
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expressamente a teoria da Expedição, ao afirmar que os contratos entre ausentes tornam-
se perfeitos desde que a aceitação é expedida. Entretanto, estabeleceu exceções: a) no 
caso de haver retratação do aceitante; b) se o proponente se houver comprometido a 
esperar resposta; e c) se ela não chegar no prazo convencionado. 
 
CRÍTICA: Se, é permitida a retratação antes da resposta chegar às mãos do 
proponente e, se, ainda, não se reputa concluído o contrato no caso de a resposta 
não chegar no prazo convencionado, na realidade o referido diploma legal filiou-se 
a teoria da recepção e não da expedição. 
 
4. RETRATAÇÃO: ao aceitante é dado o direito de arrependimento, desde que sua 
retratação chegue ao conhecimento do ofertante antes da aceitação ou juntamente com 
ela. Ver art. 433 – a retratação vem a ser a recusa oportuna do negócio aceito, pois se 
chegar tardiamente a seu destino o remetente continuará vinculado ao contrato. 
 
5. CONTRAPROPOSTA: consiste na modificação, substituição ou emenda da 
proposta original. Ver. Art. 431. 
 
6. LUGAR DA CELEBRAÇÃO: quanto ao lugar, reputa-se celebrado o contrato onde 
foi proposto. É importante a determinação do local da celebração do negócio jurídico 
contratual, principalmente porque a partir daí teremos a apuração do foro competente. 
 
7. INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS: Relativamente a INTERPRETAÇÃO, 
sabe-se que toda a manifestação de vontade necessita de interpretação para que se 
alcance o seu significado, as situações que previu e os efeitos que pretende ter. Assim, 
exige-se a interpretação do juiz, para que seja aplicada a vontade contratual, é o trabalho 
hermenêutico, realizado pelas partes e pelo magistrado na hipótese de existência de 
conflito de interesses. Salienta-se que o Judiciário tem o monopólio da interpretação 
constitucional, mas que indiretamente todas as pessoas que estão sob a égide da CF 
podem ser intérpretes indiretos. A interpretação contratual é DECLARATÓRIA quando 
tem por objetivo a descoberta da intenção das partes no momento da celebração, e, 
CONSTRUTIVA, quando tem por desígnio o aproveitamento do contrato, mediante o 
suprimento de lacunas, de pontos omissos. Ressalte-se que eles são complementados 
por meio do uso da função social do Contrato, da Boa-fé, dos usos e costumes do local... 
 
 
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Referências: 
GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: dos contratos e das declarações unilaterais da 
vontade. De acordo com o novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10/01/2002). 30.ed. 
São Paulo: Saraiva, 2007. 
RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Janeiro: Forense. 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos 
contratos. v.2, Atlas: São Paulo, 2007. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais. 
5.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v.3. 
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 DIREITO CIVIL III – Contratos 
Profa. Ms. Janaína Machado Sturza 
 
 
 
Dos vícios redibitórios 
 
a) Conceito: Vícios redibitórios são defeitos ocultos em coisa recebida em virtude 
de contrato comutativo, que tornam imprópria ao uso a que se destina, ou lhe diminuam o 
valor. A coisa defeituosa pode ser enjeitada pelo adquirente, mediante devolução do 
preço, e, se o alienante conhecia o defeito, com satisfação de perdas e danos. 
O Código Civil Brasileiro disciplina os vícios redibitórios do artigo 441 ao artigo 446, 
onde dispõe no seu

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