FILO NEMATODA

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FILO NEMATODA 
Profª Andréa Bezerra de Castro 
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA 
Disciplina: Zoologia Agrícola 
• Parasitas facultativos: passam parte do período de 
desenvolvimento dentro do inseto. 
A IMPORTÂNCIA DOS NEMATÓIDES 
Exemplos: Diplogaster 
Alguns nematóides podem ser parasitas de insetos 
Nematóides como Agentes de Controle Biológico 
Parasita facultativo 
Besouro: Scolytus multistriatus 
Neoplectana 
• Parasitas obrigatórios: desenvolvem-se totalmente 
dentro do hospedeiro. São os mais utilizados em programas 
de controle biológico de pragas. 
Rhabditidae 
Mermithidae 
Exemplos: Mermithidae, Tetra-donematidae, Rhabditidae. 
Mononchus sp. predando outro nematóide 
Exercem importante papel na manutenção do equilíbrio 
biológico dentro da fauna do solo. 
Alguns vivem no solo, outros na água ou dentro de animais. 
Mononchus 
Um exemplo clássico de controle biológico é 
o uso do nematóide Deladenus siricidicola no 
controle de Sirex noctilio a vespa da 
madeira, praga chave de florestas de Pinus 
no sul do Brasil. 
Deladenus siricidicola 
Sirex noctilio 
Pinus com larva da 
vespa da madeira 
 Os fitonematóides constituem-se um 
fator limitante para a produtividade de 
culturas além de depreciar a qualidade do 
produto; 
 O efeito mais devastador que eles causam é a 
interrupção da circulação dos nutrientes reduzindo o vigor 
da planta e a consequente redução da rentabilidade do 
produtor. 
Nematóides de interesse agrícola 
 Endoparasitas 
• Infectam o interior das raízes e vasos condutores 
diminuindo o volume de seiva à planta impedindo a boa 
produção de frutos; 
 Ectoparasita 
• Obtêm o seu alimento na superfície das raízes; 
Podem ser: 
Os nematóides podem ser sedentários e migradores 
• Endoparasitos migradores: Pratylenchus, Radopholus, 
Rhadinaphelenchus; 
• Endoparasitos sedentários: Meloidogyne, Nacobbus; 
• Ectoparasitos sedentários: Tylenchus, Helerudem, 
Globodera e Rotylenchitlus; 
• Ectoparasitos migradores: Helicotvenchiis. Trichodonis, 
Xiphinema, Rotylenchus e Criconemella 
Todas as partes das plantas, podem ser invadidas pelos 
nematóides 
 raízes, 
 tubérculos, 
 bulbos, 
 caules, 
 folhas, 
 flores, 
 frutos, 
 sementes. 
 estruturas subterrâneas são as mais frequentemente 
atacadas. 
A ação dos nematóides sobre as plantas se manifesta de 
três maneiras: 
• Ação traumática: advém das injúrias mecânicas 
resultantes da movimentação que certos nematóides 
realizam no interior do vegetal, através de seus tecidos. 
• Ação espoliadora: resulta das substâncias nutritivas que 
são desviadas para o sustento do organismo parasita. 
• Ação tóxica: é a ação que causa a maior parte dos 
prejuízos, provém das reações às substâncias liberadas 
pelos nematóides no vegetal. 
Os sintomas, geralmente apresentados pelas plantas são: 
1.Sintomas gerais no campo: 
a) Tamanho desigual de plantas; 
b) Murchamento durante a parte mais quente do dia; 
c) Amarelecimento e queda prematura; 
d) Folhas e frutos pequenos; 
e) Deperecimento e declínio 
vagaroso; 
f) Nanismo e entouceramento de 
plantas; 
g) Sintomas exagerados de deficiência de certos elementos 
essenciais; 
h) Diminuição na produção. 
2. Sintomas nas plantas atacadas: 
a) Sistema radicular muito denso, com formação excessiva 
de laterais; 
b) Sistema radicular pobre, deficiente; 
c) Formação de galhas em raízes, tubérculos, bulbos e mesmo 
órgãos aéreos que estiverem em contato com o solo; 
e) Descolamento e quebra do córtex 
radicular; 
f) Rachaduras; 
g) Paralisação do crescimento (raízes amputadas) ou morte 
da ponta das raízes; 
h) Necrose em órgãos aéreos e subterrâneos 
i) Manchas escuras em folhas, caules, frutos, etc.. 
d) Raízes com forma de dedos; 
Aphelenchoides besseyi 
É um parasita de folhas - enfezamento; 
Folhas de brotos infestados apresentam-se pequenas, 
estreitas, deformadas e de coloração verde-escura; 
Parasita de morango (Estados Unidos e na Austrália). 
A produção de frutos é mínima ou nula. 
A disseminação ocorre por meio de mudas; 
Em morangos 
Aphelenchoides besseyi 
Em morangos 
No Brasil, pode ser encontrado no arroz, batata-doce, cana-
de-açúcar, cará, cebola, crisântemo, milheto italiano, repolho 
chinês e soja 
Aphelenchoides besseyi 
Aphelenchoides fragariae 
• É um ectoparasita: alimenta-se 
na coroa e nos tecidos externos 
dos brotos em desenvolvimento; 
• Ocasionalmente, pode ser encontrado dentro do tecido da 
folha e na polpa dos frutos; 
• Em casos de infestações severas, o nematóide pode 
provocar o morte da planta. 
Aphelenchoides fragariae 
Aphelenchoides fragariae 
Tubérculo com Aphelenchoides sp. 
Plantas atacadas apresentam: 
• crescimento lento, 
• porte reduzido, 
• encurtamento dos entrenós, 
• deformações de botões e 
flores, 
• produção de frutos em menor 
tamanho e número, 
• deformação das folhas centrais, 
• morte da coroa; 
Aphelenchoidesn fragariae 
Aphelenchoides fragariae 
Ciclo biológico do Aphelenchoides sp. 
Heterodera glycines 
 
É um nematóide que ataca a soja, limitando seu potencial de 
expansão e produtividade das áreas plantadas. 
As plantas apresentam-se: 
• porte reduzido, 
• folhas cloróticas, 
• abortamento de flores e vagens, 
• deterioração das raízes e haste verde ao final do ciclo. 
A intensidade dos sintomas depende da população do 
fitonematóide 
Heterodera glycines 
Cistos de H. glycine, ovos 
Plantações acometidas 
Vermes adultos de H. glycine 
Meloidogyne sp. 
São fitonematóides formadores de galha; 
A galha é um engrossamento, de diâmetro variável, quase 
sempre observada nas raízes infestadas, sendo uma 
permanente fonte de nutriente para o desenvolvimento e 
reprodução do fitonematóide. 
Meloidogyne hapla 
• É considerado um dos mais 
importantes nematóides fitoparasitas; 
• Causam crescimento desordenado dos tecidos da raiz: 
colar de pequenas pérolas, descascamentos, necroses, 
lesões e redução do sistema radicular. 
• As plantas infectadas 
não respondem à 
adubação, pela falta de 
raízes sadias para a 
absorção dos nutrientes. 
Cenoura com formações cancerosas 
Meloidogyne hapla 
• Os sintomas na parte aérea incluem redução no 
crescimento, amarelecimento e murcha temporária das 
folhas, culminando com baixa produção; 
Cenoura com formações cancerosas 
Meloidogyne hapla em cultura de cenoura e mandioquinha 
salsa 
Mandioquinha salsa 
Cenoura 
Cenoura 
Meloidogyne incognita com 
 distorção de batatinha 
Meloidogyne hapla 
em cenoura 
Meloidogyne hapla em raiz de fumo Fêmea de M. hapla em raiz de fumo 
Meloidogyne hapla em sistema radicular 
Ciclo biológico do Meloidogyne spp 
Pratylenchus spp. 
• São nematóides que causam 
lesões radiculares; 
• São endoparasitas migratórios; 
• Grandes populações causam lesões necróticas de cor 
marrom escuro no tecido cortical da raiz; 
• São considerados os parasitos que causam maiores 
perdas econômicas na agricultura mundial; 
• No Brasil, Pratylenchus brachyurus ocorre com elevada 
freqüência em culturas importantes como: soja, café, cana-
de-açúcar, algodão, entre outras. 
Efeito de Pratylenchus brachyurus em cafeeiro 
0, 2, 6, 18 e 54 nematóides por cm³ de solo 
Pratylenchus brachyurus 
Da esquerda para a direita: 
• planta não infectada; 
• infectada com P. coffeae. 
Da esquerda para a direita: desenvolvimentodas raízes de planta 
• não infectada; 
• infectada com P. coffeae . 
Pratylenchus coffeae 
Sintomas do Pratylenchus coffeae na plantação de café 
Lesões necróticas enegrecidas nas raízes de mandioquinha-salsa causadas por 
Pratylenchus spp. 
Pratylenchus brachyurus 
Em cultura de mandioquinha salsa 
Rotylenchulus reniformis 
A - Plantas de algodoeiro doentes; 
B - Sintoma reflexo conhecido por “folha carijó”; 
C - Fotomicrografia de uma fêmea com a região anterior introduzida no cilindro central e a 
porção dilatada do corpo externa à raiz na forma de um “rim”; 
D - Massa de ovos colorida na raiz com fuccina ácida. 
Ditylenchus destructor 
Batata infectada por Ditylenchus destructor 
e outra não infectada 
• A batata é o principal hospedeiro do D. Destruidor; 
• O nematóide pode também ser ocasionalmente 
encontrado em cenouras, amendoins e alho; 
Grau de infestação Infestação no tabaco - Holanda 
É um parasita 
migratório de bulbos. 
Ditylenchus destructor 
Ditylenchus dipsaci 
Ditylenchus dipsaci 
3. Métodos de Controle 
I) Métodos Físicos 
a) Impedir a entrada e a disseminação dos nematóides nas 
 áreas de cultivo. 
Utilizar ferramentas limpas, isentas 
de solo aderente, evitar a 
propagação de plantas através de 
mudas, bulbos, rizomas entre 
outros...., com a presença de 
nematóide. 
Agentes de disseminação de nematóides: 
• águas em movimento (enxurradas, águas de irrigação), 
• ventos, 
• animais (vertebrados e invertebrados), 
• veículos, 
• materiais vegetais (bulbos, tubérculos, mudas), 
• próprio agricultor (pedilúvio) 
Pedilúvios 
b) Eliminação de partes atacadas 
• A seleção e a limpeza de materiais de propagação são de 
grande importância; 
 
• A lavagem de tubérculos de batatinha, inhame constitui 
outro exemplo; 
 
• Termoterapia solar; 
II) Métodos culturais 
 
a) Alqueive 
 
É a prática da manutenção de uma gleba sem qualquer 
vegetação por meio de arações, gradações ou pelo emprego 
de herbicidas. 
b) Destruição de plantas atacadas 
 
c) Rotação de culturas 
 
d) Inundação do solo 
 
e) Época de plantio e colheita 
 
f) Culturas armadilhas e antagônicas: cravo-de-defunto e 
certos cultivares de mamoneira. 
 
g) Adição de matéria orgânica no solo 
 
h) Utilização de variedades resistentes 
 
i) Utilização de nematicidas naturais: mandioca-brava 
 
III) Controle biológico 
 
Os principais inimigos naturais dos nematóides são os 
fungos, principalmente Phycomycetes e Basidiomycetes. 
IV) Controle químico 
Consiste na aplicação no solo, no ato do plantio ou com 
antecedência de quinze a vinte dias de um nematicida. 
Bibliografia consultada 
 
Flávio Roberto Mello Garcia. Zoologia Agrícola: Manejo 
Ecológico de Pragas. 3 ed. Ampl. – Porto Alegre: Editora 
Rígel. 256p. 2008 
 
Renato F. dos Santos Junior, Jaime M. dos Santos, 
Bernardo F. T. Rudorff & Ivo A. Marchiorato. Detecção de 
Heterodera glycines em plantio de soja mediante 
espectrorradiometria no visível e infravermelho próximo. 
Fitopatologia bras. 27(4), jul - ago 2002.