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7 AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

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AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
Profª Sônia Letícia de Méllo Cardoso
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
A Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC ou ADCON) foi instituída pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/1993, alterada pela EC nº 45/03 e EC nº 45/04.
 
Constituição Federal/88 – Art. 102, inciso I, “a”, e § 2º; Art. 103 e Lei nº 9.868, de 10/11/1999.
Finalidade: “transformar a presunção relativa de constitucionalidade em presunção absoluta, em virtude de seus efeitos vinculantes”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24. ed., São Paulo : Atlas, 2009, p. 773)
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
“O objetivo primordial da ADC é transferir ao STF a decisão sobre a constitucionalidade de um dispositivo legal que esteja sendo duramente atacado pelos juízes e tribunais inferiores, afastando-se o controle difuso da constitucionalidade”. 
“Uma vez que declarada a constitucionalidade da norma, o Judiciário e também o Executivo ficam vinculados à decisão proferida”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24. ed., São Paulo : Atlas, 2009, p. 773)
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
A ADC “possui um escopo claro e inconfundível: banir o estado de incerteza e insegurança provindo de interpretações maliciosas ou traumatizantes ao texto da CF, ratificando a presunção de que uma dada norma jurídica é constitucional”.
“Nisso, procura conferir orientação homogênea às controvérsias, evitando que pronunciamentos díspares de câmaras, turmas, grupos ou seções de um mesmo tribunal, proferidos em sede de controle difuso de normas, gerem polêmicas intermináveis, em detrimento da justiça”.
(Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 222.)
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
Na defesa da ordem jurídica, cumpre à declaratória de constitucionalidade criar uma atmosfera de certeza e segurança nas relações jurídicas, transformando a presunção relativa (juris tantum) de constitucionalidade em absoluta (juris et juris)”.
(Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 222.)
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
“A possibilidade de criação de uma ADC de âmbito estadual divide a doutrina.
“José Afonso da Silva não admite tal possibilidade, por ausência de previsão constitucional, enquanto Nagib Slaibi Filho entende permitida ao Estado-membro, no exercício de sua competência remanescente, a criação dessa ação na esfera estadual, desde que respeitado o paradigma da Constituição Federal”.
Alexandre de Moraes afirma que “a razão está com Nagib Slaibi Filho, uma vez que é característica da Federação a autonomia dos Estados-membros, que engloba a capacidade de auto-organização por meio de suas respectivas Constituições estaduais”. 
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24. ed., São Paulo : Atlas, 2009, p. 772)
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Legitimidade: nos termos da EC nº 45/2004, a ADC (art. 103 da CF/88) pode ser proposta pelos mesmos legitimados da ADIn genérica, ou seja: 
Presidente da República; 
Mesa do Senado Federal; 
Mesa da Câmara dos Deputados; 
Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa; 
Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
Procurador Geral da República; 
Conselho da OAB; 
partidos políticos com representação no Congresso Nacional; 
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
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Objeto
Lei ou ato normativo federal. 
“No ajuizamento deve ser demonstrado, juntamente com a petição inicial, a comprovada controvérsia judicial que coloque em risco a presunção de constitucionalidade do ato normativo sob exame, a fim de permitir ao STF o conhecimento das alegações em favor e contra a constitucionalidade, bem como o modo pelo qual estão sendo decididas as causas que evolvem a matéria”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24. ed., São Paulo : Atlas, 2009, p. 774)
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A comprovação da controvérsia exige prova de divergência judicial, e não somente de entendimentos doutrinários diversos, como na hipótese citada pelo Ministro Carlos Velloso, exigindo-se “existência de inúmeras ações em andamento em juízos ou tribunais, em que a constitucionalidade da lei é impugnada”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24. ed., São Paulo : Atlas, 2009, p. 774)
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De regra, o Advogado Geral da União não participa da ADC, pois inexiste texto impugnado, já que se afirma a constitucionalidade na petição inicial. 
Contudo, “em sendo ADIn e ADC ações dúplices ou ambivalentes, ações com sinais trocados, em caso de indeferimento do pedido na ADC, os efeitos, se assim decidido pelo STF, seriam os mesmos da hipótese de deferimento da ADIn, qual seja, a inconstitucionalidade da lei”. 
“Por esse motivo, parece razoável afirmar que o Advogado Geral da União tenha que ser sempre citado na ADC para que não se desrespeite o art. 103, § 3º da CF/88”.
O Procurador Geral da República, por força do art. 103, § 3º, da CF/88, deverá ser previamente ouvido, emitindo o seu parecer”.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 382)
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
Procedimento – Lei nº 9.898/1999.
“A petição inicial deverá indicar:
A) o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado;
B) os fundamentos jurídicos do pedido;
C) o pedido, com suas especificações;
D) a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória (art. 14 da Lei nº 9.898/1999).
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 173)
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“A petição inicial deverá ser apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos necessários para comprovar a procedência do pedido de ADC”. 
“Deverá estar acompanhada do instrumento de procuração, quando for subscrita por advogado (art. 14, parágrafo único)”.
“Será liminarmente indeferida pelo próprio relator do processo a petição inicial que for inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente (art. 15)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 173)
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Após a propositura da ADC não será admitida a desistência, devendo o STF prosseguir no julgamento do pedido (art. 16). 
Por outro lado, não se admite, no processo, a intervenção de terceiros (art. 18).
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MEDIDA CAUTELAR
Poderá ser concedida pelo STF, por decisão da maioria absoluta dos membros. 
“Concedida a liminar, será determinado aos juízes e aos tribunais que suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo federal objeto da ação até que esta seja definitivamente julgada (art. 21)”.
“O objetivo da medida liminar, concedida pelo STF, é impedir que juízes e tribunais profiram decisões que impeçam ou afastem a aplicabilidade da lei ou ato normativo federal cuja declaração de constitucionalidade está sendo pleiteada”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 173)
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DECISÃO E SEUS EFEITOS
Lei nº 9.868/1999 – art. 22, art. 23, art. 24, art. 28.
“Na sessão de julgamento da ADC deverão estar presentes pelo menos oito ministros. 
A decisão de constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei federal será tomada pela votação em um ou em outro sentido de pelo menos seis votos (maioria absoluta).
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
Proclamada a constitucionalidade será julgado procedente o pedido na ação declaratória. Ao contrário, proclamada a inconstitucionalidade, será o pedido julgado improcedente (art. 24). 
A declaração de constitucionalidade tem eficácia contra todos e efeito vinculante
em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal (art. 28, parágrafo único).
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
Portanto os efeitos da ADC são:
-erga omnes (eficácia contra todos);
- ex tunc;
- vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública, estadual, municipal e distrital.
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RECURSO
“A decisão que declara constitucional lei ou ato normativo federal é irrecorrível.
Do mesmo modo, não cabe ação rescisória.
Todavia, caberão embargos declaratórios, os quais podem ser opostos quando o acórdão contiver obscuridade, contradição ou omissão (art. 26 da Lei nº 9.868/1999).
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 173)
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
REFERÊNCIAS
Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007.
Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015.
Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24. ed., São Paulo : Atlas, 2009.

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