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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Profª. Sônia Letícia de Méllo Cardoso
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“Direitos Fundamentais são o conjunto de normas, princípios, prerrogativas, deveres e institutos inerentes à soberania popular, que garantem a convivência pacífica, digna, livre e igualitária, independentemente de credo, raça, origem, cor, condição econômica ou status social”.
(Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p.401)
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“Sem os direitos fundamentais, o homem não vive, não convive, e, em alguns casos, não sobrevive”.
(Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p.401)
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Inspiração e fundamentação dos direitos fundamentais
“A doutrina francesa indica o pensamento cristão e a concepção dos direitos naturais como as principais fontes de inspiração das declarações de direitos”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 176)
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Contudo, José Afonso da Silva, afirma que “pelo que se vê, não há propriamente uma inspiração das declarações de direitos.
 Houve reivindicações e lutas para conquistar os direitos nelas consubstanciados. 
E quando as condições materiais da sociedade propiciaram, elas surgiram, conjugando-se, pois, condições objetivas e subjetivas para sua formulação”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 177)
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Construção Histórica dos Direitos Fundamentais
Inglaterra
Os principais documentos foram:
a) Magna Carta (1215);
b) Petição de Direitos (1628);
c) Lei do Habeas Corpus (1679)
d) Declaração de Direitos (1689)
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 211-215)
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A partir do Século XVIII
a) Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia (1776) – Estados Unidos da América.
“Essa Declaração formalizou a independência das Treze Colônias em relação ao poder central e o nascimento dos Estados Unidos da América”.
“Tinha por finalidade proteger a igualdade e a liberdade”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 215)
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b) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789) – França
“Publicada em 14 de julho de 1789, é obra dos revolucionários franceses. 
Representou a ruptura com o Ancien Règime e a mais forte manifestação na defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana, em face da tirania estatal”.
“A Declaração preocupou-se com a defesa da liberdade e da igualdade”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 216)
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c) Declaração de Direitos do Povo Trabalhador e Explorado (1918) – Rússia
“Foi aprovada pelo III Congresso Pan-Russo dos Sovietes, no qual a Rússia foi declarada uma República dos Sovietes dos Deputados Operários, Soldados e Camponeses”.
“O valor fundamental que inspirava os revolucionários era a igualdade, tomada no sentido específico de dar a cada um segundo suas necessidades”. 
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 216)
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“Afirma Norberto Bobbio que:
 “O princípio a cada um segundo a necessidade é considerado o mais igualitário de todos os princípios (não é por acaso que nele se inspira a doutrina comunista), já que se considera que os homens são mais iguais entre si (ou menos diversos) com relação às necessidades do que, por exemplo, com relação à capacidade”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 217)
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Direitos Fundamentais após a 2ª Guerra Mundial
a) Carta das Nações Unidas (1945)
“Publicada em 26 de junho de 1945, foi elaborada durante a Segunda Guerra Mundial. 
Preocupou-se com dos direitos fundamentais, apesar de não ser exatamente um documentos sobre tais direitos”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 218)
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b) Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
“Após o encerramento da 2ª Guerra Mundial, Estados dos mais variados matizes ideológicos, de diferentes condições econômicas, de antagônicas concepções de vida, sensibilizados pela necessidade de estabelecer garantias aos direitos mais elementares das pessoas, conseguiram firmar um grande consenso sobre os temas mais importantes”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 219)
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“Essa Declaração teve o mérito de conciliar dois valores fundamentais da vida humana: a liberdade (civil e política) e a igualdade (econômica, social e cultural).
Observa Norberto Bobbio que “A liberdade e a igualdade dos homens não são um dado de fato, mas um ideal a perseguir; não são uma existência, mas um valor; não são um ser, mas um dever ser”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 219)
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c) Pactos Internacionais de Direitos Humanos (1966)
1 – “O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos foi aprovado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966, e incorporado ao Direito brasileiro em 1992.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 221)
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Sua temática central são os direitos civis e políticos, tais como a vida, a liberdade e a participação política.
Posicionou-se contra a escravidão, o tráfego de escravos, a servidão, os trabalhos forçados e a tortura, as penas e tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes (art. 8º)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 221)
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2 – “O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi aprovado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 16 de dezembro de 1966, e incorporado ao Direito brasileiro em 1992”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 221)
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“Sua preocupação básica foram os direitos econômicos, sociais e culturais. 
Nesse contexto, seus signatários fizeram constar no documento normas sobre produção de bens, lazer, higiene, sindicalização, greve, progresso científico e educação”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 221)
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d) Proclamação de Teerã (1968) – ONU
“É o resultado da I Conferência Mundial de Direitos Humanos, realizada em Teerã, capital do Irã, entre os dias 22 de abril e 13 de maio de 1968, quando o mundo vivia sob o influxo da chamada Guerra Fria”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 221)
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Além da “falta de efetivação dos direitos fundamentais, reconheceu que, apesar da publicação de muitos documentos sobre direitos fundamentais,
 “ainda resta muito por fazer na esfera da aplicação destes direitos e liberdades” (art. 4º)”
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 221)
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O documentos asseverou, ainda, sobre a “indivisibilidade dos direitos fundamentais,
 ‘a realização dos direitos civis e políticos sem o gozo dos direitos econômicos, sociais e culturais torna-se impossível’ (art. 13)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 221)
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e) Declaração e Programa
de Ação de Viena (1993)
“Foi elaborada pela II Conferência Mundial de Direitos Humanos, realizada em Viena, na Áustria, em 1993”.
“A Declaração preocupou-se com a tríade Democracia, desenvolvimento e direitos fundamentais, reconhecendo sua interdependência”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 222)
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f) Estatuto de Roma (1998)
“Elaborado entre os dias 15 de junho e 17 de julho de 1998, na cidade de Roma, Itália, criou o Tribunal Penal Internacional, em Haia, Holanda. Tem jurisdição sobre “os crimes de genocídio, os crimes contra a humanidade, os crimes de guerra e o crime de agressão”.
 (Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 222)
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“Sua jurisdição é complementar às jurisdições penais nacionais, incidindo somente quando o acusado não tenha sido devidamente processado e julgado pela Justiça do país”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 222)
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Formas das declarações de direitos
“As declarações de direitos assumiram, inicialmente, a forma de proclamações solenes em que, em articulado orgânico especial, se enunciam os direitos”.
“Depois, passaram a constituir o preâmbulo das constituições, na França especialmente”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 179)
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“Atualmente, ainda que nos documentos internacionais assumam a forma das primeiras declarações, nos ordenamentos nacionais integram as constituições, adquirindo o caráter concreto de normas jurídicas positivas constitucionais, por isso, subjetivando-se em direito particular de cada povo,[...], configuram declarações constitucionais de direito, o que tem consequência jurídica prática relevante”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 179)
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3. CONCEITO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
“A ampliação e transformação dos direitos fundamentais do homem no evolver histórico dificulta definir-lhes um conceito sintético e preciso”. 
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 179)
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Aumenta essa dificuldade a circunstância de se empregarem várias expressões para designá-los, tais como:
 direitos naturais, direitos humanos, direitos do homem, direitos individuais, direitos públicos subjetivos, liberdades fundamentais, liberdades públicas e direitos fundamentais do homem”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 179)
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a) Direitos naturais: “diziam-se entender que se tratava de direitos inerentes à natureza do homem; direitos inatos que cabem ao homem só pelo fato de ser homem. 
Não se aceita mais com tanta facilidade a tese de que tais direitos sejam naturais, provenientes da razão humana ou da natureza das coisas.
São direitos positivos, que encontram seu fundamento e conteúdo nas relações sociais materiais em cada momento histórico.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 180)
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b) Direitos humanos: “é expressão preferida nos documentos internacionais. 
Contra ela, assim, como contra a terminologia direitos do homem, objeta-se que não há direito que não seja humano ou do homem, afirmando-se que só o ser humano pode ser titular de direitos”. 
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 180)
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c) Direitos individuais: “dizem-se os direitos do indivíduo isolado. É terminologia que a doutrina tende a desprezar cada vez mais. 
Contudo, é ainda empregada para denotar um grupo de direitos fundamentais, correspondente ao que se tem denominado direitos civis ou liberdades civis. 
É usado na Constituição para exprimir o conjunto de direitos fundamentais concernentes à vida, à igualdade, à liberdade, à segurança e à propriedade”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 180)
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d) Direitos públicos subjetivos: “constituem um conceito técnico-jurídico do Estado liberal, preso, como a expressão “direitos individuais”, à concepção individualista do homem; por isso também se torna insuficiente para caracterizar os direitos fundamentais”. [...] Cunhou-se, depois, a expressão direitos públicos subjetivos para exprimir a situação jurídica subjetiva do indivíduo em relação ao Estado, visando colocar os direitos fundamentais no campo do Direito Positivo”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 180)
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e) Liberdades fundamentais e liberdades públicas: “são também expressões usadas para exprimir direitos fundamentais.
São conceitos limitativos e insuficientes. A primeira é ainda mais restrita, referindo-se apenas a algumas liberdades. A última é empregada pela doutrina francesa, onde não faltam esforços para dar-lhe significação ampla abrangente dos direitos fundamentais em geral, especialmente jogando com os conceitos liberdade-autonomia (igual aos direitos individuais clássicos) e liberdade-participação (também chamada liberdades políticas, que correspondem ao gozo livre dos direitos políticos)”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 180)
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f) Direitos fundamentais do homem: para José Afonso da Silva, “constitui a expressão mais adequada a este estudo, porque, além de referir-se a princípios que resumem a concepção do mundo e informam a ideologia política de cada ordenamento jurídico, é reservada para designar, no nível do direito positivo, aquelas prerrogativas e instituições que ele concretiza em garantia de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas.”
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 182)
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“No qualificativo fundamentais acha-se a indicação de que se trata de situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não se realiza, não convive e, às vezes, nem mesmo sobrevive; fundamentais do homem no sentido de que a todos, por igual, devem ser, não apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivados”.
 (Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 182)
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“Direitos fundamentais do homem significa direitos fundamentais da pessoa humana ou direitos fundamentais”. 
“É com esse conteúdo que a expressão direitos fundamentais encabeça o Titulo II da Constituição, que se completa, como direitos fundamentais da pessoa humana”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 182)
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DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
“Tem sido corrente o uso do vocábulo geração para expressar as épocas – nem sempre distintas – em que eles surgiram”. No entanto, “é mais apropriado, falar-se em dimensões de direitos fundamentais. Os direitos fundamentais de uma dimensão, porque representam acréscimo aos direitos das dimensões precedentes, com estes interagem, e todos coexistem harmoniosamente”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 223)
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1 – Direitos fundamentais de primeira dimensão
“Estão vinculados ao princípio da liberdade.
São os direitos civis e políticos”. “Ensina Paulo Bonavides que “os direitos da primeira geração ou direitos da liberdade têm por titular o indivíduo, são oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço mais característico; enfim, são direitos de resistência ou de oposição perante o Estado (..)”.(art. 5º e arts. 12 a 17 da CF)
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 224)
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2 – Direitos fundamentais de segunda dimensão
“Estão vinculados ao princípio da igualdade. São direitos econômicos, sociais e culturais que floresceram no século XX”.
“Se os direitos de primeira dimensão impõem a abstenção do Estado, os de segunda exigem que o Estado atue positivamente para efetivá-los. O Estado pode atuar diretamente em favor desses direitos, mas pode, também, ensejar a participação de outras instituições e mesmo de pessoas da coletividade, que deverão atuar com o propósito de concretizá-los”. (arts. 6º a 11 e arts. 13 a 232 CF)
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 224-225)
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3 – Direitos fundamentais de terceira dimensão
“Estão vinculados à solidariedade (fraternidade). Especificam-se nos direitos à paz, ao desenvolvimento, à comunicação, ao ambiente ecologicamente equilibrado e ao patrimônio comum da humanidade”.
(art. 225 da CF)
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 224-225)
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4 – Direitos fundamentais de quarta dimensão
“Esses direitos, segundo Paulo Bonavides, são: a informação, a Democracia e o pluralismo”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 226)
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5 – Direitos fundamentais de quinta dimensão
“Paulo Bonavides sustentou a tese segundo a qual a paz é um direito fundamental de quinta dimensão”.
Registre-se que José Adércio Leite Sampaio, por ótica diferente, visualiza uma quinta dimensão de direitos fundamentais, que dizem respeito ao cuidado, à compaixão e ao amor por todas as formas de vida, e compreende o indivíduo como parte do cosmos e carente de sentimentos de amor e cuidado”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 227)
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6 – Direitos fundamentais de sexta dimensão
“Afirma-se, agora, a existência de uma sexta dimensão de direitos fundamentais. A água potável, componente do meio ambiente ecologicamente equilibrado, exemplo de direito fundamental de terceira dimensão, merece ser destacada e alçada a um plano que justifique o nascimento de uma nova dimensão de direitos fundamentais”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 228)
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Natureza e eficácia das normas sobre direitos fundamentais
“São direitos constitucionais na medida em que se inserem no texto de uma constituição ou mesmo constem de simples declaração solenemente estabelecida pelo poder constituinte. 
São direitos que nascem e se fundamentam, portanto, no princípio da soberania popular”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 184)
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A eficácia e aplicabilidade das normas que contêm os direitos fundamentais dependem muito de seu enunciado, pois se trata de assunto que está em função do Direito positivo. 
A Constituição é expressa sobre o assunto, quando estatui que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 184)
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Contudo, José Afonso da Silva explica que: 
“isso não resolve todas as questões, porque a Constituição mesma faz depender de legislação ulterior a aplicabilidade de algumas normas definidoras de direitos sociais, enquadrados dentre os fundamentais”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 184)
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Por regra, as normas que consubstanciam os direitos fundamentais democráticos e individuais e as que definem os direitos econômicos e sociais são de eficácia contida e aplicabilidade imediata, mas algumas, especialmente as que mencionam uma lei integradora, são de eficácia limitada, de princípios programáticos e de aplicabilidade indireta, mas são tão jurídicas como as outras e exercem relevante função, porque, quanto mais se aperfeiçoam e adquirem eficácia mais ampla, mais se tornam garantias da democracia e do efetivo exercício dos demais direitos fundamentais”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 184)
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Zulmar Fachin seguindo a CF expõe que “os direitos fundamentais, dotados de normatividade, tem aplicabilidade imediata (art. 5º, § 1º CF).”
“Na lição de Walter Rothenburg, “Consequência desta característica é a necessidade de previsão de mecanismos de garantias dos direitos fundamentais, do que decorre:
(i) que a própria constituição deve, além de apontar os direitos, fornecer-lhes meios assecuratórios adequados;
(ii) que também os meios assecuratórios devem se dotados de aplicabilidade direta ou imediata;
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(iii) que os meios assecuratórios nunca podem, a pretexto de regular o direito constitucional, restringi-lo;
(iv) que, na ausência da previsão de meios específicos, podem-se utilizar os meios ordinariamente previstos (por exemplo, o procedimento judicial comum);
(v) que os direitos fundamentais devem valer mesmo que não estejam acompanhados de garantias jurisdicionais (não correlação necessária)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 239; Rothenburg, Walter Claudius. Direitos Fundamentais e suas Características. Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política. São Paulo: RT, n. 29, p. 61-62, 1999)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“Somente em hipóteses excepcionais, previstas na CF, um direito fundamental exige intermediação normativa de órgão estatal para ser aplicado ao caso concreto. 
Pode-se mencionar, como exemplo, o direito de o trabalhador participar nos lucros ou resultados da empresa “conforme definido em lei” (art. 7º, inciso XI). 
Nessa hipótese, mesmo se tratando de um direito fundamental, entendeu-se que ele somente poderia ser aplicado ao caso concreto após a edição da lei exigida. 
A Lei 10.101, de 19/12/2000, veio dispor sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa.”
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 239)
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CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
“Esse tema desenvolveu-se à sombra das concepções jusnaturalistas dos direitos fundamentais do homem, de onde promana a tese que tais direitos são inatos, absolutos, invioláveis (intransferíveis) e imprescritíveis”.
Portanto, ainda, é possível reconhecer certos caracteres desses direitos.
1 – Historicidade. Como qualquer direito nascem, modificam-se e desaparecem. Surgiram com a revolução francesa e, evoluem e ampliam-se com o passar do tempo.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 184)
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2- Inalienabilidade. São direitos intransferíveis e inegociáveis porque não são de cunho econômico-patrimonial, são indisponíveis.
3 – Imprescritibilidade. Nunca deixam de ser exigíveis, uma vez que a prescrição é instituto que só atinge a exigibilidade dos direitos patrimoniais. Todavia,
“o exercício do direito de ação em face de um direito fundamental pode ser atingido pela prescrição. Isso ocorre, por exemplo, em face de lesão ao direito fundamental da imagem de uma pessoa (art. 5º, X). Deixado fluir o prazo previsto para ajuizá-la, estará prescrito o direito de ação.”
4 – Irrenunciabilidade. Pode-se deixar de exercê-los, mas não se admite que seja renunciados.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 184; Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 236-237)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
5 – “Fundamentalidade. Os direitos fundamentais tem posição de fundamentalidade em dois sentidos: primeiro, constituem a base axiológica, a base de valores vigentes em uma sociedade; segundo, localizam-se em um plano normativo especial: a Constituição”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 235)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
6 – Indivisibilidade. Cada direito fundamental constitui uma unidade incindível em seu conteúdo elementar. 
Por exemplo, não se pode cindir a liberdade religiosa, de modo que seja admitida a liberdade de crença, porém negada a liberdade de culto. Se isso ocorrer, o direito fundamental – liberdade religiosa – terá sido negado.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 237)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
A indivisibilidade dos direitos fundamentais, todavia, pode ser compreendida em outro sentido. Os direitos civis e políticos não podem estar dissociados dos direitos econômicos, sociais e culturais. 
Nessa perspectiva, segundo Vladimir Brega Filho, “a indivisibilidade dos direitos fundamentais faz com que tenhamos que tratar os direitos fundamentais das várias gerações de forma igual, pois se cuida de um mesmo gênero de direitos”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 237; Brega Filho, Vladimir. Direitos Fundamentais na Constituição de 1988: conceito jurídico das expressões. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2002, p. 62)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
7 – Inexauribilidade. “O rol de direitos fundamentais previstos na Constituição de 1988 não é exaustivo, não se exaure. Ao contrário, os direitos ali constantes são meramente exemplificativos, admitindo-se outros que decorram do regime, dos princípios adotados por ela ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte (art.5º, § 2º)”.
“Por outro lado, não se deve ignorar que, em razão da historicidade, há sempre novos direitos fundamentais, formando-se na dinâmica social. É o caso, por exemplo, do direito à moradia, que, por força da Emenda Constitucional 26, de 14 de fevereiro de 2000, passou a ser considerado formalmente direito fundamental (art. 6º)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 237-238)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
8 – Universalidade. “Os direitos fundamentais caracterizam-se pela universalidade, ou seja, são direitos que valem em todos os lugares, em todos os tempos e são aplicáveis a todas as pessoas”. 
A universalidade dos direitos fundamentais pode conflitar com direitos, também fundamentais, de grupos minoritários o de culturas diferentes da ocidental. 
Por essa ótica, poder-se-ia reconhecer que tais direitos não seriam universais, porém relativos.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 236)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
9 – Positividade. “Expõe Gomes Canotilho que “A positivação dos direitos fundamentais significa a incorporação na ordem jurídica positiva dos direitos considerados “naturais” e “inalienáveis” do indivíduo”. 
Não basta qualquer positivação. A Constituição de cada país costuma ter um rol específico desses direitos. 
Essa prática tem sua regra-matriz na “Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, que assim previu: “A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos, nem estabelecida a separação dos poderes, não tem Constituição” (art. 16)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 238)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
10 – Transindividualidade. “Há direitos fundamentais cuja titularidade não pertence apenas a uma, mas a centenas, milhares ou milhões de pessoas. 
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e o direito à paz são exemplos de direitos fundamentais transindividuais.
 Esses direitos, que se afirmaram a partir da segunda metade do século XX, constituem uma categoria diversa, gerando a noção de direitos difusos e coletivos”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 238)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
11 – Complementariedade. “Os direitos fundamentais complementam-se”. 
“Segundo Francisco Balaguer Callejón, eles são complementares “porque se apoiam uns nos outros; não são compartimentos estanques, mas se inter-relacionam mutuamente, de tal forma que o desfrute de um deles pressupõe o desfrute de outro”. 
“O exercício do direito fundamental de participação política pressupõe o direito fundamental de informação. Em outras palavras, a informação é imprescindível para o exercício de direitos políticos”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 239; Callejón, Francisco Balaguer. Derecho Constitucional. Madrid: Tecnos, 1999, p. 37)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
DIREITOS E GARANTIAS DOS DIREITOS
Destaca José Afonso da Silva que, conforme Maurice Hauriou, “não basta que um direito seja reconhecido e declarado, é necessário garanti-lo, porque virão ocasiões em que será discutido e violado”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 189)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Com efeito, Ruy Barbosa “já dizia que uma coisa são os direitos, outra as garantias, pois devemos separar, 
“no texto da lei fundamental, as disposições meramente declaratórias, que são as que imprimem existência legal aos direitos reconhecidos, e as disposições assecuratórias, que são as que, em defesa dos direitos, limitam o poder. 
Aquelas instituem os direitos; estas, as garantias: ocorrendo não raro juntar-se, na mesma disposição constitucional, ou legal, a fixação da garantia, com a declaração do direito”.
(Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed., São Paulo: Melhoramentos, 1999, p. 189)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“Não se devem confundir, no entanto, garantias fundamentais com remédios constitucionais”. 
Não existe sinonímia entre as expressões. O que existe entre elas é uma relação de continência, pois as garantias abrangem não só os remédios constitucionais (habeas corpus, p. ex.) como as demais disposições assecuratórias da nossa lei fundamental”.
Art. 5º, X, CF. “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
(Araújo, Luiz Alberto David; Nunes Júnior, Vidal Serrano. Curso de direito constitucional, 9. ed., São Paulo: Saraiva, 2005, p. 109)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“José Afonso da Silva faz advertência no sentido de que sejam evitados os equívocos de uma leitura apressada do texto constitucional”. 
“É que muitas vezes o constituinte, ao dispor sobre direitos, valeu-se da forma redacional própria para enunciar garantias”. 
Art. 5º, XXII: “É garantido o direito de propriedade”.
“Logo, para diferenciar direitos e garantias, a interpretação do texto constitucional deve ter em foco o conteúdo jurídico da norma, se declaratório ou assecuratório, e não a forma redacional empregada”.
(Araújo, Luiz Alberto David; Nunes Júnior, Vidal Serrano. Curso de direito
constitucional, 9. ed., São Paulo: Saraiva, 2005, p. 109)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“Nesse sentido, podem ser compreendidos como direitos: a vida, a igualdade, a herança, o salário, a greve etc.”
“Na categoria liberdade, podem ser mencionadas a liberdade de locomoção, a liberdade de associação, a liberdade de reunião, a liberdade religiosa, a liberdade econômica, a liberdade de manifestação de pensamento etc.”
“Como exemplos de garantias, podem ser citados o devido processo legal, o juiz natural, o juiz competente, a irretroatividade da lei etc.”
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 248)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
A CF apresenta cinco espécies.
Os Direitos e Garantias Fundamentais:
1 – direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º);
2 – direitos sociais (arts. 6º a 11);
3 – direitos da nacionalidade (arts. 12 e 13)
4 – direitos políticos (arts. 14 a 16;
5 – partidos políticos (art. 17).
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
DIREITOS FUNDAMENTAIS NO CATÁLOGO E DISPERSOS
O direitos fundamentais não se exaurem na relação do catálogo (cinco capítulos – arts. 5º a 17). “Podem ser localizados dispersos na CF, como por exemplo, podem ser mencionados, além de outros, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225) e o princípio da legalidade tributária (art. 150, inciso I). 
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 245)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
“Os direitos fundamentais têm por destinatários todas as pessoas: 
a) as pessoas físicas (brasileiros e estrangeiros);
b) as pessoas jurídicas de direito privado (empresas);
c) as pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados federados, Distrito Federal e Municípios);
d) as pessoas jurídicas de direito público externo (Estados nacionais).
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 245)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“Ao assegurar que os direitos fundamentais são garantidos “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país” (art. 5º), a CF de 1988 excluiu os estrangeiros que não residem no Brasil?”
“Não se pode negar a um estrangeiro do direito ao habeas corpus (art. 5º, inciso LXVIII) somente pelo fato de não residir no Brasil”. 
“Há, no entanto, certos direitos fundamentais que o estrangeiro não residente no Brasil não pode usufruir. Por exemplo, postular cargo eletivo de Presidente da República (art. 12, § 3º, inciso I)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 245)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“Por outro lado, há direitos fundamentais que não podem ser exercidos por todo brasileiro. É o caso da ação popular (art. 5º, inciso LXXIII), pois, para ingressar com tal ação o indivíduo tem de comprovar a condição de cidadão”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 245)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
DIREITOS FUNDAMENTAIS:
a) Expressos – decorrem da CF.
b) Implícitos – não estão expressos na CF. Ex. princípio da proporcionalidade.
c)Decorrentes de Tratados Internacionais – recepcionados pela CF.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 246-247)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CLÁUSULAS PÉTREAS E PODER CONSTITUINTE
“O Poder Constituinte originário pode restringir, suspender, negar ou revogar um direito fundamental considerado cláusula pétrea. O tema é delicado.
Restrição – Um direito fundamental, considerado cláusula pétrea, pode sofrer restrições por obra do poder constituinte originário. A CF 1988, elaborada pelo poder constituinte originário, autoriza tal restrição em várias situações, tais como: a) o sigilo das comunicações telefônicas pode ser violado mediante autorização judicial (art. 5º, inciso XII); b) a publicidade dos atos processuais pode ceder diante da intimidade e do interesse social (art. 5º, inciso LX).
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 248)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“Suspensão – Um direito fundamental, considerado cláusula pétrea, pode ser suspenso em certas circunstâncias concretas. A liberdade de locomoção (art. 5º, inciso XV) pode ser suspensa na vigência de estado de sítio decretado nos casos de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa (art. 139, inciso I). Nessa hipótese, enquanto permanecer a circunstância, estado de sítio, a liberdade de locomoção poderá ser suspensa, voltando automaticamente a ser protegida quando a circunstância cessar”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 249)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“Negação – A CF, em norma produzida pelo poder constituinte originário, garante habeas corpus sempre que alguém (ou seja, qualquer pessoa física) sofrer, ou se achar ameaçado de sofrer, violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (art. 5º, inciso LXVIII). Contudo, em outra norma também produzida pelo poder constituinte originário, a CF estabelece que “Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares” (art. 142, § 2º)”. Portanto, é negado o direito ao habeas corpus em relação a punições militares. Tal afirmativa, porém, não impede a discussão, em habeas corpus, da constitucionalidade e da legalidade da punição restritiva da liberdade imposta ao militar”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 249)
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
“Revogação – Um direito fundamental, considerado cláusula pétrea, pode, em princípio, ser revogado. Diante da CF 1988, tal fato pode ocorrer em uma única hipótese: o poder constituinte originário, reunido em Assembleia Nacional Constituinte, elabora uma nova Constituição, revogando a atual. Se o novo Texto deixar de prever o direito fundamental, considerado cláusula pétrea, este terá sido revogado.
Registre-se, no entanto, ser ponderável afirmar que um direito fundamental, considerado cláusula pétrea e pertencente ao bloco dos direitos comuns a todas as sociedade, não pode ser revogado nem mesmo por obra do poder constituinte originário”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 249)

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