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Mandado de injunção

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Mandado de injunção
Profª Sônia Letícia de Méllo Cardoso
MANDADO DE INJUNÇÃO
“O art. 5º, inciso LXXI, da CF prevê, de maneira inédita, que conceder-se-á Mandado de Injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 169)
MANDADO DE INJUNÇÃO
O STF decidiu de forma unânime pela autoaplicabilidade do Mandado de Injunção, independentemente de edição de lei regulamentando-o, em face do art. 5º, § 1º, da CF, que determina que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 169)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“Enquanto não houver lei específica disciplinando o procedimento do Mandado de Injunção, aplicam-se as disposições do Mandado de Segurança (Lei 12.016, de 7 de agosto de 2009)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015 p. 330)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“O MI é uma ação constitucional”. 
Segundo José Afonso da Silva, trata-se de “um remédio ou ação constitucional posto à disposição de quem se considera titular de qualquer daqueles direitos, liberdades ou prerrogativas inviáveis por falta de norma regulamentadora”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015 p. 331)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“Sua principal finalidade consiste assim em conferir imediata aplicabilidade à norma constitucional portadora daqueles direitos e prerrogativas, inertes em virtude de ausência de regulamentação”. 
Revela-se, neste quadrante, como um instrumento da realização prática da disposição do art. 5º, § 1º”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015 p. 331)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“Os pressupostos constitucionais para a propositura da ação de MI são:
a) existência de direito ou de liberdade constitucional relativo à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
b) falta de norma regulamentadora, inviabilizando o exercício deste direito ou desta liberdade constitucional”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015 p. 330)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“Assim, como a ADIN por omissão, o MI surge para “curar” uma “doença” denominada síndrome de inefetividade das normas constitucionais, vale dizer, normas constitucionais que, de imediato, no momento em que a Constituição é promulgada (ou diante da introdução de novos preceitos por emendas à Constituição, ou na hipótese do art. 5º,§ 3º), não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa infraconstitucional”.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1051,1052)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“São, portanto, de aplicabilidade mediata e reduzida, dividindo-se em dois grandes grupos:
a) normas de eficácia limitada, declaratórias de princípios institutivos ou organizativos: normalmente criam órgãos (arts. 91, 125, § 3º)
b) normas declaratórias de princípios programáticos: veiculam programas a serem implementados pelo Estado (ex. arts. 196, 215, 218, caput...)”.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1052.)
 
MANDADO DE INJUNÇÃO
“Dirley da Cunha Júnior, em importante monografia sobre o tem das omissões do Poder Público, observa que 
“o MI foi concebido como instrumento de controle concreto ou incidental de constitucionalidade da omissão, voltado à “tutela de direitos subjetivos”.
 
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1052.)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“Já a ADIN por omissão foi ideada como instrumento de controle abstrato ou principal de constitucionalidade da omissão, empenhado na defesa objetiva da Constituição”.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1052.)
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“Isso significa que o Mandado de Injunção é uma ação constitucional de garantia individual, enquanto a ação direta de inconstitucionalidade por omissão é uma ação constitucional de garantia da Constituição”.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1052.)
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“Não caberá, portanto, MI para, sob a alegação de reclamar a edição de norma regulamentadora de dispositivo constitucional, pretender-se a alteração de lei ou ato normativo já existente, supostamente incompatível com a CF ou para exigir-se uma certa interpretação à aplicação da legislação infraconstitucional, ou ainda para pleitear uma aplicação “mais justa” da lei existente”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 171)
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“Da mesma forma, não cabe MI contra norma constitucional autoaplicável, ou norma constitucional que configure “autorização para o legislador, em opção político-legislativa, criar exceções” a determinadas regras previstas e autoaplicáveis”. (art. 40,§ 1º CF).
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 171)
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“O MI somente se refere à omissão de regulamentação de norma constitucional”.
“Como já decidiu o STF, não há possibilidade de “ação injuncional, com a finalidade de compelir o Congresso Nacional a colmatar omissões normativas alegadamente existentes na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em ordem a viabilizar a instituição de um sistema articulado de recursos judiciais, destinado a dar concreção ao que prescreve o Artigo 25 do Pacto de S. José da Costa Rica”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 171)
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Legitimidade e Competência
“Tem legitimidade para impetrar ação de mandado de injunção o titular de direito ou liberdade constitucional não regulamentado pelo legislador infraconstitucional. 
Pode ser pessoa física ou jurídica, esta de direito público ou privado”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015 p. 331)
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“No tocante ao polo passivo da ação, somente a pessoa estatal poderá ser demandada e nunca o particular (que não tem o dever de regulamentar a CF). 
Ou seja, os entes estatais é que devem regulamentar as normas constitucionais de eficácia limitada, como o Congresso Nacional”.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1053.)
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A competência para a tramitação da ação do MI está prevista na Constituição Federal.
STF – “art. 102, inciso I, alínea q”
Compete ao STF processar e julgar:
a) originariamente: o MI quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da Mesa de umas dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos tribunais superiores ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
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STF – art. 102, inciso II, alínea “a”;
STJ – art. 105, inciso I, alínea “h”;
Tribunal Superior Eleitoral – art. 121, § 4º, V.
Art. 125, § 1º - estabelece que os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos na CF, sendo a competência dos tribunais definida na Constituição do Estado”.
No Estado de São Paulo – competência TJ.
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Procedimento e efeitos da decisão
O MI previsto constitucionalmente, já decidiu o STF, é autoaplicável, sendo adotado, analogicamente e no que couber, o rito do Mandado de Segurança (Lei. 8038/90, art. 24, parágrafo único).
 (Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1055.)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“No tocante aos efeitos da decisão, tanto a doutrina como a jurisprudência são controvertidas, destacando-se
os seguintes posicionamentos”:
a) “posição concretista geral: através de normatividade geral, o STF legisla no caso concreto, produzindo a decisão efeitos erga omnes até que sobrevenha norma integrativa pelo Legislativo”;
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1054.)
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b) “posição concretista individual direta: a decisão, implementando o direito valerá somente para o autor do mandado de injunção, diretamente”;
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1054.)
MANDADO DE INJUNÇÃO
c) “posição concretista individual intermediária: julgando procedente o mandado de injunção, o Judiciário fixa ao Legislativo prazo para elaborar a norma regulamentadora”. 
“Findo o prazo e permanecendo a inércia do Legislativo, o autor passa a ter assegurado o seu direito”;
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1054.)
MANDADO DE INJUNÇÃO
d) “posição não concretista: a decisão apenas decreta a mora do poder omisso, reconhecendo-se formalmente a sua inércia”.
Esta posição não concretista, por muito tempo, foi a dominante no STF.
Após críticas e avanços do STF chegou a atual posição, especialmente diante da regra contida no art. 5º, § 1º da CF, que estabelece a aplicação imediata dos direitos e garantias fundamentais.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1056.)
MANDADO DE INJUNÇÃO
O marco para a mudança de posição do STF foi o Mis 640, 708 e 712, ajuizados, respectivamente, pelo Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindpol), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa (Sintem) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado do Pará (Sinjep), buscando assegurar o direito de greve para seus filiados, tendo em vista a inexistência de lei regulamentando o art. 37, VII, da CF/88.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1056.)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“O STF, em importante decisão, por unanimidade, declarou a omissão legislativa e, por maioria, determinou a aplicação, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado, Lei n. 7.783/89”.
“A aplicação da lei não se restringiu aos impetrantes, mas a todo o funcionalismo público. Assim, pode-se afirmar que o STF consagrou, em referido julgamento, a teoria concretista geral”.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1056.)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“Essa a nova perspectiva. Não se incentiva um Judiciário a funcionar como legislador positivo no caso da existência de lei, mas, havendo falta de lei e sendo a inércia desarrazoada, negligente e desidiosa, dentro dos limites das técnicas de controle das omissões, busca-se a efetivação dos direitos fundamentais, seja pelo mandado de injunção (MI), seja pela ação direta de inconstitucionalidade por omissão ADO)”.
(Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1056.)
MANDADO DE INJUNÇÃO
Mandado de Injunção Coletivo
“Apesar de a CF não ter sido expressa nesse sentido, deve-se admitir a possibilidade do Mandado de Injunção coletivo.
A legitimidade ativa será idêntica à exigida para impetrar o Mandado de Segurança Coletivo, ou seja, têm-na partido político com representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano e que atue em defesa dos interesses dos seus membros ou associados”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015 p. 334)
MANDADO DE INJUNÇÃO
“O STF tem admitido, reiteradas vezes, 
“a utilização, pelos organismos sindicais e pelas entidades de classe, do mandado de injunção coletivo, com a finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados dessas instituições, o exercício de direitos assegurados pela Constituição. Precedentes e doutrina”. 
(BRASIL – Supremo Tribunal Federal. Mandado de Injunção n. 20-4 – Distrito Federal – Ac. Plenário – maioria – j. em 12.05.1994 – Rel. Min. Celso Mello – Fonte: DJU I, 22.11.1994, p. 45.690)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015 p. 334)
MANDADO DE INJUNÇÃO
Referências bibliográficas:
Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015.
Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009.

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