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MANDADO DE SEGURANÇA

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MANDADO DE SEGURANÇA 
 
Profª Sônia Letícia de Méllo Cardoso
Mandado de Segurança
“O Mandado de Segurança, desdobramento do habeas corpus, nasceu com a CF de 1934 (art. 113, n.33), embora se afirme que ele já existia, implicitamente, na CF de 1891”.
“Foi regulamentado pela Lei 191, de 16 de janeiro de 1936”.
“Atualmente, o MS é regido pela Constituição Federal de 1988 (art. 5º, incisos LXIX e LXX) e pela Lei 12.016, de 7 de agosto de 2009, que revogou a Lei 1.533, de 31 de dezembro de 1951”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 324)
Mandado de Segurança
A CF/88, art. 5º, inciso LXIX, dispõe:
“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.
Mandado de Segurança
“Natureza jurídica – o mandamus é, a um só tempo, garantia constitucional e instrumento processual. 
Como garantia, vem positivado na CF, que consagra os seus pressupostos de impetração, fixando, até o foro e o juízo competente para o seu julgamento quando a União for interessada (art. 109, I e VIII).
(Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 575)
Mandado de Segurança
“Enquanto instrumento processual, trata-se de mecanismo de jurisdição contenciosa, verdadeira ação civil de rito sumário especial, usada para invalidar atos de autoridade, suprir omissões administrativas, evitando lesões a direitos líquidos e certos”. 
“No posto de ação especial, processa-se no juízo competente, pouco importando a índole do ato impugnado: penal, administrativo, judicial, cível, policial, militar, eleitoral, previdenciário, trabalhista, tributário, urbanístico etc”.
(Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 576)
Mandado de Segurança
“A natureza civil não se altera, nem tampouco impede o ajuizamento de MS em matéria criminal, inclusive contra ato de juiz criminal, praticado no processo penal”.
“O MS é uma ação constitucional, de natureza civil, cujo objeto é a proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Pode Público”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 153)
Mandado de Segurança
“Finalidade – instrumentalizar o Poder Judiciário na luta contra a ilegalidade ou o abuso de poder, cometidos por autoridades públicas ou agente de pessoa jurídica, no exercício de suas atribuições”.
“Campo residual de aplicação – só se aplica na defesa de direitos líquidos e certos, não amparados por habeas corpus (tutela à liberdade ambulatória) ou habeas data (garante o direito à informação)”.
(Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 576)
Mandado de Segurança
O direito de obter certidão sobre situações relativas ao próprio solicitante comporta mandado de segurança (CF, art. XXXIV, b). Apenas os dados armazenados em entidades governamentais ou de caráter público, bem como a relação de dados, é que podem ser obtidos por habeas data (CF, art. 5º, LXXII, a e b), pois, nesse caso, inexiste liquidez e certeza do direito, requisito indispensável ao cabimento do MS”.
(Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 576)
Mandado de Segurança
Cabimento do MS
“O MS é, do ponto de vista processual, uma ação, e, como tal, sujeita-se aos seguintes requisitos, indispensáveis ao seu cabimento: 
a) possibilidade jurídica do pedido; 
b) interesse de agir; 
c) legitimidade ativa”.
“Mas o writ, além de ação, também é uma garantia constitucional (CF, art. 5º LXIX)”.
(Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 577)
Mandado de Segurança
Para Hely Lopes Meirelles, 
“é o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei, para a proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 324; Meirelles, Hely Lopes. Mandado de segurança. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 21-22)
Mandado de Segurança
“O cabimento do MS, em regra, será contra todo ato comissivo ou omissivo de qualquer autoridade no âmbito dos Poderes de Estado e do Ministério Público”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 154)
Mandado de Segurança
“Podemos assim apontar os quatro requisitos identificadores do MS:
a) ato comissivo ou omissivo de autoridade praticado pelo Poder Público ou por particular decorrente de delegação do Poder Público;
b) ilegalidade ou abuso de poder;
c) lesão ou ameaça de lesão;
d) caráter subsidiário: proteção ao direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 154)
Mandado de Segurança
Registre-se que o MS pode ser impetrado contra lei de efeito concreto e contra ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Contudo, não cabe o remédio constitucional contra lei em tese, coisa julgada ou ato interna corporis. A lei em tese, sendo ato normativo abstrato, não tem, por si só, o poder de lesar direito líquido e certo. Neste sentido, o STF editou a Súmula 266: “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 325)
Mandado de Segurança
CONCEITO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO
“Direito líquido e certo é o que resulta de fato certo, ou seja, é aquele capaz de ser comprovado, de plano, por documentação inequívoca. 
Note-se que o direito é sempre líquido e certo. 
A caracterização de imprecisão e incerteza recai sobre os fatos, que necessitam de comprovação”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 155)
Mandado de Segurança
“Importante notar que está englobado na conceituação de direito líquido e certo o fato que para tornar-se incontroverso necessite somente de adequada interpretação do direito, não havendo possibilidades de o juiz denegá-lo, sob o pretexto de tratar-se de questão de grande complexidade jurídica”.
Assim, a interpretação do MS não pode fundamentar-se em simples conjecturas ou em alegações que dependam de dilação probatória incompatível com o procedimento do MS”.
(Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009, p. 156)
Mandado de Segurança
“O impetrante deverá demonstrar, de plano, a existência do direito líquido e certo, violado por ato ilegal ou por abuso de poder por parte da autoridade pública ou do agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público”. 
“Não é permitido, no âmbito da ação do MS, produzir prova da existência do direito apresentado como líquido e certo”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 325)
Mandado de Segurança
As provas deverão acompanhar a petição inicial, salvo a hipótese de o documento, necessário à prova do alegado, estar em repartição ou estabelecimento público, ou em poder de autoridade que se recusa a fornecê-lo por certidão. 
Nessa hipótese, o documento poderá ser juntado posteriormente, por determinação do juiz do processo (Lei 12.016, de 7 de agosto de 2009, art. 6º, § 1º)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 325)
Mandado de Segurança
“Por outro lado, havendo a necessidade de amplo debate
para se saber quem é titular do direito em litígio, não caberá MS”.
“Se a dialética do processo exigir oitiva de testemunhas ou produção de perícia, por exemplo, ocorrerá uma dilação do prazo, inviabilizando a discussão da matéria no âmbito do MS”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 326)
Mandado de Segurança
“Observe-se, no entanto, que o fato de ser controverso o direito posto em juízo não afasta o cabimento do MS”.
“Nessa direção, o STF editou súmula: “Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança” (Súmula 625)
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 326)
Mandado de Segurança
Legitimidade e competência
“As partes iniciais no MS são: impetrante, impetrado e Ministério Público. No decorrer do processo, poderão ingressar litisconsortes e assistentes”.
“O Juiz competente para processar e julgar o MS será, em regra, o do lugar em que foi praticado o ato lesivo do direito líquido e certo: o juiz da Comarca (Justiça Estadual) ou o da Seção Judiciária (Justiça Federal)”
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 326)
Mandado de Segurança
Compete ao STF – Art. 102, inciso I, alínea d, 
Tribunais Superiores – Art. 102, inciso II, alínea a,
Justiça do Trabalho – Art. 114, inciso V. 
Mandado de Segurança
LIMINAR, NOTIFICAÇÃO E INFORMAÇÕES
“A Lei 12.016, de 7 de agosto de 2009, prevê a concessão de liminar na ação de MS”.
“Concedida a liminar, o juiz determinará a intimação da autoridade impetrada, apontada como coatora, cientificando-a do inteiro teor da decisão, bem como determinará a sua notificação, cientificando-a do inteiro teor da petição inicial para que preste as informações que entender necessárias, no prazo de dez dias”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 327)
Mandado de Segurança
“Em outras palavras, o juiz intimará sobre a concessão ou não da medida liminar e notificará para que a autoridade impetrada preste as informações que entender necessárias”.
“A autoridade coatora apresentará informações no prazo legal”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 327)
Mandado de Segurança
A administração pública, segundo Hely Lopes Meirelles, prestará as informações que poderão 
“ser subscritas por advogados, mas juntamente com a autoridade responsável pelo ato sub judice, porque a responsabilidade administrativa é pessoal e intransferível perante a Justiça”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 327; Meirelles, Hely Lopes. Mandado de Segurança, 29. ed. São Paulo : Malheiros, 2006, p. 21-22).
Mandado de Segurança
Em outras palavras, a petição com as informações será assinada, conjuntamente, pelo advogado e pela autoridade coatora. Os demais atos do processo poderão ser assinados somente pelo advogado”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 327)
Mandado de Segurança
SENTENÇA, RECURSO E COISA JULGADA
“A sentença em MS poderá ser terminativa ou de mérito. A primeira, não solucionando definitivamente a lide, permite que seja proposta nova ação (até mesmo o MS), repetindo a discussão sobre o mesmo ponto.
“Com relação à sentença de mérito, porém, isso não ocorrerá, pois ela decide a lide e produz coisa julgada material”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 327)
Mandado de Segurança
“A sentença que concedeu ou negou o MS enseja recurso de apelação (art. 14 da Lei 12.016/2009).
Podem interpor recurso o impetrante, o impetrado, o Ministério Público, o litisconsorte, o terceiro prejudicado e a entidade à qual a autoridade coatora estiver vinculada”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 327)
Mandado de Segurança
“A sentença de mérito proferida em MS produz coisa julgada material “nos limites da lide e das questões decidas”(CPC, art. 468). 
“Torna-se, então, definitiva e produz efeitos erga omnes, podendo ser desfeita somente por ação rescisória nas hipóteses expressamente prevista em lei (CPC/1973, art. 495 e 972 do novo CPC)”.
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 327)
Mandado de Segurança
PRAZO
“A Lei 12.016, de 7/08/2009, prevê que o MS deve ser impetrado no prazo de (120) cento e vinte dias, contados a partir da data em que o interessado tomou conhecimento do ato impugnado (art. 23 da Lei 12.016/2009).
Trata-se de prazo decadencial, insuscetível de ser prorrogado, suspenso ou interrompido.
STF – Súmula 632: “É constitucional lei que fixa prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança”.
Mandado de Segurança
Não cabimento de MS
a) quando o direito líquido e certo puder ser amparado por habeas corpus ou habeas data;
b) “quando se tratar de ato contra o qual cabe recurso administrativo com efeito suspensivo, sem a necessidade de ter que oferecer caução, pois o simples recurso será hábil para suspender os efeitos lesivos do ato praticado pelo agente estatal (Lei 12.016, de 7/08/2009, art. 5º, inciso I)”;
(Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 330)
Mandado de Segurança
c) contra despacho de decisão judicial, quando houver recurso previsto nas leis processuais ou o despacho puder ser modificado por via de correição (Lei 12.016, de 7/08/2009, art. 5º, inciso II);
d) contra decisão judicial transitada em julgado (Lei 12.016, de 7/08/2009, art. 5º, inciso III);
e) contra atos interna corporis, praticados no âmbito de órgãos colegiados, desde que se limitem às matérias de interesse exclusivo da corporação;
f) contra lei em tese.
Mandado de Segurança
Referências bibliográficas:
Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007.
Fachin, Zulmar. Curso de direito constitucional. 7. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015.
Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed., São Paulo: Atlas, 2009.

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