Atos de Comércio e teoria da empresa

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Teoria dos Atos de Comércio (Sistema Francês) 
 Código napoleônico de 1808; 
 Comerciante; 
 “Ato de comércio” – (objetivista); 
 
Atos de comércio: por natureza ou subjetivos decorrem de uma ação de um comerciante. São 
praticados pelos comerciantes no exercício de sua profissão. São atos de intermediação praticados com 
habitualidade e com finalidade de lucro. 
Em 1808 é inaugurado o Código Comercial Francês. Conceito legislativo de ato de comércio: 
comerciante é aquele que realiza compra e venda de bem imóvel, transporte de mercadorias, 
trabalho com banco, indústria e seguros (art. 19). 
Esse código francês serviu de base para os códigos que surgiram. Surge Código Comercial em 
1850 com as normas materiais e o Regulamento 737/1850, Regulamento do “Tribunal do Comércio” 
(origina as atuais juntas de comércio, com funções administrativas e a jurisdição é realizada pela justiça 
comum). 
Art. 19 determina as competências para julgar matérias, determinando assim quem é comerciante 
(quando o regulamento é revogado deixa uma ausência do que é ato de comércio). 
Doutrina e jurisprudência determinam o que é ato de comércio: 
 POR NATUREZA (Regulamento 737/1850, art. 19, apesar de revogado a doutrina 
utiliza sua definição); 
o Compra e venda de bem móvel; 
o Indústria; 
o Transporte de mercadorias; 
o Operações de câmbio, banco e corretagem. 
 
 LEI (SOCIEDADE ANÔNIMA). 
 
“Prestação de serviço” ao surgir cria problemas com o conceito de ato de comércio. Necessitando de uma 
nova definição que o proteja. 
Problemas da definição de ato de comércio: não acompanha os fatos sociais, é baseado em algo 
que foi revogado e existe a falta de conceito que o defina. A atividade comercial, que é uma atividade de 
risco, portanto é necessário um sistema protetivo que regulamente esse risco. 
Em 1940, na Itália surge a Teoria da Empresa em que o núcleo central deixa de ser o ato de 
comércio e passa a ser a empresa e o empresário. 
 
Teoria dos Atos de Comércio 
(sistema francês) 
Teoria da Empresa (sistema 
italiano) 
Tem base no Código Comercial 
Francês (1808) 
Base no Código Comercial Italiano 
(1940) 
Comerciante: pratica atos de 
comércio 
Empresário: possui uma empresa/ 
enquadra a prestação de serviço 
 
20/02/2013 
Teoria da Empresa (Sistema Italiano) 
 Código Civil Italiano de 1940; 
 Empresário; 
 Empresa (conceito econômico - atividade econômica organizada); 
Passa a disciplinar uma forma específica de produzir e circular bens e serviço que passa a ser 
denominada empresarial. O Código Civil Italiano de 1940 surge durante o contexto da ditadura fascista de 
Mussolini, na qual a luta de classes culmina em uma harmonização patrocinada pelo Estado, visto que 
ocorre uma união em prol dos objetivos da nação. 
 A empresa nasce nesse contexto de ideário fascista representado a organização em que se 
harmonizaram as classes em conflitos. 
 Isto posto, da necessidade de proteção das atividades econômicas que não estavam inseridas no 
conceito do ato de comércio, surge na codificação italiana a Teoria da empresa, na qual não importa o ato 
comercial, mas a composição de uma empresa ou sociedade empresarial, ou seja, o modo pelo qual a 
atividade é exercida. 
 Art. 966, Código Civil – “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”; 
 O que é uma empresa? 
É uma atividade econômica exercida profissionalmente pelo empresário por meio da articulação 
dos fatores produtivos para a produção ou circulação de bens ou de serviços. 
Atividade econômica organizada é a articulação dos fatores de produção, são eles: mão-de-obra, capital, 
tecnologia e insumos (bens); 
Profissionalismo: atividade econômica realizada com habitualidade e com o intuito de lucro; 
Brasil passa a adotar a Teoria da empresa com o Código Civil de 2002. 
 
 Art. 966, parágrafo único – “não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa”. 
 A atividade empresaria deve ser impessoal e visar o lucro. 
As atividades transcritas no Paragrafo único não são consideradas empresárias, pois tem como 
característica a pessoalidade. 
Ex. Uma pessoa está doente é vai até o consultório do médico para consulta, ela contrata o serviço tendo 
em vista a qualidade profissional da pessoa que vai atender. 
Só será considerada atividade empresária se a profissão constituir elemento de empresa, 
constituindo assim uma Sociedade simples. 
Ex. Uma pessoa doente vai até um clinica médica para passar em um clinico geral. A clinica 
constitui uma sociedade simples, pois não está presente a pessoalidade, o paciente vai em busca de um 
serviço médico, não especificando o profissional pelo qual quer ser atendido.