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RESUMO Ruppert, Fox e Barnes - Filo PLATYHELMINTHES (Classe Turbellaria)

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FILO PLATYHELMINTHES (Platelmintos)
São vermes aquáticos, geralmente pequenos e de corpo mole, que não se enterram. De vida livre ou parasitas, movem-se sobre o substrato ou entre os componentes dele. Não possuem sistema circulatório (sistema hemal e celoma) e cutícula. Apresentam anatomia pouco complicada, mas um complexo sistema reprodutivo. Classes: turbellaria, trematoda e cestoda.
CLASSE TURBELLARIA
Geralmente microscópicos (0,5 mm – 10 mm) podendo em alguns grupos chegar aos 30 cm. Predominantemente aquáticos (maioria marinha), habitam o leito, sobre rochas e conchas, ou entre os grãos de areia. Poucos são pelágicos ou terrestres.
PAREDE DO CORPO
É formada por uma epiderme e uma lâmina basal. A epiderme é unilaminar e ciliada. Microvilosidades curtas cobrem a superfície entre os cílios. Não existe cutícula. A lâmina basal localizada abaixo da epiderme funciona como suporte da parede do corpo através de um esqueleto intracelular e/ou fibras extracelulares.
Glândulas: inseridas nas camadas musculares e com a extremidade na epiderme (ou gastroderme) secretam muco, rabdoides e outras substâncias. Os rabdoides são estruturas em forma de bastão que se expandem para formar muco. A glândula frontal é um acúmulo anterior de células glandulares. Os órgãos duoglandulares são estruturas adesivas formadas por glândulas viscosas (adesão) e glândulas de libertação.
PARÊNQUIMA
Constitui-se de um tecido conjuntivo entre a parede do corpo e o trato digestivo. É composto por células numa matriz fibrosa extracelular. Em turbelários menores o parênquima pode apresentar pouca ou nenhuma matriz, sendo construído basicamente por células, já nos turbelários maiores há uma matriz fluida (hemocele) onde estão imersas as células. O parênquima apresenta inúmeros tipos celulares, dentre elas as células de reposição da epiderme, neoblastos (células totipotentes), células parenquimatosas fixas e pigmentadas e cromatóforos.
MUSCULATURA E LOCOMOÇÃO
Os turbelários apresentam uma musculatura bem desenvolvida e complexa. É composta por uma grade de fibras circulares externas e longitudinais internas, e, em alguns grupos, músculos diagonais cruzados entre essas grades. Exemplares grandes podem apresentar também músculos dorsoventrais.
Geralmente turbelários pequenos utilizam os cílios para deslizar sobre o substrato e os grandes usam a musculatura para deslizar ou nadar. Diferentes formas de locomoção são exibidas em diferentes grupos de turbelários: deslizamento por movimentos ciliares, ondulações na superfície ventral ou movimentos de retração e extensão (arrastamento); nado por ondulações na margem do corpo; movimento de cambalhota com as ventosas e os tentáculos; etc.
SISTEMA DIGESTIVO 
O trato digestivo dos turbelários é geralmente de fundo cego, a boca é usada para ingestão e egestão. Em turbelários com sistema digestivo longo podem ocorrer um ou múltiplos ânus. A parede do trato digestório é composta por uma camada de células fagocíticas e glandulares. A forma do trato digestivo está, em parte, relacionada ao comprimento do corpo. Turbelários pequenos apresentam trato digestivo simples, nos maiores ele é ramificado. A boca localiza-se na linha mediano-ventral na região anterior ou posterior. A maioria dos turbelários apresenta uma faringe glandular que pode ser simples, plicada ou bulbosa. 
NUTRIÇÃO
 Turbelários são principalmente carnívoros e capturam suas presas com muco (as vezes tóxico), órgãos adesivos ou com os estiletes genitais. Há também indivíduos “ficotróficos”, simbiontes (zooclorelas e zooxantelas) e carniceiros. O alimento é ingerido inteiro, diretamente pela boca, ou em pedaços, pelo tubo faríngeo. A digestão inicialmente é extracelular, enzimas faríngeas são liberadas sobre o alimento, os pedaços são então ingeridos e as células do trato digestivo fagocitam as partículas terminando a digestão intracelularmente.
TRANSPORTE INTERNO E EXCREÇÃO
Devido à ausência de sistema circulatório e a seu pequeno tamanho o transporte de gases, nutrientes e amônia dar-se-á por difusão. Nos turbelários grandes o trato digestivo pode funcionar como cavidade gastrovascular e a hemocele fluida pode promover a circulação de substâncias pelo corpo. A osmorregulação e liberação de algumas excretas ocorrem pelos protonefrídios espalhados pelo corpo, que possuem células multiciliadas terminais.
SISTEMA NERVOSO
Com um arranjo variável dos cordões nervosos, o sistema nervoso dos turbelários apresenta basicamente um cérebro (circular ou bilateral) e cordões nervosos longitudinais (dois ou vários) que se conectam a redes nervosas. Diretamente ligada aos cordões há a rede muscular, ela, está ligada a uma rede entre os músculos e a epiderme, e esta por sua vez liga-se a uma última rede na epiderme. Em turbelários que apresentam apenas dois cordões nervosos podem ocorrer comissuras transversais ligando-os ao longo do corpo. Os turbelários, com exceção do cérebro, não apresentam gânglios nervosos e seu sistema nervoso tem um funcionamento ainda difuso e em rede.
Órgãos Sensoriais
Ocelos em forma de taças pigmentares ocorrem geralmente em número de dois na região anterior próximo ao cérebro, ou podem distribuir-se ao longo da margem do corpo. Funcionam apenas para a orientação luminosa, e quase sempre são foto-negativos, orientam o protozoário a se “abrigar” da luz. O estatocistos são receptores de gravidade, localizados próximos ao cérebro, que consistem numa cápsula cheia de fluido com um maciço (estatólito) no seu interior. Receptores ciliares, distribuídos pela epiderme, funcionam como mecanorreceptores e cavidades e sulcos, na região anterior do corpo, apresentam no seu interior células especializadas que funcionam como quimiorreceptores.
REPRODUÇÃO ASSEXUADA
Os turbelários apresentam uma extraordinária capacidade de regeneração. Ao ser cortado ou machucado, uma massa de neoblastos (blastema), proveniente de células desdiferenciadas ou de células totipotentes do parênquima, diferencia-se nas partes perdidas. Em um indivíduo que é cortado em duas partes ou em fragmentos de até 1/300 do tamanho original, cada uma das partes se regenera e forma um novo indivíduo.
A reprodução assexuada em si, ou clonal, ocorre por fissão ou brotamento. A fissão, por sua vez, pode se dar por paratomia, quando um indivíduo se diferencia em vários indivíduos e só então sofre fissão, ou por arquitomia, quando o individuo sofre fissão e então cada parte se diferencia. “A reprodução clonal pode ser controlada pelo comprimento do dia e pela temperatura.”
REPRODUÇÃO SEXUADA
Com algumas poucas exceções, todos os turbelários são hermafroditas. Reproduzem-se por meio de copulação e fecundação interna. Apresentam desenvolvimento direto ou indireto com larva planctotrófica.
Os aparelhos reprodutores masculinos e femininos variam bastante entre os grupos, mas podem ser generalizados. A parte masculina é formada por um par de testículos, conectados, cada um, a um duto espermático que leva a uma vesícula seminal e um pênis. O pênis pode apresentar um estilete e quase sempre recebe secreções de uma glândula prostática. A parte feminina é formada por um par de ovários conectados, cada um, a um oviduto que leva a um gonóporo (vagina) onde se conectam uma bursa copulatória e um receptáculo seminal, respectivamente para estoque de esperma a curto e longo prazo.
Os turbelários podem apresentar dois tipos de ovário: homocelular ou heterocelular. Ovários homocelulares produzem ovos endolécitos, nos quais o vitelo faz parte do citoplasma do ovo. Ovários heterocelulares possuem duas regiões, o germário, onde são produzidos os ovócitos, e o vitelário, onde são produzidos os vitelócitos (células cheias de vitelo), nesses ovários o ovócito sem vitelo é cercado por muitos vitelócitos e fechado com eles numa cápsula, formando um “ovo ectolécito”. Os espermatozoides, geralmente biflagelados, são transferidos reciprocamente por cópula. “Na maioria, o pênis é inserido dentro do gonóporo feminino ou gonóporo comum do parceiro.” A impregnação hipodérmica ocorreem alguns indivíduos, nela os espermatozoides são depositados no parênquima e então migram para os ovários. 
Geralmente turbelários com ovários homocelulares depositam poucos ovos. Os policladidos depositam numerosos ovos em filamentos ou massas gelatinosas. Acelos liberam seus ovos pela boca ou por uma ruptura na parede do corpo. Turbelários neóforos depositam seus ovos em cápsulas fixadas ao substrato.
RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados. 7. ed. São Paulo: Roca, 2005.

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