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Os Direitos Fundamentais

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Os Direitos Fundamentais
D. Constitucional II
Prof.ª: Pedrita Dias
2013.2
Conceito de Direitos Fundamentais
Direitos fundamentais são direitos humanos positivados nas Constituições estatais;
“São todas aquelas posições jurídicas favoráveis às pessoas que explicitaram, direta ou indiretamente, o princípio da dignidade humana, que se encontram reconhecidos no texto da Constituição formal (fundamentalidade formal) ou que, por seu conteúdo e importância,são admitidas e equiparadas, pela própria Constituição, aos direitos que ela formalmente reconhece, embora dela não façam parte (fundamentalidade material).”
Funções dos Direitos Fundamentas
Função de defesa ou de liberdade;
Função de prestação;
Função de proteção perante terceiro;
Função de não discriminação
Evolução dos direitos fundamentais
1ª dimensão – direitos civis e políticos;
2ª dimensão – direitos sociais, econômicos e culturais;
3ª dimensão – direitos de solidariedade (meio ambiente, segurança, autodeterminação dos povos, desenvolvimento);
4ª dimensão – direito à democracia direta e direitos relacionados à biotecnologia;
5ª dimensão – direito à paz (defendida por Paulo Bonavides) porque indispensável ao progresso de todas as nações.
Características dos direitos fundamentais
Eficácia horizontal dos direitos fundamentais
Eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas;
A doutrina e a jurisprudência do STF tendem a adotar a teoria da eficácia direta ou imediata dos direitos fundamentais nas relações privadas. 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
 	Art. 5� - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito�à vida, à � liberdade, �à igualdade, �à segurança e à� propriedade, nos termos seguintes:
Quem são os destinatários dos direitos e garantias individuais?
Aplicabilidade imediata das normas definidoras de direitos fundamentais
Art. 5º, § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
“Em virtude de sua aplicabilidade imediata eles carecem de critérios materiais de aferição que podem ser tornados plausíveis a partir do seu próprio teor normativo, sem viver a mercê das leis ordinárias.” F. Müller (apud Cunha Jr.)
Concepção materialmente aberta dos direitos fundamentais
Art. 5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Boa parte da doutrina brasileira entende que os direitos fundamentais são apenas aqueles incorporados ao texto de uma Constituição escrita. 
A opinião de Dirley da Cunha Jr, com base nas ideias de Canotilho e Robert Alexy.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
Dos Direitos Individuais e Coletivos
Vida...
O termo “vida” não será considerada apenas no seu sentido biológico de incessante auto-atividade funcional, peculiar à matéria orgânica, mas na sua acepção biográfica mais compreensiva (...) Tudo que interfere em prejuízo deste fluir espontâneo e incessante contraria a vida. 
						José Afonso da Silva
Inviolabilidade do direito�à vida
Preservação dos atributos físico-psiquicos (materiais) e espirituais-morais (imateriais)
Proibição da pena de morte.
Garantia das necessidades vitais básicas (proibição da tortura, penas perpétuas, trabalhos forçados, cruéis, etc.)
Algumas discussões:
Aborto
Eutanásia
Células tronco
Vida...
Lei de biossegurança - O STF entendeu (ADI 3510), por 6 x 5, que a pesquisa com células tronco,nos termos da lei, não viola o direito à vida. (2008) 
Algumas condições: a) para fins de pesquisa e terapia; b) somente em relação a células-tronco embrionárias; c) apenas aquelas fertilizadas in vitro; d) embriões inviáveis ou congelados há pelo menos três anos; e) consentimento dos genitores; f) controle por comitê de ética em pesquisa; g) proibição de comercialização
Princípio da Igualdade
“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”
Igualdade perante a ordem jurídica – formal
Igualdade de oportunidades de acesso aos bens da vida – material.
Art. 3º, IV da CF: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...)
	IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”
		A lei não pode ser fonte de privilégios ou perseguições, mas instrumento regulador da vida social, que necessita tratar equitativamente todos os cidadãos. Este é o conteúdo político-ideológico absorvido pelo princípio da isonomia e juridicizado pelos textos constitucionais em geral, ou de todo modo assimilado pelos sistemas normativos vigentes.” (Celso de Melo apud Cunha Jr, 2013, p. 665)
Igualdade formal X Igualdade material
Igualdade formal
Igualdade na lei – não pode haver distinções não autorizadas pela Constituição;
Igualdade perante a lei – deve-se aplicar igualmente a lei, ainda que crie uma desigualdade;
Quais os limites legais de discriminar?
Para identificar o desrespeito à isonomia”tem-se que investigar, de um lado, aquilo que é adotado como critério discriminatório; de outro lado (...) verificar se há justificativa racional, isto é, fundamento lógico para, à vista do traço desigualador acolhido, atribuir o especificado tratamento jurídico construído em função da desigualdade proclamada. 
Posição do STF acerca da fixação de critérios de idade para acesso a determinados cargos públicos – RMS 21.045, Rel. Min. Celso de Melo, j. 29/03/1994.
“a norma constitucional que proíbe tratamento normativo discriminatório (...) não se reveste de caráter absoluto, sendo legítima, em consequência, a exigência de estipulação de ordem etária, quando esta decorrer da natureza e do conteúdo ocupacional do cargo público a ser provido.”
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Art. 5º, I, XXXVII, XLI, XLII;
Art. 7º, XX, XXX, XXXII, XXXIV;
Art. 12, §§ 2º e 3º;
Art. 14, caput;
Em algumas circunstâncias o próprio legislador estabelece certas “desigualdades”:
Art.5º , L:
“�Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
Art. 7º, XVIII e XIX;
	“Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; e “licença-paternidade, nos termos fixados em lei;”
Serviço militar obrigatório
Como saber se essas desigualdades formuladas pelo legislador não são inconstitucionais?
 
		“O constituinte tratou de proteger certos grupos que, a seu entender, mereciam tratamento diverso. (...) cuidou de estabelecer políticas de compensação para concretizar (ao menos em parte), uma igualdade de oportunidades (...) entre indivíduos que não sofreram a mesma espécie de restrições.”
Ações afirmativas
“Conjunto de medidas administrativas e legislativas de política pública que visam compensar desigualdades históricas decorrentes da marginalização social.”
Ex: art.7º, XX; art. 37, VIII.
		"Ações afirmativas são medidas especiais e temporárias, tomadas pelo Estado e/ou pela iniciativa privada, espontânea ou compulsoriamente, com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidade e tratamento, bem como compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, por motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros". 
		(Ministério da Justiça, 1996, GTI População Negra).
		
		“As ações afirmativas são formas de políticas públicas que objetivam transcender as ações do Estado na promoção do bem-estar e da cidadania
para garantir igualdade de oportunidades e tratamento entre as pessoas e a mobilização dos setores culturais com intenção de ampliar as ações de inclusão social.”
					João do Nascimento
Princípio da Legalidade
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Princípio da legalidade no âmbito do particular;
Princípio da legalidade no âmbito da Administração Pública
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
A lei nº 9.455/97 define os crimes de tortura.
O crime de tortura exige constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental.
Súmula Vinculante nº 11/2008: “Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere,sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.” 
Direito à liberdade
Prerrogativa fundamental do ser humano de autodeterminação, de acordo com sua própria consciência.
Liberdade de locomoção
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Liberdade de opinião e pensamento
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Pode uma denúncia anônima gerar uma persecutio criminis? O STF entendeu que “os escritos anônimos não podem, só por si, desde que isoladamente considerados, a imediata instauração de persecutio criminis, eis que peças apócrifas não podem ser formalmente incorporadas ao processo (...)”
Liberdade de expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Consequência da liberdade de pensamento.
Direito de opinião – liberdade de manifestação do pensamento, ou seja “de externar juízos, conceitos, convicções e conclusões sobre alguma coisa.”
Art. 21 - Compete à União:
 	(...)
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 3º - Compete à lei federal:
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no Art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Proteção constitucional aos direitos autorais
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; (Lei nº 9.610/98)
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
Liberdade de informação
Direito de informar, direito de se informar e o direito de ser informado;
Direito de informar – transmitir informações pelos meios de comunicação;
	“Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.”
Direito de se informar – faculdade do indivíduo buscar as informações pretendidas sem quaisquer obstáculos.
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Liberdade de consciência, crença e culto 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
§ 2º - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
	(...)
	IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
	
	“A escusa acarretará a não emissão do certificado correspondente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período estabelecido. Após esse prazo o certificado só será emitido, após a decretação, pela autoridade competente da suspensão dos direitos políticos do inadimplente , que poderá, a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante o cumprimento das obrigações devidas.” (Cunha Jr, 2013, p. 684) 
Alguns temas polêmicos
Ensino religioso nos colégios;
Feriados religiosos;
Casamento perante autoridades religiosas;
Transfusão de sangue nas “testemunhas de Jeová”
Curandeirismo;
Crucifixos em repartições públicas;
“APELAÇÃO CÍVEL. TRANSFUSÃO DE SANGUE. TESTEMUNHA DE JEOVÁ. RECUSA DE TRATAMENTO. INTERESSE EM AGIR. Carece de interesse processual o hospital ao ajuizar demanda no intuito de obter provimento jurisdicional que determine à paciente que se submeta à transfusão de sangue. Não há necessidade de intervenção judicial, pois o profissional de saúde tem o dever de, havendo iminente perigo de vida, empreender todas as diligências necessárias ao tratamento da paciente, independentemente do consentimento dela ou de seus familiares. Recurso desprovido”. (BRASIL. AC 70020868162, 2007).
Liberdade de reunião
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Liberdade de associação
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
De acordo com o Código Civil, em seu artigo 53, as associações são pessoas jurídicas constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos, mas sim entre os associados e a associação.
José Eduardo Sabo Paes, em sua obra Fundações, Associações e Entidades de Interesse Social (2006, p.62), pontua que a associação congrega serviços, atividades e conhecimentos em prol de um mesmo ideal, objetivando a consecução de determinado fim, com ou sem capital e sem intuitos lucrativos. Pode ter a finalidade altruística, sendo uma associação beneficente; egoística, sendo uma associação literária, recreativa ou esportiva; e econômica não lucrativa, sendo uma associação de socorro mútuo.
Importante
Em se tratando da possibilidade da associação impetrar mandado de segurança coletivo, não há necessidade de autorização expressa dos associados, uma vez que age como substituta processual, nos termos da Súmula nº 629 do STF.
Liberdade de opção profissional
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
No caso das profissões regulamentadas, portanto, o seu exercício está condicionado ao atendimento das qualificações razoavelmente exigidas pela lei.
Direito à privacidade
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Privacidade: “faculdade que tem cada indivíduo de obstar a intromissão de estranhos na sua vida particular e familiar, assim como impedir-lhes o acesso a informações sobre a privacidade e a intimidade de cada um, e também proibir que sejam divulgadas informações sobre esta área da manifestação existencial do ser humano. Neste sentido, a privacidade corresponde ao direito de ser deixado em paz, ao direito de estar só.” (Cunha Jr, 2013,p. 687)
Direito à intimidade
Intimidade “ e a vida secreta ou exclusiva que alguém reserva para si, sem nenhuma repercussão social, nem mesmo junto à sua família, aos seus amigos e ao seu trabalho.” (p. 688)
Encontra relação com a inviolabilidade do domicílio e da correspondência, o sigilo profissional e o das cartas confidenciais.
Direito à vida privada
A vida privada é sempre um viver entre os outros, mas a vida privada é menos restrita do que a intimidade. “Não diz respeito aos segredos restritos da pessoa, mas sim à sua vida em família, no trabalho e no relacionamento com seus amigos.” (p. 688)
Direito à honra
Honra é além da consideração social, o bom nome e a boa fama, o sentimento íntimo, a consciência da própria dignidade pessoal. 
“Honra é a dignidade pessoal refletida na consideração alheia e no sentimento da própria pessoa.” Paulo José da Costa Jr (apud Cunha Jr)
Previsão no Código Penal dos crimes contra a honra.
Direito à imagem
É aquele que tem por escopo resguardar os aspectos físicos da pessoa, impedindo a sua divulgação.
O fato de frequentar locais públicos acarreta renúncia ao direito à imagem?
Em decisão do TJRJ a publicidade institucional, ou seja, aquela que procura divulgar eventos e não imagens de pessoas, não se configura violação do direito de imagem.
Segundo decisão do STJ: “sobrevindo, em razão de ato ilícito, perturbação nas relações psíquicas, na tranquilidade, nos sentimentos e nos afetos de uma pessoa, configura-se dano moral, passível de indenização, inclusive em relação aos danos estéticos.”
Se houver violação da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, será assegurado o direito à indenização. 
Além da indenização há também a possibilidade do direito de resposta.
Fatos que afetam a reputação, honra ou bom nome, ainda que não configurem infração penal, geram a possibilidade de o prejudicado se utilizar do direito de réplica ou de resposta.
O desagravo deverá ter o mesmo destaque, a mesma duração, o mesmo tamanho que a notícia que gerou a relação conflituosa.
Inviolabilidade domiciliar
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Sem o consentimento do morador, só será possível adentrar:
Por determinação judicial: somente durante o dia;
Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro (durante o dia ou à noite).
O que se entende por “casa”?
Casa abrange são só o domicílio, como também o escritório, oficinas, garagens ou até mesmo quarto de hotéis.
Ementa: PROVA PENAL - BANIMENTO CONSTITUCIONAL DAS PROVAS ILÍCITAS ( CF , ART. 5º , LVI )- ILICITUDE (ORIGINÁRIA E POR DERIVAÇÃO) - INADMISSIBILDADE - BUSCA E APREENSÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS REALIZADA, SEM MANDADO JUDICIAL, EM QUARTO DE HOTEL AINDA OCUPADO - IMPOSSIBLIDADE - QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DESSE ESPAÇO PRIVADO (QUARTO DE HOTEL, DESDE QUE OCUPADO) COMO "CASA", PARA EFEITO DA TUTELA CONSTITUCIONAL DA INVIOLABILIDADE DOMICILIAR - GARANTIA QUE TRADUZ LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL AO PODER DO ESTADO EM TEMA DE PERSECUÇÃO PENAL, MESMO EM SUA FASE PRÉ-PROCESSUAL - CONCEITO DE "CASA" PARA EFEITO DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL ( CF , ART. 5º , XI E CP , ART. 150 , § 4º , II )- AMPLITUDE DESSA NOÇÃO CONCEITUAL, QUE TAMBÉM COMPREENDE OS APOSENTOS DE HABITAÇÃO COLETIVA (COMO, POR EXEMPLO, OS QUARTOS DE HOTEL, PENSÃO, MOTEL E HOSPEDARIA, DESDE QUE OCUPADOS): NECESSIDADE, EM TAL HIPÓTESE, DE MANDADO JUDICIAL ( CF , ART. 5º , XI ). 
IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO, PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, DE PROVA OBTIDA COM TRANSGRESSÃO À GARANTIA DA INVIOLABILIDADE DOMICILIAR - PROVA ILÍCITA - INIDONEIDADE JURÍDICA - RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO. BUSCA E APREENSÃO EM APOSENTOS OCUPADOS DE HABITAÇÃO COLETIVA (COMO QUARTOS DE HOTEL) - SUBSUNÇÃO DESSE ESPAÇO PRIVADO, DESDE QUE OCUPADO, AO CONCEITO DE "CASA" - CONSEQÜENTE NECESSIDADE, EM TAL HIPÓTESE, DE MANDADO JUDICIAL, RESSALVADAS AS EXCEÇÕES PREVISTAS NO PRÓPRIO TEXTO CONSTITUCIONAL . - Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º , XI , da Constituição da República, o conceito normativo de "casa" revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer aposento de habitação coletiva, desde que ocupado ( CP , art. 150 , § 4º , II ), compreende, observada essa específica limitação espacial, os quartos de hotel. Doutrina. Precedentes . - Sem que ocorra qualquer das situaç ões excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional (art. 5º, XI), nenhum agente público poderá, contra a vontade de quem de direito ("invito domino"), ingressar,...
Sigilo de correspondência e comunicação
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 
O sigilo de correspondência poderá ser restringido durante o estado de defesa e o estado de sítio;
Sigilo das comunicações telefônicas: só será permitidas nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, mediante ordem judicial e para fins de investigação criminal ou instrução processual, segundo procedimento elencado pela Lei nº 9296/96.
A defesa da privacidade deve proteger o homem contra:
A interferência em sua vida privada,familiar e doméstica;
Ingerência em sua integridade física ou mental, ou em sua liberdade intelectual e moral;
Os ataques à sua honra e reputação;
Sua colocação em perspectiva falsa;
A comunicação de fatos relevantes e embaraçosos relativos à sua intimidade;
O uso de seu nome, identidade e retrato; 
A má utilização de informações escritas e orais;
A transmissão
de informes dados ou recebidos em razão de segredo profissional
As características básicas do sigilo bancário e fiscal são:
Indispensabilidade dos dados constantes em determinada instituição financeira (desde que existam fundados elementos reveladores de possível autoria de prática ilícita);
Individualização do investigado e do objeto de investigação;
Obrigatoriedade de manutenção do sigilo em relação às pessoas estranhas ao procedimento investigatório;
Utilização dos dados obtidos de maneira restrita, somente para a investigação que lhe deu causa;
Os sigilos bancário e fiscal são relativos e apresentam limites, podendo ser devassados pela Justiça Penal, pelas CPIs e pelo MP;
O mandado de segurança e não o habeas corpus, é a ação constitucional adequada para assegurar direito líquido e certo, portanto meio idôneo para o Judiciário reconhecer o direito de não quebrar os sigilo bancário e fiscal;
Impossibilidade de quebra de sigilo bancário por requisição fiscal de informações bancárias, havendo necessidade de intervenção judicial;
O princípio do contraditório não prevalece na fase inquisitorial, permitindo-se a quebra de sigilo sem oitiva do investigado. 
"Passa-se, aqui, que o inciso XII não está tornando inviolável o dado da correspondência, da comunicação, do telegrama. Ele está proibindo a interceptação da comunicação dos dados, não dos resultados. Essa é a razão pela qual a única interceptação que se permite é a telefônica, pois é a única a não deixar vestígios, ao passo que nas comunicações por correspondência telegráfica e de dados é proibida a interceptação porque os dados remanescem; eles não são rigorosamente sigilosos, dependem da interpretação infraconstitucional para poderem ser abertos. O que é vedado de forma absoluta é a interceptação da comunicação da correspondência, do telegrama. Por que a Constituição permitiu a interceptação da comunicação telefônica? Para manter os dados, já que é a única em que, esgotando-se a comunicação, desaparecem os dados. Nas demais, não se permite porque os dados remanescem, ficam no computador, nas correspondências etc" (RE nº 219.780/PE, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 10.09.99, p. 23).
“Seja qual for o conteúdo da referência a dados no inciso XII, este é absolutamente inviolável. O que, a meu ver, mostra, para não se chegar a uma desabrida absurdidade da Constituição, a ter que concluir que se refere à comunicação de dados. Só, afinal, a telefônica é relativa, porque pode ser quebrada por ordem judicial, o que é fácil de entender, pois a comunicação telefônica é instantânea, ou se colhe enquanto ela se desenvolve, ou se perdeu a prova; já a comunicação de dados, a correspondência, a comunicação telegráfica, não, elas deixam provas que podem ser objeto de busca e apreensão. O que se proíbe é a intervenção de um terceiro num ato de comunicação, em todo o dispositivo, por isso só com relação à comunicação telefônica se teve de estabelecer excepcionalmente a possibilidade da intervenção de terceiros para se obter esta prova, que de outro modo perder-se-ia. ”
Direito de propriedade
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Não é um direito absoluto tendo em vista a possibilidade de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, e, desde que esteja cumprindo a sua função social a indenização deverá ser prévia, justa e em dinheiro.
Existe também a possibilidade limitações administrativas, servidões e expropriação (em caso de culturas ilegais de plantas psicotrópicas) 
Direito de herança
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
Será aplicada a lei mais benéfica (brasileira ou estrangeira) ao cônjuge e aos filhos brasileiros, quanto aos bens situados no Brasil.
Defesa do consumidor
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
A defesa do consumidor também foi tratada no título referente à ordem econômica.
No Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90) são instituídas medidas de proteção jurídica, como atribuição de responsabilidade objetiva do fornecedor por danos causados por seus produtos ao consumidor, inversão do ônus da prova em determinadas ações, entre outros.
Art. 5º, XXXII ...
Art. 24, VIII: compete à União, Estados e Distrito Federal legislar concorrentemente sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor ...
Art. 129 - São funções institucionais do MP: (...) III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
Art. 150, § 5º: A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca de impostos que incidam sobre mercadorias e serviços;
Art. 170: A ordem econômica, observa entre os seus princípios a defesa do consumidor.
Art. 48 do ADCT: prazo de 120 dias para a elaboração do CDC 
Direito de petição e obtenção de certidões
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
O direito não é absoluto: o Poder Público poderá recusar-se a prestar informações, porém, unicamente quando o sigilo for imprescindível á segurança da sociedade e do Estado.
Esse sigilo foi disciplinado pela Lei 11.111/05 ;
A obtenção de certidões, independentemente de pagamento de taxas, deverá ser expedida no prazo de 15 dias (art. 1º, da Lei nº9.051/95);
Se o pedido não for atendido poderá ser utilizado mandado de segurança.
Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Acesso à justiça X acesso ao Judiciário X acesso à ordem jurídica justa.
O sistema brasileiro prevê a unidade de jurisdição, ou seja, a desnecessidade de esgotar as vias administrativas.
Exceção: Justiça Desportiva (art. 217, §§ 1º e 2º)
Discussão acerca da arbitragem (Lei nº 9.307/96)
Limites à retroatividade da lei
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Direito adquirido: garantia segundo a qual um direito, desde que cumpridas as condições necessárias para o seu exercício, incorpora-se ao patrimônio de seu titular, que dele poderá usufruir a qualquer tempo, ainda que posteriormente extinto ou agravadas as bases normativas de sua constituição;
Ato jurídico perfeito: garantia que preserva os atos os negócios jurídicos decorrentes da manifestação legítima de vontade de quem os editou, em consonância com a ordem jurídica existente no momento de sua formação;
Coisa julgada: decisão judicial dotada de imutabilidade, de que não caiba mais recurso.
Princípio do juiz natural ou legal
XXXVII - não
haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.
“(...) necessidade de predeterminação do juízo competente, quer para o processo, quer para o julgamento, proibindo-se qualquer forma de designação de tribunais para casos determinados.”
Exceção: Justiça Especializada;
Tribunais de Ética da OAB?
Foros de eleição? Juízo Arbitral?
Jurisdição do Tribunal Penal Internacional
Tribunal Penal Internacional
Em 2002 surgiu a primeira Corte Internacional permanente, com jurisdição sobre pessoas acusadas de cometerem graves violações contra os direitos humanos.
O Tribunal é competente para julgar os crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão de um país a outro;
Princípio da complementaridade: não se sobrepõe à jurisdição penal do Estado, somente podendo intervir diante de situações gravíssimas em que o Estado Soberano se mostre incapaz ou sem disposição política para processar os crimes apontados no Estatuto de Roma.
Alguns constitucionalistas sustentam a inconstitucionalidade do Tribunal Penal Internacional:
Pela previsão de pena perpétua; pela ausência de tipificação dos crimes e correspondente penalidade; possibilidade de entrega de brasileiros natos;
Tribunal do Júri
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Foro por prerrogativa de função
Segurança jurídica em matéria criminal
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
É competência privativa da União legislar sobre Direito Penal (CF, art. 22, I) e deverá fazê-lo por meio de leis, vedada a utilização de outras espécies de atos normativos.
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Súmula 711 do STF: a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Práticas discriminatórias, crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia e crimes inafiançáveis e imprescritíveis 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Não há uma definição clara acerca das condutas que, no Estado brasileiro, poderão ser enquadradas na definição de “racismo”.
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Lei nº 7.716/89 - Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Essa lei prevê diversas condutas e a sanção respectiva, mas não esclarece a amplitude do termo “racismo”.
Crimes hediondos
Os crimes hediondos estão definidos pela Lei 8.072/90.
São definidos como crimes hediondos: homicídio, latrocínio, extorsão qualificada pela morte, extorsão mediante sequestro e na forma qualificada, estupro, estupro de vulnerável, epidemia com resultado morte e falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais 
A redação original da lei previa que os crimes hediondos seriam cumpridos “integralmente em regime fechado”, ou seja, não admitia progressão de regime. O STF, por sua vez, entendeu que o dispositivo era inconstitucional (em razão do princípio da individualização da pena).
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Penas
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Regras constitucionais sobre as penas
A pena é personalíssima
Tipos de pena: a) privação ou restrição de liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos.
Vedação das penas: a) de morte; b) de caráter perpétuo; c) trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis.
Cumprimento da pena: em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito; a idade e o sexo do apenado.
Direitos assegurados aos presos
Respeito à integridade física e moral;
Comunicação imediata da prisão e do local onde se encontre (ao juiz, à família ou pessoa por ele indicada);
Às presidiárias condições para que permaneçam com os filhos no período da amamentação;
Informação ao preso dos seus direitos;
Identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
Regras sobre extradição
Brasileiro nato: nunca será extraditado;
Brasileiro naturalizado será extraditado: 
em caso de crime comum praticado antes da naturalização; 
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (antes ou depois da naturalização); 
Estrangeiros: poderão ser extraditados salvo por crime político ou de opinião.
Devido processo legal, contraditório, ampla defesa 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
O princípio do devido processo legal consubstancia uma das mais relevantes garantias constitucionais do processo.
Outros princípios pertinentes ao processo: princípio do juiz natural, inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos, publicidade do processo e motivação das decisões.
O devido processo legal pode ser concebido: “como garantia material de proteção ao direito de liberdade do indivíduo, mas também é garantia de índole formal (...) Significa que deve ser assegurada ao indivíduo paridade de condições frente ao Estado, quando este intentar restringir a liberdade ou o direito aos bens jurídicos constitucionalmente protegidos daquele.”
Presunção de inocência
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Essa regra significa que cabe ao Estado comprovar a culpabilidade do agente para que surja a possibilidade de aplicar a punição respectiva.
O STF entendeu que “não viola o postulado da presunção de inocência regra legal que determina a exclusão de oficial da polícia de qualquer quadro de acesso à promoção por ter sido denunciado em processo crime, enquanto a sentença não transitar em julgado”. 
Presunção de inocência x prisões cautelares (flagrante, temporária e preventiva) 
A regra geral do ordenamento jurídico brasileiro é a de que o acusado tem direito a recorrer em liberdade e a prisão só poderá ocorrer após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, no entanto, excepcionalmente poderá haver prisão cautelar, desde que obedecidos os pressupostos exigidos pela legislação penal respectiva.
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Lei nº 12.037/09 que dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada
no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Regras sobre prisão
Prisão: somente em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente;
Prisão ilegal: será imediatamente relaxada pela autoridade competente;
Admissão de liberdade provisória (com ou sem fiança)
Prisão civil: impossibilidade, salvo obrigação alimentícia (o depositário infiel não é mais passível de prisão, de acordo com decisão proferida pelo STF em 2008).

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