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Noções de Direito Administrativo

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Aula 02
Noções de Direito Administrativo p/ ANS - Técnico em Regulação 
Professor: Daniel Mesquita
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1. INTRODUÇÃO À AULA 02 2 
2. PODERES ADMINISTRATIVOS. 2 
2.1. USO E ABUSO DE PODER 5 
3. PODER HIERÁRQUICO 9 
4. PODER DISCIPLINAR 15 
5. PODER REGULAMENTAR 21 
6. PODER DE POLÍCIA 31 
6.1. CONCEITO 31 
6.2. ATRIBUTOS 32 
6.3. INDELEGABILIDADE 36 
6.4. POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA 37 
7. PODER VINCULADO 53 
8. PODER DISCRICIONÁRIO 54 
9. RESUMO DA AULA 61 
10. QUESTÕES COMENTADAS 66 
11. REFERÊNCIAS 84 
AULA 02: Poderes administrativos 
SUMÁRIO 
Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em
Regulamentação. 
Teoria e exercícios comentados. 
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1. Introdução à Aula 02
Nessa aula 03 do curso de Direito Administrativo, preparatório para 
o concurso do ANS- Técnico, falaremos dos seguintes assuntos: ³5
Poderes administrativos. 5.1 Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de 
polícia. 5.2 Uso e abuso do poder´. 
Seguiremos com a análise de diversas questões que já caíram em 
concursos anteriores, especialmente do CESPE. 
Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as 
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na 
véspera da prova! 
Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como 
você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso, 
programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. 
Lembre-se: o planejamento é fundamental. 
Chega de papo, vamos à luta! 
2. Poderes administrativos.
Certamente, você já ouviu falar que na Administração Pública vige 
o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse
privado, ou seja, os atos estatais se impõem perante os particulares, 
pois o Estado age visando o interesse público. 
Entretanto, como é que esse princípio se materializa? Como é que, 
na prática, a Administração se sobrepõe ao particular? 
Isso ocorre por meio dos poderes administrativos. O ordenamento 
jurídico coloca esses poderes a disposição do Estado para que ele tenha 
meios de impor a sua a supremacia. 
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Os agentes públicos, por gozarem desses poderes (= 
prerrogativas), encontram-se numa posição superior ao cidadão 
comum. Assim, o Estado consegue dirimir os conflitos da sociedade. 
Esse poder não é uma faculdade da Administração. A professora Di 
3LHWUR�DVVLP�GL]�³(PERUD�R�YRFiEXOR�poder dê a impressão de que se 
trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder-
dever, já que reconhecido ao poder público para que o exerça em 
EHQHItFLR�GD�FROHWLYLGDGH��RV�SRGHUHV�VmR�SRLV�LUUHQXQFLiYHLV´��� 
São poderes da Administração: 1.Poder hierárquico; 2.Poder 
disciplinar; 3.Poder regulamentar; 4. Poder de polícia. Alguns autores 
colocam a discricionariedade e a vinculação como poderes da 
$GPLQLVWUDomR�� SRU� LVVR�� HVVHV� ³SRGHUHV´� WDPEpP� VHUmR� WUDWDGRV� DR�
longo desta aula. 
Os poderes, contudo, não são uma arma brutal que provoca um 
ataque sem defesa contra os administrados, eles são limitados pelos 
direitos individuais previstos na Constituição, como o direito a ampla 
defesa e o contraditório, por exemplo, pela lei, pelos princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade e por diversos outros postulados, 
como o do controle dos atos administrativos. 
Agindo o administrador fora dos objetivos legais ele comete abuso 
de poder, e se ao contrário não exerce os poderes a ele conferidos 
comete abuso de poder por omissão. 
Ótimo professor! Quanto ao poder-dever, entendi a noção geral de 
poder, mas há um contrapeso em relação a esses poderes? Não incide 
aqui no direito administrativo a máxima de que grandes poderes geram 
grandes responsabilidades? 
Há sim um contrapeso, meus caros e este contrapeso são os 
deveres (= restrições ou sujeições) dos administradores públicos. 
O administrador não pode se abster de praticar os atos de sua 
competência legal, uma vez que ele deve obediência ao princípio da 
legalidade. Dessa forma, quando a Administração tem o dever de agir, 
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mas assim não faz, o agente que for omisso será responsabilizado, 
possibilitando que cidadão acione as vias judiciais para a obtenção do 
ato que a autoridade ou a Administração tinha o dever de fazê-lo, e não 
o fez.
Tendo em vista que a Administração deve obedecer à lei, inclusive 
nas atividades discricionárias, surgem os deveres do Administrador 
Público. De forma geral, a Administração deve agir com eficiência (= 
boa administração), proporcionalidade, lealdade, obediência (o 
servidor deve obedecer e executar às ordens legais de seus 
superiores), devendo ainda prestar contas de seus atos e agir de 
forma correta, ética, com probidade. 
Hely Lopes traz os três principais deveres do Administrador 
Público: 
1. DEVER DE EFICIÊNCIA: Espera-se que o Administrador
Público tenha bons resultados, atuando com o melhor desempenho 
possível em suas atribuições. Esse dever se impõe a todo agente 
público, visando resultados positivos e satisfatórios para a atividade 
pública com a sociedade. Não basta agir com rapidez, o rendimento é 
essencial! Além de abranger os aspectos quantitativos e qualitativos do 
serviço. 
2. DEVER DE PROBIDADE: Este dever está enraizado na
conduta do Administrador, do mais simples ao mais complexo ato 
praticado pelo Administrador, afinal, para que o Administrador aja com 
na forma da lei, a probidade é indispensável. O dever de probidade é 
tão importante que foi tratado pela Constituição Federal. Veja só: 
 
 
 
Art. 37 § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário, na forma e 
gradação prevista em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
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3. DEVER DE PRESTAR CONTAS: Já que Administração
³DGPLQLVWUD´�RV�EHQV�H�WDPEpP�JHUH�RV� LQWHUHVVHV�GD�SRSXODomR�FRPR�
um todo, existe um cuidado a ser feito com a gerência do que é do 
SRYR�� 1DV� SDODYUDV� GH� +HO\� /RSHV�� ³6H� R� DGPLQLVWUDU� FRUUHVSRQGH� DR�
desempenho de um mandato de zelo e conservação de bens e 
interesses de outrem, manifesto é que quem o exerce deverá contas ao 
proprietário.´ 
O dever de prestar contas é da Administração para com a 
sociedade, devendo a gestão administrativa ser clara, não só quanto ao 
uso de dinheiro, mas a toda atividade realizada pela Administração. 
Este dever também foi tratado na nossa Constituição Federal: 
 
 
E o dever de lealdade, professor, o que esse dever significa? 
Significa que o administrador deve ser leal às instituições 
públicas. Assim como ele é fiel a sua esposa, ele deve ser fiel ao 
interesse público, devendo se dedicar ao serviço e respeitar as leis e 
as instituições estatais, nunca atuando contra os objetivos da 
Administração. 
2.1. Uso e Abuso de poder 
Uso e abuso de poder é o gênero que abrange duas espécies: 
desvio de poder e excesso de poder. 
Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder 
pode se manifestar de duas formas: (a) o agente buscafinalidade 
Art. 70 § único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre 
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou 
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
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alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de 
interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. 
Como se vê: sempre, no desvio de poder, o que está envolvido é a 
finalidade do ato, ou fora do interesse público ou fora da finalidade 
prevista na lei para aquele ato específico. 
Excesso de poder, por sua vez, é vício na competência. Quando 
o agente atua transbordando de sua competência, ou seja, vai além de
sua competência definida em lei ou na Constituição, há o excesso de 
poder. 
Assim, temos o importante quadro, com fundamento na doutrina 
de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino ± SINAL DE ALERTA: 
 
1. (CESPE -2015- MPU- Técnico do MPU - Segurança
Institucional e Transporte) O servidor responsável pela segurança da 
portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade superior 
desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou que, 
a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as 
pessoas que entrassem e saíssem do imóvel. Com referência a essa 
situação hipotética, julgue o item que se segue. 
O ato da autoridade superior foi praticado no exercício de seu 
poder disciplinar. 
Desvio de poder ± vício na 
finalidade 
Abuso de poder 
Excesso de poder ± vício na 
competência 
Questões de 
concurso 
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Resposta: 
Dentre as formas do desvio de poder está a atuação do agente 
buscando finalidade alheia ao interesse público. Dessa forma, o ato não 
foi praticado no uso do poder disciplinar, mas houve o desvio de poder. 
Gabarito: Errado. 
2. (2014/CESPE/ SUFRAMA/Agente Administrativo) A 
legislação concede à administração poderes extraordinários, necessários 
para que o Estado alcance os seus fins. Em relação aos poderes da 
administração pública, julgue os itens seguintes. A remoção de ofício de 
um servidor, como forma de puni-lo por faltas funcionais, configura 
abuso de poder. 
RESPOSTA: 
A remoção de ofício de um servidor configura abuso de poder na 
categoria desvio de finalidade, nesse caso o agente atua dentro de 
sua competência, porém busca finalidade diversa daquela prevista em 
lei. 
Cuidado! O examinador tentou confundir você: Abuso de poder é 
gênero do qual decorrem as espécies: desvio de finalidade (ou desvio 
de poder) e excesso de poder. 
Gabarito: Certo. 
3. (2014/ CESPE/ MDIC/Analista Técnico - Administrativo) O
exercício dos poderes administrativos não é uma faculdade do agente 
público, mas uma obrigação de atuar; por isso, a omissão no exercício 
desses poderes poderá ensejar a responsabilização do agente público 
nas esferas cível, penal e administrativa 
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RESPOSTA: 
De acordo com Hely Lopes Meirelles: 
 "(...) se no Direito Privado o poder de agir é uma faculdade, no 
Direito Público, o poder de agir é uma imposição, é um dever para o 
agente que o detém. É um poder-dever." 
Além disso, temos o artigo 121 da Lei 8112/90 que diz: "O 
servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício 
irregular de suas atribuições." 
Gabarito: Certo 
4. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Considere que determinado agente público detentor de 
competência para aplicar a penalidade de suspensão resolva impor, sem 
ter atribuição para tanto, a penalidade de demissão, por entender que o 
fato praticado se encaixaria em uma das hipóteses de demissão. Nesse 
caso, a conduta do agente caracterizará abuso de poder, na modalidade 
denominada excesso de poder. 
Com o que vimos você já acertaria, mas observe como o CESPE 
copiou o exemplo dado por Di Pietro: 
³6eria o excesso de poder, que ocorre quando a autoridade vai 
além daquilo que ela teria competência para praticar. Por exemplo, ela 
só pode aplicar a pena até de suspensão, mas aplica a pena de 
demissão. Outro exemplo é o do policial que se excede no uso da força. 
Ele tem competência para atuar, mas se excede no uso dos meios que a 
lei lhe dá para atingir os fins de interesse público.´ 
Item correto! 
5. (CESPE ± 2013 ± CNJ ± Técnico Judiciário ± Área
Administrativa) Considere que determinado servidor público, dentro de 
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suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado 
abusivamente. Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à 
revisão judicial ou administrativa, podendo, inclusive, o servidor 
responder por ilícito penal. 
Pessoal, aqui o caso é clássico de abuso de poder. Nessas 
situações, a conduta do servidor público está sujeita ao controle judicial 
ou administrativo, podendo responder por ilícito na esfera criminal. 
Logo, está CORRETA. 
3. Poder Hierárquico
Segundo Leandro Zannoni, ³R� SRGHU� KLHUiUTXLFR� GHFRUUH� GD�
hierarquia, que é o vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos 
H� DJHQWHV� VXSHULRUHV� H� LQIHULRUHV´�� 2X� VHMD�� WDQWR� RV� yUJmRV� FRPR� RV�
agentes públicos estão organizados de forma hierárquica e dessa 
relação de superioridade surgem poderes, o chamado poder 
hierárquico. 
O poder hierárquico garante que o princípio da eficiência seja 
cumprido na administração pública, através do poder de coordenação e 
subordinação dentro da mesma pessoa jurídica. Aqueles que são 
subordinados estão mais próximos da execução dos atos. Os superiores 
controlam e fiscalizam a atuação dos inferiores. 
Nos Poderes Legislativo e Judiciário a relação é diferente, pois os 
seus membros (juízes e parlamentares) gozam de independência 
funcional no exercício de suas funções típicas. 
No Poder Judiciário, por exemplo, existe uma distribuição de 
competência entre as instâncias, essas instâncias funcionam com 
independência umas das outras, e prevalece o princípio da livre 
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convicção do juiz, em que não há subordinação jurídica aos tribunais 
superiores. 
Zannoni ainda leciona que da hierarquia decorrem os seguintes 
poderes: 
i) De editar atos normativos (como decretos,
resoluções, portarias e instruções) com o intuito de ordenar 
genericamente os subordinados; 
ii) De comandar os subordinados por meio de ordens
específicas, os quais devem obedecer, salvo se a ordem for 
manifestamente ilegal; 
iii) De fiscalizar a atividade inferior;
iv) De anular os atos inferiores ilegais;
v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou
inconvenientes; 
vi) De aplicar sanções aos infratores;
vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou
negativos); 
viii) Delegar atribuições
ix) Avocar atribuições.
MUITO CUIDADO: O poder hierárquico não chega ao ponto de 
excluir ou retirar a competência do subordinado. Isso porque, a 
competência decorre de lei e não da vontade do administrador. 
Assim sendo, quando há a delegação - ³transferência de
atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo´- CRETELLA 
JR., deverá ser temporária e certa,tendo em vista que a lei prevê como 
regra o exercício da função pelo órgão ou agente originário. Obviamente 
que havendo uma delegação ilegal o agente delegante não será 
obrigado a cumpri-la. 
A avocação de atribuições, por sua vez, ocorre quando a 
autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuições do 
seu subordinado, sendo esse exercício temporário e discricionário. 
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6. (2014/CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário - Área Judiciária) No
tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue os próximos 
itens. O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos 
administrativos por ele mesmo produzidos. 
RESPOSTA: 
O Poder Judiciário, na sua função atípica de administração, 
expede atos administrativos, podendo nesse caso revogar, por 
conveniência e oportunidade, ou anular, quando eivados de vícios. Veja 
o que a súmula 473 diz:
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios 
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não 
se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial. 
Gabarito: C 
7. (2014/CESPE/SUFRAMA/ Agente Administrativo) O poder
hierárquico confere aos agentes superiores o poder para avocar e 
delegar competências 
RESPOSTA: 
Consequências da hierarquia: 
x ³'DU�RUGHQV´
x Controlar/fiscalizar as ordens
x Rever os atos praticados pelos subordinados
Questões de 
concurso 
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x Pode delegar ou avocar competência. Delegação significa o chefe
transferindo a competência para o seu subordinado. Avocação é
puxar para seu núcleo de responsabilidade a competência.
Gabarito: C 
8. (2014/CESPE/ SUFRAMA/ A legislação concede à
administração poderes extraordinários, necessários para que o Estado 
alcance os seus fins. Em relação aos poderes da administração pública, 
julgue os itens seguintes. 
Em decorrência do poder de polícia, a administração pode 
condicionar ou restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse 
da coletividade. 
RESPOSTA: 
O poder de polícia é a faculdade da Administração Pública para 
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos 
individuais, em beneficio da coletividade ou do próprio Estado. 
Gabarito: C 
9. (2014/ CESPE/TJ-DF/ Titular de Serviços de Notas e de
Registros) Com relação aos poderes administrativos, assinale a opção 
correta. 
a) A polícia administrativa realiza atividades fiscalizatórias e
repressivas e suas ações incidem sobre bens, serviços e pessoas. 
b) Ao buscar uma finalidade, ainda que de interesse público, alheia à
categoria do ato que utilizou, o agente público competente incorre em 
excesso de poder. 
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c) Os atos administrativos praticados no exercício do poder de polícia
não são suscetíveis de controle judicial, uma vez que se caracterizam 
por coercibilidade e autoexecutoriedade. 
d) A atividade da administração pública que, mediante atos
normativos ou concretos, limita ou condiciona a liberdade e a 
propriedade dos indivíduos, de acordo com o interesse coletivo, refere-
se ao exercício do poder regulamentar. 
e) A avocação e a delegação de competência são atos
administrativos praticados no exercício do poder hierárquico da 
administração pública. 
RESPOSTA: 
a) ERRADO. Poder de polícia não atua sobre pessoas, apenas
sobre propriedade e liberdade. 
b) ERRADO. O excesso de poder ocorre quando o administrador é
competente para realizar o ato, mas ao fazê-lo extrapola seu limite. No 
caso, ocorreu desvio de finalidade. 
c) ERRADO. Todo ato administrativo é suscetível de controle judicial na
forma do art. 5o, XXXV, CF. O Poder Judiciário não pode adentrar na 
discricionariedade do administrador. 
d) ERRADO. O item se refere ao poder de polícia.
e) CORRETO. A avocação e a delegação de competência são, de fato,
atos administrativos praticados no exercício do poder hierárquico da 
administração pública. 
Gabarito: E 
10. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de
Telecomunicações ± Assistente Administrativo) No exercício do 
poder hierárquico, a delegação pode ocorrer de modo vertical ou 
horizontal, enquanto a avocação se dá exclusivamente no sentido 
vertical. 
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Tudo certo, pessoal! Avocação e delegação nascem do poder 
hierárquico. A avocação ocorre sempre entre um superior e um 
subordinado, sendo que o primeiro chama a si a competência para a 
execução de determinado ato. Já a delegação ocorre tanto em níveis 
diferentes de hierarquia quanto em níveis iguais. 
Resposta: Certo. 
11. (CESPE/2010/ANEEL/Técnico Administrativo) Como 
decorrência da relação hierárquica presente no âmbito da 
administração pública, um órgão de hierarquia superior pode 
avocar atribuições de um órgão subordinado, desde que estas 
não sejam de competência exclusiva. 
Ressaltamos, agora, os seguintes dispositivos da Lei nº 9.784/99 
para resolvermos a questão: 
 
 
 
 
 
 
A questão está correta, pois a avocação decorre da hierarquia. 
Além disso, se a lei veda a delegação de matérias de competência 
exclusiva do órgão (art. 13), via reflexa, veda também a avocação 
dessa competência. 
12. (CESPE/2010/DPE-BA) Em decorrência do poder hierárquico,
é permitida a avocação temporária de competência atribuída a 
órgão hierarquicamente inferior, devendo-se, entretanto, adotar 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos 
de delegação e avocação legalmente admitidos. 
(...) 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade. 
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essa prática em caráter excepcional e por motivos relevantes 
devidamente justificados. 
Essa questão é importante, pois destaca uma característica 
essencial da delegação e da avocação: a limitação temporal e a 
excepcionalidade, pois a competência foi conferida por lei, não podendo 
o agente alterá-la de modo perpétuo. O item, portanto, está correto.
13. (CESPE/2010/MPU) O ordenamento jurídico pode 
determinar que a competência de certo órgão ou de agente 
inferior na escala hierárquica seja exclusiva e, portanto, não 
possa ser avocada. 
Pelas mesmas razões do item 1, esse item também está correto, 
pois diz que a competência exclusiva não pode ser avocada. 
4. Poder disciplinar
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de 
examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais 
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina 
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após 
a devida averiguação dos fatos. 
Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder 
hierárquico. No momento em que à administração exerce o controle 
interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma 
relação decorrente do poder hierárquico. 
Nos contratos administrativos regidospela Lei nº 8.666/93 não há 
hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos 
administrativos, a Administração e o particular contratado não se 
situam em uma relação de subordinação. 
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Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento 
doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as 
sanções administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do 
SRGHU� GLVFLSOLQDU�� XPD� YH]� TXH� HVWH� VHULD� ³XP� YtQFXOR� MXUtGLFR�
HVSHFtILFR´�� 
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar 
fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos. 
 CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes e 
contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não há 
manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder público está 
exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar. 
Você verá que quando a lei confere alguma margem de liberdade ao 
administrador para decidir sobre qual medida será adotada na situação que 
se apresenta, o ato a ser praticado será discricionário. 
Agora, uma pergunta: o poder disciplinar é discricionário? 
Em regra não. 
Normalmente, a lei, de forma expressa, estabelece qual é a sanção 
ideal a ser aplicada no caso concreto. Se ocorreu o fato X, a lei diz que 
o superior deve aplicar a sanção Y.
Nesse caso, ocorrido o fato X, não há pra onde correr. A sanção Y 
deve ser aplicada, não há discricionariedade. 
Pode-se chegar a essa conclusão observando o posicionamento do 
67-�� ³6.1. A infração do art. 117, XI, da Lei 8.112/90 ± µatuar, como 
procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando 
se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro¶ ±, impõe a aplicação da 
pena de demissão, nos termos do art. 132, XIII, desse mesmo estatuto. 
6.2. Portanto, nesse caso, o administrador não tem qualquer margem 
de discricionariedade na aplicação da pena, tratando-se de ato 
plenamente vinculado. Configurada a infração do art. 117, XI, da Lei 
8.112/90, deverá ser aplicada a pena de demissão, nos termos do art. 
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132, XIII, da Lei 8.112/90, sob pena de responsabilização criminal e 
administrativa do superior hierárquico desidioso´� (MS 15.437/DF, Rel. 
Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/10/2010, 
DJe 26/11/2010) 
Há casos, porém, em que a discricionariedade existe. Isso porque, 
algumas vezes a própria lei concede à autoridade competente a 
prerrogativa de decidir o alcance da sanção. 
Se, por exemplo, a lei prevê que para o fato A aplica-se a pena de 
suspensão por até 90 dias, ocorrido o fato A, o superior hierárquico tem 
a liberdade de escolher por quanto tempo suspende o seu subalterno: 
por 10, 20, 50 ou 90 dias, por exemplo. 
Por fim, IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o 
artigo 5º�� /9�� GD� &)�� ³aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes;´� 
Assim, para que a Administração utilize de seu poder disciplinar, 
ela deve promover o contraditório e a ampla defesa do acusado, em 
processo administrativo regularmente instaurado, antes de dar a 
punição. 
Para corroborar esse entendimento, destacamos também o § 1º do 
art. 41 da Constituição Federal: 
 
 
 
 
NÃO CAIA NESSA PEGADINHA: 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada 
ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de 
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla 
defesa. 
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Juiz não é demitido com processo administrativo. Ele tem a 
garantia da ³vitaliciedade´. 
O que é isso professor? 
Isso quer dizer que ele só pode ser demitido por decisão judicial 
transitada em julgado! Isso mesmo: só um juiz ou um tribunal 
(composto de juízes) pode demitir um colega! 
Veja o art. 95, I, da Constituição: 
 
 
 
Como se vê, a vitaliciedade é adquirida com 2 anos. Após a 
aquisição da vitaliciedade, a demissão só ocorre com sentença judicial 
transitada em julgado. 
Vejam que esse assunto cai em prova! Vamos às questões!!! 
 
ATENÇÃO! NÃO CONFUNDAM PODER HIERÁRQUICO COM PODER 
DISCIPLINAR!!! 
14. (2014/CESPE/Polícia Federal/Agente Administrativo). O
poder para a instauração de processo administrativo disciplinar e 
aplicação da respectiva penalidade decorre do poder de polícia da 
administração. 
RESPOSTA: 
Poder disciplinar é o poder que a administração tem de apurar e 
punir o servidor público e aquele que tem uma subordinação/vínculo 
com a administração. 
Questões de 
concurso 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois 
anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de 
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos 
demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; 
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Poder de polícia é o poder que a administração, a partir da lei, utiliza 
para impor condicionamentos e restrições ao gozo de bens e exercícios 
de direitos e atividades individuais em prol do interesse público. 
Gabarito: Errado 
15. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder disciplinar é
exercido pela administração pública para apurar infrações e 
aplicar penalidades não somente aos servidores públicos, mas 
também às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. 
Como vimos acima, o poder disciplinar cabe não só para examinar 
infrações cometidas por servidores públicos como também as demais 
pessoas com vínculo jurídico específico com a Administração Pública. 
Correto. 
16. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O poder disciplinar
consiste em distribuir e escalonar as funções, ordenar e rever as 
atuações e estabelecer as relações de subordinação entre os 
órgãos públicos, inclusive seus agentes. 
Essa é a definição do Poder Hierárquico. Portanto, item errado. 
17. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Técnico Judiciário) A avocação
deriva do poder disciplinar e é utilizada de forma excepcional 
quando o servidor público subalterno comete uma falta funcional 
e é punido com a perda temporária da função, desde que 
devidamente justificado pelo chefe do setor. 
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 Errado. Mais uma vez o examinador tentou confundir Poder 
Hierárquico com Poder Disciplinar. Mas já sabemos que a avocação 
decorre do poder hierárquico e não do poder disciplinar, é importante 
lembrar que a avocação não é um tipo de punição, mas trata-se da 
ação de chamar para si uma competência do subordinado, desde que 
não seja competência exclusiva. 
18. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de
Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades administrativas 
com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou seja, condutas 
contrárias à realização normal das atividades do órgão e irregularidades 
de diversos tipos traduz-se, especificamente,no chamado poder 
hierárquico. 
Mais uma vez a banca fazendo a relação entre poder hierárquico e 
disciplinar! 
Item errado. Estamos diante do conceito de poder disciplinar e não 
hierárquico! 
19. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo
- Auditoria Governamental) O poder disciplinar da administração pública 
confunde-se com o poder punitivo do Estado. 
A partir de hoje vocês não podem mais confundir! O poder 
punitivo está intimamente ao Direito Penal e à proteção de bens 
jurídicos considerados da mais alta importância, como a vida e a 
integridade física. O poder de polícia está ligado a aspectos 
administrativos da vida do Estado e dos administrados e a limitação de 
alguns direitos, ao poder de sancionar os servidores e alguns 
particulares em situação excepcionais. 
Resposta: errado. 
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20. ( 2014/CESPE/CADE/Nível Médio) No que se refere aos
agentes públicos, aos poderes administrativos e ao controle da 
administração pública, julgue o item subsecutivo. A função 
fiscalizatória exercida pelos tribunais de contas dos estados inclui-se 
entre as hipóteses de controle do Poder Legislativo sobre os atos da 
administração pública. 
RESPOSTA: 
O artigo 70 da Constituição Federal estabelece que o controle 
externo da Administração direta e indireta cabe ao Legislativo, 
competindo realizar fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
patrimonial e operacional, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas, para 
o quê contará com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Sendo
assim, existe uma função fiscalizatória exercida pelos tribunais de 
contas dos estados, e configura controle do Poder Legislativo sobre os 
atos da administração pública. 
Gabarito: C 
5. Poder regulamentar
Tudo bem até aqui? 
Qualquer dúvida você pode me mandar um e-mail. 
Vamos em frente! 
A corrente majoritária dos doutrinadores aponta o poder 
regulamentar como sendo a competência exclusiva do Chefe do 
Poder Executivo para editar atos administrativos normativos, 
complementares à lei para a sua fiel execução. 
1DV�SDODYUDV�GH�0DUFHOR�$OH[DQGULQR�³2V�DWRV�DGPLQLVWUDWLYRV�QmR�
têm destinatários determinados; incidem sobre todos os fatos ou 
situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente 
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preveem. Os atos administrativos normativos editados pelo Chefe do 
Poder Executivo assumem a forma de decreto�´�
Veja o que a Constituição Federal diz a respeito: 
 
Mas se só o Chefe do Poder Executivo tem o poder regulamentar, 
HP�TXH�³SRGHU´�VH�HQTXDGUDULDP�DV�UHVROXo}HV��LQVWUXo}HV�QRUPDWLYDV��
regimentos expedidos por outras autoridades administrativas? 
Nesse caso, fala-se em ³SRGHU� QRUPDWLYR´, que é o poder da 
Administração de editar atos gerais (o ato não é dirigido a um sujeito 
específico, mas a uma generalidade) e abstratos (o ato não foi editado 
para incidir sobre um único fato, mas para ser aplicado todas as vezes 
que ocorrer determinada situação descrita na norma). 
E qual seria a diferença fundamental entre lei e regulamento, 
professor? 
Leandro Zannoni dá uma resposta precisa a essa pergunta: ³D�lei e 
o regulamento não se confundem, pois aquela poderá inovar na
ordem jurídica, criando direitos e obrigações para as partes, já que a lei 
é ato normativo primário, fundado na Constituição. Já o regulamento, 
não obstante ser geral e abstrato, não pode inovar a ordem jurídica, 
pois sua função é de apenas detalhar o significado da lei: é ato 
normativo secundário.´� 
Essa distinção entre poder regulamentar e poder normativo é 
consagrada, principalmente, por Di Pietro. Carvalho Filho e Bandeira de 
Mello não adotam essa divisão. Assim, é bom que você saiba que parte 
da doutrina (= Di Pietro) considera que poder normativo é gênero e 
poder regulamentar (ato só do Chefe do Executivo) é espécie desse 
gênero. 
 ³$UW������&RPSHWH�SULYDWLYDPHQWH�DR�3UHVLGHQWH�GD�5HS~EOLFD�� 
(...) 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como 
H[SHGLU�GHFUHWRV�H�UHJXODPHQWRV�SDUD�VXD�ILHO�H[HFXomR�´ 
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MUITO CUIDADO, MEUS CAROS, ESSE É O PONTO FULCRAL DE 
NOSSA AULA!!! 
Existe no nosso ordenamento exceção a essa regra? Ou melhor, 
existe regulamento autônomo no Brasil? 
Há sim uma exceção, meus caros. A prevista no art. 84, VI, da 
Constituição. Vejamos: 
 
 
 
Como se vê, pode o Presidente (e os demais chefes do Poder 
Executivo: Governadores e Prefeitos) editar decreto autônomo, 
primário, para a: 
x ³RUJDQL]DomR´ e
x ³IXQFLRQDPHQWR´ da administração federal
DESDE QUE esse decreto não implique em: 
x ³DXPHQWR�GH�GHVSHVD´ ou
x ³FULDomR�RX�H[WLQomR�GH�yUJmRV�S~EOLFRV´�
Além disso, ele pode editar um decreto autônomo para extinguir 
funções ou cargos públicos quando vagos. 
Lembre-se desse ponto da aula: (a) não há decreto autônomo, em 
regra; (b) há decreto autônomo para a organização e funcionamento da 
Administração; (c) esse decreto não pode aumentar despesa nem criar 
ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto autônomo para extinguir 
funções ou cargos quando vagos. 
(VVH� ³GHFUHWR� DXW{QRPR´� �FRPR� p� FRQKHFLGR� R� GHFUHWR� FRP�
fundamento no art. 84, VI, da Constituição) pode ser delegado aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
³$UW������&RPSHWH�SULYDWLYDPHQWH�ao Presidente da República: 
(...) 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de 
órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;´
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Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas 
delegações. 
Nesse sentido, o parágrafo único do art. 84 da Constituição: 
 
 
MUITO CUIDADO NESSE PONTO! 
A autorização para o Presidente delegar essa atribuição não 
significa que os atos normativos possam ser delegados. Como vimos 
acima, há previsão legal expressa no sentido de se vedar a delegação 
de atos normativos (art. 13, I, da Lei nº 9.784/99). 
Assim, a previsão constitucional do art. 84, parágrafo único, é uma 
exceção e deve ser interpretada restritivamente, para se alcançar 
apenas as hipóteses elencadas na CF. 
Por fim, não podemos fechar esse tópico sem a menção à forma de 
controle que a Constituição traz para retirar do ordenamento jurídico 
um decreto que exorbite do poder regulamentar. 
Ou seja: se o Presidente editar um decreto dizendo o que só a lei 
pode dizer, o que ocorre? 
Nesse caso, o Congresso Nacional pode sustar o ato normativo. 
Confira a redação do art. 49, V, da Constituição: 
 
 
 
Vamos ver como esse tópico cai em concurso? Vamos lá! 
Questões de 
concurso 
³$UW�� ���� 3DUiJUDIR�~QLFR��2�3UHVLGHQWH�GD�5HS~EOLFD�SRGHUi�GHOHJDU� DV�
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas 
delegações´. 
³Art.49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
(...) 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;´Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 85
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21. (2014/CESPE/TJ-DF/Titular de Serviços de Notas e de
Registros) A respeito dos poderes administrativos, assinale a opção 
correta. 
a) Desde que haja previsão legal, é possível o exercício do poder de
polícia, em especial a realização de atos coercitivos, por pessoa
jurídica da iniciativa privada não integrante da administração
pública.
b) O poder disciplinar e o hierárquico fundamentam a aplicação de
sanção administrativa a particular que, contratado pela
administração, descumpra obrigações contratuais.
c) Insere-se no âmbito do poder regulamentar a competência
privativa, não passível de delegação, do presidente da República
para expedir decretos para a fiel execução das leis.
d) A interdição de estabelecimentos comerciais, a apreensão de
mercadorias e a detenção de pessoas são exemplos de atos
praticados pela administração pública no âmbito do poder de
polícia.
e) Dada a relação de hierarquia existente entre a União e autarquia
federal, é possível a delegação a esta de parte da competência
daquela, quando conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
RESPOSTA: 
a) ERRADA. O exercício do Poder de Polícia não pode ser delegado a
entidades privadas, conforme entendimento do STF na ADI 1.717/DF 
Rel. Min. Sydnei Sanches. 
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b) ERRADA. O item estaria correto se escrito assim: O poder
disciplinar fundamenta a aplicação de sanção administrativa a particular 
que, contratado pela administração, descumpra obrigações contratuais. 
c) CORRETA. Existe uma diferença entre decreto regulamentar (que
não pode ser delegado) com decreto autônomo (que pode ser 
delegado). Decreto Regulamentar (expedido apenas para dar fiel 
execução às leis) não pode ser delegado. Já decreto autônomo, aqueles 
elencados no art. 84, V e VI da CF podem ser delegados. 
d) ERRADA. A detenção de pessoas não incide na esfera das infrações
administrativas. Cabe à polícia judiciária a detenção de pessoas. 
e) ERRADA. Não existe hierarquia entre a União e uma autarquia
federal. Há apenas um vínculo. Porém, é possível que a União delegue 
determinadas competências para uma autarquia, conforme o art. 12 da 
Lei federal 9.784. 
Gabarito ± letra C. 
22. (2014/ CESPE/CADE/ Nível Médio) Existem casos em 
que mesmo existindo lei específica sobre determinada matéria, cumpre 
à administração criar mecanismos para aplicá-la. Nessas hipóteses, 
surge o poder regulamentar, que confere à administração a prerrogativa 
de editar atos gerais para alterar e complementar as leis. 
RESPOSTA: 
Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à Administração 
Pública de editar atos gerais para complementar as leis e possibilitar 
sua efetiva aplicação. Seu alcance é apenas de norma complementar à 
lei. Sendo assim, Administração não pode alterá-la, e caso o faça, 
estará cometendo abuso de poder. 
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Gabarito: E 
23. (2014/CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário - Execução de
Mandados) Em relação aos poderes administrativos, assinale a opção 
correta. 
a) As prerrogativas do Poder Legislativo incluem a sustação dos atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar.
b) O poder discricionário não é passível de controle pelo Poder
Judiciário.
c) O desvio de poder configura-se quando o agente atua fora dos
limites de sua competência administrativa.
d) Nenhum ato inerente ao poder de polícia pode ser delegado, dado
ser expressão do poder de império do Estado.
e) O poder hierárquico restringe-se ao Poder Executivo, uma vez que
não há hierarquia nas funções desempenhadas no âmbito dos
Poderes Legislativo e Judiciário
RESPOSTA: 
a) CORRETO. Segundo a Constituição Federal:
"Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar 
os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;" 
b) ERRADO. O poder discricionário, em determinadas circunstâncias,
pode ser controlado pelo poder judiciário. 
c) ERRADO. A afirmativa trata de excesso de poder e não desvio de
poder. 
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d) ERRADO. Alguns Doutrinadores admitem a delegação da polícia
administrativa em circunstâncias excepcionais. 
e) ERRADO. Existe poder hierárquico nos três poderes da república e
no ministério público. 
24. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Agente Administrativo) Poder
regulamentar é o poder que a administração possui de editar leis, 
medidas provisórias, decretos e demais atos normativos para disciplinar 
a atividade dos particulares. 
 Poder conferido com exclusividade aos chefes do poder executivo 
para editar atos normativos. O agente público não tem o poder de 
editar (alterar ou revogar) a lei nem medida provisória como diz a 
questão, essa função é típica do legislativo. Além disso, o poder 
regulamentar não pode existir sem lei e, além disso, ato normativo não 
pode contrariar/revogar a lei que autorizou o ato. 
Gabarito: Errado. 
25. (CESPE/2010/DETRAN-ES) No exercício do poder 
regulamentar, o presidente da República pode dispor, mediante 
decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando 
vagos. 
Essa redação corresponde ao art. 84, VI, b, da Constituição, por 
isso o item está correto. 
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26. (CESPE /2011/TRE-ES /Técnico Judiciário) Caso se determine, por
meio de lei, a certa autoridade a competência para editar atos 
normativos secundários, essa competência pode ser objeto de 
delegação. 
Os atos normativos secundários, que são os decretos de execução 
ou regulamentares, são indelegáveis, conforme previsão legal do art. 
13, I, da Lei nº 9.784/99. Por isso, o item está errado. 
27. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) Quando a
administração expede normas de caráter geral e impessoal, ela está 
desempenhando o poder regulamentar e a função normativa 
simultaneamente. 
Tudo certo, pessoal. Como falamos, Poder Regulamentar está 
intimamente ligado às competências do chefe do Executivo e, nesse 
caso se consubstanciam principalmente por meio de decretos. O poder 
regulamentar é uma categoria dentro do poder normativo, que é mais 
amplo e é consubstanciado em regimentos, instruções, deliberações, 
resoluções e portarias. 
Resposta: correto. 
28. (2014/ CESPE/ TJ-CE/Analista Judiciário - Área
Administrativa) No tocante aos poderes da administração pública, 
assinale a opção correta. 
a) O poder disciplinar é aquele exercido pela administração pública
para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores
públicos e aos empregados terceirizados que lhe sejam
subordinados.
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b) O poder de polícia, em sentido amplo, estende-se à atividade do
Estado de condicionar a liberdade e a propriedade, ajustando-as
aos interesses coletivos, o que abrange os atos do Judiciário, do
Legislativo e do Executivo.
c) Na hipótese de o presidente da República editar decreto que
exorbite do poder regulamentar, é possível a sustação do referido
ato normativo do Poder Executivopelo Congresso Nacional.
d) Caso um agente público atue fora dos limites de sua competência,
ficarão caracterizados tanto o excesso quanto o desvio de poder.
e) Decorre do poder hierárquico a possibilidade de delegação da
edição de atos de caráter normativo, devendo o ato de delegação
ser publicado em meio oficial
RESPOSTA: 
O artigo 49, inciso V, da Constituição Federal estabelece que é da 
competência exclusiva do Congresso Nacional: 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa; 
Sendo assim, temos o item C como correto. 
Veja os outros itens: 
a) ERRADA. Empregados terceirizados não se encontram
submetidos à disciplina administrativa. 
b) ERRADA. Em sentido amplo, o poder de polícia, corresponde à
atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade 
ajustando-as aos interesses coletivos e envolve os atos do 
Legislativo e do Executivo 
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d) ERRADA. No caso de excesso de poder, o agente público
ultrapassa os limites da competência legal outorgada. Já no desvio 
de poder, o agente público exerce a competência nos estritos limites 
legais, mas atinge finalidade diversa daquela prevista na lei. 
e) ERRADA. Segundo a Lei 9784/99, em seu artigo. 13, inciso I:
Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter 
normativo. 
Gabarito: C 
6. Poder de polícia
6.1. Conceito 
Vamos ao poder de polícia! 
O poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de 
restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse 
coletivo. Nesse sentido, o conceito de poder de polícia não pode ser 
dado sem mencionar a ideia de restrição de atos individuais em prol da 
coletividade. 
Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) apresenta o 
conceito de poder de policia sob dois enfoques: sentido amplo e sentido 
estrito. O primeiro englobaria todas as atividades do Estado 
limitadoras do exercício da liberdade e da propriedade, inclusive 
as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O 
segundo seria relacionado às restrições realizadas pelo Poder Executivo 
(sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propósito de coibir 
atos individuais contrários aos interesses sociais. 
Para que fique claro na sua cabeça, citamos alguns exemplos de 
poder de polícia: concessão de alvará de construção pelo Município, 
aplicação de multa por construção irregular, por excesso de velocidade, 
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por infração ambiental, etc., demolição de casa construída em obra 
pública, concessão de licença de instalação etc. 
ATENÇÃO: O poder de polícia se preordena a impor obrigações 
de não fazer, ou seja, a Administração se vale do poder de polícia para 
evitar a ocorrência de danos, seja aplicando multa para quem viola a 
legislação seja condicionando a execução de atividades a determinadas 
regras. 
Assim, diz-se que esse poder é um poder negativo. 
6.2. Atributos 
Um tema IMPORTANTÍSSIMO para a sua prova quanto ao poder de 
polícia são os seus atributos. 
São características ou atributos específicos ± mas não exclusivos ± 
do poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade, 
coercibilidade e indelegabilidade. 
No que concerne ao atributo da discricionariedade, como vimos 
acima, é margem de liberdade que a lei confere ao agente público na 
prática de determinado ato. Ele poderá escolher se vai aplicar o ato 
desse ou daquele modo. 
A discricionariedade será avaliada no caso concreto, observando se 
há essa margem de liberdade na lei. 
Mas, via de regra, o ato proferido no uso do poder de polícia é 
discricionário, pois, na maioria das vezes, a lei dá ampla margem ao 
agente (p. ex.: ocorrido um dano ambiental, a lei prevê que o 
administrador deve aplicar multa, mas esta pode variar entre R$ 100,00 
e R$ 20.000,00, é o agente quem vai decidir o valor) 
Como vimos acima, se a lei der certa margem de liberdade ao 
agente, deixando de prever todas as hipóteses possíveis de aplicação da 
restrição ou qual a sanção que se deve impor, o ato decorrente do 
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poder de polícia será discricionário. Por outro lado, se a lei não deixar 
margem ao agente, o ato será vinculado. 
CUIDADO: A doutrina tradicional informa que a discricionariedade é 
um atributo do poder de polícia. Contudo, há casos em que a lei não 
confere ao agente público qualquer margem para avaliar se aplicará um 
ato de polícia ou como aplicará. 
Por exemplo: se João construiu sua casa em área pública, não há 
outra saída, o agente público deve determinar que João deixe o local e 
promova a demolição da casa. Se João não sair no prazo, o agente 
deverá demolir a construção. 
Nessa situação, o agente não tem pra onde correr, o ato é 
vinculado. 
A autoexecutoriedade, por sua vez, é o poder que a 
Administração tem de modificar imediatamente a ordem jurídica 
valendo-se de seus próprios atos ou instrumentos, sem precisar 
buscar as medidas executórias do Poder Judiciário. 
Esse atributo, contudo, não pode ser aplicado irrestritamente pela 
Administração. 
Bandeira de Mello (2010, p. 842) informa que o atributo da 
autoexecutoriedade pode ser colocado em prática nas seguintes 
hipóteses: 
a) quando a lei expressamente autorizar;
b) quando a adoção da medida for urgente para a defesa do
interesse público e não comportar as delongas naturais do 
pronunciamento judicial sem sacrifício ou risco para a 
coletividade; 
c) quando inexistir outra via de direito capaz de assegurar a
defender em cumprimento à medida de polícia. 
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Por fim, como último atributo do poder de polícia, tem-se a 
coercibilidade. 
Esse atributo representa a imposição dos atos do Estado sobre os 
indivíduos. Como bem destaca Carvalho Filho (2005, p. 67), esses atos 
decorrem do ius imperii estatal. Assim, no uso do poder de polícia, a 
Administração pode usar a força necessária para impor a vontade geral 
sobre o particular. 
Esse atributo coloca em destaque o princípio da 
proporcionalidade. No uso dos meios coativos, a Administração deve 
agir com os instrumentos estritamente necessários para fazer impor a 
sua vontade, ou seja, o meio escolhido deve ser adequado para atingir 
o objetivo e, ao mesmo tempo, deve ser o menos gravoso possível para
se obter o resultado esperado. Caso essa relação entre meios e fins não 
seja observada, o agente incorrerá em abuso de poder. 
 
29. (CESPE ± 2015 ± DPU - Defensor Público Federal de
Segunda Categoria) A multa, como sanção resultante do exercício do 
poder de polícia administrativa, não possui a característica da auto 
executoriedade. 
Essa é muito fácil pessoal. Vejam que o poder de polícia possui 
alguns atributos. São eles: Discricionariedade, autoexecutoriedade e 
a Coercibilidade. 
São esses elementos que permitem que a Administração 
demande cumprimento de uma decisão sobre pena de sanção, sendo 
assim, não possui a característica de autoexecutoriedade. 
Resposta ± Certo. 
Questões de 
concurso 
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30. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de ControleExterno -
Auditoria Governamental) Com relação aos poderes administrativos, 
julgue o item subsequente. É obrigatória a obtenção prévia de 
autorização judicial para a demolição de edificação irregular. 
Essa questão está cobrando de vocês, meus caros, o atributo da 
autoexecutoriedade. Lembrem-se que, em determinados casos, o poder 
de polícia confere à Administração Pública a capacidade de executar 
suas determinações sem necessidade de aguardar pronunciamento 
judicial. 
Resposta: errado. 
31. (CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivão de Polícia - Específicos)
Todas as medidas de polícia administrativa são auto executórias, o que 
permite à administração pública promover, por si mesma, as suas 
decisões, sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário. 
Complementando o comentário anterior, veja que a auto 
executoriedade não é atributo de TODOS os atos. O único atributo 
extensível a todos os atos é a presunção de legitimidade. 
Resposta: errado. 
32. (CESPE - 2010 - AGU - Procurador) Atos administrativos
decorrentes do poder de polícia gozam, em regra, do atributo da 
autoexecutoriedade, haja vista a administração não depender da 
intervenção do Poder Judiciário para torná-los efetivos. Entretanto, 
alguns desses atos importam exceção à regra, como, por exemplo, no 
caso de se impor ao administrado que este construa uma calçada. A 
exceção ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidade e 
executoriedade, e, nesse caso, falta a executoriedade. 
Questão na mesma linha das anteriores. Nesse exemplo, o atributo 
da autoexecutoriedade não está presente nesse ato de polícia, tão 
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somente a exigibilidade. Isso significa que a Administração Pública pode 
exigir, mas não pode executar o particular caso ele não cumpra seu 
dever. 
Nesse caso, vai precisar da ação do Judiciário para que o particular 
seja compelido a construir a calçada. Atenção, porque, de forma 
genérica, o atributo em questão está incluso nos atos de polícia, mas a 
questão fez uma nítida ressalva ao dividir a autoexecutoriedade e 
exigibilidade, o que você deve perceber ao julgar o item. 
Resposta: Certo. 
6.3. Indelegabilidade 
Alguns doutrinadores colocam a indelegabilidade com um atributo 
do poder de polícia. 
De qualquer forma, é bom que ele venha em tópico separado de 
nossa aula PARA VOCÊ NÃO SE ESQUECER NUNCA que o poder de 
polícia não pode ser delegado! 
Na lição de Marcelo Alexandrino (2010, p. 243-244), o poder de 
polícia não pode ser delegado para pessoas da iniciativa privada. Não 
seria possível sequer a delegação do poder de polícia às empresas 
concessionárias de serviço público ou às empresas estatais (empresas 
públicas e sociedades de economia mista). 
Assim, o poder público não pode delegar à empresa que administra 
determinada rodovia privatizada a atribuição de aplicar multa aos 
motoristas que viajam em excesso de velocidade. As multas devem ser 
aplicadas pelo DETRAN do respectivo Estado. 
,VVR� TXHU� GL]HU� TXH� DWp� RV� ³SDUGDLV´� RX� RV� UDGDUHV� HOHWU{QLFRV�
devem ser instalados e administrados pelo Estado, professor? 
Não, meus caros, essa é mais uma valiosa lição que você deve 
levar para a sua prova: o Estado pode contratar particulares e delegar a 
eles a atribuição de executar atos materiais relacionados às 
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atividades tipicamente de polícia, ou seja, ele pode contratar uma 
empresa para, simplesmente, tirar as fotos dos carros que passam em 
alta velocidade. Quem vai aplicar a multa e cobrá-la é o DETRAN e não 
a empresa. 
Assim, falou em atributos do poder de polícia, lembre-se das 
iniciais: 
6.4. Polícia administrativa x Polícia judiciária 
Estamos estudando o poder de polícia no âmbito do direito 
administrativo, exercido pela Administração Pública. Essa polícia, sob 
um enfoque tradicional, se contrapõe à polícia judiciária, que é aquela 
exercida, normalmente, pela Polícia Militar e pela Polícia Civil. 
Segundo os ensinamentos de Gasparini (2008, p. 131-132), 
apresentamos o seguinte quadro que diferencia a polícia administrativa 
da polícia judiciária: 
Polícia administrativa Polícia judiciária 
atuação essencialmente 
preventiva 
atuação repressiva 
exercida por vários órgãos da 
Administração Pública 
exercida pelos órgãos 
responsáveis pela segurança 
pública (PM e polícia civil); 
incide sobre a propriedade, a 
liberdade e as atividades dos 
indivíduos 
Incide sobre a própria pessoa 
visa coibir a desordem social busca a responsabilização penal 
sujeita às normas administrativas sujeita, essencialmente, às 
normas processuais penais 
D A C I 
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caráter investigativo 
 
33. (CESPE-MPU - 2015-Analista do MPU) O poder de polícia
administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os próprios 
indivíduos, tem caráter eminentemente repressivo. 
Pessoal, a atuação da polícia adminsitrativa é essencialmente 
preventiva. 
Gabarito: Errado 
34. (2014/CESPE/ SUFRAMA/Agente Administrativo) Em
decorrência do poder de polícia, a administração pode condicionar ou 
restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse da coletividade. 
RESPOSTA: 
O poder de polícia é a faculdade da Administração Pública para 
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos 
individuais, em beneficio da coletividade ou do próprio Estado. 
Gabarito: C 
35. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) A fiscalização
realizada em locais proibidos para menores retrata o exercício de polícia 
administrativa. 
Questões de 
concurso 
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Como vimos, a atuação da polícia administrativa é essencialmente 
preventiva. Além disso, em locais como os proibidos para menores, o 
Estado tem a responsabilidade de conceder a licença de funcionamento 
condicionada à proibição de menores. Se essa condição for 
desrespeitada, a Administração pode se valer do poder de polícia 
administrativa para fechar o estabelecimento. A questão está correta. 
36. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de
Telecomunicações ± Assistente Administrativo) A polícia administrativa 
se expressa ora por atos vinculados, ora por atos discricionários. 
Acabamos de comentar sobre a polícia administrativa, não é 
mesmo? Como todos aqueles que se sujeitam às normas 
administrativas, seus atos variam entre discricionários e vinculados, 
como ensina Celso Antônio Bandeira de Mello: 
³Pode-se, com propriedade, asseverar, isto sim, que a polícia 
administrativa se expressa ora através de atos no exercício de 
FRPSHWrQFLD�GLVFULFLRQiULD��RUD�DWUDYpV�GH�DWRV�YLQFXODGRV�´ 
Resposta: Correto. 
37. (CESPE/2009/TRE-PR/Analista Judiciário) O poder de polícia
não poderá ser delegado às concessionárias, no âmbito das parcerias 
público-privadas. 
Vimos que ao particular não pode ser delegado o poder de policial. 
No caso das parcerias público-privadas, há vedação legal expressa. 
Vejamos: 
 
 
 
Art. 4o Na contratação de parceria público-privada serão observadas as 
seguintes diretrizes: 
 III ± indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do 
exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado; 
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38. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Auditoria Governamental) O exercício do poder de polícia não pode ser 
delegado a entidade privada. 
Meu caro, se você estudar com afinco, ler e reler, você vai passar. 
Veja como essa questão do Cespe é repetitiva. Você já sabe a resposta. 
O poder de polícia não pode ser transferido a particulares, somente 
outorgados a entes da administração indireta, como é o caso da 
ANVISA. 
Resposta: certo. 
39. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder de polícia é a
atividade do Estado que consiste em limitar o exercício dos direitos 
individuais em benefício do interesse público, e cujo exercício se 
condiciona a prévia autorização judicial. 
Essa questão não observou que o poder de polícia possui o atributo 
da autoexecutoriedade, segundo o qual a Administração não depende 
do Poder Judiciário para que seja executar um ato. Por isso, a questão 
está errada. 
40. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário - Área
Administrativa) Quando um fiscal apreende remédios com prazo de 
validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmácia, tem-se 
exemplo do poder disciplinar da administração pública. 
Esse é um bom exemplo do exercícios do poder de polícia. Afinal, o 
Estado está agindo limitando o exercício da propriedade do 
particular com o propósito de coibir atos individuais contrários aos 
interesses sociais. 
Resposta: Errado. 
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41. (CESPE - 2010 - MPU - Analista - Processual) A
administração pública exerce seu poder disciplinar quando exige do 
particular a entrega de estudo de impacto ambiental para a liberação de 
determinado empreendimento. 
Outro caso que emana do poder de polícia. Veja que o poder 
disciplinar se desdobra em duas hipóteses: (a) punir o servidor que 
viola determinada norma ou princípio da Administração Pública e (b) 
punir determinados particulares que possuam vínculo específico com a 
Administração como no caso de contrato administrativo. 
A exigência de licença não é punição, mas medida preventiva 
adotada para evitar a ocorrência de danos futuros. 
Resposta: errado. 
42. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) Além dos atos que
provêm de autoridade pública, caracterizam-se, também, como 
atividades de polícia administrativa as providências tomadas por 
particulares para prevenir prejuízos ou ameaças a seus direitos ou 
patrimônios. 
O ordenamento brasileiro não admite que o particular execute a 
força determinado ato, sob pena disso se enquadrar no crime de 
exercício arbitrário das próprias razões (salvo em hipóteses 
excepcionais em situações de legítima defesa ou de defesa da posse). 
Ademais, o poder de polícia não pode ser delegado ao particular. Assim, 
o item está errado.
43. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Analista Judiciário) Segundo a
doutrina, o poder de polícia tanto pode ser discricionário quanto 
vinculado. 
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O poder de polícia, via de regra, é discricionário ± a lei confere ao 
administrador uma margem para avaliar como o poder de polícia será 
exercido. Entretanto, por vezes, o poder de polícia se expressa de 
forma vinculada. Isso ocorre quando a lei não confere ao administrador 
qualquer margem de liberdade, juízo de valor, conveniência e 
oportunidade. Assim, a questão está correta. 
44. (CESPE/2011/PC-ES) A atividade do Estado que condiciona
a liberdade e a propriedade do indivíduo aos interesses coletivos tem 
por fundamento o denominado poder hierárquico. 
Por óbvio, a questão está errada, pois esse é o fundamento dado 
do Poder de Polícia. 
Fique tranqüilo! Estude com atenção as nossas aulas e você não 
será surpreendido na hora da prova! 
45. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de
polícia deriva do poder hierárquico. Os chefes de repartição, por 
exemplo, utilizam-se do poder de polícia para fiscalizar os seus 
subordinados. 
Mais uma vez o CESPE associando o poder de polícia com o poder 
hierárquico. 
Como vimos, o poder de polícia decorre da prerrogativa que o 
Estado tem de restringir o exercício dos direitos individuais em prol do 
interesse coletivo. E o poder hierárquico decorre da hierarquia, que é o 
vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos e agentes 
superiores e inferiores. Percebeu que são institutos diferentes? 
Gabarito: Errado. 
46. (CESPE ± 2015 ± DPU - Defensor Público Federal de
Segunda Categoria). A hierarquia é uma característica encontrada 
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exclusivamente no exercício da função administrativa, que inexiste, 
portanto, nas funções legislativa e jurisdicional típicas. 
A hierarquia é desempenhada de forma típica pelo Poder Executivo 
ao exercer sua função administrativa, e de forma atípica, pelos demais 
Poderes. Entre as funções típicas realizadas pelo Legislativo e também 
pelo judiciário não há hierarquia. 
Resposta ± Certo. 
47. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de
polícia, que decorre da discricionariedade que caracteriza a 
administração pública, é limitado pelo princípio da razoabilidade ou 
proporcionalidade. 
Questão simples! Como vimos, um dos atributos do poder de 
polícia é a discricionariedade. Além disso, na edição dos atos 
administrativos em geral, especialmente naqueles editados no uso do 
poder de polícia, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade 
deverão ser observados. 
Gabarito: Certo. 
48. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) No exercício do
poder de polícia, a administração age apenas de forma repressiva, 
aplicando sanções a condutas que infrinjam leis e regulamentos, uma 
vez que tal poder não se coaduna com medidas preventivas, inseridas, 
em regra, no âmbito do poder regulamentar. 
O poder de polícia pode ser manifesto tanto na forma preventiva 
quanto repressiva. 
Vimos acima a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 
822-823) que apresenta o conceito de poder de policia sob dois 
enfoques: sentido amplo e sentido estrito. O primeiro englobaria todas 
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as atividades do Estado limitadoras do exercício da liberdade e da 
propriedade, inclusive as editadas pelo Poder Legislativo sob a 
forma de lei geral e abstrata. O segundo seria relacionado às 
restrições realizadas pelo Poder Executivo (sejam elas gerais e 
abstratas ou concretas) com o propósito de coibir atos individuais 
contrários aos interesses sociais. 
 Gabarito: Errado. 
49. (CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental) A aplicação de
multa e a interdição da fábrica pelo IBAMA decorrem do poder 
hierárquico de que o órgão dispõe como ente da administração pública 
indireta. 
Poder de Polícia é a faculdade colocada a disposição do Estado para 
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos 
individuais em prol do interesse público. Por intermédio do Poder de 
polícia a Administração poderá usar mecanismos coercitivos indiretos 
para que a lei seja devidamente cumprida (multa), oriundos do 
pressuposto da exigibilidade de seus atos, bem como medidas 
coercitivas diretas (interdição) que decorrem do pressuposto da auto-
executoriedade. 
 Item errado. 
50. (CESPE - 2010 - MS - Analista Técnico - Administrativo -
PGPE 1) Asanção administrativa é consectário do poder de polícia 
regulado por normas administrativas. 
Isso mesmo. Essa frase foi retirada da jurisprudência, do STJ, 
REspe 874.517/SP de relatoria do Min. Luiz Fux, quando esse ainda 
integrava essa Corte. A frase permanece atual e se aplica ao poder de 
polícia. De maneira mais simples, pode ser traduzida como: A sanção 
administrativa é uma consequência do poder de polícia, que é regulado 
por normas administrativas. 
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Resposta: Certo. 
51. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária)
No que se refere ao exercício do poder de polícia, denomina-se 
exigibilidade a prerrogativa da administração de praticar atos e colocá-
los em imediata execução, sem depender de prévia manifestação 
judicial. 
Umas das características do poder de polícia é que ele é auto-
executório, ou seja, a maior parte dos atos decorrentes desse poder são 
direta e imediatamente executados pela própria administração 
independente de interferência do judiciário. 
A questão portanto está incorreta. Denomina-se auto-
executoriedade! 
52. (CESPE ± 2013 ± TRE/MS ± Técnico Judiciário ± Área
Administrativa) Um agente de trânsito, ao realizar fiscalização em uma 
rua, verificou que determinado indivíduo estaria conduzindo um veículo 
em mau estado de conservação, comprometendo, assim, a segurança 
do trânsito e, consequentemente, a da população. Diante dessa 
situação, o agente de trânsito resolveu reter o veículo e multar o 
proprietário. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção 
que explicita, correta e respectivamente, o poder da administração 
correspondente aos atos praticados pelo agente, e os atributos 
verificados nos atos administrativos que caracterizam a retenção do 
veículo e a aplicação de multa. 
A poder disciplinar ² exigibilidade e discricionariedade. 
B poder de polícia ² autoexecutoriedade e exigibilidade. 
C poder hierárquico ² exigibilidade e autoexecutoriedade. 
D poder disciplinar ² autoexecutoriedade e exigibilidade. 
E poder de polícia ² exigibilidade e discricionariedade. 
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Vamos comentar: 
Letra (A). O poder disciplinar é aquele através do qual a lei permite 
a Administração Pública aplicar penalidades às infrações funcionais de 
seus servidores e demais pessoas ligadas à disciplina dos órgãos e 
serviços da Administração. A questão não trata desse poder. Logo, está 
INCORRETA. 
Letra (B). Considera-se poder de polícia a atividade da 
Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse 
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e 
aos direitos individuais ou coletivos. Exigibilidade consiste no fato de 
que todo ato decorrente do poder de polícia é exigível pela 
Administração Pública, independentemente de decisão judicial. 
Autoexecutoriedade é a possibilidade de o Poder Público executar o que 
decidiu. Portanto, a questão trata do poder de polícia e de seus 
atributos exigibilidade e autoexecutoriedade. Logo, está CORRETA. 
Letra (C). O poder hierárquico é aquele pelo qual a Administração 
distribui e escalona as funções de seus órgãos, ordena e rever a 
atuação de seus agentes, estabelece a relação de subordinação entre os 
servidores públicos de seu quadro de pessoal. A questão não trata 
desse poder. Logo, está INCORRETA. 
Letra (D). A questão não trata do poder disciplinar e sim do poder 
de polícia. Logo, está INCORRETA. 
Letra (E). A questão trata do poder de polícia, porém não trata do 
atributo da discricionariedade. Logo, está INCORRETA. 
5HVSRVWD��OHWUD�³%´ 
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53. (CESPE ± 2015 - DPE-PE - Defensor Público) Segundo
entendimento já consolidado no âmbito no STJ, a quitação de multas de 
trânsito vencidas não pode ser condição para a liberação de veículo 
regularmente apreendido, haja vista que a multa não constitui punição 
autoexecutória. 
Veja meus caros. O erro da questão está em afirmar que pagamento de 
multa não poderá ser uma condição para a liberação do carro, mas 
poderá! 
Só não poderá ser liberado, mesmo após o pagamento, naqueles casos 
de transporte irregular. 
Resposta ± Errado. 
54. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) O poder de polícia manifesta-se apenas por meio de 
medidas repressivas. 
Fiscalização, vistoria, notificação, autorização e licença emanam do 
poder de polícia e são exemplos clássicos de medidas preventivas. 
Resposta: errado. 
55. (2014/ CESPE/ TJ-SE) A respeito dos poderes da
administração, assinale a opção correta. 
a) No que diz respeito ao poder de polícia, entende o STJ que, na
hipótese de determinado veículo ser retido apenas por transporte
irregular de passageiro, a sua liberação não está condicionada ao
pagamento de multas e despesas.
b) Configura hipótese de desvio de poder a atuação do agente público
que extrapole os limites de suas atribuições, previstas em lei.
c) De acordo com o STJ, fica caracterizado o poder discricionário da
administração pública no ato administrativo de indeferimento de
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pleito de servidor para gozar de licença para tratar de interesse 
particular, sendo lícito o controle pelo Poder Judiciário na hipótese de 
manifesta ilegalidade, mas não na de motivação inidônea. 
d) Decorrente do poder hierárquico, a avocação temporária de
competências pelo superior hierárquico é permitida sempre que ele
entender ser ela conveniente.
e) No que tange ao poder disciplinar, entende o STJ ser obrigatória a
intimação do interessado para apresentar alegações finais após o
relatório final de processo administrativo disciplinar apresentado
pela comissão processante, em respeito à ampla defesa e ao
contraditório.
RESPOSTA:
 Para responder essa questão é preciso estar atento às decisões do 
67-�� 1HVVH� VHQWLGR�� WHPRV� D� 6~PXOD� ���� TXH� GL]�� ³$� OLEHUDomR� GH�
veículo retido apenas por transporte irregular de passageiros não 
HVWi�FRQGLFLRQDGD�DR�SDJDPHQWR�GH�PXOWDV�H�GHVSHVDV�´� 
 A Súmula diz exatamente o que está expresso no primeiro item 
da questão. 
Gabarito: A 
56. (2014/CESPE/TJ-CE/Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) 
A respeito dos poderes da administração, assinale a opção correta. 
a) Em respeito ao princípio da separação dos poderes, o Congresso
Nacional não pode sustar ato normativo do Poder Executivo.
b) Um dos meios pelo quais a administração exerce seu poder de
polícia é a edição de atos normativos de caráter geral e abstrato.
c) A delegação de atribuições de um órgão público para outra pessoa
jurídica configura exemplo de desconcentração administrativa.
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d) Ao tomar conhecimento da ocorrência de infração disciplinar, a
administração deve, em um primeiro momento, avaliar a
conveniência e oportunidade da instauração de processo
administrativo.
e) O poder regulamentar é prerrogativa conferida

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