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Noções de Direito Administrativo - Controle da Administração

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Aula 03
Noções de Direito Administrativo p/ ANS - Técnico em Regulação
Professor: Daniel Mesquita
 
Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em 
Regulamentação. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 
 
 
 
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AULA 03: Controle da Administração 
 
 
SUMÁRIO 
 
1) INTRODUÇÃO À AULA 03 2 
2) CONCEITO DE CONTROLE 2 
3) CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE (PROPOSTA POR 
HELY LOPES MEIRELLES E ADOTADA POR MARCELO ALEXANDRINO E 
VICENTE PAULO) 3 
3.1. CONFORME A ORIGEM 4 
3.1.1. CONTROLE INTERNO 4 
3.1.2. CONTROLE EXTERNO 5 
3.1.3. CONTROLE POPULAR 5 
3.2. CONFORME O MOMENTO DE EXERCÍCIO 6 
3.2.1. CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO (A PRIORI) 6 
3.2.2. CONTROLE CONCOMITANTE 6 
3.2.3. CONTROLE SUBSEQUENTE OU CORRETIVO OU A POSTERIORI 
(MAIS COMUM) 7 
3.3. QUANTO AO ASPECTO CONTROLADO 7 
3.3.1. CONTROLE DE LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE 7 
3.3.2. CONTROLE DE MÉRITO 9 
3.4. QUANTO À AMPLITUDE 12 
3.4.1. CONTROLE HIERÁRQUICO 12 
3.4.2. CONTROLE FINALÍSTICO 13 
4) CONTROLE ADMINISTRATIVO 24 
4.1. RECURSOS ADMINISTRATIVOS 36 
4.1.1. ESPÉCIES DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS 39 
4.2. PROCESSOS ADMINISTRATIVOS 44 
4.2.1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 45 
4.3. PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA 49 
5) CONTROLE LEGISLATIVO OU PARLAMENTAR 53 
5.1. A FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA NA 
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL 68 
6) CONTROLE JUDICIÁRIO OU JUDICIAL 90 
6.1. PROCEDIMENTOS JUDICIAIS DE CONTROLE 95 
7) RESUMO DA AULA 143 
8) QUESTÕES 152 
9) REFERÊNCIAS 200 
 
 
1) Introdução à aula 03 
 
Bem vindos à nossa aula 03 do curso de Direito Administrativo, 
preparatório para o concurso da ANS para o cargo de Técnico em 
Regulação. 
Nesta aula, abordaremos a matéria do edital: Controle e 
responsabilização da administração. Controles administrativo, judicial e 
legislativo..´� 
Chega de papo, vamos à luta! 
 
2) Conceito de controle 
 
 6HJXQGR� 0DUFHOR� $OH[DQGULQR� H� 9LFHQWH� 3DXOR�� FRQWUROH� p� ³R�
poder-dever de vigilância, orientação e correção que a própria 
Administração, ou outro Poder, diretamente ou por meio de órgãos 
especializados, exerce sobre sua atuação administraWLYD�´� 
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 Fernanda Marinela destaca que o controle da 
Administração é uma conseqüência do conceito criado pelo Direito 
5RPDQR�GD�³UHS~EOLFD´��QR� ODWLP� res publica, que transmite a idéia de 
TXH� R� (VWDGR� p� XPD� ³FRLVD� GH� WRGRV´�� VXUJLQGR� D� QHFHVVLGDGH� GH�
vigilância, orientação e correção de um Poder, órgão ou autoridade 
sobre a conduta funcional de outro, para evitar imperfeições, falhas e 
abusos. 
 O poder-dever de controle é exercitável por todos os Poderes, 
estendendo-se a toda a atividade administrativa (lembrando que há 
atividade administrativa em todos os Poderes) e abrangendo todos os 
seus agentes. Por essa razão, diversas são as formas pelas quais o 
controle se exercita. 
 A Teoria da Separação dos Poderes (trias politica) 
desenvolvida por Montesquieu, tinha como objetivo o controle do Poder 
do Estado por meio da divisão de suas funções, dando competência a 
órgãos diferentes na mesma pessoa jurídica. 
 
3) Classificação das formas de controle 
(proposta por Hely Lopes Meirelles e 
adotada por Marcelo Alexandrino e Vicente 
Paulo) 
Antes de adentrarmos no estudo do controle administrativo, 
judicial e legislativo, importante observar as seguintes classificações 
das formas de controle. 
 
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3.1. Conforme a ORIGEM 
3.1.1. Controle INTERNO 
 É aquele exercido dentro de um mesmo Poder, 
automaticamente ou por meio de órgãos integrantes de sua própria 
estrutura. Exemplos: controle exercido pelas chefias sobre os atos de 
seus subordinados dentro de um órgão público; controle do Conselho de 
Contribuintes do Ministério da Fazenda, quando provocado, sobre as 
decisões das Delegacias de Julgamento da Secretaria da Receita 
Federal; controle interno exercido pelas Corregedorias sobre os 
servidores do Judiciário. 
 O controle interno dispensa lei expressa, já que a Constituição 
Federal, em seu art. 74, determina que os Poderes mantenham 
sistemas de controle interno, estabelecendo os itens mínimos a serem 
objeto desse controle. 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma 
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: 
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a 
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; 
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e 
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e 
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos 
públicos por entidades de direito privado; 
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem 
como dos direitos e haveres da União; 
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
 
 
O §1º do referido artigo prevê que os responsáveis pelo controle 
interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou 
ilegalidade, dela darão ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade 
solidária. 
O controle interno decorre do princípio da tutela ou da autotutela, 
corolário do princípio da legalidade. 
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3.1.2. Controle EXTERNO 
 
MUITA ATENÇÃO PARA A DIFERENÇA CONCEITUAL ENTRE 
CONTROLE INTERNO E EXTERNO! 
É exercido por um Poder sobre os atos administrativos 
praticados por outro Poder. Exemplos: sustação, pelo Congresso 
Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar (art. 49, V, CF); anulação de um ato do Poder 
Executivo por decisão judicial; apreciação das contas pelos Tribunais de 
Contas. 
3.1.3. Controle POPULAR 
 Já que a Administração deve sempre atuar visando à satisfação do 
interesse público, existem diversos mecanismos, constitucionalmente 
previstos, para possibilitar aos administrados a verificação da 
regularidade da atuação da Administração e para impedir a prática de 
atos ilegítimos, lesivos ao indivíduo ou à coletividade ou possibilitar a 
reparação dos danos decorrentes da prática desses atos. 
 Segundo Marinela, é a forma de controle dos atos administrativos 
por meio da qual qualquer pessoa pode, na qualidade de cidadão, 
questionar a legalidade de determinado ato, e pugnar pela sua validade. 
 Exemplos: ação popular (art. 5º, LXXIII, CF - qualquer cidadão é 
parte legítima; visa a anulaçãode ato lesivo ao patrimônio público ou 
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural); as contas do 
Município devem ficar, durante 60 dias, anualmente, à disposição de 
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá 
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei (art. 31, §3º, CF); 
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obrigatoriedade de realização de audiências públicas para discussão do 
plano plurianual e determinadas licitações de grande porte ou relevante 
interesse social. 
 
3.2. Conforme o MOMENTO DE EXERCÍCIO 
3.2.1. Controle PRÉVIO OU PREVENTIVO (A PRIORI) 
 
É exercido antes do início da prática ou antes da conclusão 
do ato administrativo. Constitui requisito para a validade ou para a 
produção de efeitos do ato controlado. 
 Exemplos: autorização do Senado Federal necessária para que a 
União, os Estados, o DF ou os Municípios possam contrair empréstimos 
externos; concessão de uma medida liminar em mandado de segurança 
preventivo que impeça a prática ou a conclusão de um ato 
administrativo que o administrado entenda ferir direito líquido e certo 
seu. 
3.2.2. Controle CONCOMITANTE 
 Também chamado por Marinela de sucessivo, é exercido durante 
a realização do ato. Permite a verificação da regularidade de sua 
formação. 
 Exemplos: fiscalização da execução de um contrato 
administrativo; acompanhamento de um concurso pela corregedoria 
competente; realização de auditoria durante a execução do orçamento. 
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3.2.3. Controle SUBSEQUENTE OU CORRETIVO OU A 
POSTERIORI (mais comum) 
 É exercido após a conclusão do ato. É possível a correção de 
defeitos do ato, a declaração de sua nulidade ou a conferência de 
eficácia ao ato. 
 Exemplos: homologação de um procedimento licitatório; 
homologação de um concurso público. 
 OBS: o controle judicial dos atos 
administrativos é, em regra, um controle subsequente. 
 
3.3. Quanto ao ASPECTO CONTROLADO 
3.3.1. Controle de LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE 
ATENÇÃO PARA ESTE PONTO! 
É corolário imediato do princípio da legalidade. 
Analisa-se se o ato ou procedimento administrativo foi praticado 
em conformidade com a lei, fazendo-se o confronto entre uma conduta 
administrativa e uma norma jurídica (que pode estar na Constituição, 
na lei ou em ato administrativo de conteúdo impositivo). Entretanto, 
deve também ser apreciada a observância dos princípios 
administrativos, como a moralidade, finalidade, impessoalidade. 
Há uma forma de controle de legalidade que ocorre para sanar a 
omissão do Poder Público em garantir um direito expressamente 
previsto na Constituição. O STF entende que, se o Estado deixar de 
adotar as medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da 
Constituição, impedindo-os de torná-los efetivos, operantes e 
exeqüíveis, incidirá em violação negativa do texto constitucional; assim, 
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o Judiciário poderá controlar tal omissão (ADI 1.458 MC/DF, STF ± 
Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, julg: 23.05.1996, DJ: 
20.09.1996). 
O controle de legalidade pode ser exercido pelo(a): 
1. Própria Administração (de ofício ou mediante recurso): 
chamado controle interno de legalidade (decorrente do 
princípio da tutela ou da autotutela). 
2. Poder Judiciário (hipótese de controle externo): no exercício de 
sua função precípua jurisdicional, por meio da ação adequada. 
Exemplo: exame pelo Judiciário, em mandado de segurança, 
da legalidade de um ato do Executivo. 
3. Poder Legislativo (hipótese de controle externo): nos casos 
previstos na Constituição. Exemplo: apreciação pelo Poder 
Legislativo, por meio do TCU, da legalidade dos atos de 
admissão de pessoal do Executivo. 
 
O resultado do controle de legalidade é a declaração da 
existência de vício no ato, o que enseja a sua nulidade. Logo, a 
anulação ocorre nos casos em que exista ilegalidade no ato 
administrativo (ofensa à lei ou aos princípios administrativos), podendo 
ser decretada pela própria Administração (controle interno) ou pelo 
Poder Judiciário (controle externo) ou, ainda, pelo Poder Legislativo 
(controle externo - TCU) e opera efeitos ex tunc (retroage à origem do 
ato, desfazendo as relações dele resultantes). 
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3.3.2. Controle de MÉRITO 
 ATENÇÃO PARA ESTE PONTO! 
Compete, normalmente, ao próprio Poder que editou o ato. 
Visa a verificação da eficiência, oportunidade e a conveniência do 
ato controlado, atingindo diretamente a discricionariedade do 
Administrador. 
 Apenas nos casos expressos na Constituição, muito 
excepcionalmente, o Poder Legislativo pode exercer controle de mérito 
sobre atos praticados pelo Poder Executivo. 
 
ATENÇÃO!!! Via de regra, não cabe ao Poder Judiciário exercer 
controle de mérito sobre atos praticados pelo Poder Executivo, 
por dizer respeito ao juízo de valor do agente público, ou seja, o 
controle exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos do Poder 
Executivo é um controle de legalidade e legitimidade. Não é 
possível a revogação de atos praticados pelo Executivo pelo 
Poder Judiciário, sob pena de violar o princípio da separação dos 
poderes. 
 Marinela destaca, no entanto, que se admite hoje que a 
realização de controle de princípios constitucionais como os da 
razoabilidade e proporcionalidade, implícitos na CF, além dos da 
moralidade e eficiência, expressos, apesar de representar 
controle de legalidade, é possível reconhecer que esses 
princípios limitam a liberdade do Administrador e que, por vias 
tortas, acaba atingindo o mérito, apesar de se afirmar 
categoricamente que esse não é controle de mérito. 
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 Afirmando a regra geral, o STJ firmou jurisprudência na linha de 
que o controle jurisdicional dos processos administrativos se restringe à 
regularidade do procedimento, à luz dos princípios do contraditório e da 
ampla defesa, sem exame do mérito administrativo (REsp 
1.185.981/MS, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell 
Marques, julg: 27.09.2011, DJe: 03.10.2011). 
 Admitindo o controle excepcional de mérito, o STF, no julgamento 
da ADPF 45, reconheceu a possibilidade de o Poder Judiciário controlar 
a escolha e aplicação de políticas públicas: 
 ³������ 1mR� REVWDQWH� D� IRUPXODomR� H� D� H[HFXomR�GH� SROtWLFDV� S~EOLFDV�
dependam de opções políticas a cargo daqueles que, por delegação popular, 
receberam investidura em mandato eletivo, cumpre reconhecer que não se 
revela absoluta, nesse domínio, a liberdade de conformação do legislador, nem 
a de atuação do Poder Executivo. É que, se tais Poderes do Estado agirem de 
modo irrazoável ou procederem com a clara intenção de neutralizar, 
comprometendo-a, a eficácia dos direitos sociais, econômicos e culturais, 
afetando, como decorrência causal de uma injustificável inércia estatal ou de 
um abusivo comportamento governamental, aquele núcleo intngível 
consubstanciador de um conjunto irredutível de condições mínimas necessárias 
a uma existência digna e essenciais à própria sobrevivência do indivíduo, aí, 
então, justificar-se-á, como pecedentemente já enfatizado ± e até mesmo por 
razões fundadas em um imperativo ético-jurídico, a possibilidade de 
intervenção do Poder Judiciário, em ordem a viabilizar, a todos, o acesso aos 
bens cuja fruição lhes haja sido injustamente recusada pelo Estado (...) (ADPF 
45 MC/DF, STF, Rel. Min. Celso de Mello, julg: 04.05.2004, DJ: 04.05.2004). 
 
Em outro julgamento, noticiado no Informativo STF nº 468, 
admitiu-se a inserção do Poder Judiciário no mérito administrativo: 
PRIMEIRA TURMA 
Princípio da Proporcionalidade e Mérito Administrativo 
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A Turma manteve decisão monocrática do Min. Carlos Velloso que negara 
provimento a recurso extraordinário, do qual relator, por vislumbrar ofensa aos 
princípios da moralidade administrativa e da necessidade de concurso público 
(CF, art. 37, II). Tratava-se, na espécie, de recurso em que o Município de 
Blumenau e sua Câmara Municipal alegavam a inexistência de violação aos 
princípios da proporcionalidade e da moralidade no ato administrativo que 
instituíra cargos de assessoramento parlamentar. Ademais, sustentavam que o 
Poder Judiciário não poderia examinar o mérito desse ato que criara cargos em 
comissão, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes. 
Entendeu-se que a decisão agravada não merecia reforma. Asseverou-se que, 
embora não caiba ao Poder Judiciário apreciar o mérito dos atos 
administrativos, a análise de sua discricionariedade seria possível para a 
verificação de sua regularidade em relação às causas, aos motivos e à 
finalidade que ensejam. Salientando a jurisprudência da Corte no sentido da 
exigibilidade de realização de concurso público, constituindo-se exceção a 
criação de cargos em comissão e confiança, reputou-se desatendido o princípio 
da proporcionalidade, haja vista que, dos 67 funcionários da Câmara dos 
Vereadores, 42 exerceriam cargos de livre nomeação e apenas 25, cargos de 
provimento efetivo. Ressaltou-se, ainda, que a proporcionalidade e a 
razoabilidade podem ser identificadas como critérios que, essencialmente, 
devem ser considerados pela Administração Pública no exercício de suas 
funções típicas. Por fim, aduziu-se que, concebida a proporcionalidade como 
correlação entre meios e fins, dever-se-ia observar relação de compatibilidade 
entre os cargos criados para atender às demandas do citado Município e os 
cargos efetivos já existentes, o que não ocorrera no caso. 
RE 365368 AgR/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 22.5.2007. (RE-365368) 
 
 
O resultado do exercício do controle de mérito realizado pela 
Administração é a revogação de atos discricionários por ela própria 
regularmente editados. Logo, no caso do controle de mérito, o ato 
administrativo é DISCRICIONÁRIO, é REGULAR e somente a 
Administração pode revogá-lo. 
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 Como o ato revogado era perfeito e operante, sua revogação 
somente pode produzir efeitos prospectivos, ou seja, ex nunc. 
 
Todos os Poderes têm competência para revogar os atos 
administrativos por eles próprios editados. 
 
3.4. Quanto à AMPLITUDE 
3.4.1. Controle HIERÁRQUICO 
 Resulta automaticamente do escalonamento vertical dos órgãos 
da Administração Direta e das unidades integrantes das entidades da 
Administração Indireta. É típico do Poder Executivo e é sempre um 
controle interno. 
 Sempre que, dentro da estrutura de uma 
mesma pessoa jurídica, houver escalonamento vertical de órgãos, 
departamentos ou quaisquer outras unidades desconcentradas e 
despersonalizadas, haverá controle hierárquico do superior sobre os 
atos praticados pelos subalternos, independente de norma que o 
estabeleça. 
 Esse controle, também denominado controle por subordinação, 
pressupõe as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, 
fiscalização, aprovação, revisão e avocação das atividades controladas. 
 O poder hierárquico é caracterizado por ser: 
1. Pleno (irrestrito) 
2. Permanente 
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3. Automático (não depende de norma específica que o 
estabeleça ou autorize) 
Por meio do controle hierárquico, podem ser verificados todos os 
aspectos relativos à legalidade e ao mérito de todos os atos 
praticados pelos agentes ou órgãos subalternos a determinado agente 
ou órgão. 
3.4.2. Controle FINALÍSTICO 
 CLASSIFICAÇÃO MUITO IMPORTANTE!!! 
É exercido pela Administração Direta sobre as pessoas 
jurídicas integrantes da Administração Indireta. 
 Como resultado da descentralização administrativa, compõem a 
Administração Pública não só os órgãos da Administração Direta, mas 
também outras pessoas jurídicas, com autonomia administrativa e 
financeira, vinculadas (e não subordinadas) à Administração Direta. 
 O controle finalístico depende de norma legal que o estabeleça, 
determine os meios de controle, os aspectos a serem controlados e as 
ocasiões de realização do controle, indicando-se a autoridade 
controladora, as faculdades a serem exercitadas e as finalidades 
objetivadas. OBS: para Celso Antônio Bandeira de Mello, em 
situações excepcionais, de condutas patentemente aberrantes 
de entidades da Administração Indireta, cabe o controle por 
parte da Administração Direta, mesmo na ausência de expressa 
previsão legal. 
Nesse tipo de controle, também denominado controle por 
vinculação, a administração direta restringe-se à verificação do 
enquadramento da entidade controlada no programa geral do governo e 
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à avaliação objetiva do atingimento, pela entidade, de suas finalidades 
estatutárias. 
É um controle limitado e interno (esta última 
característica é controvertida na doutrina, mas entendo ser mais correta 
a posição de Odete Medauar, estabelecida no seguinte artigo jurídico: 
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67131/69741) 
O controle finalístico,MUITA ATENÇÃO, não tem fundamento 
hierárquico, porque não há subordinação entre a administração direta e 
o ente da administração indireta (autarquia, por exemplo), mas apenas 
XP�³YtQFXOR´�HP�UD]mR�GD�ILQDOLGDGH�GDV�SHVVRDV�MXUtGLFDV�SHUWHQFHntes 
à Administração Indireta. 
Segundo a doutrina, o controle finalístico deriva do denominado 
poder de tutela ou supervisão ministerial. 
 
 
 
1. (FUNCAB ± 2015 - CRC-RO - Assistente Administrativo) A 
propositura de ação popular que objetive a anulação de ato lesivo ao 
patrimônio público exemplifica, quanto à Administração Pública e a seus 
atos, circunstância de controle: 
 a) externo. 
 b) prévio. 
 c) de mérito. 
 d) de ofício. 
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 e) legislativo. 
 O controle externo, Segundo Marinela, é a forma de controle dos 
atos administrativos por meio da qual qualquer pessoa pode, na 
qualidade de cidadão, questionar a legalidade de determinado ato, e 
pugnar pela sua validade. 
 Exemplos: ação popular (art. 5º, LXXIII, CF - qualquer cidadão é 
parte legítima; visa a anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou 
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural); as contas do 
Município devem ficar, durante 60 dias, anualmente, à disposição de 
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá 
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei (art. 31, §3º, CF); 
obrigatoriedade de realização de audiências públicas para discussão do 
plano plurianual e determinadas licitações de grande porte ou relevante 
interesse social. 
 Gabarito ± Letra A. 
 
2. (FCC/2004/TRF/4ª Reg/Analista Judiciário) Em matéria de 
controle da administração, analise: 
I. A autoridade controladora acompanha, orienta, revê, avoca e 
aprova os atos praticados pelos subalternos. 
II. O que antecede a conclusão ou operatividade do ato, como 
requisito para sua eficácia. 
III. Todo aquele que visa a comprovação da eficiência, do 
resultado, da conveniência ou oportunidade do ato controlado, sendo da 
competência da Administração, e, em casos excepcionais expressos na 
Constituição Federal, do Legislativo. 
Essas hipóteses correspondem, respectivamente, aos controles 
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a) hierárquico, sucessivo e vinculado. 
b) hierárquico, prévio ou preventivo e de mérito. 
c) sucessivo, preventivo e de mérito. 
d) sucessivo, operativo e vinculado. 
e) discricionário, prévio e corretivo. 
Vimos que o poder hierárquico todos os atos praticados pelos 
agentes ou órgãos subalternos podem ser verificados quanto à 
legalidade e ao mérito assim a autoridade controla, orienta, revê. 
Percebe-se então que o item I refere-se ao controle hierárquico. Já 
sabemos que o controle prévio ou preventivo é o exercido antes do 
início da prática ou antes da conclusão do ato administrativo, ou seja 
antecede a conclusão, item II controle prévio. Ao lembrar do controle 
de mérito, você verá que ele se encaixa perfeitamente no item III. 
5HVSRVWD��OHWUD�³E´ 
 
3. (FCC - 2012 - TRT-PE - Analista Judiciário - Execução de 
Mandados) Um dos instrumentos existentes para o exercício do 
controle judicial da atividade administrativa é a ação popular, 
sendo correto afirmar que 
a) determina a integração obrigatória, no polo passivo da lide, da 
pessoa jurídica de direito público da qual emanou o ato 
impugnado 
b) determina a integração obrigatória, no polo ativo da lide, da 
pessoa de direito público da qual emanou o ato impugnado. 
c) pressupõe a comprovação da lesão ao patrimônio público, não 
sendo suficiente a lesão à moralidade administrativa. 
d) somente pode ser intentada por cidadão no gozo dos direitos 
políticos. 
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e) pode ser intentada por qualquer cidadão brasileiro, nato ou 
naturalizado, e pelo Ministério Público. 
 Vimos que uma modalidade de controle é o controle popular, 
muito importante, já que a Administração deve sempre atuar visando 
à satisfação do interesse público. A ação popular é um exemplo 
clássico e muito importante para a sua prova. Possui lei própria, 
porém, a redação dessa questão encontra guarida constitucional, é a 
letra do inciso LXXIII do art. 5º, verbis: ³qualquer cidadão é parte 
legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento 
GH�FXVWDV�MXGLFLDLV�H�GR�{QXV�GD�VXFXPErQFLD�´ 
Resposta: letra D 
 
4. (FCC- 2013- TRT 18 região- Analista Judiciário- Oficial de 
Justiça Avaliador) A atuação da Administração pública está submetida a 
controle interno e externo. É correto afirmar que; 
a) o controle exercido pelo Legislativo é mais restrito do que o 
exercido pelo Judiciário, na medida em que se restringe ao controle de 
legalidade dos atos administrativos. 
b) o controle de economicidade, exercido com auxílio do Tribunal 
de Contas, limita-se a exame de legalidade, visto que o controle 
Legislativo não admite análise discricionária. 
c) o controle exercido pelo Legislativo é mais restrito que aquele 
desempenhado pelo poder judiciário, porque não admite análise de 
mérito da atuação administrativa. 
d) a fiscalização exercida pelo Legislativo está expressamente 
delimitada pela Constituição Federal brasileira, incluindo o controle 
político, que abrange análise de mérito, em algum grau e medida. 
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e) não se admite controle exercido pelo Legislativo, em razão do 
princípio da separação de poderes, cabendo, apenas excepcionalmente 
controle pelo Judiciário, admitindo-se algum grau de controle de 
discricionariedade. 
1D� DOWHUQDWLYD� ³D´� IDOD� TXH� R� FRQWUROH� H[HUFLGR� SHOR� 3RGHU�
Legislativo é mais restrito pelo fato de se restringir ao controle de 
legalidade dos atos administrativos, o que torna esta assertiva 
incorreta. 
$� DOWHUQDWLYD� ³E´�� R� FRQWUole de economicidade não se limita ao 
mero exame de legalidade, assim como o controle exercido pelo 
Legislativo admite sim discricionariedade, invalidando a assertiva. 
$� DOWHUQDWLYD� ³F´� WDPEpP� HVWi� LQFRUUHWD� SRU� IDODU� TXH� R� FRQWUROH�
legislativo não realiza controle de mérito, o que de fato ocorre, 
preceituado na Constituição Federal. 
$� DOWHUQDWLYD� ³G´� FRPSDFWXD� FRP� R� TXH� HVWi� H[SUHVVR� QD�
Constituição Federal, dispondo corretamente sobre as atribuições do 
controle legislativo, item correto. 
Por fim, a alternDWLYD�³H´�HVWi�LQFRUUHWD��XPD�YH]�TXH�IRL�YLVWR�TXH�
os trêspoderes exercem o controle administrativo de alguma forma. 
*DEDULWR��/HWUD�³G´ 
 
5. (FCC ± 2015 ± CNMP ± Analista do CNMP ± Gestão Pública) 
Suponha que determinado diretor, responsável pela área de pessoal de 
um órgão público, tenha aprovado escala de férias dos servidores do 
órgão, sem atentar, contudo, para as condições de manutenção da 
regularidade do atendimento ao público, de forma que a manutenção 
da escala poderá prejudicar o bom andamento do serviço. Referido ato 
administrativo: 
a) pode ser anulado, administrativamente ou judicialmente, tanto 
por razões de legalidade como de conveniência administrativa, para 
fins de preservação do interesse público. 
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b) é passível de controle pelo órgão hierarquicamente superior ao 
da autoridade que o praticou, que pode anular o ato se considerá-lo 
inoportuno ou inconveniente. 
c) pode ser revogado pela própria Administração, por razões de 
conveniência e oportunidade, como expressão da autotutela. 
d) somente pode ser revogado se identificada ilegalidade ou desvio 
de finalidade. 
e) uma vez aperfeiçoado, não pode mais ser modificado pela 
Administração. 
 
Para responder esta questão, atente-se para a Súmula nº 473 do 
67)��³$ Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados 
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência 
ou oportunidade, respeitados RV� GLUHLWRV� DGTXLULGRV´�� e� Vy� JXDUGDU� D�
seguinte relação: 
 
ANULAÇÃO ĺ�ILEGALIDADE 
REVOGAÇÃO ĺ�CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE 
Letra (A). No caso de conveniência administrativa, o ato 
administrativo pode ser revogado e não anulado. Logo, está 
INCORRETA. 
Letra (B). No caso de ato inoportuno ou inconveniente, aplica-se a 
revogação e não a anulação, que é para a hipótese de ato ilegal. 
Portanto, está ERRADA. 
Letra (C). Está CORRETA, conforme quadro explicativo acima. 
Letra (D). Nesse caso, o ato será anulado e não revogado. Logo, 
está INCORRETA. 
Letra (E). O item está contrário à Súmula nº 473 do STF, transcrita 
acima. Logo, está ERRADO. 
Gabarito: C 
 
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6. (FCC ± 2014 ± TJ/AP ± Analista Judiciário ± Área Judiciária e 
Administrativa) Sabe-se que a Administração pública está sujeita a 
princípios expressos e implícitos, cuja inobservância acarreta 
consequências em diferentes esferas e graus de extensão. Sobre o 
impacto dos princípios na validade dos atos jurídicos, é correto afirmar 
que 
a) a inobservância dos princípios que regem a Administração não 
pode acarretar a invalidação ou a revogação dos atos administrativos, 
salvo se também tiver havido descumprimento de regra legal. 
b) somente a Administração pública está autorizada a anular seus 
atos com fundamento em inobservância de princípios. 
c) o poder de tutela exercido pela Administração pública sobre seus 
próprios atos somente autoriza a revogação com fundamento em 
descumprimento de princípios, vedada a anulação. 
d) o poder de tutela exercido pelo Judiciário pode acarretar a 
revogação de atos essencialmente discricionários, ainda que o 
fundamento seja exclusivamente o descumprimento de princípios. 
e) o controle exercido pelo Poder Judiciário sobre a atuação da 
Administração pública pode ensejar anulação ou desfazimento de atos 
administrativos com fundamento no descumprimento de princípios. 
 
Letra (A). A inobservância dos princípios que regem a 
Administração pode sim gerar a invalidação dos atos administrativos, 
fazendo parte do controle de legalidade. Assim, está INCORRETA. 
Letra (B). Nesse caso, o Judiciário também pode anular, já que 
se trata de controle de legalidade. Logo, está ERRADA. 
Letra (C). A Administração deve anular seus próprios atos, 
quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo 
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos 
(Súmula nº 473 do STF). Inobservância de princípio é considerada 
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vício de legalidade, sendo o caso de anulação do ato. Portanto, está 
INCORRETA. 
Letra (D). Não cabe ao Poder Judiciário exercer controle de 
mérito sobre atos praticados pela Administração Pública (atos 
discricionários), por dizer respeito ao juízo de valor do agente público, 
ou seja, o controle exercido pelo Poder Judiciário, nesse caso, é 
sempre um controle de legalidade e legitimidade. Logo, está ERRADA. 
Letra (E). O controle realizado pelo Judiciário é de legalidade, 
gerando a anulação do ato. 1HVVH�FRQWUROH�VH�HQWHQGH�D� ³OHJDOLGDGH´�
em sentido amplo, pois os princípios da Administração Pública estão 
expressamente previstos na Constituição (art. 37, caput) e nas leis de 
regência (Lei de Improbidade Administrativa, Lei do Processo 
Administrativo etc.) Assim, está CORRETA. 
Gabarito: E 
 
7. (FCC ± 2014 ± TCE/GO ± Analista de Controle Externo ± 
Administrativa) Isis, servidora pública, praticou ato administrativo com 
vício de finalidade (o ato não tinha finalidade pública; visava interesses 
particulares). Em razão do vício e após provocação dos interessados, o 
aludido ato foi invalidado pelo Poder Judiciário. A propósito do tema, é 
correto afirmar que 
a) a invalidação em questão não poderia ter sido feita pelo 
Judiciário. 
b) o procedimento adequado para o caso seria a revogação do ato 
administrativo. 
c) a invalidação, quando feita pela própria Administração pública, 
independe de provocação do interessado. 
d) se trata de vício sanável, portanto, não era hipótese de 
invalidação do ato administrativo. 
e) a invalidação em questão produz efeitos ex nunc. 
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Antes de qualquer coisa, importante saber que o desvio de 
finalidade ocorre quando o agente pratica um ato visando outra 
finalidade que não seja a prevista em lei, ou seja, trata-se de uma 
ilegalidade. 
 
Letra (A). O Judiciário pode exercer controle de legalidade em 
relação aos atos administrativos. Assim, está ERRADA. 
Letra (B). O procedimento adequado é a anulação do ato 
administrativo, por se tratar de ilegalidade, e não revogação, que é 
para o caso de conveniência ou oportunidade. Logo, está INCORRETA. 
Letra (C). A Administração deve anular seus próprios atos, quando 
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos 
(Súmula nº 473 do STF). Ou seja, é dever da Administração anular o 
ato viciado de ilegalidade, não é necessário esperar a provocação de 
ninguém. Portanto, está CERTA. 
Letra (D). Vício de finalidade no ato administrativo é insanável, 
sendo sim caso de invalidação. Assim, está ERRADA. 
Letra(E). A invalidação de ato administrativo produz efeitos ex 
tunc e não ex nunc, já que retroage ao momento de sua prática. Logo, 
está INCORRETA. 
Gabarito: C 
 
8. (FCC ± 2014 ± TCE/PI ± Auditor Fiscal de Controle Externo) A 
recomposição da ordem jurídica violada pela edição de atos 
administrativos com vicío de validade poderá ser obtida pela 
a) revogação, que opera efeitos ex tunc, sendo opção discricionária 
do administrador a retirada ou não do ato administrativo exarado com 
vício de competência. 
b) invalidação, que, em razão do princípio da legalidade, não 
encontra limites e opera necessariamente efeitos ex tunc. 
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c) invalidação, que, necessariamente, opera efeitos ex tunc e pela 
revogação, que opera efeitos ex nunc, na hipótese em que atingidos 
terceiros de boa-fé. 
d) revogação, que opera efeitos ex tunc, podendo, no entanto, 
operar efeitos ex nunc quando atingidos terceiros de boa-fé ou na 
hipótese de atos discricionários produzidos com vício de competência. 
e) invalidação que opera efeitos ex tunc, podendo, no entanto, 
operar efeitos ex nunc quando, por exemplo, atingidos terceiros de 
boa-fé. 
 
Letra (A). No caso de vício de validade, a hipótese é de 
invalidação e não revogação do ato administrativo. Além disso, a 
revogação opera efeitos ex nunc (não retroage) e o vício de 
competência gera ilegalidade, já que se trata de elemento vinculado do 
ato administrativo e não discricionário. Logo, está INCORRETA. 
Letra (B). A invalidação pode operar efeitos ex nunc no caso de 
atingir terceiros de boa-fé. Portanto, está ERRADA. 
Letra (C). A invalidação pode operar efeitos ex nunc no caso de 
atingir terceiros de boa-fé. Além disso, a revogação sempre opera 
efeitos ex nunc. Logo, está INCORRETA. 
Letra (D). A revogação sempre opera efeitos ex nunc. Logo, está 
INCORRETA. 
Letra (E). Em regra, a invalidação opera efeitos ex tunc (retroage 
para sair do mundo jurídico e alcançar os efeitos da anulação desde a 
edição do ato nulo), porém pode operar efeitos ex nunc se atingir 
terceiro de boa-fé (Vide art. 53 da Lei n. 9.784/99��³A Administração 
deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, 
e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos.´�. Portanto, está CERTA. 
Gabarito: E 
 
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9. (FCC ± 2013 ± TRE/RO ± Técnico Judiciário ± Área 
Administrativa) Eduardo Henrique, servidor público estadual, praticou 
ato administrativo com vício de competência, isto é, praticou ato que, 
por atribuição legal, competia a outro servidor público, em caráter 
exclusivo. O ato em questão 
a) deve obrigatoriamente ser convalidado. 
b) deve obrigatoriamente ser reconhecido como válido, haja vista os 
efeitos dele emanados. 
c) não comporta revogação, haja vista tratar-se de vício passível de 
convalidação. 
d) deve ser anulado seja pela própria Administração, seja pelo 
Poder Judiciário. 
e) deve ser revogado. 
 
Letra (A). O defeito ligado à competência do ato administrativo só é 
passível de convalidação se a competência não for exclusiva, o que não 
é o caso da questão. Logo, está INCORRETA. 
Letra (B). Está ERRADA, conforme comentário acima. 
Letra (C). Está INCORRETA, conforme comentário ao item A. 
Letra (D). Trata-se de hipótese de anulação, já que a competência 
é elemento vinculado do ato administrativo, assim envolve a 
legalidade, que pode ser controlada tanto pela própria Administração 
(autotutela) quanto pelo Judiciário. Portanto, está CORRETA. 
Letra (E). Não se trata de hipótese de revogação, já que não 
envolve a conveniência e a oportunidade da Administração, conforme 
comentado no item anterior. Logo, está ERRADA. 
Gabarito: D 
 
4) Controle Administrativo 
 
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 É a forma mais comum de controle, realizado pela Administração 
sobre seus próprios atos e atividades. O controle administrativo é 
exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos do 
Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias condutas (exs: controle 
da nomeação de um servidor pela Câmara dos Deputados; controle dos 
atos realizados no curso de um procedimento licitatório), tendo em vista 
aspectos de legalidade ou de conveniência (mérito). 
 
O controle administrativo é um controle de legalidade e de 
mérito, além de ser sempre um controle interno (realizado por 
órgãos integrantes do mesmo Poder que praticou o ato). 
 Deriva do poder-dever de autotutela que a 
Administração tem sobre seus próprios atos e agentes, conforme está 
FRQVROLGDGR�QD�6~PXOD�����GR�67)��³D�$GPLQLVWUDomR�SRGH�DQXODU�VHXV�
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque 
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e 
UHVVDOYDGD��HP�WRGRV�RV�FDVRV��D�DSUHFLDomR�MXGLFLDO�´� 
 O art. 53 da Lei n. 9.784/99 também trata do tema: Art. 53. A 
Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício 
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
 Lembre-se que o ato com vício de legalidade deve ser anulado 
com efeitos retroativos, para que a Administração ou o Poder Judiciário 
exclua todos os efeitos pretéritos que surgiram a partir desse ato. Diz-
se que ele é anulado com efeitos ex tunc (RETROAGE). 
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Por outro lado, a revogação de um ato ocorre por razões de 
conveniência e oportunidade, ou seja, se retirado o ato do mundo 
jurídico com sua revogação, não há necessidade de extirpar todos os 
efeitos pretéritos desse ato. Assim, a revogação opera efeitos ex nunca 
(NÃO RETROAGE). 
 
Conforme destaca Marinela, o controle administrativo, por ser um 
típico controle interno, tem por finalidade: 
a) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, 
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da 
pessoa jurídica de direito público; 
b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à 
eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e 
patrimonial nos órgãos e entidades da administração pública, 
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de 
direito privado; 
c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, 
bem como dos direitos e haveres públicos; 
d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão 
institucional. 
Para Marinela, são meios de controle administrativo: a fiscalização 
hierárquica, a supervisão ministerial, o direito de petição, o processoadministrativo, incluindo os recursos administrativos (com análise nos 
tópicos seguintes) e, atualmente, o moderno instrumento da 
arbitragem. 
A fiscalização hierárquica (ou hierarquia orgânica) decorre do 
poder hierárquico; é exercida pelos órgãos superiores sobre os 
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inferiores da mesma Administração, visando a ordenar, coordenar, 
orientar e corrigir suas atividades e agentes. 
A supervisão ministerial geralmente é aplicável nas entidades 
da Administração Indireta vinculadas a um Ministério da Administração 
Direta, conforme a finalidade específica definida no momento de sua 
criação. Não se fundamenta na hierarquia e sim no controle no 
atendimento das finalidades. Exemplos de atos: nomeação de dirigentes 
das pessoas da Administração Indireta; aprovação da proposta de 
orçamento e programação financeira; realização de auditoria e 
avaliação periódica de rendimento e produtividade. 
Convém alertar que o Ministro supervisor não é 
autoridade competente para conhecer de recurso contra atos de 
autoridade das pessoas jurídicas da Administração Indireta, pois estas 
são pessoas distintas e não há hierarquia entre elas, sendo possível o 
recurso hierárquico impróprio quando previsto na lei. 
 Por fim, Marinela destaca os seguintes órgãos específicos de 
controle: 
1. Controladorias: são Órgãos do próprio Poder Executivo 
responsáveis por assistir direta e imediatamente o Chefe do 
Executivo quanto aos assuntos que, no âmbito do Poder 
Executivo, sejam relacionados à defesa do patrimônio público e 
à transparência da gestão, exercendo atividades de controle 
interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à 
corrupção e ouvidoria. 
2. Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do 
Ministério Público (CNMP) 
O CNJ é órgão do Poder Judiciário destinado ao controle e à 
transparência administrativa e processual do Poder Judiciário, 
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não podendo, entretanto, exercer a função jurisdicional 
do Estado. 
O CNMP foi instituído com a atribuição de controlar a atuação 
administrativa e financeira do Ministério Público e o 
cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
3. Controle interno dos Tribunais 
Com base no art. 74 da CF, o CNJ determinou que todos os 
tribunais do país criassem núcleos de controle interno, 
diretamente vinculado à presidência do respectivo tribunal ou à 
unidade administrativa do Judiciário, com a finalidade de 
avaliar todas as atividades administrativas do Poder Judiciário, 
desde o cumprimento das metas do plano plurianual até o 
monitoramento dos gastos, passando pela comprovação da 
legalidade dos atos de gestão e de sua eficiência. 
Ficam sujeitos a tal controle todos os tribunais ou unidades 
judiciárias, as serventias judiciais e extrajudiciais e entidades 
que recebam ou arrecadem recursos em nome do Poder 
Judiciário. 
 
1) A administração pública pode declarar a nulidade dos seus 
próprios atos (Súmula nº 346 do STF). 
2) É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de 
órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem 
representantes de outros Poderes ou entidades (Súmula nº 649). 
3) O STF sustenta que é possível a Administração se valer da 
arbitragem como meio para a resolução de seus conflitos. Segundo o 
STF o uso da arbitragem é recomendável, mas não é todo e qualquer 
direito público que pode ser levado para a via arbitral, mas apenas 
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DTXHOHV� FRQKHFLGRV� FRPR� ³GLVSRQtYHLV´�� SRUTXDQWR� GH� QDWXUH]D�
contratual ou privada (AgRg no MS 11.308/DF, STJ ± Primeira Seção, 
Rel. Min. Luiz Fux, julg: 28.06.2006, DJ: 14.08.2006). 
4) MUITA ATENÇÃO!!!! A jurisprudência do STF é no sentido 
de que a anulação de ato administrativo que reflita em interesses 
individuais deve assegurar ao prejudicado o prévio exercício do 
contraditório e da ampla defesa (RE 602.013 AgR, STF ± Segunda 
Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julg: 13.08.2013, acórdão 
eletrônico DJe: 28.08.2013). 
 
10. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário) No que 
se refere à forma de controle da Administração Pública, considere: 
I. O controle exercido pela Administração direta sobre as pessoas 
jurídicas integrantes da Administração indireta deriva do poder de 
tutela. 
II. O controle que visa verificar a oportunidade e conveniência 
administrativas do ato controlado, como regra, compete exclusivamente 
ao próprio Poder que, atuando na função de Administração Pública, 
editou o ato administrativo. Essas formas, conforme a amplitude e o 
aspecto controlado, denominam-se, respectivamente, 
a) subsequente e preventivo. 
b) de mérito e subsequente. 
c) de legalidade e finalístico. 
d) finalístico e de mérito. 
e) hierárquico e de legalidade. 
 
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Pessoal, é importante que vocês dominem esses conceitos 
trazidos por essa questão. Vou fazer agora uns comentários mais 
aprofundados para que vocês fixem informação ao mesmo tempo em 
que testam seus conhecimentos com as questões. Vamos lá: 
Letra (A). O controle subsequente é exercido após a conclusão 
do ato. Mediante o controle subsequente, é possível a correção de 
defeitos do ato, a declaração de sua nulidade ou mesmo conferir 
eficácia do ato. O controle prévio ou preventivo é quando exercido 
antes do inicio da pratica ou antes da conclusão do ato, constituindo-se 
requisito para a validade ou para produção de efeitos do ato controlado. 
Logo, está INCORRETA. 
Letra (B). O controle de mérito visa verificar a eficiência, a 
oportunidade e a conveniência do ato controlado. O controle do mérito 
compete, normalmente, ao próprio poder que editou o ato. O controle 
subsequente é exercido após a conclusão do ato. Mediante o controle 
subsequente, é possível a correção de defeitos do ato, a declaração de 
sua nulidade ou mesmo conferir eficácia do ato. Logo, está INCORRETA. 
LETRA (c). Pelo controle de legalidade, verifica-se se o ato foi 
praticado em conformidade com a Lei. Faz-se o confronto entre uma 
conduta administrativa e uma norma jurídica, que pode estar na 
Constituição, na lei ou mesmo em ato administrativo de conteúdo 
impositivo. O controle finalístico será exercido pela Administração Direta 
sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta. 
Segundo a doutrina, o controle finalístico deriva do denominado poder 
de tutela ou supervisão ministerial. Logo, está INCORRETA. 
Letra (D). O controle finalístico será exercido pela Administração 
Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta. 
Segundoa doutrina, o controle finalístico deriva do denominado poder 
de tutela ou supervisão ministerial�� 2� LWHP� ³,´� UHIHUH-se ao controle 
finalístico. O controle de mérito compete, normalmente, ao próprio 
Poder que editou o ato. Visa a verificação da eficiência, oportunidade e 
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D�FRQYHQLrQFLD�GR�DWR�FRQWURODGR��2�LWHP�³,,´�UHIHUH-se ao controle de 
mérito. Logo, está CORRETA. 
Letra (E). O controle hierárquico é típico do poder Executivo, 
sendo sempre um controle interno, resultante do escalonamento 
vertical dos órgãos da Administração direta ou das unidades integrantes 
das entidades da Administração indireta. Em resumo: sempre que 
dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica (no caso da 
Administração direta federal, a União) houver escalonamento vertical de 
órgãos, departamentos, ou quaisquer outras unidades desconcentradas 
e, portanto, despersonalizadas, haverá controle hierárquico do superior 
sobre os atos praticados pelos subalternos. Pelo controle de legalidade, 
verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com a Lei. Faz-se o 
confronto entre uma conduta administrativa e uma norma jurídica, que 
pode estar na Constituição, na lei ou mesmo em ato administrativo de 
conteúdo impositivo. Logo, está INCORRETA. 
 
11. (FCC/2009/MRE/Oficial de Chancelaria) Súmula 473 A 
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial. 
É certo que a Administração Pública, dentre outras situações, 
a) está sujeita à fiscalização administrativa de seus atos, sendo-
lhe vedada a revogação de seus atos discricionários. 
b) tem o dever de velar pela execução da lei, facultada a anulação 
dos atos ilegais que praticar. 
c) sujeita-se ao controle jurisdicional de sua atuação, mas não ao 
controle legislativo de seus atos. 
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d) não pode descumprir a lei a pretexto de sua 
inconstitucionalidade, mas pode atuar, em qualquer 
situação, contra legem ou praeter legem. 
e) deve anular os atos ilegais que praticar e pode revogar seus 
atos discricionários inconvenientes ou inoportunos. 
&RQIRUPH� H[SUHVVDPHQWH� QRV� WUD]� D� V~PXOD�� OHWUD� ³H´� FRUUHWD� 
2EVHUYH�TXH�D�OHWUD�³E´�HVWi�HUUDGD��SRLV�QmR�p�IDFXOGDGH��PDV�'(9(5�
da Administração a anulação dos atos ilegais que praticar. 
 
12. (FCC ± 2012 ± TCE/AP ± Analista de Controle Externo ± Meio 
Ambiente) Em relação a seus próprios atos, a Administração 
a) pode anular os atos eivados de vício de legalidade, a qualquer 
tempo, vedada a repercussão patrimonial para período anterior à 
anulação. 
b) pode anulá-los, apenas quando eivados de vício quanto à 
competência e revogá-los quando identificado desvio de poder ou de 
finalidade. 
c) pode anulá-los, por razões de conveniência e opor- tunidade, 
observado o prazo prescricional. 
d) não pode anular os atos que gerem direitos para terceiros, exceto 
se comprovado fato superveniente ou circunstância não conhecida no 
momento de sua edição. 
e) pode revogá-los, por razões de conveniência e oportunidade, 
preservados os direitos adquiridos. 
 
Letra (A). A anulação gera efeitos ex tunc, ou seja, que retroagem 
ao momento da prática do ato. Assim, a repercussão patrimonial pode 
alcançar período anterior à anulação. Logo, está ERRADA. 
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Letra (B). A anulação não se materializa apenas quando o vício é de 
competência, mas qualquer um que fira a legalidade. Além disso, a 
revogação tem a ver com conveniência e oportunidade (mérito 
administrativo) e não desvio de poder e finalidade, vícios que 
contrariam a lei, ensejando a anulação do ato. Portanto, está 
INCORRETA. 
Letra (C). Quando se refere à conveniência e oportunidade, trata-se 
de revogação e não anulação. Logo, está ERRADA. 
Letra (D). É possível sim anular ato administrativo que gerem 
direitos para terceiros, desde que esses direitos sejam respeitados. 
Portanto, está INCORRETA. 
Letra (E). A administração pode anular seus próprios atos, quando 
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial (Súmula nº 473 do STF). Logo, 
está CORRETA. 
Gabarito: E 
 
13. (FCC ± 2012 ± TJ/PE ± Técnico Judiciário ± Área Judiciária e 
Administrativa) Quanto a invalidação dos atos administrativos 
consistentes em sua revogação e anulação, é certo que a 
a) revogação e a anulação que, embora constituam meios de 
invalidação dos atos administrativos, se confundem e se empregam 
indistintamente. 
b) faculdade de invalidação dos atos administrativos pela própria 
Administração é bem mais ampla do que se concede à Justiça Comum, 
porque esta só pode desfazer seus atos quando ilegais. 
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c) anulação é a declaração de invalidade de um ato administrativo 
legítimo e eficaz, enquanto que pela revogação se invalida um ato 
ilegítimo ou ilegal. 
d) faculdade de revogar o ato administrativo só pode ser executada 
a pedido, e por autoridade superior, nunca pelo mesmo agente que o 
praticou. 
e) anulação de um ato administrativo é exclusividade do Poder 
Judiciário, devendo, de regra, ser levado à sua apreciação por meios 
procedimentais. 
 
Letra (A). Revogação e anulação são institutos totalmente 
distintos. A revogação é realizada no caso de atos inconvenientes ou 
inoportunos e gera efeitos ex nunc enquanto a anulação é realizada no 
caso de ato ilegal ou ilegítimo e gera efeitos ex tunc. Portanto, está 
ERRADA. 
Letra (B). A Administração pode tanto revogar quanto anular os 
atos administrativos, porém o Judiciário só pode anular, pois não é 
permitido a intervenção no mérito administrativo, sob pena de violação 
do princípio da separação dos poderes. Logo, está CORRETA. 
Letra (C). É justamente o contrário. Portanto, está INCORRETA. 
Letra (D). A revogação independe de pedido, podendo ser 
praticada de ofício, e pela própria autoridade que praticou o ato 
administrativo. Logo, está ERRADA. 
Letra (E). A Administração pública também pode anular seus 
SUySULRV� DWRV�� FRQIRUPH� FRQVWD� QD� 6~PXOD� Qž� ���� GR� 67)� �³A 
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados 
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
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respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a 
DSUHFLDomR�MXGLFLDO�´���3RUWDQWR��HVWi�,1&255(7$� 
Gabarito: B 
 
14. (FCC ± 2011 ± TJ/AP ± Titular de Serviços de Notas e de 
Registros) No que se refere à revogação e à invalidação dos atos 
administrativos, 
a) a Administração Pública poderá invalidar seus atos 
administrativos, por razões de ilegalidade, produzindo, de regra, 
efeitos ex nunc. 
b) o Poder Judiciário poderá revogar atos administrativos, por razões 
de ilegalidade, produzindo efeitos ex nunc. 
c) a Administração Pública, de regra, poderá revogar atos 
administrativos discricionários, por razões de conveniência e 
oportunidade, produzindo efeitos ex nunc. 
d) a Administração Pública poderá invalidar seus atos administrativos 
de ofício, por razões de mérito, produzindo efeitos ex tunc. 
e) o Poder Judiciário não poderá invalidar atos administrativos 
discricionários, eis que estes estão sujeitos exclusivamente à 
autotutela. 
 
Letra (A). Em regra, produz efeitos ex tunc. Portanto, está 
INCORRETA. 
Letra (B). O Judiciário só pode exercer controle de legalidade sobre 
atos administrativos, podendo anulá-los e não revogá-los, com efeitos 
ex tunc e não ex nunc. Logo, está ERRADA. 
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Letra (C). Os atos administrativos discricionários podem ser 
revogados pela própria Administração Pública, produzindo efeitos ex 
nunc. Portanto, está CORRETA. 
Letra (D). A invalidação é realizada em razão de ilegalidade 
enquanto a revogação realiza-se em razão de conveniência e 
oportunidade (mérito administrativo). Logo, está INCORRETA. 
Letra (E). O Judiciário realiza controle em relação aos aspectos de 
legalidade dos atos administrativos discricionários, podendo invalidá-
los. Logo, está ERRADA. 
Gabarito: C 
 
4.1. Recursos administrativos 
 
De uma forma geral, o exercício do controle administrativo 
concretiza-se mediante as atividades de fiscalização e os recursos 
administrativos. 
 
 A fiscalização independe de provocação e pode ocorrer no 
âmbito do controle hierárquico e do controle finalístico. 
 Marinela conceitua recursos administrativos, em sentido amplo, 
como todos os meios hábeis a propiciar à própria Administração o 
reexame de decisão interna. Assim, o recurso administrativo é sempre 
direcionado à autoridade hierarquicamente superior àquela que praticou 
o ato, ou àquela que revisou o mesmo (analisou a petição do 
interessado). 
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 Como elemento do direito de defesa e garantia constitucional (art. 
5º, LV), é de se concluir que todo e qualquer ato ou decisão 
administrativa é passível de recurso a ser analisado por uma autoridade 
hierarquicamente superior, não podendo haver por parte da 
Administração a imposição de qualquer obstáculo à sua interposição. 
 Geralmente, os recursos administrativos são 
classificados em: recursos hierárquicos próprios e recursos hierárquicos 
impróprios. 
 IMPORTANTE PARA O SEU CONCURSO: Para Maria Sylvia Di 
Pietro e Hely Lopes Meirelles: 
1. Recurso hierárquico PRÓPRIO: dirigido à autoridade ou 
instância imediatamente superior (há relação de hierarquia), 
dentro do mesmo órgão em que o ato foi praticado. 
Exemplo: recurso dirigido ao Superintendente da Receita Federal 
contra ato praticado por Delegado da Receita Federal a ele subordinado. 
2. Recurso hierárquico IMPRÓPRIO: dirigido a autoridade de 
outro órgão não integrado na mesma hierarquia daquele 
que proferiu o ato, ou seja, entre o órgão de que emanou o ato 
recorrido e o órgão a que se endereça o recurso não há 
relação hierárquica, embora eles possam integrar a 
mesma pessoa jurídica. Só é cabível se previsto 
expressamente em lei, já que não decorre da hierarquia. 
Exemplos: recurso contra ato praticado por dirigente de 
autarquia, interposto perante o Ministério a que é vinculada ou perante 
o Chefe do Poder Executivo; recurso contra decisão das Delegacias de 
Julgamento da Secretaria da Receita Federal, cuja apreciação incumbe 
ao Conselho de Contribuintes (órgão integrante do Ministério da 
Fazenda, mas sem relação hierárquica com a Secretaria da Receita 
Federal). 
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Para Celso Antônio Bandeira de Mello: 
1. Recurso hierárquico PRÓPRIO: todo recurso apreciado por 
órgão integrante da mesma pessoa jurídica em que 
esteja inserido o órgão que praticou o ato recorrido. 
2. Recurso hierárquico IMPRÓPRIO: recurso apreciado por 
autoridade encartada em pessoa jurídica diversa da que 
proferiu a decisão. 
Em razão da previsão na Lei Federal nº 9.784/99, a regra geral é 
que o prazo para interpor o recurso administrativo é de 10 dias, 
contados da ciência da decisão contra a qual será proposto. 
Destaca-se que a Lei nº 11.417/2006 incluiu o §3º 
ao art. 56 da Lei nº 9.784/99, reconhecendo o direito de o interessado 
invocar súmula vinculante a seu favor em recurso administrativo e 
obrigando a autoridade a adotar o entendimento da súmula ou, caso 
contrário, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, explicar 
por que não adotou a súmula. Leia os dispositivos com atenção: 
 
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de 
legalidade e de mérito. 
 § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, 
se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade 
superior. 
 § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo 
independe de caução. 
 § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria 
enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão 
impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à 
autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, 
conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). 
(...) 
 Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula 
vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da 
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído 
pela Lei nº 11.417, de 2006). 
 Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação 
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à 
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autoridade prolatora e ao órgão competentepara o julgamento do recurso, 
que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos 
semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, 
administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). 
 
Lembre-se que a súmula vinculante editada pelo STF vincula não 
só o Judiciário, mas também a Administração Pública. Por isso a 
pertinência dos dispositivos invocados. 
 
É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de 
recurso administrativo (Súmula nº 373 do STJ). 
Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito 
ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de 
recurso administrativo. 
 
4.1.1. Espécies de recursos administrativos 
Em geral, a doutrina menciona, ainda, outras formas de 
provocação da Administração pelos administrados, inseridas no amplo 
direito fundamental conhecido como direito de petição (art. 5º, XXXIV, 
³D´�� &)��� $QDOLVDUHPRV� DOJXmas espécies de petição, com base nos 
conceitos elaborados por Maria Sylvia Di Pietro e José dos Santos 
Carvalho Filho. 
a) Representação 
É a denúncia de irregularidades feita perante a própria 
Administração. 
Para os particulares, é um direito; para os servidores 
públicos em geral, é um dever. 
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No art. 74, §2º, da Constituição Federal, está prevista uma 
KLSyWHVH� DPSOD� GH� UHSUHVHQWDomR� DR� 7&8�� ³TXDOTXHU� FLGDGmR�� partido 
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, 
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas 
GD�8QLmR�´��1RWH�TXH��HPERUD�SRVVD�VHU�HQTXDGUDGD�FRPR�KLSyWHVH�GH�
representação, a palavra utilizada pelo constituinte foi denúncia. 
6HJXQGR� &HOVR� $QW{QLR� %DQGHLUD� GH� 0HOOR�� GHQ~QFLD� p� R� ³GHVLJQDWLYR�
utilizado para hipótese similar [à representação], na qual, todavia, 
prepondera o intuito de alertar a autoridade competente para conduta 
DGPLQLVWUDWLYD�DSUHVHQWDGD�FRPR�FHQVXUiYHO´� 
b) Reclamação administrativa 
 É uma expressão bastante genérica que refere-se a qualquer 
forma de manifestação de discordância do administrado contra um 
ato da Administração. 
 0DULD�6\OYLD�'L�3LHWUR�IRUPXOD�GHILQLomR�DPSOD�GH�UHFODPDomR��³p�
o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, 
deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o 
reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause 
OHVmR�RX�DPHDoD�GH�OHVmR�´� 
 2�DUW�����GD�/HL�Qž����������XWLOL]D�R�YRFiEXOR�³UHFODPDo}HV´�HP�
DFHSomR� JHQpULFD�� ³D� $GPLQLVWUDomR� WHP� R� GHYHU� GH� explicitamente 
emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou 
UHFODPDo}HV��HP�PDWpULD�GH�VXD�FRPSHWrQFLD�´��$LQGD��R�DUW�������,,,��
GR�&71�HPSUHJD�WDPEpP�R�WHUPR�³UHFODPDo}HV´�FRP�R�VLJQLILFDGR�GH�
impugnação administrativa, forma de instauração dos processos 
administrativos fiscais ou tributários. 
c) Pedido de reconsideração 
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 É a solicitação feita à própria autoridade que proferiu a 
decisão ou emitiu o ato para que ela o submeta a uma nova 
apreciação. 
 A Lei nº 9.784/99 estabeleceu como regra geral a possibilidade de 
reconsideração, já que, independentemente de pedido de 
reconsideração expresso, o recurso hierárquico interposto pelo 
administrado acarreta para a autoridade recorrida o dever de verificar 
se é cabível reconsideração, no prazo de 5 dias, antes de encaminhar o 
recurso à autoridade competente para sua apreciação. 
d) Revisão 
 É a petição utilizada em face de uma decisão administrativa que 
implique aplicação de sanção, visando a desfazê-la ou abrandá-la, 
desde que se apresentem fatos novos que demonstrem a 
inadequação da penalidade aplicada. 
 O art. 174 da Lei nº 8.112/90 prevê que o processo disciplinar 
poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se 
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a 
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. 
 Não ignore este ponto da aula, ele cai em concurso! Veja! 
 
 
15. (FCC/2010/AL-SP/Agente Técnico) No campo do controle 
administrativo dos serviços públicos, a denúncia formal e assinada 
de irregularidades internas ou de poder na prática de atos da 
administração denomina-se 
a) recurso administrativo. 
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b) representação administrativa. 
c) reclamação. 
d) pedido de reconsideração. 
e) invalidação. 
Conceituamos a representação como denúncia de 
irregularidades feita perante a própria Administração. Não se esqueça 
de que para os particulares, é um direito; para os servidores públicos 
em geral, é XP�GHYHU��5HVSRVWD�OHWUD�³E´� 
 
16. (FCC/2008/MPE-RS/Agente Administrativo)No que se refere 
ao controle da Administração Pública analise: 
I. Solicitação ou súplica escrita, dirigida pelo interessado à 
autoridade, autora do ato, para que o retire do ordenamento 
jurídico ou o modifique segundo suas pretensões. 
II. Pedido de reexame do ato ou decisão de agente ou órgão que 
o interessado faz a agente ou órgão superior, visando o seu 
desfazimento ou modificação. 
Os conceitos acima se referem, respectivamente, a: 
a) reclamação administrativa e recurso administrativo. 
b) recurso administrativo e direito de petição. 
c) pedido de reconsideração e recurso administrativo. 
d) pedido de reconsideração e direito de petição. 
e) reclamação administrativa e pedido de reconsideração. 
O item I é o conceito de pedido de reconsideração e o item II de 
UHFXUVR�DGPLQLVWUDWLYR��$�UHVSRVWD�p�D�OHWUD�³F´� 
 
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17. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária) 
Considere sob a ótica do controle da Administração Pública: 
I. Pedidos que as partes dirigem à instância superior da própria 
Administração, proporcionando o reexame do ato inferior sob todos os 
seus aspectos. 
II. Solicitação da parte dirigida à mesma autoridade que expediu 
o ato, para que o invalide ou o modifique nos termos da pretensão do 
requerente. 
III. Oposição expressa a atos da Administração que afetem 
direitos ou interesses legítimos do Administrado. 
Essas hipóteses dizem respeito, respectivamente, 
a) à revisão do processo, ao recurso hierárquico e à 
representação administrativa. 
b) ao recurso hierárquico, ao pedido de reconsideração e à 
reclamação administrativa. 
c) à reclamação administrativa, ao pedido de reconsideração e à 
revisão do processo. 
d) ao pedido de reconsideração, à reclamação administrativa e 
ao recurso hierárquico. 
e) ao recurso hierárquico, à revisão do processo e à 
representação administrativa.

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