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Aula 03 Noções de Direito Administrativo p/ ANS - Técnico em Regulação Professor: Daniel Mesquita Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita AULA 03: Controle da Administração SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO À AULA 03 2 2) CONCEITO DE CONTROLE 2 3) CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE (PROPOSTA POR HELY LOPES MEIRELLES E ADOTADA POR MARCELO ALEXANDRINO E VICENTE PAULO) 3 3.1. CONFORME A ORIGEM 4 3.1.1. CONTROLE INTERNO 4 3.1.2. CONTROLE EXTERNO 5 3.1.3. CONTROLE POPULAR 5 3.2. CONFORME O MOMENTO DE EXERCÍCIO 6 3.2.1. CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO (A PRIORI) 6 3.2.2. CONTROLE CONCOMITANTE 6 3.2.3. CONTROLE SUBSEQUENTE OU CORRETIVO OU A POSTERIORI (MAIS COMUM) 7 3.3. QUANTO AO ASPECTO CONTROLADO 7 3.3.1. CONTROLE DE LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE 7 3.3.2. CONTROLE DE MÉRITO 9 3.4. QUANTO À AMPLITUDE 12 3.4.1. CONTROLE HIERÁRQUICO 12 3.4.2. CONTROLE FINALÍSTICO 13 4) CONTROLE ADMINISTRATIVO 24 4.1. RECURSOS ADMINISTRATIVOS 36 4.1.1. ESPÉCIES DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS 39 4.2. PROCESSOS ADMINISTRATIVOS 44 4.2.1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 45 4.3. PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA 49 5) CONTROLE LEGISLATIVO OU PARLAMENTAR 53 5.1. A FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA NA 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita CONSTITUIÇÃO FEDERAL 68 6) CONTROLE JUDICIÁRIO OU JUDICIAL 90 6.1. PROCEDIMENTOS JUDICIAIS DE CONTROLE 95 7) RESUMO DA AULA 143 8) QUESTÕES 152 9) REFERÊNCIAS 200 1) Introdução à aula 03 Bem vindos à nossa aula 03 do curso de Direito Administrativo, preparatório para o concurso da ANS para o cargo de Técnico em Regulação. Nesta aula, abordaremos a matéria do edital: Controle e responsabilização da administração. Controles administrativo, judicial e legislativo..´� Chega de papo, vamos à luta! 2) Conceito de controle 6HJXQGR� 0DUFHOR� $OH[DQGULQR� H� 9LFHQWH� 3DXOR�� FRQWUROH� p� ³R� poder-dever de vigilância, orientação e correção que a própria Administração, ou outro Poder, diretamente ou por meio de órgãos especializados, exerce sobre sua atuação administraWLYD�´� 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Fernanda Marinela destaca que o controle da Administração é uma conseqüência do conceito criado pelo Direito 5RPDQR�GD�³UHS~EOLFD´��QR� ODWLP� res publica, que transmite a idéia de TXH� R� (VWDGR� p� XPD� ³FRLVD� GH� WRGRV´�� VXUJLQGR� D� QHFHVVLGDGH� GH� vigilância, orientação e correção de um Poder, órgão ou autoridade sobre a conduta funcional de outro, para evitar imperfeições, falhas e abusos. O poder-dever de controle é exercitável por todos os Poderes, estendendo-se a toda a atividade administrativa (lembrando que há atividade administrativa em todos os Poderes) e abrangendo todos os seus agentes. Por essa razão, diversas são as formas pelas quais o controle se exercita. A Teoria da Separação dos Poderes (trias politica) desenvolvida por Montesquieu, tinha como objetivo o controle do Poder do Estado por meio da divisão de suas funções, dando competência a órgãos diferentes na mesma pessoa jurídica. 3) Classificação das formas de controle (proposta por Hely Lopes Meirelles e adotada por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo) Antes de adentrarmos no estudo do controle administrativo, judicial e legislativo, importante observar as seguintes classificações das formas de controle. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 3.1. Conforme a ORIGEM 3.1.1. Controle INTERNO É aquele exercido dentro de um mesmo Poder, automaticamente ou por meio de órgãos integrantes de sua própria estrutura. Exemplos: controle exercido pelas chefias sobre os atos de seus subordinados dentro de um órgão público; controle do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, quando provocado, sobre as decisões das Delegacias de Julgamento da Secretaria da Receita Federal; controle interno exercido pelas Corregedorias sobre os servidores do Judiciário. O controle interno dispensa lei expressa, já que a Constituição Federal, em seu art. 74, determina que os Poderes mantenham sistemas de controle interno, estabelecendo os itens mínimos a serem objeto desse controle. Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. O §1º do referido artigo prevê que os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade solidária. O controle interno decorre do princípio da tutela ou da autotutela, corolário do princípio da legalidade. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 3.1.2. Controle EXTERNO MUITA ATENÇÃO PARA A DIFERENÇA CONCEITUAL ENTRE CONTROLE INTERNO E EXTERNO! É exercido por um Poder sobre os atos administrativos praticados por outro Poder. Exemplos: sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (art. 49, V, CF); anulação de um ato do Poder Executivo por decisão judicial; apreciação das contas pelos Tribunais de Contas. 3.1.3. Controle POPULAR Já que a Administração deve sempre atuar visando à satisfação do interesse público, existem diversos mecanismos, constitucionalmente previstos, para possibilitar aos administrados a verificação da regularidade da atuação da Administração e para impedir a prática de atos ilegítimos, lesivos ao indivíduo ou à coletividade ou possibilitar a reparação dos danos decorrentes da prática desses atos. Segundo Marinela, é a forma de controle dos atos administrativos por meio da qual qualquer pessoa pode, na qualidade de cidadão, questionar a legalidade de determinado ato, e pugnar pela sua validade. Exemplos: ação popular (art. 5º, LXXIII, CF - qualquer cidadão é parte legítima; visa a anulaçãode ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural); as contas do Município devem ficar, durante 60 dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei (art. 31, §3º, CF); 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita obrigatoriedade de realização de audiências públicas para discussão do plano plurianual e determinadas licitações de grande porte ou relevante interesse social. 3.2. Conforme o MOMENTO DE EXERCÍCIO 3.2.1. Controle PRÉVIO OU PREVENTIVO (A PRIORI) É exercido antes do início da prática ou antes da conclusão do ato administrativo. Constitui requisito para a validade ou para a produção de efeitos do ato controlado. Exemplos: autorização do Senado Federal necessária para que a União, os Estados, o DF ou os Municípios possam contrair empréstimos externos; concessão de uma medida liminar em mandado de segurança preventivo que impeça a prática ou a conclusão de um ato administrativo que o administrado entenda ferir direito líquido e certo seu. 3.2.2. Controle CONCOMITANTE Também chamado por Marinela de sucessivo, é exercido durante a realização do ato. Permite a verificação da regularidade de sua formação. Exemplos: fiscalização da execução de um contrato administrativo; acompanhamento de um concurso pela corregedoria competente; realização de auditoria durante a execução do orçamento. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 3.2.3. Controle SUBSEQUENTE OU CORRETIVO OU A POSTERIORI (mais comum) É exercido após a conclusão do ato. É possível a correção de defeitos do ato, a declaração de sua nulidade ou a conferência de eficácia ao ato. Exemplos: homologação de um procedimento licitatório; homologação de um concurso público. OBS: o controle judicial dos atos administrativos é, em regra, um controle subsequente. 3.3. Quanto ao ASPECTO CONTROLADO 3.3.1. Controle de LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE ATENÇÃO PARA ESTE PONTO! É corolário imediato do princípio da legalidade. Analisa-se se o ato ou procedimento administrativo foi praticado em conformidade com a lei, fazendo-se o confronto entre uma conduta administrativa e uma norma jurídica (que pode estar na Constituição, na lei ou em ato administrativo de conteúdo impositivo). Entretanto, deve também ser apreciada a observância dos princípios administrativos, como a moralidade, finalidade, impessoalidade. Há uma forma de controle de legalidade que ocorre para sanar a omissão do Poder Público em garantir um direito expressamente previsto na Constituição. O STF entende que, se o Estado deixar de adotar as medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da Constituição, impedindo-os de torná-los efetivos, operantes e exeqüíveis, incidirá em violação negativa do texto constitucional; assim, 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita o Judiciário poderá controlar tal omissão (ADI 1.458 MC/DF, STF ± Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, julg: 23.05.1996, DJ: 20.09.1996). O controle de legalidade pode ser exercido pelo(a): 1. Própria Administração (de ofício ou mediante recurso): chamado controle interno de legalidade (decorrente do princípio da tutela ou da autotutela). 2. Poder Judiciário (hipótese de controle externo): no exercício de sua função precípua jurisdicional, por meio da ação adequada. Exemplo: exame pelo Judiciário, em mandado de segurança, da legalidade de um ato do Executivo. 3. Poder Legislativo (hipótese de controle externo): nos casos previstos na Constituição. Exemplo: apreciação pelo Poder Legislativo, por meio do TCU, da legalidade dos atos de admissão de pessoal do Executivo. O resultado do controle de legalidade é a declaração da existência de vício no ato, o que enseja a sua nulidade. Logo, a anulação ocorre nos casos em que exista ilegalidade no ato administrativo (ofensa à lei ou aos princípios administrativos), podendo ser decretada pela própria Administração (controle interno) ou pelo Poder Judiciário (controle externo) ou, ainda, pelo Poder Legislativo (controle externo - TCU) e opera efeitos ex tunc (retroage à origem do ato, desfazendo as relações dele resultantes). 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 3.3.2. Controle de MÉRITO ATENÇÃO PARA ESTE PONTO! Compete, normalmente, ao próprio Poder que editou o ato. Visa a verificação da eficiência, oportunidade e a conveniência do ato controlado, atingindo diretamente a discricionariedade do Administrador. Apenas nos casos expressos na Constituição, muito excepcionalmente, o Poder Legislativo pode exercer controle de mérito sobre atos praticados pelo Poder Executivo. ATENÇÃO!!! Via de regra, não cabe ao Poder Judiciário exercer controle de mérito sobre atos praticados pelo Poder Executivo, por dizer respeito ao juízo de valor do agente público, ou seja, o controle exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos do Poder Executivo é um controle de legalidade e legitimidade. Não é possível a revogação de atos praticados pelo Executivo pelo Poder Judiciário, sob pena de violar o princípio da separação dos poderes. Marinela destaca, no entanto, que se admite hoje que a realização de controle de princípios constitucionais como os da razoabilidade e proporcionalidade, implícitos na CF, além dos da moralidade e eficiência, expressos, apesar de representar controle de legalidade, é possível reconhecer que esses princípios limitam a liberdade do Administrador e que, por vias tortas, acaba atingindo o mérito, apesar de se afirmar categoricamente que esse não é controle de mérito. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Afirmando a regra geral, o STJ firmou jurisprudência na linha de que o controle jurisdicional dos processos administrativos se restringe à regularidade do procedimento, à luz dos princípios do contraditório e da ampla defesa, sem exame do mérito administrativo (REsp 1.185.981/MS, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julg: 27.09.2011, DJe: 03.10.2011). Admitindo o controle excepcional de mérito, o STF, no julgamento da ADPF 45, reconheceu a possibilidade de o Poder Judiciário controlar a escolha e aplicação de políticas públicas: ³������ 1mR� REVWDQWH� D� IRUPXODomR� H� D� H[HFXomR�GH� SROtWLFDV� S~EOLFDV� dependam de opções políticas a cargo daqueles que, por delegação popular, receberam investidura em mandato eletivo, cumpre reconhecer que não se revela absoluta, nesse domínio, a liberdade de conformação do legislador, nem a de atuação do Poder Executivo. É que, se tais Poderes do Estado agirem de modo irrazoável ou procederem com a clara intenção de neutralizar, comprometendo-a, a eficácia dos direitos sociais, econômicos e culturais, afetando, como decorrência causal de uma injustificável inércia estatal ou de um abusivo comportamento governamental, aquele núcleo intngível consubstanciador de um conjunto irredutível de condições mínimas necessárias a uma existência digna e essenciais à própria sobrevivência do indivíduo, aí, então, justificar-se-á, como pecedentemente já enfatizado ± e até mesmo por razões fundadas em um imperativo ético-jurídico, a possibilidade de intervenção do Poder Judiciário, em ordem a viabilizar, a todos, o acesso aos bens cuja fruição lhes haja sido injustamente recusada pelo Estado (...) (ADPF 45 MC/DF, STF, Rel. Min. Celso de Mello, julg: 04.05.2004, DJ: 04.05.2004). Em outro julgamento, noticiado no Informativo STF nº 468, admitiu-se a inserção do Poder Judiciário no mérito administrativo: PRIMEIRA TURMA Princípio da Proporcionalidade e Mérito Administrativo 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita A Turma manteve decisão monocrática do Min. Carlos Velloso que negara provimento a recurso extraordinário, do qual relator, por vislumbrar ofensa aos princípios da moralidade administrativa e da necessidade de concurso público (CF, art. 37, II). Tratava-se, na espécie, de recurso em que o Município de Blumenau e sua Câmara Municipal alegavam a inexistência de violação aos princípios da proporcionalidade e da moralidade no ato administrativo que instituíra cargos de assessoramento parlamentar. Ademais, sustentavam que o Poder Judiciário não poderia examinar o mérito desse ato que criara cargos em comissão, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes. Entendeu-se que a decisão agravada não merecia reforma. Asseverou-se que, embora não caiba ao Poder Judiciário apreciar o mérito dos atos administrativos, a análise de sua discricionariedade seria possível para a verificação de sua regularidade em relação às causas, aos motivos e à finalidade que ensejam. Salientando a jurisprudência da Corte no sentido da exigibilidade de realização de concurso público, constituindo-se exceção a criação de cargos em comissão e confiança, reputou-se desatendido o princípio da proporcionalidade, haja vista que, dos 67 funcionários da Câmara dos Vereadores, 42 exerceriam cargos de livre nomeação e apenas 25, cargos de provimento efetivo. Ressaltou-se, ainda, que a proporcionalidade e a razoabilidade podem ser identificadas como critérios que, essencialmente, devem ser considerados pela Administração Pública no exercício de suas funções típicas. Por fim, aduziu-se que, concebida a proporcionalidade como correlação entre meios e fins, dever-se-ia observar relação de compatibilidade entre os cargos criados para atender às demandas do citado Município e os cargos efetivos já existentes, o que não ocorrera no caso. RE 365368 AgR/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 22.5.2007. (RE-365368) O resultado do exercício do controle de mérito realizado pela Administração é a revogação de atos discricionários por ela própria regularmente editados. Logo, no caso do controle de mérito, o ato administrativo é DISCRICIONÁRIO, é REGULAR e somente a Administração pode revogá-lo. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Como o ato revogado era perfeito e operante, sua revogação somente pode produzir efeitos prospectivos, ou seja, ex nunc. Todos os Poderes têm competência para revogar os atos administrativos por eles próprios editados. 3.4. Quanto à AMPLITUDE 3.4.1. Controle HIERÁRQUICO Resulta automaticamente do escalonamento vertical dos órgãos da Administração Direta e das unidades integrantes das entidades da Administração Indireta. É típico do Poder Executivo e é sempre um controle interno. Sempre que, dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica, houver escalonamento vertical de órgãos, departamentos ou quaisquer outras unidades desconcentradas e despersonalizadas, haverá controle hierárquico do superior sobre os atos praticados pelos subalternos, independente de norma que o estabeleça. Esse controle, também denominado controle por subordinação, pressupõe as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação, revisão e avocação das atividades controladas. O poder hierárquico é caracterizado por ser: 1. Pleno (irrestrito) 2. Permanente 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 3. Automático (não depende de norma específica que o estabeleça ou autorize) Por meio do controle hierárquico, podem ser verificados todos os aspectos relativos à legalidade e ao mérito de todos os atos praticados pelos agentes ou órgãos subalternos a determinado agente ou órgão. 3.4.2. Controle FINALÍSTICO CLASSIFICAÇÃO MUITO IMPORTANTE!!! É exercido pela Administração Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta. Como resultado da descentralização administrativa, compõem a Administração Pública não só os órgãos da Administração Direta, mas também outras pessoas jurídicas, com autonomia administrativa e financeira, vinculadas (e não subordinadas) à Administração Direta. O controle finalístico depende de norma legal que o estabeleça, determine os meios de controle, os aspectos a serem controlados e as ocasiões de realização do controle, indicando-se a autoridade controladora, as faculdades a serem exercitadas e as finalidades objetivadas. OBS: para Celso Antônio Bandeira de Mello, em situações excepcionais, de condutas patentemente aberrantes de entidades da Administração Indireta, cabe o controle por parte da Administração Direta, mesmo na ausência de expressa previsão legal. Nesse tipo de controle, também denominado controle por vinculação, a administração direta restringe-se à verificação do enquadramento da entidade controlada no programa geral do governo e 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita à avaliação objetiva do atingimento, pela entidade, de suas finalidades estatutárias. É um controle limitado e interno (esta última característica é controvertida na doutrina, mas entendo ser mais correta a posição de Odete Medauar, estabelecida no seguinte artigo jurídico: http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67131/69741) O controle finalístico,MUITA ATENÇÃO, não tem fundamento hierárquico, porque não há subordinação entre a administração direta e o ente da administração indireta (autarquia, por exemplo), mas apenas XP�³YtQFXOR´�HP�UD]mR�GD�ILQDOLGDGH�GDV�SHVVRDV�MXUtGLFDV�SHUWHQFHntes à Administração Indireta. Segundo a doutrina, o controle finalístico deriva do denominado poder de tutela ou supervisão ministerial. 1. (FUNCAB ± 2015 - CRC-RO - Assistente Administrativo) A propositura de ação popular que objetive a anulação de ato lesivo ao patrimônio público exemplifica, quanto à Administração Pública e a seus atos, circunstância de controle: a) externo. b) prévio. c) de mérito. d) de ofício. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita e) legislativo. O controle externo, Segundo Marinela, é a forma de controle dos atos administrativos por meio da qual qualquer pessoa pode, na qualidade de cidadão, questionar a legalidade de determinado ato, e pugnar pela sua validade. Exemplos: ação popular (art. 5º, LXXIII, CF - qualquer cidadão é parte legítima; visa a anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural); as contas do Município devem ficar, durante 60 dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei (art. 31, §3º, CF); obrigatoriedade de realização de audiências públicas para discussão do plano plurianual e determinadas licitações de grande porte ou relevante interesse social. Gabarito ± Letra A. 2. (FCC/2004/TRF/4ª Reg/Analista Judiciário) Em matéria de controle da administração, analise: I. A autoridade controladora acompanha, orienta, revê, avoca e aprova os atos praticados pelos subalternos. II. O que antecede a conclusão ou operatividade do ato, como requisito para sua eficácia. III. Todo aquele que visa a comprovação da eficiência, do resultado, da conveniência ou oportunidade do ato controlado, sendo da competência da Administração, e, em casos excepcionais expressos na Constituição Federal, do Legislativo. Essas hipóteses correspondem, respectivamente, aos controles 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita a) hierárquico, sucessivo e vinculado. b) hierárquico, prévio ou preventivo e de mérito. c) sucessivo, preventivo e de mérito. d) sucessivo, operativo e vinculado. e) discricionário, prévio e corretivo. Vimos que o poder hierárquico todos os atos praticados pelos agentes ou órgãos subalternos podem ser verificados quanto à legalidade e ao mérito assim a autoridade controla, orienta, revê. Percebe-se então que o item I refere-se ao controle hierárquico. Já sabemos que o controle prévio ou preventivo é o exercido antes do início da prática ou antes da conclusão do ato administrativo, ou seja antecede a conclusão, item II controle prévio. Ao lembrar do controle de mérito, você verá que ele se encaixa perfeitamente no item III. 5HVSRVWD��OHWUD�³E´ 3. (FCC - 2012 - TRT-PE - Analista Judiciário - Execução de Mandados) Um dos instrumentos existentes para o exercício do controle judicial da atividade administrativa é a ação popular, sendo correto afirmar que a) determina a integração obrigatória, no polo passivo da lide, da pessoa jurídica de direito público da qual emanou o ato impugnado b) determina a integração obrigatória, no polo ativo da lide, da pessoa de direito público da qual emanou o ato impugnado. c) pressupõe a comprovação da lesão ao patrimônio público, não sendo suficiente a lesão à moralidade administrativa. d) somente pode ser intentada por cidadão no gozo dos direitos políticos. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita e) pode ser intentada por qualquer cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, e pelo Ministério Público. Vimos que uma modalidade de controle é o controle popular, muito importante, já que a Administração deve sempre atuar visando à satisfação do interesse público. A ação popular é um exemplo clássico e muito importante para a sua prova. Possui lei própria, porém, a redação dessa questão encontra guarida constitucional, é a letra do inciso LXXIII do art. 5º, verbis: ³qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento GH�FXVWDV�MXGLFLDLV�H�GR�{QXV�GD�VXFXPErQFLD�´ Resposta: letra D 4. (FCC- 2013- TRT 18 região- Analista Judiciário- Oficial de Justiça Avaliador) A atuação da Administração pública está submetida a controle interno e externo. É correto afirmar que; a) o controle exercido pelo Legislativo é mais restrito do que o exercido pelo Judiciário, na medida em que se restringe ao controle de legalidade dos atos administrativos. b) o controle de economicidade, exercido com auxílio do Tribunal de Contas, limita-se a exame de legalidade, visto que o controle Legislativo não admite análise discricionária. c) o controle exercido pelo Legislativo é mais restrito que aquele desempenhado pelo poder judiciário, porque não admite análise de mérito da atuação administrativa. d) a fiscalização exercida pelo Legislativo está expressamente delimitada pela Constituição Federal brasileira, incluindo o controle político, que abrange análise de mérito, em algum grau e medida. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita e) não se admite controle exercido pelo Legislativo, em razão do princípio da separação de poderes, cabendo, apenas excepcionalmente controle pelo Judiciário, admitindo-se algum grau de controle de discricionariedade. 1D� DOWHUQDWLYD� ³D´� IDOD� TXH� R� FRQWUROH� H[HUFLGR� SHOR� 3RGHU� Legislativo é mais restrito pelo fato de se restringir ao controle de legalidade dos atos administrativos, o que torna esta assertiva incorreta. $� DOWHUQDWLYD� ³E´�� R� FRQWUole de economicidade não se limita ao mero exame de legalidade, assim como o controle exercido pelo Legislativo admite sim discricionariedade, invalidando a assertiva. $� DOWHUQDWLYD� ³F´� WDPEpP� HVWi� LQFRUUHWD� SRU� IDODU� TXH� R� FRQWUROH� legislativo não realiza controle de mérito, o que de fato ocorre, preceituado na Constituição Federal. $� DOWHUQDWLYD� ³G´� FRPSDFWXD� FRP� R� TXH� HVWi� H[SUHVVR� QD� Constituição Federal, dispondo corretamente sobre as atribuições do controle legislativo, item correto. Por fim, a alternDWLYD�³H´�HVWi�LQFRUUHWD��XPD�YH]�TXH�IRL�YLVWR�TXH� os trêspoderes exercem o controle administrativo de alguma forma. *DEDULWR��/HWUD�³G´ 5. (FCC ± 2015 ± CNMP ± Analista do CNMP ± Gestão Pública) Suponha que determinado diretor, responsável pela área de pessoal de um órgão público, tenha aprovado escala de férias dos servidores do órgão, sem atentar, contudo, para as condições de manutenção da regularidade do atendimento ao público, de forma que a manutenção da escala poderá prejudicar o bom andamento do serviço. Referido ato administrativo: a) pode ser anulado, administrativamente ou judicialmente, tanto por razões de legalidade como de conveniência administrativa, para fins de preservação do interesse público. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita b) é passível de controle pelo órgão hierarquicamente superior ao da autoridade que o praticou, que pode anular o ato se considerá-lo inoportuno ou inconveniente. c) pode ser revogado pela própria Administração, por razões de conveniência e oportunidade, como expressão da autotutela. d) somente pode ser revogado se identificada ilegalidade ou desvio de finalidade. e) uma vez aperfeiçoado, não pode mais ser modificado pela Administração. Para responder esta questão, atente-se para a Súmula nº 473 do 67)��³$ Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados RV� GLUHLWRV� DGTXLULGRV´�� e� Vy� JXDUGDU� D� seguinte relação: ANULAÇÃO ĺ�ILEGALIDADE REVOGAÇÃO ĺ�CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE Letra (A). No caso de conveniência administrativa, o ato administrativo pode ser revogado e não anulado. Logo, está INCORRETA. Letra (B). No caso de ato inoportuno ou inconveniente, aplica-se a revogação e não a anulação, que é para a hipótese de ato ilegal. Portanto, está ERRADA. Letra (C). Está CORRETA, conforme quadro explicativo acima. Letra (D). Nesse caso, o ato será anulado e não revogado. Logo, está INCORRETA. Letra (E). O item está contrário à Súmula nº 473 do STF, transcrita acima. Logo, está ERRADO. Gabarito: C 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 6. (FCC ± 2014 ± TJ/AP ± Analista Judiciário ± Área Judiciária e Administrativa) Sabe-se que a Administração pública está sujeita a princípios expressos e implícitos, cuja inobservância acarreta consequências em diferentes esferas e graus de extensão. Sobre o impacto dos princípios na validade dos atos jurídicos, é correto afirmar que a) a inobservância dos princípios que regem a Administração não pode acarretar a invalidação ou a revogação dos atos administrativos, salvo se também tiver havido descumprimento de regra legal. b) somente a Administração pública está autorizada a anular seus atos com fundamento em inobservância de princípios. c) o poder de tutela exercido pela Administração pública sobre seus próprios atos somente autoriza a revogação com fundamento em descumprimento de princípios, vedada a anulação. d) o poder de tutela exercido pelo Judiciário pode acarretar a revogação de atos essencialmente discricionários, ainda que o fundamento seja exclusivamente o descumprimento de princípios. e) o controle exercido pelo Poder Judiciário sobre a atuação da Administração pública pode ensejar anulação ou desfazimento de atos administrativos com fundamento no descumprimento de princípios. Letra (A). A inobservância dos princípios que regem a Administração pode sim gerar a invalidação dos atos administrativos, fazendo parte do controle de legalidade. Assim, está INCORRETA. Letra (B). Nesse caso, o Judiciário também pode anular, já que se trata de controle de legalidade. Logo, está ERRADA. Letra (C). A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos (Súmula nº 473 do STF). Inobservância de princípio é considerada 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita vício de legalidade, sendo o caso de anulação do ato. Portanto, está INCORRETA. Letra (D). Não cabe ao Poder Judiciário exercer controle de mérito sobre atos praticados pela Administração Pública (atos discricionários), por dizer respeito ao juízo de valor do agente público, ou seja, o controle exercido pelo Poder Judiciário, nesse caso, é sempre um controle de legalidade e legitimidade. Logo, está ERRADA. Letra (E). O controle realizado pelo Judiciário é de legalidade, gerando a anulação do ato. 1HVVH�FRQWUROH�VH�HQWHQGH�D� ³OHJDOLGDGH´� em sentido amplo, pois os princípios da Administração Pública estão expressamente previstos na Constituição (art. 37, caput) e nas leis de regência (Lei de Improbidade Administrativa, Lei do Processo Administrativo etc.) Assim, está CORRETA. Gabarito: E 7. (FCC ± 2014 ± TCE/GO ± Analista de Controle Externo ± Administrativa) Isis, servidora pública, praticou ato administrativo com vício de finalidade (o ato não tinha finalidade pública; visava interesses particulares). Em razão do vício e após provocação dos interessados, o aludido ato foi invalidado pelo Poder Judiciário. A propósito do tema, é correto afirmar que a) a invalidação em questão não poderia ter sido feita pelo Judiciário. b) o procedimento adequado para o caso seria a revogação do ato administrativo. c) a invalidação, quando feita pela própria Administração pública, independe de provocação do interessado. d) se trata de vício sanável, portanto, não era hipótese de invalidação do ato administrativo. e) a invalidação em questão produz efeitos ex nunc. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Antes de qualquer coisa, importante saber que o desvio de finalidade ocorre quando o agente pratica um ato visando outra finalidade que não seja a prevista em lei, ou seja, trata-se de uma ilegalidade. Letra (A). O Judiciário pode exercer controle de legalidade em relação aos atos administrativos. Assim, está ERRADA. Letra (B). O procedimento adequado é a anulação do ato administrativo, por se tratar de ilegalidade, e não revogação, que é para o caso de conveniência ou oportunidade. Logo, está INCORRETA. Letra (C). A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos (Súmula nº 473 do STF). Ou seja, é dever da Administração anular o ato viciado de ilegalidade, não é necessário esperar a provocação de ninguém. Portanto, está CERTA. Letra (D). Vício de finalidade no ato administrativo é insanável, sendo sim caso de invalidação. Assim, está ERRADA. Letra(E). A invalidação de ato administrativo produz efeitos ex tunc e não ex nunc, já que retroage ao momento de sua prática. Logo, está INCORRETA. Gabarito: C 8. (FCC ± 2014 ± TCE/PI ± Auditor Fiscal de Controle Externo) A recomposição da ordem jurídica violada pela edição de atos administrativos com vicío de validade poderá ser obtida pela a) revogação, que opera efeitos ex tunc, sendo opção discricionária do administrador a retirada ou não do ato administrativo exarado com vício de competência. b) invalidação, que, em razão do princípio da legalidade, não encontra limites e opera necessariamente efeitos ex tunc. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) invalidação, que, necessariamente, opera efeitos ex tunc e pela revogação, que opera efeitos ex nunc, na hipótese em que atingidos terceiros de boa-fé. d) revogação, que opera efeitos ex tunc, podendo, no entanto, operar efeitos ex nunc quando atingidos terceiros de boa-fé ou na hipótese de atos discricionários produzidos com vício de competência. e) invalidação que opera efeitos ex tunc, podendo, no entanto, operar efeitos ex nunc quando, por exemplo, atingidos terceiros de boa-fé. Letra (A). No caso de vício de validade, a hipótese é de invalidação e não revogação do ato administrativo. Além disso, a revogação opera efeitos ex nunc (não retroage) e o vício de competência gera ilegalidade, já que se trata de elemento vinculado do ato administrativo e não discricionário. Logo, está INCORRETA. Letra (B). A invalidação pode operar efeitos ex nunc no caso de atingir terceiros de boa-fé. Portanto, está ERRADA. Letra (C). A invalidação pode operar efeitos ex nunc no caso de atingir terceiros de boa-fé. Além disso, a revogação sempre opera efeitos ex nunc. Logo, está INCORRETA. Letra (D). A revogação sempre opera efeitos ex nunc. Logo, está INCORRETA. Letra (E). Em regra, a invalidação opera efeitos ex tunc (retroage para sair do mundo jurídico e alcançar os efeitos da anulação desde a edição do ato nulo), porém pode operar efeitos ex nunc se atingir terceiro de boa-fé (Vide art. 53 da Lei n. 9.784/99��³A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.´�. Portanto, está CERTA. Gabarito: E 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 9. (FCC ± 2013 ± TRE/RO ± Técnico Judiciário ± Área Administrativa) Eduardo Henrique, servidor público estadual, praticou ato administrativo com vício de competência, isto é, praticou ato que, por atribuição legal, competia a outro servidor público, em caráter exclusivo. O ato em questão a) deve obrigatoriamente ser convalidado. b) deve obrigatoriamente ser reconhecido como válido, haja vista os efeitos dele emanados. c) não comporta revogação, haja vista tratar-se de vício passível de convalidação. d) deve ser anulado seja pela própria Administração, seja pelo Poder Judiciário. e) deve ser revogado. Letra (A). O defeito ligado à competência do ato administrativo só é passível de convalidação se a competência não for exclusiva, o que não é o caso da questão. Logo, está INCORRETA. Letra (B). Está ERRADA, conforme comentário acima. Letra (C). Está INCORRETA, conforme comentário ao item A. Letra (D). Trata-se de hipótese de anulação, já que a competência é elemento vinculado do ato administrativo, assim envolve a legalidade, que pode ser controlada tanto pela própria Administração (autotutela) quanto pelo Judiciário. Portanto, está CORRETA. Letra (E). Não se trata de hipótese de revogação, já que não envolve a conveniência e a oportunidade da Administração, conforme comentado no item anterior. Logo, está ERRADA. Gabarito: D 4) Controle Administrativo 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita É a forma mais comum de controle, realizado pela Administração sobre seus próprios atos e atividades. O controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias condutas (exs: controle da nomeação de um servidor pela Câmara dos Deputados; controle dos atos realizados no curso de um procedimento licitatório), tendo em vista aspectos de legalidade ou de conveniência (mérito). O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito, além de ser sempre um controle interno (realizado por órgãos integrantes do mesmo Poder que praticou o ato). Deriva do poder-dever de autotutela que a Administração tem sobre seus próprios atos e agentes, conforme está FRQVROLGDGR�QD�6~PXOD�����GR�67)��³D�$GPLQLVWUDomR�SRGH�DQXODU�VHXV� próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e UHVVDOYDGD��HP�WRGRV�RV�FDVRV��D�DSUHFLDomR�MXGLFLDO�´� O art. 53 da Lei n. 9.784/99 também trata do tema: Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Lembre-se que o ato com vício de legalidade deve ser anulado com efeitos retroativos, para que a Administração ou o Poder Judiciário exclua todos os efeitos pretéritos que surgiram a partir desse ato. Diz- se que ele é anulado com efeitos ex tunc (RETROAGE). 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Por outro lado, a revogação de um ato ocorre por razões de conveniência e oportunidade, ou seja, se retirado o ato do mundo jurídico com sua revogação, não há necessidade de extirpar todos os efeitos pretéritos desse ato. Assim, a revogação opera efeitos ex nunca (NÃO RETROAGE). Conforme destaca Marinela, o controle administrativo, por ser um típico controle interno, tem por finalidade: a) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da pessoa jurídica de direito público; b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração pública, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres públicos; d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Para Marinela, são meios de controle administrativo: a fiscalização hierárquica, a supervisão ministerial, o direito de petição, o processoadministrativo, incluindo os recursos administrativos (com análise nos tópicos seguintes) e, atualmente, o moderno instrumento da arbitragem. A fiscalização hierárquica (ou hierarquia orgânica) decorre do poder hierárquico; é exercida pelos órgãos superiores sobre os 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita inferiores da mesma Administração, visando a ordenar, coordenar, orientar e corrigir suas atividades e agentes. A supervisão ministerial geralmente é aplicável nas entidades da Administração Indireta vinculadas a um Ministério da Administração Direta, conforme a finalidade específica definida no momento de sua criação. Não se fundamenta na hierarquia e sim no controle no atendimento das finalidades. Exemplos de atos: nomeação de dirigentes das pessoas da Administração Indireta; aprovação da proposta de orçamento e programação financeira; realização de auditoria e avaliação periódica de rendimento e produtividade. Convém alertar que o Ministro supervisor não é autoridade competente para conhecer de recurso contra atos de autoridade das pessoas jurídicas da Administração Indireta, pois estas são pessoas distintas e não há hierarquia entre elas, sendo possível o recurso hierárquico impróprio quando previsto na lei. Por fim, Marinela destaca os seguintes órgãos específicos de controle: 1. Controladorias: são Órgãos do próprio Poder Executivo responsáveis por assistir direta e imediatamente o Chefe do Executivo quanto aos assuntos que, no âmbito do Poder Executivo, sejam relacionados à defesa do patrimônio público e à transparência da gestão, exercendo atividades de controle interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria. 2. Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) O CNJ é órgão do Poder Judiciário destinado ao controle e à transparência administrativa e processual do Poder Judiciário, 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita não podendo, entretanto, exercer a função jurisdicional do Estado. O CNMP foi instituído com a atribuição de controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Público e o cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 3. Controle interno dos Tribunais Com base no art. 74 da CF, o CNJ determinou que todos os tribunais do país criassem núcleos de controle interno, diretamente vinculado à presidência do respectivo tribunal ou à unidade administrativa do Judiciário, com a finalidade de avaliar todas as atividades administrativas do Poder Judiciário, desde o cumprimento das metas do plano plurianual até o monitoramento dos gastos, passando pela comprovação da legalidade dos atos de gestão e de sua eficiência. Ficam sujeitos a tal controle todos os tribunais ou unidades judiciárias, as serventias judiciais e extrajudiciais e entidades que recebam ou arrecadem recursos em nome do Poder Judiciário. 1) A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos (Súmula nº 346 do STF). 2) É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades (Súmula nº 649). 3) O STF sustenta que é possível a Administração se valer da arbitragem como meio para a resolução de seus conflitos. Segundo o STF o uso da arbitragem é recomendável, mas não é todo e qualquer direito público que pode ser levado para a via arbitral, mas apenas 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita DTXHOHV� FRQKHFLGRV� FRPR� ³GLVSRQtYHLV´�� SRUTXDQWR� GH� QDWXUH]D� contratual ou privada (AgRg no MS 11.308/DF, STJ ± Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julg: 28.06.2006, DJ: 14.08.2006). 4) MUITA ATENÇÃO!!!! A jurisprudência do STF é no sentido de que a anulação de ato administrativo que reflita em interesses individuais deve assegurar ao prejudicado o prévio exercício do contraditório e da ampla defesa (RE 602.013 AgR, STF ± Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julg: 13.08.2013, acórdão eletrônico DJe: 28.08.2013). 10. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário) No que se refere à forma de controle da Administração Pública, considere: I. O controle exercido pela Administração direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração indireta deriva do poder de tutela. II. O controle que visa verificar a oportunidade e conveniência administrativas do ato controlado, como regra, compete exclusivamente ao próprio Poder que, atuando na função de Administração Pública, editou o ato administrativo. Essas formas, conforme a amplitude e o aspecto controlado, denominam-se, respectivamente, a) subsequente e preventivo. b) de mérito e subsequente. c) de legalidade e finalístico. d) finalístico e de mérito. e) hierárquico e de legalidade. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Pessoal, é importante que vocês dominem esses conceitos trazidos por essa questão. Vou fazer agora uns comentários mais aprofundados para que vocês fixem informação ao mesmo tempo em que testam seus conhecimentos com as questões. Vamos lá: Letra (A). O controle subsequente é exercido após a conclusão do ato. Mediante o controle subsequente, é possível a correção de defeitos do ato, a declaração de sua nulidade ou mesmo conferir eficácia do ato. O controle prévio ou preventivo é quando exercido antes do inicio da pratica ou antes da conclusão do ato, constituindo-se requisito para a validade ou para produção de efeitos do ato controlado. Logo, está INCORRETA. Letra (B). O controle de mérito visa verificar a eficiência, a oportunidade e a conveniência do ato controlado. O controle do mérito compete, normalmente, ao próprio poder que editou o ato. O controle subsequente é exercido após a conclusão do ato. Mediante o controle subsequente, é possível a correção de defeitos do ato, a declaração de sua nulidade ou mesmo conferir eficácia do ato. Logo, está INCORRETA. LETRA (c). Pelo controle de legalidade, verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com a Lei. Faz-se o confronto entre uma conduta administrativa e uma norma jurídica, que pode estar na Constituição, na lei ou mesmo em ato administrativo de conteúdo impositivo. O controle finalístico será exercido pela Administração Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta. Segundo a doutrina, o controle finalístico deriva do denominado poder de tutela ou supervisão ministerial. Logo, está INCORRETA. Letra (D). O controle finalístico será exercido pela Administração Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta. Segundoa doutrina, o controle finalístico deriva do denominado poder de tutela ou supervisão ministerial�� 2� LWHP� ³,´� UHIHUH-se ao controle finalístico. O controle de mérito compete, normalmente, ao próprio Poder que editou o ato. Visa a verificação da eficiência, oportunidade e 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita D�FRQYHQLrQFLD�GR�DWR�FRQWURODGR��2�LWHP�³,,´�UHIHUH-se ao controle de mérito. Logo, está CORRETA. Letra (E). O controle hierárquico é típico do poder Executivo, sendo sempre um controle interno, resultante do escalonamento vertical dos órgãos da Administração direta ou das unidades integrantes das entidades da Administração indireta. Em resumo: sempre que dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica (no caso da Administração direta federal, a União) houver escalonamento vertical de órgãos, departamentos, ou quaisquer outras unidades desconcentradas e, portanto, despersonalizadas, haverá controle hierárquico do superior sobre os atos praticados pelos subalternos. Pelo controle de legalidade, verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com a Lei. Faz-se o confronto entre uma conduta administrativa e uma norma jurídica, que pode estar na Constituição, na lei ou mesmo em ato administrativo de conteúdo impositivo. Logo, está INCORRETA. 11. (FCC/2009/MRE/Oficial de Chancelaria) Súmula 473 A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. É certo que a Administração Pública, dentre outras situações, a) está sujeita à fiscalização administrativa de seus atos, sendo- lhe vedada a revogação de seus atos discricionários. b) tem o dever de velar pela execução da lei, facultada a anulação dos atos ilegais que praticar. c) sujeita-se ao controle jurisdicional de sua atuação, mas não ao controle legislativo de seus atos. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita d) não pode descumprir a lei a pretexto de sua inconstitucionalidade, mas pode atuar, em qualquer situação, contra legem ou praeter legem. e) deve anular os atos ilegais que praticar e pode revogar seus atos discricionários inconvenientes ou inoportunos. &RQIRUPH� H[SUHVVDPHQWH� QRV� WUD]� D� V~PXOD�� OHWUD� ³H´� FRUUHWD� 2EVHUYH�TXH�D�OHWUD�³E´�HVWi�HUUDGD��SRLV�QmR�p�IDFXOGDGH��PDV�'(9(5� da Administração a anulação dos atos ilegais que praticar. 12. (FCC ± 2012 ± TCE/AP ± Analista de Controle Externo ± Meio Ambiente) Em relação a seus próprios atos, a Administração a) pode anular os atos eivados de vício de legalidade, a qualquer tempo, vedada a repercussão patrimonial para período anterior à anulação. b) pode anulá-los, apenas quando eivados de vício quanto à competência e revogá-los quando identificado desvio de poder ou de finalidade. c) pode anulá-los, por razões de conveniência e opor- tunidade, observado o prazo prescricional. d) não pode anular os atos que gerem direitos para terceiros, exceto se comprovado fato superveniente ou circunstância não conhecida no momento de sua edição. e) pode revogá-los, por razões de conveniência e oportunidade, preservados os direitos adquiridos. Letra (A). A anulação gera efeitos ex tunc, ou seja, que retroagem ao momento da prática do ato. Assim, a repercussão patrimonial pode alcançar período anterior à anulação. Logo, está ERRADA. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Letra (B). A anulação não se materializa apenas quando o vício é de competência, mas qualquer um que fira a legalidade. Além disso, a revogação tem a ver com conveniência e oportunidade (mérito administrativo) e não desvio de poder e finalidade, vícios que contrariam a lei, ensejando a anulação do ato. Portanto, está INCORRETA. Letra (C). Quando se refere à conveniência e oportunidade, trata-se de revogação e não anulação. Logo, está ERRADA. Letra (D). É possível sim anular ato administrativo que gerem direitos para terceiros, desde que esses direitos sejam respeitados. Portanto, está INCORRETA. Letra (E). A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial (Súmula nº 473 do STF). Logo, está CORRETA. Gabarito: E 13. (FCC ± 2012 ± TJ/PE ± Técnico Judiciário ± Área Judiciária e Administrativa) Quanto a invalidação dos atos administrativos consistentes em sua revogação e anulação, é certo que a a) revogação e a anulação que, embora constituam meios de invalidação dos atos administrativos, se confundem e se empregam indistintamente. b) faculdade de invalidação dos atos administrativos pela própria Administração é bem mais ampla do que se concede à Justiça Comum, porque esta só pode desfazer seus atos quando ilegais. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) anulação é a declaração de invalidade de um ato administrativo legítimo e eficaz, enquanto que pela revogação se invalida um ato ilegítimo ou ilegal. d) faculdade de revogar o ato administrativo só pode ser executada a pedido, e por autoridade superior, nunca pelo mesmo agente que o praticou. e) anulação de um ato administrativo é exclusividade do Poder Judiciário, devendo, de regra, ser levado à sua apreciação por meios procedimentais. Letra (A). Revogação e anulação são institutos totalmente distintos. A revogação é realizada no caso de atos inconvenientes ou inoportunos e gera efeitos ex nunc enquanto a anulação é realizada no caso de ato ilegal ou ilegítimo e gera efeitos ex tunc. Portanto, está ERRADA. Letra (B). A Administração pode tanto revogar quanto anular os atos administrativos, porém o Judiciário só pode anular, pois não é permitido a intervenção no mérito administrativo, sob pena de violação do princípio da separação dos poderes. Logo, está CORRETA. Letra (C). É justamente o contrário. Portanto, está INCORRETA. Letra (D). A revogação independe de pedido, podendo ser praticada de ofício, e pela própria autoridade que praticou o ato administrativo. Logo, está ERRADA. Letra (E). A Administração pública também pode anular seus SUySULRV� DWRV�� FRQIRUPH� FRQVWD� QD� 6~PXOD� Q� ���� GR� 67)� �³A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 00007941048Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a DSUHFLDomR�MXGLFLDO�´���3RUWDQWR��HVWi�,1&255(7$� Gabarito: B 14. (FCC ± 2011 ± TJ/AP ± Titular de Serviços de Notas e de Registros) No que se refere à revogação e à invalidação dos atos administrativos, a) a Administração Pública poderá invalidar seus atos administrativos, por razões de ilegalidade, produzindo, de regra, efeitos ex nunc. b) o Poder Judiciário poderá revogar atos administrativos, por razões de ilegalidade, produzindo efeitos ex nunc. c) a Administração Pública, de regra, poderá revogar atos administrativos discricionários, por razões de conveniência e oportunidade, produzindo efeitos ex nunc. d) a Administração Pública poderá invalidar seus atos administrativos de ofício, por razões de mérito, produzindo efeitos ex tunc. e) o Poder Judiciário não poderá invalidar atos administrativos discricionários, eis que estes estão sujeitos exclusivamente à autotutela. Letra (A). Em regra, produz efeitos ex tunc. Portanto, está INCORRETA. Letra (B). O Judiciário só pode exercer controle de legalidade sobre atos administrativos, podendo anulá-los e não revogá-los, com efeitos ex tunc e não ex nunc. Logo, está ERRADA. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Letra (C). Os atos administrativos discricionários podem ser revogados pela própria Administração Pública, produzindo efeitos ex nunc. Portanto, está CORRETA. Letra (D). A invalidação é realizada em razão de ilegalidade enquanto a revogação realiza-se em razão de conveniência e oportunidade (mérito administrativo). Logo, está INCORRETA. Letra (E). O Judiciário realiza controle em relação aos aspectos de legalidade dos atos administrativos discricionários, podendo invalidá- los. Logo, está ERRADA. Gabarito: C 4.1. Recursos administrativos De uma forma geral, o exercício do controle administrativo concretiza-se mediante as atividades de fiscalização e os recursos administrativos. A fiscalização independe de provocação e pode ocorrer no âmbito do controle hierárquico e do controle finalístico. Marinela conceitua recursos administrativos, em sentido amplo, como todos os meios hábeis a propiciar à própria Administração o reexame de decisão interna. Assim, o recurso administrativo é sempre direcionado à autoridade hierarquicamente superior àquela que praticou o ato, ou àquela que revisou o mesmo (analisou a petição do interessado). 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Como elemento do direito de defesa e garantia constitucional (art. 5º, LV), é de se concluir que todo e qualquer ato ou decisão administrativa é passível de recurso a ser analisado por uma autoridade hierarquicamente superior, não podendo haver por parte da Administração a imposição de qualquer obstáculo à sua interposição. Geralmente, os recursos administrativos são classificados em: recursos hierárquicos próprios e recursos hierárquicos impróprios. IMPORTANTE PARA O SEU CONCURSO: Para Maria Sylvia Di Pietro e Hely Lopes Meirelles: 1. Recurso hierárquico PRÓPRIO: dirigido à autoridade ou instância imediatamente superior (há relação de hierarquia), dentro do mesmo órgão em que o ato foi praticado. Exemplo: recurso dirigido ao Superintendente da Receita Federal contra ato praticado por Delegado da Receita Federal a ele subordinado. 2. Recurso hierárquico IMPRÓPRIO: dirigido a autoridade de outro órgão não integrado na mesma hierarquia daquele que proferiu o ato, ou seja, entre o órgão de que emanou o ato recorrido e o órgão a que se endereça o recurso não há relação hierárquica, embora eles possam integrar a mesma pessoa jurídica. Só é cabível se previsto expressamente em lei, já que não decorre da hierarquia. Exemplos: recurso contra ato praticado por dirigente de autarquia, interposto perante o Ministério a que é vinculada ou perante o Chefe do Poder Executivo; recurso contra decisão das Delegacias de Julgamento da Secretaria da Receita Federal, cuja apreciação incumbe ao Conselho de Contribuintes (órgão integrante do Ministério da Fazenda, mas sem relação hierárquica com a Secretaria da Receita Federal). 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Para Celso Antônio Bandeira de Mello: 1. Recurso hierárquico PRÓPRIO: todo recurso apreciado por órgão integrante da mesma pessoa jurídica em que esteja inserido o órgão que praticou o ato recorrido. 2. Recurso hierárquico IMPRÓPRIO: recurso apreciado por autoridade encartada em pessoa jurídica diversa da que proferiu a decisão. Em razão da previsão na Lei Federal nº 9.784/99, a regra geral é que o prazo para interpor o recurso administrativo é de 10 dias, contados da ciência da decisão contra a qual será proposto. Destaca-se que a Lei nº 11.417/2006 incluiu o §3º ao art. 56 da Lei nº 9.784/99, reconhecendo o direito de o interessado invocar súmula vinculante a seu favor em recurso administrativo e obrigando a autoridade a adotar o entendimento da súmula ou, caso contrário, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, explicar por que não adotou a súmula. Leia os dispositivos com atenção: Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução. § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). (...) Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita autoridade prolatora e ao órgão competentepara o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Lembre-se que a súmula vinculante editada pelo STF vincula não só o Judiciário, mas também a Administração Pública. Por isso a pertinência dos dispositivos invocados. É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo (Súmula nº 373 do STJ). Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 4.1.1. Espécies de recursos administrativos Em geral, a doutrina menciona, ainda, outras formas de provocação da Administração pelos administrados, inseridas no amplo direito fundamental conhecido como direito de petição (art. 5º, XXXIV, ³D´�� &)��� $QDOLVDUHPRV� DOJXmas espécies de petição, com base nos conceitos elaborados por Maria Sylvia Di Pietro e José dos Santos Carvalho Filho. a) Representação É a denúncia de irregularidades feita perante a própria Administração. Para os particulares, é um direito; para os servidores públicos em geral, é um dever. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita No art. 74, §2º, da Constituição Federal, está prevista uma KLSyWHVH� DPSOD� GH� UHSUHVHQWDomR� DR� 7&8�� ³TXDOTXHU� FLGDGmR�� partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas GD�8QLmR�´��1RWH�TXH��HPERUD�SRVVD�VHU�HQTXDGUDGD�FRPR�KLSyWHVH�GH� representação, a palavra utilizada pelo constituinte foi denúncia. 6HJXQGR� &HOVR� $QW{QLR� %DQGHLUD� GH� 0HOOR�� GHQ~QFLD� p� R� ³GHVLJQDWLYR� utilizado para hipótese similar [à representação], na qual, todavia, prepondera o intuito de alertar a autoridade competente para conduta DGPLQLVWUDWLYD�DSUHVHQWDGD�FRPR�FHQVXUiYHO´� b) Reclamação administrativa É uma expressão bastante genérica que refere-se a qualquer forma de manifestação de discordância do administrado contra um ato da Administração. 0DULD�6\OYLD�'L�3LHWUR�IRUPXOD�GHILQLomR�DPSOD�GH�UHFODPDomR��³p� o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause OHVmR�RX�DPHDoD�GH�OHVmR�´� 2�DUW�����GD�/HL�Q����������XWLOL]D�R�YRFiEXOR�³UHFODPDo}HV´�HP� DFHSomR� JHQpULFD�� ³D� $GPLQLVWUDomR� WHP� R� GHYHU� GH� explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou UHFODPDo}HV��HP�PDWpULD�GH�VXD�FRPSHWrQFLD�´��$LQGD��R�DUW�������,,,�� GR�&71�HPSUHJD�WDPEpP�R�WHUPR�³UHFODPDo}HV´�FRP�R�VLJQLILFDGR�GH� impugnação administrativa, forma de instauração dos processos administrativos fiscais ou tributários. c) Pedido de reconsideração 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita É a solicitação feita à própria autoridade que proferiu a decisão ou emitiu o ato para que ela o submeta a uma nova apreciação. A Lei nº 9.784/99 estabeleceu como regra geral a possibilidade de reconsideração, já que, independentemente de pedido de reconsideração expresso, o recurso hierárquico interposto pelo administrado acarreta para a autoridade recorrida o dever de verificar se é cabível reconsideração, no prazo de 5 dias, antes de encaminhar o recurso à autoridade competente para sua apreciação. d) Revisão É a petição utilizada em face de uma decisão administrativa que implique aplicação de sanção, visando a desfazê-la ou abrandá-la, desde que se apresentem fatos novos que demonstrem a inadequação da penalidade aplicada. O art. 174 da Lei nº 8.112/90 prevê que o processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. Não ignore este ponto da aula, ele cai em concurso! Veja! 15. (FCC/2010/AL-SP/Agente Técnico) No campo do controle administrativo dos serviços públicos, a denúncia formal e assinada de irregularidades internas ou de poder na prática de atos da administração denomina-se a) recurso administrativo. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita b) representação administrativa. c) reclamação. d) pedido de reconsideração. e) invalidação. Conceituamos a representação como denúncia de irregularidades feita perante a própria Administração. Não se esqueça de que para os particulares, é um direito; para os servidores públicos em geral, é XP�GHYHU��5HVSRVWD�OHWUD�³E´� 16. (FCC/2008/MPE-RS/Agente Administrativo)No que se refere ao controle da Administração Pública analise: I. Solicitação ou súplica escrita, dirigida pelo interessado à autoridade, autora do ato, para que o retire do ordenamento jurídico ou o modifique segundo suas pretensões. II. Pedido de reexame do ato ou decisão de agente ou órgão que o interessado faz a agente ou órgão superior, visando o seu desfazimento ou modificação. Os conceitos acima se referem, respectivamente, a: a) reclamação administrativa e recurso administrativo. b) recurso administrativo e direito de petição. c) pedido de reconsideração e recurso administrativo. d) pedido de reconsideração e direito de petição. e) reclamação administrativa e pedido de reconsideração. O item I é o conceito de pedido de reconsideração e o item II de UHFXUVR�DGPLQLVWUDWLYR��$�UHVSRVWD�p�D�OHWUD�³F´� 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulamentação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 195 Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 17. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária) Considere sob a ótica do controle da Administração Pública: I. Pedidos que as partes dirigem à instância superior da própria Administração, proporcionando o reexame do ato inferior sob todos os seus aspectos. II. Solicitação da parte dirigida à mesma autoridade que expediu o ato, para que o invalide ou o modifique nos termos da pretensão do requerente. III. Oposição expressa a atos da Administração que afetem direitos ou interesses legítimos do Administrado. Essas hipóteses dizem respeito, respectivamente, a) à revisão do processo, ao recurso hierárquico e à representação administrativa. b) ao recurso hierárquico, ao pedido de reconsideração e à reclamação administrativa. c) à reclamação administrativa, ao pedido de reconsideração e à revisão do processo. d) ao pedido de reconsideração, à reclamação administrativa e ao recurso hierárquico. e) ao recurso hierárquico, à revisão do processo e à representação administrativa.
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