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Noções de Direito Administrativo para ANS - Regime Jurídico

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Aula 08
Noções de Direito Administrativo p/ ANS - Técnico em Regulação
Professor: Daniel Mesquita
Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em 
Regulação. 
Teoria e exercícios. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 08 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 163 
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
AULA 08: Regimes jurídicos. Deveres. Responsabilidades 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO À AULA 08 2 
2. REGIME DISCIPLINAR 2 
2.1 DOS DEVERES 7 
2.2 DAS PROIBIÇÕES 13 
2.2.1 DA ACUMULAÇÃO 18 
2.3 DAS PENALIDADES 27 
3. DAS RESPONSABILIDADES 64 
3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 64 
3.2 RESPONSABILIDADE PENAL 65 
3.3 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 66 
4. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 72 
4.1. PROCESSO SUMÁRIO 103 
4.2. REVISÃO 107 
5. RESUMO DA AULA 114 
6. QUESTÕES 127 
7. REFERÊNCIAS 160 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em 
Regulação. 
Teoria e exercícios. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 08 
 
 
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1. �–”‘†—­ ‘��ƒ—Žƒ� 爃? 
 
Bem vindos à nossa aula 08 de Direito Administrativo, do curso 
preparatório para ANS ± Técnico em Regulação. 
Nesta aula, abordaremos a matéria "Lei nº 8.112/1990 e suas 
alterações (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das 
Autarquias e das Fundações Federais). Parte III: deveres e processo 
administrativo disciplinar". 
Não se esqueça de que, ao final, você terá um resumo da aula e as 
questões tratadas ao longo dela. Use esses pontos da aula na véspera da 
prova! 
Chega de papo, vamos à luta! 
 
 
2. �‡‰‹‡��‹•…‹’Ž‹ƒ” 
 
Você já sabe que a Administração goza do poder disciplinar. 
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de 
examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais pessoas 
com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina administrativa. 
Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após a devida 
averiguação dos fatos. 
Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder hierárquico. 
No momento em que a administração exerce o controle interno das 
pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma relação 
decorrente do poder hierárquico. 
 
Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em 
Regulação. 
Teoria e exercícios. 
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Se aos agentes superiores competem o comando e o dever de 
fiscalizar, é resultado natural a possibilidade de exigir o cumprimento das 
ordens e regras legais e, caso não ocorra, aplicar a respectiva penalidade. 
Assim, para os servidores públicos, a possibilidade de aplicação de sanção 
decorre da existência de hierarquia. 
Esse poder não abrange as sanções impostas aos 
particulares, uma vez que eles não estão sujeitos à disciplina interna da 
Administração e, nesse caso, as medidas punitivas fundamentam-se no 
Poder de Polícia do Estado. 
Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há 
hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos 
administrativos, a Administração e o particular contratado não se situam 
em uma relação de subordinação. 
Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o 
posicionamento doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de 
que as sanções administrativas a que se sujeitam os contratados 
GHFRUUHP� GR� SRGHU� GLVFLSOLQDU�� XPD� YH]� TXH� HVWH� VHULD� ³XP� YtQFXOR�
MXUtGLFR�HVSHFtILFR´�� 
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar 
fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos. 
Normalmente, se diz que o Poder Disciplinar é discricionário. Essa 
afirmação decorre, por exemplo, da margem que o administrador tem ao 
aplicar a pena de suspensão, por exemplo. A lei define que o prazo de 
suspensão é de até 90 dias, assim, fica ao juízo discricionário do 
administrador escolher se aplica 5, 10, 30 ou 90 dias de suspensão ao 
servidor, por exemplo. 
Segundo Fernanda Marinela, contudo, não se pode afirmar que o 
Poder Disciplinar é sempre discricionário. A liberdade e o juízo de valor 
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Regulação. 
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do administrador (= a discricionariedade) estão presentes na amplitude 
da infração funcional (levando em consideração a natureza e a gravidade 
da infração e os danos para o serviço público ± Exemplo clássico: qual a 
sanção de suspensão será aplicada? 5 dias, 10 ou 90?), na definição de 
seu conteúdo (em razão das expressões imprecisas contidas na lei), 
devendo respeitar sempre os princípios constitucionais. 
Contudo, a instauração do processo, sua construção e a aplicação da 
sanção correspondente estão determinadas na lei, não tendo o agente 
público liberdade sobre eles. Assim, ao se ver diante de uma situação que 
possa se configurar infração funcional, o administrador tem o dever de 
determinar a abertura do processo (não há discricionariedade aqui, o ato 
é vinculado). Noutro giro, se a lei definir que o servidor que praticar crime 
contra a Administração sofrerá a pena de demissão, a decisão do 
administrador só poderá ser a de demitir o servidor se o processo 
demonstrar a ocorrência de crime. 
Assim, nem sempre o Poder Disciplinar é discricionário. 
 Por força dos princípios da proporcionalidade, 
dignidade da pessoa humana e culpabilidade, aplicáveis ao regime 
jurídico disciplinar, não há juízo de discricionariedade no ato 
administrativo que impõe sanção a Servidor Público em razão do 
cometimento de infração disciplinar, de sorte que o controle jurisdicional 
é amplo, não se limitando, portanto, somente aos aspectos formais (MS 
13.083/DF, STJ ± Terceira Seção, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 
julgamento: 13.05.2009, DJe: 04.06.2009) (grifo nosso). 
CUIDADO: Quando o assunto é o julgamento pela 
aplicação de pena para crimes e contravenções próprias do Código Penal 
pelo Poder Judiciário, não há manifestação do poder disciplinar. 
Nesse caso, o poder público está exercendo poder punitivo do Estado e 
não o poder disciplinar, objetivando a defesa da ordem pública. 
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Convém destacar que, diante do fato concreto, é possível a 
tipificação de uma mesma conduta como ilícito civil, administrativo e 
penal, admitindo-se a instauração dos três processos com competências 
diferentes, os quais se submetem à regra da independência das 
instâncias (possibilidade de decisões diferentes), salvo casos 
excepcionais. 
A principal possibilidade de comunicação/vinculação entre os 
processos decorre da absolvição penal com o reconhecimento de 
inexistência de fato e negativa de autoria. 
 
³������ ,,,� ± A independência entre as instâncias penal, civil e 
administrativa, consagrada na doutrina e na jurisprudência, permite à 
Administração impor punição disciplinar ao servidor faltoso à revelia de 
anterior julgamento no âmbito criminal, mesmo que a conduta imputada 
configure crime em tese. Somente em face da negativade autoria 
ou inexistência do fato, a senetença criminal produzirá efeitos na 
seara administrativa, sendo certo que a eventual extinção da 
punibilidade na esfera criminal ± in casu pela suspensão condicional do 
processo ± não obsta a aplicação da punição na esfera administrativa. 
Precedentes. IV ± A sanção administrativa é aplicada para salvaguardar 
os interesses exclusivamente funcionais da Administração Pública, 
enquanto a sanção criminal destina-se à proteção da coletividade. �����´�
(RMS 18.188/GO, STJ ± Quinta Turma, Rel. Min. Gilson Dipp, julg: 
02.05.2006, DJ: 29.05.2006). 
Importante ressaltar, ainda, que o Poder Disciplinar também está 
sujeito ao controle pelo Poder Judiciário, sempre que a conduta do 
administrador contrariar a regra legal. 
 
Embora o Judiciário não possa substituir-se à Administração na 
punição do servidor, pode determinar a esta, em homenagem ao princípio 
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da proporcionalidade, a aplicação de pena menos severa, compatível com 
a falta cometida e a previsão legal (RMS 24.901/DF, Rel. Min. Maurício 
Corrêa, DJ: 11.06.2004). 
A Lei 8.112/90 dispõe, em linhas gerais, como deve ser exercido 
esse poder disciplinar com relação ao servidor público. 
O regime disciplinar encontra previsão no título IV da Lei 8.112. Os 
seus capítulos dispõem: Capítulo I- Dos Deveres; II- Das Proibições; III- 
Da acumulação; IV- Das Responsabilidades; V- Das Penalidades. 
Veremos a seguir cada um desses capítulos. Além disso, veremos ainda 
o título V da referida lei, que trata do Processo Administrativo Disciplinar. 
 
 
1. (FCC ± 2014 ± TCE/PI ± Assessor Jurídico) O poder disciplinar 
atribuído à Administração pública, considerando o disposto na 
Lei nº 8.112/90, 
a) é incompatível com a discricionariedade, devendo ser aplicado 
nos estritos termos da lei. 
b) abrange discricionariedade onde não houver disposição expressa 
de lei, tal como considerar a natureza e a gravidade da infração 
na aplicação da pena. 
c) abrange discricionariedade para instaurar o procedimento 
disciplinar e punir o acusado, mas não para definição da pena 
cabível, que se submete à legalidade estrita. 
d) submete-se ao princípio da eficiência, o que concede 
discricionariedade para instauração do procedimento disciplinar, 
prescindindo de previsão legal. 
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e) constitui-se poder essencialmente vinculado, posto que em 
razão da possibilidade de imposição de punição, a lei não deixa 
qualquer margem de escolha ao administrador. 
 
Letra (A). A liberdade e o juízo de valor do Administrador estão 
presentes na escolha da infração funcional (levando em consideração a 
natureza e a gravidade da infração e os danos para o serviço público), na 
definição de seu conteúdo (em razão das expressões imprecisas contidas 
na lei), devendo respeitar sempre os princípios constitucionais. Logo, está 
INCORRETA. 
Letra (B). Está CORRETA, considerando o comentário ao item 
anterior. 
Letra (C). É justamente o contrário. A instauração do processo, 
sua construção e a aplicação da sanção correspondente estão 
determinadas na lei, não tendo o agente público liberdade sobre eles. Já 
a definição da pena cabível é discricionária. Logo, está ERRADA. 
Letra (D). A instauração do processo, sua construção e a aplicação 
da sanção correspondente estão determinadas na lei, não tendo o agente 
público liberdade sobre eles. Portanto, está INCORRETA. 
Letra (E). Está ERRADA, conforme comentário ao item A. 
Gabarito: B 
 
2.1 Dos Deveres 
 
Com relação aos deveres, vale a transcrição do art. 116 da Lei 
8.112/90: 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
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III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as 
protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que 
tiver ciência em razão do cargo; (Vide Lei nº 12.527, de 2011) 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
 
PRESTE BEM ATENÇAO PARA O DEVER INSERTO NO 
INCISO IV: CUMPRIR AS ORDENS SUPERIORES, EXCETO QUANDO 
MANIFESTAMENTE ILEGAIS. 
E se o servidor receber uma ordem ilegal o que ele deve 
fazer? 
O servidor não deverá cumpri-la e, além disso, neste momento 
também aparece o dever do servidor de representar contra o superior 
que lhe deu a ordem. 
A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela 
via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual 
é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. 
Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, 
penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, 
quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade 
competente para apuração de informação concernente à prática de 
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crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em 
decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública (art. 126-
A, acrescentado à Lei nº 8.112/90 pela Lei nº 12.527/11). Para vocês 
HQWHQGHUHP��R�REMHWLYR�GHVVH�GLVSRVLWLYR�p�HYLWDU�SRVVtYHO�³YLQJDQoD´�GD�
DXWRULGDGH�VXSHULRU�HP�UHODomR�D�VHUYLGRU�TXH�D�³GHGXURX´� 
Cada um dos deveres violados terá uma sanção disciplinar, 
observada a previsão legal e o devido processo administrativo. 
 
 
2. (IDECAN -2014- AGU - Agente Administrativo) Segundo a Lei 
nº 8.112/90, são deveres do servidor: 
I. cumprir as ordens superiores, ainda que manifestamente ilegais; 
II. atender com presteza ao público em geral, prestando as 
informações requeridas, ainda que protegidas por sigilo; 
III. levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo 
ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de 
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente 
para apuração. 
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s) 
 a) I. 
 b) II. 
 c) III. 
 d) I e II. 
 e) I e III. 
Com relação aos deveres, vale a transcrição do art. 116 da Lei 
8.112/90: 
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Art. 116. São deveres do servidor: 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as 
protegidas por sigilo; 
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que 
tiver ciência em razão do cargo; (Vide Lei nº 12.527, de 2011) 
 
*DEDULWR�/HWUD�³F´� 
 
3. (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário) Dentre 
outros, NÃO pode ser considerado dever do servidor público federal: 
a) atender com presteza à expedição de certidões requeridas para o 
esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
b) cumprir, de regra, as ordens superiores. 
c) representar contra omissão. 
d) zelar pela conservação do patrimônio público e particular. 
e) representar contra abuso de poder. 
 
Com relação aos deveres, vale a transcrição do art. 116 da Lei 
8.112/90: 
Art. 116. São deveres do servidor: 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
 
Para responder uma questão como essa é necessário que você saiba 
todos os dispositivos da lei. Por isso leia e releia a norma! 
Como você pode perceber, é dever do servidor o zelo pela economia 
material e a conservação do patrimônio público. Não há o dever de zelar 
pelo patrimônio particular. Dessa forma, o item que não é considerado 
GHYHU�GR�VHUYLGRU�S~EOLFR�p�D�OHWUD�³G´� 
 
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4. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário) 
Quando se determina ao servidor público que ele exerça com zelo e 
dedicação as atribuições de seu cargo e atenda com presteza o público, 
está-se diante de 
a) obrigação legal implícita, na medida em que são decorrentes da 
interpretação dos direitos e deveres dos servidores que constam na 
legislação vigente. 
b) deveres morais, que somente podem ser utilizados para punição 
disciplinar na hipótese de haver positivação da regra na unidade de 
classificação do servidor. 
c) recomendação disciplinar implícita, punível, na reiteração, com 
demissão. 
d) recomendação moral a todos os servidores públicos, não 
havendo possibilidade de punição disciplinar em decorrência do 
desatendimento, a não ser pela análise de desempenho. 
e) deveres legalmente expressos, de modo que o desatendimento 
possibilita a adoção de providências por parte da Administração pública. 
 
Para que o servidor exerça com zelo e dedicação as atribuições de 
seu cargo e atenda com presteza o público, é um dever expresso 
SUHYLVWR�QD�/HL������������$OWHUQDWLYD�³D´�HUUada. 
Os deveres previstos no art. 116, devem ser observados e todo 
tempo e não somente nos momentos de punição e são deveres e não 
UHFRPHQGDo}HV��$OWHUQDWLYDV�³E´��³F´�H�³G´�HUUDGDV� 
*DEDULWR��/HWUD�³H´� 
 
5. (FCC - 2007 - MPU - Analista) Quanto aos deveres do 
administrador público, é INCORRETO afirmar que o dever de 
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a) probidade está constitucionalmente integrado na conduta do 
administrador público como elemento necessário à legitimidade de seus 
atos. 
b) motivação dos atos administrativos não obriga o agente público 
a indicar as causas da prática de ato que afete o interesse individual do 
administrado. 
c) eficiência funcional abrange não só a produtividade do exercente 
do cargo ou da função como a perfeição do trabalho e sua adequação 
técnica aos fins visados pela administração. 
d) agir para o particular é uma faculdade, enquanto para o 
administrador é uma obrigação de atuar, desde que o exercite em 
benefício da comunidade. 
e) prestar contas alcança não só os administradores de entidades 
e órgãos públicos como também os particulares que recebam subvenções 
estatais para aplicação determinada ou os entes paraestatais. 
 
Letra (A). Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível (art. 37, 
§4º, CF). Portanto, resta claro que a Constituição Federal exige que a 
probidade integre a conduta do administrador público. Logo, está 
CORRETA. 
Letra (B). Os atos administrativos deverão ser motivados, com 
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando neguem, 
limitem ou afetem direitos ou interesses (art. 50, I, Lei nº 9.784/99). 
Portanto, deve-se sim indicar as causas da prática do ato. Logo, está 
INCORRETA. 
Letra (C). A eficiência possui 2 vertentes: a qualitativa e a 
quantitativa. Ou seja, analisa-se a produtividade e a adequação técnica 
dos atos praticados pelo administrador público. Logo, está CORRETA. 
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Letra (D). O administrado tem o direito de agir ou não agir. Já o 
administrador público tem o dever de agir em prol do interesse público. 
Ou seja, o particular pode fazer o que a lei não proíbe e o administrador 
deve fazer o que a lei determina. Logo, está CORRETA. 
Letra (E). Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública 
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre 
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou 
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária (art. 70, 
parágrafo único, CF). Logo, está CORRETA. 
Resposta: B 
 
2.2 Das Proibições 
 
Além dos deveres, a Lei n. 8.112/90 arrola várias proibições. Estas 
são específicas e a lei comina a sanção que deverá ser aplicada caso o 
agente incorra em cada uma delas. 
Vejamos a classificação das proibições com modelo semelhante ao 
proposto por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: 
1. Proibições que acarretam advertência (a numeração foi feita 
de acordo com a posição dos incisos): 
 Art. 117. Ao servidor é proibido: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização 
do chefe imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou 
execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, 
o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
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VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
2. Proibições que se infringidas têm por consequência a 
suspensão: 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, 
exceto em situações de emergência e transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; 
Lembre-se que, nos casos de reincidência em que o servidor já 
foi penalizado com a advertência, a suspenção poderá ser aplicada. Além 
disso, a suspensão é de aplicação residual, ou seja, se não houver 
previsão de outra penalidade, a suspensão deve ser aplicada. 
Cometer à pessoa estranha à repartição o 
desempenho de atribuições é caso de advertência enquanto 
cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo é caso 
de suspensão. Muito cuidado para não confundir!!! 
 
3. Poderá ocasionar a demissão 
 Art. 117. Ao servidor é proibido: 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, 
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de 
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
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XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
 
 Perceba que se trata de situações bem mais graves, em que se 
aplica a pena de demissão, extinguindo-se o vínculo entre o servidor e a 
Administração Pública. 
 Existem dois casos em que não se aplica a vedação 
do inciso X: 
1) Participação nos conselhos de administração e fiscal de 
empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, 
participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída 
para prestar serviços a seus membros; 
2) Gozo de licença para o trato de interesses particulares, 
observada a legislação sobre conflito de interesses. 
 
 
6. (FCC - 2013 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - 
Medicina) Representam condutas do servidor que correspondem, 
respectivamente, a um DEVER e a uma PROIBIÇÃO expressamente 
previstos na Lei no 8.112/90: 
 a) representar contra abuso de poder e participar de gerência de 
sociedade privada comercial. 
 b) trabalhar em horário estendido quando o interesse público assim 
o exigir e exercer mandato junto a repartições públicas. 
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 c) trabalhar em horário estendido quando o interesse público assim 
o exigir e manter seu cônjuge sob sua chefia imediata. 
 d) atender com presteza e prestar informações ao público em geral 
e manifestar opinião sobre questão política. 
 e) ausentar-se do serviço quando necessário e participar de 
gerência de sociedade privada comercial quando em licença para tratar 
de interesses particulares. 
 
Vamos conjugar 2 artigos para responder essa pergunta: 
³$UW����6 Lei 8.112/90. São deveres do servidor: 
 XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
 
 Art. 117. Ao servidor é proibido: 
 X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
TXDOLGDGH�GH�DFLRQLVWD��FRWLVWD�RX�FRPDQGLWiULR�´ 
Resposta: A 
 
7. (FCC ± 2014 ± TRF 4ª Região ± Técnico Judiciário ± Área 
Administrativa) O Tribunal Regional Federal da 4ª Região concedeu a 
Juliano, servidor público federal ocupante de cargo efetivo, licença para 
o trato de assuntos particulares pelo prazo de três anos, sem 
remuneração. No curso da aludida licença, especificamente durante o 
período de um ano, Juliano participou da gerência de sociedade privada. 
No desempenho das atividades de gerência, foi devidamente observada 
a legislação sobre conflito de interesses. Nos termos da Lei nº 
8.112/1990, a conduta de Juliano é 
a) admissível, apenas, no caso de participação no conselho de 
administração de empresa em que a União detenha, direta ou 
indiretamente, participação no capital social. 
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b) vedada, pois a gerência em questão deve ser exercida pelo prazo 
máximo de seis meses. 
c) admissível na situação narrada no enunciado. 
d) vedada, pois a lei expressamente proíbe, em qualquer hipótese, a 
gerência de sociedade privada por servidor público federal. 
e) vedada, sendo possível, apenas, na hipótese de licença por motivo 
de doença em pessoa da família. 
 
Para responder esta questão, atente-se para o que preceitua o art. 
117, inciso X e parágrafo único, da Lei nº 8.112/90. Ao servidor é proibido 
participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário. Essa vedação não se 
aplica nos seguintes casos: I - participação nos conselhos de 
administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, 
direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade 
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e II - gozo 
de licença para o trato de interesses particulares, observada a legislação 
sobre conflito de interesses. 
 Letra (A). Há outra exceção que é no caso de gozo de licença para 
assuntos particulares. Logo, está INCORRETA. 
 Letra (B). Não há essa previsão na lei. Portanto, está ERRADA. 
 Letra (C). Está CORRETA, nos termos do art. 117, parágrafo único, 
inciso II, da Lei nº 8.112/90. 
 Letra (D). Existem exceções a essa vedação, previstas no art. 117, 
parágrafo único, da Lei nº 8.112/90. Portanto está INCORRETA. 
 Letra (E). Há outra exceção que é no caso de participação nos 
conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a 
União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou 
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em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus 
membros (art. 117, parágrafo úncico, inciso I, da Lei nº 8.112/90). Logo, 
está ERRADA. 
 Gabarito: C 
 
2.2.1 Da acumulação 
 
A regra geralé a vedação à acumulação. Assim, somente nas 
hipóteses expressamente previstas no texto constitucional será ela lícita, 
mesmo assim, quando houver compatibilidade de horários. 
 
1) A compatibilidade de horários é requisito indispensável para 
o reconhecimento da licitude da acumulação de cargos públicos. É ilegal 
a acumulação dos cargos quando ambos estão submetidos ao regime de 
40 horas semanais e um deles exige dedicação exclusiva (MS 26085/DF, 
STF ± Tribunal Pleno, Rel.ª Min.ª Cármen Lúcia, julg: 07.04.2008, DJ: 
13.06.2008). 
Entendimento mais recente, mas do STJ: 
2) O art. 37, XVI, da CF, bem como o art. 118, §2º, da Lei nº 
8.112/90, somente condicionam a acumulação lícita de cargos à 
compatibilidade de horários, não havendo qualquer previsão que limite a 
carga horária máxima, diária ou semanal (AgRg no AREsp 291.919/RJ, 
STJ ± Primeira Turma, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julg: 
18.04.2013, DJe: 06.05.2013). 
 A vedação só existe quando ambos os cargos, empregos ou funções 
forem remunerados. As exceções somente admitem dois cargos, 
empregos ou funções, inexistindo qualquer hipótese de tríplice 
acumulação, a não ser que uma das funções não seja remunerada. 
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³,��2�DFyUGmR�UHFRUULGR�HQWHQGHX�TXH�R�VHUYLGRU�S~EOLFR�TXH�H[HUFH�
três cargos ou empregos públicos de médico ± um no INSS, outro na 
Secretaria Estadual de Saúde e Meio Ambiente e outro junto a hospital 
controlado pela União, incorre em acumulação ilegal de cargos. (...) (RMS 
23917/DF, STF ± Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julg: 
02.09.2008, DJe: 18.09.2008). 
 A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e 
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou 
indiretamente, pelo poder público. 
 Quando houver compatibilidade de horários, é possível 
acumular, quando o servidor está em atividade nos dois cargos e recebe 
remuneração em ambos ou quando o servidor está aposentado nos dois 
cargos e recebe proventos em ambos: 
1. Dois cargos de PROFESSOR; 
2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU 
CIENTÍFICO; 
Considera-se como cargo técnico ou científico aquele que requer 
conhecimento técnico específico na área de atuação do 
profissional, com habilitação legal específica de grau 
universitário ou profissionalizante de segundo grau (RMS 23131/BA, 
STJ ± Sexta Turma, Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, julg: 
18.11.2008, DJe: 09.12.2008). 
Para analisar a existência do caráter técnico de um cargo, exige-
se, ainda, a observância da lei infraconstitucional pertinente (RE 
379060 ED/DF, STF ± Segunda Turma, Rel. Min. Eros Grau, julg: 
04.11.2008, DJe: 27.11.2008). 
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3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE 
PROFISSIONAIS DE SAÚDE, com profissões regulamentadas. 
Lembre-se que, nesses casos, a soma das duas remunerações 
não pode ultrapassar o teto remuneratório previsto no art. 37, inciso IX, 
da CF. 
O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, 
exceto no caso de exercício interino em outro cargo de confiança, nem 
ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva. 
EXCEÇÃO: essa regra não se aplica à remuneração devida pela 
participação em conselhos de administração e fiscal das empresas 
públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e 
controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que 
a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital 
social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica. 
O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando 
investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de 
ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver 
compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada 
pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. 
 Importante notar a existência, no texto constitucional, 
de outras hipóteses em que é lícita a acumulação remunerada, a saber: 
1. Permissão de acumulação para os VEREADORES, desde que 
haja compatibilidade de horários e condicionada ao limite 
remuneratório do art. 37, XI, CF; 
Lembrando que, no caso de mandato eletivo federal, estadual 
ou distrital, não há acumulação de cargos nem direito de 
optar pela remuneração; já no caso de mandato de prefeito, 
embora também não possa acumular, pode optar pela 
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remuneração que quer receber (OBS: aplica-se a mesma 
regra do prefeito para quando o mandato for de vereador e 
inexistir compatibilidade de horários). 
2. Permissão para os JUÍZES exercerem o MAGISTÉRIO; 
3. Permissão para os MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
exercerem o MAGISTÉRIO. 
A proibição de acumular é a mais ampla possível, abrangendo, 
salvo as exceções constitucionalmente previstas, qualquer agente público 
remunerado em qualquer poder ou esfera da Federação. 
Quanto ao tratamento dado à percepção simultânea de 
remuneração e de proventos de aposentadoria, o art. 37, §10, da 
Constituição Federal, prevê que é vedada a percepção simultânea de 
proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função 
pública, RESSALVADOS (ou seja, nas hipótese a seguir será possível a 
acumulação de aposentadorias): 
1. os cargos acumuláveis na forma desta Constituição; 
2. os cargos eletivos; e 
3. os cargos em comissão declarados em lei de livre 
nomeação e exoneração. 
Como se vê, um juiz pode ter a aposentadoria de seu cargo de juiz 
e uma de magistério, pois são cargos acumuláveis na atividade. Além 
disso, entende-se que a soma dessas aposentadorias não pode ser 
superior ao TETO. 
ATENÇÃO!!! Não se enquadram na proibição de acumulação 
de proventos com remuneração os proventos recebidos em 
decorrência de aposentadoria obtida pelo regime geral de 
previdência (RGPS), de que trata o art. 201 da Constituição. 
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Assim, ressalvadas as exceções analisadas em que a acumulação é 
possível, todas as demais representam conduta ilegal e, tratando-se de 
servidor público federal, regido pela Lei nº 8.112/90, a conduta 
representa uma infração funcional grave, punível com demissão. 
 
Para os servidores titulares de cargo no âmbito federal, a Lei nº 
8.112/90 dispõe, em seu art. 132, que a acumulação ilegal de cargos é 
infração funcional punível com demissão. Detectada a qualquer tempo a 
acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade 
competente notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, 
para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados dadata da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento 
administrativo disciplinar sumário para a sua apuração e regularização 
imediata, conforme previsão do art. 133, da mesma lei. A jurisprudência 
do STF tem reconhecido a presunção de má-fé do servidor que, embora 
notificado, não faz a opção que lhe compete, cabendo, conforme o caso, 
a pena de demissão (RMS 23917/DF, STF ± Primeira Turma, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julg: 02.09.2008, DJe: 18.09.2008). 
Antes de encerrar, vale a pena ler os dispositivos da Lei n. 8.112/90 
relacionados à acumulação. PRESTE ATENÇÃO! 
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a 
acumulação remunerada de cargos públicos. 
§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia 
mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos 
Municípios. 
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à 
comprovação da compatibilidade de horários. 
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de 
cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo 
quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis 
na atividade. 
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, 
exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado 
pela participação em órgão de deliberação coletiva. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração 
devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das 
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empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e 
controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o 
que, a respeito, dispuser legislação específica. 
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular 
licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento 
em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese 
em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um 
deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades 
envolvidos. 
 
 
8. (FUNCAB - 2013 - ANS - Atividade Téc. de Suporte - Direito) 
Quanto ao regime jurídico dos servidores públicos, aponte a alternativa 
correta. 
 a) Os servidores contratados por tempo determinado para atender 
a necessidade temporária de excepcional interesse público passam a 
integrar o regime estatutário. 
 b) O servidor público investido no mandato de vereador, será 
afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela 
sua remuneração. 
 c) Aproibição de acumulação remunerada de cargos públicos 
estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público. 
 d) Os servidores públicos adquirem estabilidade após o efetivo 
exercício por 2 (dois) anos no cargo de provimento efetivo. 
 e) O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de 
sentença judicial transitada emjulgado; em virtude de sindicância em que 
lhe seja assegurada ampla defesa; ou mediante procedimento de 
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 
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O art. 37 inc. XVII da CF, dispõe que: "A proibição de acumular 
estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público". 
Gabarito - Letra C. 
 
 
9. (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário) A 
acumulação remunerada de cargos públicos é vedada, EXCETO quando 
se tratar, dentre outras hipóteses, a de 
a) dois cargos de profissionais de saúde com empregos privados no 
setor de saúde, independente do limite remuneratório e da 
compatibilidade de horários estabelecidos na Constituição Federal. 
b) dois cargos de provimento em comissão, independentemente da 
compatibilidade de horários, mas desde que observado o limite 
remuneratório estabelecido na Constituição Federal. 
c) dois cargos de professor e houver compatibilidade de horários, 
observado o limite remuneratório estabelecido na Constituição Federal. 
d) dois cargos providos em decorrência de reversão, não sendo 
extensível aos empregos nas empresas públicas e sociedades de 
economia mista. 
e) cargos de natureza técnica ou científica originários de 
transformação, exceção essa não aplicável às autarquias e fundações 
públicas. 
 
Lembre-se que a regra geral é a vedação à acumulação. Assim, 
somente nas hipóteses expressamente previstas no texto constitucional 
será ela lícita, mesmo assim, quando houver compatibilidade de horários 
e de só dois cargos, nunca três ou mais. 
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Quando houver compatibilidade de horários, é possível 
acumular: 
1. Dois cargos de PROFESSOR; 
2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU 
CIENTÍFICO; 
3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE 
PROFISSIONAIS DE SAÚDE, com profissões regulamentadas. 
'HVVD�IRUPD�SRGHPRV�FRQFOXLU�TXH�R�JDEDULWR�p�D�OHWUD�³F´� 
 
10. (FCC - 2013 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário - 
Área Administrativa) A acumulação da percepção de vencimentos de 
cargo público efetivo com proventos de inatividade, nos termos da Lei no 
8.112/90, é 
a) vedada, tendo em vista que a acumulação de cargos, para ser 
lícita, pressupõe atividade em ambos os casos, tornando-se inadmissível 
por ocasião da aposentadoria do servidor. 
b) permitida somente se o cargo do qual se aposentou o servidor e 
fundamenta a inatividade não tivesse a mesma natureza do cargo efetivo 
ainda ocupado pelo servidor. 
c) permitida, ainda que os cargos não fossem cumuláveis na ativa, 
tendo em vista que deixa de haver incompatibilidade de horários e das 
atividades exercidas. 
d) vedada, tendo em vista que só poderiam ser cumuláveis 
vencimentos de cargos em comissão, situação que perdura na inatividade 
de um dos cargos. 
e) permitida, desde que se esteja diante de hipótese de 
remunerações que também fossem cumuláveis durante o período de 
atividade. 
 
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Quanto ao tratamento dado à percepção simultânea de 
remuneração e de proventos de aposentadoria, o art. 37, §10, da 
Constituição Federal, prevê que é vedada a percepção simultânea de 
proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função 
pública, RESSALVADOS(ou seja, nas hipótese a seguir será possível a 
acumulação de aposentadorias): 
1. os cargos acumuláveis na forma desta Constituição; 
2. os cargos eletivos; e 
3. os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação 
e exoneração. 
Portanto, é permitida, desde que se esteja diante de hipótese de 
remunerações que também fossem cumuláveis durante o período de 
atividade. 
*DEDULWR��/HWUD�³H´� 
 
11. (FCC ± 2012 ± TST ± Analista Judiciário ± Área Judiciária) Em 
matéria de acumulação, nos termos da Lei no 8.112/90, considere: 
I. A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções 
em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de 
economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios 
e dos Municípios. 
II. A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à 
comprovação da compatibilidade de horários. 
III. O servidor vinculado ao regime da Lei no 8.112/90, que acumular 
licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de 
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, 
salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com 
o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos 
ou entidades envolvidos. 
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Está correto o que se afirma em 
a) II, apenas. 
b) I e II, apenas. 
c) II e III, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
Item I. Está de acordo com o art. 118, §1º, da Lei nº 8.112/90. 
Logo, está CORRETO. 
Item II. Está de acordo com o art. 118, §2º, da Lei nº 8.112/90. 
Logo, está CORRETO. 
Item III. Está de acordo com o art. 120 da Lei nº 8.112/90. Logo, 
está CORRETO. 
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a 
acumulação remunerada de cargos públicos. 
§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia 
mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos 
Municípios. 
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à 
comprovação da compatibilidade de horários. 
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de 
cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo 
quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis 
na atividade. 
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular 
licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento 
em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese 
em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um 
deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades 
envolvidos. 
 
Assim, os itens I, II e III estão corretos (letra E). 
Gabarito: E 
 
2.3 Das Penalidades 
 
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O servidor estará sujeito às penalidades sempre que descumprir 
suas obrigações e faltar com seus deveres, devendo ser observado o 
devido processo legal. 
Por devido processo legal se entende tanto a necessidade de se 
observar o procedimento previsto em lei para se aplicar a penalidade (não 
pode o superior hierárquico criar um procedimento para punir um 
subordinado, ele deve seguir o rito que a lei prevê) como a necessidade 
de aplicar, tão somente, as infrações previstas na lei de acordo com a 
conduta praticada pelo servidor (devido processo legal substancial). 
Esses postulados decorrem dos seguintes dispositivos do art. 5º da 
Constituição de 1988: 
Art. 5º 
(...) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes;. 
 
O artigo 127 da Lei n. 8.112/90 prevê as penalidades disciplinares: 
Art. 127. São penalidades disciplinares: 
I - advertência; 
II - suspensão; 
III - demissão; 
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
V - destituição de cargo em comissão; 
VI - destituição de função comissionada. 
 
Perceba que o rol traz 6 penas, da mais branda (advertência) até a 
mais grave (demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade). 
A demissão e a cassação de aposentadoria e da disponibilidade são 
equivalentes, pois não faz sentido aplicar a demissão a um servidor que 
já se aposentou. Nesse caso, o que faz sentido é destituir a aposentadoria 
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desse servidor, pois ele já não está trabalhando e vai passar a não 
perceber nenhum valor, interrompendo seu vínculo com o serviço público. 
Veja que a remoção de ofício não é uma sanção disciplinar e não 
pode ser utilizada para esse fim, sob pena de se caracterizar num desvio 
de finalidade. Nesse passo, vale destacar que o administrador não poderá 
inovar nas sanções a serem aplicadas no servidor (não pode criar uma 
nova sanção), tal dispositivo é numerus clausus. 
Você deve ter observado que há uma discricionariedade no grau de 
aplicação da pena, por isso sempre será analisado a natureza e a 
gravidade da infração cometida, bem como o princípio da 
proporcionalidade. 
ATENÇÃO: Também se verifica, ao aplicar a penalidade, o tamanho 
do dano para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou 
atenuantes e os antecedentes funcionais. 
 Veja o seguinte dispositivo da Lei nº 8.112/90: 
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a 
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço 
público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes 
funcionais. 
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o 
fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. 
 
Vamos a cada uma das penalidades? 
 
a) ADVERTÊNCIA: será aplicada nos casos que já citamos, em 
situações em que a repreensão ao servidor deve ser branda, pois o fato 
praticado não é grave. Destacamos ainda que a advertência será por 
escrito e ficará no banco de dados do servidor até ser cancelada após 3 
anos de efetivo exercício, desde que não praticada nova infração 
disciplinar. O cancelamento, contudo, não tem efeitos retroativos. 
Confira o art. 129 da Lei 8.112/90: 
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 Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação 
de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância 
de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que 
não justifique imposição de penalidade mais grave. 
 
Lembre-se das hipóteses de proibições que ensejam a advertência: 
 Art. 117. Ao servidor é proibido: 
I - ausentar-se do serviçodurante o expediente, sem prévia autorização 
do chefe imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou 
execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, 
o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
b) SUSPENSÃO: será cabível nos casos de reincidência em que 
a advertência foi aplicada, além das situações já tratadas, não puníveis 
com demissão. O servidor poderá ser suspenso por no máximo 90 dias. 
Lembre-se das hipóteses que ensejam a suspensão: 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, 
exceto em situações de emergência e transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; 
 
A lei nos traz um caso específico de suspensão. Vamos conferir? 
Art. 130 § 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o 
servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção 
médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da 
penalidade uma vez cumprida a determinação. 
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 Quando for conveniente ao serviço público, a 
penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 
50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, 
ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço (art. 130, §2º). 
Essa hipótese é menos prejudicial ao servidor, uma vez que no 
período da suspensão ele fica sem receber os seus vencimentos. 
CUIDADO! Dentre as penalidades expostas no art. 127 da Lei 
���������QmR�H[LVWH�D�³SHQD�GH�PXOWD´��D�PXOWD�VHUi�DSOLFDGD�VRPHQWH�
no caso de conversão da suspensão. 
O cancelamento do registro da suspensão só se dará após 5 anos de 
efetivo exercício, desde que não praticada nova infração disciplinar. O 
cancelamento, contudo, não tem efeitos retroativos. 
Mais uma vez, isso deve ficar claro: o servidor não receberá 
remuneração no período da suspensão tampouco o tempo de suspensão 
será computado como tempo de serviço. 
 
c) DEMISSÃO: Neste caso não há cancelamento do registro da 
pena, o servidor perde o seu vinculo com a Administração e deixa de 
prestar o serviço público. Vimos acima proibições que ensejam a 
demissão, se descumpridas. 
Para que você não esqueça, vamos relembrar as hipóteses: 
 Art. 117. Ao servidor é proibido: 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, 
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de 
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições; 
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XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
 
Contudo, você deve estar atento ao art. 132 da Lei 8.112/90, que 
prevê diversas outras situações em que será aplicada a pena de 
demissão. Confira: 
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: 
I - crime contra a administração pública; 
II - abandono de cargo; 
III - inassiduidade habitual; 
IV - improbidade administrativa; 
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
VI - insubordinação grave em serviço; 
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em 
legítima defesa própria ou de outrem; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
XI - corrupção; 
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. 
 
Veja que os fatos que ensejam a demissão são fatos graves (aplicar 
irregularmente dinheiro público, corrupção, incontinência pública, 
improbidade administrativa, praticar crime contra a administração, bater 
em um colega de trabalho, revelar segredo do cargo etc.). 
 
O que é considerado abandono de cargo, uma das situações que 
geram a aplicação de pena de demissão??? A ausência intencional do 
servidor ao serviço por mais de 30 dias consecutivos (art. 138). 
E a inassiduidade habitual, que também gera demissão??? 
Consiste na falta ao serviço, sem causa justificada, por período igual ou 
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superior a 60 dias interpoladamente, durante o período de 12 meses (art. 
139). 
 
Dessa forma, a demissão está vinculada a uma das situações 
específicas. Isso quer dizer que a pena de demissão é um ato vinculado, 
ou seja, ocorrida uma das hipóteses descritas no quadro, o julgador deve 
aplicar a sanção de demissão ± ele não tem escolha! 
Nesse sentido, vale a transcrição do entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça sobre o tema: 
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS CAPAZES DE 
MACULAR A LEGALIDADE DO PROCEDIMENTO. INADEQUAÇÃO DA VIA 
MANDAMENTAL PARA AFERIR A LEGALIDADE DOS ATOS ATRIBUÍDOS À 
CONDUTA DO IMPETRANTE. SEGURANÇA DENEGADA. 
(...) 
9. Compreendida a conduta do impetrante nas disposições dos arts. 
117, IX, e 132, IV e XIII, da Lei n. 8.112/90, inexiste para o 
administrador discricionariedade a autorizar a aplicação de pena diversa 
da demissão. 
10. Segurança denegada, com a revogação da liminar anteriormente 
concedida. Pedido de reconsideração da União prejudicado. 
(MS 12.642/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 25/02/2015, DJe 05/03/2015) 
 
d) Cassação de aposentadoria ou indisponibilidade: Será 
aplicada no caso do inativo que houver cometido, na atividade, falta 
punível com a demissão. 
 
e) Destituição de cargo em comissão: será aplicada ao não 
ocupante de cargo efetivo nos casos de infração sujeita às penalidades 
de suspensão e de demissão (Art. 135 da Lei 8.112/90). 
Se o servidor tiver sido exonerado do cargo em comissão a pedido 
ou a critérioda autoridade competente, na forma do art. 35 da Lei nº 
8.112/90, e constatar-se a ocorrência de infração sujeita às penalidades 
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de suspensão ou demissão, será convertida em destituição de cargo em 
comissão. 
 Por fim, com relação às penalidades, você deve atentar-se para o 
disposto nos arts. 136 e 137 da Lei nº 8.112/90, que revela hipóteses 
em que (I) a pena de demissão ensejará a indisponibilidade de bens e o 
ressarcimento ao erário, (II) o servidor demitido vai estar incompatível 
para outro cargo público federal por 5 anos e (III) o servidor nunca 
poderá retornar ao serviço público federal. 
(I) a pena de demissão ensejará a indisponibilidade de bens e 
o ressarcimento ao erário: 
x improbidade administrativa; 
x aplicação irregular de dinheiros públicos; 
x lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
x corrupção; 
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos 
incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens 
e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. 
São as seguintes hipóteses: 
IV - improbidade administrativa; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
XI - corrupção; 
 
(II) o servidor demitido vai estar incompatível para outro cargo 
público federal por 5 anos: 
x valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
x atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro; 
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Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência 
do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova 
investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. 
São as seguintes hipóteses: 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, 
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de 
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
 
(III) o servidor nunca poderá retornar ao serviço público federal: 
x crime contra a administração pública; 
x improbidade administrativa; 
x aplicação irregular de dinheiros públicos; 
x lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
x corrupção; 
Art. 137. Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público 
federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por 
infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. 
São as seguintes hipóteses: 
I - crime contra a administração pública; 
IV - improbidade administrativa; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
XI - corrupção; 
 
Não podemos encerrar este tópico sem mencionar que não é uma 
penalidade, mas encontra previsão da Lei nº 8.112/90 o 
afastamento preliminar. 
Esse afastamento é uma medida cautelar adotada pela 
Administração que afasta o servidor de suas funções, pelo prazo de até 
60 dias (pode ser prorrogado por uma só vez), para que ele não 
influa na apuração da irregularidade cometida por ele. 
ATENÇÃO: Nesse período, o servidor continua recebendo! 
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Outra coisa bastante importante refere-se à competência para 
aplicação das penalidades, aplicando-se o disposto no art. 141 da Lei 
nº 8.112/90: 
 Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: 
 I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder 
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, 
quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade 
de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; 
 II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente 
inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de 
suspensão superior a 30 (trinta) dias; 
 III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos 
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de 
suspensão de até 30 (trinta) dias; 
 IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de 
destituição de cargo em comissão. 
 
Ah, já ía me esquecendo da prescrição. Afinal, quando uma infração 
administrativo-disciplinar prescreve? Até quando os servidores ficarão 
sujeitos a uma punição se a Administração se mantiver inerte e não 
instaurar qualquer procedimento? 
Esses questionamentos são respondidos pelo seguinte dispositivo da 
Lei nº 8.112/90: 
 
 Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: 
 I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em 
comissão; 
 II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; 
 III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. 
 
Assim como há uma autoridade julgadora para cada pena prevista, 
há um prazo prescricional para cada sanção, de forma que, quanto mais 
grave a penalidade, maior é o prazo prescricional. Como se viu, para a 
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de 
cargo em comissão, a Administração deve promover a abertura de 
processo disciplinar em 5 anos. 
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Para as infrações sujeitas à suspensão, a prescrição é de 2 anos. 
Para as sujeitas à advertência, a Administração deve promover a 
abertura de processo disciplinar no exíguo prazo de 180 dias. 
Para as infrações disciplinares que também são previstas como 
crime, o prazo prescricional será o da lei penal. 
E qual o termo inicial para a contagem desses prazos, professor? A 
partir de quando começam a contar os 5, 2 anos ou 180 dias? 
O termo inicial é a data em que o fato tornou-se conhecido pela 
Administração. Não é da data em que a corregedoria tomou 
conhecimento, mas qualquer autoridade administrativa. 
Outro ponto que você deve saber sobre a prescrição é de que, na 
hipótese em que um ilícito administrativo seja também um crime (ex: 
corrupção), a prescrição administrativa segue o prazo da prescrição 
criminal (que costuma ser maior). Contudo, MUITA ATENÇÃO, isso só 
ocorre se já aberto o processo criminal de apuração da conduta do 
servidor. 
Leia com atenção os seguintes trechos de julgados do Superior 
Tribunal de Justiça: 
MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. 
TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL. CONHECIMENTO DOS FATOS 
PELAADMINISTRAÇÃO, MAS NÃO PELA AUTORIDADE COMPETENTE PARA 
APURAR A INFRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRAZO 
PRESCRICIONAL PREVISTO NO CPB, POR INEXISTÊNCIA DE AÇÃO PENAL E 
CONDENAÇÃO EM DESFAVOR DO IMPETRANTE. APLICAÇÃO DO PRAZO 
QUINQUENAL PREVISTO NA LEGISLAÇÃO ADMINISTRATIVA (ART. 142 DA LEI 
8.112/90). INSTAURAÇÃO DE PAD. INTERRUPÇÃO DO PRAZO 
PRESCRICIONAL. REINÍCIO APÓS 140 DIAS. 
TRANSCURSO DE MAIS DE 5 ANOS. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. 
ORDEM CONCEDIDA, EM CONSONÂNCIA COM O PARECER MINISTERIAL. 
(...) 
3. A Terceira Seção desta Corte pacificou o entendimento de que o termo 
inicial do prazo prescricional da Ação Disciplinar é a data em que o fato se 
tornou conhecido da Administração, mas não necessariamente por aquela 
autoridade específica competente para a instauração do Processo 
Administrativo Disciplinar (art. 142, § 1o. da Lei 8.112/90). Precedentes. 
4. Qualquer autoridade administrativa que tiver ciência da ocorrência de 
infração no Serviço Público tem o dever de proceder à apuração do ilícito ou 
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comunicar imediatamente à autoridade competente para promovê-la, sob 
pena de incidir no delito de condescendência criminosa (art. 143 da Lei 
8.112/90); considera-se autoridade, para os efeitos dessa orientação, 
somente quem estiver investido de poder decisório na estrutura 
administrativa, ou seja, o integrante da hierarquia superior da Administração 
Pública. Ressalva do ponto de vista do relator quanto à essa exigência. 
5. Ainda que a falta administrativa configure ilícito penal, na ausência de 
denúncia em relação ao impetrante, aplica-se o prazo prescricional previsto 
na lei para o exercício da competência punitiva administrativa; a mera 
presença de indícios de crime, sem a devida apuração em Ação Criminal, 
afasta a aplicação da norma penal para o cômputo da prescrição (RMS 
20.337/PR, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJU 07.12.2009), o mesmo ocorrendo 
em caso de o Servidor ser absolvido na eventual Ação Penal (MS 12.090/DF, 
Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJU 21.05.2007); não seria razoável 
aplicar-se à prescrição da punibilidade administrativa o prazo prescricional da 
sanção penal, quando sequer se deflagrou a iniciativa criminal. 
(...) 
7. A prescrição tem o condão de eliminar qualquer possibilidade de punição 
do Servidor pelos fatos apurados, inclusive as anotações funcionais em seus 
assentamentos, já que, extinta a punibilidade, não há como subsistir os seus 
efeitos reflexos. 
8. Ordem concedida, em conformidade com o parecer ministerial. 
(MS 14.159/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 24/08/2011, DJe 10/02/2012) 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. 
INQUÉRITO CIVIL INSTAURADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA 
INVESTIGAR A PRÁTICA DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
POLICIAL CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO 
DO PRAZO PRESCRICIONAL PREVISTO NO CPB, POR INEXISTÊNCIA DE AÇÃO 
PENAL E CONDENAÇÃO EM DESFAVOR DO IMPETRANTE. APLICAÇÃO DO 
PRAZO QUINQUENAL PREVISTO NO ART. 23, II DA LEI 8.429/92. 
OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. AGRAVO 
REGIMENTAL DO MPF DESPROVIDO. 
1. O poder-dever de a Administração punir falta cometida por seus 
funcionários não é absoluto, encontrando limite temporal no princípio da 
segurança jurídica, de hierarquia constitucional, pela evidente razão de que 
os administrados não podem ficar indefinidamente sujeitos à instabilidade do 
Poder Disciplinar do Estado. 
(...) 
5. Segundo entendimento pacífico desta Corte, a eventual presença de 
indícios de crime, sem a devida apuração em Ação Criminal, afasta a aplicação 
da norma penal para o cômputo da prescrição. Isso porque não seria razoável 
aplicar-se à prescrição da punibilidade administrativa o prazo prescricional da 
sanção penal, se sequer se deflagrou a iniciativa criminal, sendo incerto, 
portanto, o tipo em que o Servidor seria incurso, bem como a pena que lhe 
seria imposta, o que inviabiliza a apuração da respectiva prescrição. 
6. Agravo Regimental do Ministério Público Federal desprovido. 
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(AgRg no REsp 1196629/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/05/2013, DJe 22/05/2013) 
 
A prescrição da ação disciplinar acarreta a extinção da punibilidade, 
restando à Administração Pública apenas o registro do fato nos 
apontamentos do servidor. 
 Interrompe a prescrição a abertura de sindicância 
ou a instauração de processo disciplinar, até a decisão final proferida por 
autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo 
começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção, do zero. 
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: 
(...) 
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar 
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade 
competente. 
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir 
do dia em que cessar a interrupção. 
 
 ³���������e�FDEtYHO�D�LQWHUUXSomR�GD�SUHVFULomR��HP�
face da instauração de sindicância, somente quando este procedimento 
sumário tiver caráter punitivo e não meramente investigatório ou 
preparatório de um processo disciplinar, pois, neste caso, dar-se-á a 
interrupção somente com a instauração do processo administrativo 
disciplinar, apto a culminar na aplicação de uma penalidade ao servidor. 
2. A Terceira Seção desta Corte tem entendimento no sentido de que o 
anterior processo administrativo disciplinar declarado nulo, por importar 
em sua exclusão do mundo jurídico e consequente perda de eficácia de 
todos os seus atos, não tem o condão de interromper o prazo 
prescricional da pretensão punitiva estatal, que deverá ter como termo 
LQLFLDO��SRUWDQWR��D�GDWD�TXH�D�$GPLQLVWUDomR�WRPRX�FLrQFLD�GRV�IDWRV������´�
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(MS 13.703/DF, STJ, Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, julg: 
24.03.2010, DJe: 07.04.2010). 
No Direito Administrativo, a prescrição é 
matéria de ordem pública, portanto deve ser declarada pela 
Administração de ofício, independentemente de provocação da parte 
interessada, não podendo ser relevada pela administração. O momento 
adequando é o julgamento. 
 
 
12. (IDECAN- 2014- Colégio Pedro II-Auxiliar em Administração) 
A demissão do servidor é um instituto que enseja a extinção de vínculo 
entre este e a Administração Pública. A Lei nº 8.112/90 prevê situações 
em que pode ocorrer a referida demissão. Assinale a alternativa que NÃO 
está prevista em lei. 
 a) Corrupção. 
 b) Improbidade administrativa. 
 c) Crime contra a Administração Pública. 
 d) Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo. 
 e) Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos 
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado. 
 
2�~QLFR�FDVR�TXH�QmR�HVWi�SUHYLVWR�HP�OHL�p�R�GD�DOWHUQDWLYD�³H´� 
 
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