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Automação 1 Automação 2 ÍNDICE - AUTOMAÇÃO – versão 1.1 – 2007/2 ÍNDICE .........................................................................................................................................................2 1 A AUTOMAÇÃO EM NOSSAS VIDAS..........................................................................................6 1.1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................7 1.2 A AUTOMAÇÃO NO MEIO PRODUTIVO ...............................................................................................7 1.3 AUTOMAÇÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS ..........................................................................................8 1.3.1 Um aquário e a temperatura de sua água..............................................................................8 1.3.2 Uma tanque de combustível e seu nível .................................................................................9 1.4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL .......................................................................11 1.4.1 Automação (Automatização)................................................................................................11 1.4.2 Mecanização X Automação..................................................................................................11 1.4.3 Máquina Automática............................................................................................................11 1.4.4 Processo ...............................................................................................................................12 1.4.5 Variável de Processo ...........................................................................................................12 1.4.6 Considerações Finais...........................................................................................................12 2 CONCEITOS BÁSICOS .................................................................................................................13 2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................14 2.2 POR QUE CONTROLE AUTOMÁTICO? ..............................................................................................14 2.3 CONCEITOS.....................................................................................................................................15 2.3.1 Controle realimentado (feedback) .......................................................................................15 2.3.2 Controle Feedforward..........................................................................................................16 2.3.3 Representação Matemática..................................................................................................16 2.3.4 Dinâmica dos processos.......................................................................................................17 2.4 TIPOS DE PROCESSOS......................................................................................................................17 2.5 ESTRUTURA DE SISTEMAS DE CONTROLE DE PROCESSO ..................................................................20 2.5.1 Sensores ...............................................................................................................................20 2.5.2 Interface Homem-Máquina ..................................................................................................21 2.5.3 Condicionamento de sinal....................................................................................................21 2.5.4 Atuadores .............................................................................................................................21 2.5.5 Controlador..........................................................................................................................21 2.6 CONTROLADORES...........................................................................................................................21 2.7 CIM – COMPUTER-INTEGRATED MANUFACTURING .......................................................................22 2.8 COMUNICAÇÃO DE DADOS..............................................................................................................24 2.9 CNC – COMPUTER NUMERICAL CONTROL.....................................................................................24 2.10 ROBÔS .......................................................................................................................................26 3 INTRODUÇÃO AOS CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS............................27 3.1 DEFINIÇÃO .....................................................................................................................................28 3.2 HISTÓRICO .....................................................................................................................................28 3.2.1 O primeiro controlador programável ..................................................................................29 3.2.2 O projeto conceitual do CLP ...............................................................................................29 3.2.3 Os controladores de hoje .....................................................................................................29 3.3 PRINCÍPIO DE OPERAÇÃO ...............................................................................................................30 3.4 CLPS VERSUS OUTROS TIPOS DE CONTROLES .................................................................................31 3.4.1 CLPs versus controle a relé .................................................................................................31 3.4.2 CLPs versus Computadores Pessoais ..................................................................................32 3.5 FAIXA DE APLICAÇÃO DOS CLPS....................................................................................................33 3.6 DIAGRAMA DE RELÉS .....................................................................................................................34 3.7 VANTAGENS DOS CLPS ..................................................................................................................34 4 CONCEITOS LÓGICOS E SISTEMAS NUMÉRICOS..............................................................36 4.1 CONCEITO BINÁRIO ........................................................................................................................37 4.2 FUNÇÕES LÓGICAS .........................................................................................................................37 4.2.1 Função AND ........................................................................................................................37 4.2.2 Função OR...........................................................................................................................38 4.2.3 Função NOT.........................................................................................................................38 4.3 ÁLGEBRA DE BOOLE ......................................................................................................................39 4.4 SISTEMAS NUMÉRICOS....................................................................................................................40 Automação 3 4.4.1 Sistema binário ....................................................................................................................40 4.4.2 Sistema hexadecimal ............................................................................................................40 4.5 CÓDIGOS ........................................................................................................................................414.5.1 ASCII....................................................................................................................................41 4.5.2 BCD .....................................................................................................................................41 4.5.3 GRAY....................................................................................................................................42 5 PROCESSADORES, FONTES E DISPOSITIVOS DE PROGRAMAÇÃO ..............................44 5.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................45 5.2 COMPONENTES DE UM CLP............................................................................................................46 5.3 PROCESSADORES ............................................................................................................................47 5.4 VARREDURA DO PROCESSADOR......................................................................................................47 5.5 DIAGNÓSTICO E VERIFICAÇÃO DE ERRO ........................................................................................49 5.5.1 Verificação de erro ..............................................................................................................49 5.5.2 Diagnóstico da UCP ............................................................................................................50 5.6 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO ...........................................................................................................50 5.6.1 Tensão de Entrada ...............................................................................................................50 5.7 DISPOSITIVOS DE PROGRAMAÇÃO ..................................................................................................51 5.7.1 Miniprogramadores .............................................................................................................51 5.7.2 Computadores pessoais........................................................................................................51 5.8 O PROGRAMA APLICATIVO ............................................................................................................52 6 MEMÓRIA E INTERAÇÃO COM I/O.........................................................................................55 6.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................56 6.2 TIPOS DE MEMÓRIAS ......................................................................................................................56 6.2.1 ROM.....................................................................................................................................56 6.2.2 RAM .....................................................................................................................................57 6.2.3 PROM ..................................................................................................................................57 6.2.4 EPROM................................................................................................................................57 6.2.5 EEPROM..............................................................................................................................57 6.3 ESTRUTURA DE MEMÓRIA E CAPACIDADE .....................................................................................57 6.4 ORGANIZAÇÃO DE MEMÓRIA E I/OS...............................................................................................57 6.4.1 Memória de Aplicação .........................................................................................................58 6.5 INTERAÇÃO ENTRE MEMÓRIA E I/OS ..............................................................................................60 7 LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO.........................................................................................63 7.1 INTRODUÇÃO ÀS LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO .........................................................................64 7.2 TIPOS DE LINGUAGENS ...................................................................................................................64 7.2.1 Linguagem Ladder ...............................................................................................................64 7.2.2 Linguagem Booleana ...........................................................................................................65 7.2.3 Linguagem Grafcet ..............................................................................................................66 7.3 INTRODUÇÃO AO IEC 1131 ............................................................................................................66 7.3.1 Linguagens e Instruções.......................................................................................................67 7.3.2 Declarando variáveis ...........................................................................................................68 7.4 IEC 1131-3 – LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO .............................................................................68 7.4.1 Diagramas Ladder (LD) ......................................................................................................68 7.4.2 Diagrama de bloco de função (FBD)...................................................................................69 7.4.3 Lista de instruções (IL) ........................................................................................................69 7.4.4 Texto Estruturado (ST).........................................................................................................70 8 DISPOSITIVOS DE ATUAÇÃO, SENSORES E TRANSDUTORES........................................71 8.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................72 8.2 CHAVES..........................................................................................................................................73 8.2.1 Relés.....................................................................................................................................73 8.2.2 Contatores............................................................................................................................74 8.2.3 Starters .................................................................................................................................74 8.2.4 Chaves Manuais...................................................................................................................75 8.2.5 Chaves Mecânicas................................................................................................................76 8.2.6 Chaves magnéticas...............................................................................................................78 8.3 TRANSDUTORES E SENSORES..........................................................................................................78 Automação 4 8.3.1 Sensores de proximidade......................................................................................................79 8.3.2 Sensor de Pressão ou Deformação ......................................................................................82 8.3.3 Sensor de Luminosidade ......................................................................................................85 8.3.4 Sensores de posição .............................................................................................................85 8.3.5 Sensores Ópticos ..................................................................................................................88 8.3.6Sensores de Temperatura.....................................................................................................91 8.3.7 Sensores de Nível .................................................................................................................94 8.3.8 Sensores de Vazão................................................................................................................95 8.4 ATUADORES ...................................................................................................................................97 8.4.1 Atuadores Elétricos Lineares ...............................................................................................97 8.4.2 Motores ................................................................................................................................98 8.4.3 Sistemas Hidráulicos e Eletrohidráulicos..........................................................................103 8.4.4 Atuadores Pneumáticos......................................................................................................105 9 SISTEMAS DE I/OS DISCRETOS ..............................................................................................107 9.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................108 9.2 RACK DE I/OS...............................................................................................................................108 9.3 SISTEMAS REMOTOS.....................................................................................................................111 9.4 TIPOS DE ENTRADAS DISCRETAS ..................................................................................................112 9.4.1 Entradas CA/CC ................................................................................................................112 9.4.2 Entradas CC.......................................................................................................................113 9.4.3 Entradas AC/DC isoladas ..................................................................................................114 9.4.4 Entradas TTL .....................................................................................................................115 9.5 TIPOS DE SAÍDAS DISCRETAS .......................................................................................................115 9.5.1 Saídas DC/AC ....................................................................................................................115 9.5.2 Saídas DC e AC isoladas ...................................................................................................117 9.5.3 Saídas PNP e NPN.............................................................................................................117 9.5.4 Saídas TTL .........................................................................................................................117 9.5.5 Saída a Relé .......................................................................................................................118 10 SISTEMAS DE I/OS ANALÓGICOS ..........................................................................................119 10.1 INTRODUÇÃO À ENTRADAS ANALÓGICAS.................................................................................120 10.2 INSTRUÇÕES PARA ENTRADAS ANALÓGICAS ............................................................................120 10.3 REPRESENTAÇÃO DE DADOS DE ENTRADAS ANALÓGICAS ........................................................121 10.4 INTRODUÇÃO A SAÍDAS ANALÓGICAS ......................................................................................123 10.5 INSTRUÇÕES PARA SAÍDAS ANALÓGICAS .................................................................................123 10.6 REPRESENTAÇÃO DE DADOS DE SAÍDAS ANALÓGICAS .............................................................124 11 FUNÇÕES ESPECIAIS DE I/O E INTERFACES DE COMUNICAÇÃO SERIAL...............125 11.1 INTRODUÇÃO A MÓDULOS DE I/OS ESPECIAIS ..........................................................................126 11.2 MÓDULOS ANALÓGICOS ESPECIAIS, DE TEMPERATURA E INTERFACES PID .............................127 11.2.1 Módulos de entrada para células de carga........................................................................127 11.2.2 Módulos de entrada de termopares ...................................................................................128 11.2.3 Módulos de entrada de RTD..............................................................................................128 11.2.4 Módulos PID......................................................................................................................129 11.3 INTERFACES DE POSICIONAMENTO ..........................................................................................130 11.3.1 Módulos de Posicionamento ..............................................................................................130 11.3.2 Módulos Contadores e Encoders .......................................................................................131 11.3.3 Módulos de Motor de Passo ..............................................................................................132 11.3.4 Módulos para Servomotor .................................................................................................133 12 RESPOSTAS DE PROCESSOS E LAÇOS DE CONTROLES.................................................135 12.1 CONTROLE DE PROCESSO ........................................................................................................136 12.2 PARÂMETROS DO SISTEMA DE CONTROLE ................................................................................138 12.2.1 Erro....................................................................................................................................138 12.2.2 Interpretação do Erro ........................................................................................................138 12.2.3 Variável de controle...........................................................................................................138 12.3 DINÂMICA DO PROCESSO .........................................................................................................139 12.3.1 Função de Transferência ...................................................................................................139 12.3.2 Ganho do processo ............................................................................................................141 Automação 5 12.3.3 Atraso de transporte ..........................................................................................................141 12.3.4 Tempo de retardo...............................................................................................................142 12.3.5 Equação diferencial e Função de Transferência ...............................................................143 12.4 TEMPO DE RETARDO NO DOMÍNIO FREQÜÊNCIA .......................................................................145 12.4.1 Resposta de primeira ordem ..............................................................................................145 12.4.2 Resposta de segunda ordem...............................................................................................145 13 CONTROLADORES DE PROCESSOS......................................................................................147 13.1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................148 13.2 AÇÃO DE CONTROLE ...............................................................................................................149 13.3 CONTROLADOR DISCRETO DEDUAS POSIÇÕES (ON/OFF) .......................................................150 13.4 CONTROLADOR DISCRETO DE TRÊS POSIÇÕES .........................................................................151 13.5 CONTROLADORES DE MODO CONTÍNUO...................................................................................151 13.5.1 Controlador Proporcional .................................................................................................152 13.5.2 Controlador Integral..........................................................................................................153 13.5.3 Controlador Proporcional-Integral (PI)............................................................................155 13.5.4 Controlador Derivativo .....................................................................................................156 13.5.5 Controlador Proporcional-Derivativo (PD)......................................................................157 13.5.6 Controlador Proporcional-Integral-Derivativo (PID) ......................................................158 13.6 CONTROLADORES AVANÇADOS...............................................................................................161 14 AJUSTE DE PID ............................................................................................................................163 14.1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................164 14.2 MÉTODO DE ZIEGLER-NICHOLS DE MALHA-ABERTA ..............................................................165 14.3 MÉTODO DE ZIEGLER-NICHOLS DE MALHA-FECHADA............................................................169 14.4 AJUSTE DE PID AUTOMÁTICO VIA SOFTWARE .........................................................................170 Automação 6 1 A automação em nossas vidas Automação 7 1.1 Introdução Em nosso dia-a-dia, estamos constantemente nos relacionando com sistemas automáticos, os quais foram criados basicamente para facilitar nossas vidas. Convivemos com automação e quase nem notamos: - Em casa : lavando a roupa numa lavadora automática; esquentando o leite das crianças em seu microondas; acionando o controle remoto para abrir o portão automático de sua garagem; lavando a louça do almoço de domingo na sua lavadora de louças automática, etc. - Na rua: retirando dinheiro no caixa automático; sendo fotografado pelo sistema de controle de velocidade pelas ruas da cidade; usando os trens do metrô; fazendo compras com seu cartão de crédito, etc. - No trabalho: registrando o seu ponto num coletor automático; programando um robô para fazer o trabalho pesado para você numa linha de produção; recebendo matéria-prima através de um sistema automático de transporte de carga; armazenando seu produto final num depósito automatizado; fazendo controle de qualidade através de sistemas de medição e aferição; controlando a temperatura de seu escritório ou de uma coluna de fracionamento de petróleo; acionando o sistema de combate a incêndios, etc. - No lazer: pegando um refrigerante numa máquina automática; caminhando numa esteira automática na sua academia; assistindo a um filme em seu DVD; jogando videogame, etc. Podemos dizer que nossa vida está cercada de automação por todos os lados. Nós mesmos somos um sistema automático e dos mais sofisticados! Nosso corpo é uma máquina composta de incríveis subsistemas autocontrolados: Visão; Digestão; Audição; Respiração; Equilíbrio; Movimentação; Entre outros. Se pensarmos nos componentes básicos de um sistema automático: sensoriamento; comparação e controle; atuação. Vemos que realmente nosso corpo é um prodigioso sistema de controle. Veja o caso do simples movimento de pegar um objeto. Usamos nossa visão (sensores) que envia ao cérebro sinais que possibilitam uma tomada de decisão (controle), o qual coordena e controla a ação dos movimentos do braço e da mão (atuadores).Nesse mesmo processo, outros subsistemas estão envolvidos, sendo que outros "sensores" captam informações adicionais do tipo: textura, temperatura e peso, alimentando nosso "controlador" (cérebro) com dados que determinarão uma ação mais precisa de nossos "atuadores". 1.2 A automação no meio produtivo A automação, tão presente em nossas vidas, está presente também nos processos industriais, com o mesmo objetivo básico, que é facilitar os processos produtivos. Quando falamos em facilitar os processos produtivos, estamos falando num sistema otimizado que é capaz de produzir bens com: menor custo; maior quantidade; menor tempo; maior qualidade. Olhando por este aspecto, vemos que a automação está intimamente ligada aos sistemas de qualidade, pois é ela que garante a manutenção de uma produção sempre com as mesmas características e com alta produtividade, visando atender o cliente num menor prazo, com preço competitivo e com um produto de qualidade. Pensando no meio ambiente, vemos também que a automação pode garantir o cumprimento das novas normas ambientais, através de sistemas de Automação 8 controle de efluentes (líquidos que sobram de um processo industrial), emissão de gases, possibilidade de uso de materiais limpos, reciclagem, etc. Enfim, podemos afirmar que a automação tem papel de muita importância na sobrevivência das indústrias, pois garante a melhoria do processo produtivo e possibilita a competição nesse mercado globalizado, onde nosso concorrente mais próximo pode estar do outro lado do mundo!! É importante que você entenda também que a automação veio para livrar o homem de: tarefas repetitivas; ambientes perigosos; ambientes insalubres; grande esforço físico. 1.3 Automação e suas características Sistemas automatizados, algumas vezes, são extremamente complexos porém, se observarmos suas partes, veremos que seus subsistemas possuem características comuns e de simples entendimento. Faça uma analogia com a construção de um grande edifício de 50 andares, com uma arquitetura moderna. Para levantar suas paredes o que é necessário? Tijolo, concreto (areia, cimento, cal e pedras) e ferragem. O prédio todo é composto de partes com componentes simples e com características bem conhecidas. Considere então alguns exemplos: 1.3.1 Um aquário e a temperatura de sua água Num aquário deve-se manter a água em torno da temperatura ambiente (25°C). Não é necessário ser muito rigoroso sendo que a temperatura pode variar de 23 a 28°C e até, em alguns casos, para eliminar doenças e forçar a reprodução, pode chegar a 35°C. Nota-se que a temperatura da água pode variar e deve ser ajustada de acordo com a necessidade. Veja o esquema a seguir: Figura 1.1– Controle de temperatura elementar. Temos um sensor de temperatura, que nada mais é que um termômetro de mercúrio, no qual foi acoplado um sistema mecânico de ajuste. Este sistema mecânico movimenta um contato metálico ao longo do corpo do termômetro. Quando o deslocamento do mercúrio alcança o ponto de ajuste, um contato elétrico é fechado, sendo ele ligado a um relé elétrico que, usando a alimentação da rede, faz desligar a resistência responsável pelo aquecimento da água. Então em forma de diagrama, nesse sistema temos: Automação 9 Figura 1.2- diagrama de blocos do sistema térmico. Nesse processo (aquário), temos a necessidade de controlar a temperatura, que é medida através de um sensor (termômetro), que possibilita ao controlador, fazer uma comparação com um valor pré-ajustado (ponto de ajuste) e tomar a decisão de ligar ou desligar o atuador (resistência), mantendo a temperatura dentro de um limite considerado aceitável. Note que existe uma influênciada ação de aquecimento da água no valor medido pelo sensor de temperatura. A este ciclo fechado, chamaremos de agora em diante de malha fechada de controle, que também pode ser chamado de sistema de realimentação, no qual a saída do sistema influencia diretamente na situação de sua entrada. Em alguns processos, não existe a realimentação, isto é, a ação do atuador comandada pelo controlador não é observada por um sensor que realimenta o sistema. Imagine uma máquina de lavar roupa... por acaso temos um sensor de roupa limpa? Nesse caso temos um ciclo aberto de controle, que chamamos de malha aberta. Outra consideração a fazer é a respeito de condições externas que podem influenciar na temperatura da água, chamadas de distúrbios. A temperatura do ambiente externo influencia diretamente no controle, determinando uma condição diferente de atuação no processo. O controle apresentado no exemplo do aquário não possui precisão, isto é, nada garante que a temperatura permaneça exatamente no ponto ajustado, ou que fique oscilando em torno do valor ajustado. Esse tipo de controle chamamos de Liga/Desliga, o atuador (resistência) permanece em dois estados bem definidos (nenhuma corrente = desligado e máxima corrente = ligado). É considerado então um controle descontínuo. Consideremos então outros exemplos de sistemas de controle automatizados: 1.3.2 Uma tanque de combustível e seu nível Considere agora um tanque de combustível de uma distribuidora de petróleo. Abordemos duas situações de controle automatizados: Medição descontínua - para segurança evitando o transbordamento ou esvaziamento abaixo de determinada posição mínima. Automação 10 Figura 1.3 – Medição descontínua. A medição descontínua normalmente é feita por sensores do tipo chave com dois estados, ativo ou não ativo. Considerando um contato elétrico, esse poderá estar aberto (possibilitando passagem de corrente) ou fechado (impedindo a passagem de corrente). Medição contínua - para determinar a quantidade de combustível armazenado. Além do sistema de segurança mostrado anteriormente, tem-se a necessidade de determinar a quantidade armazenada de um certo combustível dentro deste tanque. Nesse caso temos de utilizar um medidor que “sente” continuamente as variações da altura da coluna líquida no interior do tanque. Existem várias tecnologias que permitem esta medição as quais no momento não são relevantes. O que importa entender é que este medidor proporciona um sinal de saída contínuo, proporcional à altura do tanque. Figura 1.4 – Medição contínua Tendo o valor da altura dada pelo medidor e conhecendo a capacidade do tanque dada pelo formato do próprio tanque, é possível calcular a quantidade de combustível do tanque para cada condição de nível. Vendo os exemplos acima você deve ter concluído que é possível ter sensores descontínuos (Liga/Desliga) e contínuos (chamados analógicos). A escolha do tipo de medição vai depender do que se pretende na automação. No caso do tanque, os dois controles podem estar presentes, cada um cuidando de sua parte no controle do sistema como um todo. A seguir vamos tratar dos princípios básicos da automação industrial. Automação 11 1.4 Princípios Básicos de Automação Industrial Para entender o que é automação e quais são seus princípios, nada mais ilustrativo do que analisarmos exemplos de nossa vida diária, relacionando-os com o que queremos conhecer. 1.4.1 Automação (Automatização) Definição: Sistema automático pelo qual os mecanismos controlam seu próprio funcionamento, quase sem a interferência do homem. Entenda melhor Sua avó fazia café com coador de pano, alguns anos depois sua mãe já fazia o mesmo cafezinho, porém usando coador de papel. Note que os utensílios evoluíram, porém não tinham livrado ainda o trabalho de preparo: colocar a água para ferver; verificar visualmente se a água já chegou em seu ponto de ebulição; colocar a água fervendo no coador vagarosamente para não transbordar... Toda essa seqüência de preparo se resume em operações manuais e repetitivas. Então, para alívio da humanidade, surgiu a cafeteira elétrica. Essa máquina nada mais faz do que o mesmo cafezinho, feito manualmente, porém executa suas operações de forma automática. Dizemos então que houve a automação do procedimento de preparo do café. Então, você pode concluir que um sistema automático é aquele em que a operação manual executada pelo ser humano foi substituída por uma máquina que executa quase todas as operações em um determinado procedimento produtivo. 1.4.2 Mecanização X Automação Na mecanização, as máquinas são colocadas para ajudar o homem, porém dependem de sua ação de controle para serem operadas. A "inteligência" do sistema está centrada no homem. Na automação, as máquinas, além de livrarem o homem de esforços físicos, possuem também a capacidade do controle de suas operações. A "inteligência" está centrada na própria máquina. O homem tem o papel de supervisionar a ação dos sistemas automatizados. 1.4.3 Máquina Automática Uma máquina automática, geralmente, representa um sistema no qual um processo programado é executado, quase que de forma autônoma, desde que tenha sido iniciado. A intervenção do homem neste caso não é necessária, seja de forma permanente ou com um ritmo específico. Vantagens da aplicação da Automação A aplicação da Automação oferece várias vantagens: - Técnica : Qualidade uniforme e permanente, velocidade de trabalho alta e constante. - Econômica : Alta produtividade, substituição do dispendioso trabalho feito pelo homem por máquinas. - Social : Livrar a humanidade da responsabilidade de atividades sujas, monótonas, difíceis ou perigosas. Automação 12 1.4.4 Processo Definição: Conjunto de operações e/ou transformações realizadas sobre um ou mais materiais, com a finalidade de variar pelo menos uma de suas propriedades físicas ou químicas. Entenda melhor Quando queremos preparar um café, precisamos seguir uma receita, usando utensílios domésticos para transformar ingredientes básicos num produto : um cafezinho bem quente. Para esta transformação é necessária alguma forma de energia. A esse conjunto de fatores que contribuem para o objetivo final, que é a produção do cafezinho, chamamos de processo. 1.4.5 Variável de Processo Definição: Variáveis são entidades matemáticas associadas a fenômenos físicos/químicos, geralmente através de letras ( x, y, z, V, I, R, t, .. ). Em um processo industrial, estas variáveis podem ser associadas a pressão, temperatura, posição, vazão, velocidade, nível, pH,... Variáveis Analógicas e Digitais Uma variável é dita analógica quando pode assumir infinitos valores (dentro de uma faixa de valor máximo e mínimo) durante um intervalo de tempo. Quando a variável só pode assumir dois valores (alto ou baixo, ligado ou desligado) ela é chamada de digital. Estas variáveis estão relacionadas com as já mencionadas medições contínuas e descontínuas. Note que o conjunto formado pelo resistor variável e a bóia (elemento sensor) informa continuamente ao indicador a quantidade de combustível existente no tanque. Nesse, o controle é exercido pelo motorista que, ao notar que o tanque está vazio, providenciará o seu reabastecimento. A lâmpada indicadora de nível baixo é um exemplo de variável digital. Figura 1.5 – Exemplo de variável analógica e digital 1.4.6 Considerações Finais Em um processo automático devem ser sentidas variáveis analógicas e digitais, para que, após o processamento das informações contidas nessas variáveis, o controlador tome decisões como : ligar/desligar um motor, acender uma lâmpada de alerta, ligar/desligar um sistema de aquecimento, entre outras. O elemento que "sente" o queocorre no processo, fornecendo informações sobre o estado da variável monitorada é chamado de sensor. O elemento que executa a tarefa designada pelo controlador é chamado de atuador. * Texto retirado do site do SENAI Autores: Alfredo João Oliveira, Donizeti Bíscaro, Jorge Gilles Ferrer, Luís Henrique Coelho Rocha Automação 13 2 Conceitos Básicos Automação 14 2.1 Introdução O desenvolvimento de sistemas de controle automáticos nos anos 50 teve uma importância equivalente a revolução industrial do século dezenove. Enquanto que a primeira foi uma extensão dos músculos humanos, a segunda foi uma extensão do seu cérebro. Hoje os princípios básicos do controle automático têm uma larga aplicação e interesse, incluindo controle de processos, sistemas robóticos, aeronáuticos, de tráfego, biomédicos e controle de satélites. 2.2 Por que Controle Automático? A necessidade de controle automático é talvez mais óbvia na indústria aeroespacial e manufatura do que em processos industriais. Numa linha de montagem, a necessidade de automação é totalmente aparente. Numa máquina é mais adequado, tanto por motivos econômicos como por segurança, automatizar as tarefas repetitivas e tediosas envolvidas na produção. É também claro observar que o controle de uma aeronave supersônica é muito complicado para ser deixada na mão de um piloto. Contudo, a necessidade de um controle de processo é por vezes muito menos aparente. Uma vez que a maioria dos processos opera com cargas constantes, é provável que se pense que a melhor solução para este problema de controle seria ajustar todas as variáveis envolvidas que afetam o processo nas suas devidas posições e esquecer do resto. A dificuldade desta situação é que raramente pode-se fixar todas as entradas do sistema. A maioria dos processos é sujeita a uma série de entradas, algumas das quais alterarão sem o desejo do operador. Mudanças em tais variáveis resultarão em distúrbios nos processos. Considere um sistema de aquecimento de água à vapor mostrado na figura a seguir. O aquecedor consiste num tanque o qual água quente é obtida através de uma linha de vapor conectada diretamente no tanque cheio dágua. Água fria entra pela parte inferior do tanque e água quente sai pela superior. Uma válvula de fluxo é disponibilizada na linha de vapor para regular a vazão de vapor no interior do aquecedor. Neste exemplo, se todas as variáveis mantiverem-se constante, a temperatura de saída do sistema poderia ser ajustada através da regulagem de vazão da válvula de fluxo. Note, contudo, que se a temperatura da água que entra no sistema alterar, a temperatura da água de saída também alterará, a menos que alguma regulagem na válvula seja realizada. Outras variáveis poderiam alterar ainda a temperatura de saída como a vazão de entrada, a temperatura ambiente, etc. Figura 2.1 – Aquecedor de água à vapor. Automação 15 2.3 Conceitos 2.3.1 Controle realimentado (feedback) Dois conceitos sustentam a base da maioria das estratégias de controle automático: realimentado ou malha-fechada (realimentado) e controle feedforward (malha-aberta). O controle realimentado é a técnica mais comumente utilizada das duas e na qual os conceitos da teoria de controle são baseados. O controle realimentado é a estratégia desenvolvida para se obter e manter uma condição desejada do processo através da medição desta condição no processo, compará-la com a desejada e tomar ações corretivas baseadas na diferença entre a condição desejada e a atual. A estratégia de realimentação é muito similar à ação do operador humano atento ao controle de um processo manual. O operador deverá ler a temperatura do indicador da linha de água quente e compara-la com a temperatura que ele deseja (Figura abaixo). Se a temperatura for muito alta, ele deverá reduzir o fluxo de vapor, e se a temperatura for muito baixa, ele deverá aumentar o fluxo. Usando esta técnica, ele irá manipular a válvula até eliminar o erro. Figura 2.2 – Controle realimentado manual. Um controle realimentado automático irá operar de maneira semelhante (figura a seguir). Se existe um erro, o sistema de controle irá atuar na válvula de forma a mudar a sua posição até anular o erro. Figura 2.3 – Controle realimentado automático. Automação 16 A única distinção entre o controle manual e o automático é que o automático é mais preciso, consistente e não fica cansado ou distraído. Contudo os dois sistemas possuem os mesmos elementos de um controle em malha-fechada (Figura abaixo). Figura 2.4 – Elementos básicos de um controle realimentado. 2.3.2 Controle Feedforward Feedforward control é outra técnica básica utilizada para compensar distúrbios contidos no sistema. Nesta técnica, a ação de controle é baseada no estado do distúrbio sem a referência da condição atual do sistema. Em teoria, este tipo de controle sugere uma correção muito mais rápida que o controle realimentado. Um operador poderia usar um a estratégia simples para compensar mudanças na entrada de água do aquecedor. Veja figura abaixo. Detectando uma mudança na temperatura da água de entrada, ele poderia aumentar ou diminuir a vazão de vapor para cancelar a alteração. A mesma compensação poderia ser feita automaticamente. Figura 2.5 – Controle malha aberta (feedforward) manual. O conceito de feedforward control é muito poderoso, mas infelizmente é muito difícil de implementar na sua forma pura. Em muitos casos distúrbios não podem ser medidos de maneira precisa e portanto este conceito não pode ser aplicado. Até mesmo em aplicações onde todas as entradas são medidas ou controladas, a ação de controle apropriada a ser tomada para aquele determinado distúrbio nem sempre é obvia. 2.3.3 Representação Matemática Um pré-requisito fundamental para a aplicação das teorias de controle automático é o entendimento detalhado da operação do processo a ser controlado. Enquanto projetistas de equipamentos requerem um conhecimento detalhado da operação quando as entradas são constantes, um controle automático requer um conhecimento detalhado do equipamento quando as entradas variam no tempo. Esta característica dinâmica dos processos deve ser descrita através termos matemáticos usando equações diferenciais (ou representações por Transformadas de Laplace). Em muitos casos, o modelo matemático do processo pode ser obtido através da descrição analítica das leis físicas que regem os componentes do processo. Em outros casos, o modelo Automação 17 pode ser obtido através de testes experimentais no qual o sistema é analisado de diversas maneiras para se extrair as informações dinâmicas necessárias. 2.3.4 Dinâmica dos processos Controle de processos iria ser trivial se todos os sistemas respondessem instantaneamente a mudanças na entrada do processo. A dificuldade em controle fica na característica que todos os processos de primeiro grau ou mais possuem em se atrasar e retardar a mudança. Esta característica de dependência do tempo do processo é denominada dinâmica do processo. A característica dinâmica de todos os sistemas, mecânicos, químicos, térmicos ou elétricos, podem ser atribuídos a um ou mais dos seguintes efeitos: Inércia, resistência e capacitância e atraso de transporte. 2.4 Tipos de Processos Aplicações típicas de controle de processos incluem linhas de montagem automotivas, indústria petroquímica, refinações de óleo, geração de energia, processamento alimentício, etc. Qualquer operação que requer a manipulação de uma ou mais variáveis é um tipo de sistema de controle de processo. As variáveis mais comumente controladas incluem temperatura,velocidade, posição, vazão, pressão, nível, etc. Os tipos de processos realizados na indústria podem ser agrupados em três grandes áreas: - Processos contínuos; - Produção por lote; - Produção de produtos individuais, ou discretos; Um processo contínuo é aquele no qual uma linha de produtos entram num ponto do sistema e o produto final sai em outro ponto da linha. Uma vez comece o processo, ele é continuamente alimentado. A figura abaixo mostra um processo contínuo de uma linha de montagem de motores. Os blocos dos motores são alimentados num ponto da linha (canto inferior) e os motores completos saem num outro ponto (canto superior).Em processos contínuos, o produto é sujeito a diferentes tratamentos conforme o fluxo do processo (neste caso, montagem, ajuste e inspeção). A montagem automática envolve o uso de máquinas automatizadas e robôs. Figura 2.6 – Processo contínuo: montagem, teste e inspeção de motores. Automação 18 No processamento por lote não há fluxo de produção de uma parte do processo para outro. Ao invés disso, um parte de cada entrada do processo é recebida num lote e então algumas operações são executadas para produção final do produto. O processo é realizado e o resultado é armazenado para então outro lote ser produzido. Cada lote de produto pode ser diferente. Muitos processos químicos são realizados através deste tipo de processo. A figura ao lado mostra um sistema de produção por lote (também denominada batelada). Dois ingredientes são adicionados juntos, misturados e aquecidos. Um terceiro ingrediente é adicionado e todos os três são então processados e armazenados. Figura 2.7 – Processo por lote (batelada). Processo de produção individual, ou discreto, é o tipo de processo mais comum na indústria. Com este processo de manufatura, uma série de operações são realizadas para execução do produto. O item pode ser dobrado, furado, soldado, fresado, torneado uma série de vezes durante a produção. A célula de trabalho é normalmente uma parte discreta, operada por um elemento base. A figura a seguir exemplifica este processo. Figura 2.8 – Processo discreto. Numa planta industrial automatizada, o operador meramente define os ajustes de operação e inicia o processo. A máquina automaticamente realiza o processo. Antigamente as máquinas eram comandadas mecanicamente, então elas foram substituídas por controles eletromecânicos e hoje elas são praticamente comandadas por dispositivos elétricos e eletrônicos através de controladores lógicos programáveis (CLPs) e computadores. Automação 19 Algumas considerações podem ser feitas a respeito da forma de controle destes processos. Pode-se dividir basicamente em três tipos de controles. Individual, centralizado e distribuído. Controle individual é utilizado em uma única máquina. Este tipo de controle não requer comunicação com outro controlador. A figura abaixo mostra este tipo de controle. O operador define o comprimento da barra de alumínio através da interface e então pressiona o botão de início do processo. O motor então posiciona a barra na posição de corte. O controlador comanda todas as ações. Quando o sistema posicionar a barra, o controlador comanda a navalha para a operação de corte. Figura 2.9 – Controle individual: corte automatizado. Controle centralizado é utilizado quando diversas máquinas ou processos são controlados por apenas um controlador. O sistema de controle utiliza um poderoso computador para controlar uma série de processos e operações de manufatura. Nenhuma operação ou troca é feita com outra central de controle. Alguns processos requerem este tipo de controle devido a interação necessária entre as tarefas. Uma desvantagem disso é que se o controlador falhar, todas as máquinas do processo param. Figura 2.10 – Controle centralizado. O sistema de controle distribuído difere do centralizado devido a existência de um controlador dedicado para cada máquina. Cada controlador tem autonomia para controlar sua máquina. Contudo, as tarefas de cada controlador são definidas por um sistema de controle ligados a eles. Este tipo de controle tipicamente envolve a utilização de LANs (redes locais). A comunicação entre os computadores é realizada através de cabos coaxiais ou fibra óptica a grandes velocidades. Devido a sua flexibilidade, o sistema de controle distribuído tem surgido como solução para inúmeros processos por lote e contínuos. O controle distribuído permite a distribuição de tarefas a inúmeros elementos de controle. Ao invés de um único computador realizar todo o processamento, cada malha de controle localizada muito perto do ponto a ser controlado tem a capacidade de processamento e controle. A figura abaixo mostra um SCD supervisionado por um computador mestre. Este computador poderia ser um computador pessoal e poderia coordenar tarefas de download de Automação 20 programas, set-points, visualização de variáveis, informações de alarmes, armazenamento de dados, relatórios e facilidades de interação entre o operador e o processo. Este sistema remoto pode estar localizado a uma distância segura do processo e do ambiente industrial geralmente insalubre. Cada CLP controla sua máquina ou processo. Figura 2.11 – Sistema de Controle Distribuído (SCD). 2.5 Estrutura de sistemas de controle de processo A figura a seguir mostra os principais elementos de um sistema de controle: Figura 2.12 – Componentes de um sistema de controle de processos. 2.5.1 Sensores - coletam sinais do processo; - convertem informações físicas tais como pressão, temperatura, vazão, posição, velocidade, etc, em sinais elétricos; Automação 21 2.5.2 Interface Homem-Máquina - permite entradas de um operador para ajustar as condições iniciais, alterar parâmetros do controlador, interagir com o processo, etc.; - permite entradas do operador através de vários tipos de chaves, controles e telas de toque. 2.5.3 Condicionamento de sinal - converte os sinais de entradas provenientes dos sensores para um sinal padrão a ser utilizado pelo controlador; - converte os sinais de saída padrões provenientes do controlador para sinais utilizados pelos atuadores; - incluem técnicas de condicionamento de sinal tais como amplificação, atenuação, filtragem, conversores A/D e D/A; - enviam sinais para interfaces de comunicação. 2.5.4 Atuadores - converte sinais elétricos em ações físicas; - incluem válvulas de controle de vazão, bombas hidráulicas, dispositivos de posicionamento, dispositivos variadores de velocidade, freios, solenóides, motores de passo, relés de potência, etc. 2.5.5 Controlador - toma decisões baseadas nos sinais de entrada; - gera sinais de saída que fazem com que os atuadores realizem as alterações no processo. 2.6 Controladores Controladores podem ser classificados de diversas formas. Por exemplo, eles podem ser classificados de acordo com o tipo de potência que eles manuseiam. Pode-se destacar dois tipos nesta categoria: pneumáticos e controladores eletrônicos. Controladores pneumáticos são controladores que tomam decisões e transmitem estas informações através de linhas de ar pressurizado. Controladores eletrônicos operam com sinais elétricos. Controladores também podem ser classificados de acordo com o tipo de controle que ele utiliza. Os quatro tipos mais comuns encontrados em processos são: On/Off, proporcional, integral e derivativo. Para implementar estes controladores, a indústria atualmente utiliza Controladores Lógicos Programáveis (CLPs). Sistemas de aquisição de dados estão começando a ser utilizados também, porém ainda representam uma pequena fatia do mercado. CLPs sãodispositivos eletrônicos que executam funções lógicas anteriormente realizadas por sistemas eletromecânicos (relés). O projeto da maioria dos CLPs é similar ao de um computador, porém eles são utilizados para controle e operação em ambiente industrial. Automação 22 Figura 2.13 – Controladores Lógicos Programáveis. Sistemas de Aquisição de Dados são sistemas baseados em computadores associados a placas de aquisição e condicionamento de sinais. Estes sistemas permitem que se use o computador como medidor e registrador de dados, alimentando o computador com sinais do meio externo. Podem também acionar sistemas e enviar sinais do computador para o meio externo. Figura 2.14 – Sistema de Aquisição de Dados. 2.7 CIM – Computer-Integrated Manufacturing Hoje a automação está se movendo rapidamente para um ponto central que reside num sistema operado remotamente por uma sala. É necessário que os operadores tenham a possibilidade de controlar o processo na “ponta do dedo” através do seu computador pessoal. Uma aplicação na qual o computador é usado para monitorar e controlar um sistema com CLP em rede é mostrado na figura a seguir. Figura 2.15 – Sistema monitorado pelo computador via rede. Automação 23 Computer-Integrated Manufacturing (CIM) agregam máquinas trabalhando individualmente com um sistema de comunicação de dados, permitindo estes elementos individuais ser integrados num sistema único. Em geral, quatro níveis de integração computadorizada são necessários para a caracterização de um CIM: processo, superfície, célula e dispositivos. Figura 2.16 – Níveis de controle num CIM.. Cada nível tem certas tarefas com seus limites e responsabilidades dados por controladores: - Controlador de Processo: usado para tarefas como gerenciamento de materiais, geração de relatórios e planejamento de recursos. - Controladores de superfície: usados em tarefas como gerenciamento de máquinas e ferramentas e simulações assistidas por computador. - Controladores de células: usados para controle de máquinas e aquisição de dados. - Controladores de dispositivos: usado para controlar o equipamento que produz e manipula o produto. Uma célula de trabalho pode ser definida como um grupo de máquinas ferramentas ou equipamentos integrados para representar uma unidade do processo de fabricação. Uma típica célula de trabalho é representada na figura a seguir. O computador, ou controlador da célula é basicamente o comunicador entre componentes. Ele combina um software sofisticado de um PC com a capacidade de associação de entradas e saídas de um CLP. Figura 2.17 – Célula de trabalho associada a dispositivos. Automação 24 2.8 Comunicação de dados A comunicação entre CLPs ou entre CLPs e computadores tem se tornado uma aplicação comum. A espinha dorsal da comunicação é uma LAN (Local Area Network – rede local). A tarefa fundamental da LAN é promover a comunicação entre os CLPs e computadores. Elas podem ser dispostas em três topologias: estrela, anel e barramento. Utilizam como meio físico geralmente fibra óptica ou cabo coaxial devido a imunidade ao ruído. Os pontos onde os dispositivos se interconectam com a rede é definido como nó. Figura 2.18 – Topologias de LANs. Uma rede estrela possui um dispositivo central de controle (hub) conectado a diversos nós. Todas as transmissões devem ser passadas ao hub que envia a mensagem para o nó correto. Um problema desta topologia está no caso do hub causar um defeito, toda a rede pára de funcionar. Numa rede barramento, quando um nó manda uma mensagem pela rede, a mensagem é destinada a uma estação ou nó particular. Todos os nós recebem as informações. Cada nó possui um número de identificação e aceita somente as informações destinadas ao seu número. Numa rede anel, cada nó é conectado em série com outro formando um anel. As mensagens são passadas entre os nós através do anel. Este tipo de sistema é popular o uso de protocolo por sinal (token). A estação ou nó precisa possuir a token para enviar mensagem. Só existe uma token por anel. 2.9 CNC – Computer Numerical Control Em termos gerais, o controle numérico (CN) é um método flexível de controle automático de máquinas ferramentas através do uso de valores numéricos. Ele possibilita um operador a comunicar-se com uma máquina ferramenta através de uma série de números e símbolos. Uma série de comandos formam o programa de CN e definem o caminho da máquina para a operação, selecionam a ferramenta, controlam a velocidade, etc. A figura a seguir ilustra um típico sistema de controle numérico. Automação 25 Figura 2.19 – Sistema de controle numérico típico. O sistema de controle geralmente é um computador industrial que salva e lê o programa convertendo-o em sinais para os motores para controlar a máquina. O controlador define os set- points dos motores para serem direcionados para esquerda ou direita, para cima ou para baixo. A mesa pode ser movida através de um motor. O sistema é realimentado por sensores de posição (encoders) e de velocidade. O controle numérico computadorizado (CNC) foi introduzido para substituir a necessidade do computador associado à máquina ferramenta de CN. Figura 2.20 – Máquina CNC. Um computador embarcado permitia algumas melhorias, como: - maior capacidade de armazenamento; - uso de disco magnético ao invés de fita; - fácil edição; - possibilidade de comunicação com outros dispositivos do processo; Automação 26 2.10 Robôs Robôs são dispositivos controlados por CLPs ou computadores que realizam tarefas usualmente feitos por humanos. O robô básico industrial utilizado atualmente é um braço ou manipulador que se move para realizar operações industriais: Manuseio, processamento, montagem, desmontagem, soldagem, transporte, pintura e tarefas perigosas são alguns exemplos. A figura abaixo mostra um robô típico de seis eixos. Figura 2.21 – Exemplo de um robô industrial. Os movimentos destes robôs são desenvolvidos para reproduzir o mais próximo possível o movimento humano. Cada eixo do robô é fundamentalmente um sistema de controle de posição em malha- fechada. Diferentes configurações de controladores são utilizadas para cada junta. Os controladores geralmente incluem alguns dispositivos para operar: Painel de operação, computador para monitoramento e comando com teclado e visor para movimentação, gravação de posição, teste de execução, etc. Figura 2.22 – Sistema de controle de um robô. Automação 27 3 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis Automação 28 Toda indústria tem usado controladores programáveis para aumentar e melhorar a produção. Neste capítulo, são apresentados alguns conceitos e definições básicas de maneira que ao final, você entenderá os fundamentos dos controladores programáveis e estar pronto para explorar os sistemas associados a ele. 3.1 Definição Controladores Lógicos Programáveis (CLPs), também chamados controladores programáveis são sistemas microprocessados que integram elementos eletromecânicos de acionamento para implementar funções de controle. Eles são capazes de armazenar instruções tais como sequenciamento, temporização, contagem, operações lógicas, aritméticas, manipulação de dados e comunicação para controlar máquinas e processos industriais. A figura abaixo ilustra o diagrama conceitual de uma aplicação com CLPs. Figura 3.1:Diagrama conceitual de uma aplicação com CLPs 3.2 Histórico A divisão de Hidráulica da General Motors Corporation especificou o projeto doprimeiro controlador programável em 1968. Seu primeiro objetivo foi eliminar os altos custos associados com a inflexibilidade de sistemas controlados a relés. A especificação exigia um sistema com flexibilidade capaz de: a) agüentar a agressividade do ambiente industrial; b) ser facilmente programado; c) ter baixa manutenção; d) ser reutilizável; Automação 29 3.2.1 O primeiro controlador programável Em 1969, o controlador especificado um ano antes estava pronto e apresentava as especificações originais e abria as portas para o desenvolvimento de novas tecnologias. O primeiro CLP ofereceu a funcionalidade de relés, e desta forma substituiu os painéis de relés usados para controlar o chaveamento de circuitos elétricos. Ele satisfazia os requisitos de modularidade, expansibilidade, programabilidade e fácil utilização num ambiente industrial. Este controlador era fácil de instalar, ocupava pouco espaço e era reutilizável. O software para programação, embora um pouco tedioso, tinha uma forma de programação padronizada: o diagrama ladder. 3.2.2 O projeto conceitual do CLP O primeiro controlador programável foi mais do que simples substituidor de relés. Sua função primária foi executar operações que eram previamente implementadas com relés. Estas operações incluíam controle ON/OFF de máquinas e processos que requeriam operações repetitivas. Contudo, estes controladores eram fáceis de serem instalados, ocupavam pouco espaço e consumiam menos energia. Tinham indicadores de diagnóstico que sinalizavam erros, problemas e ao contrário de relés, eram reutilizáveis. 3.2.3 Os controladores de hoje Os avanços tecnológicos continuam não só no projeto de controladores mas também na filosofia de controle de sistemas. Hardware: - O uso de microprocessadores mais poderosos diminuiu o tempo de execução das lógicas de programação. - A alta densidade de entrada e saídas propicia um uso mais eficiente de espaço a um custo menor. - Microprocessadores com mais funções internas permitem o uso de PID, redes de comunicação CANbus, fieldbus, comunicação com computadores, interfaces homem-máquina (IHMs), etc. Software: - Linguagens de alto nível já podem ser utilizadas em CLPs de alguns fabricantes. - Blocos de funções aprimoram a programação ladder e promovem grande capacidade de programação usando simples comandos. - Operações com ponto flutuante já são possíveis para executar cálculos complexos. Os controladores de hoje oferecem muito mais capacidades do que simples relés programáveis. Eles são capazes de se comunicar com outros sistemas de controle, produzir relatórios, programar a produção, etc. Estes avanços têm uma importante contribuição para o aumento da qualidade e produtividade. Automação 30 Apesar do fato que os controladores terem se tornado muito mais sofisticados, eles continuam retendo a simplicidade e a facilidade de operação que foi proposto na seu projeto original. 3.3 Princípio de Operação Um CLP consiste em duas seções básicas: - a unidade central de processamento (UCP) - o sistema de entradas e saídas (I/O) A figura abaixo apresenta o diagrama de blocos básico do CLP. Figura 3.2:Diagrama de blocos básico do CLP. A unidade central de processamento gerencia todas as atividades do CLP. Os três componentes a seguir descritos formas a UCP: - o processador; - a memória; - as fontes internas; Figura 3.3:Diagrama de blocos da UCP. A operação do CLP é relativamente simples. O sistema de entradas e saídas (I/O) está fisicamente conectado aos dispositivos em máquinas ou de controle de processos. Estes dispositivos podem ser discretos ou analógicos de entrada e saída, tais como, chaves, transdutores de pressão, botões, solenóides, etc. Os I/Os promovem a interface entre a UCP e o meio externo. Durante a operação, a UCP realiza três operações: (1) leitura das entradas, (2) execução do programa residente na memória, (3) escrita ou atualização das saídas e memórias de acordo com a execução do programa. Este processo é realizado de maneira cíclica, denominado scan ou varredura. Automação 31 A figura abaixo ilustra este processo. Figura 3.4:Processo de scan. Os dispositivos que são controlados estão conectados ao sistema de saída. As fontes disponibilizam a energia para os diversos dispositivos da UCP. Embora não seja considerado parte do controlador, a interface de programação, usualmente um PC é necessário para o envio do programa à memória do CLP. Ele também serve para monitorar o sistema em operação. 3.4 CLPs versus outros tipos de controles 3.4.1 CLPs versus controle a relé Por anos, a questão para muitos engenheiros e fabricantes de equipamentos era “Devo eu usar um controlador programável?”. Foi gasto muito tempo tentando determinar o custo benefício dos CLPs sobre o controle a relés. Hoje, muitos engenheiros ainda acham que ficarão frente a esta decisão. Uma certeza, contudo pode-se ter. A demanda por alta qualidade e produtividade pode ser duramente realizado sem equipamentos de controle eletrônicos. Com o rápido desenvolvimento tecnológico e a competitividade entre os fabricantes, o custo dos CLPs tende a diminuir cada vez mais. O grande mérito dos CLPs sobre os relés pode ser evidenciado na figura a seguir. Para implementar sistemas com mais de 100 relés, seria necessária uma grande área para colocação destes relés. Ao contrário do CLP, que com uma UCP e alguns I/Os podem ser facilmente acondicionados num painel. Automação 32 Figura 3.5:Painel com CLP. 3.4.2 CLPs versus Computadores Pessoais Com a proliferação dos PCs, muitos engenheiros tem descoberto que os PCs não são um competidor direto dos CLPs nas aplicações de controle de processos. Eles são aliados na implementação de controles. Aparentemente, eles parecem ser similares, porém diferem-se na forma como conectam-se com os dispositivos de processos. CLPs possuem uma arquitetura mais robusta ao ambiente industrial, com fonte de alimentação isolada para as entradas e saídas, enquanto que os PCs não. Além disso, o custo de PCs para controle de processos pode ser muito maior do que o de CLPs. Os PCs tem como vantagem o familiaridade de programação e a capacidade de processamento maior. Já é comum o uso de PCs no controle de processos, porém seu uso é mais justificado em sistemas em rede, onde os CLPs fazem o trabalho de mais baixo nível de controle, enquanto que os PCs agem como meio de campo entre os CLPs e os servidores de dados e supervisórios do processo. Figura 3.6: PC utilizado como ponte entre CLPs e servidores. Os computadores vem sendo utilizados em laboratórios de testes e em sistemas de controle de qualidade. A utilização de placas de aquisição para coleta de dados já é algo usual no meio industrial. Automação 33 Figura 3.7:Aplicações industriais de PCs. Contudo, os CLPs possuem uma gama maior de aplicações, estando presente em todo o tipo de indústria. Seu maior uso está na indústria petroquímica e automotiva. Com grande sucesso, os CLPs são aplicados nos mais diversos segmentos, promovendo os mais diversos controles desde máquinas simples até sofisticados processos de manufatura. 3.5 Faixa de aplicação dos CLPs Existem diversas definições na literatura para a faixa de aplicação de CLPs. Abaixo, é mostrado um gráfico que relaciona a complexidade e custo de acordo com o número de I/Os. Figura 3.8:Segmentos de mercado de CLPs. Automação 34 Pode-se segmentar o mercado em cinco grupos: (1) micro CLPs; (2) CLPs pequeno porte; (3) CLPs médio porte; (4) CLPs grande porte; (5) CLPs extremo porte; Micro CLPs são utilizados em sistemasde até 32 I/Os. Seguindo, tem-se CLPs de pequeno porte, com 32 a 128 pontos de I/O. CLPs de porte médio compreendem CLPs com até 1024 pontos e CLPs de grande porte pode chegar até 4096. CLPs de extremo porte compreendem sistemas com um grande número de pontos, como em grandes plataformas de extração de petróleo, usinas e grandes siderúrgicas, chegando a 8192 pontos de I/O. 3.6 Diagrama de relés O Diagrama de relés é uma forma tradicional de representação da seqüência de operação elétrica de um circuito de acionamento. Este diagrama representa a forma de interconexão de dispositivos de acionamento e atuação. A figura abaixo representa um diagrama de relés simples. Figura 3.9: Diagrama de relés simples. Os diagramas de relés originais forma concebidos para representar ligações de fiações elétricas e chaves utilizadas para acionamento de bobinas e demais atuadores eletromecânicos. Devido ao largo uso no meio industrial, ele se tornou um diagrama padrão de comunicação. Quando os CLPs foram introduzidos, este tipo de representação de circuito foi utilizado devido ao seu fácil entendimento e altamente aceito pela indústria. 3.7 Vantagens dos CLPs De uma maneira geral, a arquitetura dos CLPs é flexível e modular, permitindo que elementos de hardware e software sejam expandidos de acordo com o necessário pela aplicação. A tabela abaixo, lista uma série de benefícios obtidos com o uso de CLPs. Automação 35 Características Benefícios Componentes de estado sólido Alta confiabilidade Memória programável Simplicidade de modificações Controle flexível Pequeno tamanho Requer pouco espaço Baseado em microprocessador Capacidade de comunicação Alto nível de performance Produtos de alta qualidade Capacidade multifuncional Contadores e temporizadores em software Eliminação de hardware Fácil alteração Controle de relé por software Redução de custos com fiação Diminuição de espaço necessário Arquitetura modular Flexibilidade de instalação Instalação fácil Custo de hardware reduzido Expansibilidade Variedade de interfaces de I/O Controle de uma variedade de dispositivos Estações remotas Eliminação de longos dutos e fios Indicadores de diagnósticos Redução do tempo de parada Indicação de operação Interface modular de I/O Ligação fácil Manutenção fácil Desconexão rápida Manutenção fácil Tabela 1: Vantagens do uso de CLPs. Bibliografia: - Bryan, L. A.. “Programmable controllers : theory and implementation”. 2.ed. Atlanta, Ga : Industrial Text Company, 1997. - Petruzella, Frank D.. “Programmable logic controllers”. 2. ed. New York, NY : McGraw-Hill, c1998. 464 p. Automação 36 4 Conceitos Lógicos e Sistemas numéricos Automação 37 Para entender as aplicações com CLPs, devemos rever os conceitos lógicos por trás deles. Serão discutidas três operações lógicas – AND, OR e NOT, e mostrar como com estas três funções pode-se controlar desde simples até complexas aplicações. 4.1 Conceito Binário O conceito binário não é novidade. De fato, é muito antiga. Ela simplesmente refere-se a idéia que muitas coisas existem somente em dois estados predeterminados. No caso, uma lâmpada pode ser ligada ou desligada, uma chave pode estar aberta ou fechada, ou um motor pode estar funcionando ou parado. Estes dois estados são a base para a tomada de decisões em sistemas computacionais e controladores programáveis. Nas aplicações com controladores e em lógicas de relés, o valor binário 1 significará presença de sinal. O valor binário 0 significará ausência de sinal. 4.2 Funções Lógicas Operações lógicas em sistemas digitais, como CLPs, são baseadas em três funções lógicas fundamentais: AND, OR e NOT. 4.2.1 Função AND Uma função AND resulta numa saída ligada se todas as suas entradas estiverem ligadas. Pode-se associar esta função ao seguinte caso: Aciona-se um alarme (S1 - sirene) se o sistema estiver ligado (PB1 - Push-button 1) e (AND) se o sensor de presença (LS1) acusar o movimento de algo no sistema. A figura abaixo mostra a representação lógica em 1a, o circuito elétrico 1b e a Lógica de relés 1c. Figura 4.1a: Diagrama lógico Figura 4.1b: Diagrama elétrico. Figura 4.1c – Lógica de relés. Automação 38 4.2.2 Função OR Uma função OR resulta numa saída ligada se pelo menos uma das suas entradas estiver ligada. Pode-se associar esta função ao seguinte caso: Aciona-se um alarme (S1 - sirene) se um botão for pressionado (PB1 - Push-button 1) ou (OR) se o sensor de presença (LS1) acusar o movimento de algo no sistema. A figura abaixo mostra a representação lógica 2a, o circuito elétrico 2b e a lógica de relés 2c. Figura 4.2a: Diagrama lógico Figura 4.2b: Diagrama elétrico. Figura 4.2c: Lógica de relés. 4.2.3 Função NOT Uma função NOT resulta numa saída invertida da sua única entrada. Pode-se associar esta função ao seguinte caso: Uma válvula solenóide (V1) deverá ser aberta se a chave de nível N1 não estiver fechada. A figura abaixo mostra a representação lógica 3a, o circuito elétrico 3b e a lógica de relés 3c. Automação 39 Figura 4.3a: Diagrama lógico Figura 4.3b: Diagrama elétrico. Figura 4.3c: Lógica de relés. 4.3 Álgebra de Boole Em 1849, o inglês George Boole desenvolveu a álgebra Booleana. O propósito desta álgebra foi ajudar na lógica do raciocínio, uma velha forma de filosofia. Ela possibilita uma escrever de forma simples, combinações complicadas de declarações lógicas que resultam em estado verdadeiro ou falso. Quando a lógica digital foi desenvolvida em 1960, a álgebra de Boole se encaixou perfeitamente no contexto das regras lógicas, uma vez que todas as regras lógicas dos sistemas digitais usam dois estados lógicos, TRUE/FALSE ou Verdadeiro/Falso ou 1/0. Há muitas aplicações cuja álgebra de Boole pode ser utilizada para resolver problemas de programação de CLPs, e de fato existem controladores programáveis que podem ser diretamente programados usando instruções Booleanas. Porém, para eletricistas e programadores de CLPs nada é mais familiar do que a lógica ladder ou lógica de relés. A lógica de relés é um diagrama que demonstra instruções interligadas de maneira semelhante à implementação física do sistema. Composta por chaves normalmente abertas ou fechadas e bobinas de acionamento. Automação 40 4.4 Sistemas numéricos Os sistemas numéricos são formas de se representar grandezas numéricas, dentro de um sistema composto de um alfabeto próprio (por alfabeto se entende um conjunto de símbolos que neste caso representam grandezas numéricas). Existem vários sistemas numéricos, que se caracterizam pela base que representam. Os CLPs, são compostos de microcomputadores que trabalham no sistema numérico denominado binário. Por outro lado, nós estamos habituados a trabalhar com o sistema numérico decimal. A seguir são apresentadas as formas como são definidos os sistemas mais comuns de numeração e como podemos convertê-los para o sistema decimal. 4.4.1 Sistema binário É o sistema numérico mais simples, composto por dois símbolos - 0 e 1. A base deste sistema de numeração é a base 2. Os dígitos deste sistema numérico são conhecidos por BIT - Binary Digit. Um bit só pode assumir um de dois valores possíveis, 0 ou 1. Para converter um número binário para o sistema decimal, basta avaliar o valor de cada dígito multiplicando este por 2n, onde n é a posição do dígito dentro do número. Exemplo: O número 110011b, tem sua representação
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