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AÇÃO CIVEL DANOS MORAIS

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Advocacia
		Ronisa Freitas
OAB – CE 23788
Previdência - Cível -Trabalhista
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª
 VARA CÍVEL DA COMARCA DE TAUÁ
NILDO VILANOVA, brasileiro, Casado, C.P.F – 659.155.850-00, residente na Rua Joaquim de Lima, 07 – Bairro /Tauá – CE. CEP. 63660-000, vem respeitosamente perante V. Exa., por sua advogada abaixo assinado, conforme procuração em anexo, propor AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS contra COMPANIA DE BEBIDAS DAS AMERICAS S.A., empresa privada, CNPJ – 07.526.557/0056-83, Av. Engenheiro Emiliano Macieira, 16 – Bairro Pedrinhas/Maranhão – MA. Cep: 65095-603, com fulcro nos artigos 282 e seguintes do Código de Processo Civil, artigos 953 e 954 do Novo Código Civil e artigo 5º, incisos,V e X da Constituição da República Federativa do Brasil. 
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
 Cumpre salientar que o Requerente não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 4° da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86.
 lI - DOS FATOS
 
            O Autor no dia 28/10/15,as 06hs10m da manhã, na incumbência de fazer uma entrega de 84 refrigeradores da Metalfrio, no endereço supramencionado, entregou a carga, e conforme doc (01) em anexo, recebido e conferido pela funcionaria Glena Seixas Veras, ID99758730, e saindo da empresa dia 03/11/15 as 19hs59m,ou seja permaneceu 05(Cinco)dias dentro da empresa, período esse que carregava a carreta para a próxima carga, ao chegar no posto que abastecia, recebeu a ligação da funcionaria Glena, alegando que estava faltando produto na carga, funcionários levaram um documento pedindo que o Autor assinasse que estava faltando produto, mais que não daria nenhum problema para ele, pois a empresa pagaria pelo o produto que estava faltando, O Autor se negou a fazer tal coisa e ligou para empresa RBA na qual trabalhava, explicando o que ocorrera, foi orientado a não assinar pois a mesma já tinha conferido, recebido e assinado.
Depois de um certo tempo, recebeu a ligação da mesma funcionaria que outrora recebera a referida carga, alegando que estava faltando mercadoria.
O autor foi constrangido e humilhado diante de seus companheiros, no posto onde abastecia e foi bloqueado em todos os postos de serviços da Ambev do Brasil, ficou dois meses sem arrumar trabalho, devido os rumores do que aconteceu, as empresas não queriam contratar o mesmo, colocando o caráter do Autor em dúvida, tamanha humilhação sofreu o Autor, até hoje é visto com maus olhos pelos companheiros de estrada.
Outra alternativa não nos resta se não a propositura da presente demanda;
1. = Eis uma breve e historiciada síntese dos fatos.
Do Direito – Do Dano Moral – A Constituição da República Federativa do Brasil de I988
2. = Estabelece a Constituição da República Federativa do Brasil de I988, através do artigo 5º, em seus incisos V e X, a efetiva proteção à moral de quem sofre injusta investida contra sua honra;
3. = Na realidade, Excelência, o Texto Constitucional nada mais fez do que regulamentar um direito intrínseco à todo cidadão;
4. = Sim, porque o próprio Código Civil de I916, em seu artigo 75 e 76, já fazia menção, ainda que de maneira indireta, à possibilidade de reparação do dano moral;
5. = Citemos abaixo o texto legal do Antigo Código Civil:
Art. 75. A todo o direito corresponde uma ação, que o assegura.
Art. 76. Para propor, ou contestar uma ação, é necessário ter legítimo interesse econômico ou moral.
6. = Assim, com o advento da Constituição de I988 e, agora, do Novo Código Civil, sancionado pelo Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, não há mais que discutir-se sobre a reparabilidade, ou não do dano moral em nosso Ordenamento Jurídico. Ele [o dano o moral] o é [indenizável] e pronto.
Do Direito – Aspectos do Instituto do Dano Moral – a compensação pelo mal sofrido e a punição pelo ilícito praticado
7. = É sabido e reconhecido hoje, tanto pela Doutrina quanto pela jurisprudência[2]que o dano moral tem dois importantes aspectos. A saber: o compensatório e o punitivo;
8. = Não embora também seja de extrema importância ao caso, entendemos que o aspecto ressarcitório do instituto não seja o mais importante. Com efeito, indenizar significa tornar indene, isto é, trazer aquele que sofreu o dano ao seu status quo ante;
9. = Por mais que se indenize, nada apagara a humilhação sofrida pelo requerente no posto diante de seus colegas, por mais que seja a ré condenada, não há maneira de se voltar no tempo e apagar as palavras ditas em alto e bom tom pelo requerido [em ataque à dignidade e hombridade do requerente]: ASSINE QUE A EMPRESA PAGA O PRODUTO!
10. = Todavia, seria hipócrita alegar-se que, por isso o dano seria inindenizável;
11. = Já é reconhecido que, muito embora a indenização não possa apagar a dor [dolosamente] infligida [ao requerente] ela possa servir como um lenitivo para a mesma e, sirva também para que se puna o agressor para que eventos análogos não voltem a ocorrer;
12. = Trata-se da técnica do desestímulo. Pune-se também, Excelência para que eventos análogos não mais voltem a ocorrer. Os homens sofrem mais com a perda do patrimônio, do que com a morte do pai[3].
13. = Com efeito, se por um lado é certo que nada apagará as palavras ditas [pelo réu] em 29 de setembro de 2003, ofendendo a honra subjetiva e objetiva do autor, por outro, também é certo que uma punição em espécie terá o condão de evitar que o requerido volte a cometer este tipo de falta;
20. = Para tanto, é necessário que a indenização seja estabelecida em elevado valor[4], a fim de que o requerido sinta (no bolso, o órgão mais sensível do ser humano, o mal praticado);
14. = Com efeito, é certo afirmarmos que uma indenização concedida em baixo valor teria o condão de, a um só tempo: 1) achincalhar ainda mais a honra do lesado, 2) reforçar o descrédito que tem a população na Justiça e, pior ainda, 3) reforçar a sensação de impunidade do réu, o que sob todos os aspectos, seria desastroso;
15. = Pede vênia este Advogado para recordar um caso[5] [no qual trabalhamos com o Dr. R A L]: uma antiga cliente de nosso escritório, empregada doméstica que era, fora demitida por seu patrão, alto executivo de uma multinacional, com salário em torno de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) por mês. No momento em que saía da casa de seu ex-patrão este lhe disse: – Vai embora logo sua preta suja. Pois bem, ajuizamos ação civil de reparação de danos morais, e, o MM. Juiz de Primeira Instância, timidamente, arbitrou a indenização em R$ 500,00 (quinhentos reais). Nosso argumento no recurso de apelação era simplesmente o seguinte: Será que uma indenização que corresponde a 1/80 (um oitenta avos) do salário mensal do reú terá o condão de dissuadi-lo de novas agressões à honra de outrem. A resposta, era muito simples. Não, ao contrário, o encorajaria ainda mais a lesar a honra de terceiros. Assim, considerando circunstâncias particulares do caso, elevou o Tribunal de Justiça a indenização ao patamar de R$ 8.000,00 (oito mil reais);
16. = Entendemos, Excelência, que este exemplo explique com maestria a necessidade de que a punição se faça ser sentida no bolso de quem praticou a ofensa.
Do Direito – Da inidenização por Danos Morais – da Posição da Jurisprudência
17. = A jurisprudência, conforme pode demonstrar a mais singela das amostragens vem, cada dia mais, conferindo vigor à reparabilidade do dano moral. Citaremos abaixo alguns arestos[6]:
“A Lei 4.117/62 (Código Brasileiro de Telecomunicações), deu outra amplitude à noção de dano moral ressarcível. Este independe de reflexos patrimoniais. Basta a ofensa à honra para gerar direito de indenização. O dano moral está ínsito, presumido juris et de jure na ofensa à honra. Por isso mesmo, o Código Brasileiro de Telecomunicações fixou, desde logo, um mínimo e um máximo para o ressarcimento do dano moralresultante da calúnia, difamação e injúria, independentemente da ação penal, dispensando a prova dos reflexos patrimoniais do dano moral sofrido.”
“Tendo sido a vítima acusada injustamente de furto no interior de supermercado e conduzida a uma sala, de modo grosseiro, por preposto do ofensor, na presença de terceiros, caracterizado se acha o dano moral, pois tal procedimento acarreta à mesma sofrimento e humilhação, ofendendo sua dignidade. O valor da reparação por dano à honra deve ser fixado prudentemente pelo julgador, a fim de que não se transforme em fonte de enriquecimento da vítima nem seja ínfimo ou simbólico.”
18.1 = Assim, tem-se que é indiscutível que é amplamente aceito, tanto pela Melhor Doutrina quanto pela Moderna Jurisprudência, o dano moral [e a sua reparação] no Ordenamento Jurídico Pátrio.
Do Direito – Critérios para a fixação do dano moral – o artigo I547 do Código Civil de I9I6 e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
26. = Comprovado e caracterizado, como de fato o está, o dano moral sofrido pelo autor, nos resta agora sabermos como repará-lo, isto é, como calcular-se o “quantum debeator”;
19. = Não obstante não esteja mais vigente, entendemos que a fórmula do artigo1547 do Código Civil de 1916, lida à luz do princípio da razoabilidade nos fornece meios de se chegar à indenização justa para o caso em tela. Senão vejamos:
20. = Reza o artigo 1547 do Código Civil de 1916 que, se na calúnia ou injúria[9] o ofendido não puder provar prejuízo material, “pagar-lhe-á o ofensor o dobro da multa no grau máximo da pena criminal respectiva.”;
21. = Por seu turno, o artigo 49 do Código Penal prescreve que o valor máximo do dia multa é o de 5 (cinco) salários mínimos, e, o valor máximo em dias multa que pode ser cobrado é o equivalente a 360 (trezentos e sessenta) dias multa;
22. = Grosso modo, isso nos possibilitaria chegar à conclusão de que, multiplicando-se todo este valor por dois poder-se-ia cobrar 3.600 (três mil e seiscentos) salários mínimos do requerido a título de indenização[10];
23. = Em reais, esta quantia seria equivalente a R$ 864.000,00 (oitocentos e sessenta e quatro mil reais). Tratar-se-ia de um franco absurdo querermos que a lei fosse aplicada em sua literalidade. Contudo, se levarmos em conta, os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, levando em consideração alguns fatores como: 1) a conduta nitidamente dolosa da requerida; 2) a condição econômica do requerente que é um mero motorista de carreta; 3) a condição econômica do requerido que, se trata de uma multi nacional; 4) a necessidade, mormente numa sociedade violenta como a nossa que o Estado-Juiz tem de dar uma solução aos problemas criados; 5) a necessidade de se punir a requerida por sua conduta dolosa; 6) a necessidade de se reparar a vítima (o autor) pelo mal sofrido; e, 7) a necessidade, por outro lado, que a indenização não se constitua em fonte de ruína econômica para a vítima;
24. = Assim, colocados todos esses fatores na balança, entendemos razoável a indenização arbitrada em R$ 86.400,00 (oitenta e seis mil e quatrocentos reais).
DO PEDIDO
25. = Assim, ante o exposto, é a presente para requerer:
26. = Seja citado o requerido, POR CARTA, no endereço declinado no cabeçalho desta para que, querendo, conteste a presente em 15 dias sob pena de serem reputados verdadeiros os fatos apresentados na exordial;
27. = Que seja deferido o benefício da assistência judiciaria gratuita, devido à difícil situação econômica do autor, que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio
28. = Seja julgada totalmente procedente a demanda, e condenada a ré a pagar a título de danos morais, ao autor, a quantia de R$ 86.400,00 (oitenta e seis mil e quatrocentos reais) atualizados até a data do efetivo pagamento com juros legais e correção monetária;
29. = Seja a ré condenada também em custas processuais e sucumbência de 20% (vinte porcento) do valor da causa, considerando-se tratar-se de outra comarca;
30. = Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admissíveis;
31. = Dá-se à causa, unicamente para fins de alçada, o valor de R$ 86.400,00 (oitenta e seis mil e quatrocentos reais).
 	
Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos pelo ordenamento jurídico, em especial pela juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas cujo rol será oportunamente juntado.
 
Dá-se à causa, para fins de alçada, o valor de R$ 86.400,00 (Oitenta e seis mil e quatrocentos reais).
 
Nestes termos, pede deferimento.
 
Tauá, 26 de janeiro de 2015.
 
 ___________________
RONISA ALVES FREITAS 
OAB/CE: 23.788
Rua Farmacêutico Luiz Patrone,05 -1° Andar
Centro - Tauá –CE
Fone:(88)3437-2012 /99645-2741

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