Prévia do material em texto
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: Prof. Ms. Francisco Donizetti Mendes Takahashi OS TESTES PSICOLÓGICOS E SUA CLASSIFICAÇÃO MÉTODOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA Define-se Avaliação Psicológica como: “é um processo de coleta de dados e interpretação de informações, realizada por meio de instrumentos psicológicos, tendo por finalidade o maior conhecimento do indivíduo a fim de serem tomadas determinadas decisões” (Wechsler, 1999) Um processo avaliativo inclui dados quantitativos e qualitativos, já que a avaliação consiste em dar qualidade à um valor numérico obtido através da medida. OBJETO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA Constitui-se objeto da avaliação psicológica o seguinte conjunto de dimensões psicológicas: capacidade cognitivas e sensório-motoras, componentes sociais, emocionais e afetivos da personalidade, dimensões interpessoais e motivacionais, atitudes, aptidões e valores. Tais dimensões podem ser estudadas em conjunto ou em parte, de acordo com o problema e o motivo da avaliação. TESTES PSICOLÓGICOS A) DEFINIÇÃO: “Um teste psicológico é essencialmente uma medida objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento” (ANASTASI; URBINA, 2000, p.18). B) OBJETIVOS: “Medir diferenças entre os indivíduos ou entre as reações do mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias” (ANASTASI; URBINA, 2000). C) CLASSIFICAÇÃO: Não existe um modo inteiramente satisfatório de classificar os testes que seja adotado por unanimidade pelos diversos autores. Diferentes critérios podem ser adotados. ALGUMAS DIVISÕES DIDÁTICAS DE ACORDO COM… • A UTILIZAÇÃO; • OS MÉTODOS UTILIZADOS; • A FINALIDADE; • A INFLUÊNCIA DO EXAMINADOR; • O MODO DE ADMINISTRAÇÃO; • O QUE AVALIAM e • A ÁREA DE UTILIZAÇÃO DE ACORDO COM A UTILIZAÇÃO Instrumentos de Avaliação Exclusivo de Psicólogos Não restritos a Psicólogos Com Finalidade de Pesquisa Aprovados pelo CFP Não dependem da aprovação do CFP Ainda não aprovados pelo CFP (em pesquisa) DE ACORDO COM OS MÉTODOS UTILIZADOS • Ênfase na objetividade e padronização dos estímulos e respostas; • Respostas Fechadas e elaboradas previamente; • Ênfase na abrangência e riqueza das informações por meio de respostas livres; • Respostas abertas, construídas pessoalmente; DE ACORDO COM A FINALIDADE Os testes puros de velocidade medem a rapidez de raciocínio ou execução de determinada tarefa. Caracterizam-se pelo tempo certo de administração e pelo fato de serem homogêneos, variável apenas a rapidez de execução. TESTES PSICOLÓGICOS Testes de Rapidez ou Velocidade Testes de Potência Avaliam a potencialidade do indivíduo em relação a alguma característica. Os itens apresentam-se em dificuldade crescente – teste heterogêneo – e isso toma mais tempo para a sua realização. DE ACORDO COM A INFLUÊNCIA DO EXAMINADOR PODEM SER Pessoais Impessoais A influência do examinador pode favorecer ou desfavorecer o escore do examinando. Nos casos em que é extremamente necessária a presença do examinador para explicar a tarefa, observar atitudes, etc., sua personalidade e sua conduta influem consideravelmente no resultado. Nos testes impessoais o examinador se limita a administrar o rapport. Geralmente esses testes são autoadministrados, pois vêm com instruções impressas. DE ACORDO COM O MODO DE ADMINISTRAÇÃO Os testes podem ser aplicados de forma... INDIVIDUAL COLETIVA AUTO ADMINISTRADA Exige a presença de um examinador e um examinando, não pode ser aplicá-lo em grupo. Suas instruções são complexas. Não exige um contato tão direto entre examinador- examinando. É mais simples. Por isso é realizada em grupo, apresentando como vantagem a economia de tempo Possui instruções na capa, não determina tempo e dispensa a presença de um aplicador, podendo ser aplicada coletivamente ou mesmo de maneira individual. DE ACORDO COM O QUE AVALIAM INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Personalidade Cognitivo / Inteligência Habilidades Específicas Comportamentos sociais – adaptativos e problemáticos; dinâmica familiar, relações interpessoais, extroversão, liderança, empatia etc. Atenção, funções sensório- motoras, lateralidade, organização perceptual, aprendizagem e memória, raciocínio, funções executivas, linguagem, rendimento acadêmico etc. Administração do tempo, orientação vocacional, estruturação familiar, ansiedade, estresse, déficit de atenção e hiperatividade, etc. DE ACORDO COM AS ÁREAS DE ATUAÇÃO Anamnese, BPR-5, Colúmbia, EFN, EFEx, EFS, IFP, IHS, SMHSC, TAT, Rorschach, Escala Hare, EFE, ISSL, ESI, ESA, TDAH, Escalas Beck, IECPA, QSG, SDT, WISC III, WAIS III, Wisconsin, Jogo Reflexivo do Casal, CONFIAS, Compreensão Leitora, ADT, Jogos das Profissões, Guerra ao Stress, Figuras de Rey, entre outros. BPR-5, EVHAD, EFN, EFEx, EFS, IFP, IHS, TAT, Z-Test, ISSL, Escalas Beck, IECPA, QSG, Diagnóstico Organizacional, ADT, IAT, etc. Anamnese, BPR-5, Colúmbia, EFEx, EFS, IFP, IHS, SMHSC, EFE, ISSL, ESI, ESA, TDAH, Escalas Beck, IECPA, QSG, SDT, WISC III, WAIS III, Wisconsin, CONFIAS, Compreensão Leitora, Jogo das Profissões, Guerra ao Stress, Figuras de Rey, dentre outros. É importante destacar que um mesmo instrumento pode ser utilizado em diferentes áreas de atuação. Por exemplo, o IFP - um mesmo teste pode ser utilizado em diferentes áreas de atuação. Inventário Fatorial de Personalidade (IFP) Empresa Clínica Escolar Jurídica NATUREZA DOS TESTES PSICOLÓGICOS Inicialmente, os testes psicológicos serão definidos, diferenciando-os de outros instrumentos. Será apresentada a concepção dos testes como ferramentas de uso exclusivo dos psicólogos que, no contexto da avaliação psicológica, fornece informações úteis sobre processos mentais. Classificação dos Testes Psicológicos. Atualmente, é reconhecido que há múltiplas possibilidade de classificação dos testes, porém optou-se por levar em conta dois eixos principais, a partir dos quis classifica-los: tipo de medida e natureza do construto. Antes, todavia, começaremos com uma introdução. INTRODUÇÃO Não raras vezes, existe uma confusão no âmbito da avaliação psicológica, uma vez que têm sido criadas visões bastante distorcidas, desde uma concepção mágica, que atribui à avaliação o papel de revelar toda a essência do homem, a uma especulação taxativa, que indica ser essa avaliação desnecessária em Psicologia. Conforme veremos, ambas visões são, de fato, equívocos, produzidos por aqueles que não fazem ou compreendem realmente a avaliação psicológica. Assim, basta ter em conta dois princípios centrais: ▪ A avaliação psicológica é um processo. O parecer ou o laudo psicológico são apenas a conclusão de diversas etapas, incluindo comumente a testagem psicológica. ▪ Sem a avaliação psicológica, o trabalho do psicólogo pode não ter base de sustentação, procurando-se soluções estritamente empíricas, em um processo de ensaio e erro. Os testes dão o sentido de objetividade e rigor neste processo. Portanto, realizar testagem psicológica é parte de um processo (avaliação psicológica), que frequentemente implica em decisão e algumas vezes sugere a intervenção do psicólogo. Seguramente, a AP, depois da queixa ou demanda apresentada, é o primeiro passo na cadeia de ações, sendo um recurso importante para práticas bem fundamentadas. Neste marco, a testagem psicológica é essencial. Historicamente, os testes psicológicos surgem da demanda de contar com alguma ferramenta “padronizada” no momento de avaliar as pessoas, evitando criar impressões subjetivas que apenas promovem discriminação. Neste sentido, os testes psicológicos são compreendidos como instrumentos de triagem e diagnóstico, favorecendo reconhecer indivíduos que se afastam de padrões convencionais da sociedade, os quais demandam alguma atenção. Os testes precisam então ser concebidos como parte importante da avaliação psicológica, visando prover informações para a tomada de decisão. Esteprocesso tem como uma das etapas principais a própria escolha dos testes, definindo-se também o lugar em que estes serão administrados e a forma como se procederá a divulgação dos resultados. Mas, como podemos conceber os testes psicológicos? Isso requer um esforço para defini-los, diferenciando-os de outros instrumentos empregados no contexto da avaliação psicológica, o que também demanda uma conceituação. NATUREZA DOS TESTES PSICOLÓGICOS A avaliação psicológica pode ser compreendida como: ➢ Um processo de busca de informação sobre o funcionamento psicológico das pessoas em situações específicas (Primi, 2005). ➢ Um modo de conhecer processos psicológicos por meio de procedimentos de diagnóstico e prognóstico, procurando aferi-los ou dimensioná-los. Medir, neste contexto, apresenta-se como um correlato de identificação e caracterização de um fenômeno psicológico (Alchieri & Cruz, 2007). Refere-se, portanto, à análise e síntese de informações obtidas à luz dos conhecimentos da Psicologia, tendo como propósito entender os processos psíquicos e sua relação com situações-problema de forma a planejar ações e intervenções profissionais. O objetivo último desse processo é beneficiar os indivíduos envolvidos, promover sua saúde e seu desenvolvimento psíquico e, por conseguinte, da sociedade (Primi, 2005). Os testes psicológicos são um tipo de ferramenta muito útil no processo de avaliação psicológica, embora não seja a única disponível. É importante conceituá-los no marco dos instrumentos de avaliação, diferenciando-os de outras modalidades disponíveis (Cozby, 2003; Pasquali, 2003): Testes psicológicos. O conceito mais conhecido é de uma prova (um exame) que envolve acerto ou erro de resposta em relação a um estímulo determinado (os famosos testes de inteligência). Porém, existe outro uso, correspondendo a um instrumento geral para o qual as pessoas vão emitir respostas que as caracterizam (os testes projetivos). Em ambos os casos, são geralmente objeto de diagnóstico. Inventários. São instrumentos que comumente definem possibilidade de diagnóstico, porém não enfocam questões de acertos ou erros. Procuram definir a magnitude com que o indivíduo apresenta determinado distúrbio psicológico em termos de traços de personalidade ou tipos de fobia. Escalas. Tais instrumentos não são restritos para uso dos psicólogos, sobretudo quando o propósito não é realizar um diagnóstico ou uma intervenção psicológica. Tornaram-se populares no contexto da Psicologia Social e Ciências Políticas, principalmente para realizar pesquisas de opinião e atitudes (por exemplo, preconceito, intenção de consumo, preferência política). São muito específicos, dirigidos a um objeto, sem respostas tipo certo ou errado, geralmente empregando um uma escala de resposta (por exemplo, concordo-discordo, verdadeiro- falso). Questionários. Compreendem um conjunto amplo e diversificado de perguntas que podem tratar sobre aspectos variados – informações demográficas, sociais, econômicas, comportamentais. Por exemplo, um questionário pode conter diferentes escalas, inventários e testes. Portanto, são, de fato, um conjunto de instrumentos que contribuem para a avaliação psicológica, embora não se restrinjam a essa prática, sendo comumente empregados por todos os profissionais interessados em levantar as mais diversas informações sobre as pessoas. Como bem lembra o Conselho Federal de Psicologia (Resolução CPF 02/2003): Art. 1º - Os Testes Psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo, em decorrência do que dispõe o § 1o do Art. 13 da Lei nº 4.119/62. Diferentemente dos demais instrumentos anteriormente listados (escalas, inventários e questionários), os testes psicológicos são de uso exclusivo dos psicólogos. Outros profissionais (por exemplo, psiquiatras, estatísticos, educadores) podem até contribuir com sua construção, mas não empregá-los nas suas práticas, ao menos no contexto brasileiro. Exemplo: A teoria é sobre o traço de personalidade extroversão, permitindo elaborar uma definição constitutiva (o que significa o construto, quantos fatores tem) e uma operacional (os itens que servem para representar o construto). Portanto, quando as pessoas respondem os itens do teste correspondente, permitirão que se conheça seu grau de extroversão. Construto Extroversão É importante conceber os testes psicológicos no contexto da teoria da medida, isto é, são instrumentos que possibilitam acessar conteúdos latentes (não aparentes, não observáveis diretamente), mas que se sabe de sua existência em razão da manifestação do comportamento pressuposto (Pasquali, 2003). Definição Operacional Alegre E1 Animado E2 Falante E3 Aberto E4 Natureza dos Testes Psicológicos Parece evidente, de acordo com o comentado, que os testes psicológicos são um tipo de instrumento que pode ser empregado no processo de avaliação psicológica. Sua função primordial é oferecer informação objetiva sobre processos mentais, possibilitando uma prática psicológica mais criteriosa, teórica e eticamente fundamentada. A propósito do aspecto ético, há que se ressaltar que os testes, diferentemente, por exemplo, de medidas mais gerais, não restritas aos psicólogos, são regulamentados pelo Conselho Federal de Psicologia, de acordo com a Resolução CFP 002/2003. Isso tem duas implicações: Critérios de aceitação dos testes. São definidos parâmetros psicométricos (e.g., validade, precisão) que os testes devem reunir; quando não atendidos, estes não são aprovados pelo CFP. Penalização para uso indevido dos testes. Uma vez não aprovado um teste pelo CFP, constitui-se em falta, passível de penalização, usá-lo na prática psicológica, isto é, no contexto da avaliação e diagnóstico CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS Existem diferentes e, possivelmente, infinitas formas de classificar os instrumentos psicológicos. Portanto, não se pretende nesta aula esgotar todas as possibilidades, mas fazer um apanhado que permita aos estudantes ter uma visão a respeito quando se consideram dois critérios: tipo de medida e natureza do construto. Antes de elencar os instrumentos segundo tais critérios, parece prudente defini-los: ✓ Tipos de medida. Esta classificação também pode ser entendida como tipo de metodologia empregada (Alchieri & Cruz, 2007), que, embora não seja simples, é comumente aceita como contemplando medidas objetivas (estímulos específicos com respostas pré-determinadas pelo avaliador) e projetivas (estímulos difusos com respostas elaboradas pelo respondente). ✓ Natureza do construto. Os instrumentos podem ser empregados para avaliar um grande número de construtos psicológicos. Tradicionalmente, avaliam traços de personalidade, inteligência e elementos disposicionais ou atitudinais. Tipos de Medidas. A classificação dos instrumentos (testes) em objetivos e projetivos não é uma divisão simples de tipos de testes; ela demonstra uma caracterização entre métodos, isto é, o nomotético (são avaliações por meio da caracterização do universal, primando pelo comportamento geral) e o ideográfico (enfoca o específico, o único e singular em cada indivíduo) (Alchieri & Cruz, 2003; Pasquali, 2001). Segundo Pasquali (2001), a diferença fundamental entre estes tipos de testes é que os objetivos (psicométricos) se baseiam na teoria da medida, isto é, usam números para descrever os fenômenos psicológicos. Por outro lado, os projetivos, ainda que possam empregar números, não se fundamentam na teoria da medida, mas na descrição linguística. Os testes psicométricos fazem uso obrigatório da estatística, enquanto os projetivos não necessitam de tal procedimento. Assim, diz-se que os testes psicométricos “medem”, ao passo que os projetivos “caracterizam” os indivíduos, ou melhor, seus atributos. Testes Psicométricos (objetivos, nomotéticos, quantitativos). ✓ Os instrumentossão maximamente padronizados em suas tarefas e em sua interpretação, de tal sorte que qualquer aplicador deve poder chegar aos mesmos resultados, independente de habilidades excepcionais, treino específico ou experiência na área. ✓ Tais testes utilizam técnicas de resposta do tipo escolha forçada, escalas de resposta enunciadas com número. Portanto, o respondente deve simplesmente escolher uma opção, tornando sua resposta sem ambiguidade para o aplicador apurar. ✓ Existem múltiplas alternativas de respostas objetivas. Por exemplo, escala dicotômica (com as alternativas Sim ou Não, Verdadeiro ou Falso) ou do tipo Likert, geralmente com 5 ou 7 pontos [para cada item ou afirmação (por exemplo, Na maioria dos aspectos, estou satisfeito com minha vida) o respondente deve indicar se Discorda totalmente (1), Discorda (2), Nem concorda nem discorda (3), Concorda (4) ou Concorda totalmente (5)]. Testes Psicométricos (objetivos, nomotéticos, quantitativos). ✓ Uma decorrência negativa do formato da resposta exigida ao respondente, é que os testes psicométricos são sujeitos a ricos de excluir conteúdo relevante A propósito, ao se fechar ou estruturar ao máximo os tipos possíveis de respostas, tais instrumentos oferecem um número limitado de alternativas, não todas as possíveis, para uma dada tarefa, empobrecendo ou restringindo, desta forma, as respostas dos sujeitos. ✓ Diz-se, com frequência, que os testes psicométricos estão mais interessados no produto, isto é, nos resultados objetivos. Contudo, isso se explica em razão de seu propósito de avaliar, de forma objetiva e em maior escala, em número grande de pessoas, tendo sido previamente elaborado o marco a partir do qual foi construído e que dá sentido às respostas das pessoas submetidas à avaliação. Testes Psicométricos (objetivos, nomotéticos, quantitativos). ✓ O psicólogo que emprega testes psicométricos prima pela objetividade: as tarefas são padronizadas, a correção e/ou apuração das respostas é mecânica, a interpretação é realizada em cima de perfis de números e seu significado é dado por regras de interpretação derivadas de pesquisas anteriores feitas com outros grupos de indivíduos, isto é, os testes produzem um índice ou perfil de índices que podem ser tratados estatisticamente para ver o montante de erro que se comete ao fazer esta ou aquela interpretação. ✓ Neste contexto, o psicólogo psicometrista que utiliza testes objetivos, pode ser visto como um fotógrafo, porque do mesmo objeto sempre e qualquer um pode tirar a mesma fotografia. Testes Projetivos (subjetivos, idiográficos, qualitativos) ✓ Os instrumentos (testes) projetivos normalmente apresentam tarefas não- estruturadas, sendo a decodificação e interpretação dependentes em grande parte do aplicador, isto é, diferentes aplicadores podem chegar a interpretações e resultados até contrastantes. ✓ Os testes projetivos requerem respostas livres dos respondentes, tornando sua apuração mais demorada, por vezes ambígua e sujeita aos vieses de interpretação do aplicador. ✓ Por não restringir as possibilidades de respostas, estes testes costumam oferecer conteúdo rico, pois os participantes têm a chance de dar respostas livres, com todas as alternativas possíveis. Testes projetivos (subjetivos, idiográficos, qualitativos). ✓ Os instrumentos (testes) projetivos normalmente apresentam tarefas não-estruturadas, sendo a decodificação e interpretação dependentes em grande parte do aplicador, isto é, diferentes aplicadores podem chegar a interpretações e resultados até contrastantes. ✓ Os testes projetivos requerem respostas livres dos respondentes, tornando sua apuração mais demorada, por vezes ambígua e sujeita aos vieses de interpretação do aplicador. ✓ Por não restringir as possibilidades de respostas, estes testes costumam oferecer conteúdo rico, pois os participantes têm a chance de dar respostas livres, com todas as alternativas possíveis. Testes projetivos (subjetivos, idiográficos, qualitativos). ✓ Estes instrumentos não se limitam ao produto, interessando-se, em maior medida do que os psicométricos, pelo processo de testagem, isto é, com os comportamentos que a pessoa apresenta durante a resolução de uma tarefa ou item. ✓ O psicólogo que utiliza testes projetivos trabalha muito com a subjetividade: suas tarefas são pouco ou nada estruturadas, a apuração das respostas deixa margem para interpretações subjetivas do próprio avaliador, de sua experiência, prática com determinada testagem. Por isso, pode fazer muita diferença a avaliação realizada por um psicólogo com e sem experiência com determinado instrumento. ✓ O psicólogo que emprega testes projetivos pode ser visto como um impressionista. Diz-se que é um artista, um sábio, porque pode produzir descrições melhores ou piores do que outros, considerando para isso o mesmo objeto (pessoa) avaliado. CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS • Descrição: O Matrizes Progressivas de Raven (APM) tem por objetivo proporcionar uma avaliação da inteligência, fator g, bem como fornecer informações sobre a capacidade edutiva do indivíduo. • População: Pessoas com 17 a 63 anos de idade e escolaridade mínima de Ensino Superior em andamento. O candidato deverá identificar qual a opção que preenche o espaço em branco da figura principal. • Indicação: Avaliação potencial intelectual, seleção de pessoal e orientação vocacional/profissional • Objetivo: Avaliar a capacidade imediata para observar e pensar com clareza, aferir o desenvolvimento intelectual, a capacidade de aprendizagem e a deficiência mental. Este é um exemplo de medida psicométrica. É parte do Teste Raven ou Matrizes Progressivas – Escala Geral Raven. Nela percebemos um desenho amplo, com um espaço vazio. Neste deve se encaixar uma única figura, que deve ser consistente, coerente, complementando-a. Entre as opções, portanto, há uma única alternativa correta, correspondendo a número 4 (canto inferior esquerdo) APM-RAVEN – Matrizes Progressivas Avançadas de Raven Este é um teste projetivo, denominado H-T-P, técnica projetiva de desenho da Casa – Árvore – Pessoa, tem sido utilizada por mais de 50 anos pelos psicólogos clínicos. População: Pessoas acima de 8 anos. Os desenhos são analisados, considerando um modelo de pontuação, mas, essencialmente, depende da habilidade do psicólogo que faz a avaliação. CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS Testes Projetivos Odette Lourenção Van Kolck, em seu livro Técnicas de Exame Psicológico e suas aplicações no Brasil, quando trata das técnicas projetivas e expressivas, lembra que testes como o Rorschach e o TAT são apenas duas das opções nesta categoria (testes de interpretação de borrões, figuras ou desenhos). Portanto, embora sendo provavelmente os testes mais empregados, existem outros recursos, como os que se indicam: ✓ Técnicas gráficas ✓ Técnicas lúdicas Tais técnicas serão objeto de estudo e debate em outra disciplina. NATUREZA DO CONSTRUTO De acordo Pasquali (2001), dividir os instrumentos segundo os processos psicológicos que avaliam é uma tarefa arriscada, pois existe um sem fim de tais processos. Portanto, qualquer divisão pode ser criticada como excludente ou omissa. Contudo, mesmo correndo o risco, seguindo este mesmo autor, adota-se a classificação de testes de capacidade intelectual e testes de preferência individual. ✓ Testes de capacidade intelectual. Os instrumentos agrupados sob esta categoria compartilham a natureza do construto que é avaliado, que evidencia uma habilidade ou aptidão, requerendo frequentemente a resolução de problemas, com a possibilidade de acertos e erros. ✓ Testes de preferência individual. Tais instrumentos são de uma variedade extraordinária, porém compartilham o sentido de que não implicam, necessariamente, a avaliação de uma habilidade, mas a preferência, disposição à ou tendência a endossar determinada forma de pensar, sentir ou agir. CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS Testes de Capacidade Intelectual São testes que avaliamaptidão geral (Quociente de Inteligência), aptidões específicas (raciocínios de tipo numérico, abstrato, espacial, mecânico, verbal, inteligência fluida e cristalizada, inteligência social etc.) e psicomotricidade (avaliação da percepção, habilidades de escrita, memória). Alguns dos testes conhecidos nesse âmbito são: Teste de Capacidade Intelectual APTIDÃO GERAL: ✓ A Escala de Maturidade Mental Colúmbia 3 (CMMS – 3) – tem como objetivo avaliar a capacidade de raciocínio geral de crianças. ✓ WISC-IV Escala de Inteligência Wechsler para Crianças – 4º edição. ✓ DFH Teste do Desenho da Figura Humana – Escala Sisto ✓ D-70 – Teste de Inteligência Teste de Capacidade Intelectual APTIDÕES ESPECÍFICAS: ✓TRAD (Teste de Raciocínio Analógico Dedutivo) ✓BRD (Bateria de Raciocínio Diferencial) ✓TCR - Teste Conciso de Raciocínio ✓RIn (Teste de Raciocínio Inferencial) Teste de Capacidade Intelectual PSICOMOTRICIDADE: ✓ BPH (Bateria Piaget-Head de orientação direita-esquerda) ✓ TEACO-FF (Teste de Atenção Concentrada) ✓ TL [Teste das Linhas (Atenção/Percepção Visual de Orientação] Testes de Preferência Individual São testes avaliam uma quantidade importante de processos mentais, sendo bastante diversa. Em geral, o que melhor os caracterizam como um conjunto é o fato de não requererem respostas certas, mas pretendem avaliar em que medida a pessoa avaliada pode ser definida como apresentando determinado perfil psicológico. Alguns dos testes conhecidos neste âmbito são: ✓ BFP (Bateria Fatorial de Personalidade) ✓ AIP (Avaliação dos Interesses Profissionais) ✓ EAB-E (A Escala de Avaliação do Bullying Escolar) ✓ EAC-IJ (Escala de Autoconceito Infanto-Juvenil) Classificação dos Testes Psicológicos Todos devem estar se perguntando: E os testes projetivos, os mais conhecidos [por exemplo, o TAT (Teste de Apercepção Temática) e o Rorschach], como podem ser classificados? Os testes projetivos, como os indicados previamente, têm uma papel bastante amplo, muitas vezes permitindo avaliar mais de um construto psicológico, o que dificulta enquadrá-los, definir em que categoria poderia se definir melhor. Por exemplo, o Rorschach pode ser empregado para avaliar inteligência emocional e personalidade (Muniz & Primi, 2008). Apesar desse comentário, Pasquali (2001) considera adequado classificar os testes projetivos, assim como os situacionais, os que envolvem biografias e observações comportamentais, sob a categoria testes de preferência individual. Contudo, haverá que pensar mais acerca deste ponto, procurando buscar uma nomenclatura mais adequada, que não misture os conteúdos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Algumas considerações se fazem relevantes: • É importante destacar que em ciência (a Psicologia é uma disciplina científica) deve haver objetividade, validade, replicabilidade de resultados. Assim, os testes psicométricos são um dos instrumentos privilegiados neste particular. • A ciência em geral, e a Psicologia em particular, trabalha com a verificação de hipóteses. Para se decidir sobre estas, é maximamente útil se dispor de dados válidos e precisos, e os testes permitem coletar dados de tal natureza para, em seguida, serem apropriadamente analisados. • Neste contexto aparece a grande vantagem que testes psicométricos, por exemplo, têm sobre avaliações do tipo impressionistas, porque aqueles coletam dados em termos de medidas, que podem ser mais objetivamente analisados e com maior precisão, o que resulta em uma verificação mais exata das hipóteses científicas. Existem algumas variações do conceito de avaliação psicológica, porém essencialmente a noção é de algo mais amplo, inclusivo, não se limitando a um tipo específico de teste ou abordagem, constituindo-se como um processo de múltiplas etapas. Neste âmbito podem ser empregados diferentes instrumentos, como escalas e testes, cabendo diferenciá-los. Referências Bibliográficas Alchieri, J. C. & Cruz, R. M. (2007). Avaliação psicológica: Conceitos, métodos e instrumentos. 3ª ed. São Paulo: Casa do Psicólogo. Anastasi, A. & Urbina, S. (2000). Testagem psicológica. Porto Alegre: Artmed. Cozby, P. C. (2003). Métodos de pesquisa em ciências do comportamento. São Paulo: Atlas. Cunha, J. A. (2000). Psicodiagnóstico-V. Porto Alegre: Artmed. Muniz, M. & Primi, R. (2008). Inteligência emocional e personalidade avaliada pelo método de Rorschach. Psico-PUCRS, 39, Pasquali, L. (2001). Técnicas de exame psicológico – TEP: Manual. Brasília: Conselho Federal de Psicologia / São Paulo: Casa do Psicólogo. Pasquali, L. (2003). Psicometria: Teoria dos testes na psicologia e educação. Petrópolis: Vozes. Primi, R. (2005). Desmistificando bolas de cristal. Psicologia: Ciência e Profissão, 3 Villemor-Amaral, A. E. & Werlang, B. G. (2008). Atualizações em Métodos Projetivos para Avaliação Psicológica. São Paulo: Casa do Psicólogo. Referências Bibliográficas