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Relação entre a definição de vinculo obrigacional decorrente do direito obrigacional e os princípios formadores do vigente código civil.

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Qual a relação entre a definição de vinculo obrigacional decorrente do direito obrigacional e os princípios formadores do vigente código civil vigente, os quais são: Eticidade, Sociabilidade e Operabilidade? 
O homem vive em sociedade consumerista, vivendo em atividade econômica, comprando, vendendo. Com o avanço tecnológico, essas atividades econômicas, trouxeram impactos para as relações humanas que carecem então de regulação por normas jurídicas, – quais sejam as que compõem o direito obrigacional. Dessa forma, o direito obrigacional rege as relações na produção e reunião de capital da empresa, no consumo dos bens e na distribuição e circulação dos mesmos.
Direito das obrigações consiste num complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial, que têm por objeto prestações de um sujeito em proveito de outro. Trata dos vínculos entre credor e devedor, excluindo de sua órbita relações de uma pessoa para com uma coisa; contemplas as relações jurídicas de natureza pessoal.
O vínculo obrigacional é aquele que surge a partir do instante que um sujeito (pólo ativo) acorda com outro (pólo passivo) uma obrigação (dar, fazer ou não fazer) gerando um ônus para ambas as partes. 
Os princípios da sociabilidade, eticidade e operabilidade, formadores do vigente Código Civil, incidem em todo o campo civil e, nesse sentido, no direito obrigacional.
A relação entre o vinculo obrigacional, decorrente do direito obrigacional e o principio da Eticidade esta no fato que este nos remete a ideia de que as relações jurídicas negociais devem ser regidas por valores e condutas de modo a desenvolver-se da forma mais honesta e correta, pois quando temos um contrato que prejudica uma das partes, estar-se ofendendo o principio da boa-fé. O código civil em seu art. 422 deixa expresso a obrigatoriedade das partes que tem algum vinculo obrigacional de resguardar o principio da boa-fé, o art. 422 do Código Civil, dispões que, “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”. 
Vimos que a boa-fé objetiva além de exigir das partes contratantes uma postura pautada em padrões sociais de lisura, honestidade e correção, também produz uma série de efeitos, os chamados deveres laterais ou anexos: deveres de proteção, de cooperação e de informação, configurando ela própria uma norma jurídica. Vale ressaltar ainda, que o Princípio da Boa Fé Objetiva atua como instrumentos de interpretação do negócio jurídico conforme art. 113 do CC/2.002. 
No direito obrigacional, os vínculos obrigacionais surgem quando temos um contrato, onde de um lado temos um sujeito ativo e do outro um sujeito passivo (credor e devedor), no qual além das partes respeitarem o principio da boa-fé, o contrato em si deve cumprir a sua função social. 
Sobre a função social versa o art. 421 do Código Civil, “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. 
O Princípio da Função Social do contrato é promover o equilíbrio entre a função individual e social do contrato, de modo a afastar o individualismo ou o coletivismo, atingindo o bem comum, ou seja, é analisar se a relação contratual estabelecida entre as partes compreende-se no contexto social, e não somente no contexto privado, dessa forma o contrato não pode ser transformado em um instrumento para atividades abusivas, causando dano à parte contrária ou a terceiros.
Como vimos irá ocorrer a violação da função social do contrato nas hipóteses em que o pacto venha a prejudicar os interesses sociais, ou até mesmo o de terceiros que não tenham relação direta com o contrato estabelecido entre as partes.
               O CC/2.002 em seu art. 1.228 § 1º e § 3º dispõe que de acordo com o principio da função Social do contrato é defeso conter elementos que estabeleçam vantagens exageradas de uma parte em prejuízo a outra.
O Princípio da Operabilidade tem como objetivo alcançar o direito na sua concretude, impondo soluções efetivas, sensatas, justas e viáveis na aplicação do direito aos casos concretos, a fim de se obter soluções rápidas e justas, evitando dessa forma a eternização dos conflitos e das incertezas.
Quando surge uma lide decorrente da violação por algum das partes das clausulas contratuais, em que houve, portanto a violação dos vínculos obrigacionais, por exemplo, e a parte que teve seu direito ferido recorre ao poder jurisdicional para que este dano seja reparado, o que se busca é que os Operadores do Direito analisem o caso e de forma razoável e em tempo hábil dêem uma resposta, ou seja, concretizem a sua finalidade.
A ideia do equilíbrio une uma série de institutos destinados a impedir que relações obrigacionais sejam pontes para injustiça comutativa.
  Com esta breve análise, chegamos à conclusão de que a relação entre os princípios formadores do vigente código civil e a definição de vinculo obrigacional está no fato de que é essencial que todos os envolvidos nas relações jurídicas obrigacionais busquem seguir estas linhas diretivas para que possamos ter uma sociedade mais justa, livre e paritária, ou seja, que se concretize o maior de todos os princípios, o da dignidade da pessoa humana.

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