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Princípios gerais do movimento dos fluidos Aula 2 – 23/08/2013 Profª. Tafnes da Silva Andrade Hidráulica AESGA Classificação dos escoamentos Pressão Reinante: Se considerarmos a pressão reinante num conduto, o escoamento de líquidos em condutos pode ser classificado em: Escoamento forçado (pressão é diferente da atmosfera) Escoamento livre (pressão na superfície do líquido é sempre igual a atmosfera Classificação dos Escoamentos Trajetória da Partícula: Quanto à direção da trajetória da partícula, o escoamento pode ser: Laminar Turbulento Instável Imagine uma tubulação com 10 cm de diâmetro, onde circunda um líquido viscoso, por exemplo, azeite. Imagine também que na extremidade da tubulação, em vários pontos de sua seção transversal se aplicou um corante. * * * * * * * * * * Regime laminar: Nesse regime, as partículas do fluido se movem seguindo uma linha reta e paralela à tubulação. Regime turbulento Nesse regime as partículas do fluido se movem de forma desordenada, podendo ocupar diversas posições ao longo do escoamento. Regime instável Neste tipo de regime hidráulico, a trajetória das partículas do fluido não pode ser caracterizada com segurança, já que as vezes apresentam um comportamento de regime laminar e em outras ocasiões apresentam um comportamento de regime turbulento. Classificação dos escoamentos Tempo: Quanto à variação no tempo, os escoamentos se classificam em: Escoamento permanente Escoamento transitório Escoamento permanente: Não há variação das características do escoamento com o tempo. Assim, a velocidade e outras propriedades podem ser matematicamente expressas por: 0 t v 0 t Escoamento Transitório: As propriedades do líquido variam com o tempo. Dessa forma: 0 t v 0 t Número de Reynolds: Em qualquer fluido em circulação atuam forças de inércia e de atrito interno entre as partículas. Reynolds, em 1883, comprovou que a relação entre ambas as forças permite definir o regime hidráulico. idadecosvisdeForça inérciadeForças Re O número de Reynolds pode ser representado por: (condutos forçados) (condutos livres) em que: d – diâmetro da tubulação (m); Rh – raio hidráulico do canal (m); v – velocidade da água (m/s); – viscosidade cinemática da água (m2/s) vd Re vR Re h A viscosidade varia com a temperatura. Para a água, com temperaturas entre 10 e 40ºC, pode-se calcular a viscosidade cinemática pela expressão: em que: t – temperatura da água (°C) - viscosidade (m2/s) 610 20 40 t É mais comum trabalharmos com vazão ao invés de velocidade. Portanto: 2 4 v d Q d Q4 Re O Número de Reynolds permite classificar o regime hidráulico. Vejamos como: O cálculo das perdas de carga e cálculo da vazão em função da pressão disponível varia de acordo com o Regime hidráulico Condutos Forçados Condutos Livres Regime Hidráulico Re < 2.000 Re < 500 Laminar 2.000 < Re < 4.000 500 < Re < 1000 Instável Re >4.000 Re > 1.000 Turbulento Equações fundamentais do escoamento Equação da Continuidade: É decorrente da lei de conservação de massa. em que: Q – vazão (m3/s) A – área da seção transversal ao escoamento (m2) v – velocidade da água (m/s) vAQ Exemplo: Por uma tubulação de diâmetro interior d = 28 mm, circula uma vazão Q = 1620 l/h a uma temperatura de 20oC. Calcular v e Re e classifique o regime de escoamento. = 0,0006 m2 Q = 1620 l/h Q = 4,5 .10-4 m3/s = 0,75 m/s 4 d A 2 A Q v = 20462,78 d q4 Re 610028,0 00045,04 Re Equações fundamentais do escoamento Equação de Bernoulli: Nós podemos resolver muitos problemas de hidráulica se conseguirmos caracterizar o estado de energia do fluido. Nós reconhecemos três formas de energia em condutos forçados: 2 2 22 1 2 11 22 z g vP z g vP Considere agora a figura A energia na seção 1 é igual a energia na seção 2. Se considerarmos o regime uniforme (v1 = v2), o que está ocorrendo é a transformação de energia de posição em energia de pressão. (Na natureza nada se perde, tudo se transforma) (Z2 < Z1) ( > ) 2P 1P A representação matemática do que foi dito expressa a equação de Bernoulli: Equação de Bernoulli A equação de Bernoulli é aplicada para um fluido ideal ou fluido perfeito. 2 2 22 1 2 11 22 z g vP z g vP Exemplo 01: A água escoa pelo tubo mostrado na figura abaixo, cuja seção é de 100 cm2. Se a pressão é de 0,5 kg/cm2 para a elevação 100, qual a pressão na elevação 70. Considere que não existe vazamento na tubulação? (livro do Azevedo Netto) Q1 = Q2 A1 x v1 = A2 x v2, como A1 = A2 v1 = v2 2 2 22 1 2 11 2 v 2 v z g P z g P m P m Pa Pa 70100 10000 50000 2 mca P 352 Exemplo 02: De uma pequena barragem, parte uma canalização, em nível, de 250 mm de diâmetro, com poucos metros de extensão, havendo depois uma redução para 125 mm. Do tubo de 125 mm, a água passa para a atmosfera sob a forma de jato. A vazão foi medida, encontrando-se 105 l/s. Calcular a pressão na seção inicial da tubulação? (livro do Azevedo Netto) Z1 = Z2 ; 2 2 22 1 2 11 22 z g vP z g vP 0 P2 1 2 1 2 21 22 g v g vP Q = A x v 0,105 = 0,0491 x v1 0,105 = 0,0123 x v2 v1 = 2,14 m/s v2 = 8,54 m/s 3,48 m c a gg P 2 14,2 2 54,8 221 Exemplo 03: Calcule a vazão da água que escoa na tubulação abaixo, considere que o eixo da tubulação está em nível.: z1 = z2 ; Q1 = Q2 A1 v1 = A2 v2 0,0177 v1 = 0,0044 v2 v1 = 0,256 v2 2 2 22 1 2 11 22 z g vP z g vP m6,0 PP 21 g2 v g2 v25,0 6,0 2 2 2 2 g2 v0625,0 g2 v 6,0 2 2 2 2 6,0 2 9375,0 22 g v v2 = 3,55 m/s Q = 0,00454 x 3,55 = 0,0161 m3/s Equação de Bernoulli Aplicado a um Fluido Real: Sabemos que em condições práticas, o movimento da água em qualquer conduto, se processa sempre com certa dissipação de energia causada pelas resistências que se manifestam em oposição ao movimento. A equação de Bernoulli, para os objetivos práticos de hidráulica (fluido real) fica assim representada: hfz g vP z g vP 2 2 22 1 2 11 22 2 2 22 1 2 11 22 z g vP z g vP hf Exemplo 04: Uma tubulaçãode 400 mm de diâmetro transporta 250 l/s de água. Foram instalados ao longo da tubulação dois piezômetros, cuja diferença de nível é de 10 cm entre as colunas de mercúrio. Determinar a perda de carga entre as seções 1 e 2. Considere γ da água igual a 10000 N/m3 e g igual a 10 m/s, e que a tubulação está em nível. v1 = v2 z1 = z2 =0,1 x 13,6 = 1,36 mca 2 2 22 1 2 11 22 z g vP z g vP hf 21 PPhf Exemplo 05: Idem ao exemplo anterior, só com uma redução na seção 2 de 400 para 300 mm. =1,99 m/s = 3,54 m/s 1 1 A Q v 2 2 A Q v = hf =0,92 m 2 2 22 1 2 11 22 z g vP z g vP hf g v g vPP hf 22 2 2 2 121 g2 54,399,1 6,13x1,0 22
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