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Principio do Direito Penal

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PRINCÍPIOS:
Os princípios podem estar explícitos ou implícitos na Constituição Federal no seu art. 5º, tendo a função de orientar o Legislador ordinário para adoção de um sistema de controle penal voltado para os direitos humanos. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA RESERVA LEGAL: Art. 5º, inc. XXXIX, CF e art. 1º do CP. 
O princípio da legalidade ou da reserva legal constitui uma efetiva limitação ao poder punitivo estatal.
- pelo princípio da legalidade, a elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei, isto é, nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência desse fato exista uma lei definindo-o como crime e cominando-lhe a sanção correspondente. A Lei deve definir com precisão e de forma cristalina a conduta proibida. 
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (ultima ratio):
O Direito Penal (a aplicação da sanção penal) deve ser reservada para os casos em que constitua o único meio de proteção suficiente da ordem social frente aos ataques relevantes. Assim, somente as condutas mais graves devem ser tipificadas e reprimidas pelo direito penal. O ordenamento jurídico penal deve ter como excepcional a previsão de sanções penais e não apresentar como instrumento de satisfação de situações contingentes e particulares, muitas vezes servindo apenas de interesses políticos do momento para aplacar o clamor público. 
- essas ideias consubstanciadas no chamado princípio da intervenção mínima, servem para inspirar o legislador, que deve buscar na realidade fática o substancial dever-ser para tornar efetiva a tutela dos bens e interesses considerados relevantes quando dos movimentos de criminalização.
Resumindo, antes de se recorrer ao Direito Penal, deve-se esgotar todos os meios extrapenais de controle social.
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE:
É corolário do princípio da intervenção mínima e da reserva legal.
- O Direito Penal limita-se a castigar as ações mais graves praticadas contra os bens jurídicos mais importantes, decorrendo daí o seu caráter fragmentário, uma vez que se ocupa somente de uma parte dos bens jurídicos protegidos pela ordem jurídica.
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE:
Atribui-se em Direito Penal, um triplo sentido ao conceito de culpabilidade, que precisa ser liminarmente esclarecido.
1º) CULPABILIDADE COMO FUNDAMENTO DA PENA:
- Refere-se ao fato de ser possível ou não a aplicação de uma pena ao autor de um fato típico e antijurídico, exigindo uma série de requisitos: Capacidade de culpabilidade; consciência da ilicitude e exigibilidade da conduta diversa (elementos de culpabilidade);
2º) CULPABILIDADE COMO ELEMENTO OU DETERMINAÇÃO DA PENA (Limite):
- nessa acepção, a culpabilidade funciona não como fundamento da pena, mas como limite desta, impedindo que a pena seja imposta aquém ou além da medida prevista pela própria ideia de culpabilidade (art. 59 do CP).
3º CULPABILIDADE COMO CONCEITO CONTRÁRIO À RESPONSABILIDADE OBJETIVA:
- Ninguém responderá por um resultado absolutamente imprevisível, se não houver obrado com dolo ou culpa.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL: (art. 5º XXXIX CF e At. 1º CP
A lei penal não retroage nem ultra-age, salvo para beneficiar o réu. 
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL:
há condutas que por sua adequação social não podem ser consideradas criminosas. Em outros termos, segundo esta teoria, as condutas que se consideram “socialmente”. 
Há um descompasso entre as normas penais incriminadoras e o socialmente permitido ou tolerado.
A tipicidade de um comportamento proibido é enriquecida pelo desvalor da ação e pelo desvalor do resultado lesando efetivamente o bem juridicamente protegido, constituindo o que se chama de tipicidade material. Conclui-se, portanto, que o comportamento que se amolda a determinada descrição típica formal, porém materialmente irrelevante, adequando-se ao socialmente permitido ou tolerado, não realiza materialmente a descrição típica.
jogo do bicho – merece a censura jurídica;
lesões corporais leves – brinco.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (PRINCÍPIO DA BAGATELA):
A tipicidade penal exige uma ofensa de alguma gravidade aos bens jurídicos protegidos, pois nem sempre qualquer ofensa a esses bens ou interesses é suficiente para configurar o injusto típico. 
É imperativa uma efetiva proporcionalidade entre a gravidade da conduta que se pretende punir e a drasticidade da intervenção estatal. Afasta a tipicidade penal, porque o bem jurídico não chegou a ser lesado.
Lei 9.099/95. Crimes de pequeno potencial ofensivo. Já houve uma valoração dos bens jurídicos pelo legislador, não se podendo dizer que há neste caso o princípio da insignificância. Os limites do desvalor da ação, do desvalor do resultado e as sanções correspondentes já foram valorados pelo legislador.
116011063 – CRIMINAL – TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL – ESTELIONATO – VIGIA AUTÔNOMO DE CARROS ("FLANELINHA"). VENDA DE CARTÃO DE ESTACIONAMENTO FALSO – ÍNFIMO VALOR DA VANTAGEM RECEBIDA PELO AGENTE – INCONVENIÊNCIA DE MOVIMENTAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO – COMPORTAMENTO DA VÍTIMA – INEXISTÊNCIA DE CAUTELA – DELITO DE BAGATELA – PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – ORDEM CONCEDIDA – Faz-se mister a aplicação do princípio da insignificância, excludente da tipicidade, se evidenciado que a vítima não teria sofrido dano relevante ao seu patrimônio – Pois a vantagem, em tese, obtida pelo paciente, vigia autônomo de carros ("flanelinha"), pela venda de cartão de estacionamento da Prefeitura do Rio de Janeiro falsificado, representaria quantia bem inferior ao salário mínimo. Inconveniência de se movimentar o Poder Judiciário, o que seria bem mais dispendioso, caracterizada. Não há que se falar em induzimento ou manutenção em erro, exigido pelo tipo penal, se, pela análise do laudo pericial, sobressai a possibilidade de qualquer indivíduo, agindo com prudência normal, vir a notar a falta de autenticidade do cartão de estacionamento adquirido pela vítima – Razão pela qual não se pode deixar de levar em conta o comportamento da mesma, que não teria procedido com a devida cautela. Considera-se como delito de bagatela o estelionato praticado, em tese, para a obtenção de vantagem de ínfimo valor monetário, consistente em apenas R$ 3, 00 (três reais) – Hipótese dos autos. Ordem concedida para determinar o trancamento da ação penal instaurada em desfavor do paciente, por ausência de justa causa. (STJ – HC 18314 – RJ – 5ª T. – Rel. Min. Gilson Dipp – DJU 01.07.2002)
27196239 JCPP.43 JCPP.43.I – APELAÇÃO CRIME – ART. 16 DA LEI DE TÓXICOS – RESQUÍCIOS DE MACONHA ENCONTRADOS EM ARTEFATO UTILIZADO PARA CONSUMO DE DROGA – REJEIÇÃO DA DENÚNCIA – ART. 43, I, DO CPP – APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA BAGATELA – Não há como se reconhecer lesividade em 0,034g de maconha encontrados dentro de um cachimbo. Apelo improvido. Decisão unânime. (TJRS – ACr 70004191797 – 3ª C.Crim. – Rel. Des. José Antônio Hirt Preiss – J. 29.08.2002)

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