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LIVRO DE MUSCULAÇÃO TERAPÊUTICA Ricardo W. C. Lucas.PDF

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4 
RICARDO WALLACE DAS CHAGAS LUCAS 
 
O Método “STS – Strength Training Strategies” de: 
 
 
MUSCULAÇÃO 
TERAPÊUTICA 
 
Aplicação de padrões de movimentos anatomo-funcionais, na 
Saúde, na recuperação físico-funcional e no desporto 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
© Ricardo Wallace das Chagas Lucas 
Edição: Sistema Wallace Consultoria Ltda – CNPJ 06.370.184-0001-68 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
LUCAS, Ricardo Wallace das Chagas 
Musculação Terapêutica - Aplicação de padrões de 
movimentos anatomo-funcionais, na Saúde, na recuperação físico-
funcional e no desporto/Ricardo Wallace das Chagas Lucas. – 
Florianópolis: Sistema Wallace Consultoria Ltda, SC, 2010. 
1. Musculação. 2. Exercícios Físicos. 3. Treinamento com 
Peso. 4. Periodização do Treinamento Físico. I. Título 
CDD: 613.71 
CDU: 613.71 
 
Capa: Tchubi Design – 48 3304 5056 
Revisão: Alessandra Chicalé 
 
Impresso no Brasil 
2010 
 
 
 
 
 
 
6 
SUMÁRIO 
Prefácio 07 
Contexto 08 
CONTEÚDO 
1. Histórico do Método “STS – Strength Training Strategies” de Musculação Terapêutica 09 
2. Em quem pode ser aplicado? 09 
3. Quem pode aplicá-lo? 10 
4. Como ele é aplicado? 10 
5. Material Utilizado 11 
6. Fundamentos: 21 
6.1 Movimentos Funcionais 21 
6.2 Controle Contínuo da Frequência Cardíaca 27 
6.3 Estímulo Óculo Motor 33 
6.4 Comando Verbal 35 
6.5 Toque Manual 38 
7. Padrões de Movimento: 39 
7.1 Padrões Básicos 39 
7.2 Padrões Variantes 54 
7.3 Padrões Combinados (Duplos Normais, Duplos Variantes Ventrais, Triplos Variantes 
Ventrais; Duplos Variantes Dorsais; Triplos Normais e Posturais) 
57 
7.4 Padrões Alternativos 68 
8. A Sessão Personalizada: 68 
8.1 Fases 70 
8.2 O Cinesioalongamento 75 
8.3 Gráficos de Periodização 108 
8.4 Calculo de gasto calorico 113 
8.5 O Teste Funcional 119 
9. Glossário 121 
10. Referencias Bibliográficas 126 
 
 
 
 
 
7 
PREFÁCIO 
Podemos definir exercícios resistidos, ou exercícios físicos resistidos, como atos motores que 
se caracterizam por contrações musculares específicas contra uma resistência externa, 
independentemente da técnica utilizada: pesos, borrachas, a mão, água, maquinário e etc.. 
Desta forma, qualquer exercício físico provoca uma musculação, ou “ação muscular”. Surge 
então a nômina musculação, que quando aplicada com fins de melhora ou manutenção do 
sistema músculo-esquelético é chamada de terapêutica. E é neste cenário que apresentamos 
um Método, que diferentemente da musculação utilizada para fisiculturismo, não busca a 
hipertrofia estética e sim o trofismo funcional, ou eutrofismo, que conseqüentemente 
determina o parâmetro mínimo ideal de força, flexibilidade e capacidade aeróbia. 
Estas valências físicas, quando em nível adequado, são imprescindíveis para a realização de 
diferentes tarefas cotidianas, sendo que sua redução pode muitas vezes pode ocasionar 
perda antecipada da autonomia funcional, afetando diretamente a qualidade de vida. 
Percebe-se na literatura especializada, um consenso com relação à prescrição de 
musculação para populações específicas, de modo que parece não haver mais dúvidas a 
respeito aos benefícios que reduzem os fatores de risco ligados a doenças cardiovasculares 
ao Diabetes Mellitus tipo 2, à Osteoporose, bem como para manutenção da massa magra, 
melhora do equilíbrio e preservação da capacidade funcional. Dessa forma, tem aumentado 
consideravelmente o número de praticantes de programas de exercícios resistidos em todas 
as faixas etárias e em ambos os sexos. 
Esta obra tem o objetivo de apresentar o Método STS – Strength Training Strategies de 
Musculação Terapêutica, definindo suas modalidades técnicas, aplicações e controle. O leitor 
perceberá que se utilizá-lo em consonância com o que prescreve as ciências relacionadas ao 
movimento humano, tais como a biomecânica, a neurologia e a fisiologia, obterá com 
facilidade reproduzível os resultados buscados sobre seus clientes. Desta forma, acreditamos 
que a simplicidade do Método possa ser um fator contributivo ao tratamento dos diversos 
males físico-funcionais da população moderna. 
Ricardo Wallace das Chagas Lucas 
CBO – 2236-05 / CREFITO 10 14404 - F 
Coordenador da ABMT – Associação Brasileira de Musculação Terapêutica 
 
 
 
 
 
8 
CONTEXTO 
 
 O ACSM – American College of Sports Medicine (Colégio Americano de Medicina Esportiva), 
há muito tempo demonstra que a saúde está diretamente relacionada à capacidade aeróbia, 
à flexibilidade e à força dos indivíduos. Desta forma, qualquer modalidade de exercício físico 
que seja capaz de melhorar ou recuperar estes parâmetros, são úteis ao ser humano e pode 
se considerado terapêutico. É sobre este pilar que é executada a modalidade de exercício 
comumente chamada de “Musculação Terapêutica”. 
O termo musculação, que na realidade é traduzido como “ação muscular” é confundido 
muitas vezes somente como exercícios físicos com pesos. Isto induz a se pensar que a 
musculação é exclusivamente realizada para fisiculturismo ou hipertrofia. Mas, qualquer 
técnica de “ação muscular” que oferece resistência suficiente ao movimento, para a 
recuperação físico-funcional, manutenção ou aprimoramento atlético, pode ser entendida 
como musculação. Termos comuns citados pelo ACSM são Strength Training (Treinamento 
de Força) e Resistive Training (Treinamento de Resistência), cujo segundo é na realidade é 
uma modalidade de treinamento de força. 
Vários são os estudos que demonstram os benefícios dos “exercícios resistidos” no 
aprimoramento da composiçao corporal e no equilíbrio das relações hormonais/metabólicas 
humanas. 
 O Método STS (Strength Training Strategies) é uma técnica de treinamento de força, e seus 
fundamentos podem ser utilizados nos diversos campos de atuação das ciências que 
norteiam o movimento humano. 
Sendo assim, podemos destacar destas ciências a Fisioterapia e a Educação Física como 
potenciais usuárias do método, pelo próprio fim que destina suas atuações profissionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
CONTEÚDO 
 
1. HISTÓRICO DO MÉTODO “STS – STRENGTH TRAINING STRATEGIES” DE 
MUSCULAÇÃO TERAPÊUTICA 
 
A partir da década de 90, houve um aumento significativo de produções científicas que 
comprovassem os benefícios dos exercícios resistidos (glicolíticos) sobre as populações 
especiais, onde se enquadram os idosos, diabéticos, hipertensos e obesos. Já que a 
referência de exercício físico para esta população seria a aplicação de exercícios aeróbios 
(oxidativos), poucas eram os métodos ou técnicas que direcionavam seus focos para o 
exercício resistido, ou musculação propriamente dita. 
Aproveitando estes referenciais científicos, o CEBRAF – Centro Brasileiro de Fisioterapia, 
sob a coordenação do Professor Ricardo Wallace das Chagas Lucas, iniciou a formatação do 
Método STS (Strength Training Strategies) de Musculação Terapêutica. 
O STS é a abreviação da aplicação de “estratégias para a aplicação de treinamentos e 
tratamentos de força”, já que o termo “Strength Training” era (e ainda é) encontrado em 
grande número de produções científicas relativas ao exercício resistido ou musculação. 
 
 
2. EM QUEM PODE SER APLICADO? 
 
Pesquisas têm mostrado que a musculação, ou exercícios físicos resistidos são seguros e 
eficazes para as mulheres e homens de todas as idades, incluindo aqueles que não estão em 
perfeita saúde. Na verdade, as pessoas com problemas de saúde, incluindo doenças 
cardíacas ou auto-imunes, são muitas vezes os mais beneficiados por um programade 
exercícios que inclui manuseamento de pesos, algumas vezes por semana. 
O treinamento de força, especialmente em conjunto com exercícios aeróbios (oxidativos) 
regulares, também pode ter um profundo impacto sobre a saúde mental e emocional de uma 
pessoa. 
Há inúmeros benefícios ao treinamento de força regular. Ele pode ser muito poderoso na 
 
 
 
 
 
10 
redução dos sinais e sintomas de várias doenças e condições crônicas, dentre elas: Artrite; 
Diabetes; Osteoporose; Obesidade; Lombalgias; Depressão; Doenças Arteriais 
Coronarianas; Acidentes Vasculares Encefálicos, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. 
Produz benefícios ainda em transplantes de órgãos, em Programas de ginástica laboral e até 
em disfunções físico-funcionais de crianças e adolescentes. 
 
 
3. QUEM PODE APLICÁ-LO? 
 
Profissionais formados (no Brasil) nas faculdades de Fisioterapia e Educação Física, pois 
ambas são oriundas da Ciência do Movimento Humano, e como partes deste grande 
universo de estudo, se caracterizam hoje como áreas de atuação do mesmo. 
Assim, racionalmente, devemos entender que são vários os conceitos da Ciência do 
Movimento Humano que podem ser aplicados nestas áreas de atuação, caracterizadas hoje 
como profissões constituídas, cada uma com o seu respectivo Conselho. 
Dentre estes conceitos podemos citar todas as bases anatomo-fisiológicas do movimento, 
englobando aí a biomecânica e o metabolismo energético. Movimento este que pode estar 
comprometido em situações de baixo rendimento físico (sedentarismo ou doença instalada) 
ou de alto rendimento físico (desportistas e atletas). 
Desta forma, a utilização de ferramentas ou recursos baseados nestes conceitos, que 
podemos entender até como técnicas, devem e podem ser usadas por ambas as profissões, 
cada uma no seu universo de atuação. 
Não podemos então afirmar que o Método STS – Strength Training Strategies seja de uma 
ou de outra profissão, devemos sim compreender que determinados conceitos podem ser 
utilizados pela Fisioterapia ou pela Educação Física. 
 
 
4. COMO ELE É APLICADO? 
 
Os fundamentos do Método STS podem ser aplicados de 03 (três) formas: 
 
 
 
 
 
11 
 Completa – Quando a sessão é 100% personalizada. Oferece o maior controle 
metabólico e periodização individual. É fundamental nas ações de emagrecimento 
controlado, correção postural, controle de problemas metabólicos (diabetes, SIDA, 
transplantes...) e melhora da performance esportiva. 
 Para Grupos Homogêneos – Quando as sessões objetivam atender grupos com 
perfis físicos-funcionais semelhantes, ou clínicos semelhantes. Como exemplo, 
podemos citar indivíduos com estratificação de riscos similares para Reabilitação 
Cárdiopulmonar e Metabólica, Reabilitação Pulmonar, Grupos de ginástica laboral, 
e Turmas de ginástica em academias. 
 Para recuperação ou potencialização de partes isoladas do corpo (segmentos) – 
Quando necessitamos tratar ou treinar um determinado membro ou articulação, 
como por exemplo, um pós operatório de ligamento cruzado anterior, ou 
treinamento específico para melhora de performance em um ombro de nadador. 
 
5. MATERIAL UTILIZADO 
 PREPARAÇÃO: Esteiras Ergométrica (mecânicas ou elétricas); Bicicletas 
Estacionárias; Bicicletas Móveis (normais); Elípticos; Steps; Cicloergômetros e 
qualquer equipamento apto a realizar o “aquecimento”. 
 
Fig 01 – Esteira Ergométrica 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Fig 02 – Biclicleta Ergométrica 
 
 
 
Fig 03 – Elíptico Ergométrico 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Fig 04 – Step 
 
 SESSÃO: 
Pesos livres em forma de Halteres e Caneleiras, ou equipamentos de contra-
resistência tais como “Thera-band” ou outras modalidades de extensores elásticos. 
Pode também ser realizada a contra-resistência pela mão do profissional ou pelo 
meio líquido, adicionado ou não de outras formas adicionais de resistência para 
este ambiente (pás, flutuadores ou nadadeiras). 
 
 
Fig. 05 – Caneleiras de 1kg a 5 kg 
 
 
Fig. 06 - Halteres de 1kg a 5 kg 
 
 
 
 
 
14 
 
Fig. 07 - Flutuador 
 
 
Fig. 08 – Tensor Elástico 
 
Monitor de Frequência Cardíaca, para acompanhamento contínuo da intensidade 
do treinamento/tratamento. 
 
 
Fig. 09 – Monitor de Frequência Cardíaca: Cinta 
Transmissora e Relógio Receptor 
 
 
 
 
 
15 
 
Cronômetro, para monitorização dos intervalos entre as séries. 
 
 
Fig. 10 – Cronômetro 
 
 Maquinário Específico - Poucos são os aparelhos de musculação no mercado 
que permitem a aplicação completa do Método STS de Musculação Terapêutica. Desta 
forma, sob a orientação do Dr Cristiano Dourado (Instrutor Sênior 005/2001), a equipe da 
então inédita R3 Academia de Reabilitação Física, da Regional de Juiz de Fora, 
empreendeu o desenvolvimento de equipamentos específicos para o Método. Fazendo assim 
com que o perfil motivacional, mercadológico e de aumento de segurança aos Padrões do 
Método STS de Musculação Terapêutica, fossem potencializados. 
 
Fig. 11. Dr. Cristiano Dourado e Dr. Miguel Fam. 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Fig. 12. Aparelho MP (Múltiplos Padrões). 
 
 
Fig. 13. Aparelho MP (Múltiplos Padrões). 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Fig. 14. Aparelho MP (Múltiplos Padrões). 
 
Fig. 15. Aparelho para Padrão D2. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Fig. 16. Aparelho para Padrões P1 e P2. 
 
 
Fig. 17. Aparelho para Padrões T1 e T2. 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Fig. 18. Aparelho para Padrões Q1 e Q2. 
 
 
Fig. 19. Aparelho para Padrões IT1 e IT2. 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Fig. 20. Aparelho para Padrões ABD 1, 2 e 3. 
 
 
Planilha da Sessão, para controle metabólico e do micro-ciclo de treinamento tratamento. 
 
Fig. 21 – Modelo de Planilha de Sessão Personalizada 
 
 
 
 
 
 
 
21 
6. FUNDAMENTOS: 
 
 6.1 MOVIMENTOS FUNCIONAIS – 
O Método STS (Strength Training Strategies) de Musculação Terapêutica tem como 
especificidade, a aplicação de movimentos contra-resistência sob os perfis mais naturais 
possíveis de ação, à luz de um metabolismo energético totalmente mensurável, e baseado na 
capacidade de adaptação e variabilidade do sistema cardiorespiratório. Entendemos, que em 
função de todas as bases neurológicas, fisiológicas e biomecânicas do Método STS, já 
estarem descritas em extensa literatura, convém explicitarmos estas bases, correlacionando-
as com as fases e os padrões da Musculação Terapêutica.. 
A definição de Movimento Funcional evoluiu de “movimento fundamental” ou normal, e 
esclarece o próprio objetivo da motricidade humana, isto é, o movimento realizado por uma 
conseqüência anatômica, ou anatomo-funcional, que em função disso é provido de eficiência 
e eficácia, e desprovido de grandes margens de erro causadoras de lesões. 
Se analisarmos, em um indivíduo sadio, quais os tipos de movimento causadores (ou que 
predispõe) de distúrbios osteomusculares, observaremos que estes movimentos possuem 
características iatrogênicas à sua função. Isto quer dizer, que metabolicamente, 
neurologicamente ou mecanicamente, estes movimentos não deveriam ser realizados, 
levando em consideração o tempo ou a intensidade a esta exposição não favorável. 
―.... por trás da variedade dos movimentos da pessoa normal, adaptados a cada 
objeto e finalidade, podemos encontrar, inscrito na anatomia humana, um movimento 
de base, independente do objeto e do meio externo, que chamamos de movimento 
fundamental.‖ (Piret e Béziers, p.12, 1992). 
Isto nos remete então aum pensamento conflitante, pois a maioria dos desportos instituídos 
pelo homem é composta de movimentos “não funcionais”. Estaríamos então predispondo o 
corpo do “desportista” às lesões ou doenças metabólicas tão comuns no nosso cotidiano? 
Esta resposta é positiva, e muito mais agora em um mundo onde o sedentarismo apresenta-
se como algo “normal” para a maioria da população. 
Os movimentos funcionais, e o substrato energético para a sua realização, estão intimamente 
ligados, e o grande objetivo de ambos é conseguir agir perante uma perfeita sintonia 
 
 
 
 
 
22 
econômica, isto é, gastar a menor quantidade de energia possível, com o máximo de 
vantagem mecânica. Por isso a existência do torque, que nos induz às espirais de 
movimento, por isso a coordenação intramuscular e intermuscular, e por isso um controle 
neurológico central e periférico das ações motoras. Isto demonstra que falar em movimento 
funcional não é simplesmente relacionar a ação do movimento com a biomecânica. 
Mas, como a motricidade humana inicia realmente os seus estudos sob a égide da 
arquitetura osteomuscular, hoje se demonstra que um movimento articular não se processa 
isoladamente. Daí a nômina muito utilizada atualmente, para nortear um movimento 
funcional, é “unidade de coordenação”, onde se verifica realmente a mobilidade sobre vários 
planos e eixos de movimento, caracterizando o que seria o movimento “normal”. Esse 
movimento fundamental está baseado nos seguintes princípios, de acordo com Piret e 
Béziers (1992): 
 ―É importante salientar que um osso vivo, muito diferente dos ossos mortos 
utilizados nos estudos de anatomia, é plástico, maleável e deformável. É um tecido 
conjuntivo densificado, com uma relativa elasticidade. Criam goteiras definitivas e 
podem deformar-se de acordo com as tensões musculares que atuam sobre eles. 
 A densificação do tecido conjuntivo ocorre devido a uma maior interligação das 
fibras colágenas, reticulares e elásticas, e ao espessamento da substância 
fundamental amorfa — que tornam-se mais ―sol‖ do que ―gel‖. 
 Certos músculos pluriarticulares são organizadores do movimento porque 
transmitem a contração aos músculos subseqüentes, monoarticulares, 
assegurando o início do trabalho destes. Por conduzirem o movimento de intervalo 
a intervalo, são chamados de músculos condutores. Cada um dos músculos 
condutores do movimento realiza seu trabalho a partir do precedente e assegura o 
trabalho do seguinte. 
 O estado de tensão do corpo se baseia no tônus muscular, na organização dos 
músculos dois a dois (antagonistas) e na de todos os músculos entre si, 
constituindo-se, assim, a coordenação motora. O estado de tensão é constituído de 
unidades de coordenação que, ao reunirem-se, tensionam todo o corpo. 
 
 
 
 
 
23 
 Há cinco unidades de coordenação, sendo elas: as transacionais, representadas 
pelos quatro membros, onde as três dimensões no espaço são indissociáveis, e a 
de enrolamento, representada pelo tronco e pela cabeça, que tem duas formas, 
uma vez que as três dimensões no espaço são dissociáveis. 
 Cada unidade de coordenação se relaciona com sua unidade de coordenação 
vizinha por encaixe de um elemento esférico e pela ação dos músculos 
pluriarticulares e monoarticulares que a envolvem. A forma das superfícies 
articulares e a disposição dos músculos, em particular os pluriarticulares, 
favorecem a torção dos segmentos ósseos, uns em relação aos outros, durante 
seus deslocamentos. Essa torção gera uma tensão que dá ao segmento 
considerado sua estrutura e sua forma. 
 A coordenação motora nos permite compreender o movimento como um 
todo organizado, capaz de situar-se paralelamente ao psiquismo, com ele e 
perante ele‖. 
 
Complementando o entendimento de movimento funcional, normal, ou fundamental, Denys-
Struyf (1995) destaca três noções básicas advindas dos conceitos utilizados por Piret e 
Béziers: 
 ―As tensões e as torções presentes nas unidades de coordenação determinam a 
estrutura e a forma do corpo; 
 A forma do corpo é influenciada pelo gesto; e 
 O gesto está ligado às estruturas psíquicas do indivíduo‖. 
Para uma releitura mais moderna dos textos de Piret e Béziers, citamos Santos, que em seu 
livro intitulado “Biomecânica da Coordenação Motora”, editado em 2002, apresenta 
didaticamente as unidades de coordenação: 
 ―Unidade de Coordenação é um segmento corporal constituído por dois elementos 
rotatórios capazes de girarem simultaneamente em sentidos opostos graças à contração de 
um músculo poli-articular denominado condutor, realizando uma torção que cria uma tensão 
capaz de manifestar-se em uma articulação situada entre os dois elementos rotatórios sob 
 
 
 
 
 
24 
forma de flexão. Em outras palavras, toda flexão é fruto de duas rotações, que ocorrem em 
sentidos opostos de um lado e outro da articulação que se move. 
 Este segmento é capaz de um movimento reconhecível como humano, porque é um 
movimento fluido, continuo, sem interrupções bruscas, um compromisso entre vários 
movimentos. O movimento humano não é aquele descrito pelos livros de anatomia ou 
cinesiologia tradicional com um segmento movendo-se em um único plano em torno de um 
eixo situado em um plano perpendicular ao do movimento, descrito um a um. A unidade de 
coordenação envolve várias articulações e vários pequenos movimentos concomitantes ao 
movimento básico‖. 
A unidade de coordenação braço 
 ―A porção longa do bíceps parte da região superior da glenóide. Não se insere sobre o 
úmero, dirige-se para fora, encaixa-se na goteira bicipital e desce para o antebraço. 
Distalmente insere-se na região póstero-interna do rádio. 
 Ao se contrair, este músculo traciona o membro superior para fora, porque vai de uma 
região medial, glenóide, para uma lateral, goteira bicipital; para frente, porque é um músculo 
anterior e para dentro porque, ao contrair-se, apoia fortemente contra a tuberosidade interna 
da goteira bicipital, rodando o osso internamente. Ao mesmo tempo flete o cotovelo e gira o 
antebraço e mão para fora em supinação. 
 O bíceps longo não é capaz de realizar sozinho todo este movimento, mas é o único capaz 
de fazer tudo isto concomitantemente com a ajuda de músculos mono articulares que reforçam 
o movimento, contraindo-se na fase para a qual é mais adequado. 
 Assim, este músculo poli-articular é como um maestro, conhecedor e capaz de executar 
cada porção de uma sinfonia e que a conduz solicitando a entrada de cada instrumento mono 
articular no momento preciso. 
 O úmero realiza um movimento que é uma composição de flexão, abdução, rotação interna, 
enquanto o antebraço realiza flexão e rotação externa - isto cria um estado de tensão 
exatamente como quando uma peça de roupa é torcida girando-se uma extremidade para 
cada lado. Em um dado momento, a peça torcida se dobra. O cotovelo é a estrutura situada no 
centro do segmento para que ele se dobre sempre no mesmo local. A porção longa do bíceps 
é o músculo que "conduz" a ação, por isso é denominado músculo condutor. 
 
 
 
 
 
25 
 Podemos generalizar este conceito dizendo que: Dois elementos rotatórios - cabeça umeral 
e punho-mão, opõem suas rotações - interna no úmero, externa na mão, graças a um músculo 
poli-articular dito "músculo condutor" - bíceps longo, criando um estado de tensão que se 
manifesta em uma articulação intermediária - o cotovelo, cujo movimento principal é a flexo-
extensão. 
 Todo o corpo pode ser subdividido em segmentos que são unidades de coordenação: 
Para cada uma destas unidades podemos descrever 
 (02) dois elementos esféricos rotatórios, 
(01) um elemento intermediário de flexo-extensão, 
 (01) um sistema muscular condutor, 
 (01) um movimento básico, característico da unidade de coordenação. 
 Cada unidade de coordenação une-se à unidade vizinha através de encaixe de elementos 
côncavos e convexos unidos por músculos mono articulares. Assim, o movimento de uma 
unidade é indissociável daquele da unidade vizinha. 
 O músculo condutor é aquele capaz de realizar o movimento da unidade de coordenação a 
partir do precedente e transmiti-lo para o segmento seguinte. 
 Mas se assim for, de onde vem o primeiro movimento e para onde vai? Qual o movimento 
de origem? 
Unidades transicionais e unidades de enrolamento 
 Conforme já definido, Unidade de Coordenação é o segmento corporal que contém dois 
elementos rotatórios capazes de opor suas rotações graças à contração de um músculo 
condutor, o que cria um estado de tensão que acaba por manifestar-se sob forma de flexão em 
uma articulação intermediária. 
 Existem unidades que efetivamente só podem tensionar-se desta forma, através de duas 
rotações opostas dos elementos rotatórios. Outras conseguem também tensionar-se por 
enrolamento, isto é, pela aproximação dos dois elementos rotatórios. 
 Por exemplo: na unidade de coordenação tronco os dois elementos rotatórios: a abóboda 
pélvica, para cima e a abóboda esfenoidiana, para baixo podem girar para lados opostos, o 
que faz com que todo o tronco tensione, fletindo-se ligeiramente pela somatória de pequenos 
movimentos ao longo das articulações vertebrais interapofisárias. No entanto, estes dois 
 
 
 
 
 
26 
elementos podem também aproximar-se um do outro, tensionando esta mesma estrutura pelo 
enrolamento, que também é uma flexão. 
 As unidades que têm a possibilidade de tensionar-se por torção, ou oposição das rotações, 
e também por enrolamento são denominadas unidades de enrolamento. Aquelas que só se 
tensionam por torção denominam-se unidades transicionais. 
 As unidades transicionais têm a função de transmitir movimento. As unidades de 
enrolamento têm a função de originar ou recepcionar movimento. 
 Unidades de enrolamento são: tronco, mãos e pés. 
 Unidades transicionais são: escápula, braço, ilíaco e perna. 
 Assim, do tronco partem movimentos que têm o objetivo de chegar às mãos, para a função 
de preensão, passando pela escápula e braço; ou aos pés, para a função de locomoção, 
passando pelo ilíaco e perna. As unidades de origem e recepção dos movimentos são as de 
enrolamento. As unidades intermediárias são transicionais, com função de transmitir o 
movimento. 
 No tronco, o músculo condutor capaz de tensioná-lo por enrolamento não é um músculo, 
mas um sistema muscular - o sistema reto. O músculo capaz de tensioná-lo por torção, 
também é um sistema muscular - o sistema cruzado. 
 O aprofundamento desses conceitos, conhecendo cada uma dessas unidades de 
coordenação, de que forma o movimento ocorre em cada uma, obtemos um vastíssimo 
material para a construção do movimento ideal, coordenado, econômico. Formas de realizar 
movimentos fluem a partir desse trabalho original. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Fig. 22 – Unidades de Coordenação 
 
 
 6.2 CONTROLE CONTÍNUO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA – 
A prática da atividade física, exercício físico, ou atividade laboral há muito já utiliza 
parâmetros de freqüência cardíaca como preditor de carga e de evolução da performance. 
Assim, se é capaz de verificar a importância dos dados de freqüência cardíaca, pois suas 
respostas e adaptações são objeto de investigação científica, sendo inclusive apontada, 
como a mais destacada informação extraída de um teste de exercício cardiopulmonar ou 
teste ergoespirométrico. 
Com o Método STS procuramos aproveitar o mínimo de tempo que o cliente/aluno/paciente 
possui, para obtermos o máximo de adaptação neuromotora, e conseqüentemente 
metabólica. Desta forma, considerando ainda as controvérsias, entendemos que um trabalho 
físico com objetivos reais deve possuir uma média mínima de consumo de oxigênio por volta 
de 55% do VO2 Máximo, ou por volta de 60 % da FC Máxima. 
 
 
 
 
 
28 
A partir da década de 80, com a evolução tecnológica, inúmeros trabalhos científicos 
baseados em evidências demonstraram o real valor deste sinal vital, verificando inclusive a 
relação linear existente entre a elevação da freqüência cardíaca e a captação de oxigênio. 
 
Fig. 23 – Relação linear do VO2 com a 
FC. Fonte: Pini (1983); McArdle & 
Katch & Katch (1986); Wallace (1993); 
Powers & Howley (2000). 
 
O controle da freqüência cardíaca também serve para análise clínica do indivíduo, onde os 
parâmetros dor e variabilidade (VFC) podem servir de pilares para esta modalidade de 
evolução, ou seja, o controle contínuo da freqüência cardíaca (realizada com monitor portátil 
modelo cinta/relógio) potencializa as ações benéficas do exercício resistido, ou da 
cinesioterapia contra-resistida. 
Nas ciências do movimento humano verificamos que quando um determinado exercício físico 
é aplicado, independentemente da modalidade, ele pode desenvolver efeitos agudos e 
efeitos crônicos. Entende-se que se estes efeitos podem ter caráter temporário ou duradouro, 
de acordo com sua interrupção ou continuidade. Desta forma, para potencializar as ações 
benéficas do exercício resistido, (cinesioterapia contra-resistida ou musculação terapêutica), 
é fundamental o controle contínuo da variável citada, pois ao menos não permitimos que o 
praticante fique com valores de freqüência abaixo do limite mínimo estimado, ou que 
ultrapasse o limite máximo predito, principalmente quando realizamos uma sessão 
individualizada do Método STS. 
 
 
 
 
 
29 
 
Mecanismos Viscerais de Controle da Frequência Cardíaca. 
Existe grande responsabilidade do sistema nervoso visceral (vegetativo ou automático e 
anteriormente conhecido como sistema nervoso autônomo), através dos seus ramos 
simpático e parassimpático na modulação da freqüência cardíaca. 
O nervo vago (décimo par craniano) principal condutor do sistema parassimpático predomina 
sobre a ação cardíaca, por estarmos na maior parte do tempo em situações que não 
caracterizam exercícios físicos, ou seja, utilizando um consumo de oxigênio abaixo de 40% 
do VO2 Máx. 
 À luz da fisiologia, a aceleração da freqüência cardíaca acontece na realidade pela inibição 
parcial ou completa da atividade vagal, pois ao começar um exercício, somente após alguns 
segundos a participação adrenérgica, ou simpática, aumentará. A figura 14 demonstra 
resumidamente a cascata de eventos que caracterizam o controle autonômico da freqüência 
cardíaca. 
 
Fig. 24. Controle autonômico da 
freqüência cardíaca. 
 
Observa-se que as etapas para o simpático e para o parassimpático são idênticas, onde o 
diferencial entre ambos é determinado pela constituição química do neurotransmissor 
hormonal, seus receptores e o tipo de proteína G. Existe uma oscilação constante nos 
valores de freqüência cardíaca, já que ambas as estimulações acontecem ao mesmo tempo. 
A esta oscilação constante, dá-se o nome de “variabilidade da freqüência cardíaca” (VFC). 
 
 
 
 
 
30 
Desta forma admite-se que a variabilidade da freqüência cardíaca seja um marcador da 
atividade autonômica, ou seja, quanto maior sua oscilação em repouso, maior a participação 
parassimpática. 
 Quanto maior a variabilidade da freqüência cardíaca em repouso, menor o risco 
cardiovascular, ou seja, quanto maior for o número de variações no domínio de tempo, entre 
os intervalos dos batimentos cardíacos (intervalos de R a R na curva do eletrocardiograma),maior é a capacidade do coração se ajustar autonomicamente. Funcionalmente, especula-se 
que este perfil de variabilidade de freqüência cardíaca seria óbvio, em função até da grande 
capacidade que o organismo humano possui, por intermédio da propriocepção, de se adaptar 
aos mais diversos estímulos. Dando a entender que quanto maior a capacidade de 
adaptação aos movimentos (que aqui chamamos de variabilidade proprioceptiva), maior a 
variabilidade de frequência cardíaca. Podendo extrapolar então a mais um fator de elevação 
de risco cardiovascular ao indivíduo sedentário. Em outras palavras, podemos dizer que a 
“máquina cardíaca” está diretamente relacionada com a “máquina proprioceptiva”. 
Comportamentos da Frequência Cardíaca no Exercício 
No exercício continuado, levando em consideração que a intensidade do esforço se mantém 
constante, a demanda energética também será constante, e por isso a oferta de oxigênio aos 
músculos ativos será equivalente. Esta condição é fisiologicamente conhecida como steady 
state. Durante a fase de equilíbrio energético, ao se conservarem as condições metabólicas, 
não devemos esperar alterações dos valores de frequência cardíaca, mas, no exercício 
intermitente, tal qual uma sessão personalizada do Método STS de Musculação Terapêutica, 
a freqüência cardíaca responde às modulações da intensidade, sendo os maiores valores 
referentes à maior intensidade de esforço. 
Em uma sessão personalizada de Musculação Terapêutica, realizamos séries progressivas 
até um padrão de pico (exercício quase máximo), e não permitimos que a freqüência 
cardíaca após as séries nunca adquiram valores menores que a série anterior, e nem abaixo 
de 60% da freqüência cardíaca máxima. Este procedimento da metodologia ocorre, porque 
freqüência cardíaca após exercícios intermitentes não determina uma única relação temporal 
entre os estímulos fortes e fracos, ou seja, não determina um estado estável. Isto pode ser 
 
 
 
 
 
31 
justificado pelo fato da presença de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) na corrente 
sanguínea, exercendo forte influência sobre o ritmo cardíaco. 
 Desta forma, com a estratégia do micro-ciclo de sessão personalizada, acabamos por 
conduzir o perfil do exercício intermitente para um perfil de exercício continuado. Podemos 
dizer então, que a sessão personalizada e planilhada do Método STS, trabalha ao mesmo 
tempo com exercícios intermitentes e contínuos, tal como um treinamento de circuito com 
máquinas de musculação. Consideramos então que se desenvolve com exercícios aeróbios 
(oxidativos) e anaeróbios (glicolíticos) concomitantemente, já que os parâmetros de 
freqüência cardíaca são coerentes com sua relação linear com o VO2 Máx, e adquire um 
desenho de periodização compatível à curva “preparação, pico, recuperação”, ou em dente 
de serra, conforme figura 25. 
 
 
Fig. 25. Demonstração da curva de oscilação da FC entre as 
séries de uma sessão personalizada de Musculação 
Terapêutica. Observa-se ainda como o micro e o mesociclo 
das sessões respeitam o perfil da curva eletrocardiográfica. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
Considerações a respeito dos Limites de Frequência Cardíaca 
Para o Método STS, como se faz necessária a monitorização contínua da freqüência 
cardíaca, é importante verificarmos qual o intervalo de trabalho cardíaco ao qual poderíamos 
submeter o cliente/aluno/paciente. Pois, baseando o procedimento na relação de aumento 
linear existente entre o consumo de oxigênio durante o exercício, e a freqüência cardíaca de 
trabalho, sabemos que existe uma coincidência perante os seus limites máximos, ou seja, no 
valor da freqüência cardíaca máxima, teremos o valor do VO2 máximo. E, para verificarmos 
mudanças em composição corporal, desempenho e aspectos clínicos, estes parâmetros 
precisam ser comparados sessão a sessão (avaliação seriada). Mas, existem algumas 
discordâncias metodológicas em relação à determinação de valores máximos e mínimos de 
freqüência cardíaca e VO2. 
Citando os aspectos funcionais da motricidade humana, podemos qualificar a caminhada ou 
a corrida, como as modalidades de exercícios físicos mais apropriados, se os tratarmos como 
atos desportivos. Sendo assim, não nos causa estranheza, os estudos científicos 
demonstrarem que as freqüências cardíacas máximas atingidas em testes 
ergoespirométricos que se valem de protocolos de caminhada ou corrida, serem 
relativamente mais altas que demais formas de testes de busca de freqüência cardíaca 
máxima. Desta forma, em nossa base protocolar procuramos solicitar previamente à 
aplicação do Método valores que demonstrem o VO2 Máximo e a Freqüência Cardíaca 
Máxima conseguida através de teste ergoespirométrico. 
Mas, não são raras as equações de predição de freqüência cardíaca máxima, e 
eventualmente se faz necessário lançar mão de alguma delas para obter o procurado, 
mesmo que permaneça maior a margem de erros em relação à ergoespirometria. A ABMT 
(Associação Brasileira de Musculação Terapêutica), por análise retrógrada da bibliografia e 
de dados de clientes já atendidos pelo método, resolveu padronizar uma modalidade de 
equação de predição de freqüência cardíaca máxima para homens e para mulheres. 
Utilizamos a equação de Tanaka et al, de 2001 (208 – [0,7 x idade]), para indivíduos do sexo 
masculino, e a equação de Gulat de 2009 (206 – 88% da idade), para indivíduos do sexo 
feminino. 
 
 
 
 
 
 
33 
 6.3 ESTÍMULO ÓCULO-MOTOR – 
O Método STS de Musculação Terapêutica lançou mão desta modalidade de estímulo para 
este fundamento, baseada na sua longa utilização pela fisioterapia e das aulas de ginástica 
de academia. Em ambas as atividades são utilizados espelhos, e os benefícios de sua 
utilização para o aprendizado neuro-motor e correção postural são evidentes quando 
comparados a grupos que não fazem uso dos mesmos. 
Muito se especulava sobre a verdadeira ação deste reforço neuro-motor e estímulo de 
aprendizagem. Recentemente, com a utilização de equipamentos sofisticados de análise de 
funções cerebrais, confirmou-se a presença dos “Neurônios Espelhos”, e atribui-se aos 
mesmos grande parte desta ação. 
Acreditamos que ao se pôr um indivíduo perante um espelho, onde o mesmo possa ver a 
execução dos padrões funcionais realizado pela sua própria imagem, estamos 
potencializando a ativação ou reativação destes neurônios espelhos. E por se tratar de 
funções também funcionais, ou seja, estes neurônios foram desenvolvidos para realizarem 
esta função, estamos também retroalimentando a função cognitiva que desencadeia a 
memória motora (ou a ativa). 
Os neurônios espelho desempenham uma função crucial para o comportamento humano. 
Eles são ativados quando alguém observa uma ação de outra pessoa. O mais 
impressionante é o fato desse espelhamento não depender obrigatoriamente da nossa 
memória. Se alguém faz um movimento corporal complexo que nunca realizamos antes, os 
nossos neurônios-espelho identificam no nosso sistema corporal os mecanismos 
proprioceptivos e musculares correspondentes e tendemos a imitar, inconscientemente, 
aquilo que observamos, ouvimos ou percebemos de alguma forma. E no caso do Método 
STS de Musculação Terapêutica, este alguém é o próprio indivíduo que recebe os padrões 
de exercício. 
De acordo com Rizzolatti e Craighero (2004), o que caracteriza e garante a sobrevivência dos 
seres humanos é o fato de sermos capazes de nos organizar socialmente, e isso só é 
possível porque somos seres capazes de entender a ação de outras pessoas. Além disso, 
também somos capazes de aprender através da imitação e essa faculdade é a base da 
cultura humana. 
 
 
 
 
 
34 
Os neurôniosespelho foram descobertos na área pré-motora de macacos Rhesus na década 
de 90. Onde se demonstrou que alguns neurônios da área F5, localizada no lobo frontal, que 
eram ativados quando o animal realizava um movimento com uma finalidade específica (tipo 
apanhar uma uva passa com os dedos) também eram ativados quando o animal observava 
um outro indivíduo realizando a mesma tarefa. 
De acordo com Lameira (2006): “A importância desta descoberta para a compreensão direta 
da ação e/ou da intenção do outro animal ou ser humano foi imediatamente percebida). Ou 
seja, os neurônios espelho, quando ativados pela observação de uma ação, permitem que o 
significado da mesma seja compreendida automaticamente (de modo pré-atencional) que 
pode ou não ser seguida por etapas conscientes que permitem uma compreensão mais 
abrangente dos eventos através de mecanismos cognitivos mais sofisticados. Além de um 
estímulo visual explícito (observação de uma ação), estes neurônios podem também ser 
ativados por eventos que possuem apenas relação indireta com uma determinada ação: 
 1. A partir de um som habitualmente associado a uma ação, como por exemplo, o 
barulho da quebra da casca de um amendoim (Kohler et al., 2002) 
2. Pela dedução implícita da continuidade de uma ação, como, por exemplo, quando 
um macaco observa o movimento de uma mão na direção de um objeto oculto por um 
anteparo colocado posteriormente à apresentação do objeto ao animal (Umiltà et al., 
2001). 
Da mesma forma, não é só a ação manual que é capaz de ativar os neurônios espelho. Por 
exemplo, existem neurônios-espelho que são ativados quando o macaco executa e/ou 
observa ações relacionadas com a boca, tais como lamber, morder ou mastigar alimentos. 
Além disso, na mesma região onde são encontrados estes neurônios existe uma pequena 
percentagem de células que dispara quando macaco observa o experimentador fazer ações 
faciais comunicativas na sua frente (Ferrari, Gallese, Rizzolatti, & Fogassi, 2003). 
Em outro estudo foram comparadas as regiões cerebrais ativadas pela observação de ações 
comunicativas da região orofacial de cães (latir), macacos (movimentos labiais) e humanos 
(fala em silêncio). Os resultados, em seres humanos, mostraram que a observação da fala 
em silêncio ativa a área de Broca no hemisfério esquerdo e a observação dos movimentos 
labiais de macacos ativam uma parte menor da mesma região cerebral em ambos os 
 
 
 
 
 
35 
hemisférios, mas que a observação do latir do cão só ativa áreas visuais extra-estriadas 
(Buccino, Binkofski, & Riggio, 2004). Ou seja, quando a ação observada (o latir) não faz parte 
do repertório de ações do ser humano, os neurônios espelho não são ativados.. Além disso, 
considerando que a capacidade humana de abstrair intenção a partir da observação de 
conspecíficos é considerada crucial na transmissão de cultura, a descoberta dos neurônios-
espelho é de importância fundamental para compreendermos o que nos faz diferente de 
outros animais, em termos cognitivos‖. 
Podemos suspeitar inclusive, a partir destas informações a respeito dos neurônios espelho, 
que a fala nas crianças e até o mecanismo de aprendizado de sotaques, estejam 
relacionados. A fala se utiliza do mecanismo visual e do auditivo para se desenvolver, pois a 
criança visualiza o movimentar da boca das pessoas que falam para elas, e ouvem o som de 
suas vozes, e por este mecanismo viso-auditivo-motor tenta reproduzir a fala. Já o sotaque 
se vale somente do mecanismo auditivo para se desenvolver, e não é necessária nenhuma 
consciência para tal, por isso a maioria das pessoas não chega nem a perceber que “pegou” 
determinado sotaque. Aí estaria a ação dos neurônios espelho, que empresta suas 
características não só para o aspecto visual mas também para o auditivo, relacionando-se 
assim também com o fundamento de “Comando Verbal” do Método STS de Musculação 
Terapêutica. 
É importante levar em consideração que o estímulo visual também pode desencadear 
mecanismos negativos à correta postura dinâmica e estática, em um indivíduo que não 
possua uma boa relação com sua imagem corporal. Desta forma o profissional que aplica o 
Método deve se preocupar com este detalhe, quando realizar a sua anamnese. 
 
 6.4 COMANDO VERBAL – 
Quando se executa os Padrões de Movimento do Método STS de Musculação Terapêutica 
em uma sessão segmentada, personalizada completa ou de grupo, o fundamento “Comando 
Verbal” (ou estímulo vocal) tem o objetivo de estimular à coordenação intermuscular, 
potencializar a concentração no exercício, motivar e reforçar a memória motora por 
conseqüência. 
 
 
 
 
 
36 
Segundo Voss (1987), o comando verbal, ou estímulo vocal direcionado, seria a codificação 
em palavras que deve ser compreendida por um sujeito sob a atuação de um profissional (de 
reabilitação, exercício físico e até nas forças armadas), para a obtenção de uma determinada 
expressão motora, ou mudança de comportamento. 
Profissionais de Educação Física e Fisioterapeutas utilizam o comando verbal tanto no 
trabalho individualizado ou em grupo, para diferentes atividades elaboradas e com diferentes 
objetivos terapêuticos e de condicionamento físico. Assim como o Método STS de 
Musculação Terapêutica, diferentes métodos de cinesioterapia (e exercícios físicos), como o 
Método Kabat de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, o Método de Reeducação 
Postural Global, Ginásticas de Grupo em academias, e o Método de Godelieve Denys-Struyf, 
fazem uso de diferentes modalidade de aplicação de comando verbal. 
De acordo com Pardo (2005), são feitas as seguintes considerações em relação ao comando 
verbal: ―..... no treinamento de exercícios cinesioterapêuticos, ao passo que o fisioterapeuta 
fornece o comando verbal, o sujeito ouve e executa conforme o ordenado, sendo informado 
da adequação do movimento ou, se necessário, seguindo correções determinadas verbal 
e/ou gestualmente pelo fisioterapeuta. 
Acredita-se que o comando verbal pode interferir no sucesso da tarefa a ser executada, bem 
como na execução da técnica e nos resultados do tratamento como um todo. Pequenas 
mudanças no comando verbal podem implicar diferenças significativas na resposta do 
movimento realizado, podendo afetar, por exemplo, a velocidade da execução, a trajetória, o 
recrutamento de grupos musculares, os grupos musculares estabilizadores do segmento em 
movimento e do corpo. Os efeitos do treinamento também poderão variar na melhora da 
coordenação motora, na amplitude de movimento ou em sua intensidade. 
Skinner (1957), citado por Hübner (1999), introduziu a expressão comportamento verbal no 
livro Verbal Behavior, em substituição ao termo linguagem, pois este permitia várias 
interpretações, gerando distorções ao uso, à prática e à ação. 
A introdução da expressão comportamento verbal determina um melhor uso e entendimento 
da palavra, dando ênfase à ―linguagem como comportamento modelado‖ (Hübner, 1999), isto 
é, a linguagem utilizada como instrumento consciente de reforço de uma prática, para que a 
resposta seja a do aprendizado. 
 
 
 
 
 
37 
A Teoria da Aprendizagem por Meio de Reforço descrita por Skinner (1954) e citada por 
Lysaught & Williams (1974) determina que ―o reforço ocupa uma posição central em qualquer 
programa de aprendizagem‖. 
Lysaught e Williams (1974) mencionam algumas generalizações derivadas da teoria da 
aprendizagem por meio de reforço, que se relacionam com a aprendizagem programada: 
1. Um indivíduo aprende, ou modifica sua maneira de agir, observando as 
conseqüências de suas ações. 
2. Conseqüências que fortalecem a possibilidade de repetição de um ato são 
denominadas reforços. 
3. Quantomais prontamente o reforço sucede à execução desejada, tanto maior é a 
probabilidade de que o comportamento se repita. 
4. Quanto mais freqüentemente ocorre o reforço, tanto maior é a probabilidade de que 
o ‗estudante‘ repita o ato. 
5. A ausência e, até mesmo, o retardamento de reforço após uma ação, enfraquece a 
probabilidade da repetição do ato. 
6. O reforço intermitente de um ato aumenta a amplitude de tempo durante o qual o 
estudante persistirá numa tarefa, sem a ocorrência de novo reforço. 
7. O comportamento de aprendizado de um ‗estudante‘ pode ser desenvolvido ou 
modelado gradualmente, por meio de reforço diferencial, isto é, reforçando-se os 
comportamentos que devem ser repetidos e retirando-se o reforço no caso de atos 
indesejáveis. 
8. Além de fazer com que a repetição de um ato seja mais provável, o reforço aumenta 
a atividade do ‗estudante‘, acelera seu ritmo e eleva seu interesse na aprendizagem. A 
isto se pode denominar de efeitos motivacionais de reforço. 
Hübner (1999) explica que ―a casuística definidora do comportamento verbal é a de que ele é 
estabelecido e mantido por reforço mediado por outra pessoa‖. 
Para que o sujeito seja adequadamente influenciado pela ação do comportamento verbal, 
será necessário passar por um treinamento específico, aumentando seu aprendizado e 
fortalecendo seu entendimento. 
 
 
 
 
 
38 
Para isso é preciso que o sujeito aja de acordo com o comportamento verbal operado 
(Hübner, 1999). 
De Rose (1999) afirma que a utilização de recursos verbais não se limita à Psicologia, mas 
ocorre em praticamente todas as ciências que lidam com o homem, e está sujeita a 
limitações de atenção, memória, acessibilidade e, ainda, às possibilidades de distorções 
deliberadas por parte do ouvinte. No caso da Fisioterapia, o comportamento verbal utiliza o 
reforço, na forma de feedback e de instrução verbal, geralmente associada ao modelo 
gestual, como forma de ensino do comportamento motor a ser apreendido. 
A avaliação dos efeitos de diferentes comportamentos verbais sobre um mesmo objetivo 
terapêutico, como, por exemplo, a influência do comportamento verbal na condução da 
prática de exercícios físicos, não é explorada na literatura. 
Semelhantemente, não se encontram na literatura científica trabalhos que investiguem a 
influência do comportamento verbal como instrumento de ensino e feedback (reforço positivo) 
para obtenção de melhores resultados de ordem motora.‖ 
 
 6.5 TOQUE MANUAL – 
Os circuitos neurais de cada padrão de movimento são anatomicamente distintos, mas todos 
eles estão física e funcionalmente integrados. O toque realizado no indivíduo que é 
submetido às várias modalidades de cinesioterapia manual, também é responsável pela 
potencialização dos mecanismos posturais. Lembrando que a postura pode ser referida à 
situação estática ou dinâmica, e de forma segmentada ou global, e os mecanismos posturais 
são desencadeados por vários “detectores” locais, aferência somatossensorial e eferência 
motora. 
Os circuitos proprioceptivos têm preferência no estudo do controle do movimento, e o Método 
STS de Musculação Terapêutica usa o fundamento do toque, no ventre muscular do músculo 
motor primário do movimento funcional (durante o movimento excêntrico principalmente). 
Pois se acredita poder somar o estímulo tátil suave, que é conduzido por vias de grande 
velocidade e calibre (fascículo grácil e cuneiforme), ao estímulo proprioceptivo. 
Agora vejamos a seqüência de eventos neurais que podem ocorrer durante um padrão de 
movimento do Método STS de Musculação Terapêutica: O indivíduo prepara-se interpretando 
 
 
 
 
 
39 
as informações visuais (utilizando o espelho de postura ou da sala de ginástica), auditivas 
(comandos verbais do profissional) proprioceptivas (sua própria posição do corpo, da cabeça 
e dos membros) e vestibulares (seu próprio movimento da cabeça). Todas essas informações 
são enviadas para as áreas associativas, e o indivíduo obtém uma noção de posição do seu 
corpo no espaço em relação ao movimento segmentar e a contra-resistência (integração 
realizada no córtex parietal posterior). Com as experiências previamente acumuladas pela 
memória motora e levando-se em consideração o grau de dificuldade do movimento, o peso 
absoluto empregado, a velocidade do movimento, e as descargas aferentes, ele tem algumas 
alternativas de como fixar realmente o padrão motor. 
Esta soma de ações e fundamentos do Método STS de Musculação Terapêutica e seus 
padrões de movimento são co-avaliados pelos núcleos da base e pelo cerebelo. O córtex 
motor e o cerebelo elaboram a tática de execução do movimento (planejamento) e instruem 
os neurônios motores do tronco encefálico e da medula que inervam os grupos de músculos 
que serão recrutados. Desta forma, a execução no dia a dia de movimentos fundamentais 
(funcionais, originais, naturais ou anatomo-funcionais), acaba por reforçar o resultado 
neurológico e metabólico propiciado pelo exercício, ou cinesioterapia, contra-resistidos. 
 
 
7. PADRÕES DE MOVIMENTO: 
 
 7.1 PADRÕES BÁSICOS - 
O Método STS de Musculação Terapêutica determina 16 (dezesseis) Padrões Básicos de 
movimentos, e estes movimentos são sempre caracterizados com uma contra-resistência. E 
esta pode ser determinada por pesos livres (halteres e caneleiras), maquinário específico, 
tensores elásticos, o meio líquido e a mão do profissional dentre outros meios. Estes padrões 
podem ser feitos de forma individual ou combinados entre si, e a postura (posição) para suas 
realizações podem ser diversas e normalmente relacionadas ao objetivo do tratamento ou do 
treinamento, podendo variar então os graus de dificuldade para sua execução. Assim, 
entendemos que os padroes não são fixos, isto é, os exercícios não são iguais, eles podem 
 
 
 
 
 
40 
aumentar ou diminuir o seu grau de dificuldade, e através das primeiras sessões, chamadas 
experimentais, descobre-se quais são estes graus. 
Com um grau de dificuldade mais baixo diminui-se a carga física de trabalho imposto, e um 
grau de dificuldade mais alto aumenta-se a carga física de trabalho imposto. Um maior ou 
menor grau de dificuldade é verificado pelo aumento ou diminuição da freqüência cardíaca 
monitorada. Existem padrões de massa e padrões alternados. Alguns padrões de massa são 
também excelentes corretores posturais. 
Nos padrões de massa os membros movimentam-se juntos. São considerados padrões 
"primitivos” de movimento, de acordo com o processo neuroevolutivo. Os padrões são 
executados de forma seqüencial e progressiva, respeitando a forma de micro-ciclo em “dente 
de serra”, cuja característica principal é a de corresponder à curva cardíaca de progressão e 
recuperação. Assim, as freqüências cardíacas máximas atingidas pelos padrões 
subseqüentes devem ser maiores que as anteriores, até se atingir o padrão de pico. A partir 
deste, as freqüências cardíacas máximas devem ser regressivas. 
Para a sessão de membros superiores, a freqüência cardíaca de pico ocorre no quarto 
padrão de movimento, e na sessão de membros inferiores (que ocorre junto com a sessão de 
abdominais), ocorre no quinto padrão. 
Os padrões funcionais são assim descritos e nominados, em suas posturas de médio grau de 
dificuldade: 
B1 ou Bíceps 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMSS, com flexo-extensão do 
cotovelo concomitantemente à prono-supinação das mãos. Em função da mobilidade 
conjunta dos MMSS é considerado um padrão de massa. 
 
 
 
 
 
41 
 
Figura 26 – Sequência do Padrão Bíceps 1, com baixo grau de dificuldade 
 
B2 ou Bíceps 2 - Movimentação alternada de ambos os MMSS, com flexo-extensão docotovelo concomitantemente à prono-supinação das mãos. 
 
Figura 27 – Sequência do Padrão Bíceps 2, com baixo grau de dificuldade 
 
 
 
 
 
42 
 
D1 ou Deltóide 1 – Movimentação conjunta de ambos os MMSS, com abdução do ombro 
concomitantemente à sua rotação lateral ou externa. Em função da mobilidade conjunta dos 
MMSS é considerado um padrão de massa do tipo postural. 
 
 
Figura 28 – Sequência do Padrão Deltóide 1, com baixo grau de dificuldade 
 
D2 ou Deltóide 2 – Movimentação conjunta de ambos os MMSS, com isometria de 
rombóides e fibras superiores de trapézio, com inclinação anterior do tronco, com ambos 
cotovelos a 135º de flexão em posição de Bíceps 1, promove-se abdução. Em função da 
mobilidade conjunta dos MMSS também é considerado um padrão de massa do tipo postural. 
 
 
 
 
 
43 
 
Figura 27 – Sequência do Padrão Deltóide 2, com baixo grau de dificuldade 
 
P1 ou Peitoral 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMSS, a partir de decúbito dorsal, 
com isometria de rombóides e fibras superiores de trapézio, partindo da posição de abdução 
de ombros em rotação lateral, promove-se a adução. Em função da mobilidade conjunta dos 
MMSS é considerado um padrão de massa. 
 
 
 
 
 
44 
 
Figura 28 – Sequência do Padrão Peitoral 1, com baixo grau de dificuldade 
 
P2 ou Peitoral 2 - Movimentação alternada de ambos os MMSS, a partir de decúbito dorsal, 
com isometria de rombóides e fibras superiores de trapézio, partindo da posição de abdução 
de ombros em rotação lateral, promove-se a adução. 
 
 
 
 
 
45 
 
Figura 29 – Sequência do Padrão Peitoral 2, com baixo grau de dificuldade 
 
T1 ou Tríceps 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMSS, a partir de decúbito dorsal, 
com isometria de rombóides e fibras superiores de trapézio, partindo da posição de flexão do 
cotovelo e ombros a 90º em posição de B1, promove-se a extensão dos cotovelos. Em 
função da mobilidade conjunta dos MMSS é considerado um padrão de massa. 
 
 
 
 
 
46 
 
Figura 30 – Sequência do Padrão Triceps 1, com baixo grau de dificuldade 
 
T2 ou Tríceps 2 - Movimentação alternada de ambos os MMSS, a partir de decúbito dorsal, 
com isometria de rombóides e fibras superiores de trapézio, partindo da posição de flexão 
dos cotovelos e ombros a 90º em posição de B1, promove-se a extensão dos cotovelos. 
 
 
 
 
 
47 
 
Figura 31 – Sequência do Padrão Triceps 2, com baixo grau de dificuldade 
 
Q1 ou Quadríceps 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMII, a partir de decúbito 
dorsal, com flexão a 90º das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com 
leve inversão dos pés, promove-se a extensão do joelho. Em função da mobilidade conjunta 
dos MMII é considerado um padrão de massa. 
 
 
 
 
 
48 
 
Figura 32 – Sequência do Padrão Quadríceps 1, com baixo grau de dificuldade 
 
Q2 ou Quadríceps 2 - Movimentação alternada de ambos os MMII, a partir de decúbito 
dorsal, com flexão a 90º das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com 
leve inversão do pés, promove-se a extensão do joelho. 
 
 
 
 
 
49 
 
Figura 33 – Sequência do Padrão Quadríceps 2, com baixo grau de dificuldade 
 
 
 
 
 
 
50 
IT1 ou Ísquiotibial 1 - Movimentação conjunta de ambos os MMII, a partir de decúbito 
ventral, com extensão das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com 
leve inversão do pés, promove-se a flexão dos joelhos ao máximo de 45º. Em função da 
mobilidade conjunta dos MMII é considerado um padrão de massa. 
 
Figura 34 – Sequência do Padrão Ísquiotibial 1, com baixo grau de dificuldade 
 
 
 
 
 
 
51 
IT2 ou Ísquiotibial 2 - Movimentação alternada de ambos os MMII, a partir de decúbito 
ventral, com extensão das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com 
leve inversão do pés, promove-se a flexão dos joelhos ao máximo de 45º. 
 
Figura 35 – Sequência do Padrão Ísquiotibial 2, com baixo grau de dificuldade 
 
G/S ou Gastrocnêmio e Sóleo – Movimentação conjunta de ambos os MMII, a partir da 
postura bípede ostostática, com calcanhares elevados, posição final de D1, promove-se a 
flexão dos joelhos ao máximo de 90º. Em função da mobilidade conjunta dos MMII é 
considerado um padrão de massa, também do tipo postural. 
 
 
 
 
 
52 
 
Figura 36 – Sequência do Padrão Gastrocnêmio/Sóleo, com baixo grau de dificuldade 
 
A1 ou Abdominal 1 – Isometria de abdominais, a partir de decúbito dorsal, com flexão a 90º 
das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com leve inversão dos pés 
sem contato com o solo. 
 
Figura 37 – Padrão Abdominal 1, com baixo grau de dificuldade 
 
 
 
 
 
53 
 
A2 ou Abdominal 2 – Movimentação rotacional de abdominais, a partir de decúbito dorsal, 
com flexão a 90º das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com leve 
inversão do pés, apoiados. 
 
Figura 38 – Sequência do Padrão Abdominal 2, com baixo grau de dificuldade 
 
 
A3 ou Abdominal 3 – Movimentação flexora de abdominais, a partir de decúbito dorsal, com 
flexão a 90º das coxo-femorais e joelhos, com dorsi-flexão dos tornozelos, com leve inversão 
dos pés apoiados. 
 
Figura 39 – Sequência do Padrão Abdominal 3, com baixo grau de dificuldade 
 
 
 
 
 
54 
 7.2 PADRÕES VARIANTES – 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 40 – 1VD1/Primeiro Padrão Variante de D1 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 41– 2VD1/Segundo Padrão Variante de D1 
 
 
 
 
 
 
55 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 42– 3VD1/Terceiro Padrão Variante de D1 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 43– 4VD1/Quarto Padrão Variante de D1 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária 
Fig. 44– 1VD2/Primeiro Padrão Variante de D2 
 
O 2VD2 – Segundo Padrão Variante de D2 realiza-se o movimento com um membro superior 
alternadamente ao outro. 
 
 
Fig. 45– 3VD2/Terceiro Padrão Variante de D2 
 
O 4VD2 – Quarto Padrão Variante de D2 realiza-se o movimento com um membro superior 
alternadamente ao outro. 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 7.3 PADRÕES COMBINADOS – 
DUPLOS NORMAIS 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 46 – P1/Q1 
 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 47 – P2/Q2 
 
 
 
 
 
 
58 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 48 – T1/Q1 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 49 – T2/Q2 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 50 – P1/A1 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 51 – P2/A1 
 
 
 
 
 
 
60 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 52 – T1/A1 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 53 – T2/A1 
 
 
 
 
 
 
61 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 54 – P1/A3 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 55 – T1/A3 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 56 – A1/Q1 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 57 – A1/Q2 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 58 – A1/A3 
 
 
DUPLOS VARIANTES VENTRAIS 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 59 – 1VD1/A1 
 
 
 
 
 
 
64 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 60 – 2VD1/A1 
 
 
Posição Inicial Posição FinalFig. 61 – 3VD1/A1 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 62 – 4VD1/A1 
 
 
 
 
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária 
Fig. 63 – 1VD2/A1 
O 2VD2 – Segundo Padrão Variante de D2 com A1 realiza-se o movimento com um membro 
superior alternadamente ao outro. 
 
 
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária 
Fig. 64 – 3VD2/A1 
 
 
 
 
 
66 
 
O 4VD2 – Quarto Padrão Variante de D2 com A1 realiza-se o movimento com um membro 
superior alternadamente ao outro. 
 
TRIPLOS VARIANTES VENTRAIS 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 65 – 1VD1/Q1/A1 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 66 – 2VD1/Q1/A1 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 67 – 3VD1/Q1/A1 
 
 
Posição Inicial Posição Final 
Fig. 68 – 4VD1/Q2/A1 
 
 
 
 
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária 
Fig. 69 – 1VD2/Q1/A1 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
Posição Inicial e Final Posição Intermediária Posição Intermediária 
Fig. 70 – 3VD2/Q1/A1 
 
O 4VD2 – Quarto Padrão Variante de D2 com Q2 e A1 realiza-se o movimento com um 
membro superior alternadamente ao outro, simetricamente ao membro inferior. 
Vídeos de DUPLOS VARIANTES DORSAIS, TRIPLOS NORMAIS e POSTURAIS estão 
incluídos no CD que acompanha este livro, assim como padrões alternativos. 
 
 7.4 PADRÕES ALTERNATIVOS – 
São considerados os padrões de movimento do Método STS que diferem do tradicional 
uso de halteres e caneleiras, podendo ser possível a aplicação em superfícies instáveis 
tais como: bolas, plataformas vibratórias, pranchas de equilíbrio, dentre outras. 
Os padrões onde também se utiliza também as mãos do profissional, e outros meios 
contra-resistência também são considerados padrões alternativos. padrões alternativos. 
 
 
8. A SESSÃO PERSONALIZADA: 
 
No trabalho personalizado, todo o processo de execução do Método é registrado em uma 
planilha diária, que gera um gráfico de periodização da sessão. Nesta planilha, procura-se 
ressaltar os erros, ou situações fora do normal obtidas na sessão, em cor vermelha, com o 
objetivo de corrigi-los na sessão subseqüente. As sessões são realizadas (normalmente) de 
forma diária intercalada, sendo o ciclo composto de sessões de padrões diferentes, ou seja, 
um dia de membros superiores por um dia de membros inferiores. O mais importante nesta 
sessão é permitir uma construção de um gráfico dos padrões com o melhor perfil fisiológico 
 
 
 
 
 
69 
possível. Isto quer dizer que devemos nos preocupar com a progressão e a regressão de seu 
desenho, de acordo com o menor ciclo de trabalho muscular possível, que é o de um 
batimento cardíaco. 
Por esta razão o desenho deste gráfico é caracterizado como a forma de uma onda 
eletrocardiográfica, conforme apresentado na figura 25. 
Não podemos esquecer que todo o histórico de saúde do cliente deve ser levantado, e seu 
perfil físico-funcional deve ser definido, antes de se iniciar o trabalho com o Método STS. 
Para tanto o Método utiliza também o questionário de prontidão para a atividade física 
(exercício), e se vale da avaliação metabólica conseguida através do “Recordatório 
Metabólico” e da primeira avaliação da série (avaliação seriada). 
Para ser submetido aos padrões do Método STS personalizado, o indivíduo precisa possuir o 
valor da sua freqüência cardíaca máxima e de seu VO2 Máximo (de pico) absoluto em litros 
por minuto, que devem ser recalculados nas reavaliações sucessivas, pois por adaptações 
crônicas uma vez existindo nova freqüência cardíaca máxima existirá nova freqüência 
cardíaca de repouso, novo intervalo de treinamento e obviamente novo VO2. 
O valor do VO2 Máximo pode ser obtido por várias fórmulas de predição, ou obtido através 
de teste de esforço clinico (ergoespirometria). É importante ressaltar que caso o indivíduo 
comprovadamente possua níveis de condicionamento bom ou acima da média, não convém 
à aplicação de equações de predição, pois a margem de erros pode ser considerável, 
subestimando assim a capacidade metabólica do indivíduo. Assim, as avaliações seriadas 
para este tipo de indivíduo, em relação a este perfil metabólico, devem ser através do teste 
ergoespirométrico também. 
Para a determinação do nível de condicionamento do indivíduo, para fins da prescrição da 
intensidade do treinamento/tratamento, quando o mesmo não possui o resultado do teste 
ergoespirométrico (ou está impossibilitado de realizá-lo), pode-se realizar um Teste 
Funcional, com a aplicação de alguns padrões de movimento com carga equivalente ao que 
um indivíduo normal suportaria. E observando o comportamento da freqüência cardíaca 
temos condições de predizer razoavelmente o nível de condicionamento do mesmo. 
 Ou, uma vez sabendo-se a freqüência cardíaca máxima a qual o indivíduo possa ser 
submetido, calcula-se a freqüência mínima, para se caracterizar o início dos exercícios em 
 
 
 
 
 
70 
uma faixa leve de trabalho e ir evoluindo gradativamente. Desde que o indivíduo possua bom 
nível de condicionamento, existe também a possibilidade da prescrição pela fórmula da 
frequência cardíaca de reserva estipulada por Karvonen: 
Limite Inferior = FCRep + [(FCM - FCRep) x 60% ] 
Limite Superior = FCRep + [(FCM - FCRep) x 85%] 
É importante não permitir que a freqüência cardíaca fique abaixo do limite inferior da 
freqüência de treino no intervalo de repouso entre as series de exercício, caso isto esteja 
prestes a acontecer deve-se iniciar nova série. 
Os exercícios do Método STS podem ser realizados de pé, sentados ou deitados, e a 
freqüência cardíaca máxima é estipulada para o trabalho de pé. Para se manter um nível 
ideal de trabalho cardíaco sentado ou deitado, convém observar uma diminuição média de 
20% no limite inferior para estas posturas. Assim, mantendo esta linha de raciocínio, para o 
trabalho sentado ou deitado não podemos permitir que o paciente passe para freqüência 
cardíaca abaixo deste limite, reiniciando a série. 
 
 
 8.1 FASES - 
Considerando um indivíduo com baixíssimo nível de condicionamento físico, Método 
completo é composto, em média, de 90 (noventa) sessões, que podem ser se divididas em 
três grupos de 30 (trinta) sessões, nas referidas fases de CHOQUE, ADAPTAÇÃO e 
CONDICIONAMENTO, e o acompanhamento nutricional é de fundamental importância no 
processo da composição corporal do paciente ou aluno, pois esta deve ser feita seguindo as 
regras de regressão e posterior adaptação calórica, para a manutenção ou elevação da taxa 
metabólica de repouso, com o perfil global da atividade demonstrada pelo gráfico abaixo: 
Gráfico 01 – Curva do STS na necessidade de regressão calórica para fins de 
emagrecimento, quando o indivíduo possui baixo nível de condicionamento e possui maior 
volume de ingestão calórica alimentar. 
 
 
 
 
 
71 
 
O número de séries do Método STS de Musculação Terapêutica é no mínimo de 03 (três) e o 
máximo de 05 (cinco). O número de repetições é de no mínimo 08 (oito) e no máximo 12 
(doze). Ainda existe o perfil de padrões em circuito onde o número de séries é de no máximo 
02 (duas) e o número de repetições é de 24 (vinte e quatro) ou 36 (trinta e seis), que equivale 
a três séries de oito sem intervalo, e três séries de doze sem intervalo. 
Em se tratando de trabalho personalizado, onde se submete o cliente às planilhas, os 
intervalos entre as séries devem ser baseados no cálculo da Faixa de Treinamento, isto é, 
não devemos deixar a freqüência cardíaca no intervalo ficar em patamaresmenores que o 
limite inferior. Para isto normalmente o intervalo não deve ser menor que 30 (trinta) segundos 
e não deve ser maior que um minuto e trinta segundos. Por isso todo o trabalho é realizado 
com monitoração cardíaca constante. 
Ainda dentro do Método, quando realizado de forma completa, existem nuances de Sessões 
Alternativas de alongamentos ativos (Cinesioalongamento), sessões de exercícios Aeróbios 
Longos e sessões de Circuito de Abdominais. Estas sessões são consideradas intervalos 
terapêuticos, e normalmente são realizadas nos dias de reavaliação seriada (sempre após). 
 
 
 
 
 
72 
FASE DE CHOQUE – 
Nesta se encontram os indivíduos que possuem nível muito baixo de condicionamento, cuja 
intensidade máxima do exercício físico deve ser de 70% de sua freqüência cardíaca máxima, 
quando o exercício for contínuo (corrida, caminhada, natação, ciclismo...). Quando houver a 
aplicação do Método STS, não convém que os padrões de pico (D2 e G/S) ultrapassem 85% 
da freqüência cardíaca máxima. 
Nesta fase se trabalha com o valor de 0 kg a 2 kg no máximo de pesos livres, e com médias 
de 45 segundos de intervalos entre as séries, não havendo necessidade dos mesmos 
ultrapassarem 90 segundos. 
As séries nesta fase são chamadas de Séries Simples, e são em número máximo de 3 ou 5, 
sendo que as repetições por série são em número de 8, 10 ou 12. 
Então poderíamos compor a seguinte seqüência evolutiva para um indivíduo com baixísimo 
nível de condicionamento: Com 0 (zero) quilograma, iniciando com 3 séries de oito 
repetições, 3 séries de 10 repetições, 3 séries de 12 repetições, 5 séries de 8 repetições, 5 
séries de 10 repetições, e 5 séries de 12 repetições. Com 01 (um) quilograma faria o mesmo, 
e sequencialmente com 02 (dois) quilogramas. Existe a possibilidade, de acordo com a 
evolução do indivíduo, de se saltar esta seqüência, ou até de se retornar para seqüência de 
menor grau de intensidade. 
Nesta fase normalmente iniciamos o trabalho com os padrões normais de moderados graus 
de dificuldade em relação à posição a ser adotada, ou seja, nesta fase costuma-se evoluir o 
valor do peso livre, a diminuição dos intervalos e o aumento das repetições por série. 
Importante lembrar que por volta de cada 08 a 10 sessões convém realizar uma Sessão 
Alternativa, e as eleitas para esta fase são as de Aeróbio Longo ou a de 
Cinesioalongamento. 
O Aeróbio Longo se caracteriza por uma sessão onde se dobra o tempo de preparação, que 
como dito, nesta fase não deve ultrapassar 20 (minutos). Desta forma o máximo de tempo 
que duraria uma sessão alternativa nesta fase seria de 40 (quarenta) minutos. 
E o Cinesioalongamento, em função do grau de importância que adquiriu esta sessão 
alternativa, sendo utilizada até fora do universo da Musculação Terapêutica, tendo destaque 
 
 
 
 
 
73 
principalmente na especialidade de Dermato-funcional da Fisioterapia será comentado neste 
livro como um tópico à parte. 
 
FASE DE ADAPTAÇÃO – 
Nesta se encontram os indivíduos que possuem nível moderado ou normal de 
condicionamento, e em função disto os exercícios para eles prescritos podem possuir uma 
intensidade entre 70% e 80 % de sua freqüência cardíaca máxima, seguindo a mesma regra 
para exercícios físicos contínuos, apresentada na fase de choque. 
Nesta fase se trabalha com os valores de 2 kg a 4 kg no máximo de pesos livres, e com 
médias de 30 segundos de intervalos entre as séries, não havendo necessidade dos mesmos 
ultrapassarem 60 segundos. 
As séries nesta fase são chamadas de Séries de Circuito, e são em número máximo de 2, 
sendo que as repetições por série são em número de 24 ou 36. Então poderíamos compor a 
seguinte seqüência evolutiva para um indivíduo com moderado nível de condicionamento: 
uma série de 24 repetições (Circuito Simples); uma série de 36; duas séries de 24 repetiçoes, 
sendo que primeiro se faria uma série completa e depois se começaria a outra (Circuito 
Duplo Alternado); duas séries contínuas de 24 repetições (Circuito Duplo Contínuo); duas 
séries de 36 repetiçoes, sendo que primeiro se faria uma série completa e depois se 
começaria a outra (Circuito Duplo Alternado); duas séries contínuas de 36 repetições 
(Circuito Duplo Contínuo). 
Nesta fase normalmente iniciamos o trabalho com os padrões normais de moderados graus 
de dificuldade em relação à posição a ser adotada, mas, costuma-se evoluir alem do valor do 
peso livre e o aumento das repetições por série, com posturas de maior grau de dificuldade. 
Ainda por volta de cada 08 a 10 sessões convém realizar uma Sessão Alternativa, e além 
das de Aeróbio Longo ou de Cinesioalongamento, se inclui a sessão de Circuito de 
Abdominais. 
Os parâmetros desta fase servem de base para se analisar qual o perfil do condicionamento 
físico do indivíduo (tanto de membros superiores quanto inferiores), pois o cliente que possui 
condições de se exercitar inicialmente com os valores dos pesos e repetições desta fase, e 
não elevar sua freqüência cardíaca além de 80% de sua máxima possui condicionamento 
 
 
 
 
 
74 
moderado, e o inverso é verdadeiro. Isto é, se ao submetê-lo, por exemplo, a um circuito 
simples de 24 repetições, em uma posição intermediária (nem de alto e nem de baixo grau de 
dificuldade), e a sua freqüência se elevar demasiadamente, entendemos que possui baixo 
nível de condicionamento. Esta é a base do Teste Funcional no Método STS. 
 
FASE DE CONDICIONAMENTO – 
Nesta se encontram os indivíduos que possuem nível alto ou atletico de condicionamento, e 
em função disto os exercícios para eles prescritos podem possuir uma intensidade entre 80% 
e 90 % de sua freqüência cardíaca máxima. 
Nesta fase se trabalha com os valores de 3 kg a 5 kg no máximo de pesos livres, e com 
médias de 30 segundos de intervalos entre as séries, também não havendo necessidade dos 
mesmos ultrapassarem 60 segundos. E, via de regra os intervalos entre as séries nesta fase 
são na realidade baseados no valor de freqüência cardíaca que o profissional quer atingir, 
pelo objetivo de periodização que se propõe. 
Nesta fase se acumulam as Séries de Circuito, igualmente aos procedimentos da fase de 
adaptação, mas também se inclui a Série de Circuito Completo, que compreende a aplicação 
dos padrões de membros superiores, inferiores e abdominais na mesma sessão. Quando o 
indivíduo possui este nível de condicionamento físico, existe a possibilidade da execução de 
somente duas sessões de STS por semana para a manutenção da sua forma. 
Nesta fase, caso o indivíduo continue realizando sessões três vezes por semana, os padrões 
adquirem maiores graus de dificuldade, passando a ser chamados de Padrões Variantes 
aos básicos, podendo cada sessão possuir diversos graus de combinações, além de se 
poder trabalhar ainda com as Sessões Alternativas. 
Desta forma, nesta fase a múltipla possibilidade de modalidades de sessões permite que o 
profissional desenvolva estratégias aptas inclusive ao tratamento e treinamento de atletas de 
alto rendimento. 
Cada sessão desta fase, que não caracterizar um Circuito Completo, deve também possuir 
no máximo 08 (oito) padrões, que igualmente devem seguir o desenho de Gráfico 
metabolicamente ajustado. 
 
 
 
 
 
 
75 
 8.2 O CINESIOALONGAMENTO 
Da mesma forma que a metodologia STS, através de movimentos contra-resistência de perfis 
funcionais, tem o objetivo de desenvolver a valência física força, mantém-se este 
pensamento para a valência física flexibilidade. Parece redundante lembrar que se um 
grupamento muscular já se encontra em um perfil trófico e de força de aspectos normais 
(funcionais), a conseqüência disto é a manutenção

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