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CARIOLOGIA 2º termo

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Cariologia 01
Bioquímica da saliva
Composição química da saliva: fluídos fisiológicos + microbiota que vai fazer a regulação supragengival.
A saliva e a microbiota, formam uma faca de dois gumes, ou seja ela tem: 
- condiçoes ambientais para a sobrevivência microbiana
- mecanismos que limitam o desenvolvimento microbiano. 
Tanto esta microbiota nos coloca condições ambientais para sobrevivência dessa microbiota como mecanismos que limitam o desenvolvimento bacteriano. Ou seja as bactérias boas representadas pela microbiota tem que permanecer viva ali, mas o que for patogênico por causa da microbiota elas não devem crescer.
* Quando ela sai de seu local ideal e vai para outro lugar, ela é uma bactéria oportunista, podendo causar doenças. 
Condições ambientais para a sobrevivência microbiana
- pH ideal 
- oxigênio
- nutrientes
- temperatura
Condições ambientais à disposição da microbiota supragengival
- Proteinas e aminoácidos (glicoproteínas, albumina, ác. Aspártico e glutaminico, leucina, glicina, cistina)
- Carboidratos (glicose, galactose, manose)
- Lipideos (trigliceridios)
- Vitaminas
- Compostos inorgânicos ( íons Ca, PO, NO, K, HCO3)
- Umidade isotônica
- Temperatura adequada (35° a 37°)
- pH fisiológico (6,9 a 7)
Capacidade tampão da saliva – é a capacidade da saliva de manter o ph constante entre 6,9 e 7
A Capacidade tampão da saliva funciona como um índice relativo de atividade de carie dental
CTS = 40 – Susceptibilidade mediana à carie
CTS > 40 – Mais resistentes
CTS < 40 – Maior susceptibilidade 
Manutenção do pH salivar
O principal responsável são os íons bicarbonatos 85%, e 15% fosfatos, proteínas, aminoácidos
Celulas glandulares – células com capacidade de manutenção do ph
Em repouso – produção de pequenas quantidades de bicarbonato
Estimuladas – produção muito aumentada
Acidificação do pH bucal
- Ingestão de subst. ácidas 
- Produção de ácidos (íons h+), eles promovem fermentação de carboidratos por bactérias do biofilme dental
- Regurgitação ácida (doenças gastroesofágicas) 
* A enzima envolvida com a acidificação do pH é a anidrase carbônica. 
Mecanismos que limitam o desenvolvimento microbiano
- Substancias antimicrobianas (anticorpos, lisozima, lactoferrina, lactoperoxidase)
- Fluxo salivar adequado (1,0 a 1,5L saliva/dia)
Ação dos anticorpos na regulação e controle da microbiota bucal
- Os anticorpos participam do processo de lise microbiana
- As IgAs (anticorpo que fica localizado nas secreções, ou seja ele é protetor de mucosas) elas aglutinam microrganismo, impedindo sua aderência aos tecidos e facilitando sua remoção pela deglutição. A união de vários anticorpos com varias bactérias não deixa que a bactéria se fixe no tecido.
Obs: Temos 5 tipos de anticorpos (ou Ig), as IgAs é um deles.
Mecanismo bactericida da lisozima
- Lisozima > hidrolisa o peptideoglicano > ocorrendo a lise osmótica pela entrada de agua causada pela destruição da parede celular
Ação da lactoferrina contra o desenvolvimento bacteriano
- Lactoferrina > reduz o nível de íons ferro > menor disponibilidade para o desenvolvimento bacteriano porque eles precisam de ferro para se desenvolver
Mecanismo de ação da lactoperoxidade na inativação de enzimas bacterianas
- Lactoperoxidade > Reage com Hipotiocianato > liberando H2O2 > causando morte celular bacteriana por inativação das enzimas bacterianas, pois o H2O2 é toxico para a bactéria. 
Fatores que afetam a taxa de fluxo salivar
Aumentando o fluxo: Inflamações agudas na boca, hipertireoidismo, retardamento mental, regurgitação acida, erupção dental
Diminuindo o fluxo: Diabetes melito, hipotireoidismo, alcoolismo, desnutrição e má nutrição, períodos febris, medicações de uso prolongado.
Cariologia 02
Papel da dieta na etiologia da carie dentaria
A literatura fala que as variações da dieta são os principais fatores que vao desencadear o processo carioso
A carie dentaria é um processo que ocorre na cavidade bucal, uma doença onde o dente sofre perda mineral consequências de uma flutuação de ph, por uma dieta rica em sacarose, que vai estimular a atividade dos streptococcus mutans.
Desde 1991 que se fala que a carie dentaria é uma doença dietética, porque uma pessoa que tem uma dieta rica em açúcar e sacarose vai ter uma propnsao maior em desenvolver lesões cariosas.
La na década de 70, Keyes determinou que a etiologia da cárie era dependente de uma microflora cariogênica (strep. Mutans), uma dieta rica em açúcar e sacarose, um hospedeiro susceptível, tempo. 
Não é mais considerada infecciosa e transmissível: todos possuem streptococcus.
O fator principal é a dieta rica em açúcar, as orientações são muitas vezes são negligenciadas, op que leva a ter um altrot índice de recidiva. Os três acucares principais causadores da carie dentaria são: Sacarose, Glicose e Frutose, os outros fatores são considerados fatores modificadores.
Sacarose no processo carioso: a sacarose vai promover o crescimento das colônias de strep. mutans e outros microorganismos acidogênicos, então o mutans vai metabolizar os açucares e vai levar à uma queda de ph. O açúcar também vai causar algumas mudanças nas condições do biofilme o que vai favorecer a colonização por mutans. Essas quiedas suscessivas de ph bvai levar entaqo a uma desmineralização dentaria.
O açúcar livre, a consistência e a acdesividade influenciam também numa maior cariogenicidade.
A dieta é influenciada por vários fatores: Vida familiar, Cultura, educação, condição econômica, trabalho, publicidade, condição social, valores.
Nutrição: efeito sistêmico que os diferentes nutrientes provenientes da alimentação ocasionam na saúde de maneira geral e no crescimento e desenvolvimento. 
Paes, cereais, arroz – 6, 11 porções
Verduras – 3, 5 porções
Frutas – 2, 4 porções
Leites, iorgutes, queijos, carnes, aves, peixes – 2, 3 porções
Oleos, azeites, doces – consumir com muita moderação
As necessidades nutricionais mudam de acordo com a: idade, a criança precisa ingerir muito mais alimentos da base da pirâmide do que um adulto, a eficiência de absorção e utilizao dos alimentos. 
Existem muitos estados patológicos dependentes da dieta: carie, obesidade, diabetes.
 Dieta: corresponde ao efeito local dos alimentos, ou seja, seu papel e sua relação com os tecidos dentais.
Cariogenicidade é o tempo que o alimento vai ficar na boca, ou, tempo total de remoção dos alimentos da boca. Fatores que vao influenciar na cariogenicidade: consistência e adesividade do alimento, características e anatomia dos dentes, os movimentos musculares na degluiticao do alimento e fatores relacionados a saliva, como o fluxo e a viscosidade.
Um estudo clássico é o de Vipehom, que viu que o acréscimo de açúcar na dieta aumenta a atividade de carie, 
Os carboitrados são alimentos danosos ao dente, principalmente os ricos em sacarose, eles vao levar a uma desmineralização
Fases do desenvolvimento x dieta
Temos que adequar as orientações de acordo com as necessidades da pessoa, a criança tem necessidades diferentes de um adulto ou de um lactente.
Periodo de cresc muito rápido – lactentes de 0 a 12 meses.
Periodo de ganho uniforme – 1 a 5 anos
Peridodo de ganho uniforme porem mais lento nos períodos pre-escolar e escolar – 6 a 12 anos
Periodo de aceleração - Adolescencia
Declinio gradula do crescimento ate sua parada
Dieta do nascimento aos 3 anos
Leite materno ate os 6 meses, a partir de ai acrescenta-se frutas, vegetais e proteínas. 
Fraiz viu em 1993, que o primeiro contato da criança com o açúcar acontecia por volta de 1 ano de idade, e por volta dos 7 ou 8 meses quando começa erupcionar os dentes quase 100% as crianças já experimentaram o açúcar. 
“Os hábitos alimentares inadequados durante os primeiros anos de vida, talvez sejam os principais responsáveis pela ocorrência de cárie em dentes decíduos”.
 De 1 a 3 anos de idade a criança vai passar por um período de anorexia fisiológica, ou seja, redução do apetite.
 
Esquema ideal de alimentos: 
Duas refeições desal (usar carnes, legumes e hortaliças) 
Uso freqüente de ovos e queijos 
Frutas (sobremesa, lanches e sucos) 
Leite (média de 500ml/dia) 
 Dos 3 aos 6 anos
•Controle menos rigoroso da dieta pelos pais (babás, avós,escolas) 
•Influência dos meios de comunicação na dieta (Galst e White, 1976) 
•Alimentação colorida 
•Refeição- “ Hora da lição” (sentar com os filhos para comer)
•Aumento do consumo de lanches 
 Leite materno x leite bovino: o bovino tem cálcio, fosforo, proteínas enquanto o materno tem mais lactose o que leva a uma maior fermentação
Carie de mamadeira/ carie precoce
Esta relacionada a ausência de escovação, amamentada em períodos noturnos sem higienização, o fluxo salivar durante a noite diminui o que também não é bom, o tempo prolongado de permanência do sbstrato na cavidade orla tbm aumenta a chances de desenvolviemnto de carie precoce
A maca é um alimento protetor, ajuda a remover
O leite é um alimento protetor também, ele une-se à hidroxiapatita reduzindo sua solubilidade, Dificulta a adesão de S. mutans, tem ação tamponante sobre o pH ácido
O queijo > Componentes responsáveis pela sua ação anticariogência : Caseína, Íons cálcio e fósforo, Fosfoproteínas, fofopeptídeos.
Remedios x carie: remédios de crianças são adocicados. 
 
Metodos de avaliação dietética
-Metodo recordatorio das ultimas 24hrs;
-Questionario de frequência alimentar (quantas vc come chocolate? Toma suco? Açucarado? Quantas vezes?
- Registros alimentares, diário alimentar
-Entrevista dietética ( com nutricionistas)
- Analise dietética computadorizada (endos e aplicativos)
Aconselhamento dietético, tem que estar ligado a um bom programa de prevenção e manutenção de saúde bucal, isso requer um conhecimento geral da nutrição, tem que modificar hábitos dietéticos. 
“O aconselhamento dietético é fundamental, primeiramente pelo prisma da prevenção de cáries e também pelo fato de maus hábitos alimentares poderem levar à obesidade...”
“O profissional deve incorporar ao seu plano de tratamento a orientação sobre os hábitos alimentares e de higiene bucal”.
“A inserção de crianças, desde o nascimento em programas odontológicos preventivos fornece subsídios aos pais ou responsáveis para prevenir de maneira correta o surgimento de lesões de cárie e estimula o estabelecimento precoce de hábitos básicos e saúde bucal”.
“Os hábitos alimentares incorretos aprendidos na infância são difíceis de serem modificados posteriormente. Daí a importância de se corrigir os hábitos disfuncionais, assim como de se induzir à atitudes de saúde positivas na primeira infância”.
 
Cariologia 03
Etiopatogenia da cárie dentária
A cárie tem um caráter multifatorial, então é preciso ter um conhecimento das variáveis que causam ou modificam o processo carioso, para poder se ter um diagnostico apropriado e uma abordagem preventiva e terapêutica adequada.
Em 1962, Keyes acreditava que os fatores responsáveis pela carie eram: hospedeiro susceptível (com dentes), microorganismos e um substrato (dieta). Em 1978, Newbrun acrescenta o tempo como um dos fatores primários para o estabelecimento da doença. 
Determinantes da doença cárie
Determinante = qualquer fator que possa influenciar no resultado, embora por si só não seja capaz de desenvolver a doença. 
*Fator etiológico: biofilme dentário
*Fatores determinantes biológicos: composição do biofilme, capacidade tampão da saliva, fluxo salivar, exposição ao flúor, composição e frequência da dieta, remoção do biofilme.
*Fatores confundidores/mascaradores: fatores sócio-economicos e comportamentais.
A microbiota e suas implicações clinicas
A presença de microorganismo (biofilme patogênico) é um fator crucial para o inicio (mutans) e a progressão (lactobacilos) da doença carie.
A transformação do biofilme não patogênico para patogênico depende de algum fator externo ou interno que possa oferecer uma vantagem ecológica aos m.o. cariogenicos. Ou seja, uma alteração no ambiente induzirá a um processo de sucessão microbiana e a proliferação de m.o. adaptados às novas condições ambientais, se transformando em uma microbiota cariogenica. 
Os fatores capazes de promover essa alteração no ambiente são 3: FATORES DO HOSPEDEIRO, EXTERNOS AO HOSPEDEIRO E ASSOCIADOS AO BIOFILME DENTARIO.
FATORES DO HOSPEDEIRO
- Erupção dentaria > pois os dentes oferecem novas superfícies para colonização
- Fatores retentivos do biofilme > como defeitos em restaurações, calculo, cavidades, raízes residuais, fossulas e fissuras.
- Saliva > pois a saliva tem componentes antibacteriano que controlam a transmissão de bactérias e de m.o. invasores, capacidade tampão reduzida, fluxo salivar anormal.
FATORES EXTERNOS AO HOSPEDEIRO
- Dieta > os alimentos tem potencial cariogenico, geralmente relacionado a presença de açúcares (mono e di) e amido (polissacarídeos).
- Remoção mecânica do biofilme > a higiene é responsável por desorganizar o biofilme e desalojar comunidades microbianas
FATORES ASSOCIADOS AO BIOFILME DENTARIO
- Atividades metabólicas dos m.o. presentes no biofilme > o modo com as bact. interagem entre si, a capacidade dela de metabolizar os açucares da dieta em ácidos, a capacidade de formar polissacarídeos que é uma fonte de energia e aumenta a retenção e agregação microbiana.
Teoria Ecologica do Biofilme
A introdução ou mudança de um ou mais fatores pode produzir um desequilíbrio na microbiota normal, resultando no desenvolvimento de lesões de carie.
Risco
Conceito: é a probabilidade de um individuo desenvolver uma determinada doença ou experimentar uma mudança de estado de saúde em um período especifico. 
Importancia da avaliação do risco: através da predição adequada da ocorrência de lesões, promove-se acoes especificas de promoção de saúde para indivíduos com maior risco.
Como determinar o risco de carie: Avaliando os fatores bioquímicos 
-Microorganismos: quantidade de biofilme e o tipo de bactéria
-Dieta: quantidade de carboidratos e a frequência de ingestão de açúcar
-Saliva: fluxo salivar e capacidade tampão
e avaliando os fatores relacionados ao risco
-Fluoretos: quantidade e frequência
-Fatores Socioeconomicos: situação econômica, nível de instrução, motivação
-Fatores relacionados a saúde geral: doenças sistêmicas, diferentes deficiências 
-Fatores epidemiológicos: CPO-D do país ou área, CPO-D da família, experiência anterior de carie
-Dados obtidos a partir de exame clinico: distribuição de lesões/ restaurações anteriores, primeiros sinais da doença, dentes recém erupcionados, superfícies rediculares expostas, apinhamento dentário, sítios retentivos.
CPO-D = Carie, perdido, obturado – dente. Indice de carie = é a média. 
Cariologia 04 
Flúor
Atraves de estudos comprovou-se que o flúor tem papel importante na prevenção da carie dentaria, mas sem um controle de dieta, de amamentação, higiene, o papel do flúor é quase nulo. 
Flúor é um elemento químico altamente reativo, dificilmente é encontrado de forma pura na natureza por conta de sua alta reatividade.
Por isso toda vez que se usa flúor em clinica, não se pode colocar em potes de vidros, porque ele vai reagir com o silício do vidro. Ele também reage com metais, com a agua, por isso recomendamos o paciente a não enxaguar a boca após a aplicação de flúor.
Ele foi descoberto porque alguns cientistas viram que era um gas altamente reativo, sendo utilizado na fabricação da bomba atômica, para gravar vidros... por isso deve ser usado com sabedoria por ser muito reativo e toxico.
PAPEL BIOLÓGICO
Quando em pequenas quantidades, se acumula nos ossos e dentes dando uma maior resistência a eles. 
Se uma criança todos os dias toma pequenas quantidades de agua fluoretada, esse flúor vai acumular nos ossos e dentes como reservatório de flúor, porque o flúor vai reagir com o cálcio dos ossos e naquele local ele vai ficar como um reservatório, quando a pessoa tiver uma baixa desse íon no organismo, o flúor desse reservatório vai ser liberado e vai atuar no processo DES/RE. 
Pra se descobrirque o flúor atua no processo preventivo de carie, demorou décadas, primeiramente se descobriu os efeitos preventivos através da fluorose dentaria. Observou-se que crianças que tinham essas manchas nos dentes (esmaltes mosqueados), tinham uma menor prevalência de carie.
H. Trendley Dean que fez essa associação – Indice de Dean.
Em 1901 McKay viu essa relação entre o consumo de agua, o excesso de flúor e o aparecimento de esmalte mosqueados. Separou por áreas/ chamou outros pesquisadores/começaram a verificar nas escolas
Esmalte mosqueado é uma condição na qual o esmalte é inequivocamente defeituoso. De fato é o esmalte mais pobremente calcificado de que se tem registro na literatura odontológica. Se o principal fator determinante da suscetibilidade à cárie é a integridade ou perfeição da calcificação do esmalte, então por todas as leis da lógica este esmalte é desprovido de um dos elementos essenciais para sua proteção. Apesar disso o fato é que esmalte mosqueado não apresenta maior suscetibilidade que o esmalte considerado perfeitamente ou normalmente calcificado. Carta à Chicago Society, 1928.
Ele observou que: essa condição ocorria em áreas com uma localização geográfica delimitada, acontecia em pessoas nascidas e vividas nesses locais, pobres e ricos eram afetados igualmente, não tinha a ver com a moradia e a dieta das pessoas, então ele começou a considerar a agua, e começou a pesquisar os constituintes da agua das cidades mais afetadas e viu que havia uma alta concentração de flúor na agua. 
Serviço de Saúde Pública dos EUA designa Dr. Dean para pesquisar em tempo integral a questão, ele desenvolveu um índice e viu que uma concentração menor de 1 ppm não causava esse mosqueamento.
Quanto maior a concentração de flúor na agua, maior a ocorrência de fluorose. 
Quase 40 anos depois do primeiro relado, chegou-se a conclusão da causa do mosqueamento do esmalte, e então o foco mudou para qual é o papel do flúor na prevenção da carie dentaria. Eles observaram que nas cidades que tinham uma menor concentração de flúor nas aguas, havia uma maior prevalência de carie. 
Entao, o flúor quando mantido constante na cavidade bucal em concentrações adequadas, é o método mais efetivo na prevenção de carie dentaria. 
No Brasil o uso do flúor na agua de abastecimento teve inicio em 1953 no ES e se tornou lei federal a partir de 1974.
Os dentifrícios fluoretados começaram a ser utilizados na década de 60, no Brasil foi em 1989. 
Outras formas: bochechos, soluções, géis, vernizes...
O flúor vai reagir no processo DES/RE quando mantido constante na boca, não existe mais razão de se administrar flúor a gestantes e crianças no período de formação dos dentes, porque a gente precisa manter constante, se a gente suplementa o flúor em excesso é excretado. Outro fato que não justifica a suplementação é que o flúor não passa pela barreira placentária. 
Em pouca quantidade ele pode ser absorvido pela via respiratória, mas a via que ele é mais absorvido é pelo trato gastrointestinal.
PAPEL 1 - Quando a gente ingere agua/alimento fluoretado esse flúor ele vai se ligar ao cálcio dos ossos e vai atuar como reservatório de flúor, atuando depois no processo DES/RE.
Quando ingerimos flúor, ele desce pelo esôfago, é absorvido no estomago um pouco no intestino delgado e ai ele vai para a corrente sanguínea, uma quantidade vai para o reservatório e o excesso é excretado (50%). 
Quando a criança esta com o estomago vazio e ingere o flúor que esta sendo aplicado o flúor vai ser absorvido mais rapidamente, o que pode levar a efeitos como náusea e vômitos. E comer logo após a aplicação de flúor diminui a absorção desse flúor. A criança se alimenta > ph mais alcalino > menor absorção. 
PAPEL 2 – Um pouco do flúor ingerido retorna para a cavidade bucal através das glândulas salivares, atuando no processo DES/RE. 
Ele não esta irreversivelmente ligado nos tecidos calcificados, no processo de remodelamento ósseo, quando a gente tem um estoque menor de flúor no nosso organismo, ele é liberado do esqueleto para atuar no processo des/re . Então entre as ingestões do flúor sistêmico é possível manter o flúor constante na saliva por causa desse equilíbrio com o osso. 
O papel preventivo principal é no dente, o flúor vai reagir com o cálcio dos dentes, vai ficar unido ao cálcio do dente, formando uma camada de fluoreto de cálcio, essa camada vai ser formada dependo do pH bucal, da concentração de flúor do produto, do tempo e da frequência de aplicação, e quando houver uma queda de pH ele vai ser liberado e vai ajudar a elevar o pH e remineralizar o dente.
Quando a gente não tem flúor: a pessoa tem uma dieta rica em sacarose, essa sacarose ingerida constantemente vai ser metabolizada pelos mutans, eles vão produzir ácidos, causando uma queda de pH bucal, ocorrendo uma perda de cálcio do dente para o meio bucal tentando equilibrar o pH.
Quando aplicamos flúor no dente: por ele ser altamente reativo, ele vai se ligar ao cálcio do dente, formando a camada de fluoreto de cálcio na superfície dentaria, e nas lesões de carie também > depois que forma essa camada, em volta dela vai ter uma deposição de proteínas, diminuindo a solubilização dessa camada no meio bucal (quando a gente ingere açúcar essa camada de fluoreto de cálcio "protege" o dente, Ou seja, fica mais difícil de solubilizar, pois "há uma camada a mais"). > Com, a ingestão de açucar o pH vai diminuir, e vai haver a solubilização da camada de proteínas e vai expor a camada de fluoreto de cálcio > a camada vai solubilizar-se parcialmente liberando Fluor para agir > há perda de Ca e P na forma de hidroxiapatita, na presença de flúor esses minerais retornam ao dente em forma de fluorapatita que é menos solúvel que a hidroxiapatita. 
Com o restabelecimento do pH: supersaturação de F, Ca e P, ativação da reposição do Ca e P parcialmente perdidos pelo esmalte (durante a DES) > O pH retorna ao normal e o que restou de “CaF2” é novamente revestido de proteínas, estando apto a participar de um novo ciclo DES-RE.
Como o flúor age melhor? O flúor dinamicamente importante aquele presente na cavidade bucal em níveis baixos e constantes, participando do processo DES/RE, assim o mecanismo de ação do F é essencialmente local, na cavidade bucal.
A concentração de flúor durante o uso deve ser em baixa concentração se usado com frequência, ou em alta concentração se usado com menos frequência. 
CLASSIFICAÇÃO METODO ANTIGO:
Uso sistêmico(o que vamos ingerir e vai ser reabsorvido e vai fazer o efeito no nosso org): fluoretação da aguá de abasteciemento público, fluoretação do sal, suplemento, fluoretação escolar e domiciliar, fluoretação do leite, açúcar.
Uso tópico: dentifrícios, bochechos, aplicação tópica profissional em gel, espuma, verniz. 
CLASSIFICAÇÃO METODO ATUAL
Métodos coletivos (medidas de saúde publica): Fluoretação da agua, fluoretação do sal
Métodos individuais (auto-uso pelo paciente): dentifrícios fluoretados, bochechos, suplementos de fluoretos
Métodos profissionais: Aplicação tópica profissional em gel, espuma, mousse, verniz.
Combinação de métodos.
Dentifrícios fluoretados: aumenta a concentração de flúor na saliva por cerca de 40 minutos após a escovação, forma mais racional de utilização de fluoretos é a remoção e desorganização do biofilme mais a aplicação de agente preventivo. O poder de redução da carie é em torno de 21 a 28%.
O flúor é encontrado nos dentifrícios contendo NaF e MFP. Obs: O NaF não deve ser agregado a dentifrícios contendo Ca como abrasivo pois ocorre ligação do flúor com o cálcio do abrasivo dentro do tubo e não no dente. A maioria dos dentifrícios brasileiros é formulado com MFP (92%).
A resolução n° 79 de 2000 regulamenta os dentifrícios no Brasil, a concentração maxi autorizada é 1500 ppm de F, normalmente utiliza-se de 1100 a 1500ppm. Não há evidencias de que baixa concentração (500 ppm) tenham a mesma eficácia anticarie. Crianças menores de 9 anos devem usar em menores quantidade cerca de 0,3g, devido ao risco defluorose.
Bochechos fluoretados: o principal composto é o fluoreto de sódio, o pdoer de redução da carie é de 23 a 30%. A concentração de NaF deve ser de 0,05% (225 ppm) para o uso diário, ou 0,2 (900 ppm) para quando o uso é semanal. 
O uso diário é recomendado para comunidades com deficiência em F, com alta atividade e risco à carie, à pacientes com dificuldade motoras, portadores de aparelhos ortodônticos, ou com função salivar reduzida.
Já o uso semanal com no minino de 25 aplicações por ano é indicada para regiões sem agua fluoretada, ou com teores de F com concentração muito baixa, com CPOD maior que 3, quando a porcentagem de crianças livres de carie for menos que 30% aos 12 anos, populações com condições sociais ou econômicas que indiquem baixa exposição dos dentifrícios fluoretados.
Aplicação profissional: composto utilizado é o Fluorfosfato acidulado a 1,23%, 12.300 ppm. Quanto maior a concentração de F e menor o pH maior a formação de CaF2. O poder do método na redução da carie é de 19 a 37%.
A solução é estável em plástico, gosto aceitável, não irrita a gengiva, a técnica é simples e o custo é baixo
Outro composto utilizado é o Fluoreto de sódio 2% (NaF 2%) 9.000 ppm. Quimicamente estável, gosto ok, não irrita a gengiva, não mancha os dentes, custo baixo e formula simples.
Tecnica: Profilaxia > lavar e secar bem os dentes > isolamento relativo com roletes de algodão > colocar o flúor-gel em um dappen plástico > aplicar o flúor-gel com cotonete, bolinhas de algodão ou pincel por 1 minutos > remover o excesso de flúor com gaze e pedir para cuspir por 30 segundos > não enxaguar.
Recomendações para o paciente diminuir a ingestão: colocar o paciente em posição vertical, usar pequenas quantidades de gel, sugador, remover o excesso, expectorar exaustivamente de 30 seg a 1 minuto, avisar para não engolir e preferivelmente que a criança esteja alimentada
A aplicação do flúor-gel na moldeira custa mais e tem maior risco de deglutição.
Verniz fluoretado: 22.600 ppm de F (205 soluvel), o poder do método é em torno de 46%, a técnica: profilaxia > isolamento > secar >aplicação do verniz com pincel ou microbrush > intruir para não ingerir alimentos ou líquidos por pelo menos 1hr. São indicados para crianças nervosas, pacientes especiais, caride de inicio precoce, hipersensibilidade dentinária
Combinação de métodos: individuso com baixo risco > agua e dentifrícios. Individuos com alto risco > agua + dentifrício + ATF ou bochechos, isso porque os eventos des são muito frequente e severo.
Cariologia 05
Determinantes comportamentais e sociais no processo de saúde-doença bucal
A saúde bucal é parte integrante e inseparável da saúde geral do individuo e está relacionada diretamente com as condições de saneamento, alimentação, moradia, trabalho, educação, renda, transporte, lazer, liberdade, acesso e posse de terra, aos serviços de saúde e à informação. – CNSB, 1993
Fatores etiológicos: Biofilme
Fatores determ. biológicos: Espécies microbianas, composição e fluxo da saliva, índice de remoção dos açucares, capacidade tampão, flúor na dieta
Fatores mascaradores: Renda, conhecimento, atitudes, comportamento, educação, classe social. 
Saúde Odontológica no Brasil – limitadíssima capacidade de resposta às necessidades da população brasileira, ineficácia para intervir na prevalência das doenças bucais que assolam o país, perfil elitista, descoordenado, difuso, individualista, mutilador, iatrogênico, de alto custo, de baixo impacto social e desconectado da realidade epidemiológica da nação.
A carie esta passando por um processo de polarização – ela esta concentrada em um polo, de pessoas que apresentam os fatores mascaradores de forma negativa.
O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo.Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um, sendo o 0 uma situação de plena igualdade e 1 maior desigualdade.

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