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Refluxo Gastroesofágico RGE Profª Drª Sílvia E. Zuim de Moraes Baldrighi Distúrbios miofuncionais Orofaciais Regurgitação x Vômito Regurgitação • saída súbita de alimento pela boca • não precedida de esforço náusea ou mal estar • se assemelha a um “transbordamento” de leite nos bebês pequenos Vômito • frequentemente precedido de naúseas, contrações do abdômem, palidez sudorese fria Refluxo gastroesofágico nome dado às manifestações de volta do alimento do estômago para a boca ( vômito ou regurgitação) portanto um Refluxo Gastroesofágico Fisiológico ( ou Normal) tende a desaparecer por volta dos 18 meses - com a introdução de alimentos sólidos Refluxo gastroesofágico patológico Interfere no ganho pôndero estatural O refluxo é identificado como a causa de diversas doenças Refluxo gastrofisiológico patológico Provoca sintomas distintos nas crianças • recusa alimentar • irritabilidade • vômitos ou regurgitações muito frequentes e de forte intensidade • dificuldade de ganho de peso, esofagite • otites médias recorrentes,crise de chiado e pneumonias de repetição, sufocação Refluxo gastrofisiológico patológico Alimentação Desprazer Quando desconfiar se o Refluxo é Patológico? • distúrbio de alimentação com qualquer história prévia de problemas respiratórios e/ou uso de sonda nasogástrica, orogástrica ou gastrotomia alimentadora Têm maior risco de apresentarem refluxo patológico Muito encontrado em casos com Desordem neurológica Síndromes como: • Cornélia Lange • Möebius • Rubinstein-Taybi • Treacher-Collins Nestes casos é comum a ocorrência de espasmos musculares, que provocam uma hipertonia da musculatura abdominal, a qual favorece o RGE RGE pode ser: primário Quando ocorre paralelamente a distúrbios de alimentação associados a problemas neurológicos ou síndromes secundário Se adquirido pelo uso de sonda orogástrica ou nasogástrica de demora- excede 30 dias – promovendo dilatação do esfíncter esofágico inferior Manifestações do RGE Manifestações digestivas • vômitos, ruminação, naúsea, regurgitação,engasgo, • disfagia, odinofagia, pirose, • sensação de bolo que sobe e desce, • deglutições repetidas, salivação excessiva, dificuldades na alimentação Manifestações do RGE Manifestações Otorrinolaringológicas • faringite, laringite, rouquidão, • otites recorrentes, sinusites recorrentes, • dor cervical, aerofagia, estridor, otalgia • sensação de corpo estranho esofágico, Manifestações do RGE Manifestações Pulmonares • bronquite obstrutiva recorrente, bronquite crônica • pneumonias de repetição • tosse crônica, tosse noturna Manifestações do RGE Outras Manifestações • choro intenso, anorexia severa, soluço, • baixo peso pôndero-estatural, bradicardia, • dor torácica, crises de apnéia, anemia, irritabilidade, distúrbio do sono Com a evolução do RGE instala-se a esofagite, que se exterioriza clinicamente por: • irritabilidade, choro frequente, • sono entrecortado • e uma acidez inicial pela alimentação, seguida de aversão logo após as primeiras deglutições do alimento Por que ele ocorre? Não se sabe exatamente porque ele ocorre, mas “ a grosso modo”, poderímos dizer que o músculo existente na extremidade inferior do esôfago é “fraco” ou subdesenvolvido. Isto permite o fluxo para-trás, em direção a boca, do conteúdo alimentar Como se faz o Diagnóstico? • História clínica- presença de vômitos e/ou falta de ganho de peso e/ou processos pulmonares frequentes • estudos radiológicos - exame contrastado de esôfago e estômago Confirmação do RGE Patológico • RX contrastado • Manometria, cintilografia • Endoscopia com biopsia e phmetria Nenhum método é totalmente eficaz, a associação deles é que dará uma melhor caracterização e classificação desta patologia Como se faz o Diagnóstico Fonoaudiológico? Observar o bebê ANTES, DURANTE E DEPOIS do monento da alimentação em aspectos como: • conduta do bebê para sugar, deglutir e coordenar a sucção/deglutição/respiração • comportamento do bebê na alimentação • as posturas da mãe, em relação ao filho, ao oferecer o alimento Como se faz o Diagnóstico Fonoaudiológico? • Presença de vômitos, regurgitações ou ruminação,seguidos ou não de cianose ou palidez, que possam ser sugestivas de aspiração • comportamentos que demonstram aversão ao alimento • demonstração de alterações da sensibilidade perioral e intra-oral = esofagite? A criança já nasce com o refluxo, ou ela irá se manifestar com o tempo? Todas as crianças nascem com a válvula do esôfago imatura. Até os dois meses,é normal que a criança tenha refluxo. A partir desta idade, o problema passa a ser a quantidade de alimento refluído, pois se o volume for muito grande, a criança não terá um desenvolvimento saudável Refluxo tem cura? Sim, desde que a criança faça dieta e tratamento, seguindo as orientações médicas quanto à medicação e às medidas posturais Intervenção cirúrgica • indicada quando não há resposta ao tratamento clínico • quando os episódios de refluxo põem em risco a vida do paciente ( apneias, sufocações) Que alimentos devem ser evitados? • Alimentação deve ser fracionada (volumes pequenos servidos várias vezes ao dia) • Evitar: frutas cítricas, refrigerantes, chocolate, açúcares concentrados, iogurtes, chás, produtos de tomate, café, frituras, salgadinhos, comidas condimentadas a dieta deve seguir orientação médica Relação não arrotar após alimentação x refluxo gastroesofágico • a forma como a mãe carrega a criança pode fazer com que ela ao arrotar reflua • posição ideal após amamentação é “em pé” no colo sem nenhum tipo de pressão ou força para que ele arrote • após 1 hora da amamentação colocar o bebê de bruço no berço elevado Todas crianças com refluxo devem ter o berço elevado? Não, depende da gravidade do caso • berço elevado à metade do comprimento, formando um ângulo de 30° • se a criança estiver desenvolvendo normalmente e não apresentar problemas respiratórios, nem esofagite, basta engrossar o leite O que é cisaprida? Cisaprida é uma medicação eficaz e segura no tratamento do R.G.E. e da regurgitação a medicação age coordenando os movimentos esofagogástricos, diminuindo a chance de refluxo Importância da equipe multidisciplinar • pediatra • fonoaudiólogo • nutricionista • gastropediatra • otorrinolaringologista • enfermeira Aconselhamentos: • permanecer com a criança no colo até ela arrotar • evitar chacoalhar a criança após as mamadas • evitar manobras que aumentem a pressão intra-abdominal Terapia fonoaudiológica • introduzir técnicasterapêuticas gradualmente • postura orientada pelo médico( semi- sentada ou reclinada 45°) • refeições em conjunto deve ser sugerida à família • não forçar a alimentação mas estimular a utilização de cores, formatos e texturas de alimentos Terapia fonoaudiológica • iniciar com a dessensibilização da boca - começando pelos lábios, língua,palato duro, bochechas e palato mole • técnicas que envolvam a mobilidade labial como: • sopro “boquinha de peixe”, beijo... • quando for possível esses toques - passa-se para a parte interna - dedos no vestíbulo oral Terapia fonoaudiológica • mobilidade de língua - movimentos de lateralização e rotação da língua, estalo ... • pode-se utilizar água, mel, seringa • as bochechas devem ser estimuladas com deslizamentos dos dedos médio e polegar • sensopercepção - temperaturas e texturas diferentes É fundamental a participação da família A terapia propicia a criança condições sensoperceptivas e musculares de receber o alimento, mastigá-lo, se for o caso, e deglutí-lo, sem que haja desconforto, reestabelecendo para criança a relação alimento prazer
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