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Direito Empresarial Sociedade Simples

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA
DIREITO EMPRESARIAL
PEDRO GUILHERME GALINARI COSTA FARIA
RESUMO SOCIEDADE SIMPLES – MARLON TOMAZETTE – 6ª EDIÇÃO – VOLUME 1 - 2014
BELO HORIZONTE
2015
Introdução:
	O Código Civil trata das sociedades simples e empresárias. Entende-se por sociedade simples aquelas que exercem atividade não empresarial ou atividade rural não levada a junta comercial. Ressalvada a hipóteses de atividade rural, a sociedade simples se dá através de sua atividade embora por desejo dos sócios ela pode assumir a forma de um dos tipos de sociedade empresária, como limitada, comandita simples ou pode assumir a forma de simples pura. 
Constituição:
	Para adquirir personalidade jurídica, a sociedade deve arquivar o contrato social no Registro Civil de Pessoas Jurídicas nos 30 dias subsequentes a sua constituição. O registro é uma forma de dar publicidade à sociedade e o que ela exercerá. Em relação aos terceiros é ineficaz qualquer ato praticado que esteja fora do contrato social. Todas as alterações devem ser registradas no contrato social. Requisitos para contrato social das sociedades simples: artigo 997, CC.
Sócios:
a) Introdução:
	A aquisição de qualidade de sócio decorre da contribuição por meio de bens ou serviços do capital social. Na sociedade simples o sócio pode ser pessoa física e pessoa jurídica, brasileiro ou estrangeiro, residentes ou não no Brasil. No caso de pessoas físicas exige-se a capacidade civil para ser sócio. 
b) Deveres dos sócios: 
	Ao formarem sociedade os sócios passam a ter direitos e obrigações. As obrigações dos sócios começam imediatamente com a constituição da sociedade (se não diferente for disposto no contrato social) e terminam com a extinção da sociedade, se todas as responsabilidades já estiverem extintas. O dever primordial dos sócios de qualquer sociedade é realizar sua contribuição para o capital social, que nas sociedades simples pode ser por bens ou serviços. 
	Na contribuição por bens o sócio responde pela evicção e pela solvência do devedor em caso de transferência de créditos, não se desonerando da sua obrigação (artigo 1005). No caso de contribuição por serviços, não é permitido que o sócio se empregasse em outra atividade estranha à sociedade (artigo 1006).
	O descumprimento da contribuição estabelecida no contrato social no prazo de 30 dias pelo sócio fará com que ele responda pelos danos causados pela mora. A sociedade pode optar por: indenização por danos causados pela mora do sócio, pela sua exclusão da sociedade ou pela redução de sua quota ao valor integralizado. 
	Outro dever criado doutrinariamente é o dever do sócio em possuir lealdade e cooperação recíproca, ou seja, o sócio não deve agir de forma prejudicial à sociedade e aos demais sócios. 
b) Direito dos sócios: 
	Ao participarem do capital social adquirem os sócios obrigações e direitos. Podem-se dividir direitos e: patrimoniais e pessoais. 
	Direitos patrimoniais estão ligados a direitos eventuais de crédito como lucro e participação no acervo social em caso de liquidação. São eventuais pois só existem em caso de produção de lucros e dissolução de sociedade. A participação nos lucros, a principio, é livre podendo os sócios decidir sua divisão desde que não haja vantagens ou desvantagens exageradas a algum sócio. No silêncio do contrato social, cada sócio participa dos lucros na proporção de suas quotas. Todavia, o sócio que contribui por serviços participa pela média do valor das quotas. (artigos 1006 e 1007). A participação no acervo social em caso de dissolução é decorrência da própria participação dos sócios no capital social. Quando finalizada o pagamento a todos os credores cada sócio recebera o restante da atividade dividida entre as quotas inicialmente por eles investidas. 
	Os direitos pessoais são inerentes a qualidade de sócio, como a fiscalização dos atos da administração. Nas sociedades simples a fiscalização dos sócios perante a administração pode ser vista através dos artigos: 1020 e 1021. Outro direito pessoal do sócio é a participação nas deliberações da sociedade, ou seja, o direito ao voto sobre determinado assunto pertinente ao andamento da atividade societária. 
Posição dos credores do sócio: é eminentemente estranha a penhora da quota de qualquer sócio por credores particulares e entrada dos mesmos na sociedade, uma vez que afeta o affectio societatis e uma vez que cada sócio possui sua qualificação profissional especifica. O artigo 1026 do CC assevera que quando os bens pessoais do sócio não extinguirem as dividas poderá o credor fazer recair sobre os lucros da parte em que o sócio participar ou requerer dissolução da sociedade e depósito em juízo, em até 90 dias, do valor equivalente a sua parte na sociedade. 
Direitos do cônjuge separado e dos herdeiros do cônjuge falecido: O cônjuge que se separou judicialmente de um sócio e os herdeiros do cônjuge de um sócio não se tornam proprietários das quotas, mas apenas titulares do direito à participação nos lucros e no acervo social, este último em caso de liquidação da sociedade (artigo 1027). 
Responsabilidade: 
	Muitos doutrinadores entendem que a responsabilidade dos sócios na sociedade simples é de escolha deles no contrato social, o que discorda Marlon Tomazette que diz que a regra geral das sociedades simples no que tange a responsabilidade é que os sócios respondem subsidiariamente, na proporção de sua participação no capital social, ou seja, o patrimônio do sócio só é afetado na insuficiência do patrimônio social e pela parte da divida equivalente à sua parte no capital social (artigo 1023 e 1024). Vale ressaltar que a solidariedade é de faculdade dos sócios, ou seja, os sócios podem responder por sua quota ou por solidariedade subrogando-se nos direitos do credor posteriormente. 
	Os sócios admitidos posteriormente nãoi se exime das dividas anteriores a admissão (artigo 1025). 
	Em relação à responsabilidade das dividas sociais após retirada ou exclusão do sócio da sociedade entende-se, Marlon Tomazette, que o sócio continua responsável em até dois anos após averbação de exclusão ou saída da sociedade das obrigações anteriores a sua saída. Em casos de demora na averbação as obrigações adquiridas após a saída ou exclusão até a averbação o sócio terá responsabilidade, como uma forma de proteção a terceiros que negociam com a sociedade e não sabem da saída do sócio. 
	Em casos de cessão da quota ficam responsáveis - por dois anos e solidariamente - o cedente e o cessionário pelas obrigações anteriores à averbação de alteração contratual. 
Resolução da sociedade em relação a um sócio: 
	A sociedade simples se destaca pelo contrato sui generis que permite distinguir o contrato como um todo e o que diz respeito de uma parte. Dessa forma é permitida a saída de um dos sócios da sociedade sem a dissolução da sociedade. 
OBS: A saída de um sócio é permita mesmo que acarrete unipessoalidade, que deverá ser resolvida em 180 dias. 
	A resolução da sociedade em relação a um sócio se dá nos casos de morte, exclusão e exercício do direito de retirada. 
Atendendo o principio da preservação da empresa e da função social da sociedade o Código Civil de 2002 acolheu a ideia de resolução da sociedade para apenas um sócio.
5.1- Morte de um sócio: De acordo com o que preceitua o Código Civil 2002 (artigo 1028), no caso de morte de um sócio, a sociedade não será extinta, e, a princípio, deverá extinguir o vínculo do sócio que faleceu liquidar suas quotas, apurar seus haveres e entregar os valores aos herdeiros. Em caso de disposição contratual, vontade dos sócios e de herdeiros, poderá herdeiros entrar na sociedade, substituindo o sócio falecido. Em face da natureza personalíssima da sociedade simples, entendendo a importância do sócio falecido poderá a sociedade optarem pela dissolução total da sociedade. 
5.2- Recesso: É conhecido como a retirada voluntária do sócio, Nas sociedades por prazo indeterminado o sócio poderá seretirar da sociedade a qualquer momento, exigindo a notificação dos demais sócios com antecedência mínima de 60 dias para analisar os efeitos da saída do sócio e iniciar a apuração dos haveres. Reconhecendo a importância do sócio poderá os sócios optar pela dissolução total em até 30 dias. Na sociedade por prazo determinado é necessário que haja justa causa e que haja provimento judicial para retirada do sócio. OBS: crítica à lacuna de que no Código Civil não se caracterizou o que seria justa causa, entendendo doutrinariamente ser quebra da affectio societatis.
5.3- Exclusão do sócio: 
a) Pleno direito: artigo 1030, parágrafo único combinado com artigo 1026 CC. É de pleno direito a exclusão do sócio nos casos em que a quota é liquidada em função de sua falência pessoal ou iniciativa dos credores pessoais. OBS: Atentar ao art. 1026 que diz que os credores pessoais podem atingir quotas de um sócio por dívidas pessoais. 
b) Exclusão pela sociedade: é uma medida de direito pela própria sociedade de se defender dos sócios que pões em risco a existência e atividade da sociedade. São possíveis motivos de exclusão:
- Grave inadimplência das obrigações sociais: Os sócios ao criarem a sociedade assumem direitos e obrigações que não são somente ligadas às quotas sociais. A conduta do sócio faltoso, para sua exclusão, prejudica o seguimento, organização e seguimento da empresa, sendo necessária a exclusão do sócio. OBS: A mera quebra da affectio societatis não é motivo suficiente para a exclusão do sócio, sendo essencial que se analise o motivo que gerou essa quebra. 
- Incapacidade superveniente: a exclusão do sócio se dá através da perda de capacidade de agir por si só, não podendo o sócio cooperar mais para o fim social. Nas sociedades simples não se admite intromissão de um terceiro estranho, tutor ou curador do sócio incapaz, pelo que se justifica sua exclusão. 
- Impossibilidade do pagamento de suas quotas (sócio remisso): presente no dispositivo legal do artigo 1004, parágrafo único, é possível a exclusão do sócio remisso constituído em mora pela notificação da sociedade para pagamento de sua parte no prazo de 30 dias., uma vez que a não contribuição para o capital social é uma violação grave. A ação deverá ser proposta pela sociedade e para ajuizamento da mesma deverá haver consentimento da maioria dos sócios, no que tange ao número de pessoas e não ao capital social (doutrina Tomazette); deverá ser proposta pela concordância da maioria absoluta dos sócios computados pela participação no capital social (opinião majoritária). 
PS: Apuração dos Haveres: é o recebimento da parte patrimonial da sociedade do sócio que se retirou da sociedade ou herdeiro de sócio falecido. É uma relação sócio-sociedade. Deve-se determinar o patrimônio da sociedade e definir o quinhão que pertence o sócio, através do que foi aplicado no capital social. 
	A vontade da sociedade: A sociedade ao longo de sua vida deverá tomar decisões que são votadas entre os sócios na tomada de decisões em assembleias ou reuniões. Em regra, a opinião que obtiver a maioria dos votos, contados a partir do valor das quotas, vence. Em alguns casos exige-se a unanimidade dos sócios na tomada de decisões (todos os sócios). Expressa a vontade social ela precisa ser concretizada por meio dos administradores da sociedade que colocam em pratica a vontade social dos sócios. 
Administração da sociedade:
	Expressa a vontade da sociedade pelos sócios cabe ao administrador coloca-la em prática a vontade social.
6.1- Natureza jurídica da relação adminstrador-sociedade:
	O órgão de administração é aquele em que se faz presente a vontade da pessoa jurídica. Pode-se chamar de presentante da pessoa jurídica.
6.2- Nomeação e destituição: 
a)Restrições quanto aos administradores: artigo 1011, §1º CC
- pessoas impedidas por lei;
- condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos;
- crime falimentar;
-prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato;
-crimes contra economia popular;
-crimes contra sistema financeiro nacional;
-crimes contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade
	Não possuindo nenhuma restrição, os administradores podem ou não ser sócios. Deve conter no contrato social ou instrumento separado, que deverá ser averbado no registro da sociedade, para segurança de terceiros para conhecimento de quem pode praticar atos pela sociedade. Não averbado e registrado os administradores respondem solidariamente pelos atos praticados. 
	Os sócios administradores não poderão ser destituídos, salvo em justa causa reconhecida judicialmente. OBS: deve ser reconhecida judicialmente pois a saída da administração acarreta mudança no contrato social que deve ter unanimidade dos sócios, dessa forma a autorização judicial é prescindível para essa ocasião. 
	Não havendo designação no contrato social dos administradores, essa função compete a cada um dos sócios.
6.3- Exercício do poder de administração: 
	Cabe ao contrato social organizar os poderes de administração, podendo as atribuições ser divididas entre os administradores ou praticadas em conjunto. Quando houver a pratica em conjunto torna-se necessário o concurso de todos, mas nos casos de urgência a pratica do ato não é necessário o concurso, desde que a gravidade possa ocasionar dano irreparável ou grave. (artigo 1014). 
	Em alguns contratos nada dispõe acerca da organização da administração, sendo assim, os administradores podem praticar atos necessários à gestão da sociedade, não podendo estar relacionado à venda ou oneração de imóveis, a menos que esse seja o próprio objeto social. (artigo 1015)
	No caso de administração pelos sócios, os sócios podem tomar decisões isoladamente desde que não haja oposição, suscitando, posteriormente, a opinião da maioria. Nos casos em que não houver oposição ou descontentamento por desconhecimento ou qualquer outro motivo, o administrador responde por perdas e danos. (artigo 1013, §2º). 
6.4- A proibição de concorrência: 
	É vedado ao administrador de participar, de forma direta ou indireta, de operação do mesmo gênero que lhe foi cometida, salvo autorização expressa pela própria sociedade. É proibido o exercício de atividades concorrentes com a sociedade a qual seja administradores como forma de segurança dos registros da sociedade. O descumprimento acarreta ao administrador ressarcir danos causados e retenção dos lucros obtidos em tais operações. 
6.5- Responsabilidade: 
	Perante a sociedade os administradores tem responsabilidade por danos causados, quando houver culpa e agir em desacordo com a vontade da sociedade. Quando administrador utiliza dos bens da sociedade, em favor próprio ou de terceiros é responsável por perdas e danos. Cabe aos sócios o direito de verificar livros e documentos da sociedade. Além disso, os administradores devem prestar contas de sua administração e elaborar balanço patrimonial e resultado econômico para ciência dos sócios do andamento da empresa.

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