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O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 1 
Apresentação ................................................................................................................................ 6 
Aula 1: Direito processual e a jurisprudência contemporânea ..................................................... 7 
 ............................................................................................................................. 7 Introdução
 ................................................................................................................................ 8 Conteúdo
Jurisdição ............................................................................................................................ 8 
Jurisdição - autores ......................................................................................................... 10 
Teoria da Jurisdição Constitucional ............................................................................ 12 
Código de Processo Civil ............................................................................................... 15 
 ....................................................................................................................... 17 Projetos de Lei
Alterações no CPC - 2008 .............................................................................................. 18 
Alterações no CPC - 2009 .............................................................................................. 18 
Projetos de Lei - 2009 .............................................................................................................. 19 
Alterações no CPC - 2010 .............................................................................................. 20 
Emenda Constitucional nº 66/2010 ............................................................................. 22 
Alterações no CPC – 2011 .............................................................................................. 22 
Alterações no CPC - 2012 .............................................................................................. 23 
O novo Código de Processo Civil - histórico ............................................................. 23 
O novo Código de Processo Civil ................................................................................. 25 
Atividade proposta .......................................................................................................... 26 
Atividade proposta .......................................................................................................... 27 
........................................................................................................................... 28 Referências
 ......................................................................................................... 28 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 34 
 ..................................................................................................................................... 34 Aula 1
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 34 
Aula 2: O novo CPC e o CPC-73: Processo de conhecimento ...................................................... 36 
 ........................................................................................................................... 36 Introdução
 .............................................................................................................................. 37 Conteúdo
Acesso à justiça ................................................................................................................ 37 
Princípios de acesso à justiça ........................................................................................ 39 
Princípios de acesso à justiça ........................................................................................ 41 
Reformas processuais ..................................................................................................... 42 
Ciclos das reformas ......................................................................................................... 44 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 2 
O terceiro ciclo ................................................................................................................. 45 
Lei nº 11.276/2006 ........................................................................................................... 47 
Lei nº 11.276/2006 – Artigo 518 .................................................................................... 49 
Lei n° 11.280/2006 ........................................................................................................... 51 
Lei n° 11.280/2006 – Artigo 489 ................................................................................... 55 
Atividade proposta .......................................................................................................... 56 
out. 2009). ................................................................................................................................. 56 
Atividade proposta .......................................................................................................... 57 
........................................................................................................................... 58 Referências
 ......................................................................................................... 59 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 66 
 ..................................................................................................................................... 66 Aula 2
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 66 
Aula 3: Princípios processuais de conhecimento ........................................................................ 68 
 ........................................................................................................................... 68 Introdução
 .............................................................................................................................. 69 Conteúdo
Princípios processuais ..................................................................................................... 69 
Devido processo legal ..................................................................................................... 70 
Isonomia ............................................................................................................................ 73 
Juiz natural ....................................................................................................................... 74 
Inafastabilidade do controle jurisdicional ................................................................... 75 
Publicidade dos atos processuais ................................................................................. 76 
Motivação das decisões judiciais .................................................................................. 77 
Duração razoável do processo...................................................................................... 80 
Normas fundamentais do processo civil ..................................................................... 82 
Garantias fundamentais ................................................................................................. 87 
Princípio da cooperação ................................................................................................87 
Artigo 11 ............................................................................................................................. 88 
Atividade proposta .......................................................................................................... 90 
........................................................................................................................... 91 Referências
 ......................................................................................................... 93 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 98 
 ..................................................................................................................................... 98 Aula 3
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 98 
Aula 4: O processo justo contraditório participativo ................................................................ 101 
 ......................................................................................................................... 101 Introdução
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 3 
 ............................................................................................................................ 102 Conteúdo
Contextualização ........................................................................................................... 102 
O princípio do contraditório ........................................................................................ 103 
Princípio do contraditório: simetria de posições subjetivas ................................. 105 
Princípio do contraditório: garantia essencial ......................................................... 106 
Análise do papel do juiz ............................................................................................... 107 
Simétrica paridade ......................................................................................................... 108 
Procedimento legal, previsível e flexível ................................................................... 108 
Tutela coletiva ................................................................................................................ 110 
Princípio político da participação democrática ....................................................... 111 
Revalorização do contraditório ................................................................................... 112 
Corte Europeia ............................................................................................................... 113 
Artigo 8º da Convenção Americana .......................................................................... 115 
Artigo 9º do NCPC ......................................................................................................... 116 
Artigo 10º do NCPC e o Artigo 128 do atual CPC ................................................... 117 
Conclusões sobre o novo CPC ................................................................................... 118 
Atividade proposta ........................................................................................................ 120 
......................................................................................................................... 121 Referências
 ....................................................................................................... 124 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 129 
 ................................................................................................................................... 129 Aula 4
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 129 
Aula 5: Questões atuais do processo eletrônico ....................................................................... 132 
 ......................................................................................................................... 132 Introdução
 ............................................................................................................................ 133 Conteúdo
Processo eletrônico ....................................................................................................... 133 
Lei nº 9.800/99 ............................................................................................................... 133 
Lei nº 10.259/2001, Artigo 154, CPC/73 e Medida Provisória nº 2.200-2/2001 .. 134 
Lei nº 11.341/2006 .......................................................................................................... 135 
Lei nº 11.382/2006 ......................................................................................................... 135 
Emenda constitucional nº 45 ...................................................................................... 136 
Lei da Informatização do Judiciário: assinatura digital .......................................... 137 
Momento da realização dos atos processuais ......................................................... 138 
Erros no envio das petições ......................................................................................... 139 
Lei nº 11.419/2006 - alterações do CPC/73 ............................................................... 139 
Conselho Nacional de Justiça ..................................................................................... 141 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 4 
Padronização dos sítios de acesso aos órgãos do Judiciário ............................... 141 
Resolução nº 70, de 18 de março de 2009 ............................................................... 142 
Sistema Processo Judicial Eletrônico - PJe .............................................................. 143 
O novo Código de Processo Civil ............................................................................... 146 
NCPC e o processo eletrônico .................................................................................... 147 
Atividade proposta ........................................................................................................ 150 
......................................................................................................................... 151 Referências
 ....................................................................................................... 151 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 158 
 ................................................................................................................................... 158 Aula 5
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 158 
Aula 6: Tutela de urgência. Poderes do juíz .............................................................................. 161 
 ......................................................................................................................... 161 Introdução
 ............................................................................................................................ 162 Conteúdo
A mediação no direito brasileiro................................................................................. 162 
Tutela antecipada .......................................................................................................... 163 
Tutela cautelar................................................................................................................165 
Tutela inibitória .............................................................................................................. 170 
O novo CPC .................................................................................................................... 171 
......................................................................................................................... 178 Referências
 ....................................................................................................... 179 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 186 
 ................................................................................................................................... 186 Aula 6
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 186 
Aula 7: Principais aspectos do novo procedimento congnitivo ................................................ 189 
 ......................................................................................................................... 189 Introdução
 ............................................................................................................................ 190 Conteúdo
CPC ................................................................................................................................... 190 
Petição inicial .................................................................................................................. 190 
Indeferimento da inicial ............................................................................................... 192 
Decisões .......................................................................................................................... 195 
Audiência preliminar ..................................................................................................... 196 
Audiência de conciliação ............................................................................................. 196 
Modificações do procedimento no CPC ................................................................... 197 
Atividade proposta ........................................................................................................ 200 
......................................................................................................................... 201 Referências
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 5 
 ....................................................................................................... 201 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 207 
 ................................................................................................................................... 207 Aula 7
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 207 
Aula 8: Carga dinâmica da prova. Flexibilidade ........................................................................ 209 
 ......................................................................................................................... 209 Introdução
 ............................................................................................................................ 210 Conteúdo
Introdução ....................................................................................................................... 210 
O equilíbrio entre a simplificação do procedimento e a flexibilização das 
exigências formais ......................................................................................................... 211 
O processo ...................................................................................................................... 212 
O CPC projetado ............................................................................................................ 213 
Ônus da prova ................................................................................................................ 215 
Os aspectos apresentados pelo ônus da prova ....................................................... 216 
A inversão do ônus da prova ....................................................................................... 216 
O objeto da prova .......................................................................................................... 217 
Princípios constitucionais ............................................................................................ 222 
Atividade proposta ........................................................................................................ 224 
......................................................................................................................... 225 Referências
 ....................................................................................................... 225 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 232 
 ................................................................................................................................... 232 Aula 8
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 232 
Conteudista ............................................................................................................................... 235 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 6 
 
Esta disciplina visa apresentar as principais características do novo Código de 
Processo Civil. Será examinada a evolução legislativa, desde o Anteprojeto até a 
versão final sancionada e publicada (Lei n° 13.105/15), sempre numa 
perspectiva comparativa com o texto do Código de 1973. Vamos analisar os 
principais tópicos, passando pelas garantias fundamentais, poderes do juiz, 
adoção do sistema de precedentes, além das principais modificações que serão 
introduzidas no procedimento comum. 
 
Sendo assim, essa disciplina tem como objetivos: 
1. Apresentar aos alunos uma visão geral do Projeto do novo Código de 
Processo Civil Brasileiro, traçando linhas de comparação com o texto atual. 
2. Enfocar algumas das questões mais relevantes do novo CPC, tais como as 
garantias constitucionais aplicadas, os poderes do juiz, a flexibilidade 
procedimental e a carga dinâmica da prova. 
3. Capacitar o aluno a se preparar para a mudança legislativa a partir do exame 
das novas tendências doutrinárias e jurisprudenciais. 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 7 
 
Introdução 
Nesta aula veremos as principais mudanças pelas quais tem passado o 
moderno processo civil brasileiro. A partir da noção de neoconstitucionalismo é 
proposto um novo alcance para o termo jurisdição. Isto é visto, não apenas 
diante das recentes reformas na legislação processual, mas, sobretudo, ante o 
novo Código de Processo Civil. 
 
Objetivo: 
1. Apresentar uma nova feição para a jurisdição neoconstitucional; 
2. Examinar as recentes reformas na legislação processual brasileira e abordar 
as premissas do novo CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 8 
Conteúdo 
Jurisdição 
Originariamente, a fraqueza do Estado permitia apenas que esse estabelecesse 
os direitos e, diante desse cenário, cabia aos titulares desses direitos a sua 
defesa e efetivação, por meio da justiça privada, impossibilitando a almejada 
paz social.No entanto, a insegurança gerada pela justiça privada desencadeou o 
fortalecimento do Estado e o aprimoramento da correta concepção de Estado 
de Direito, desenvolvendo maior apreciação pela Justiça Pública ou Justiça 
Oficial. Com isso, o Estado apropriou-se do encargo de definir, aplicar e 
executar o direito, quando injustamente resistidos, de forma monopolista. 
 
Segundo Humberto Theodoro Jr., a ampla aceitação e obediência à ordem 
jurídica pelos membros da coletividade dão-se porque esta se estabeleceu 
fundamentada na garantia da paz social e do bem comum, o que autoriza ao 
Estado, diante de uma transgressão a essas garantias, a adoção de medidas de 
coação, tendo em vista a proteção do ordenamento e sua credibilidade. 
THEODORO JR., Humberto. Curso de direito processual civil. 52. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2011. v. 1. p. 45-46. 
 
No direito romano, diante da necessidade de proteger e defender direitos, aos 
titulares do direito lesado era permitido invocar junto aos magistrados os 
institutos da actio e da interdicta. Tais institutos eram, contudo, medidas de 
ordem administrativa, exercidas pelo praetor romano, o que depõe traços 
diversos da jurisdição que temos conhecimento e demonstra que, segundo a 
doutrina mais antiga, apenas a actio teria natureza jurisdicional. 
SILVA, Ovídio Araújo Baptista da. Jurisdição e execução na tradição 
romano-canônica. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. p. 25. 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 9 
Como se sabe, a jurisdição, ou jurisdictio, em latim, traduz-se na “ação de dizer 
o direito”; resulta da soberania do Estado e, junto às funções administrativa e 
legislativa, compõe as funções estatais típicas. 
 
Não obstante o entendimento das funções do Estado Moderno estar 
rigorosamente associado à célebre obra de Montesquieu – O espírito das leis –, 
pela qual o Estado seria representado pela separação dos poderes, 
hodiernamente, vem prevalecendo a ideia de que o poder, como expressão da 
soberania estatal, é, na verdade, uno e indivisível. 
MONTESQUIEU. O espírito das leis. São Paulo: Nova Cultural, 1997. 
 
Nesse sentido, na concepção da doutrina mais moderna, a clássica expressão 
“separação de poderes” deve ser interpretada como uma divisão funcional de 
poderes. Convencionalmente chamada de funções do Estado, a divisão 
compreende, por conseguinte, as funções legislativa, administrativa e 
jurisdicional. Respectivamente, estas são as chamadas funções típicas dos 
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 
Segundo dispõe a Convenção Americana de Direitos Humanos, a função 
jurisdicional deve ser exercida por um "tribunal imparcial" lato sensu, que, nas 
palavras de Leonardo Greco, "é aquele dotado de dois atributos, que são notas 
essenciais da jurisdição, quais sejam: independência e imparcialidade em 
sentido estrito", de onde se conclui que é uma função exclusiva de 
magistrados. 
GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil. Rio de Janeiro: Forense, 
2009. p. 67. 
 
A partir dessa ideia, podemos identificar a jurisdição como sendo, 
simultaneamente, um poder – capacidade de impor suas decisões 
imperativamente –, uma função – como encargo que o Estado assume de 
pacificar os conflitos sociais –, e uma atividade. Corroborando com o exposto 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 10 
até então, Candido Rangel Dinamarco ressalta que a jurisdição não consiste em 
um poder, mas o próprio poder estatal que é uno. 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. São 
Paulo: Malheiros, 2001. v. 1. p. 297. 
 
A jurisdição apresenta as seguintes características: 
 
• Função de atuação do direito objetivo na composição dos conflitos de 
interesses, tornando-os juridicamente irrelevantes, ato emanado, em regra, do 
Poder Judiciário; 
• Reveste-se de particularização; 
• Atividade exercida mediante provocação; 
• Imparcial; 
• Com o advento da coisa julgada, torna-se imutável. 
 
Jurisdição - autores 
Chiovenda 
 
Segundo Chiovenda, jurisdição é a função estatal que tem por finalidade a 
atuação da vontade concreta da lei, substituindo a atividade do particular pela 
intervenção do Estado. Em sendo a jurisdição uma atividade de substituição, há 
de existir algo a ser substituído para que se possa caracterizá-la. Esse 
entendimento segue a doutrina positivista e reduz drasticamente os poderes do 
juiz, pois a vontade do povo é expressada pela lei, a qual é o produto da 
atividade do legislador. 
 
Francesco Carnelutti 
 
Em oposição, coloca-se a teoria constitutiva ou unitarista do ordenamento 
jurídico. Francesco Carnelutti, adepto da teoria, afirma que a jurisdição é a 
função do Estado que busca a justa composição da lide, caracterizada pela 
exigência de subordinação do interesse alheio ao interesse próprio, bem como 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 11 
pela resistência da outra parte. Nessa visão, só haveria processo e jurisdição se 
houvesse lide. Em conclusão não existiria um direito até que o Poder Judiciário 
– e não o Poder Legislativo – o conferisse, de modo que a jurisdição teria o 
intuito de resolver o litígio. 
 
 
Atenção 
 O conceito de lide de Carnelutti desenvolve-se a partir da ideia 
de que, se a pretensão é a "subordinação de um interesse alheio 
ao interesse próprio", a resistência seria justamente a 
inconformidade dessa pretensão em frente ao interesse alheio. 
Diante dessa afirmativa, formou-se o famoso conceito de lide, 
segundo o qual seu objeto seria o conflito de interesses formado 
pela contestação quanto à necessidade de subordinação de um 
interesse a outro. 
CARNELUTTI, Francesco. Instituições do processo civil. 
Tradução Adrián Sotero de Witt Batista. Campinas: Servanda, 
1999. v. 1. p. 80-81. 
 
Moacyr Amaral Santos 
 
Alguns doutrinadores que acabaram por reunir os conceitos de ambas as 
escolas, por entenderem complementares e não excludentes, como Moacyr 
Amaral Santos ao conceituar o processo como "o complexo de atos 
coordenados, tendentes à atuação da vontade da lei às lides ocorrentes, por 
meio dos órgãos jurisdicionais". 
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil. 25. 
ed. São Paulo: Saraiva, 2007. v. 1. p. 13. 
 
Luiz Guilherme Marinoni 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 12 
Por fim, é necessário fazer a referência à obra de Luiz Guilherme Marinoni, que 
vem retomando a ideia de um processo civil constitucionalizado, revendo os 
conceitos tradicionais de jurisdição apresentados pelos mestres italianos. 
MARINONI, Luiz Guilherme. A jurisdição no Estado contemporâneo. Estudos 
de direito processual civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p. 13-66. 
 
 
Atenção 
 Marinoni sustenta que "Diante da transformação da concepção 
de direito, não há mais como sustentar as antigas teorias da 
jurisdição, que reservavam ao juiz a função de declarar o direito 
ou de criar a norma individual, submetidas que eram ao princípio 
da supremacia da lei e ao positivismo acrítico. O Estado 
constitucional inverteu os papéis da lei e da Constituição, 
deixando claro que a legislação deve ser compreendida a partir 
dos princípios constitucionais de justiça e dos direitos 
fundamentais. Expressão concreta disso são os deveres de o juiz 
interpretar a lei de acordo com a Constituição, de controlar a 
constituciona-lidade da lei, especialmente atribuindo-lhe novo 
sentido para evitar a declaração de inconstitucionalidade, e de 
suprir a omissão legal que impede a proteção de um direito 
fundamental". 
 
Assim, facilmente apreende-se por todo o expostoque não é possível conceber 
nos dias atuais a atividade jurisdicional divorciada dos princípios constitucionais, 
em especial os princípios do acesso à justiça e da dignidade da pessoa humana. 
 
Teoria da Jurisdição Constitucional 
Pela Teoria da Jurisdição Constitucional, a jurisdição teria como objeto primário 
a garantia da aplicação dos princípios constitucionais àquele processo. A lei não 
mais seria o centro do conceito de jurisdição. 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 13 
A partir dessa mudança, surge a expressão do juiz garantista – muito usada no 
processo penal – como sendo aquele que está preocupado em aplicar os 
princípios e garantias constitucionais. 
 
As principais características da jurisdição, capazes de distingui-la das demais 
funções estatais e que, em regra, estão presentes em todas as suas 
manifestações, são: 
 
A inércia; 
 
A substitutividade; 
 
A natureza declaratória. 
 
Tal classificação não goza de unanimidade na doutrina, havendo quem sustente 
serem características a lide (partidários da doutrina de Carnelutti), a 
secundariedade e a definitividade. Assim, conforme Michel Temer, a 
definitividade seria a característica primordial da jurisdição. 
 
TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional. 11. ed. São Paulo: 
Malheiros, 1998. p. 161. 
 
A jurisdição se caracteriza, ainda, pelos princípios a seguir. 
 
Princípio da investidura 
 
O princípio da investidura está ligado à forma de ingresso dos legitimados a 
exercer o poder. O juiz precisa estar investido na função jurisdicional para 
exercer a jurisdição, ou seja, ele precisa ter sido aprovado em um concurso de 
provas e títulos, como estabelece o Artigo 37, II, CF. 
 
Princípio da territorialidade 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 14 
Pelo princípio da territorialidade, o juiz só pode exercer a jurisdição dentro de 
um limite territorial fixado na lei. Excepcionalmente atos podem ser 
determinados em outras localidades, o que se dá por meio da carta precatória. 
 
Princípio da indeclinabilidade 
 
O princípio da indeclinabilidade consiste no fato de que o juiz não se pode 
furtar a julgar a causa que lhe é apresentada pelas partes. Trata-se da 
chamada proibição de o juiz proferir o non liquet, ou seja, afirmar a 
impossibilidade de julgar a causa por inexistir dispositivo legal que regula a 
matéria. Esse princípio está previsto no Artigo 140 do NCPC. 
 
Princípio da improrrogabilidade 
 
Em um desdobramento lógico do princípio do juiz natural e do princípio da 
improrrogabilidade, é vedado o exercício da jurisdição a quem dela não esteja 
previamente investido, segundo a lei e a Constituição. 
 
Princípio da indelegabilidade 
 
Podemos, ainda, concluir dos princípios acima expostos pela indelegabilidade. 
Essa vedação se aplica integralmente no caso do poder decisório, pois violaria a 
garantia do juiz natural. Há, porém, hipóteses em que se autoriza a delegação 
de outros poderes judiciais, como o poder instrutório, poder diretivo do 
processo e o poder de execução das decisões. São exemplos os casos previstos 
no Artigo 102, I, “m” e no Artigo 93, XI, ambos da CF. 
 
Princípio da inafastabilidade 
 
Um dos mais importantes princípios para o presente estudo é o da 
inafastabilidade da apreciação pelo Poder Judiciário (Artigo 5º, XXXV, CF), que 
se fundamenta na ideia de que o direito de ação é abstrato e não se vincula à 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 15 
procedência do que é alegado. Não há matéria que possa ser excluída da 
apreciação do Judiciário, salvo raríssimas exceções previstas pela própria 
Constituição: Artigo 52, I e II. 
 
Princípio do juiz natural 
 
Outro importante princípio é o do juiz natural, que consiste na exigência da 
imparcialidade e da independência dos magistrados. Essa garantia deve 
alcançar, inclusive, o âmbito administrativo, tanto em relação aos juízes dos 
tribunais administrativos quanto às autoridades responsáveis pela decisão de 
requerimentos nas repartições administrativas. 
 
Código de Processo Civil 
O Código de Processo Civil, introduzido em nosso ordenamento jurídico pela Lei 
nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, foi baseado no anteprojeto de autoria de 
Alfredo Buzaid. Foi substituído pelo novo CPC, publicado no dia 17 de março de 
2015, com vacatio legis de um ano. 
 
Com o CPC/73, inaugurou‑se a Fase Instrumental, pela qual o processo não 
seria um fim em si mesmo, mas um instrumento para assegurar direitos. Com 
isso, surgiu a relativização das nulidades e a liberdade das formas para maior 
efetividade da decisão judicial. 
 
 
Atenção 
 Para Buzaid, mais fácil se afigurava a criação de um novo Código 
processual civil que a correção do já existente, devido não só à 
pluralidade e diversidade de leis processuais então vigentes, mas 
também à necessidade de serem supridas diversas lacunas e 
falhas do Código de 1939, que o impediam de funcionar como 
instrumento de fácil manejo no auxílio à administração da 
Justiça. 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 16 
O CPC de 1973 sofreu inúmeras alterações, sobretudo a partir do início da 
década de 1990. Teve início aí a chamada Reforma Processual, processo 
fragmentado em dezenas de pequenas leis que se destinam a fazer mudanças 
pontuais e ajustes “cirúrgicos”. 
 
Dentro dessas premissas, passamos a analisar o movimento do legislador 
brasileiro em prol das reformas processuais, sobretudo a partir da Emenda nº 
45/04. 
 
Em dezembro de 2004, depois de intensos debates, foi finalmente aprovada e 
editada a Emenda Constitucional nº 45, que traz em seu bojo a chamada 
“Reforma do Poder Judiciário”. 
 
Tal Diploma inclui no Texto Constitucional temas relevantes, tais como a 
garantia da duração razoável do processo, a federalização das violações aos 
direitos humanos, a súmula vinculante, a repercussão geral da questão 
constitucional como pressuposto para a admissibilidade do recurso 
extraordinário e os Conselhos Nacionais da Magistratura e do Ministério Público. 
 
Anexo ao texto da Reforma é assinado pelos Chefes dos Três Poderes da 
República um “Pacto” em favor de um Judiciário mais rápido, eficiente e 
Republicano. Esse Pacto trouxe um novo pacote de reformas ao CPC, o que 
denotou, de maneira bem clara, que as modificações até então empreendidas 
não haviam sido suficientes para a efetiva melhora na qualidade da prestação 
jurisdicional. 
 
Vários projetos foram, então, encaminhados ao Congresso Nacional, 
principalmente pelo Instituto Brasileiro de Direito Processual Civil, originando 
outras alterações, dentre as quais a Lei nº 11.187/2005, que alterou 
novamente o regime do agravo e a Lei nº 11.232/2005, que deu novo 
tratamento à execução por quantia certa fundada em sentença, estendendo a 
essa a comunhão entre as instâncias cognitiva e executória, consagrando como 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 17 
regra o sincretismo, antes relegado à figura de situação excepcional no cenário 
executivo brasileiro. 
 
Projetos de Lei 
Aos existentes Diplomas juntaram-se: 
 
A Lei nº 11.277/2006, dispondo sobre uma nova e polêmica hipótese de 
sentença liminar; 
A Lei nº 11.276/2006, que inseriu no nosso ordenamento a denominada súmula 
obstativa de recurso e alterou disposições relativas à apelação; 
A Lei nº 11.280/2006, que incluiu no texto do Código diversas disposições de 
relevo; 
A Lei nº 11.341/2006, que alterou o parágrafo único do artigo 541, CPC; 
A Lei nº 11.382/2006, que criou nova sistematização para a execução fundada 
em títulos extrajudiciais;A Lei nº 11.417/2006, que disciplina a edição, a revisão e o cancelamento de 
enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal; 
A Lei nº 11.418/2006, que acrescenta dispositivos que regulamentam o § 3º do 
Artigo 102 da Constituição Federal; 
A Lei nº 11.419/2006, que dispõe sobre a informatização do processo judicial; 
A Lei nº 11.441/2007, que simplifica o procedimento para o inventário, partilha, 
separação e divórcio consensuais; 
A Lei nº 11.448/2007, que atribui legitimidade à Defensoria Pública para a 
propositura de ação civil pública; 
A Lei nº 11.672/2008, que inseriu a letra "c" no Artigo 543 do CPC, 
regulamentando o julgamento pelo STJ dos processos repetitivos; 
Lei nº 11.694/2008, que alterou os Artigos 649 e 655-A ao tratar da execução 
de dívidas dos Partidos Políticos. 
 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 18 
Alterações no CPC - 2008 
No período de julho de 2008 a fevereiro de 2010 diversas leis e duas emendas 
constitucionais trouxeram alterações relevantes para o processo civil. 
 
A Lei nº 11.737, de 14 de julho de 2008, alterou a redação do Artigo 13 da 
Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), que previa que as transações de 
alimentos celebradas perante o Promotor de Justiça e por ele referendadas 
terão efeito de título executivo extrajudicial, dispensando a parte, em caso de 
descumprimento do acordo, de ajuizar uma ação de conhecimento para discutir 
os alimentos devidos, a fim de avançar para a cobrança do que foi celebrado no 
acordo. 
 
A alteração passou a prever que a transação de alimento firmada perante 
Defensor Público e por ele referendada também terá valor de título executivo 
extrajudicial. 
 
Alterações no CPC - 2009 
Já no ano de 2009, mais precisamente no dia 13 de abril, foi assinado o II 
Pacto Republicano. O referido Pacto, assinado pelos três poderes, o 
Executivo, o Legislativo e o Judiciário, em sua segunda versão, tem como 
objetivos o acesso à Justiça, especialmente dos mais necessitados (inciso I), o 
aprimoramento da prestação jurisdicional (inciso II) e o aperfeiçoamento e 
fortalecimento das instituições do Estado (inciso III). 
 
Como forma de concretizar estes objetivos, o Pacto traz várias medidas, sendo 
algumas delas a disciplina do mandado de segurança individual e coletivo, 
especialmente quanto à medida liminar e quanto aos recursos, a conclusão das 
normas relativas ao funcionamento do Conselho Nacional de Justiça, o 
aprimoramento para maior efetividade ao pagamento de precatórios, a revisão 
das normas processuais, visando a agilizar e a simplificar o processamento das 
ações, através da restrição das hipóteses do reexame necessário e da redução 
dos recursos, o fortalecimento da Defensoria Pública, a revisão da lei da ação 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 19 
civil pública, e a instituição dos Juizados Especiais da Fazenda Pública no 
âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Projetos de Lei - 2009 
Em 29 de julho de 2009, a Lei nº 12.008 dispôs sobre a prioridade concedida 
à pessoa idosa. A referida lei confere prioridade no trâmite processual a todos 
os procedimentos em que figure como parte pessoa idosa, assim entendida 
como aquela que tiver 60 anos ou mais; pessoa portadora de deficiência física 
ou mental e pessoas com doenças graves, descritas no inciso IV do Artigo 69-A 
da Lei nº 9.784/99, que regula o processo no âmbito da Administração Pública 
Federal, ainda que essas doenças tenham sido contraídas no curso do processo. 
A referida lei dispõe, ainda, que as pessoas nessas situações deverão 
comprovar sua condição e, ainda que faleçam no curso do processo, a 
prioridade permanecerá, estendendo-se tal benefício a seus sucessores. 
 
Em 07 de agosto de 2009, concretizando uma das previsões do II Pacto 
Republicano (item 1.5), entrou em vigor a Lei nº 12.016. A referida lei 
revogou diversas leis já existentes, dentre elas a Lei nº 1.533/51, que dispunha 
sobre o mandado de segurança individual, e passou a dispor não só sobre o 
mandado de segurança individual como, regulamentando os incisos LXIX e LXX 
do Artigo 5º da Constituição Federal, em dois artigos, passou a dispor também 
sobre o mandado de segurança coletivo. 
 
No que tange ao mandado de segurança coletivo, a Lei nº 12.016, como 
mencionado, regulamentou, em seus Artigos 21 e 22, os dispositivos 
constitucionais, dispondo sobre a legitimação para o mandado de segurança 
coletivo, o objeto, a coisa julgada, a litispendência e a necessidade de oitiva da 
pessoa jurídica de direito público, prevendo a aplicação das disposições sobre o 
mandado de segurança individual no que houver compatibilidade. Contudo, o 
legislador limitou a previsão do mandado de segurança coletivo apenas aos 
direitos coletivos e individuais homogêneos, sem que essa restrição tenha 
qualquer base constitucional. 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 20 
Em 15 de dezembro de 2009, a Lei nº 12.122 incluiu às causas de 
procedimento sumário as de revogação da doação, incluindo o inciso "g" ao 
artigo 275 do CPC. 
 
No dia seguinte, 16 de dezembro de 2009, a Lei nº 12.126 veio a ampliar o 
rol de legitimados a propor ações nos Juizados Especiais Cíveis no âmbito 
estadual, fazendo acréscimos ao § 1º do Artigo 8º da Lei nº 9.099/95 para 
prever também como legitimados a serem partes nos juizados estaduais as 
pessoas físicas capazes, desde que excluídos os cessionários das pessoas 
jurídicas (inciso I), as microempresas, segundo definição da Lei nº 9.841/99 
(inciso II) e as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade 
Civil de Interesse Público, assim qualificadas pela Lei nº 9.790/99 (inciso III). 
 
Ainda em dezembro de 2009, mais uma lei trouxe alterações à redação da Lei 
nº 9.099/95, que dispõe sobre os Juizados Especiais no âmbito estadual: a 
Lei nº 12.137, de 18 de dezembro de 1999. A referida lei alterou o Artigo 9º, § 
4º, da Lei nº 9.099, que previa que, no caso de o réu ser pessoa jurídica, 
poderia ser representado por preposto, para especificar que o preposto deve 
estar munido de carta de preposição, com poderes de transigir, mas que não 
precisa ter vínculo empregatício. 
 
A Lei nº 12.153, de 22 de dezembro de 2009, realizando a previsão do item 
3.3 do II Pacto Republicano, previu a criação de Juizados Especiais da Fazenda 
Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, sendo que 
estes, junto com os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, passarão a integrar o 
“Sistema dos Juizados Especiais”. 
 
Alterações no CPC - 2010 
Em 14 de janeiro de 2010, a Lei nº 12.195 alterou os incisos I e II do Artigo 
990, CPC, possibilitando que sejam nomeados como inventariantes o cônjuge 
casado sob o regime da comunhão de bens, que estivesse convivendo com o 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 21 
outro ao tempo de sua morte e o herdeiro que se achar na posse e 
administração do espólio, se não houver cônjuge supérstite. 
 
Em setembro de 2010, a Lei nº 12.322, que entrou em vigor em dezembro de 
2010, transformou o agravo de instrumento interposto contra decisão que não 
admite recurso extraordinário ou especial em agravo nos próprios autos, 
alterando dispositivos do Código de Processo Civil. 
 
Não se tratou de mera alteração formal do agravo, já que, agora, o recurso não 
chega ao Tribunal Superior por instrumento. Não são remetidas as cópias dos 
autos principais para os Tribunais Superiores, mas sim os próprios autos. Diante 
da alteração legislativa, o próprio Supremo Tribunal Federal, em 1º de 
dezembro de 2010, modificou seu Regimento Interno para preveruma nova 
classe processual, denominada recurso extraordinário com agravo. 
 
Em 29 de novembro de 2010, não há uma nova lei, mas uma resolução do 
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que recebeu o nº 125, tratando de 
formas de solução de conflitos no Poder Judiciário. A resolução enfatiza a 
conciliação e a mediação como instrumentos efetivos de pacificação social, 
solução e prevenção de litígios, sem, contudo, deixar de se referir a outros 
meios de solução de conflitos e se preocupa com a excessiva judicialização dos 
conflitos de interesses. 
 
Já em dezembro de 2010, a Lei nº 12.376 alterou apenas a ementa do Decreto 
nº 4.657/42, também conhecida como Lei de Introdução ao Código Civil (LICC). 
Mais do que uma lei de introdução ao Código Civil, o referido diploma trata da 
regra geral de aplicação das normas, trazendo, inclusive, regras relevantes para 
o processo internacional e, por isso, a alteração veio apenas para dispor que o 
diploma, mais do que uma introdução ao Código Civil, deve se chamar “Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro”. 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 22 
Todavia, não foram apenas essas novas leis em 2010 que caracterizaram 
menos alterações do que no ano anterior. Neste ano, houve também uma 
Emenda Constitucional, a EC nº 66, que trouxe impacto relevante não só para o 
direito civil, mas também para o processo civil. 
 
Emenda Constitucional nº 66/2010 
A partir da Emenda Constitucional nº 66/2010, surgiram inúmeras divergências 
no direito civil que influenciaram os procedimentos judicial e extrajudicial de 
separação e de divórcio. Alguns civilistas afirmam que teria acabado a 
separação no Brasil, enquanto outros acreditam que não se colocou fim à 
separação, mas apenas suprimiu os requisitos de 1 ano de separação judicial 
para o requerimento do divórcio ou de 2 anos de separação de corpos para o 
divórcio direto. 
 
Em consequência, questionou-se qual seria a previsão dos procedimentos 
extrajudiciais a partir da Emenda Constitucional nº 66, se haveria a previsão de 
separação e de divórcio pela via extrajudicial ou apenas de divórcio direto. 
 
Em resposta ao pedido de providência ao Conselho Nacional de Justiça, feito 
pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família, solicitando que a Resolução nº 35 
do CNJ, que regulamenta os procedimentos extrajudiciais, fosse adequada à 
emenda constitucional, ficou definido que o Artigo 53 da referida resolução 
estaria revogado e o Artigo 52 manteve a possibilidade de se requerer tanto a 
separação como o divórcio direto pela via extrajudicial. 
 
Alterações no CPC – 2011 
No dia 02 de junho de 2011, foi elaborada uma resolução conjunta do CNJ 
(Conselho Nacional de Justiça) com o CNMP (Conselho Nacional do Ministério 
Público), prevendo a criação de um cadastro nacional de informações de ações 
coletivas, inquéritos civis e termos de ajustamento de conduta. A referida 
resolução prevê que tais informações ficassem disponibilizadas na rede mundial 
de computadores até o dia 31 de dezembro de 2011, o que traria grandes 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 23 
avanços para a tutela coletiva, informando sobre todos os procedimentos que já 
estão em curso. 
 
Alterações no CPC - 2012 
A Lei nº 12.665, de 13 de junho de 2012, dispôs sobre a criação da estrutura 
permanente para as Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais. 
 
O novo Código de Processo Civil - histórico 
O PL nº 8.046/2010, que almejava a edição de um novo Código de Processo 
Civil, foi elaborado por uma Comissão composta por diversos juristas, que 
concluiu, em dezembro de 2009, a primeira fase de seus trabalhos. Após, 
submeteu a proposta elaborada a oito audiências públicas, que resultaram na 
análise de mais de mil sugestões e, finalmente, ao processo legislativo. 
 
O projeto foi apresentado ao presidente do Senado no dia 8 de junho de 2010, 
sob o PL nº 166/2010. Foi, então, constituída uma Comissão no Senado para 
apresentar emendas ao projeto até o dia 27 de agosto de 2010 e, em 
novembro de 2010, já havia a divulgação dos relatórios parciais sobre o 
projeto. 
 
O relatório da Comissão do Senado, no dia 24 de novembro de 2010, veio com 
a apresentação de um projeto substitutivo, o PLS nº 166/2010, do Senador 
Valter Pereira, que foi, após algumas mudanças no texto do projeto 
substitutivo, aprovado no Senado, no dia 15 de dezembro de 2010. 
 
O projeto foi, então, para a Câmara dos Deputados, como PL nº 8.046/2010, 
seguindo, no dia 5 de janeiro de 2011, para a Mesa Diretora da Câmara dos 
Deputados. No dia 3 de fevereiro de 2011, o projeto estava na Coordenação de 
Comissões Permanentes e, no dia 4 de maio de 2011, em plenário, foi 
requerida a nomeação de comissão especial, para analisar o projeto para um 
novo Código de Processo Civil. 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 24 
Houve uma consulta pública, oportunizando a todos que desejassem se 
manifestar sobre quaisquer dispositivos do novo Código através da Internet e, 
no dia 16 de junho, a Comissão Especial é criada, com 25 (vinte e cinco) 
membros titulares e igual número de suplentes, mais um titular e um suplente, 
atendendo ao rodízio entre as bancadas não contempladas. 
 
Em 1º de julho de 2011 é retificado o ato de criação da Comissão Especial para 
avaliar o projeto de novo Código, mas a correção é apenas no dispositivo do 
regimento interno da Câmara, mantendo-se a determinação de criação de uma 
Comissão Especial para avaliar o projeto. 
 
Em 05 de julho, já na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, o 
Requerimento nº 1.560/2011, de criação de comissão especial para análise do 
projeto de lei, é julgado prejudicado, tendo em vista a determinação de 
instalação da Comissão Especial. 
 
Designada a Comissão, a partir do segundo semestre de 2011 foram realizadas 
diversas reuniões e audiências públicas, tendo sido o texto dividido em cinco 
partes, sob a relatoria parcial de cinco deputados. Substituído o Relator‑Geral, 
pelo Deputado Paulo Teixeira, o texto foi redesenhado. Foram sistematizados: a 
versão inicial que chegou à Câmara (PL nº 8.046/2010), os relatórios parciais, o 
relatório Barradas e a Emenda nº 1. 
 
Em meados de junho daquele ano, foi idealizado o texto provisório com todas 
essas modificações. Ocorre que, em agosto, o Deputado Barradas reassumiu a 
relatoria do projeto e apresentou o relatório geral da Comissão Especial do 
Novo CPC, em texto de 17 de agosto. 
 
Já no ano de 2013, foram apresentadas duas novas versões, uma em janeiro e 
outra em junho. Em julho o texto foi aprovado pela Comissão Especial e 
remetido ao pleno. Em dezembro de 2013 e março de 2014 foram 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 25 
apresentados e votados Destaques. Finalmente em 25 de março foi votada e 
aprovada a versão final, que já foi devolvida ao Senado. 
 
O Senado reconvocou sua Comissão original, promoveu diversas alterações no 
texto e aperfeiçoou a redação. A versão final foi votada em dezembro de 2014, 
em dois dias. No primeiro o texto-base, e no segundo os destaques (matérias 
mais polêmicas, sobre as quais não havia consenso). 
 
Aprovado o texto final, a partir do Substitutivo apresentado pelo Senador Vital 
do Rego, foi feita uma profunda revisão para evitar equívocos nas remissões ou 
antinomias no texto. Finalmente, foi enviado à sanção Presidencial em fevereiro 
de 2015. O texto foi sancionado com sete vetos, no dia 16 de março e 
publicado no DOU, no dia 17: Lei n° 13.105/15 – Institui o novo Código de 
Processo Civil brasileiro. 
 
O novo Código de Processo Civil 
Independentementeda versão a ser analisada, é possível dizer que a ideia 
norteadora do texto é a de conferir maior celeridade à prestação da justiça, 
atentando à premissa de que há sempre bons materiais a serem aproveitados 
da legislação anterior, mas, também, firme na crença de que são necessários 
dispositivos inovadores e modernizantes. O projeto, portanto, empenhou-se na 
criação de um “novo Código”, buscando instrumentos capazes de reduzir o 
número de demandas e recursos que tramitam pelo Poder Judiciário. 
 
Trata-se de uma nova ideologia, de um novo jeito de compreender o processo 
civil. Pela leitura do texto, é possível perceber a preocupação em sintonizar as 
regras legais com os princípios constitucionais, revelando a feição 
neoconstitucional e pós-positivista do trabalho. 
 
Os institutos são revistos, o procedimento é abreviado, os recursos são 
reservados para os casos relevantes, os precedentes passam a ter maior 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 26 
prestígio, o processo eletrônico é viabilizado e a efetividade, finalmente, parece 
se tornar algo mais próximo e palpável. 
 
Tendo como premissa essa meta, construiu-se a proposta de instituição de um 
incidente de resolução de demandas repetitivas, objetivando evitar a 
multiplicação das demandas, na medida em que o seu reconhecimento em uma 
causa representativa de milhares de outras idênticas imporá a suspensão de 
todas. 
 
Outra previsão é a redução do número de recursos hoje existentes, como a 
abolição dos embargos infringentes e do agravo, como regra, adotando‑se no 
primeiro grau de jurisdição uma única impugnação da sentença final, 
oportunidade em que a parte poderá manifestar todas as suas discordâncias 
quanto aos atos decisórios proferidos no curso do processo, ressalvada a tutela 
de urgência impugnável de imediato por agravo de instrumento. 
 
Prioriza-se a conciliação, incluindo-a como o primeiro ato de convocação do réu 
a juízo, uma vez que proporciona larga margem de eficiência em relação à 
prestação jurisdicional. As mudanças pensadas pela Comissão de juristas 
quando da elaboração do novo texto são diversas e objetivam não enfrentar 
centenas de milhares de processos, mas antes, desestimular a ocorrência do 
volume atual de demandas, com o que visa tornar efetivamente alcançável a 
duração razoável dos processos. 
 
Atividade proposta 
Identifique três importantes características da jurisdição contemporânea, a 
partir de uma visão neoconstitucional. 
 
Chave de resposta: Como pode ser visto no material de leitura, a jurisdição 
contemporânea é baseada nas seguintes premissas: preocupação em preservar 
as garantias constitucionais, busca pela efetivação do direito material, aumento 
dos poderes do juiz (sobretudo quanto à instrução, modulação temporal dos 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 27 
efeitos da decisão, deferimento de medidas de urgência, cautelares e 
satisfativas e gerenciamento do ônus da prova), respeito aos precedentes e 
decisão uniforme das questões idênticas e repetitivas. 
 
Atividade proposta 
(MP/RJ - XXXI CONCURSO 2009). O Ministério Público ajuizou ação civil pública 
visando a obrigar determinado Município a fornecer medicamentos necessários 
à manutenção da vida de pessoas idosas enfermas e com deficiência física, mas 
com o necessário discernimento para os atos da vida civil. Em contestação, 
alegou-se ilegitimidade ativa, por se tratar de direitos individuais de pessoas 
com plena capacidade para seus atos, bem como impossibilidade jurídica do 
pedido, por ausência de determinação da fonte de custeio e por se tratar de 
tema afeto à discricionariedade administrativa. Acolhendo tais argumentos, o 
juiz extinguiu o processo sem resolução do mérito e remeteu os autos ao 
Tribunal para reexame necessário, não tendo havido recurso do Ministério 
Público. Por não haver necessidade de provas, o Tribunal reformou a sentença 
e julgou o mérito do processo favoravelmente ao Ministério Público, excluindo a 
condenação em honorários advocatícios em razão da natureza da parte autora. 
 
Manifeste-se objetivamente sobre as decisões judiciais. 
 
Chave de resposta: Você deverá fazer uma correlação direta entre os 
sistemas econômicos e o atendimento privado e público das necessidades de 
saúde, assim como exemplificar com casos concretos, como os da Suécia, do 
Brasil ou dos Estados Unidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 28 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre direito processual e jurisdição, leia o 
texto disponível em nossa biblioteca virtual. 
 
 
Referências 
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Tendências contemporâneas do direito 
processual civil. In: Temas de direito processual. Terceira Série. São Paulo: 
Saraiva, 1984. 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. São 
Paulo: Malheiros, 2001. v. 1. 
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO PROJETO DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. PLS 
nº 166/10. Disponível em: http://www.senado.gov.br/novocpc. 
FUX, Luiz (Coord.). O novo processo civil brasileiro - direito em expectativa. 
Rio de Janeiro: Forense, 2011. 
GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil. Rio de Janeiro: Forense, 
2009. v. 1. 
MARINONI, Luiz Guilherme. A jurisdição no Estado contemporâneo. 
Estudos de direito processual civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. 
PINHO, Humberto Dalla Bernardina de; ALMEIDA, Marcelo Pereira. O novo ciclo 
de reformas do CPC. Revista Quaestio Iuris, Faculdade de Direito da UERJ, 
n. 4, Rio de Janeiro: Gamma Editora, set. 2006, p. 53/76. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
VUNESP - 2012 - DPE-MS - Defensor Público 
O princípio da inércia da jurisdição: 
a) É absoluto, sem possibilidade de sofrer qualquer forma de mitigação. 
b) Pode ser mitigado na jurisdição voluntária, mas não na contenciosa. 
c) Está presente mesmo na instauração de inventário de ofício. 
d) É consequência do princípio constitucional de devido processo legal. 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 29 
e) Nenhuma das alternativas acima. 
 
Questão 2 
CESPE - 2013 - TJ-MA - Juiz 
No que concerne à lei processual civil superveniente, assinale a opção correta. 
a) Encontrando-se o processo em curso, é facultado ao juiz aplicar a lei 
nova ou a lei anterior que melhor atenda à rápida solução da lide, 
amparado no princípio constitucional da celeridade processual. 
b) Nesse caso, aplica-se a regra do isolamento dos atos processuais, de 
modo que a lei nova é aplicada aos atos processuais pendentes, tão logo 
entre em vigor, respeitados os já praticados e seus efeitos. 
c) Os efeitos dessa lei atingem os processos ajuizados após a edição da lei, 
não se aplicando a nova lei processual aos processos em curso. 
d) A nova regra processual editada no curso do processo não se aplica no 
grau de jurisdição em que o processo tramita, repercutindo-se os seus 
efeitos nos graus de jurisdição subsequentes. 
e) Nenhuma das alternativas acima. 
 
Questão 3 
FCC - 2013 - AL-PB - Procurador 
O pedido do autor delimita a jurisdição a ser prestada. O princípio processual 
que informa essa delimitação é o da: 
a) Duração razoável do processo 
b) Eventualidade 
c) Imparcialidade 
d) Adstrição ou congruência 
e) Celeridade ou economia processuais 
 
Questão 4 
VUNESP - 2014 - EMPLASA - Analista Jurídico 
Entre os princípios constitucionais do processo, está o da ubiquidade, o qual 
determina que: 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 30 
a) Nenhuma ameaça ou lesão de direito individual ou coletivo será 
subtraída à apreciação do Poder Judiciário.b) O juiz deve tratar as partes de maneira isonômica, ainda que isso 
signifique tratar desigualmente os desiguais. 
c) O juiz, no exercício da função jurisdicional, deve se pautar por critérios 
de equidade, em todos os seus termos. 
d) Em caso de dúvida sobre quem tem razão, o juiz não poderá deixar de 
sentenciar, devendo aplicar a regra do ônus da prova. 
e) O juiz, no exercício da função jurisdicional, deve agir com imparcialidade, 
em todos os seus termos, permanecendo equidistante das partes. 
 
Questão 5 
CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Juiz do Trabalho 
Acerca dos princípios aplicáveis ao processo civil e do juízo de admissibilidade, 
assinale a opção correta. 
a) De acordo com o princípio da complementaridade, o magistrado está 
autorizado a aceitar as razões apresentadas após interposto o recurso, 
se isso não resultar prejuízo ao contraditório. 
b) Embora desprovida de vedação legal explícita, a regra da proibição 
da reformatio in pejus tem um de seus fundamentos no princípio do 
dispositivo. 
c) Caracteriza desistência tácita do direito de recorrer o cumprimento, pela 
parte vencida, de sentença suspensa em face do recebimento de recurso 
no duplo efeito. 
d) Caso a parte vencida tenha recorrido da sentença proferida, se sobrevier 
decisão, em embargos de declaração interpostos posteriormente, 
modificando o ato, o recurso poderá ser novamente interposto. 
e) Realizado juízo de admissibilidade de recurso especial pelo presidente do 
tribunal recorrido, o ato impede que o relator no tribunal destinatário o 
tenha por inadmissível. 
 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 31 
Questão 6 
TRF 4ª Região - 2000 Juiz Federal Substituto 
Considerar as seguintes afirmações, indicando, adiante, a alternativa correta: 
I - No processo civil moderno não mais se admite o princípio da inércia da 
jurisdição. 
II - Em nosso sistema, a competência relativa é regida pelo princípio da 
perpetuatio jurisdictionis. 
III - Em nosso sistema, o princípio da demanda é aplicável, tanto ao processo 
de conhecimento, quanto ao processo de execução. 
a) As três afirmações estão inteiramente corretas 
b) Apenas as afirmações II e III estão inteiramente corretas 
c) Apenas a afirmação III está inteiramente correta 
d) Apenas a afirmação II está inteiramente correta 
 
Questão 7 
FCC - 2011 - DPE - RS - Defensor Público de Classe Inicial. 
Princípio dispositivo no Direito Processual Civil: 
a) Contrapõe-se ao princípio inquisitivo, de modo que ao julgador é vedada 
iniciativa na produção de provas e na investigação dos fatos da causa, 
sob pena de comprometimento da sua imparcialidade, buscando- se, no 
processo civil, apenas a verdade formal, com o reconhecimento do 
caráter mítico e utópico da verdade real. 
b) Com a modernização do processo civil, voltada, sobretudo, para a 
reaproximação entre direito material e processual, decorrência do 
movimento do acesso à justiça, o princípio dispositivo ganhou novos 
contornos, sendo permitido ao juiz determinar, de ofício, a produção de 
provas, mesmo que sejam determinantes para o resultado da causa. 
c) Embora o princípio dispositivo possua limitações, não é dado ao julgador, 
sob pena de comprometimento da sua imparcialidade e de violação à 
característica da inércia da jurisdição, determinar, de ofício, as provas 
necessárias à instrução do processo, devendo julgar com base na regra 
de distribuição do ônus da prova. 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 32 
d) De acordo com o atual estágio do processo civil brasileiro, marcado, 
notadamente, pelo caráter publicista, o princípio dispositivo, no que 
concerne à postura equidistante do julgador, está relacionado, tanto com 
a propositura da ação e com a fixação dos contornos da lide, quanto com 
a investigação dos fatos e com a produção de provas necessárias à 
instrução do processo. 
e) A publicização do processo e o fenômeno da judicialização da política 
imprimiram maior efetividade ao princípio dispositivo, tanto no seu 
sentido material quanto formal, reduzindo as possibilidades de ser 
relativizado. 
 
Questão 8 
MPT - 2009 - MPT - Procurador do Trabalho. 
A propósito dos princípios gerais e fundamentais do processo civil, considere as 
seguintes proposições: 
I - O direito processual constitucional abrange, de um lado, ( a ) a tutela 
constitucional dos princípios fundamentais da organização judiciária e do 
processo; ( b ) de outro, a jurisdição constitucional; 
II - O contraditório e ampla defesa são assegurados em todos os processos, 
inclusive administrativos, desde que neles haja litigantes ou acusados; 
III - A Constituição Federal de 1988 deu concretude à igualdade processual que 
decorre do princípio da isonomia, transformando-a no princípio da paridade de 
armas, mediante o equilíbrio dos litigantes no processo civil, sendo, todavia, 
vedado ao juiz determinar a produção de provas, sem requerimento das partes, 
por violar o princípio da imparcialidade; 
IV - Em ação civil de indenização por danos morais e materiais, em face do 
normatizado na Carta Magna, que considera inadmissíveis, no processo, as 
provas obtidas por meios ilícitos, a gravação de conversa telefônica feita por 
um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa legal 
de sigilo ou de reserva da conversação, não é considerada prova ilícita. 
De acordo com as assertivas retro, pode-se afirmar que: 
a) O item I é certo e o item II é errado 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 33 
b) O item I é errado e o item III é certo 
c) O item III é errado e o item IV é certo 
d) O item II é errado e o item III é certo 
e) Não respondida 
 
Questão 9 
O princípio da inafastabilidade ou princípio do controle jurisdicional expresso na 
Constituição Federal garante: 
a) A todos o acesso ao Poder Judiciário 
b) Às partes a ampla defesa 
c) A todos o juiz natural 
d) A todos o juiz imparcial 
e) Ao juiz o poder diretivo do processo 
 
Questão 10 
ESAF - 2001 – SERPRO. Analista de Assuntos Jurídicos. 
Relativamente aos princípios constitucionais do processo civil, é correto afirmar-
se que: 
a) O princípio do juiz natural consiste exclusivamente na proibição de 
tribunais de exceção. 
b) O princípio da igualdade é ofendido pelas normas legais que atribuem 
prerrogativas processuais à Fazenda Pública e ao Ministério Público. 
c) O princípio do contraditório tem o seu conteúdo limitado à ciência 
bilateral dos atos contrariáveis. 
d) O devido processo legal, no sentido unicamente processual, assegura o 
direito ao procedimento contraditório. 
e) A concessão de providência jurisdicional cautelar sem a ouvida prévia da 
parte contrária implica violação ao contraditório. 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 34 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: A inércia é uma das garantias fundamentais do devido processo 
legal e deve ser observada em todos os procedimentos. Mesmo nas hipóteses 
nas quais haja autorização pontual para a iniciativa do magistrado, o princípio 
da inércia deve ser observado nas demais situações. 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: É a regra prevista no Artigo 1211 do CPC. Trata-se garantia 
relativa aos atos jurídicos perfeitos e decorrente da segurança jurídica. 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: É a decorrência do princípio da inércia e da correlação entre o 
pedido e a sentença, previsto no Artigos 2° e 128 do CPC. 
 
Questão 4 - A 
Justificativa: O princípio, também conhecido como princípio da inafastabilidade 
do controle jurisdicional está previsto no Artigo 5°, inciso XXXV, da Constituiçãode 1988. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: A ideia da non reformatio in pejus é decorrência dos princípios 
dispositivo e da limitação horizontal da cognição recursal, previsto nos Artigos 
515 e 516 do CPC. 
 
Questão 6 - B 
Justificativa: A resposta é obtida a partir da conjugação dos Artigos 87, 128 e 
162, todos do CPC vigente. 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 35 
Questão 7 - B 
Justificativa: A ideia do princípio dispositivo sofre uma releitura a partir da 
concepção neoconstitucional da jurisdição e da nova dimensão do princípio do 
acesso à justiça. 
 
Questão 8 - C 
Justificativa: O item III está errado porque desconsidera a iniciativa probatória 
do juiz, tida como essencial, justamente para manter a paridade entre as 
partes. O item IV está correto pois a orientação jurisprudencial que prevalece 
no STF é no sentido de que um dos interlocutores pode gravar a conversa 
telefônica. 
 
Questão 9 - A 
Justificativa: O inciso XXV do Artigo 5° da CF ao prever a inafastabilidade do 
controle jurisdicional consagra o amplo e irrestrito acesso ao Poder Judiciário. 
 
Questão 10 - D 
Justificativa: O devido processo legal pode ser compreendido no sentido 
substantivo (razoabilidade) ou procedimental. Neste último vai se basear na 
ideia-chave do contraditório como premissa para todas as demais garantias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 36 
 
Introdução 
O princípio do acesso à justiça, consubstanciado no Artigo 5°, inciso XXXV, da 
Constituição de 1988 é a base do processo civil contemporâneo. A ideia 
segundo a qual ninguém pode ser impedido de deduzir em juízo uma pretensão 
renova os demais princípios processuais e coloca o Judiciário numa posição 
elevada, o que pode dar ensejo aos fenômenos do ativismo e da judicialização 
excessiva, tão bem analisados pelo Ministro Roberto Barroso. 
 
Objetivo: 
1. Compreender melhor em que consiste o princípio do acesso à justiça e como 
ele se relaciona com a obra de Mauro Cappelletti; 
2. Examinar os desdobramentos desse princípio no direito brasileiro, sobretudo 
com as alterações legislativas que ensejaram a criação de novas ferramentas 
processuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 37 
Conteúdo 
Acesso à justiça 
Cândido Rangel Dinamarco destaca, desde há muito, a relevância de se 
emprestar “interpretação evolutiva aos princípios e garantias constitucionais do 
processo civil”, reconhecendo que “a evolução das ideias políticas e das 
fórmulas de convivência em sociedade” repercute necessariamente na leitura 
que deve ser feita dos princípios processuais constitucionais a cada época. 
 
Com efeito, o acesso à justiça é um princípio essencial ao funcionamento do 
Estado de Direito. Tal garantia, nas palavras de Dinamarco, “figura como 
verdadeira cobertura geral do sistema de direitos, destinada a entrar em 
operação sempre que haja alguma queixa de direitos ultrajados ou de alguma 
esfera de direitos atingida” (DINAMARCO, op. cit., p. 112). 
 
(DINAMARCO, 2005, p. 246). 
 
Nunca é demais relembrar que as questões e problemas relacionados ao acesso 
à justiça têm sua origem na cidade de Florença, Itália, num projeto iniciado em 
1971, com a Conferência Internacional relativa às garantias fundamentais das 
partes no processo civil. 
 
Nos dez anos subsequentes, o estudo teve continuidade, abrangendo o 
problema da assistência judiciária aos hipossuficientes, da proteção aos 
interesses difusos e, finalmente, da necessidade de implementação de novas 
soluções processuais. 
 
Esse movimento foi, então, difundido internacionalmente por Mauro Cappelletti, 
sendo fundamental esclarecer, resumidamente, as posições identificadas no 
bojo do movimento, a fim de que se compreenda melhor esse verdadeiro 
despertar da ciência processual para os problemas sociojurídicos enfrentados 
pelos países ocidentais. 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 38 
Sem dúvida, o acesso à justiça é direito social básico dos indivíduos, direito este 
que não deve se restringir aos limites do acesso aos órgãos judiciais e ao 
aparelho judiciário estatal; deve, sim, ser compreendido como um efetivo 
acesso à ordem jurídica justa. 
 
Esse entendimento, trazido por Kazuo Watanabe, é de fundamental importância 
para a compreensão do movimento e para uma atuação sistemática e lúcida. 
 
(WATANABE, 1988, p. 128-129). 
 
Assim, se inserem as propostas de modificação do Código de Processo Civil 
numa perspectiva reformadora mais consciente, no sentido de aprimorar a 
técnica e a substância do direito processual como meio essencial para que se 
permita o acesso à tão proclamada ordem jurídica justa. 
 
Ainda nas oportunas conclusões de Kazuo Watanabe, o direito de acesso à 
justiça possui como dados elementares: 
 
O direito à informação e perfeito conhecimento do direito substancial e à 
organização de pesquisa permanente, a cargo de especialistas e orientada à 
aferição constante da adequação entre a ordem jurídica e a realidade 
socioeconômica do país. 
 
Direito de acesso à Justiça adequadamente organizada e formada por juízes 
inseridos na realidade social e comprometidos com o objetivo de realização da 
ordem jurídica justa. 
 
Direito à pré-ordenação dos instrumentos processuais capazes de promover a 
efetiva tutela de direitos. 
 
Direito à remoção de todos os obstáculos que se anteponham ao acesso efetivo 
à Justiça com tais características. 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 39 
Direito à remoção de todos os obstáculos que se anteponham ao acesso efetivo 
à Justiça com tais características. 
 
Tais considerações nos levam a concluir que as velhas regras e estruturas 
processuais precisam, de fato, sofrer revisão e aprimoramento, com o intuito de 
que constituam instrumento cada vez mais eficaz rumo ao processo justo. 
 
GRECO, Leonardo. Garantias fundamentais do processo: o processo justo. 
Trabalho disponível no site: 
htttp://www.mundojuridico.adv.br/html/artigos/documentos/texto165.htm; 
acesso em 02 de maio de 2006. 
 
Nesse ponto, Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, após se propor a estudo com o 
objetivo de aferir se as reformas legislativas havidas em meio ao movimento de 
acesso à justiça foram fiéis às premissas iniciais, assevera que o 
desenvolvimento dessa empreitada depende da apresentação de proposta que 
contenha os quatro grandes princípios que devem informar o real significado da 
expressão acesso à justiça. 
 
(CARNEIRO, 1999, p. 54). 
 
Princípios de acesso à justiça 
Segundo Carneiro, existem quatro princípios que informam o significado de 
acesso à justiça. 
 
Acessibilidade 
Esse princípio pressupõe a existência de sujeito de direito, com capacidade 
tanto de estar em juízo como de arcar com os custos financeiros para tanto, e 
que procedam de forma adequada à utilização dos instrumentos legais judiciais 
ou extrajudiciais, de tal modo a possibilitar a efetivação de direitos individuais e 
coletivos. 
 
 O NOVO CPC E O CPC-73: PROCESSO DE CONHECIMENTO 40 
A expressão desse princípio se dá por três elementos, quais sejam o direito à 
informação enquanto conhecimento dos direitos que se detém e da forma de se 
utilizá-los; a garantia da escolha adequada dos legitimados para propositura 
das demandas; e, por fim, a redução dos custos financeiros do processo de 
forma que estes não dificultem ou inibam o acesso à justiça. 
 
Operosidade 
O princípio da operosidade

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