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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL - DEC POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE SÃO CRISTÓVÃO/SE Fevereiro de 2016 AMADEU NETO RIBEIRO DA SILVA BARBARA VASCONCELOS ARAUJO ALVES FABIO LIMA FRANÇA GABRIEL LIMA FIGUEREDO IGLESSE DE SOUZA BARROS POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Trabalho referente ao seminário apresentado em sala de aula, como parte de avaliação na disciplina de Saneamento Ambiental, ministrada pelo Profº. Daniel Moreira, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Sergipe. SÃO CRISTÓVÃO/SE Fevereiro de 2016 SUMÁRIO 1 Introdução ...................................................................................................................... 4 2 Princípios Básicos ......................................................................................................... 4 2.1Racionalização ......................................................................................................... 4 2.2Planejamento e fiscalização ..................................................................................... 4 2.3 Proteção dos ecossistemas ...................................................................................... 5 2.4 Controle e Zoneamento de áreas potencialmente ou efetivamente poluidoras ....... 5 2.5 Incentivo a pesquisas .............................................................................................. 5 2.6 Proteção de áreas ameaçadas de degradação .......................................................... 5 2.7 Educação Ambiental ............................................................................................... 5 3 Objetivos ........................................................................................................................ 6 4 Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) ...................................................... 7 5 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) .................................................... 8 6 Instrumentos ................................................................................................................ 10 6.1 Concessão Florestal .............................................................................................. 11 6.2 Servidão Ambiental .............................................................................................. 12 6.3 Licenciamento Ambiental ..................................................................................... 13 6.4 Incentivos a atividades voltadas ao meio ambiente .............................................. 14 6.5 Penalidades Ambientais ........................................................................................ 14 6.6Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA.............................................15 6.7Competência dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente....16 6.8 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR............................................17 7 Referências Bibliográficas ........................................................................................... 18 1 Introdução A Política Nacional do Meio Ambiente na verdade é uma lei (L6.938) que foi sancionada em 31 de agosto de 1981 pelo presidente João Figueiredo e possui como o foco principal a melhoria, preservação e recuperação da qualidade do meio ambiente em relação à qualidade de vida, buscando a segurança ambiental nacional, proteção da dignidade da vida humana e assegurar à nação melhores condições socioeconômicas e de desenvolvimento. A lei 6.938/81 foi a precursora no que se diz respeito ao desenvolvimento de políticas sobre o meio ambiente em âmbito federativo, pois antigamente as leis que se tratavam desse assunto eram de autonomia dos estados e municípios de forma independente. Essa universalização da lei sobre o meio ambiente serve também para padronizar formalmente as questões relacionadas sobre o assunto, na qual tenta garantir uma maior segurança em todo o território nacional. 2 Princípios Básicos A Política nacional do Meio Ambiente possui alguns princípios básicos listados a seguir: 2.1Racionalização É preciso que haja a racionalização no uso do solo, subsolo, água e ar para que se evitem desperdícios na utilização dos recursos naturais. 2.2Planejamento e fiscalização É preciso que haja o planejamento e fiscalização no uso dos recursos naturais, para assegurar que não haja desperdício na utilização dos mesmos, essa planejamento e fiscalização são feitos através dos órgãos federais, estaduais e municipais. 2.3Proteção dos ecossistemas Deve ser feita a proteção dos ecossistemas com a preservação das áreas representativas. 2.4Controle e Zoneamento de áreas potencialmente ou efetivamente poluidoras Em áreas já afetadas pela poluição ambiental, é preciso que haja um maior controle, maior atenção sobre as mesmas para que seja feito um tratamento e melhoria da qualidade ambiental nessas áreas. 2.5Incentivo a pesquisas É muito importante que sejam feitas pesquisas orientadas à utilização do uso racional dos recursos ambientais, também visando a racionalização da utilização dos mesmos. 2.6Proteção de áreas ameaçadas de degradação As áreas que estejam sobre a ameaça direta ou indiretamente de degradação devem ser protegidas para que se evite a degradação das mesmas. 2.7Educação Ambiental É preciso que haja o ensino ambiental em todos os níveis de educação, inclusive voltado para a comunidade sobre a utilização racional dos recursos. Segundo a Lei 6.938/81, a mesma ainda define: I-Meio Ambiente: O conjunto de todas as combinações, relações e interações físicas, químicas e biológicas que regem a vida em todas as suas formas. II-Degradação: É toda alteração adversa às características do meio ambiente. III- Poluição: Degradação da qualidade ambiental que afete direta ou indiretamente - prejudicando a saúde, bem-estar e segurança da população -Afetedesfavoravelmente a biota -Afete as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente -Lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos IV-Poluidor: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado que direta ou indiretamente pratique a degradação ambiental. V-Recursos Ambientais: atmosfera, águas superficiais e subterrâneas, mar territorial, solo, subsolo, elementos da fauna e flora. 3 Objetivos A Política Nacional do Meio Ambiente possui como objetivo a efetivação do direito em relação ao meio ambiente, para assegurar a qualidade ambiental para o presente e gerações futuras. Os objetivos da PNMA tentam compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com o uso dos recursos ambientais, onde não haja desperdício na exploração do meio ambiente e gere uma melhor qualidade de vida. A lei 6.938/81 tem como objetivos a busca pelo melhoramento, preservação e recuperação da qualidade ambiental e a preservação na verdade é a manutenção do equilíbrio natural dos recursos, impedindo a intervenção humana. Já melhorar significa alterar progressivamente o meio ambiente através da intervenção humana, realizando o manejo da fauna e flora. Por fim, recuperar significa buscar o equilíbrio natural do ambiente através da ação humana sobre uma área que já foi degradada.Os principais objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente estão listados a seguir: I- Compatibilização do Desenvolvimento socioeconômico com a preservação da qualidade do meio ambiente. II-Definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e equilíbrio ecológico, no qual atende interesses da união, Estados, Distrito Federal e Municípios. III-Estabelecimento de critérios e normas de qualidade ambiental em relação ao uso e manejo dos recursos ambientais. IV-Desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional dos recursos ambientais, V-Difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, com a divulgação pública das mesmas. VI-Preservação e restauração dos recursos ambientais, visando sua utilização racional e disponibilidade permanente. VII- Imposições ao poluidor sobre a obrigação de recuperar ou indenizar os danos causados ao meio ambiente. 4 Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) O Sistema Nacional do Meio Ambiente, criado pela lei n º 6.938/81, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, é um sistema formado por um conjunto de órgão e entidades da União, Estados, Municípios e Distrito federal, além de fundações instituídas pelo poder público. Estas, sob supervisão do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e são responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Edis Milaré classifica também o Sistema Nacional do Meio Ambiente como “uma estrutura político-administrativa governamental aberta à participação de instituições não governamentais por meio dos canais competentes, constituindo na verdade o grande arcabouço institucional da gestão ambiental no Brasil” O objetivo do SISNAMA é trabalhar as políticas públicas ambientais de maneira conjunta, tornando realidade o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Ou seja, com a criação do SISNAMA, ficou instituído que ele deve atuar na defesa e na gestão da qualidade ambiental do país promovendo a articulação de ações direcionadas ao meio ambiente. Para um melhor funcionamento, foi necessário incentivar a descentralização da gestão ambiental, repartindo assim, as devidas competências entre os três níveis da federação (Federal, Estadual/Distrital e Municipal). Segundo José Afonso da Silva, o objetivo do SISNAMA é proteger o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida por meio da coordenação dos órgãos e entidades públicas. Conforme Art 6º da Lein º 6.938/81, a composição do Sistema Nacional do Meio Ambiente está dividida em: I - Órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; II - Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida III - Órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente IV - Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; 5 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) Criado em 1982 pela Lei n º 6.938/81, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Em definição, o CONAMA existe para assessorar, estudar e propor ao Governo, as diretrizes que devem tomar as políticas governamentais para a exploração e preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Cabe também ao órgão, dentro de sua competência, criar normas e determinar padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. Como dispõe o art. 4º do Decreto 99.274/90, o CONAMA é formado por Plenário, Câmara Especial Recursal, Comitê de Integração de Políticas Ambientais, Câmaras Técnicas, Grupos de Trabalho e Grupos Assessores. As Câmaras Técnicas são instâncias encarregadas de desenvolver, examinar e relatar ao Plenário as matérias de sua competência, para que este delibere. O CONAMA, presidido pelo ministro do Meio Ambiente, tem como praxe, realizar reuniões ordinárias a cada três meses em Brasília-DF e pode ainda realizar também reuniões extraordinárias fora do Distrito Federal, se assim convocadas pelo presidente do Conselho ou por requerimento de 2/3 dos membros. Estas reuniões são públicas e abertas ao público. O Plenário do CONAMA é formado por um colegiado representativo de órgãos das esferas federais, estaduais e municipais, do setor empresarial e da sociedade civil. Além do Ministro de Meio Ambiente, que o preside, também compõem o Plenário: o Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente, que será o seu Secretário- Executivo; um representante do IBAMA; um representante da Agência Nacional de Águas (ANA); um representante de cada um dos Ministérios, das Secretarias da Presidência da República e dos Comandos Militares do Ministério da Defesa, indicados pelos respectivos titulares; um representante de cada um dos Governos Estaduais e do Distrito Federal, indicados pelos respectivos governadores; oito representantes dos Governos Municipais que possuam órgão ambiental estruturado e Conselho de Meio Ambiente com caráter deliberativo; vinte e dois representantes de entidades de trabalhadores e da sociedade civil; oito representantes de entidades empresariais; e um membro honorário indicado pelo Plenário. Também integram o Plenário, os Conselheiros Convidados, porém sem direito a voto: um representante do Ministério Público Federal; um representante dos Ministérios Públicos Estaduais, indicado pelo Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça; um representante da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias da Câmara dos Deputados. Como principais competências estão: I. O estabelecimento de normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; II. Determinação da necessidade de realização de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados; III. Decisão em última instância administrativa, sobre as multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA; IV. O estabelecimento das normas e padrões nacionais de controle da poluição causada por veículos automotores, aeronaves e embarcações; V. Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos;VI. A deliberação, sob a forma de resoluções, proposições, recomendações e moções, que visam cumprir os objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente. 6 Instrumentos Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente são aqueles mecanismos utilizados pela Administração Pública ambiental com o intuito de atingir os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente. São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I. O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II. O zoneamento ambiental, que tem por objetivo geral, organizar de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas; III. A avaliação de impactos ambientais; IV. O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V. Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria de qualidade ambiental; VI. A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas, de acordo com a Lei n° 7.804 de 1989; VII. O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII. O Cadastro Técnico Federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental e também de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras de recursos ambientais; IX. Penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental; X. Instituição do relatório de qualidade do meio ambiente, divulgado anualmente pelo IBAMA; XI. Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. 6.1 Concessão Florestal Concessão Florestal é o direito que o governo concede – mediante licitação - para uma empresa ou comunidade manejar uma determinada área pública, usando produtos e serviços florestais de forma sustentável e respeitando o Plano de Manejo Florestal (PMF) aprovado pelo governo. 6.2 Servidão Ambiental O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do SISNAMA, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. O instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental deve incluir, no mínimo, os seguintes itens: I. Memorial descritivo da área da servidão ambiental, contendo pelo menos um ponto de amarração georreferenciado; II. Objeto da servidão ambiental; III. Direitos e deveres do proprietário ou possuidor instituidor; IV. Prazo durante o qual a área permanecerá como servidão ambiental. A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima exigida. A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal. Existe uma vedação durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel. A servidão ambiental pode ser onerosa ou gratuita, temporária ou perpétua, o tempo mínimo da servidão ambiental temporária é de quinze anos, e a servidão ambiental perpétua será equivalente para fins creditícios e tributários, à Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la ou transferi-la, total ou parcialmente, por prazo determinado ou em caráter definitivo, em favor de outro proprietário ou de entidade pública ou privada que tenha a conservação ambiental como fim social. Os deveres do proprietário do imóvel serviente, entre outras obrigações estipuladas no contrato: I - Manter a área sob servidão ambiental; II - Prestar contas ao detentor da servidão ambiental sobre as condições dos recursos naturais ou artificiais; III - Permitir a inspeção e a fiscalização da área pelo detentor da servidão ambiental; IV - Defender a posse da área serviente, por todos os meios em direito admitidos. Os deveres do detentor da servidão ambiental, entre outras obrigações estipuladas no contrato: I - Documentar as características ambientais da propriedade; II - Monitorar periodicamente a propriedade para verificar se a servidão ambiental está sendo mantida; III - Prestar informações necessárias a quaisquer interessados na aquisição ou aos sucessores da propriedade; IV - Manter relatórios e arquivos atualizados com as atividades da área objeto da servidão; V - Defender judicialmente a servidão ambiental. 6.3 Licenciamento Ambiental O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente e possui como uma de suas mais expressivas características a participação social na tomada de decisão, por meio da realização de audiências públicas como parte do processo. Essa obrigação é compartilhada pelos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente e pelo Ibama, como partes integrantes do SISNAMA. O Ibama atua principalmente, no licenciamento de grandes projetos e de infraestrutura que envolvam impactos em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo e gás na plataforma continental. Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de projetos de entidades, públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores. 6.4 Incentivos a atividades voltadas ao meio ambiente O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas ao meio ambiente, visando: I - Ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos tecnológicos destinados a reduzir a degradação da qualidade ambiental; II - À fabricação de equipamentos antipoluidores; III - A outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos ambientais. 6.5 Penalidades Ambientais Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: I - À multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTNs (que atualmente estão avaliadas em R$ 1,6152), agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios. II - À perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; III - À perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; IV - À suspensão de sua atividade. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR (. A pena e aumentada até o dobro se: I - Resultar:a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente; b) lesão corporal grave; II - A poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte; III - O crime é praticado durante a noite, em domingo ou em feriado. É o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. 6.6 Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA A Lei n º 6.938/81instituiu “a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.” A TCFA será aplicada para todo aquele que exercer atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientes, descritas no ANEXO VIII dessa lei. Sendo necessário entregar até o dia 31 de março de cada ano um relatório das atividades exercidas no ano anterior. O descumprimeto dessa ordem acarretará em multa equivalente a vinte por cento da TCFA devida. A TFCA é devida por estabelecimento, podendo ser micro ou empresa de pequeno porte, empresa de médio porte, e empresa de grande porte, e também pelo potencial de poluição (PP) e pelo grau de utilização (GU) de cada uma das atividades sujeitas à fiscalização, podendo ser pequeno, médio ou alto. Os valores, em reais, devidos a títulos de TCFA por estabelecimento por trimestre é definido no ANEXO IX da lei. A empresa que exercer mais de uma atividade potencialmente poluidora e utilizadora de recursos ambientes sujeita à fiscalização, deverá pagar a taxa relativa a apenas uma delas, pelo valor mais elevado. Para fim de incentivo, as entidades públicas federais, distritais, estaduais e municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que praticam agricultura de subsistência e as populações tradicionais são insentas do pagamento da TFCA.Os recursos arrecadados com a TCFA terão utilização restrita em atividades de controle e fiscalização ambiental. A TCFA não recolhida nos prazos e nas condições estabelecidas, será cobrada com os seguintes acréscimos: I – juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do mês seguinte ao do vencimento, à razão de um por cento; II – multa de mora de vinte por cento, reduzida a dez por cento se o pagamento for efetuado até o último dia útil do mês subseqüente ao do vencimento; III – encargo de vinte por cento, substitutivo da condenação do devedor em honorários de advogado, calculado sobre o total do débito inscrito como Dívida Ativa, reduzido para dez por cento se o pagamento for efetuado antes do ajuizamento da execução. 6.7 Competência dos Órgãos Integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente É de competência exclusiva dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente, as ações de licenciamento, registro, autorizações, concessões e permissões relacionadas à fauna, à flora, e ao controle ambiental. Os preços dos serviços administrativos prestados pelo Ibama, inclusive os referentes à venda de impressos e publicações, assim como os de entrada, permanência e utilização de áreas ou instalações nas unidades de conservação serão definidos em portaria do Ministro de Estado do Meio Ambiente, mediante proposta do Presidente daquele Instituto. Os preços dos serviços técnicos do Laboratório de Produtos Florestais do Ibama, assim como os para venda de produtos da flora, serão, também, definidos em portaria do Ministro de Estado do Meio Ambiente, mediante proposta do Presidente daquele Instituto. É o Ibama autorizado a celebrar convênios com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal para desempenharem atividades de fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a TCFA. 6.8 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, previsto no art. 153, VI, da Constituição Federal, de apuração anual, tem como fatogerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora do perímetro urbano do município. A Política Nacional do Meio Ambiente determina que os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental - ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista na Lei n o 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria, no valor de R$ 289,00 em vistorias técnicas florestais até 250 ha, e R$ 289,00 + R$ 0,55 por ha. excedente, para vistorias acima de 250 ha.A Taxa de Vistoria não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA. 7Referências Bibliográficas Oeco, dicionário ambiental. Disponível em: <http://www.oeco.org.br/dicionario- ambiental/27961-o-que-e-o-conama/>. Acesso em 17 de fevereiro de 2016. Ministério do Meio Ambiente. Política Nacional do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/46_10112008050406.pdf>.Ace sso em 18 de fevereiro de 2016. Planalto, Lei 6838 compilada. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938compilada.htm>. Acesso em 18 de fevereiro de 2016. Ministério do Meio Ambiente. Conama. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/61AA3835/FAQ.pdf>. Acesso em 20 de fevereiro de 2016. Âmbito jurídico. Aspectos gerais da política nacional do meio ambiente. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artig o_id=1544>. Acesso em 20 de fevereiro de 2016. Ibama, Licenciamento Ambiental. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/licenciamento/>. Acesso em 27 de fevereiro de 2016. Portal Brasil. Disponível em: <http://www.portalbrasil.net/indices_mrv.htm>. Acesso em27 de fevereiro de 2016. Portal de finanças. Disponível em: <http://www.portaldefinancas.com/ortn- 06xx.htm>.Acesso em27 de fevereiro de 2016. art6ii. art6iii. art6v art6vi art14ii art14iii art14iv
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