Buscar

3. Aula-adm-obras-administracao-cientifica-versao4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Profª. Débora de Gois Santos 1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula: Administração Científica 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Administração de Obras– 101292 
Professora: Débora de Gois Santos 
 
 
 
 
São Cristóvão, Sergipe 
Versão 4a 
Profª. Débora de Gois Santos 2 
Abordagem Clássica da Administração 
 
 No Século XX, dois engenheiros se destacam com relação à criação da 
administração: 
1. Taylor (EUA) – criador da Escola da Administração Científica, 
com a racionalização do trabalho. 
2. Fayol (França) – Teoria Clássica, ao promover o aumento da 
eficiência da empresa, com a estrutura da organização. 
Ambos não se conheciam, eram opostos, mas suas idéias construíram a base 
da abordagem Clássica da Administração. 
 O objetivo de Taylor era aumentar a produtividade da empresa através do 
aumento da eficiência no nível operacional. A teoria criada por ele tem ênfase na 
análise e na divisão do trabalho. Os engenheiros que participaram da criação foram: 
Frederick Taylor (1856-1915); Henry Gantt; Franck Gilbreth; Henry Ford (1863-
1947); Harrington Emerson (1853-1931). 
 É uma abordagem de baixo para cima, com estudo do método de trabalho e 
dos movimentos, o que leva à especialização do trabalho e ao estudo dos 
movimentos, das tarefas, dos cargos, e das operações. 
Por sua vez, a abordagem proposta por Fayol é de cima para baixo, ou seja, 
trata da organização para os departamentos. Esta busca a melhor maneira de 
subdividir a empresa sob o comando de um chefe. Sua ênfase é na estrutura. 
 
Origem da Abordagem Clássica 
 
A abordagem Clássica tem consequências da Revolução Industrial, conforme 
comentado na apostila anterior, devido a: 
- Crescimento acelerado e desorganizado das empresas, bem como 
necessidade de aumentar a eficiência. Este se deve ao aumento da complexidade e 
à necessidade de uma abordagem científica, o que leva ao planejamento da 
produção; e 
Profª. Débora de Gois Santos 3 
- Competência das organizações. Necessária para obter o melhor rendimento 
possível dos recursos e se tornar mais concorrente, substitui-se o capitalismo liberal 
pelos monopólios (1880 a 1890), o que leva à produção em massa, contando com 
mais operários e com a necessidade de reduzir a perda de mão de obra. Ou seja: 
 
Trabalho dividido entre as pessoas que pensam e aquelas que executam 
 
 Administrar métodos e fixar produção 
 
Foram criadas então as condições econômicas e técnicas para o surgimento do 
Taylorismo e do Fayolismo. Era um momento em que havia muitas empresas, perda, 
insatisfação dos operários, concorrência acirrada, e decisões erradas. 
 
Administração Científica 
 
 Surgiu nas 04 (quatro) primeiras décadas do século XX, como métodos de 
observações e mensuração, tendo Taylor (1856-1915) como o fundador da moderna 
Teoria Geral da Administração (TGA). 
 Esta teoria provocou uma revolução no pensamento administrativo e no mundo 
industrial da época. Em 1903, a preocupação era elevar o nível de produtividade. O 
ambiente era caracterizado por engenheiro de uma fábrica; pagamento por peça, 
logo os operários reduziam o ritmo de trabalho, o que levou Taylor a procurar uma 
solução que atendesse a patrões e empregados. 
 Esta solução ocorreu então na forma da Racionalização do Trabalho, por 
intermédio do estudo dos tempos e movimentos, ao analisar as tarefas de cada 
operário, decompondo-as em tarefas elementares. 
Isto aconteceu, pois o salário era pago igualmente e o operário não se 
esforçava para ser mais produtivo. Assim, Taylor viu que deveria criar condições 
para pagar mais a quem produzisse mais. O objetivo era pagar salários melhores e 
reduzir o custo unitário de produções, o que leva à pesquisa e ao estabelecimento 
de processos padronizados para permitir o controle. Onde: 
Profª. Débora de Gois Santos 4 
● Os operários devem ter os materiais e as condições de trabalho necessárias, ser 
treinados, e ter um ambiente de trabalho agradável. 
● Deve-se procurar aplicar ao operário os princípios aplicados anteriormente às 
máquinas, ou seja, identificação do trabalho, decomposição, determinação da 
maneira certa para cada operação e reunião das operações na sequência de maior 
rapidez e com economia de tempos e movimentos - método cartesiano. 
 
Na relação da Racionalização do Trabalho com a estruturação da empresa, que 
aconteceu para atender à racionalização, sem esquecer as tarefas dos operários, os 
males da indústria da época eram: vadiagem dos operários para evitar redução de 
salários pela gerência, porque se pensava que o maior rendimento do homem e da 
máquina leva ao desemprego; desconhecimento pela gerência das rotinas de 
trabalho e do tempo necessário para sua realização; e falta de uniformidade dos 
métodos. 
Para resolver isto, Taylor criou a Administração Científica, formada por 75% de 
análise e 25% de bom senso. 
Tinha-se uma visão pessimista do homem, que era considerado irresponsável, 
vadio, e negligente. Então, foi criado um sistema educativo para intensificar o 
trabalho e aumentar a eficiência empresarial. 
Conforme Chiavenato (2000), “a administração científica é uma combinação de 
ciência em lugar de empirismo. Rendimento máximo em lugar de produção reduzida. 
Desenvolvimento de cada homem, a fim de alcançar maior eficiência e 
prosperidade”. 
Taylor estava preocupado com a filosofia e seus seguidores com a técnica. O 
objetivo era assegurar prosperidade aos patrões e aos empregados ao mesmo 
tempo. 
Os elementos da administração científica são: estudos de tempos e padrões; 
supervisão funcional; padronização (materiais e equipamentos); planejamento; 
princípios de exceção; prêmio de produção; e definição da rotina de trabalho. 
 
 
 
Profª. Débora de Gois Santos 5 
I - Organização Racional do Trabalho (ORT) 
 
Ele observou que os operários aprendiam com outros, tinham métodos 
executivos e ferramentas variáveis. Além disso, para Taylor, o operário não era 
capaz de tomar suas próprias decisões. Logo, existe a necessita de hierarquizar o 
trabalho com: 
Administração →supervisão. 
Encarregados → assistência ao trabalho durante a produção. 
Operário → execução. 
 
Os fundamentos da ORT são: 
1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos, ou seja, 
racionalização através do estudo de tempos e movimentos: 
- Decomposição de tempos e operações em movimentos simples, onde os 
movimentos inúteis eram eliminados e os úteis simplificados, para economia de 
tempo e esforço do operário; e 
- Depois o estudo dos tempos e movimentos, com o tempo médio de produção (uso 
do cronômetro), que junto com os tempos improdutivos resulta no tempo padrão. Isto 
leva à padronização do trabalho e do seu tempo de execução. Além disso, melhora 
a eficiência do trabalho e introduz prêmios de produção, e treinamento da mão de 
obra. 
 
Gilbreth (1868- 1924), um dos discípulos de Taylor, aplicou os estudos de 
Taylor para aumentar a produtividade, chegando aos movimentos elementares 
(cortar, separar, transportar, etc.) (therbligs), para qualquer tipo de tarefa. Isto veio a 
se tornar a base da Administração Científica, caracterizando a Eficiência, ou seja, a 
correta utilização de recursos disponíveis (produções baseadas em operários 
médios). Onde: 
Eficiência = Produto Equação [01] 
 Recursos 
 
Profª. Débora de Gois Santos 6 
Destaca-se assim que a Eficiência é uma consequência da produtividade. 
 
2. Estudo da fadigahumana 
 
O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e na fisiologia humana. 
Gilbreth realizou estudos estatísticos sobre o efeito da fadiga na produtividade dos 
operários. Esta leva à redução de produtividade; qualidade do trabalho; perda de 
tempo; aumento da rotatividade; doenças e acidentes; o que reduz a eficiência. Para 
reduzir a fadiga Gilbreth propôs princípios de economia de movimentos relativos ao 
corpo humano; arranjo local de trabalho; desempenho de ferramentas e 
equipamentos. 
 
3. Divisão do trabalho e especialização dos operários 
 
A análise do trabalho e o estudo dos tempos e movimentos criaram uma 
reestruturação do trabalho industrial, levando à divisão e especialização dos 
operários, para elevar a produtividade, onde cada operário é especializado em uma 
única tarefa, na linha de produção, com movimentos padrões e repetitivos durante a 
jornada de trabalho. Supunha-se que quanto mais especializado fosse o operário 
mais eficiente ele seria. 
 
4. Desenho de cargos e tarefas 
 
Taylor foi pioneiro nesse assunto. A tarefa é toda atividade executada por uma 
pessoa, no seu trabalho dentro da organização. É a menor unidade dentro da 
divisão dos trabalhos. 
Criou-se o cargo, que era um conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica 
ou repetitiva. Os cargos e as tarefas são desenhados para uma execução 
automatizada por parte do operário, ou seja, ele deve executar e não pensar ou 
decidir. 
Profª. Débora de Gois Santos 7 
A simplicidade dos cargos permitia aprendizado rápido do método e controle 
visual pelo superior, o que origina a linha de produção. Ainda, cada operário 
relaciona-se apenas como ser superior. 
Assim, a simplicificação no desenho de cargos permitia: 
- Contratação de operários com pouca qualificação e salários maiores; 
- Minimização do custo de treinamento; 
- Redução de erros; 
- Facilidade de supervisão, a um número maior de operários; e 
- Aumento da eficiência do trabalho, logo da produtividade. 
 
5. Incentivos salariais e prêmios da produção 
 
Restava agora fazer com que o operário colaborasse com a empresa. Para 
isso, foram desenvolvidos os incentivos e prêmios da produção. 
Supunham que a remuneração base não estimulava ninguém a trabalhar mais. 
Assim, o operário que produz pouco ganha pouco e o que produz mais ganha mais 
(prêmio). Com isso, Taylor procurava conciliar os interesses da empresa com os 
interesses dos operários, supondo que era melhor e mais lucrativo (eficiência) para a 
empresa e com maiores salários (maior produção) para o operário. Criou-se a idéia 
de operários bem remunerados, mas executando tarefas simples e repetitivas. 
 
6. Conceito de Homo Economicus 
 
Seguindo esse conceito as pessoas são influenciadas por recompensas e 
salários, ou seja, o homem trabalha para ganhar a vida. Assim, os salários e os 
prêmios influenciaram os esforços dos indivíduos no trabalho. Logo, o operário 
produzia o máximo dentro de sua capacidade física. 
O homem da época era visto então como um empregado por dinheiro, 
mesquinho, limitado e preguiçoso e deveria ser controlado. 
 
Profª. Débora de Gois Santos 8 
7. Condições de trabalho 
 
 Ainda, a eficiência depende de um conjunto de condições de trabalho para 
garantir o bem estar físico do trabalhador e diminuir a fadiga com: 
- Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho, para reduzir esforços e 
perda de tempo; 
- Arranjo físico das máquinas, para racionalizar o fluxo de produção; 
- Melhoria do ambiente físico de trabalho (ruído, ventilação, iluminação), para não 
reduzir a eficiência; 
- Projetos de instrumentos e equipamentos, para reduzir os movimentos inúteis. 
 
8. Padronização 
 
 Ocorre com a padronização de métodos e processos de trabalho, da matéria-
prima, de máquinas e equipamentos, para reduzir a variabilidade e a diversidade no 
processo produtivo, de modo a eliminar a perda e aumentar a eficiência. É a 
aplicação de padrões em uma organização para ter uniformidade e redução de 
custos. 
 
9. Supervisão funcional 
 
 A supervisão funcional foi proposta por Taylor, um exemplo é colocado na 
figura 01. 
 
Profª. Débora de Gois Santos 9 
G 
Figura 01: Supervisão Funcional. 
Fonte: Chiavenato (2000). 
 
 Neste tipo de supervisão, os supervisores também são especialistas e têm 
responsabilidade sobre os funcionários em suas respectivas áreas. Assim, cada 
homem deve executar a menor variedade possível de funções. Esta supervisão 
tende a produzir elevada eficiência em cada operário e no conjunto. 
 
II – Princípios da Administração Científica 
 
 Um princípio é uma afirmação válida para uma determinada situação. É uma 
previsão antecipada do que deverá ser feito quando ocorrer aquela situação. 
 A Administração Científica criou os seguintes princípios: 
1. Princípio da Administração Científica de Taylor – planejamento (métodos 
baseados em procedimentos científicos); preparo (seleção de operários e 
treinamento para maior produção); controle (certificar-se que o trabalho está 
sendo feito de acordo com o método estabelecido); e execução. 
2. Princípios implícitos de Administração Científica – 
a. Estudar o trabalho, decompor em movimentos, para reduzir ou 
racionalizar. 
b. Estudar cada trabalho antes de fixar o modo como será executado; 
c. Treinar; 
Supervisor de 
Manutenção 
Supervisor 
de Produção 
Supervisor 
de Qualidade 
Operário A Operário B Operário C Operário D 
Gerência 
Profª. Débora de Gois Santos 10 
d. Separar funções de preparo das de execução; 
e. Preparar a produção, estabelecer planos; 
f. Padronizar a matéria prima ao comportamento da mão de obra; e 
g. Dividir as vantagens entre todos os que participam da fábrica. 
 
3. Princípio da eficiência de Harrington Emerson (1853-1931) – este 
engenheiro simplificou os métodos de trabalho; desenvolveu os primeiros 
trabalhos sobre seleção e treinamento de empregados, fazendo uso de plano 
de trabalho, bom senso, orientação e supervisão competentes, manutenção 
da disciplina, registro de dados, fixação de normas padronizadas e 
remuneração proporcional ao trabalho. 
4. Princípios básicos de Ford (1863-1947) – Ford era mecânico e em 1899 
fundou sua primeira fábrica de automóveis, que fechou. Em 1903, fundou a 
Ford Motor Co., queria vender carros a preços populares, com assistência 
técnica garantida. Promoveu a produção em massa (1905-1910). 
Ele inovou na organização do trabalho pelo número de produtos acabados, com 
qualidade e menor custo possível (800 carros/dia). 
Dividiu ainda as ações de seus funcionários, estabeleceu o salário por dia e a 
jornada de trabalho de 8h. Estabeleceu também um sistema de integração vertical, 
trabalhando desde matéria prima até o produto acabado, e o horizontal, com lojas de 
distribuição próprias. 
 Aplicou ainda a racionalização da produção (condição chave para a 
simplificação), criando uma linha de montagem, com produção em série. 
 Os principais aspectos dos princípios de Ford é a progressão dos produtos, de 
modo ordenado e continuado, e o trabalho sendo entregue ao trabalhador. 
 Seus princípios são: 
- De intensificação – rápida troca do produto no mercado; 
- De economicidade – reduzir ao mínimo o volume de estoque, de preferência que o 
automóvel fosse pago antes da compra da matéria prima e de pagar os salários; e 
- De produtividade – aumento da capacidade de produção por meio da 
especialização e da linha de montagem. 
Profª. Débora de Gois Santos 11 
 
5. Princípio da exceção - Taylor estabelece o controle operacional simples, 
baseado no controle das exceções ou desvios dospadrões normais. 
 
6. Princípios de Gantt e Gilbreth - Ambos eram engenheiros que trabalharam 
diretamente com Taylor. O primeiro dedicou-se ao planejamento e controle, 
estabelecendo cronogramas para acompanhamento dos fluxos de produção. 
O segundo desenvolveu estudos voltados à Construção Civil e Psicologia, por 
influência de sua esposa. 
 
III – Apreciação crítica da Administração Científica 
 
 A Administração Científica é o estudo científico do trabalho. Esta provocou uma 
redução nos custos dos bens manufaturados, tornando os bens disponíveis para a 
massa. Provocou aumento dos salários e reduziu custos de produção. 
 Em decorrência da produção acelerada, os trabalhadores especializados (entre 
1910 e 1940) superaram o número de trabalhadores no campo. Porém, ocorreram 
muitas críticas. São estas: 
1. Mecanismo da Administração Científica – foco na tarefa e não no homem, 
tratando o homem como uma máquina. 
Para os engenheiros, o estudo dos tempos e movimentos, a determinação do 
método de trabalho e os cuidados para evitar a fadiga humana elevariam sozinhos 
os padrões de produção, aliados ao incentivo salarial, para obter a máxima eficiência 
(maiores lucros e salários). Encaravam os empregados como passivos, a receber 
ordens e sem ter iniciativa. 
 A primeira crítica veio com as greves de operários, pelos inconvenientes 
morais, psicológicos e sociais, com oposição de trabalhadores e sindicatos. Os 
padrões eram favoráveis apenas às empresas. O trabalho especializado passou a 
ser degradante e humilhante. O homem deveria produzir como uma máquina. 
 Na verdade o método é mais uma intensificação do trabalho do que uma 
racionalização. 
Profª. Débora de Gois Santos 12 
 Segundo Chiavenato (2000), “a substituição do esforço manual pelo 
conhecimento como fonte produtiva do trabalho constitui a maior mudança na 
história do trabalho”. Esta foi a iniciativa bem sucedida da Administração Científica. 
 
2. Superespecialização do operário 
Na busca pela eficiência subdividiram as operações, porque as tarefas mais 
simples podem ser ensinadas facilmente, o que leva a padronização. Porém, o 
operário só conhece seu trabalho e isso reduz sua satisfação no trabalho. Essa 
fragmentação facilita a seleção, o treinamento e a supervisão do pessoal. Com isso, 
pode-se trocar o operário e empregar mais gente. Buscava-se então altos lucros em 
curto prazo, com baixos salários, o que gerou tensões nos sindicatos. 
 Pensava-se na época que a tecnologia era o senhor e o homem o escravo. Na 
verdade mais tecnologia exige mais competência e não mais servis. Assim, perde-se 
a visão do todo e o aumento na especialização não significa aumento de eficiência. 
 
3. Visão microscópica do homem 
Nesta visão, separa-se o homem trabalhador de seu lado humano e social, vê-
se apenas o indivíduo. A principal virtude é a obediência a ordens. A idéia inicial era 
adequar as características do homem e da máquina; porém, os estudos limitavam-se 
ao homem em seus trabalhos rotineiros (estudo dos movimentos e da fadiga). 
Assim, os seres humanos eram restritos às tarefas que executavam na linha de 
produção e nos escritórios. 
 
4. Ausência de comprovação científica 
A Administração Científica é criticada por pretender criar uma ciência, mas não 
comprovou suas proposições e princípios. Teve pouca pesquisa, uma vez que esta 
usou o método empírico e concreto, onde o conhecimento é obtido da evidência e 
não da abstração. Buscou-se o “como” em detrimento do “por quê”. 
 
 
 
Profª. Débora de Gois Santos 13 
5. Abordagem incompleta da organização 
Esta limitação ocorreu por se restringir aos aspectos formais, esquecendo-se 
dos informais e do lado humano. Os indivíduos são considerados isolados e 
agrupados de acordo com suas habilidades para o trabalho. Não aborda o conflito 
entre objetivos individuais e organizacionais. 
 
6. Limitação do campo de aplicação 
Esta limitação deve-se ao fato de que se observaram apenas os problemas da 
fábrica (produção). O desenho de cargos e tarefas e o desenvolvimento de 
instrumentos, métodos e procedimentos padronizados e rotineiros, passam a ideia 
de que a tecnologia permaneceria inalterada até que se tivesse um retorno do 
investimento. 
A não ocorrência de mudanças leva a separar o pensar do fazer, resultando em 
treinamento de tarefas simples e repetitivas. Isto viabilizou a continuidade da 
produção em massa, mas não funcionaria hoje, sendo limitante da inovação e da 
mudança. 
 
7. Abordagem prescritiva e normativa 
Esta abordagem busca definir normas a serem seguidas e repetidas inúmeras 
vezes e em todas as circunstâncias pelo administrador (padronização). Esta é 
voltada a receitas antecipadas, soluções enlatadas. “Diz como a organização 
deveria funcionar em vez de explicar seu funcionamento” (CHIAVENATO, 2000). 
 
8. Abordagem de sistema fechado 
Esta abordagem encara a organização como se esta existisse no vácuo, sem 
influências externas. Expressa um comportamento mecânico, previsível e 
determinístico. 
 
 A Administração Científica foi o primeiro passo na busca de uma teoria 
administrativa e causou mudanças irreversíveis. Com a primeira Guerra Mundial 
(1914-1918), os princípios de Taylor foram intensamente utilizados na indústria e no 
Profª. Débora de Gois Santos 14 
exército, por produzir muitos conhecimentos e mudanças em um curto espaço de 
tempo. 
 
REFERÊNCIA 
 
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria da administração. 6ª edição. Rio de Janeiro: 
Editora Campus, 2000, 700p.

Outros materiais