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Profa. Débora de Gois Santos 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Aula: Tipos e portes de indústrias Disciplina: Administração de Obras– ENCIV0136 Professora: Débora de Gois Santos São Cristóvão (SE) Versão 3 Profa. Débora de Gois Santos 2 Tipos e portes de indústrias É sabido que 90% das indústrias são do tipo micro ou pequenas empresas (MPE’s), com 04 (quatro) ou menos empregados. Segundo dados do IBGE, em menos de 01 (um) ano, 93% delas já fecharam. Este dado é obtido de um balanço em que a cada ano 19% das empresas são novas e 13% fecham as portas. Gestão empresarial Os critérios para classificas as empresas em micro ou pequenas, ou ainda em médias ou grandes são variáveis. Estes podem considerar o porte, o valor do ativo imobilizado, o faturamento, o volume de vendas. Além disso, a classificação varia de acordo com o mercado, a empresa, o ramo de atividade e sua capacidade tecnológica. Normalmente os critérios são limitados, com pouca confiabilidade nos sensos econômicos, vagos e difíceis de mensurar. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) classifica as empresas por faturamento, mas também disponibilizam em seu site a classificação por porte (SEBRAE, 2010). No caso das indústrias, a classificação é observada na figura 01. O SEBRAE considera ainda o micro empreendedor individual (MEI), junto ao micro empresário. Figura 01: Classificação das indústrias por porte. Porte das Indústrias Nº. de funcionários Micro 1 a 19 Pequena 20 a 99 Média 100 a 499 Grande Acima de 500 Fonte: SEBRAE (2010). Segundo alguns autores, as pequenas e médias empresas funcionam como amortecedores de crises econômicas, tendo o papel decisivo no processo de acumulação, concentração e dispersão de capital. As Pequenas e Médias Empresas (PME’s) são, portanto, mais flexíveis e menos burocráticas, levando a respostas rápidas e mais adequadas ao ambiente, em termos econômicos. Em termos sociais, absorvem grande contingente de mão de obra, sendo as maiores geradoras de emprego por capital investido. Possibilitam Profa. Débora de Gois Santos 3 a inserção no mercado de trabalho, além de em épocas de crise gerarem maiores oportunidades de emprego (TEIXEIRA e BARBOSA, 2002). Sendo assim, as PME’s têm uma predisposição para inovações, sendo agentes de mudanças, com surgimento de novos serviços e produtos. Segundo Teixeira e Barbosa (2002), no Brasil predominam as MPE’s com 99,1% de participação em negócios não agrícolas e 61,9% de participação nos empregos. Segundo SEBRAE (1991) apud Teixeira e Barbosa (2002), micro, pequenas e médias empresas representam 99,5% do total das indústrias, com 99,3% do comércio e 99,5% do setor de serviços. No setor industrial, as micro e pequenas empresas representam apenas 15%, criando, porém, 60% dos empregos. Representam cerca de 20% do PIB Nacional. Conforme Teixeira e Barbosa (2002), em Sergipe são cerca de 2200 indústrias, divididas em extrativas minerais, de transformação, de construção civil e serviços industriais de utilidade pública. Dentre estas, 82% são micro, 14% pequenas, 3% médias e 1% grandes. Com relação aos empregos formais as empresas de transformação detêm 10,8%, as de construção civil 5,4%, as de serviços de utilidade pública 1,5% e as extrativas minerais 0,6%. Conforme as autoras citadas anteriormente, as micro e pequenas empresas são dependentes dos oligopólios e conglomerados em termos tecnológico, financeiro, mercadológico e na compra de matéria prima, no fornecimento ou venda de seus produtos. Em Sergipe, de acordo com Melo et al. (1983) apud Teixeira e Barbosa (2002), as pequenas e médias indústrias atuam no ramo tradicional, com tecnologia conhecida, produzem produtos para o consumo final e são centralizadas. Além disso, são familiares. Isto significa que o proprietário é quem toma as decisões. Ademais, existe alta rotatividade de pessoal, e se preocupam mais com produção e venda. Empresários Segundo Bernardes (1988, p.38) apud Teixeira e Barbosa (2002), empreendedor é o fundador de uma empresa ou aquele que amplia os negócios de uma já existente e de sua propriedade. Enquanto que o empresário é aquele que apenas administra e mantém rentável uma firma, sem inovar e sem fazê-la crescer. Profa. Débora de Gois Santos 4 Quanto menor o porte da empresa mais o dirigente é seu proprietário. Normalmente, segundo as autoras citadas anteriormente, as pessoas viram empresários por necessidade de investimento, influencia da família, para se tornar independente, por possuir experiência na área, etc. Em 2002, 7,7% dos empresários sergipanos eram mulheres; 55% dos empresários tinham entre 40 e 59 anos; 40% dos empresários tinham ensino superior incompleto e faziam cursos diversos, predominando administração e economia; 80% deles participavam de cursos de reciclagem ou de cursos para adquirir novos conhecimentos. Os cursos de extensão estão divididos em: 50% na área técnica, 9% na técnica e gerencial e 41% na gerencial. Isto acontece porque, em geral, os empresários começaram a trabalhar muito jovem (16 a 20 anos) e após virarem empresários sua situação econômica é superior à anterior (79%), assim como a possibilidade de crescimento (71,9%), impulsionando-os a se capacitarem. Características básicas e aspectos organizacionais em Sergipe Conforme Teixeira e Barbosa (2002), 60% das indústrias têm menos de 20 anos. Muitas delas surgiram na década de 1980 com o aumento da produção de petróleo em Sergipe. As indústrias mais antigas são do ramo têxtil (10%); 70% das empresas são micro ou pequenas, 25 % são medias e 5% grandes. Estas últimas, normalmente, são mais antigas. Em termos da constituição jurídica da empresa, em geral, são sociedade limitada (77,5%), caracterizadas por pequenos negócios. Neste tipo de constituição jurídica precisa-se pelo menos de dois sócios, com as vantagens de: a) A responsabilidade de seus titulares é até o limite do seu capital; b) Não existe obrigatoriedade de publicar seu balanço na imprensa; e c) Não existe obrigatoriedade de convocar assembléia. Ainda, em termos de constituição jurídica, 17,5% das empresas são do tipo sociedade anônima e são de médio ou grande porte. Para que estas empresas funcionem, elas necessitam de: a) Responsabilidade ilimitada de seus integrantes; b) Existe a obrigatoriedade da apresentação de balanço na imprensa; c) Existe a obrigatoriedade de convocar assembléia; e Profa. Débora de Gois Santos 5 d) Existe a obrigatoriedade de constituições dos Conselhos de Administração e Fiscal por pessoas de nível superior. Outro tipo de empresa é a empresa publica de direito privado (2,5%) e a firma individual (2,5%). Em termos de ramo de atividade, 20% das empresas são do setor alimentício; 17,5% madeira e mobiliário; 12,5% têxtil; e 12,5% de vestuário. Em termos organizacionais, a estrutura de uma empresa pode ser definida pelos componentes básicos de: complexidade, formalização e centralização. A complexidade é a forma como o trabalho é dividido (níveis verticais), como exemplo cita-se a divisão entre diretores, gerentes, superiores ou encarregados e operários. A formalização é o grau com que uma organização se baseia para formar suas regras e procedimentos, de modo a dirigir o comportamento de seus empregados. São exemplos os manuais (de produtos, de vendas). Quantomaior o porte maior a formalização. Por sua vez, a centralização está relacionada com a autoridade que toma a decisão. Assim, quando a organização é descentralizada, as instruções são delegadas aos níveis mais baixos da empresa. Sendo assim, nas pequenas e médias empresas as decisões são tomadas pelos sócios proprietários, gerentes e diretores, ocorrendo a centralização. Em termos de comunicação, este é um aspecto extremamente relevante para a empresa, em especial para seu gestor, independente do seu porte da mesma. Em 47,5% dos casos, a comunicação ocorre de forma oral e escrita. A vantagem deste tipo é a rapidez da transmissão e a desvantagem é a distorção da mensagem. Outra forma de comunicação seria a eletrônica e uma mescla das três (internet e extranet). Quanto à frequência de reuniões dos dirigentes com seus gerentes e com os empregados, essa é variável a depender da empresa. Em termos do controle das atividades, 42,5% dá-se pessoalmente, enquanto 12,5% por meio de relatórios. Quando um cargo de direção é ocupado por parentes, diz-se que a empresa é familiar. Isso acontece em 67,5% das micro e pequenas empresas de Sergipe. Muitas vezes, as empresas se profissionalizam para evitar que o dirigente escolha seu sucessor entre os parentes, o que normalmente gera discórdia. Esta postura está mais presente nas médias do que nas pequenas empresas. Profa. Débora de Gois Santos 6 Direção estratégica em pequenas e médias empresas De acordo com a direção estratégica, para uma pequena empresa sobreviver no mercado precisa usar estratégias. Em geral, a mudança parte do cliente para o interior da empresa e não deveria ser assim. Isto ocorre porque normalmente a visão é imediatista. A estratégia servirá então para definir caminhos para a empresa sobreviver no mercado ou mesmo conquistar novos mercados, sendo o chefe executivo (proprietário) responsável por isso. A missão da empresa precisa ser definida, respondendo à pergunta: “qual é a essência de nosso negócio e qual queremos que seja?”. Com relação ao ambiente empresarial, as principais mudanças percebidas pelos empregados são devidas à introdução de inovação tecnológica, aumento da concorrência, diminuição da demanda, preocupação com qualidade, influência do governo, etc. é necessário destacar que a influência do governo relaciona-se ao fato de a empresa não estar preparada, ou seja, essa mudança irá influenciar negativamente no negócio. Em termos de concorrência, as empresas têm entre 2 e 4 concorrentes. A estratégia adotada pelos empresários para vencer essa concorrência é buscar qualidade, preço competitivo, atendimento, investimento em tecnologia, e prazo de entrega. Em suma, os empresários buscam o crescimento ou a diversificação de seu negócio, frente às dificuldades enfrentadas no mercado. Para isso, contratam serviço de consultoria, locais ou não, para adquirir novos métodos de gestão ou novas tecnologias. Empresas e o meio ambiente Quanto à relação das empresas com o meio ambiente, as fontes de energia utilizadas pelas empresas em Sergipe são: energia elétrica (100%), gás (20%), lenha (15%), óleo diesel (12%), outras (5%). Quanto maior o porte da empresa maior o esforço para economizar energia. Com relação ao custo dessa energia nos custos totais, 27,5% tem um custo de mais de 2%. Além disso, quanto maior o porte da indústria maior a quantidade de gases emitidos. Também cresce o conhecimento das leis ambientais, representadas através da Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA), ISO 14000 Profa. Débora de Gois Santos 7 (Sistema de Gestão Ambiental) e Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). REFERÊNCIAS IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em www.ibge.gov.br. Acessado em abril de 2010. TEIXEIRA, R. M.; BARBOSA, J. D. Pequenas e médias indústrias de Sergipe: diagnostico de gestão. Aracaju/SE: SEBRAE, 2002, 258p.
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