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Vera Lúcia Perini Administração Mercadológica Revisada por Vera Lúcia Perini É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Administração Mer- cadológica, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmi- co e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5 1 ADMINISTRAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA............................................................................... 7 1.1 Administrador .............................................................................................................................................................. 8 1.2 Mercadologia ............................................................................................................................................................... 8 1.3 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................. 9 1.4 Atividades Propostas................................................................................................................................................. 9 2 PRINCIPAIS CONCEITOS DE MARKETING ........................................................................... 11 2.1 Orientações da Empresa para o Mercado........................................................................................................13 2.2 Desafios do Marketing............................................................................................................................................16 2.3 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................18 2.4 Atividades Propostas...............................................................................................................................................19 3 COMPONENTES DO COMPOSTO MERCADOLÓGICO ............................................... 21 3.1 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................24 3.2 Atividades Propostas...............................................................................................................................................24 4 PLANEJAMENTO EM MARKETING E TOMADA DE DECISÕES ............................. 25 4.1 A Pesquisa de Marketing .......................................................................................................................................29 4.2 Etapas de um Projeto de Pesquisa .....................................................................................................................31 4.3 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................37 4.4 Atividades Propostas...............................................................................................................................................37 5 CRIAÇÃO DE VALOR PARA O CLIENTE .................................................................................. 39 5.1 Marketing de Relacionamento ............................................................................................................................40 5.2 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................42 5.3 Atividades Propostas...............................................................................................................................................42 6 O MERCADO E O SEU FUNCIONAMENTO .......................................................................... 43 6.1 O Ambiente da Empresa ........................................................................................................................................44 6.2 Segmentação de Mercado ....................................................................................................................................47 6.3 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................47 6.4 Atividades Propostas...............................................................................................................................................48 7 PLANEJAMENTO DE MARKETING ........................................................................................... 49 7.1 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................50 7.2 Atividades Propostas...............................................................................................................................................50 8 ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ................................................................................................... 51 8.1 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................52 8.2 Atividades Propostas...............................................................................................................................................53 9 MARKETING DE SERVIÇOS ........................................................................................................... 55 SUMÁRIO 9.1 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................57 9.2 Atividades Propostas...............................................................................................................................................57 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 59 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 61 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 63 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 É com muito prazer que a Unisa Digital apresenta a você, aluno(a), esta apostila de Administração Mercadológica, componente complementar de um conjunto de conteúdos de pesquisa direcionado ao aprendizado eficaz que a educação a distância demanda. O objetivo desta apostila é oferecer aos(às) alunos(as) o conteúdo básico da disciplina, desenvolver o conhecimento e situar o aluno no ambiente que envolve o contexto de marketing, demonstrar a importância das decisõesde marketing, desenvolver habilidades para identificar e analisar um dos componentes do composto de marketing, desenvolver o conhecimento para elaborar o planejamento estratégico de marketing e desenvolver os conceitos e prá- ticas fundamentais do marketing atual. Seja bem-vindo à Unisa Digital. Desejo que, através deste curso a distância, você possa enriquecer seus conhecimentos, pois sua participação é muito importante para que possamos fazer deste curso de Educação a Distância (EaD) o melhor. Espero o desempenho de todos. Bom estudo! Profa. Vera Lúcia Perini INTRODUÇÃO Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos de administração e sua importância. Vamos iniciar? Para Antonio César Amaru Maximiano, autor de Teoria geral da administração, os objetivos, deci- sões e recursos são as palavras-chave na definição do conceito de administração: A administração é processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre ob jetivos e recursos. O processo de administrar (ou processo administrativo) é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. A finalidade últi- ma do processo de administrar é garantir a realização de objetivos por meio da apli- cação de recursos. (MAXIMIANO, 2000). Segundo o autor, o processo administrativo abrange 4 tipos principais de decisões, também chamadas processos ou funções. Em resumo, as quatro funções administrati- vas são: Planejamento Consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos necessários para realizá-los. Organização Consiste em tomar decisões sobre a divisão de autoridade e responsabilidade entre pessoas e sobre a divisão de recursos para realizar tarefas e objetivos. Direção Compreende as decisões que acionam recur- sos, especialmente pessoas, para realizar tarefas e alcançar objetivos. Controle Consiste em tomar decisões e agir para asse- gurar a região dos objetivos. Saiba maisSaiba mais A administração volvida para o mercado ainda é um episódio novo na economia mundial. Ampla parte das organizações ainda está volvida para a produção ou para o produto. O marketing amparado pelas organizações volvidas para o mer- cado cresce, abdicando as significações clássicas de trocas e abarcando a apre- ensão com o social, com a qualidade de vida das pessoas em geral. ADMINISTRAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA1 Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 A profissão do administrador é caracterizada por ser abrangente a várias áreas, contemplando uma extensa gama de funções e habilidades. Druc- ker (2001) afirma que ele precisa ser empreende- dor e capaz de gerar resultados maiores do que a soma das partes (sinergia). Lacombe e Heilborn (2003) complementam com a essência do papel do administrador, o que se caracteriza pela obtenção de resultados por meio de terceiros e do desem- penho da equipe que ele supervisiona e coordena. O administrador é responsável por fazer as coisas acontecerem da forma adequada, a fim de gerar resultados positivos para a organização. O conhecimento é muito importante para sabermos o que devemos fazer e para fazermos a coisa certa, mas não adianta ficarmos obsessivamente preocu- pados em aumentar a nossa cultura sem a colocar- mos a serviço das realizações úteis e práticas para a sociedade. Espera-se que o administrador tenha como principal qualidade a iniciativa para conse- guir soluções para as dificuldades encontradas e para colocá-las em ação (LACOMBE; HEILBORN, 2003). Um administrador precisa ter várias habili- dades. Segundo Bateman e Snell (1998), é neces- sário ter habilidades técnicas, interpessoais e de comunicação, além das conceituais e de decisão. As habilidades técnicas são os métodos e proces- sos, normalmente adquiridos através das informa- ções passadas em sala de aula. As habilidades in- terpessoais e de comunicação, também chamadas humanas, são extremamente necessárias na vida de um administrador e podem ser desenvolvidas tanto dentro quanto fora do ambiente acadêmico. Por último, as habilidades conceituais e de decisão envolvem o reconhecimento de questões comple- xas e dinâmicas, o exame de fatores numerosos e conflitantes que influenciam os problemas, bem como a sua resolução. Palavra inglesa marketing (market = merca- do + ing = ação), portanto marketing é ação para o mercado. Mercado é o termo usado nos seguintes sen- tidos: Restrito (micro) Ambiente no qual as pessoas praticam trocas de produtos por outros produtos, por dinheiro. Amplo (macro) Representa as empresas e pessoas que pro- porcionam e buscam bens de serviços, seja numa cidade pequena ou grande, seja num país ou, até mesmo, entre países. Hoje, o estudo da mercadologia ou marke- ting tem criado interesse; as instituições, comer- 1.1 Administrador 1.2 Mercadologia Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 ciantes, bancos, políticos, administradores em geral, repartições públicas são alguns exemplos daqueles que encontraram a eficácia do mercado no desenvolvimento de suas atividades. Empresas (particulares ou não) que se preocupam em anali- sar e observar como o mercado (sentido macro) se comporta têm maiores oportunidades de sucesso em suas atividades. Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos administração volvida para o mercado, que ainda é um episódio novo na economia mundial. Ampla parte das organizações ainda está volvida para a produção ou para o produto. O marketing amparado pelas organizações volvidas para o mercado cresce, abdicando as significações clássicas de trocas e abarcando a apreensão com o social, com a qualidade de vida das pessoas em geral. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? 1. O exercício da administração de marketing compreende a tomada de decisões nas quatro fun- ções da administração. Quais são essas funções? 2. Como toda atividade empresarial, as atividades mercadológicas podem ser direcionadas den- tro de práticas comuns a todos os segmentos e portes de empresas. Dentro do campo do mar- keting, são utilizadas nove (9) atividades mais comuns, sendo que três delas (3) estão ligadas diretamente à análise do mercado. Quais são essas três atividades? 1.3 Resumo do Capítulo 1.4 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos dos principais conceitos de marketing. Vamos iniciar? Significado de Marketing Em meio a todas e diversas significações existentes na área do marketing, podemos instituir uma diferença entre definições sociais e gerenciais. A definição social apresenta a função realizada pelo marketing na sociedade. A função do marke- ting é “adequar um modelo de vida superior”. Marketing é um método social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm algo de que necessitam e o que desejam com a criação, através da comercialização de produtos e serviços de valor com vários outros (KOTLER, 2000). Na definição gerencial, o marketing é sem- pre exposto como “a arte de vender produtos”, mas as pessoas se surpreendem quando ouvem que o mais importante em marketing não é vender! Ven- da é apenas a ponta do iceberg de marketing. Assume-se que a chave para atingir as me- tas organizacionais consiste em ser mais eficaz do que os concorrentes, para integrar as atividades de marketing, satisfazendo, assim, as necessidades e desejos dos mercados-alvo (KOTLER, 2000). Para Kotler (2000), o novo conceito de marketing deve ser revisado e recolo- cado. Entre os propósitos, estão: “o con- ceito humano”, “o conceito do consumo inteligente” e o “conceito do imperativo ecológico”, todos abordando diferentes aspectos do mesmoproblema, ou seja, colocando no conceito de marketing o aspecto societal. O conceito de Marketing Societal defi- ne a tarefa da organização como sendo determinar necessidades, desejos e in- teresses de participação de mercado e proporcionar a satisfação desejada mais efetiva e eficientemente do que a con- corrência, de forma a preservar ou au- mentar o bem-estar do consumidor e da sociedade (KOTLER, 2000). PRINCIPAIS CONCEITOS DE MARKETING2 Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 Drucker (2001), um dos maiores teóricos da administração, expõe o conceito de marketing da seguinte maneira: Pode-se resumir que sempre haverá ne- cessidade de algum esforço de vendas, mas o objetivo de marketing é tornar a venda supérflua. A meta é conhecer e compreender ta bem o cliente que o pro- duto ou o serviço se adapte a ele e se ven- da por si só. O ideal é que o marketing dei- xe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou o serviço disponível. (p. 570). Segundo Rapp e Collins (1988): Todo marketing deve ser bem-sucedido em satisfazer as necessidades e vonta- des dos compradores em potencial, seja consciente ou inconscientemente; Todo marketing deve realizar a venda, convertendo o interesse do comprador em potencial em intenção de compra e compra real; E quase todo marketing deveria tentar desenvolver uma relação contínua com o comprador após a primeira venda, en- corajando compras adicionais e fidelida- de permanente. Saiba maisSaiba mais O marketing tornou-se uma força co- nhecida e atuante em todos os domí- nios da economia. Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 O marketing era analisado como um papel de importância nas empresas, especialmente nas amplas indústrias retentoras de domínio dos mer- cados de massa, características do século XX até os anos 1980. Após, constata-se mudança de poder dos produtores para os compradores. A função de marketing adquire valor estratégico. A seguir, sin- tetiza-se essa evolução: Antes: Atual: Empresa grande (muito poder); Empresa fica sem poder; Mercado amplo, pouca concorrência; Mercado com excesso de concorrência; Cliente com pouco poder; Comprador com muito poder; O Marketing com pouca importância. O Marketing ganha destaque. A orientação de marketing de uma empresa refere-se ao valor atribuído pela própria empresa e seus lucros imediatos em relação aos interesses dos clientes e da sociedade. Observe que o foco é sem- pre o interesse da empresa; a preocupação com os clientes e com a sociedade provém da verificação de que empresa só existe quando atende às neces- sidades dos clientes e da sociedade em geral. Além de maior lucratividade, as empresas com orientação para o mercado apresentam maior eficiência em custos e investimentos, pois os clien- tes leais são mais lucrativos do que os outros; pre- ços maiores, que são percebidos pelos clientes como valor diferenciado; e neutralização da con- corrência, através da fidelização. Nesse contexto, o marketing é fundamen- tal para o alcance dos objetivos orientados para o mercado, através de definição da missão do negó- cio, análise da situação ambiental, competitiva e de negócio, no desenvolvimento de objetivos, me- tas e estratégias e definições de planos de produto, preço, distribuição e comunicação, além, é claro, de todos os planos operacionais. Philip Kotler (2000, p. 38) afirma que, obviamente, atividades de marketing de- vem ser conduzidas sob a égide de uma filosofia bem pensada de marketing efi- ciente, efetivo e socialmente responsável. Entretanto, há cinco orientações concor- rentes com bases nas quais as organiza- ções conduzem atividades de marketing: a orientação de produção, a orientação de produtos, a orientação de vendas, a orien- tação de marketing e a orientação de mar- keting societal. Assim que o cliente vai se destacando, a em- presa necessita mudar o seu foco dos métodos in- ternos, produtividade e eficácia para o mercado. Observe que, em mercados compradores (mono- pólios), é muito assertivo que a empresa precisará 2.1 Orientações da Empresa para o Mercado Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 pôr em plano secundário as procuras específicas dos consumidores e, também, da sociedade em geral e dar força à produção e distribuição. 3. A orientação de produção, descreve Phi- lip Kotler (2000, p. 39), “é um dos concei- tos mais antigos nas relações comerciais. A orientação de produção sustenta que os consumidores dão preferência a pro- dutos fáceis de encontrar e de baixo cus- to.” Já que a procura supera a oferta total do pro- duto, afirma o autor que gerentes de empresas orientadas para a produção concentram-se em alcançar alta eficiência de produção, baixos custos e dis- tribuição em massa. Eles supõem que os consumidores estejam interessados princi- palmente em disponibilidade de produtos e preços baixos. (KOTLER, 2000, p. 39). 4. No início do século XX, Henry Ford pode ser considerado o precursor do modelo de produção, valorizando a eficiência e a produtividade para colocar no merca- do um produto acessível, ou seja, a po- pularização do automóvel por meio do seu “modelo T”. Essa fase, que marcou o período da Revolução Industrial, caracte- riza-se pelo esforço na produção de bens em quantidades que atendam à intensa demanda de bens tangíveis, sem levar em consideração o foco no interesse do consumidor. A orientação de produto “sustenta que os consumidores dão preferência a produtos que ofe- reçam qualidade e desempenho superiores ou que tenham características inovadoras”, destaca Kotler (2000). A ideia é que “um bom produto se vende sozinho”. Kotler (2000, p. 39) escreve que “os gerentes em organizações que seguem essa linha se con- centram em fabricar produtos de qualidade e em aperfeiçoá-los com o tempo. Eles presumem que os compradores admiram produtos bem-feitos e que podem avaliar qualidade e desempenho.” Nos mercados de tecnologia, essa orientação procura justificativas que poderiam ser sintetiza- das na notável citação de Akio Morita, fundador da Sony: “Os clientes não sabem o que é possível, nós sim”. A empresa somente busca lançar produtos cada vez mais aprimorados e aguarda as reações dos consumidores. 5. A orientação de vendas A orientação de vendas é uma provável orientação de comércios quando a empresa neces- sita sustentar os clientes com os seus concorrentes. Kotler (2000, p. 40) descreve a orientação de ven- das da seguinte forma: A orientação de vendas parte do princípio de que os consumidores e as empresas, por vontade própria, normalmente não compram os produtos da organização em quantidade suficiente. A organização deve, portanto, empreender um esforço agressivo de vendas e promoção. Esse conceito pressupõe que os consumidores normalmente demonstram uma inércia ou resistência em relação à compra e de- vem ser persuadidos a comprar. Também pressupõe que a empresa possui uma ba- teria efetiva de ferramentas de venda e promoção para estimular mais compras. A orientação de vendas é mais exercida nos comércios de produtos que os compradores, na maioria das vezes, não pensam em comprar, como seguros. Bancos também criam técnicas de venda agressiva para diferentes produtos financeiros. Ko- tler (2000) afirma que “a maioria das empresas pra- tica a orientação de vendas quando tem excesso de capacidade. Seu objetivo é vender aquilo que produz, em vez de produzir aquilo que o mercado quer.” Saiba maisSaiba mais Marketing é puramente a intenção de entender e atender ao mercado. Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 Conclui Kotler (2000) queo marketing fundamentado em venda agressiva leva a altos riscos. Pressupõe- -se que clientes persuadidos a comprar um produto gostarão dele; e caso isso não ocorra, imagina-se que esses clientes não falarão mal dele e tampouco reclamarão junto a um órgão de defesa de consumi- dor, esquecendo-se de sua decepção e voltando a comprar o produto. Essas su- posições são frágeis. Uma pesquisa mos- trou que clientes insatisfeitos podem falar mal do produto a dez ou mais conhecidos; as más notícias voam! Isso nos conduz espontaneamente a racioci- nar em uma orientação de mercados que seja mais ativa em conseguir clientes e garantir resultados sustentáveis de vendas e lucratividade: a orienta- ção de marketing. 6. A orientação de marketing Kotler (2000, p. 40) descreve a orientação de marketing como segue: “A orientação de mar- keting sustenta que a chave para alcançar metas organizacionais está em a empresa ser mais efetiva que a concorrência na criação, entrega e comuni- cação de valor para o cliente de seus mercados- -alvo selecionados.” Reforçando alguns passos: escolher mercados-alvo e identificar os clientes-alvo; criar e oferecer valor para esses clientes; informar eficientemente o valor para os clientes; praticar tudo isso mais perfeitamente que a concorrência. Kotler (2000) cita os seguintes exemplos in- teressantes: “Atender às necessidades de maneira lu- crativa”; “Identificar desejos e atendê-los”; “Amar o cliente, não o produto”; “Como você quiser” (“Have it your way”, slogan do Burger King); “Você é quem manda” (“You’re the boss”, slogan da United Airlines). Segundo essa análise, de acordo com Theo- dore Levitt (apud KOTLER, 2000), a venda está voltada para as necessidades do vendedor; o marketing, para as neces- sidades do comprador. A venda preocu- pa-se com a necessidade do vendedor de converter seu produto em dinheiro; o marketing, com a idéia de satisfazer as necessidades do cliente por meio do pro- duto e de todo um conjunto de coisas as- sociado a sua criação, entrega e consumo final. Conclui Kotler (2000, p. 40) que a orientação de marketing baseia-se em quatro pilares: mercado-alvo, necessidades dos clientes, marketing integrado e lucra- tividade [...] A orientação de vendas adota uma perspectiva de dentro para fora. Co- meça com a produção, concentra-se nos produtos existentes e exige uma ênfase em vendas e promoção para gerar vendas lucrativas. A orientação de marketing ado- ta uma perspectiva de fora para dentro. Começa com um mercado bem definido, focaliza as necessidades dos clientes, coor- dena todas as atividades que os afetarão e produz lucros satisfazendo-os. Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 “A cada dois ou três séculos, existe um novo mundo. E as pessoas nascidas nele não conseguem imaginar o mundo [...] no qual nasceram seus pais. Estamos atualmente atravessando uma dessas transformações.” (DRUKER, 2001). Atualmente, é comum apresentar o momen- to em que estamos vivendo como sendo marcado por mudanças rápidas e radicais. Essas mudanças são estimuladas pela evolução tecnológica, espe- cialmente nas áreas de informática e comunica- ções. Podemos falar que os princípios “fundamen- tais” de concepção e distribuição de valor parecem não ser mais tão “fundamentais” assim. O ponto fundamental que vamos tratar é como as empresas podem cumprir sua função fun- damental (atender às demandas dos seus clientes) ao mesmo tempo em que buscam seus objetivos (lucratividade, crescimento), operando em am- bientes dinâmicos. O marketing envolve as atividades que re- presentam o trabalho com mercados e a facilida- de de trocas potenciais para cada mercado, sendo indispensável identificar as necessidades e desejos dos clientes e os melhores meios de satisfazê-los de forma vantajosa para a empresa. A tarefa fundamental do profissional de Mar- keting é a gestão da demanda. Demanda é o anseio por um produto ou ser- viço que seja definido por um meio de pagar. Kotler (2000) descreve oito “estados de de- manda” e as tarefas de marketing correspondentes a cada um desses estados: 1. Demanda negativa Um mercado encontra-se em um estado de demanda negativa quando uma parce- la significativa dele não gosta do produto e até mesmo o evita – vacinas, serviços odontológicos etc. A tarefa do marketing é analisar por que o mercado não gosta desse produto e avaliar como um progra- ma de marketing pode mudar crenças e atitudes. (KOTLER, 2000, p. 28). 2. Demanda inexistente “Clientes-alvo podem desconhecer ou não estar interessados em um produto (uma nova tecnologia, por exemplo). A tarefa do marketing é encontrar meios de ligar os benefícios do produto às necessidades dos clientes.” (KOTLER, 2000, p. 28). 3. Demanda latente “Muitos clientes podem apresentar ne- cessidade que nenhum produto disponí- vel no mercado é capaz de satisfazer. Por exemplo, cigarros que não prejudiquem a saúde ou automóveis que consumam me- nos combustível.” (KOTLER, 2000, p. 28). A tarefa do marketing consiste em mensurar o tamanho do mercado potencial e desenvolver produtos que satisfaçam a demanda. 4. Demanda em declínio Toda organização se depara, mais cedo ou mais tarde, com declínio da demanda por um ou mais de seus produtos, por vários motivos. A tarefa do marketing é analisar as causas do declínio e determinar se a demanda poderá ser reestimulada, bus- cando reverter o declínio da demanda por 2.2 Desafios do Marketing Fonte: http://www.google.com.br/impq9gF8h6bY/ s320/marketing Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 meio de marketing criativo (novos merca- dos-alvo, mudanças na característica do produto ou com comunicações mais efi- cazes). (KOTLER, 2000, p. 28). 5. Demanda irregular Muitas empresas precisam lidar com uma demanda que apresenta variações sazo- nais, diárias ou até mesmo horárias, o que causa problemas de ócio e de sobrecarga. Por exemplo, cinemas são pouco freqüen- tados durante a semana e ficam demasia- damente lotados durante os fins de se- mana. A tarefa de marketing denominada sincromarketing consiste em encontrar meios de mudar o padrão de demanda com a determinação de preços flexíveis, promoções e outros incentivos. (KOTLER, 2000, p. 28). 6. Demanda plena “As empresas deparam-se com demanda plena quando estão satisfeitas com seu volume de negócios. A tarefa do marke- ting consiste em manter o nível de de- manda, apesar das preferências mutáveis dos clientes e crescente concorrência.” (KOTLER, 2000, p. 28). 7. Demanda excessiva Algumas empresas possuem nível de de- manda maior do que podem ou desejam suportar. A tarefa de marketing denomi- nada demarketing consiste em encontrar meios de reduzir a demanda, temporária ou permanentemente. O demarketing ge- ral procura desestimular a demanda total e, para isso, toma atitudes como aumentar preços e reduzir promoções e serviços. O demarketing seletivo consiste em tentar reduzir a demanda advinda de parcelas de mercado menos lucrativas e que necessi- tam do mesmo produto. (KOTLER, 2000, p. 28). 8. Demanda indesejada Produtos prejudiciais à saúde atrairão es- forços organizados para desestimular seu consumo. Já foram realizadas campanhas de desestímulo ao consumo de cigarros, bebidas alcoólicas, drogas, armas de fogo etc. A tarefa de marketing é fazer com que as pessoas que apreciam determinado produto deixem de consumi-lo, por meio de ferramentas como mensagens ame- drontadoras, preços elevados e disponibi- lidade reduzida. (KOTLER, 2000, p. 28). De modo geral, podemos falar que a tarefa fundamental é originar a melhor adequação entre as demandas do mercado e os alvos daempresa. Kotler (2000) afirma que [...] o mercado não é mais o mesmo. Ele está mudando radicalmente com resul- tado de grandes forças, como avanços tecnológicos, globalização e desregula- rização [...]. Esse mundo novo se caracte- riza por um ambiente espantosamente rico em informações [...]. O resultado é um drástico deslocamento do poder econô- mico de quem vende para quem compra. Os clientes estão querendo cada vez mais qualidade e serviços melhores, indicam menos lealdade e são mais sensíveis em relação ao preço. Descreve Kotler (2000) a situação nos seguin- tes termos: Os fabricantes de marca então enfren- tando concorrência acirrada de marcas locais e estrangeiras, [...] Eles estão sendo assolados ainda por poderosos varejistas que disponibilizam espaço limitado nas prateleiras e estão lançando suas próprias marcas para concorrer com marcas conhe- cidas. Os varejistas estão sofrendo devido a uma superlotação do varejo [...] os co- merciantes estão lidando com margens de lucros cada vez menores. Em resposta, os comerciantes empreendedores estão colocando entretenimento à disposição em suas lojas, como cafés, palestra, de- monstrações e apresentações. Eles estão comercializando uma experiência, em vez de variedade de produtos. Em decorrência da nova realidade dos mer- cados, as empresas estão mudando em vários as- pectos. Eis algumas tendências atuais: Reengenharia: trocar os departamentos funcionais por grupos multidisciplinares, formados segundo processos; Terceirização: não mais desempenhar todas as tarefas no domínio da empresa Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 e dar início à compra de mais bens e ser- viços de terceiros; E-commerce: expor os produtos na in- ternet. Os consumidores podem acessar informações e somente clicar para com- prar e pagar. Compras de empresa para empresa estão crescendo velozmente na internet; Benchmarking: buscar “atuação de em- presas de categoria mundial e seguir as melhores práticas”; Alianças: formar parcerias e não mais ar- riscar ganhar sozinho; Parceiros-fornecedores: escolher um mínimo de fornecedores mais seguros (relacionamento de “parceria”); Centradas no mercado: não mais orga- nizar em combinação com um produto, mas por fatia de mercado; Globais e locais: não ser exclusivamente locais, mas globais e locais; Descentralizadas: não ser uma gestão de cima para baixo e passar a estimular mais ação e espírito empreendedor em plano local. As empresas já estão repensando suas filoso- fias, suas considerações e suas técnicas. A seguir, os novos temas de marketing: Marketing de relacionamento: abdicar de se concentrar em operações para se dedicar com a construção de relaciona- mentos vantajosos de longo prazo com os clientes; Valor do cliente ao longo do tempo: abdicar de realizar um ganho a cada venda para atingir ganhos por meio de gestão do valor do cliente ao longo do tempo; Participação dos clientes: abdicar de se centralizar no lucro de participação de mercado e passar a se centralizar no lu- cro da participação de cada cliente; Marketing para mercados-alvo: abdi- car de arriscar vender para todos e pro- curar e tornar-se a empresa que melhor irá atender mercados-alvo definidos; Individualização: não vender o próprio produto do mesmo modo a todos no mercado-alvo e passar a caracterizar e acostumar mensagens e ofertas; Banco de dados de clientes: organizar um banco de dados volumoso em infor- mações sobre compras, preferências, de- mografia e lucratividade de clientes; O funcionário de marketing: todos eles precisam centralizar no cliente. Organizações vitoriosas serão as que alcan- çarem ajustar as suas estratégias de marketing aos seus ambientes de mercado, no mesmo tempo de mudança desses mercados. O pessoal de marketing deve buscar, sem dúvidas, as forças de mudança e, do mesmo modo que seguem as tendências, conservar os conceitos essenciais e impedir os “modismos”. Normalmente, o marketing é visto como a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes sejam estes pessoas físicas ou jurídicas. Na verdade, os pro- fissionais de marketing envolvem-se no marketing de bens, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéias. (KO- TLER, 2000, p. 25). Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos que, como configuração para definir a ação do marketing hoje, são ava- liadas as questões de gerar necessidades e satisfazer desejos dos públicos-alvo, agregando a isso análise, planejamento, implementação e controle dos programas de administração do próprio marketing. 2.3 Resumo do Capítulo 1. A segmentação é um esforço da empresa para aumentar a precisão do seu marketing. Pode- mos, então, afirmar que um segmento é: 2. Existem fatores que podem influenciar as estratégias da empresa para apresentar sua oferta ao mercado. Tais fatores são variáveis existentes no ambiente do mercado, sendo que essas variáveis podem ser controláveis pela empresa ou, então, fugir do controle desta. Quais são as variáveis controláveis? 2.4 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos dos componentes do composto mercadológico. Vamos iniciar? Os gestores de marketing usam várias fer- ramentas para conseguir as respostas esperadas de seus mercados-alvo. Os 4Ps do Marketing re- presentam as ferramentas de que os gestores de marketing dispõem para administrar a demanda. Oferta de marketing, marketing mix ou mix de mar- keting é o conjunto de ferramentas que a empresa utiliza para alcançar suas finalidades em marketing no mercado-alvo. Note a definição segundo Kotler (2000): “Mix de marketing (ou composto de mar- keting) é o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para prosseguir seus objeti- vos de marketing no mercado-alvo.” Kotler (2000) segue: McCarty classificou essas ferramentas em quatro grupos amplos que denominou os 4Ps marketing: produto, preço, praça, (ou ponto-de-venda) e promoção (do inglês product, price, place e promotion). Deci- sões de mix de marketing devem ser to- madas para que se exerça influência sobre os canais comerciais, bem como sobre os consumidores finais [...] utilizando um mix de promoção, formado por promoção de vendas, publicidade, força de vendas, rela- ções públicas, mala direta, telemarketing e Internet, para alcançar os canais de dis- tribuição e os clientes-alvo. 4Ps Produto De acordo com Kotler (2000, p. 383), “produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer a um de- sejo ou necessidade.” Por sua vez, Nickels e Wood (1999, p. 162) definem produto como “um bem ou serviço ou uma idéia que um consumidor adquire através de uma troca de marketing para satisfazer uma necessidade ou um desejo.” “Para a empresa tornar-se competitiva, deve criar produtos que acrescentem valor para o con- sumidor”, pois, como afirma Levitt (1969 apud KO- TLER, 2000, p. 384), Saiba maisSaiba mais Saiba maisSaiba mais A expressão ‘marketing mix’ (mistura de marketing) ou ‘composto de marketing’, como é conhecida no Brasil, passou a ser a teoria mais aceita para concretizar atividades de marketing. Hoje, o marke- ting mix é acatado como base essencial para o marketing tático ou operacional. COMPONENTES DO COMPOSTO MERCADOLÓGICO3 Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 a nova concorrência não está entre o que as empresas produzem em suas fábricas, mas entre o que acrescentam a seus pro- dutos na forma de embalagem, serviços,propaganda, sugestões do consumidor, financiamento, condições de entrega, ar- mazenagem e outras coisas que as pes- soas valorizam. Kotler (2000) cita que “a classificação dos pro- dutos pode ser feita quanto à durabilidade (bens duráveis, não-duráveis e semiduráveis),quanto à disponibilidade (bens de conveniência, de compra comparada, de especialidade) e quanto à tangibi- lidade (tangíveis e intangíveis) [...].” Essa categori- zação mostra as interações entre as características do produto e os “outros Ps”; um produto qualquer proporcionará um ajuste dessas características, que determinará, em grande parte, o formato de preço e os tipos de distribuição e de promoção mais adaptados ao mercado-alvo da empresa. 4Ps Preço Preço é o valor atribuído a um produto, representado pela quantia de dinheiro recebida na compra ou venda de um produ- to ou serviço. O preço é composto pelos seguintes componentes: Tabela de Preços, Descontos, Condi- ções de Pagamento e Condições de Crédito. Kotler (2000, p. 435) destaca ainda mais a prática do preço em uma organização, quando as- segura que “o preço é o único elemento do com- posto de marketing que produz receita; os outros elementos geram custos.” 4Ps Promoção Promoção sugere um con- junto de elementos usados pelas empresas para gerar as suas co- municações, vendas e constru- ção de relacionamentos com seus clientes, parcei- ros e público em geral, sendo composto de um mix de Propaganda, Publicidade, Vendas Pessoais, Pro- moção de Vendas, Relações Públicas e Marketing Direto. Compete fazer, agora, uma distinção: Promoção: ferramenta de marketing que visa ao objetivo de gerar a comunicação da empresa com os seus mercados, mos- trando as características da sua oferta de marketing, como linha de produtos, pre- ços, condições etc.; Promoção de vendas: grupos de ações que tendem a gerar mais vendas, na maioria das vezes, em curto prazo e em períodos fixados. A promoção de vendas pode ser conduzida ao canal de vendas (condições especiais de compra, material de ponto de venda etc.) ou ao consumi- dor final (concursos, cupons etc.). Constantemente, o marketing tem sido com- parado com a atividade de promoção: preparar campanhas de propaganda (que, como o nome sugere, são as maneiras não pagas, bem como for- madores de opinião, por exemplo); compor e gerir equipes de vendas e formar as promoções de ven- das; formar e gerenciar programas de marketing direto (telemarketing e marketing). 4Ps Praça Praça, ponto de venda ou canal de distribuição sugere o conjunto de organizações que fa- zem parte dos procedimentos de mostrar um produto ou serviço à disposição para uso ou consumo. Uma das questões que precisam ser resolvidas se refere a quais canais usar; quais meios (local, nacional, global); variedades (quais produtos em quais canais); localizações dos pontos de venda; tamanho de estoque suficiente; e quais sistemas de transportes e logística. Cita Kotler (2000, p. 40) que “decisões de ca- nais de marketing (também chamados canais de comercialização ou canais de distribuição) estão entre as mais complexas e desafiadoras que uma empresa precisa enfrentar.” São diversas escolhas, não reciprocamente especiais e, na maioria das ve- zes, conflitantes, como ter revendedores e/ou fazer vendas diretas via internet, por exemplo. Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 “Cada sistema de canal gera um nível diferente de vendas e custos.” (KOTLER, 2000, p. 40). É comple- xo determinar qual/quais canal/canais proporciona- rá/ão melhores efeitos em relação aos custos. “Uma vez escolhido um determinado canal de marketing, normalmente a empresa tem de con- viver com ele por um longo período.” “O canal esco- lhido afetará e será significativamente afetado por outros elementos do mix de marketing.” (KOTLER, 2000, p. 40). Os canais de distribuição formam o elo entre a empresa e seus mercados-alvo e, portanto, apre- sentarão maior alcance nas decisões sobre produ- tos (popular ou sofisticado, inovador, tradicional etc.), preços (para o canal e para o cliente final) e promoção. Explica Kotler (2000, p. 435) que os intermediários são utilizados quando podem realizar funções típicas de canal mais eficientemente que os fabricantes. As funções e os fluxos de canal mais im- portantes são: a obtenção de informa- ções, a promoção, a negociação, a formali- zação de pedidos junto aos fabricantes, o financiamento, a necessidade de assumir riscos, a propriedade ou a posse física, o pagamento e a fatura. Essas funções são mais básicas que as instituições que as realizam. De modo normal, a empresa pode revisar seu preço, a dimensão de sua força de vendas e seus gastos com propaganda no curto prazo. Contudo, a empresa só pode criar novos produtos e alterar seus canais de distribuição no longo prazo. Desse modo, no curto prazo, a empresa, na maioria das vezes, consegue menos mudanças de mix de mar- keting de um período para outro do que a varie- dade de decisões de mix de marketing pode reco- mendar. Note que os 4Ps mostram a visão que a em- presa vendedora tem das ferramentas de marketing disponíveis para entusiasmar compradores. Pela ótica da empresa compradora, cada ferramenta de marketing é tencionada para proporcionar um be- nefício ao cliente. Na ótica do consumidor, cada fer- ramenta de marketing é usada para proporcionar um benefício ao cliente, ou seja, os 4Ps poderiam ser entendidos como os 4Cs do Marketing. Empresas vitoriosas serão as que alcançarem atender às necessidades dos clientes de modo econômico e satisfatório, com comunicação fixa. 4Ps 4Cs Comentários Produto Cliente (solução para o cliente) O produto ou serviço apresentado pela empresa precisa procurar atender a um conjunto bem definido de necessidades e desejos de um mercado-alvo. Preço Custo (para o cliente) O preço do produto ou serviço precisa ser ajustado às perspectivas dos clientes e às ofertas semelhantes da concorrência, de modo que o preço forma apenas uma parcela do custo de compra do produto. Praça Conveniência O produto precisa ser exposto de forma adequada para os clientes, procurando-se equilíbrio entre a disponibilidade do produto e os cus- tos totais de distribuição. Promoção Comunicação A empresa precisa informar, de maneira transparente e com eficácia, as diferenças da sua oferta de marketing aos clientes-alvo. Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 Resumindo, entendemos que os gestores de Marketing se apoiam nas quatro ferramentas es- senciais para realizar o seu trabalho de gerir a de- manda: Produto, Preço, Promoção e Praça. A união dessas ferramentas compõe o mix de marketing da empresa. Na ótica do consumidor ou cliente, os 4Ps são entendidos como os 4Cs: Cliente (solução para), Custo, Comunicação e Conveniência. Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos que a identificação de vantagens competitivas potenciais de um pro- duto ajuda a posicioná-lo no mercado e a estabelecer estratégicas de marketing sólidas com os desafios encarados. A estratégia de posicionamento é uma das fundamentais preocupações do profissional de marketing. 1. Note a definição de Kotler (2000): “Mix de marketing (ou composto de marketing) é o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para prosseguir seus objetivos de marke- ting no mercado-alvo.” Quais são? 2. Uma das estratégias mais largamente adotadas na ação de marketing é a utilização do com- posto ou mix de marketing. Qualquer que seja o planejamento ou a estratégia mercadológica, implica antes estudarmos e conhecermos: 3.1 Resumo do Capítulo 3.2 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 Caro(a) aluno(a),Neste capítulo, trataremos de PLANEJAMEN- TO EM MARKETING E TOMADA DE DECISÕES. Va- mos iniciar? O planejamento de marketing é a prepara- ção, o processo, um ato prático, portanto, permite- -se alterar e se ajustar às variações do ambiente. Ao trabalhar em um plano de marketing, fica certo que a empresa apresenta uma situação de organização. Sem organização a empresa não prospera. É necessário possuir um mínimo de estrutura organizacional (departamentos, processos de tra- balho, pessoal) para que o trabalho possa ser exe- cutado. Os objetivos de uma empresa estão ligados com a Missão, a Visão e os Valores. A visão deve estar ligada a como a empresa quer se posicionar no futuro, daqui a cinco anos, e direciona a empresa no transcorrer dos anos. A vi- são é a fase principal do planejamento estratégico e merece evidência e atenção dos recursos huma- nos mais habilidosos da empresa, que devem dis- por de tempo e cuidados específicos para crescer e se constituir. Outro diferente objetivo da visão é enunciar como será o ambiente competitivo. A visão, para ser eficaz, precisa seguir os se- guintes princípios: agarrar a essência, a ideia principal da vi- são; agarrar o que torna a empresa eficaz, diferente das outras, para atingir a meta visualizada; ter concordância entre os membros da organização. Eles precisam mostrar o orgulho de trabalhar para a empresa e convertê-lo em resultados; a visão precisa ir além dos alcances da empresa, quando ligada às suas capaci- dades atuais; a visão precisa ser concreta e compreen- siva. Exemplo: “Ser a melhor empresa de varejo do Brasil” (Lojas Americanas). A missão mostra a intenção da empresa. É uma definição precisa do que a empresa apresenta a seu mercado, na totalidade do negócio em que está engajada. Na missão, encontram-se objetivos gerais e como a empresa está organizada. A visão assinala para um ideal e a missão esclarece como chegar lá. Exemplo: “Superar desafios e barreiras para transformar recursos naturais em riquezas e pro- mover desenvolvimento sustentável com ética e transparência.” (Vale do Rio Doce). O Plano de Marketing mostra os principais pontos voltados ao mercado pretendido pela em- PLANEJAMENTO EM MARKETING E TOMADA DE DECISÕES4 Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 presa e as estratégias de marketing que precisam ser seguidas no sentido de aprimorar o procedi- mento organizacional. O Plano de Marketing necessariamente pos- sui um roteiro: Análise do mercado A análise de mercado é a principal etapa do planejamento de marketing. O gerente de marke- ting precisa analisar e segmentar o mercado, de forma a categorizar os clientes em potencial que têm necessidades de consumo parecidas. Assim, torna-se possível decidir estratégias apropriadas a cada segmento de mercado, acrescentando va- lor para o cliente e aprimorando resultados para a empresa. Estratégias de Marketing A preparação das estratégias de marketing deve, obrigatoriamente, acompanhar as diretrizes comprovadas e documentadas no planejamen- to estratégico da empresa, que apresentará duas orientações essenciais para a elaboração de um plano lógico e com solidez – lógico com o posicio- namento e solidez com as características da marca. As estratégias de marketing e comunicação precisam ser: explicáveis, afirmativas, exequíveis e mensuráveis. Precisam, também, ser seriamente informadas com ricos detalhes em todos os graus da empresa, para que sejam realizadas com simpli- cidade e disciplina, puramente porque irão gerar o foco da empresa. É preciso, primeiramente, fixar com simplici- dade e exatidão descritiva, nessa ordem: 1. objetivos; 2. posicionamento; 3. proposta de valor para o cliente; 4. estratégias; 5. táticas. Constituída a base, os aprimoramentos de- vem acontecer sucessivamente, correspondendo ao aprendizado apropriado para qualquer proces- so, até que se alcance a exatidão na execução. Segmentação do mercado-alvo A segmentação de mercado “é o processo de dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características semelhantes e que provavelmente terão compor- tamentos de compra semelhantes.” (WELINSTEIN, 1995, p. 18). Dimensão do mercado O mercado total representa o volume de pro- dutos e serviços que certo segmento de mercado pode dominar. Mede-se a dimensão do mercado conforme seu volume e preço médio dos produtos e serviços ofertados. Através dessas informações, a empresa poderá esquematizar seus investimentos em com- petência produtiva e custo do produto e, assim, localizar seu ponto de equilíbrio, que definirá suas metas de vendas. Ponto de equilíbrio é o preço ou a quantida- de que a empresa necessita comercializar para ga- rantir o custo das mercadorias comercializadas, os gastos variáveis e as despesas fixas. Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 Tamanho do mercado disponível O total do mercado disponível está conecta- do a uma cota do mercado integral. A cota refere- -se à concreta potencialidade de mercado para a qual a empresa precisa focalizar suas atividades de marketing e vendas. Para cada quota de mercado, ainda que dentro da própria indústria, pode haver diversas variedades de produtos e serviços que são criados para o perfil de consumidor que compra de diversos canais de vendas. Participação de mercado A participação de mercado é outra quota do mercado: mercado disponível. Nesta quota, nota-se especialmente a concorrência. Produtos e serviços necessitarão estar colocados onde exis- tir melhor oportunidade de venda com margem e menor concorrência por preço. Também, é mais simples crescer conseguindo participação de mer- cado quando a empresa está objetivada. Avaliação dos pontos fortes e ameaças dos produtos e serviços em relação ao mercado. A análise SWOT é uma importante ferramen- ta de marketing e deve ser utilizada na elaboração e aplicação do planejamento estratégico de marke- ting. Saiba maisSaiba mais SWOT aparece das iniciais das palavras inglesas Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunida- des) e Threats (ameaças). Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Saiba maisSaiba mais Analisaremos esses pontos: • Ameaças e oportunidades: é a análise do ambiente externo da empre- sa, na procura de ameaças e oportunidades. É o diagnóstico daquilo que fica sem o domínio das empresas, mas que é importante de se conhecer e acompanhar. Dentro dessas forças, serão avaliados os se- guintes fatores: demográficos, econômicos, históricos, políticos, sociais, tecnológicos, sindicais, legais etc. Os dados para essa análise serão extraídos da ampla imprensa, dos órgãos governamentais, dos números financeiros, das empresas correspondentes e das empresas específicas na sua área de ação. As ameaças e oportunidades sempre atingem, de forma combinante, todas as empresas que competem em um mes- mo mercado-alvo. No entanto, as empresas que observarem as mudanças e possuírem rapidez para se adequar serão aquelas que melhor resultado ganharão das oportunidades e menor perda das ameaças. A análise precisa verificar as inclinações que influenciam a empresa, porém a possibilidade dessas inclinações virarem fatos verídicos. Dispensável falar que se necessita apresentar maior ênfase às inclinações com maior probabilidade de acontecer, para prevenir as ameaças concretas e explorar as oportunidades da melhor forma possível. • Forças e fraquezas São os pontos fortes e fracos da empresa, do ambiente interno. Assim, quando se nota um ponto forte, precisamos evidenciá-lo e, quando notamos um ponto fraco, precisamos focarpara repará-lo ou para re- duzir suas reações. A etapa inicial é indicar uma relação de variantes que precisam ser con- troladas, tais como: prestígio da empresa, participação de mercado, qualidade do produto, qualidade do serviço, efeito do preço, adequa- da comunicação, domínio de venda, novas tecnologias, espaço geo- gráfico, movimento de caixa, firmeza financeira, instalações, eficácia de trabalho, produtividade, pontualidade, eficiência dos empregados, agilidade, recepção ao cliente etc. Precisa-se conhecer a empresa para observar somente as forças e fraquezas pertinentes. Elaborar uma escala das variantes na qual cada uma delas será analisa- da em afinidade aos objetivos da empresa, consideradas como: força importante, força sem importância, neutralidade, fraqueza importante ou fraqueza sem importância. Estratégias de marketing do plano de negócio precisam se nortear nos 4 Ps: PRODUTO PREÇO PROMOÇÃO PONTO DE VENDA Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 Sistema de Informação de Marketing Diversos autores de livros de Marketing são unânimes na defesa de se ter um Sistema de Infor- mação de Marketing (SIM) implantado no depar- tamento. Por que é tão importante ter um SIM no marketing? Porque se tem um panorama rápido de como está o seu mercado, inclusive os concorren- tes, a sua relação com o cliente e outras informa- ções que se julgam necessárias para o trabalho do dia a dia e, também, para a realização do planeja- mento estratégico, ferramenta esta fundamental para a sobrevivência das empresas no contexto atual. A definição mais completa e seguida por vá- rios autores, entre eles, Philip Kotler, do SIM, ape- sar de ser da década de 1960, época em que os computadores começavam a entrar em rede e as empresas utilizavam os mainframes da IBM, ainda é válida, sendo do livro How to build a marketing in- formation system, dos autores Donald Cox e Robert Good (apud MATTAR, 1986, p. 8): É um complexo estruturado e interagen- te de pessoas, máquinas e procedimentos destinados a gerar um fluxo ordenado e contínuo de dados, coletados de fontes internas e externas à empresa, para uso como base na tomada de decisões em áreas de responsabilidade específica da administração de marketing. Os sistemas de informação de marketing, hoje, são componentes fundamentais para orien- tar o trabalho de organização e, com a tecnologia e softwares específicos, podem sinalizar caminhos para o futuro. Denominada, também, por alguns autores e profissionais da área de marketing de Sistema de Inteligência de Marketing, juntamente à pesquisa de mercado, dá subsídios para os to- madores de decisão da empresa para a solução de problemas específicos ou do dia a dia. O SIM coleta, organiza, controla e analisa sistematicamente os dados do microambiente e macroambiente, gerando informações. O objetivo do sistema é ajudar a empresa a atingir suas metas, fornecendo aos profissionais uma visão das opera- ções. No mundo de hoje, já não é possível ficarmos apenas com o clipping de notícias, um apanhado de recortes de notícias referentes à empresa, ou concorrentes, ou políticas que podem afetar o de- sempenho da empresa; é necessário ter um siste- ma inteligente de análise dos dados. O microambiente é o conjunto que está pró- ximo da empresa, podendo afetá-la se surgir al- gum problema: o ambiente interno da empresa, fornecedores, clientes, concorrentes, intermediá- rios de mercado e públicos de relacionamento – os stakeholders. Segundo Mattar (2007, p. 3), a pesquisa de marketing, “apesar de ser um negócio crescente no Brasil”, está anos luz da tradição que a área pos- sui nos Estados Unidos e Europa. O país americano, pioneiro em pesquisa de marketing, mobilizou cer- ca de 6,7 bilhões de dólares em 2002, 1/3 do volu- me total de faturamento do setor no mundo. 4.1 A Pesquisa de Marketing Fonte: www.everdawninfosys.net Saiba maisSaiba mais Fazem parte do macroambiente as forças maiores que podem afetar o microambiente: a demográfica, as econômicas, as naturais, as tecnológicas, as políticas e as socioculturais. Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 No Brasil, a entidade de classe mais respei- tável é a Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (ABEP), que representa a atividade de pesquisa de mercado, opinião e mídia no país. Ela conta com cerca de 180 empresas associadas, “as quais representam mais de 90% dos negócios des- te mercado”, segundo a própria organização. Ainda segunda esta, “cerca 20 destas empresas têm laços societários ou parcerias com grupos internacio- nais”, como o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) ou o instituto Ipsos, por exem- plo. Os maiores clientes de pesquisa em marke- ting, no Brasil, são as grandes e médias empresas privadas, as agências de comunicação e de publi- cidade de porte, partidos políticos e órgãos do go- verno, com a utilização de empresas especializadas, chamadas institutos ou consultorias de pesquisa de mercado, tais como: IBOPE, GfK Custom Research Brasil, Ipsos, TNS Research International, DATAFO- LHA, Target Marketing, entre outras. Modelos de Pesquisa Pesquisa exploratória A pesquisa exploratória tem como objetivo colher dados para o planejamento final da pesqui- sa. É o primeiro contato com o problema a ser in- vestigado. Basicamente, procura: • levantar hipóteses; • delimitar o âmbito da pesquisa; • comprovar o procedimento técnico a ser seguido. Principais características: • informalidade; • flexibilidade; • criatividade. É o melhor método a ser utilizado quando não temos informações suficientes sobre o proble- ma ou não sabemos ainda qual o melhor caminho a ser seguido ou quais são os pontos mais impor- tantes que vamos trabalhar. O levantamento de dados secundários é uma das formas de obtermos informações mais consis- tentes. Por exemplo, um concorrente está lançan- do um produto e o diretor de marketing solicita um relatório completo a respeito. O que fazer? Inicia- mos uma exploratória, primeiramente em dados secundários – jornais, revistas, internet –, depois partimos para um levantamento no mercado, com fornecedores, pontos de vendas, distribuidores e outros a discutir. A pesquisa exploratória é flexível e o método não estruturado pode lançar mão da criatividade para a detecção do problema. Pesquisa conclusiva Já a pesquisa conclusiva, como o próprio nome diz, conduz à conclusão e pode ser utiliza- da para checarmos os dados da exploratória. O seu formato é mais formal e estruturado. O pesquisa- dor necessita especificar as etapas antes de iniciar o projeto. A conclusiva é dividida em dois tipos de pesquisa: a descritiva e a causal (MALHOTA, 2005). Pesquisa descritiva A pesquisa descritiva descreve característi- cas ou funções do mercado. Principais características: • problema definido e claro; • hipóteses específicas; • especificação das informações necessá- rias; • dados coletados de forma estruturada; • os resultados são utilizados para fazer ge- neralizações sobre um grupo ou mercado de clientes. Saiba maisSaiba mais O Sistema de Informação de Marketing (SIM) auxilia os tomadores de decisão em marketing para que as melhores decisões sejam tomadas, diminuindo riscos. Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Os principais tipos de estudos descritivos: • Estudos de vendas: Potencial do mercado; Participação no mercado; Análise de vendas; • Estudos de percepção e comportamento de consumidores: Imagem; Uso do produto; Publicidade; Precificação; • Estudos das características do mercado: Distribuição; Análise de concorrentes. Pesquisa causal A pesquisa causal também necessita de um modelo planejado e estruturado. O principal mé- todo da pesquisa causal é uma experiência. Quem determina e controla o ambiente da experiência é o criador. As relações causais podem ser testadas e envolvem variáveis de causa e efeito. Podemos fazer um estudo de laboratório com vários grupos de mulheres, separadamente, que serão induzidas a imaginar a fazer compras em uma butique de gri- fe. O produto com preço especial será mostrado a cada grupo. As compras do grupo de entrevistadas seriam medidas e comparadas entre os grupos. A maioria das pesquisas de mercado, de opinião, sondagens eleitorais, segue um modelo geral, desenvolvido e aplicado no mercado numa sequência de etapas, que são: planejamento; preparação dos formulários; seleção da amostra; coleta de informações; tabulação; análise. Planejamento No mercado de comunicação, elaboramos um Projeto de pesquisa utilizando as etapas do processo do planejamento, que podem ser siste- matizadas em seis fases: Estimativa de todas as fases do trabalho: • duração; • custo; • descrição de etapas posteriores; Executado a partir da fase: • definição do problema-chave exis- tente; • situação que demonstra a necessida- de ou não de realizar uma pesquisa; • determinação dos objetivos da pes- quisa; é a informação que satisfaz o problema-chave: objetivo primário; objetivo secundário; • metodologia: de acordo com o pro- blema-chave, deve-se definir a me- todologia a ser utilizada. Pesquisa quantitativa, qualitativa ou mis- ta (qualitativa e quantitativa): • verificação do que se pode fazer da informação; • Atenção! 4.2 Etapas de um Projeto de Pesquisa Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 Levantamento das fontes de informação: • existem dados secundários? • é necessária pesquisa direta; • junto a quem? • distribuidores; • fornecedores; • consumidores; • representantes; Determinar o tipo de pesquisa e técnicas: • quantitativa ou qualitativa; • amostra; • questionário ou roteiro; • pessoal/correio/telefone/e-mail; Determinar quem faz a pesquisa: • a própria empresa; • instituto especializado; Relatórios finais de um projeto de pes- quisa. Seguir as fases anteriores, aplicar e tabular: • representação gráfica dos resulta- dos/diagnóstico; • anexos (dados secundários). Pesquisa qualitativa A pesquisa qualitativa é o estudo das moti- vações ou psicologia de um determinado compor- tamento social ou de consumo. Na qualitativa, os resultados não são expressos em números, mas no formato de um relatório, com adjetivos, opiniões, constatações. Finalidade básica: • Levantar hipóteses para posterior verifi- cação estatística – usamos dados secun- dários. • Pesquisa motivacional – estudar motiva- ções dos consumidores. A pesquisa qualitativa baseia-se no método fenomenológico, partindo de uma observação vi- venciada, comum aos diversos participantes pes- quisados. Parte do pressuposto de que os motivos que levam o consumidor a decidir por um produto não são fáceis de ser falados. Outras razões que di- ficultam a expressão: falta de objetividade, racio- nalidade, ligada a sentimentos e emoções e, às ve- zes, não tem consciência disso. A pesquisa qualitativa auxilia, segundo Sa- mara (1997): • na compreensão dos fatos observados; • na expansão dos conhecimentos acerca do tema em questão; • no esclarecimento da situação real; • na identificação do comportamento do consumidor; • no levantamento de atitudes e compor- tamento de grupos; • na geração de hipóteses; • no levantamento de informações para pesquisas futuras. Características • indiretas: a importância está na análise da resposta e não nela propriamente dita; • psicológicas: suas técnicas vão além das da pesquisa quantitativa; há um aprofun- damento na compreensão das atitudes do entrevistado; • são pouco estruturadas: os estudos par- tem de um tema específico e as pergun- tas modificam-se em função das respos- tas do entrevistado; • realizadas em ambiente fechado, para que não ocorram interferências que pos- sam comprometer os resultados. Procu- ra-se deixar o entrevistado à vontade; • gravadas: as entrevistas individuais ou em grupo são gravadas em áudio e/ou vídeo, para transcrição posterior e análi- se. Aplicabilidade • Estudos exploratórios de mercado Fornece, principalmente, o perfil do público- Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 -alvo (target) de forma aprofundada. A pesquisa de opinião pode fornecer novas tendências sociais, políticas, econômicas, culturais: estereótipos e pre- conceitos. Em marketing, se levanta informações, como, por exemplo: novos sabores, aromas, cores e de- sign de embalagens, posicionamento de produtos, entre outros. Novos mercados; amplitude e diferenciação de marcas; segmentação de mercado; oportunida- de de lançamento de novos produtos; mudanças de comportamento e tendências do consumidor etc. • Desenvolvimento de novos produtos Compreensão do mercado e de nichos de mercado; desenvolvimento de embalagem; posi- cionamento e publicidade para um produto, entre outros. • Estudos de diagnósticos Compreensão do relacionamento estabeleci- do entre o consumidor e aspectos particulares de marca/produto/concorrente; percepção de ima- gem após uma nova campanha, entre outros. Casos de empatia do público com programas de TV – discussão de grupos periódicos durante a exibição de novelas, seriados etc. Identificação do público com estereótipos, personalidades e personagens. Estudo das motivações das mudanças sociais. Diagnósticos do comportamento social, polí- tico e econômico. Projeto de Pesquisa Qualitativa • Briefing; • Passos do planejamento; • Problema-chave; • Objetivo: • Primário; • Secundários; • Público-alvo (target); • Metodologia: • Qualitativa – justificar; • Método de coleta de dados: • Discussão em grupo ou entrevista individual em profundidade; • Estratégia do método de coleta de dados: • Grau de observação participante; • Roteiro das perguntas abertas; • Anexos – dados secundários; • Esquema do perfil do entrevistado ou categorização; • Relatório final. • Categorização As categorizações são feitas a partir dos fe- nômenos observados, ou seja, as informações re- levantes e comuns que surgem nas respostas dos entrevistados irão formar conceitos, a serem agru- pados em categorias. Existem quatro etapas de procedimento: • A partir da observação de um determina- do fenômeno, o pesquisador deve des- crevê-lo de forma a obter uma abstração: conceito geral. Obtido esse conceito geral, o pesquisador deve ler desde o início sua descrição, atento às unidades significati- vas do fenômeno e enfocando no estado fenomenológico pesquisado – como é; • Detectadas as unidades significativas, ex- plorar o insight psicológico contido em cada uma delas – a unidade maior revela o fenômeno em análise; • A unidade significativa mais relevante será transformada na síntese da pesquisa em análise; • As unidades significativas são as catego- rias. • Procedimentos auxiliares na categoriza- ção: - sentido do todo: através de múltiplas leituras, identificar as unidades signifi- cativas; - descrição da unidade significativa (ca- tegoria): através da releitura da trans- crição das entrevistas, consegue-se obter a discriminação das unidades Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 significativas. Cuidado para não mu- dar o significado na releitura; - transformaçãode assuntos rotineiros em linguagem da psicologia, enfati- zando o estado do fenômeno investi- gado: chegar a uma categoria princi- pal a partir do fenômeno concreto; - síntese da unidade significativa (cate- goria): quanto mais assuntos surgirem, mais variações e oportunidades para se chegar ao essencial aparecerão; - observação da homogeneidade dos entrevistados: se o target possuir vá- rios segmentos, entrevistar cada seg- mento separadamente. Obtêm-se quadros distintos de comportamento, até chegar a uma categorização geral; - fazer perguntas: uma estratégia é fazer perguntas sobre as informações obti- das a si mesmo; - fragmentar as informações: outra es- tratégia é a fragmentação, pois cada uma representa um fato específico e, a partir dessa fragmentação, pode-se chegar a categorias distintas; - fazer comparações: outra estratégia é fazer comparações para obter as ca- tegorias iniciais. Comparando dois ou mais incidentes, chega-se a diferenças e similaridades, entre elas, as similari- dades formarão uma categoria inicial; - elo entre as categorias: colocar ordem nos conceitos obtidos – fazer a ligação entre as diversas categorias; - identificar a categoria principal – qual o tema principal que se repete? - checar e tornar a checar. Exemplos de Esquemas Esquema do perfil do entrevistado na pesquisa de opinião pública: • Target: sexo, classe social, faixa etária; • Categoria secundária: fatores que in- fluenciam a categoria principal, estan- do a ela subordinados; • Conclusão: análise das informações obtidas. Esquemas do perfil do entrevistado na pesquisa de marketing: • Target: sexo, classe social, faixa etária; • Razão de compra: por que compra o produto; • Benefício/malefícios: tangíveis e in- tangíveis; • Imagem da marca: aspectos positivos e negativos da marca; • Atitudes: influências decorrentes de motivos culturais, família e amigos, da propaganda, da concorrência e de formadores de opinião; • Comportamento de consumo: iden- tificar os porquês, as formas do mo- mento do uso; • Conclusão: análise das informações obtidas. Como elaborar o relatório da pesquisa qualitativa • Pesquisa descritiva - A transcrição das entrevistas deve ser feita na íntegra, contendo o vo- cabulário exato empregado pelos entrevistados, inclusive gírias, pa- lavras de baixo calão, vícios de lin- guagem etc. Deve incluir, também, a comunicação não verbal expres- sa durante as entrevistas: risos, ca- retas, ares de deboche etc.; - As categorias devem ser definidas e especificadas; - Na conclusão, deve ficar clara a re- lação entre a categoria principal e as categorias secundárias e o obje- tivo da pesquisa; - Neutralidade da conclusão, se pos- sível, baseando-se nas informações obtidas na fase exploratória da pesquisa e nos dados secundários, informações de arquivo; Administração Mercadológica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 - Os resultados não podem nunca estar associados a qualquer tipo de número ou palavras que remetam a quantidades – todos, alguns, a maioria, a minoria. A Pesquisa Quantitativa Considerações Gerais do Método A pesquisa quantitativa representa a me- todologia mais utilizada em trabalhos empíricos realizados em marketing e comunicação social, excluindo, dessa consideração, o universo de pes- quisas concebidas especificamente para a ativida- de acadêmica, apoiada notadamente, por tradição, em métodos múltiplos de ordem qualitativa. Quando da existência do levantamento de dados primários, essa produção de pesquisa cien- tífica trabalha sempre com o levantamento biblio- gráfico, a averiguação de conceitos e a aplicação de teorias próprias em cada área de conhecimento. Buscando os princípios metodológicos dis- cutidos anteriormente para o desenvolvimento de pesquisa de marketing, se pode afirmar que, se entre as pesquisas exploratórias o método qualita- tivo se presta melhor a um escopo de investigação em aberto e ao primeiro levantamento do objeto, para o modelo de pesquisa conclusiva (descritiva/ causal), o método quantitativo traz ferramentas de análise mais apropriadas, que dizem respeito ao tratamento numérico e estatístico de todo o pro- cesso (trabalho de campo, processamento de da- dos, análise e apresentação de dados). O método quantitativo investiga e oferece dados e informações mais: objetivos; de realidades de pesquisa mais aparen- tes; de variáveis e valores sociais e culturais facilmente classificáveis; de acesso mais imediato e simples para o levantamento de campo; e aborda o objeto de pesquisa de modo bastante focado. Portanto, o método quantitativo se preocu- pa essencialmente em organizar a coleta, análise e divulgação do objeto de pesquisa de base nu- mérica, com a sistematização do registro de fre- quência de variáveis e valores pesquisados (que são divulgados, normalmente, em gráficos e tabe- las), mesmo quando se utiliza de pergunta abertas (sem alternativas de resposta previamente postas ao entrevistado). Porém, tendo em vista a necessi- dade de tornar o fluxo da pesquisa estruturalmen- te sistêmico, o método utiliza-se notadamente de perguntas fechadas. Melhorando um pouco mais o entendimen- to dos dois tipos de perguntas mencionados, cabe reforçar que podemos definir assim: • Perguntas Fechadas: apresentam alterna- tivas de respostas para o entrevistado. A coleta e a tabulação dos dados são mui- to mais rápidas em relação às perguntas abertas; • Perguntas Abertas: não apresentam alter- nativas de respostas para o entrevistado. Admitem, portanto, maior diversidade e riqueza de respostas. Por outro lado, acrescentam dificuldades no processo de coleta e tabulação de dados. O primeiro tratamento dado às perguntas abertas – no caso de pesquisa do tipo quantita- tivo – chama-se codificação de dados – transformação de sentenças em valores sintéticos, para obtenção de frequências (quantas vezes aquele valor foi mencio- nado pelo conjunto de entrevistados). Entrando um pouco no conteúdo de uma pesquisa de marketing de método quantitativo, temos as seguintes situações de abordagem: identificar fatos ou o grau de conheci- mento; seus hábitos; comportamentos; atitudes e valores sociais e culturais, que dizem respeito a: Vera Lúcia Perini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 produto/serviço; sua comunicação/marca; modos de prestação de serviço; ao posicionamento mercadológico e so- cial da instituição. Técnicas mais Comuns do Método Quantitativo O instrumento de pesquisa mais comum do método é o questionário. Na literatura científica, é denominado formulário. O questionário, termo usado por institutos de pesquisa e consultoras es- pecializadas, constitui-se de uma relação de per- guntas previamente concebidas e que “não po- dem ser alteradas” assim que o trabalho de campo iniciar. A razão é simples: como ele será tabulado se- gundo princípios matemáticos, deve ter seu fluxo totalmente sistematizado. Por essa razão, é comu- mente chamado de questionário estruturado, dis- tanciando-se, assim, da caracterização do roteiro de perguntas do método qualitativo estudado no capítulo anterior, que se aplica de modo flexível e aberto ao desdobramento da comunicação trans- corrida numa entrevista. As Novas Tecnologias Aplicadas em Pesquisa Mudanças de Hábitos A vinda das novas tecnologias vem MODIFI- CANDO aos poucos o panorama das pesquisas de mercado. Novas ferramentas e técnicas estão sen- do utilizadas para detectar o comportamento do consumidor. A internet, que causou uma revolução no mundo contemporâneo, ainda tem o seu uso restrito a pesquisas com metodologia na web. Os
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