Buscar

contabilidade 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 267 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 267 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 267 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEaD
Contabilidade Básica II
Livro-texto EaD
Natal/RN
2011
V877c Voges, Elaine Cristina Rodrigues. 
 Contabilidade Básica II / Elaine Cristina 
 Rodrigues Voges. – Natal: Edunp, 2011. 
 264p. : il.; 20 cm
 Ebook – Livro eletrônico disponível on-line.
IBSN 978-85-8257-002-9
 1. Contabilidade Básica. I. Título. 
 
RN/UnP/SIB CDU 657
DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
Reitoria
Sâmela Soraya Gomes de Oliveira
Pró-Reitoria de Graduação e Ação Comunitária
Sandra Amaral de Araújo
Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação
Aarão Lyra
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
DA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
Coordenação Geral 
Barney Silveira Arruda
Coordenação Acadêmica
Luciana Lopes Xavier
Coordenação Pedagógica
Edilene Cândido da Silva
Design Instrucional
Priscilla Carla Silveira Menezes
Coordenação de Produção 
de Recursos Didáticos
Michelle Cristine Mazzetto Betti
Revisão de Linguagem e Estrutura em EaD
 Priscilla Carla Silveira Menezes 
Thalyta Mabel Nobre Barbosa 
Úrsula Andréa de Araújo Silva
Gravação e Edição de Vídeos
Michelle Cristine Mazzetto Betti
Coordenação de Logística
Helionara Lucena Nunes
Supervisão de Logística (Mossoró)
Fábio Pereira da Silva
Apoio Acadêmico 
Flávia Helena Miranda de Araújo 
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
 Úrsula Andréa de Araújo Silva
Assistente Administrativo 
Eliane Ferreira de Santana
Gibson Marcelo Galvão de Sousa 
Miriam Flávia Medeiros de Araújo
Ricardo Luiz Quirino da Silva 
Elaine Cristina Rodrigues Voges
Contabilidade Básica II
1a Edição
Natal/RN
2011
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS
Organização
Luciana Lopes Xavier
Michelle Cristine Mazzetto Betti
Coordenação de Produção de Recursos Didáticos
Michelle Cristine Mazzetto Betti
Revisão de Linguagem e Estrutura em EaD
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Ilustração do Mascote
Lucio Masaaki Matsuno
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO
Delinea - Tecnologia Educacional
Coordenação Pedagógica
Margarete Lazzaris Kleis
Coordenação de Editoração
Charlie Anderson Olsen
Larissa Kleis Pereira
Coordenação de Revisão Gramatical e Normativa
Simone Regina Dias
Eduard Marquardt
Revisão Gramatical e Normativa
Jacqueline Iensen
Coordenação de Diagramação
Alexandre Alves de Freitas Noronha
Diagramação
Regina C. Cortellini
Ilustrações
Alexandre Beck
ELAINE CRISTINA RODRIGUES VOGES
Caro aluno! 
Sou graduada em Ciências Contábeis pela Universidade do 
Sul de Santa Catarina (Unisul) e especialista em Auditoria de Gestão 
Empresarial pela Faculdade Estácio de Sá. 
Atualmente, leciono no ensino superior, nas modalidades 
presencial e a distância, em instituições privadas para os cursos 
de graduação, nas áreas de Contabilidade Geral, Contabilidade 
Comercial, Contabilidade de Custos, Elaboração e Análise das 
Demonstrações Contábeis, Controladoria e Auditoria, tanto para o 
curso de Ciências Contábeis quanto para o curso de Administração. 
Tenho experiência na implantação de sistemas de Custos de 
Produções, Gerenciamento de Escritório Contábil e Controladoria 
Pública e Privada. Atuo também na área de Gestão Pública.
CO
N
H
EC
EN
D
O
 O
 A
U
TO
R
CONTABILIDADE BÁSICA II
Bem-vindo! É com muita satisfação que apresento a você, 
aluno, a disciplina de Contabilidade Básica II, cujo objeto de estudo 
são as tecnologias da informação que possibilitam a utilização de 
diversas técnicas para elaborar as demonstrações contábeis.
Muito além da apresentação das técnicas para a elaboração do 
Balanço Patrimonial e das demonstrações de resultado do exercício, 
das mutações do Patrimônio Líquido, de Fluxo de Caixa, do valor 
adicionado e das notas explicativas, a disciplina de Contabilidade 
Básica II está intimamente relacionada com o aprimoramento das 
técnicas de evidenciação para melhor satisfazer as necessidades 
dos usuários das informações contábeis.
Como você pode perceber, o mundo empresarial vem 
passando ao longo dos anos por diversas transformações que 
afetam, diretamente, a estrutura organizacional, exigindo dos 
gestores, agilidade e flexibilidade da informação para a tomada 
de decisão.
Diante desse contexto, nesta disciplina, com o intuito de melhor 
aprofundá-la, foi necessário buscar contribuições das principais 
alterações na harmonização das práticas contábeis, os principais 
usuários dessas demonstrações, bem como suas necessidades, as 
novas exigências da legislação societária, quais os métodos para 
mensuração e o reconhecimento dos elementos contábeis.
Espero que, após o estudo desta disciplina, você desenvolva 
habilidades para a elaboração das demonstrações contábeis em 
concordância com a legislação societária e princípios contábeis, 
mas também, e principalmente, capacidade para a gestão da 
informação na tomada de decisão. 
Saliento que a disciplina está dividida em oito capítulos. Desta 
forma, você terá uma ampla visão sobre as bases teóricas e práticas 
para a elaboração das Demonstrações Contábeis e Notas Explicativas.
CO
N
H
EC
EN
D
O
 A
 D
IS
CI
PL
IN
A
Caro aluno, desejo a você bons estudos!
SU
M
Á
RI
OCapítulo 1 - Balanço patrimonial ............................................................... 131.1 Contextualizando ........................................................................................................... 131.2 Conhecendo a teoria ..................................................................................................... 14
1.2.1 Balanço Patrimonial ........................................................................................... 15
1.2.2 Critérios de classificação dos elementos patrimoniais ........................... 26
1.2.3 Contas redutoras do Balanço Patrimonial .................................................. 32
1.2.4 Elaboração do Balanço Patrimonial .............................................................. 32
1.3 Aplicando a teoria na prática ..................................................................................... 40
1.4 Para saber mais ............................................................................................................... 41
1.5 Relembrando ................................................................................................................... 42
1.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................. 42
Onde encontrar ...................................................................................................................... 43
Capítulo 2 - Demonstração do resultado do exercício ............................. 45
2.1 Contextualizando ........................................................................................................... 45
2.2 Conhecendo a teoria ..................................................................................................... 45
2.2.1 Critérios contábeis básicos ............................................................................... 47
2.2.2 Critérios básicos de apresentação ................................................................ 50
2.2.3 Receitas .................................................................................................................... 62
2.2.4 Custos dos produtos vendidos e dos serviços prestados ...................... 63
2.2.5 Despesas ................................................................................................................. 67
2.3 Aplicando a teoria na prática ..................................................................................... 69
2.4 Para saber mais ...............................................................................................................70
2.5 Relembrando ................................................................................................................... 70
2.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................. 71
Onde encontrar ...................................................................................................................... 72
Capítulo 3 - Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados ............. 75
3.1 Contextualizando ........................................................................................................... 75
3.2 Conhecendo a teoria ..................................................................................................... 76
3.2.1 Conteúdo e forma de elaboração .................................................................. 77
3.2.2 Forma de apresentação ..................................................................................... 81
3.2.3 Origem das parcelas ........................................................................................... 83
3.2.4 Substituição pela Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido (DMPL) .............................................................................. 97
3.3 Aplicando a teoria na prática ..................................................................................... 98
3.4 Para saber mais .............................................................................................................100
3.5 Relembrando .................................................................................................................100
3.6 Testando os seus conhecimentos ...........................................................................101
Onde encontrar ....................................................................................................................101
Capítulo 4 - Demonstração das mutações do patrimônio líquido ........ 103
4.1 Contextualizando .........................................................................................................103
4.2 Conhecendo a teoria ...................................................................................................104
4.2.1 Mutações das contas patrimoniais ..............................................................106
4.2.2 Técnica de preparação .....................................................................................109
4.2.3 Apresentação.......................................................................................................113
4.2.3 Companhias abertas .........................................................................................118
4.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................125
4.4 Para saber mais ......................................................................................................................................127
4.5 Relembrando ..........................................................................................................................................127
4.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................128
Onde encontrar .............................................................................................................................................129
Capítulo 5 - Demonstração do fluxo de caixa .............................................................131
5.1 Contextualizando ..................................................................................................................................131
5.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................132
5.2.1 Métodos de elaboração ............................................................................................................134
5.2.2 Conteúdo dos métodos e definições ...................................................................................137
5.2.3 Classificação, componentes e estrutura .............................................................................144
5.2.4 Roteiro para elaborar os fluxos de caixa .............................................................................150
5.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................158
5.4 Para saber mais ......................................................................................................................................160
5.5 Relembrando ..........................................................................................................................................160
5.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................161
Onde encontrar .............................................................................................................................................161
Capítulo 6 - Demonstração do valor adicionado ........................................................163
6.1 Contextualizando ..................................................................................................................................163
6.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................164
6.2.1 Entendendo o que é valor adicionado ................................................................................166
6.2.2 Estrutura e composição da DVA ............................................................................................173
6.2.3 Modelo Básico da DVA ..............................................................................................................182
6.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................190
6.4 Para saber mais ......................................................................................................................................192
6.5 Relembrando ..........................................................................................................................................192
6.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................193
Onde encontrar .............................................................................................................................................194
Capítulo 7 - Notas explicativas .....................................................................................195
7.1 Contextualizando ..................................................................................................................................195
7.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................196
7.2.1 As notas explicativas conforme a Lei das Sociedades Anônimas e 
a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 197
7.2.2 Comentários sobre as notas da Lei das Sociedades Anônimas e a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 215
7.2.3 Outras notas explicativas .........................................................................................................219
7.2.4 Notas explicativas em demonstrações contábeis comparativas ...............................220
7.2.5 Normas Brasileiras de Contabilidade ...................................................................................222
7.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................223
7.4 Para saber mais ......................................................................................................................................2247.5 Relembrando ..........................................................................................................................................225
7.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................225
Onde encontrar .............................................................................................................................................226
Capítulo 8 - Sociedades comerciais .............................................................................227
8.1 Contextualizando ..................................................................................................................................227
8.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................228
8.2.1 Deveres legais do contador .....................................................................................................229
8.2.2 Empresa comercial .....................................................................................................................235
8.2.3 Principais alterações nas normas e práticas contábeis .................................................242
8.2.4 Livros obrigatórios e auxiliares ..............................................................................................247
8.2.5 Sistema de escrituração digital ..............................................................................................253
8.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................258
8.4 Para saber mais ......................................................................................................................................258
8.5 Relembrando ..........................................................................................................................................259
8.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................261
Onde encontrar .............................................................................................................................................262
Referências ....................................................................................................................263
Capítulo 1
13 Contabilidade Básica II
Balanço patrimonial
CAPÍTULO 1
1.1 Contextualizando
Caro aluno, neste capítulo pretendo demonstrar a você, além das técnicas 
de elaboração do Balanço Patrimonial, as principais alterações ocorridas nos 
últimos anos nas práticas contábeis, que correspondem à normatização da 
contabilidade em consonância com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC). Importante também apresentar a Norma Brasileira de Contabilidade 
Técnica (NBC-T 1), denominada estrutura conceitual para a elaboração e 
apresentação das demonstrações contábeis.
Portanto, o texto se constitui dos seguintes tópicos: estrutura do Balanço 
Patrimonial; critérios de classificação dos elementos patrimoniais; contas 
redutoras do Balanço Patrimonial; elaboração do Balanço Patrimonial.
Ao fim deste capítulo, você deverá estar apto a: 
 • identificar as características e elementos conceituais do Balanço 
Patrimonial;
 • identificar os principais usuários das demonstrações contábeis e suas 
necessidades informais;
 • distinguir os elementos necessários para mensuração e reconhecimento 
dos fatos administrativos que devem ser contabilizados.
Capítulo 1
14 Contabilidade Básica II
1.2 Conhecendo a teoria
Você já pensou sobre o significado de patrimônio? Se não, chegou o 
momento de aprofundar seus conhecimentos. É muito importante compreender 
que a sua participação como aluno é fundamental para melhor aproveitar esta 
disciplina. Vamos começar? 
Conforme Marion (2008), patrimônio é o conjunto de bens, direitos e 
obrigações de uma determinada entidade, pessoa física ou jurídica.
Como você pode observar, o conceito de patrimônio abrange os bens, os 
direitos e também as obrigações, vinculados a uma entidade (pessoa física ou 
jurídica). Os bens correspondem a tudo que pode ser avaliado economicamente; 
logo, bens são todos os objetos de uma empresa que sejam para uso, troca ou 
consumo, assim como os computadores, máquinas, equipamentos, software, 
móveis, imóveis etc.
Os bens podem ser classificados em tangíveis 
(aqueles que possuem existência física, são 
corpóreos, são palpáveis, como por exemplo, 
móveis, veículos etc.) e intangíveis (aqueles que 
não possuem existência física, ou seja, não são 
palpáveis – softwares, patentes, marcas etc.).
SAIBA QUE
Ainda tratando do patrimônio da entidade, temos os direitos que 
correspondem aos valores a receber de terceiros. Esses direitos normalmente 
são denominados seguidos da expressão “a receber”. Como por exemplo, 
duplicata a receber, promissória a receber etc.
Você percebe que deve considerar obrigações como patrimônio de uma 
empresa? Logo, as obrigações significam os compromissos que a empresa 
assumiu com terceiros, ou seja, dívidas a pagar. E para esse conceito podemos 
citar: fornecedores a pagar, contas a pagar, impostos a pagar, salários a pagar 
etc. Observe que, na denominação das obrigações usa-se a expressão “a pagar”.
 
Capítulo 1
15 Contabilidade Básica II
Figura 1 – Patrimônio da empresa
Fonte: <www.sxc.hu>
Segundo Crepaldi (1995), a contabilidade é uma ciência concebida 
para coletar, registrar, resumir e interpretar dados e fenômenos que afetam 
as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade. 
Você pode observar a amplitude dos estudos do patrimônio da entidade e o 
quanto a contabilidade auxilia no controle e na geração de informações para 
a tomada de decisão. 
Isto é ressaltado por Chiavenato (1999) quando afirma que o controle 
representa o acompanhamento, monitoramento e avaliação do desempenho 
organizacional para verificar se as coisas estão acontecendo de acordo com o 
que foi planejado, organizado e dirigido.
Em tempo, a contabilidade possui um demonstrativo que possibilita 
a consolidação de todos os registros sobre a movimentação do patrimônio 
da entidade. Partindo disso, apresenta-se no tópico a seguir a estrutura do 
Balanço Patrimonial. 
1.2.1 Balanço Patrimonial 
A estrutura onde os bens e os direitos são registrados no lado do ativo 
e as obrigações no lado do passivo denomina-se Balanço Patrimonial. Neste 
sentido, você pode observar que o registro do patrimônio da entidade é 
realizado de forma organizada e estruturada. No quadro a seguir apresento 
os itens que compõem bens, direitos e obrigações.
Capítulo 1
16 Contabilidade Básica II
Quadro 1 – Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
Bens
 Caixa
 Bancos
 Estoque
 Máquinas
 Marcas
 Veículos
Direitos
 Contas a Receber
obrigações
 Fornecedores a pagar
 Empréstimos bancários a pagar
 Salários a pagar
 Impostos a pagar
 Encargos sociais a pagar
Fonte: adaptado de Marion (2008)
O nome balanço surgiu da ideia de equilíbrio entre as contas, ou seja, 
o ativo e o passivo devem obter uma igualdade na estrutura elaborada, ativo 
igual a passivo (IUDICIBUS; MARION, 2002).
Para Marion (2008), o Balanço Patrimonial é o mais importante relatório 
gerado pela contabilidade. Por meio dele, pode-se identificar a saúde financeira 
e econômica da empresa no fim do ano ou em qualquer data prefixada.
PRATICANDO
O que você diria sobre a saúde financeira das suas 
contas? Você está acumulando lucro ou prejuízo? 
Com as informações que já possui, elabore um 
balanço do seu patrimônio. O resultado poderá 
lhe indicar caminhos para saldaras dívidas e 
começar a acumular capital.
O Balanço Patrimonial é considerado um dos principais relatórios 
na contabilidade, por isso quando se necessita de uma análise mais 
criteriosa, é fundamental procurar complementar as informações por 
meio de detalhamentos dos grupos deste balanço, como, por exemplo, as 
contas clientes, fornecedores, estoques, imobilizado etc., de acordo com o 
objetivo da análise. 
Capítulo 1
17 Contabilidade Básica II
Os autores Iudícibus e Marion (2002) destacam que o balanço é uma 
sombra do passado que se projeta para o futuro. Os analistas deverão 
fazer as estimativas necessárias para ajustar o balanço às mudanças nas 
expectativas e transações. 
O que você pode concluir com isso? Que o Balanço Patrimonial reflete a 
posição do patrimônio em determinado instante, ou seja, é um relatório estático.
Caro aluno, se o balanço reflete a situação financeira da entidade 
em determinado momento, podemos concluir que, a cada alteração de 
patrimônio registrada, temos um novo balanço. Isto é afirmado por Padoveze 
(2000) quando ele diz que o Balanço Patrimonial é um relatório que evidencia 
o patrimônio de uma entidade em determinado instante, e isso implica 
dizer que, no instante seguinte, um novo fato poderá alterar esse balanço. É 
importante que você tenha isso muito claro: o Balanço Patrimonial pode ser 
alterado a partir do cenário onde está inserido.
Cabe destacar ainda que o Balanço Patrimonial mostra apenas os fatos 
registráveis, segundo os princípios contábeis, ou seja, os fatos objetivamente 
mensuráveis em dinheiro, como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, 
depósitos, débito em conta, despesas incorridas, receitas faturadas etc. 
deixando de lado uma série inumerável de fatos, como marcas, participação 
de mercado, imagem, tecnologia etc. (MATARAZZO, 2003).
Logo, caro aluno, podemos resumir que se o Balanço Patrimonial é uma 
representação estática do patrimônio, é também um reflexo da movimentação 
financeira da entidade em determinado momento. Com as informações a 
seguir e a observância de aspectos qualitativos e quantitativos, elabore o 
Balanço Patrimonial da Sr. José das Contas do mês de abril de 2011: 
Quadro 2 – Elenco dos gastos do Sr. José das Contas
GASTOS DO SR. JOSé DAS CONTAS
Prestações a pagar 180,00
Dinheiro no bolso 100,00
Salário a receber 980,00
Saldo banco conta corrente 750,00
Saldo poupança 1.200,00
Capítulo 1
18 Contabilidade Básica II
Financiamento da casa a pagar 35.800,00
Mensalidade escola a pagar 480,00
Computador 3.500,00
Casa 80.000,00
Impostos a pagar 130,00
Plano de saúde a pagar 320,00
Veículo 20.000,00
Fonte: Voges (2011)
A partir de agora, vamos aprofundar o estudo do patrimônio, no 
que diz respeito às configurações do Balanço Patrimonial e os estados 
qualitativos patrimoniais.
Composição patrimonial
Ao analisar qualitativamente o patrimônio de uma entidade, você 
percebe que este possui uma parte boa (positiva) e outra ruim (negativa). Esta 
nomenclatura se altera contabilmente, sendo expressa da seguinte forma: 
ativo (a) = parte positiva (bens + direitos)
passivo (p) = parte negativa (obrigações)
Então, o Balanço Patrimonial do Sr. José das Contas, elaborado 
anteriormente, ficaria assim representado:
Capítulo 1
19 Contabilidade Básica II
Quadro 3 – Balanço Patrimonial do Sr. José das Contas
BALANÇO PATRIMONIAL – SR. JOSé DAS CONTAS – PERÍODO: ABRIL 20XX
Ativo passivo
Bens
 Caixa
 Bancos
 Estoque
 Máquinas
 Marcas
 Veículos
Direitos
 Salario a Receber
 100,00
 750,00
 1.200,00
 3.500,00
 80.000,00
 20.000,00
 980,00
obrigações
 Financiam. Casa a pagar
 Mensaidade escola a pagar
 Impostos a pagar
 Plano de Saúde a pagar
 Prestações a pagar
patrimônio líquido
 Lucros
 35.800,00
 480,00
 130,00
 320,00
 180,00
 69.6200,00
total do ativo 106.530,00 total do passivo 103.530,00
Fonte: Voges (2011)
O Balanço Patrimonial sempre deverá estar 
identificado com o nome da entidade e 
período apurado.
SAIBA QUE
Ao analisar a estrutura do Balanço Patrimonial do Sr. José das Contas, 
você nota que o total dos itens positivos (ativo = bens + direitos) é bem maior 
que o total dos itens negativos (passivo = obrigações), revelando uma diferença 
entre ambos de R$ 69.620,00 (106.530,00 – 36.910,00) que representa o lucro 
ou superávit do dinheiro investido pelo Sr. José das Contas.
Contudo, o lucro ou superávit também possui uma representação dentro 
do Balanço Patrimonial a qual chamamos de Patrimônio Líquido. Desta forma, 
o Balanço Patrimonial do Sr. José das Contas ficará representado assim:
Observe também que agora o total do ativo (positiva) está igual ao total 
do passivo (negativa), onde se pode concluir que: patrimônio (PL) = ativo – 
Capítulo 1
20 Contabilidade Básica II
passivo, ou ainda, patrimônio (PL) = bens + direitos – obrigações. Essas fórmulas 
são denominadas de equação patrimonial.
Contudo, para que haja equilíbrio entre os dois lados do Balanço 
Patrimonial, surge o Patrimônio Líquido ou também denominado, situação 
líquida, que demonstra o retorno ou a riqueza do patrimônio em questão.
Aqui, dê atenção para este detalhe: a contabilidade existe de forma 
individual (por entidade), ou seja, a diferença está entre as diversas formas de 
transações econômico-financeiras efetuadas. E, para a elaboração do Balanço 
Patrimonial, é necessária a execução de lançamentos contábeis, registrando 
em contas específicas e livros as operações da entidade. 
Sendo assim, procure visualizar sempre o patrimônio da entidade por 
meio do Balanço Patrimonial, fazendo uma análise comparativa entre o ativo 
e o passivo, e como também a sua situação líquida demonstrada no Patrimônio 
Líquido.
Situações e estados patrimoniais
Observe, caro aluno, que no Balanço Patrimonial estudado até o 
momento, do Sr. José das Contas, o ativo está superior ao passivo, apresentando 
uma situação líquida positiva, ou seja, lucro. Mas, podemos ter casos onde a 
situação será inversa, como segue:
 • situação líquida positiva: ativo > passivo (a soma dos bens e direitos é 
maior que soma das obrigações);
 • situação líquida negativa: ativo < passivo (a soma dos Bens e Direitos 
é menor que soma das obrigações);
 • situação líquida nula: ativo = passivo (a soma dos Bens e Direitos é 
igual a soma das obrigações).
Caro aluno, a partir deste momento vamos estudar o processo de 
contabilização, ou seja, como efetuar os registros no Balanço com base 
nos fatos administrativos ocorridos na empresa. Para isto, será aplicada a 
metodologia de balanços sucessivos, em que o aluno elabora o balanço a cada 
fato administrativo gerando pela empresa.
Capítulo 1
21 Contabilidade Básica II
Contabilizando com balanços sucessivos
Neste momento, vamos proceder à contabilização das principais 
operações econômico-financeiras de uma entidade, por meio da metodologia 
de “balanços sucessivos”. Assim, ficará mais fácil entendermos todo o processo 
de modificação do patrimônio da entidade.
Antes de iniciarmos a confecção dos balanços, precisamos ter o 
conhecimento de como as empresas são criadas. Toda empresa surge de 
uma grande ideia. Porém, para que a grande ideia se concretize, precisamos 
saber se o negócio a ser explorado é viável economicamente. Para isto, faz-se 
necessário um “Plano de negócio”, onde se obtém todas as variáveis favoráveis 
e desfavoráveis ao sucesso do empreendimento, como, por exemplo: clientes 
por região, aceitabilidade do produto/serviço, possíveis fornecedores, ponto 
comercial, entre outras. Outro estudo deve ser quanto ao investimento 
(capital) disponível e necessário para dar inícioàs atividades.
Existem diversos conceitos de capital. Mas inicialmente basta entender 
que capital representa o investimento necessário para abrir o negócio, ou 
seja, é o recurso aplicado na empresa pelos sócios (proprietário ou donos). 
Contabilmente, é denominado de Capital Social ou Capital Subscrito ou ainda, 
Capital Nominal.
 • Contabilizando a criação de uma empresa: os senhores Pedro Pimenta 
e Ágil das Cruzes resolveram em 01/03/2008 abrir uma empresa. A 
empresa será denominada Cia. Aprendiz e terá um investimento 
inicial dos sócios de R$ 80.000,00.
Tabela 1 – Balanço Patrimonial 1
BAlAnço PAtrimoniAl – CiA. APrendiz – 01.03.2008
Ativo PAssivo
 Caixa 80.000,00
patrimônio líquido
 Capital Social 80.000,00
total do ativo 80.000,00 total do passivo 80.000,00
Fonte: Voges (2011)
Capítulo 1
22 Contabilidade Básica II
Diante desta situação, temos o primeiro Balanço Patrimonial da 
empresa, onde os sócios fizeram um investimento inicial de 80.000,00 e 
em dinheiro. O recurso inicialmente aplicado ficou em caixa até que outra 
operação altere seu saldo. Sendo assim, também podemos dizer que temos 
uma origem proveniente dos sócios e uma aplicação colocada à disposição 
da empresa em caixa.
 • Contabilizando a aquisição de imóvel: no dia 05/03/2008 eles 
resolveram comprar um imóvel onde será instalada a sede da 
empresa. O imóvel será uma sala comercial no valor de R$ 30.000,00, 
com pagamento no ato.
Tabela 2 – Balanço Patrimonial 2
BAlAnço PAtrimoniAl – CiA. APrendiz – 05.03.2008
Ativo PAssivo
 Caixa
 Sala Comercial
 50.000,00
 30.000,00
patrimônio líquido
 Capital Social 80.000,00
total do ativo 80.000,00 total do passivo 80.000,00
Fonte: Voges (2011)
Observe que a empresa adquiriu o seu primeiro bem sendo pago 
totalmente à vista, com o recurso disponível em caixa. O Capital Social 
não sofreu alteração, pois os sócios apenas compraram um imóvel com o 
dinheiro do caixa.
 • Contabilizando a aquisição computadores: no dia 10/03/2008 eles 
decidem comprar dois computadores no valor de R$ 2.500,00 cada, 
com pagamento à vista.
Capítulo 1
23 Contabilidade Básica II
Tabela 3 – Balanço Patrimonial 3
BAlAnço PAtrimoniAl – CiA. APrendiz – 10.03.2008
Ativo PAssivo
 Caixa
 Sala Comercial
 Computadores
 45.000,00
 30.000,00
 5.000,00
patrimônio líquido
 Capital Social 80.000,00
total do ativo 80.000,00 total do passivo 80.000,00
Fonte: Voges (2011)
Verifica-se que a empresa adquiriu mais um bem sem precisar de novos 
investimentos dos sócios. Nota-se também que o seu Patrimônio Líquido ainda 
não sofreu alteração, ou seja, PL = A – P 
 • Contabilizando a aquisição de móveis e utensílios: no dia 11/03/2008 
os sócios resolvem comprar os móveis para a sede da empresa, num 
total de R$ 8.000,00 com pagamento em cinco parcelas.
Tabela 4 – Balanço Patrimonial 4
BAlAnço PAtrimoniAl – CiA. APrendiz – 11.03.2008
Ativo PAssivo
 Caixa
 Sala Comercial
 Computadores
 Móveis
 45.000,00
 30.000,00
 5.000,00
 8.000,00
 Contas a Pagar
patrimônio líquido
 Capital Social
 8.000,00
 80.000,00
total do ativo 88.000,00 total do passivo 88.000,00
Fonte: Voges (2011)
A empresa efetua a sua primeira compra a prazo. Logo, o passivo que até 
momento não havia sofrido nenhuma alteração, passou a ter a sua primeira 
conta registrada (contas a pagar). Nota-se que tanto o ativo quanto o passivo 
aumentaram em R$ 8.000,00, sendo que o PL continua o mesmo.
Capítulo 1
24 Contabilidade Básica II
PL = A – P 
PL = 88.000 (-) 8000 = 80.000
 • Contabilizando a venda de um imóvel: no dia 15/03/2008 os sócios 
tomam a seguinte decisão, vender a sala comercial e ir para uma sede 
alugada. O valor da venda foi de R$ 32.000,00 sendo R$ 2.000,00 
recebidos a vista e o restante a prazo.
Tabela 5 – Balanço Patrimonial 5
BAlAnço PAtrimoniAl – CiA. APrendiz – 15.03.2008
Ativo PAssivo
 Caixa
 Duplicatas a Receber
 Computadores
 Móveis
 47.000,00
 30.000,00
 5.000,00
 8.000,00
 Contas a Pagar
patrimônio líquido
 Capital Social
 Lucro
 8.000,00
 80.000,00
 2.000,00
total do ativo 90.000,00 total do passivo 90.000,00
Fonte: Voges (2011)
O grande destaque nesta operação é para o lucro na venda do imóvel, o 
qual fez o patrimônio da empresa crescer.
Destaque também para o aumento do PL para R$ 82.000.
Caso a venda fosse realizada por R$ 28.000,00, a empresa teria 
um prejuízo de R$ 2.000,00, resultando num efeito negativo diante do 
patrimônio da empresa.
Capítulo 1
25 Contabilidade Básica II
Tabela 6 – Balanço Patrimonial 6
BAlAnço PAtrimoniAl – CiA. APrendiz – 01.03.2008
Ativo PAssivo
 Caixa
 Duplicatas a Receber
 Computadores
 Móveis
 47.000,00
 26.000,00
 5.000,00
 8.000,00
 Contas a Pagar
patrimônio líquido
 Capital Social
 Prejuízo
 8.000,00
 80.000,00
 (2.000,00)
total do ativo 86.000,00 total do passivo 86.000,00
Fonte: Voges (2011)
 • Contabilizando o pagamento da dívida: no dia 25/03/2008 os sócios 
quitam a 1ª parcela da compra adquirida no dia 11/03/2008.
Tabela 7 – Balanço Patrimonial 7
BAlAnço PAtrimoniAl – CiA. APrendiz – 25.03.2008
Ativo PAssivo
 Caixa
 Duplicatas a Receber
 Computadores
 Móveis
 45.400,00
 30.000,00
 5.000,00
 8.000,00
 Contas a Pagar
patrimônio líquido
 Capital Social
 Lucro
 6.400,00
 80.000,00
 2.000,00
total do ativo 88.400,00 total do passivo 88.400,00
Fonte: Voges (2011)
A dívida adquirida foi no total de R$ 8.000,00, em 5 parcelas iguais, logo: 
=> 8.000 ÷ 5 = 1.600 cada parcela. A origem de recurso é o caixa e a aplicações 
são as Contas a Pagar.
 • Contabilizando o recebimento de um direito: no dia 28/03/2008 a 
empresa recebe em dinheiro a primeira parcela da venda realizada no 
dia 15/03/2008.
Capítulo 1
26 Contabilidade Básica II
Tabela 8 – Balanço Patrimonial 8
BAlAnço PAtrimoniAl – CiA. APrendiz – 28.03.2008
Ativo PAssivo
 Caixa
 Duplicatas a Receber
 Computadores
 Móveis
 50.400,00
 25.000,00
 5.000,00
 8.000,00
 Contas a Pagar
patrimônio líquido
 Capital Social
 Lucro
 6.400,00
 80.000,00
 2.000,00
total do ativo 88.400,00 total do passivo 88.400,00
Fonte: Voges (2011)
 A venda foi realizada em 6 parcelas iguais 
=> 30.000 ÷ 6 = 5.000 cada parcela.
Contudo, finalizamos por aqui a contabilização por meio de balanços 
sucessivos do mês de março de 2008 da atividade da empresa CIA APREDIZ, 
a qual obteve um ativo de R$ 88.400,00 e um passivo de R$ 6.400,00, logo, 
o Patrimônio Líquido de R$ 82.000,00. Agora, antes de aprofundar os 
conhecimentos sobre o processo de contabilização do Balanço Patrimonial, faz-
se necessário o estudo dos critérios de classificação dos elementos patrimoniais.
1.2.2 Critérios de classificação dos elementos patrimoniais
Caro aluno, neste momento, é com muita satisfação que aprofundamos os 
conhecimentos sobre os critérios de classificação dos elementos patrimoniais. 
A estrutura do Balanço Patrimonial é formada por um elenco de contas 
ordenadas em grupos e subgrupos conforme sua liquidação. 
Portanto, neste momento, percebe-se a necessidade de uma relação 
destas contas, denominado contabilmente, Plano de contas. 
O Plano de contas é um agrupamento ordenado de contas que serão 
utilizadas pela contabilidade de uma determinada empresa. Cada empresa 
possui um Plano de contas específico, o qual é constituído de acordo com seu 
porte e ramo de negócios.
Capítulo 1
27 Contabilidade Básica II
Para Marion (2008), o contador tem de planejar e participar da 
estruturação do Plano de contas, de maneira que a sua principal ferramenta 
seja criada para lhe possibilitaro melhor dos resultados no trato com as 
informações contábeis.
O Plano de contas é constituído da descrição de cada conta, as quais são 
elencadas por grupo de contas e codificadas conforme a ordem liquidez no 
ativo, e ordem de exigibilidade no passivo. Ainda para Marion (2008, p. 62), 
colocando-se todas as contas de forma desordenada, ainda que 
respeitando as noções de passivo e ativo, somando-se caixa com 
máquinas, duplicatas a receber com veículos e assim por diante, 
haveria muita dificuldade para interpretar e analisar o balanço. 
Portanto, as contas no ativo serão classificadas seguindo a ordem de 
liquidez, ou seja, a conta que se transforma em dinheiro mais rápido, fique em 
primeiro lugar, e assim sucessivamente. Já para o passivo temos a classificação 
das contas por ordem de exigibilidade, ou seja, as contas que possuem 
prioridade de pagamento, conforme a data de vencimento do pagamento 
deve ser classificada em primeiro lugar. Contudo, percebe-se que não é a 
empresa que deve se adequar ao Plano de contas, mas sim o Plano de contas 
que se ajusta às necessidades da empresa.
Diante do exposto, conclui-se que a construção do Balanço Patrimonial 
é feita com a classificação dos registros em quatro grandes grupos: Ativo 
Circulante, Ativo Não Circulante, Passivo Circulante e Passivo Não Ccirculante. 
Ativo Circulante
Para Marion (2008, p. 63), “[...] o Ativo Circulante é o grupo que gera 
dinheiro para a empresa pagar suas contas a curto prazo. Esse grupo é 
conhecido como capital de giro, pois seus itens estão sempre se renovando”.
O Ativo Circulante é subdividido em alguns grupos, dentre os quais, 
segundo a NBC-T 3.2, destacam-se: 
 • disponível: são os recursos financeiros que se encontram à disposição 
imediata da Entidade, por exemplo: caixa e bancos;
Capítulo 1
28 Contabilidade Básica II
 • direitos e créditos: são valores a receber decorrentes da atividade 
da empresa, como, por exemplo, vendas a prazo de mercadorias. 
São registrados nesse grupo também os títulos de crédito, quaisquer 
valores mobiliários e os outros direitos;
 • investimentos temporários: são as sobras disponíveis que podem ser 
aplicadas com a intenção de obter rendimento futuro, por exemplo: 
certificados de depósitos bancários, fundos de aplicação imediata, 
títulos do Banco Central etc;
 • estoques: são os valores referentes às existências de produtos ou 
mercadorias disponíveis para produção ou venda;
 • despesas antecipadas: são as aplicações em gastos que tenham 
realização no curso do período subsequente à data do Balanço 
Patrimonial, como, por exemplo, prêmios de seguro, assinaturas de 
jornais e/ou revistas etc.
Ativo Não Circulante
No Ativo Não Circulante são classificadas as demais contas que não 
poderiam ser classificadas no Ativo Circulante, pois seu prazo de vencimento 
ultrapassa 12 meses, como, por exemplo: créditos a receber, máquinas e 
equipamentos, veículos, investimentos permanentes em sociedade coligadas 
e/ou controladas etc. O Ativo Não Circulante é subdividido em: realizável a 
longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 
Cabe destacar que, conforme a NBC-T 19.1, o imobilizado, o valor residual 
e a vida útil de um ativo imobilizado são revisados pelo menos ao final de cada 
exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança 
deve ser contabilizada como mudança de estimativa contábil, segundo a NBC-T 
19.11 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro.
No ativo intangível estão classificados os direitos que tenham por objeto 
bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com 
essa finalidade, como, por exemplo: softwares, patentes, direitos autorais, 
direitos sobre filmes cinematográficos, franquias, relacionamentos com 
clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes, participação no mercado e 
direitos de comercialização, goodwil etc.
Capítulo 1
29 Contabilidade Básica II
Passivo Circulante
No Passivo Circulante estão classificadas as obrigações da entidade 
com terceiros, cujo vencimento ocorrerá até 12 meses. Conforme Iudícibus, 
Martins e Gelbcke (2007), estas obrigações podem representar valores fixos 
ou variáveis, vencidos ou a vencer, em uma data ou em diversas datas futuras. 
O Passivo Circulante é subdividido em alguns grupos de obrigações. Os 
principais são: 
 • fornecedores: decorrentes de compras de mercadorias ou produtos 
utilizados no processo de produção ou comercialização da entidade;
 • obrigações trabalhistas: representam os valores devidos aos 
empregados bem como encargos incidentes sobre os valores, como 
por exemplo, salários a pagar, férias a pagar, INSS e FGTS a pagar 13º 
salário a pagar etc;
 • obrigações fiscais: correspondem os compromissos assumidos junto 
ao governo federal, estadual e municipal oriundos das atividades de 
compra e venda de produtos, mercadorias e prestação de serviços, 
como, por exemplo, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, ICMS, ISS a pagar;
 • empréstimos e financiamentos: correspondem aos valores captados 
pela entidade junto a entidades financeiras. Por exemplo: empréstimos 
bancários, financiamentos etc. 
Passivo Não Circulante
No Passivo Não Circulante são classificadas as obrigações da entidade 
com terceiros, cujo vencimento ocorrerá após 12 meses.
Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido representa o valor contábil da entidade, uma vez 
que: ativo (bens e direitos) menos passivo (obrigações) = Patrimônio Líquido. 
Segundo Perez e Begalli (2002), “O Patrimônio Líquido de uma empresa 
representa a riqueza pertencente aos proprietários [...] e está formalmente 
dividido em lei”. Esta divisão está demonstrada da seguinte forma: capital 
Capítulo 1
30 Contabilidade Básica II
social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros 
e prejuízos acumulados.
Apresenta-se a seguir, um modelo de Plano de contas:
1. Ativo
1.1 Ativo circulante
1.1.1 Ativo circulante – disponível
1.1.1.1 Ativo circulante – disponível – caixa
1.1.1.2 Ativo circulante – disponível – bancos
1.1.1.2.1 Ativo circulante – disponível – bancos – Banco do Brasil
Tabela 9 – Planos de Contas
PlAno de ContAs
Código ContAs
1.
1.1 
1.1.1
1.1.1.1
1.1.1.2
1.1.1.2.1
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
DISPONÍVEL
Caixa
Bancos
Banco do Brasill
Fonte: Voges (2011)
Após os conhecimentos adquiridos sobre o Plano de contas, salienta-se 
que o Balanço Patrimonial é estruturado de acordo com as normas estabelecidas 
pela legislação brasileira. Sendo oportuno salientar que, recentemente, o 
Balanço Patrimonial sofreu mudanças significativas na sua estrutura e forma 
de apresentação com o advento da Lei 11.638/11 e Medida Provisória 449/08.
A globalização dos negócios e os crescimentos dos investimentos 
estrangeiros fez com que surgisse a necessidade de unificar os demonstrativos 
financeiros, corroborando, então, com a adequação às melhores práticas 
contábeis internacionais – IASB (Internacional Accounting Standards Board).
Outra classificação muito importante do Balanço Patrimonial diz respeito 
à tempestividade das contas, sendo essas classificadas entre circulante e não 
circulante. Para as contas do circulante, deve-se considerar os itens com prazo até 12 
meses, de recebimento ou pagamento. Para aquelas que ultrapassarem 12 meses, 
consideradas de longo prazo, essas devem ser classificadas como não circulante.
Capítulo 1
31 Contabilidade Básica II
Diante do exposto, veja as principais mudanças introduzidas no Balanço 
Patrimonial:
Quadro 4 – Evolução do Balanço Patrimonial
(Como Era) BALANÇO PATRIMONIAL
ativo
ativo Circulante (aC)
ativo realizável a longo prazo (arlp)
ativo permanente
 InvestimentoImobilizado
 Diferido
passivo
passivo Circulante (pC)
passivo Exigível a longo prazo (pElp)
patrimônio líquido
(Como FiCou) BALANÇO PATRIMONIAL
ativo
ativo Circulante (aC)
ativo não-Circulante (anC)
 Realizável a Longo Prazo
 Investimentos
 Imobilizado
 Intangível
passivo
passivo Circulante (pC)
passivo não-Circulante (pnC)
 Exigível a Longo Prazo
patrimônio líquido
Fonte: Voges (2011)
Em suma, pode-se observar que as principais mudanças foram:
 • apresentação do ativo e do passivo em dois grandes grupos 
denominados circulante e não circulante;
 • extinção da nomenclatura do Ativo Permanente, sendo substituído 
pelo Ativo não Circulante;
 • criação do grupo ativo intangível;
 • incorporação dos grupos realizável a longo prazo e exigível a longo 
prazo no Passivo Não Circulante.
Capítulo 1
32 Contabilidade Básica II
1.2.3 Contas redutoras do Balanço Patrimonial 
As contas redutoras ou retificadoras do Balanço Patrimonial são as 
contas que têm saldo contrário ao saldo do grupo ao qual pertencem. Logo, 
as contas redutoras do ativo possuem saldo credor, as quais são: duplicatas 
descontadas, depreciação acumulada, amortização acumulada, provisão para 
crédito de liquidez duvidosa etc. Já as contas redutoras do passivo têm saldo 
devedor, tais como: prejuízos acumulados, ações em tesouraria, custos de 
exercícios futuros etc.
As contas redutoras de valores do ativo e do passivo devem ser 
posicionadas no Balanço Patrimonial, logo abaixo da conta a que se refere, 
ativa ou passiva, precedidas do sinal indicativo de subtração. Apresenta-se a 
seguir um exemplo de conta retificadora do ativo:
Quadro 5 – Exemplo de Conta Retificadora do Ativo Não Circulante
ATIVO
ATIVO NÃO CIRCULANTE
 Permanente
 Imobilizado
 Veículos
 (-) Depreciação acumulada)
Fonte: Voges (2011)
Contudo, as contas redutoras ou retificadoras do Balanço Patrimonial 
possuem a finalidade de ajustar o saldo do patrimônio (ativo ou passivo), 
corroborando com os princípios e práticas contábeis.
1.2.4 Elaboração do Balanço Patrimonial 
Caro aluno, nos tópicos anteriores, vimos o funcionamento da 
contabilidade por meio de balanços sucessivos. A partir de agora, vamos 
utilizar uma metodologia que nos permitirá mais agilidade e segurança na 
contabilização. Vou abordar os conceitos e mecanismos de débito e crédito e, 
também, a apuração de saldos das contas patrimoniais e de resultado.
Capítulo 1
33 Contabilidade Básica II
Para isto, precisamos relatar que a ciência contábil teve seu marco 
histórico em 1494 quando foi publicado, na Itália, pelo Frade Franciscano Luca 
Pacioli, o tractatus de Computis et scripturis, parte da obra intitulada summa 
de arithmética, proportionati et proporcionalitá que descreve o método das 
partidas dobradas.
método das partidas Dobradas = para todo débito existe um crédito
O método das partidas dobradas é um procedimento que permite o 
controle individual de cada conta contábil, registrando individualmente 
os aumentos e diminuições de valores que nelas ocorrerem. Este controle 
individual é realizado por meio de razonetes, que nada mais são que uma 
representação da movimentação de valores ocorridos em cada conta. O 
razonete é representado da seguinte forma:
Tabela 10 – Razonete
nome da Conta
Débito Crédito
Fonte: Voges (2011)
Nota-se que o razonete em sua estrutura possui bastante semelhança 
com o Balanço Patrimonial. O método das partidas dobradas consiste no fato 
de que para qualquer operação há um débito e um crédito de igual valor. 
Portanto, não existe débito sem crédito. Logo, observa-se que no mundo dos 
negócios as ações seguem uma “estrada de mão dupla”.
Capítulo 1
34 Contabilidade Básica II
Exemplo do mecanismo das partidas dobradas:
A empresa JJ Aprendiz solicita ao banco um empréstimo no valor de 
R$ 400 mil.
Figura 2 – Razonetes na prática
Aumento do 
Ativo (D)
Entrada do valor 
na conta bancária 
da empresa
Aumento do 
Passivo (C)
Registro da 
obrigação diante
 da aquisição 
do empréstimo
ATIVO
D Banco cta. Movim. C
Razonetes
PASSIVO
D Emprest. Bancários C
400.000,00 400.000,00
Lançamentos DUPLOS => Débito 400.000
Crédito 400.000
Fonte: Voges (2011)
Como já vimos, o fato contábil necessita de registro, o qual ocorre por 
meio de um lançamento em contas, conforme o fluxo de informações abaixo:
Fato Contábil
lançamento 
Contábil
Conta Contábilregistro Contábil
 • fato contábil: é uma ação que provoca uma alteração nos elementos 
do Patrimônio ou Resultado da entidade;
 • registro contábil: a necessidade da contabilidade em registrar os 
fatos contábeis;
 • lançamento contábil: ato de registrar a ocorrência de um ou mais 
fatos contábeis;
 • contas contábeis: são representações gráficas que evidenciam os 
lançamentos contábeis de diversas naturezas.
Diante do estudo da contas contábeis, é importante ressaltar que 
essas são classificadas em contas patrimoniais e contas de resultados. As 
contas patrimoniais representam a situação do patrimônio da entidade 
(bens, direitos, obrigações e Patrimônio Líquido), logo, estão localizadas no 
Balanço Patrimonial. 
Capítulo 1
35 Contabilidade Básica II
Já as contas de resultado representam as situações que modificam o 
Patrimônio Líquido (despesas e receitas). O resultado entre receita menos 
despesas é transportado para o Patrimônio Líquido na forma de lucro ou prejuízo.
Portanto, analisando o razonete acima, você vai concluir que:
 • as contas do ativo têm saldo devedor, onde os débitos são superiores 
aos créditos. O débito significa aplicação dos recursos. Sempre que os 
recursos são aplicados, como compra de bens, pagamento de dívidas, 
existe um débito na conta correspondente;
 • as contas de passivo têm saldo credor, onde os créditos são 
superiores aos débitos. O crédito significa origem de recursos. Esta 
origem pode ser proveniente dos sócios, a venda de serviços, a 
obtenção de um empréstimo, entre outros, implicará sempre num 
crédito na conta referente;
 • as contas de Patrimônio Líquido têm saldo credor, onde os créditos 
são superiores aos débitos. Portanto, as contas de receitas provocam 
aumento no Patrimônio Líquido, que normalmente possui saldo 
credor, logo as receitas só podem ter saldo credor; as despesas, por 
sua vez, diminuem no Patrimônio Líquido, que normalmente possui 
saldo credor, logo as despesas só podem ter saldo devedor.
Figura 3 – Calculando o saldo credor e devedor
Fonte: Christian Ferrari <www.sxc.hu>
Capítulo 1
36 Contabilidade Básica II
As contas são movimentadas individualmente, registrando-se seus 
aumentos ou diminuições de acordo com o método das partidas dobradas.
Contudo, podemos no quadro abaixo resumir que:
Quadro 5 – Método das partidas dobradas 
natUrEZa Das Contas
para o salDo
saldo aumentar Diminuir
ativo = BEns E DirEitos
passivo = oBriGaçÕEs Com tErCEiros
patrimÔnio lÍQUiDo
rECEitas
DEspEsas
D
C
C
C
D
D
C
C
C
D
C
D
D
D
C
Fonte: Voges (2011)
As contas do ativo, por terem saldo devedor, são aumentadas com 
lançamento de débito e diminuídas com um lançamento de crédito, como, por 
exemplo, no momento do recebimento de uma duplicata de clientes à vista, 
onde o débito será registrado na conta caixa, no ativo, pela entrada do valor 
do dinheiro. Já o crédito será realizado na conta duplicatas a receber, no ativo, 
pela baixa do saldo de duplicatas a receber.
Já as contas do passivo, por terem saldo credor, são aumentadas com 
lançamento de crédito e diminuídas com lançamento de débito. Por exemplo, 
a compra de mercadorias para o estoque a prazo, onde o débito é realizadona conta estoque, no ativo, pela entrada de mercadorias, e o crédito na conta 
de fornecedores, no passivo, pelo registro da compra a prazo.
As contas de receitas e despesas, chamadas de 
contas de resultado também são movimentadas 
pela contabilidade por meio de razonetes, da 
mesma forma que as contas de ativo, passivo e 
Patrimônio Líquido (contas patrimoniais).
SAIBA QUE
Capítulo 1
37 Contabilidade Básica II
Após o lançamento dos fatos nos razonetes você deve então proceder 
a apuração do saldo de cada razonete, ou seja, a apuração de débitos menos 
créditos. Feito isso, chegou a hora de encerrar as contas de resultado para 
então elaborar do Balanço Patrimonial.
Mas como fica a contabilidade agora, com o registro em razonetes de 
todas as contas contábeis, de patrimônio e de resultado?
Vamos exemplificar com as operações que seguem:
 • imagine que a Cia. Aprendiz foi criada com a finalidade de prestar 
serviço. Foi constituída com um imóvel alugado e um capital total de 
R$ 10.000,00 em dinheiro;
 • em seguida, adquire à vista, móveis e utensílios no valor de R$ 1.000,00;
 • posteriormente, a Cia. Aprendiz vende um serviço por R$ 3.000,00 
a vista;
 • pagou salário de funcionário no valor de R$ 1.200,00;
 • paga aluguel no valor de R$ 600,00
Diante destes fatos, pergunto:
A Cia. Aprendiz é lucrativa? E como fica o seu Balanço Patrimonial?
Para obter estas respostas, primeiramente você tem que registrar os fatos 
nos razonetes, utilizando o método das partidas dobradas, onde para todo 
crédito existe um débito corresponde. Após os lançamentos deve-se apurar o 
saldo individual de cada conta, por meio da soma dos débitos menos créditos.
Capítulo 1
38 Contabilidade Básica II
Tabela 11 – Resolução das operações da Cia. Aprendiz
Caixa - aC
Débito Crédito
a
c
10.000,00
3.000,00
1.000,00
1.200,00
600,00
b
d
e
13.000,00 2.800,00
saldo 10.200,00
Capital social - pl
Débito Crédito
10.000,00 a
- 10.000,00
 saldo 10.000,00
móveis/Utensílios - aC
Débito Crédito
b 1.000,00
1.000,00
saldo 1.000,00
venda de serviços - r
Débito Crédito
3.000,00 c
3.000,00
saldo 3.000,00
Desp. com aluguel - r
Débito Crédito
e 600,00
600,00
 saldo 600,00
Desp. com salários - r
Débito Crédito
d 1.200,00
1.200,00
saldo 1.200,00
Fonte: Voges (2011)
Após a apuração dos saldos, você vai concluir o exercício, transferindo os 
saldos das contas de resultado para razonete, ou seja, o resultado.
Tabela 12 – Encerramento das contas de resultado da Cia. Aprendiz
venda de serviços - r
Débito Crédito
3.000,00 c
1 – 3.000,00
saldo 3.000,00 3.000,00
Desp. com aluguel - r
Débito Crédito
e 600,00
600,00 –
saldo 600,00 600,00 2
Desp. com salários - r
Débito Crédito
d 1.200,00
1.200,00 –
saldo 1.200,00 1.200,00 3
rEsUltaDo
Despesas receitas
2
3
600,00
1.200,00
3.000,00 1
1.800,00 3.000,00
saldo 1.200,00
Fonte: Voges (2011)
Capítulo 1
39 Contabilidade Básica II
Note que efetuamos a transferência dos valores das contas de receitas 
e despesa, por meio de lançamentos contábeis (lançamentos 1, 2 e 3), para 
a conta de resultado. Agora o próximo procedimento é transferir o saldo da 
conta de resultado para a conta de lucros acumulados, do Patrimônio Líquido.
Tabela 13 – Transferência do Resultado para o Patrimônio Líquido
lucros acumulados – pl
Débito Crédito
1.200,00 4
1.200,00
rEsUltaDo
Despesas receitas
2
3
600,00
1.200,00
3.000,00 c
1.800,00 3.000,00
4 1.200,00
Fonte: Voges (2011)
Caro aluno, nesta ocasião podemos responder à primeira pergunta 
que questiona se a Cia. Aprendiz é lucrativa, e como vimos na apuração do 
resultado acima, a Cia. Aprendiz obteve um lucro de R$ 2.400,00, sendo uma 
empresa lucrativa até o momento.
Após isso, poderemos elaborar o Balanço Patrimonial, em resposta à 
segunda pergunta.
Quadro 6 – Balanço Patrimonial da Cia. Aprendiz
BALANÇO PATRIMONIAL – CIA. APRENDIz
Ativo passivo
ativo Circulante - aC
 Disponibilidades
 Caixa
ativo não Circulante - anC
 Imobilizado
 Móveis e Utensílios
 10.200,00
 980,00
passivo Circulante - pC
patrimônio líquido
 Capital Social
 Lucros Acumulados
 10.000,00
 1.200,00
total 11.200,00 total 11.200,00
Fonte: Voges (2011)
Capítulo 1
40 Contabilidade Básica II
O Balanço Patrimonial tem por finalidade apresentar a situação 
patrimonial da empresa em um determinado momento, dentro de 
determinados critérios de avaliação. Sendo assim, é a demonstração que 
encerra a sequência dos procedimentos contábeis, apresentando de forma 
ordenada o três elementos do patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
1.3 Aplicando a teoria na prática
Para melhor vislumbrar o que você estudou até agora, sugiro o 
acompanhamento do caso a seguir, que poderíamos intitular “O controle do 
Fluxo de Caixa e o papel do contador como gerador de informações”, para 
que você possa refletir sobre o conteúdo que estudou neste capítulo. 
Vimos nos tópicos anteriores que a contabilidade possui o controle e 
registro dos fatos administrativos e, por este motivo, segue seu papel na 
tomada de decisão. Vamos exercitar o conhecimento?
Uma empresa do ramo de doces realizava com frequência vendas por 
encomenda. O cliente adiantava 20% do valor do valor devido, sendo o 
restante pago em 12 parcelas de igual valor. Porém, esta empresa, ao realizar 
suas compras, também utilizava a forma de adiantamento de 30% do valor 
da compra e o restante dividido em 6 parcelas de igual valor. Outra prática 
utilizada pela empresa é o adiantamento de 20% do salário aos funcionários. 
Que análise você faz deste panorama?
Caro aluno, perceba, num primeiro momento, que empresa utiliza 
da forma adiamento para quase todas das suas atividades, o que gera um 
descontrole total do Fluxo de Caixa. Outro ponto de relevância seria a 
diferença entre os percentuais de adiantamento, e também a diferença no 
número de parcelas negociadas a prazo tanto para o cliente quanto para 
o fornecedor. Ou seja, a empresa recebe adiantado dos seus clientes 20%, 
mas paga adiantado aos seus fornecedores o percentual de 30%, gerando 
uma possível saída de caixa maior que a entrada. Fato também relevante 
seria a negociação das parcelas do cliente numa tempestividade maior que a 
negociação com fornecedores, dificultando a gestão do capital de giro diante 
do Fluxo de Caixa. 
Capítulo 1
41 Contabilidade Básica II
Contudo, o empresário, a fim de atender as suas próprias necessidades 
para dar suporte ao processo de tomada de decisões, tem o privilégio e o direito 
de obter informações muito mais detalhadas ou adicionais às apresentadas 
nas demonstrações contábeis. 
Iudícibus e Marion (2002) dizem que a tarefa básica do contador é produzir 
e/ou gerenciar tais informações úteis, sempre levando em consideração a 
prontidão, clareza e precisão. Então, caro aluno, diante deste caso, o contador 
tem o dever de orientar o empresário nas negociações e, principalmente, no 
controle do Fluxo de Caixa. 
1.4 Para saber mais
título: Contabilidade comercial: atualizado conforme a Lei n° 
11.638/07 e Lei n° 11.941/09
Autores: IUDíCIBUS, S.; 
MARION, J. C. Editora: Atlas Ano: 2010
Nesta obra os autores abordam de forma completa o tema as 
novas normas e práticas contábeis. Vale a pena a leitura e para 
complementar seus estudos.
título: Pai rico e pai pobre
Autores: KIyOSAKI, R. J.; 
LECHTER L. S. Editora: Elsevier Ano: 2004
Segundo os autores, a educação formal não prepara as crianças para 
a vida real, e boas notas e formação não bastam para garantir o 
sucesso de alguém.A diferença está entre ter o controle do próprio 
destino ou não. O livro traz lições para controlar o destino e tornar-
se bem sucedido.
site: Conselho Federal de Contabilidade
URL: <http://www.cfc.org.br>
Neste site você encontra informações complementares sobre 
as Normas Brasileiras de Contabilidade, além de acompanhar 
a evolução das mudanças ocorridas com o advento da Lei das 
Sociedades Anônimas, Lei nº 11.638/07.
Capítulo 1
42 Contabilidade Básica II
1.5 Relembrando
Neste capítulo, você aprendeu que:
 • o Balanço Patrimonial é uma demonstração ordenada e estática;
 • para elaborar o Balanço Patrimonial, são necessários conhecimentos 
sobre o método das partidas dobradas, em que para todo crédito 
existe um débito correspondente;
 • na elaboração dos registros contábeis é imprescindível a noção sobre 
os elementos necessários para mensuração e reconhecimento dos 
fatos administrativos que devem ser contabilizados;
 • a contabilidade assume um papel importante na tomada de decisão, 
devido a sua amplitude de controle e registros.
1.6 Testando os seus conhecimentos
Agora, por meio das atividades acadêmicas propostas a seguir, você 
irá colocar em prática o conteúdo estudado. Resolva as operações contábeis 
utilizando o método das partidas dobradas. Posteriormente, elabore o Balanço 
Patrimonial e analise se a empresa é lucrativa e se consegue pagar duas dívidas 
com recursos gerados. Bom trabalho!
1) Dia 04/05 – a Comercial TUBIAS, empresa constituída nesta data, recebe de 
seus sócios R$ 15.000,00 para integralização do capital inicial, composto por 
depósito em Banco do Brasil C/c da empresa no valor de R$ 10.000,00 e R$ 
5.000,00 em móveis para o escritório;
2) Dia 05/05 – adquire mercadorias para estoque, no total de R$ 4.000,00, 
sendo R$ 3.000,00 pagos a vista em cheque e o restante pago em 09/05;
3) Dia 07/05 – adquire um veículo, para entrega de mercadorias, no valor de R$ 
6.000,00 sendo 50% pago à vista em cheque e o restante com financiamento 
bancário a curto prazo;
Capítulo 1
43 Contabilidade Básica II
4) Dia 09/05 – pagamento da dívida do dia 05/05 em cheque;
5) Dia 12/05 – compra de mercadorias para estoque por R$ 5.000,00, sendo 
50% à vista com cheque e o restante para 60 dias;
6) Dia 14/05 – os sócios aumentam o capital social em R$ 5.000,00 em dinheiro, 
depositados em banco;
7) Dia 18/05 – adquire um terreno no valor de R$ 5.000,00, tendo sido entregue 
um cheque de R$ 2.000,00 no ato e o restante será pago em 24 parcelas iguais;
8) Dia 24/05 – compra mobília para o escritório no valor de R$ 600,00, pago 
em cheque.
Onde encontrar
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade. São Paulo: Atlas, 2010.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Campos, 1999.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. introdução à teoria da contabilidade. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
______.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. manual de contabilidade das sociedades 
por ações. São Paulo: Atlas, 2007. 
MARION, J. C. Contabilidade básica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
PADOVEZE, C. L. manual de contabilidade básica: uma introdução à prática 
contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
PEREZ, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração das demonstrações contábeis. 3. ed. 
São Paulo: Atlas, 2002.
Capítulo 1
44 Contabilidade Básica II
Capítulo 2
45 Contabilidade Básica II
DEmonstração Do 
rEsUltaDo Do ExErCÍCio
CAPÍTULO 2
2.1 Contextualizando
Caro aluno! Neste capítulo apresentarei a você as técnicas de elaboração 
da Demonstração do Resultado do Exercício, também conhecida pela sigla 
DRE. Sua estrutura segue uma forma resumida da movimentação econômica 
da empresa em um determinado período, com a intenção de demonstrar o 
resultado líquido deste. O resultado pode ser positivo, negativo ou nulo. Por 
este motivo, o conteúdo deste capítulo seguirá as normas e práticas contábeis, 
desde as receitas brutas até o resultado líquido do exercício. 
Ao fim, você será capaz de: 
 • identificar os elementos estruturais e conceituais da Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE);
 • distinguir os principais elementos para a apuração do Resultado 
do Exercício;
 • manusear as ferramentas necessárias para mensuração e 
reconhecimento dos fatos administrativos diante da Demonstração 
do Resultado do Exercício. 
Mãos à obra!
2.2 Conhecendo a teoria
Você já refletiu sobre os aspectos que influenciam no resultado das 
empresas? E que o Patrimônio Líquido, apresentado no Balanço Patrimonial, 
representa a riqueza líquida da entidade? Assim, chegou o momento de 
Capítulo 2
46 Contabilidade Básica II
aprofundar seus conhecimentos. É fundamental a sua participação, caro aluno, 
para o melhor aproveitamento da disciplina. Vamos começar então? 
LEMBRETE
Enquanto o Balanço Patrimonial busca 
apresentar a situação financeira da empresa, 
como, por exemplo, investimentos, capacidade 
de pagamento, contas a receber e contas a pagar, 
entre outros, a Demonstração do resultado do 
Exercício evidencia a situação econômica da empresa, ou seja, lucro 
ou prejuízo, por meio da relação entre receitas, custos e despesas.
Como você pode observar, o Balanço Patrimonial tem um papel 
importante na avaliação da situação financeira da empresa, ou seja, quanto 
à disponibilidade de recursos e de endividamento. Já a Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE) reafirma a situação econômica da empresa, isto 
é, a situação de ganho ou de perda em suas atividades operacionais.
De acordo com Marion (2008), a 
Demonstração do Resultado do Exercício 
é um resumo ordenado das receitas e 
despesas da empresa em determinado 
período, normalmente 12 meses. A 
imagem ao lado representa o conceito 
do autor. Hoje, cada vez mais, é preciso 
que a empresa mantenha seus recursos 
em equilíbrio. O desafio do empresário 
é manter a paridade entre receitas e 
despesas. Lembre-se que, apesar do Brasil 
estar numa situação econômica estável, o 
mundo é globalizado.
A Lei Federal n° 11.638, 28 de dezembro de 2007, que conduz as 
Sociedades Anônimas por Ações e as demais sociedades, estabelece em seu 
Art. 187 a ordem que a Demonstração de Resultado do Exercício deve ser 
apresentada e publicada.
Figura 1 – Na empresa, equilibrar receitas e 
despesas é fundamental
Fonte: Zadorozhnyi Viktor <www.sshutterstock.com>
Capítulo 2
47 Contabilidade Básica II
Ainda tratando do resultado da entidade, e diante da complexidade 
deste assunto, você deve levar em consideração o princípio da Realização da 
Receita e a Confrontação com a despesa. Logo, só se caracteriza a despesa com 
a Realização da Receita. Segundo a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica 
(NBCT 1), as receitas e despesas podem ser evidenciadas na Demonstração do 
Resultado do Exercício de várias maneiras, sempre com a intenção de colaborar 
com o usuário da informação contábil na tomada de decisão.
 No capítulo anterior, você estudou os elementos que compõem o 
patrimônio de uma empresa. Você já refletiu sobre como apurar a riqueza de 
uma entidade? 
Em primeiro lugar, é necessário que você conheça alguns conceitos 
básicos sobre quais itens compõem a apuração do resultado ou da riqueza de 
uma entidade, tais como: as receitas que representam o ato de comercializar 
produtos, serviços e ativos, e as despesas que representam os esforços na 
geração das referidas receitas.
Portanto, para avaliar o desempenho de uma entidade, ou ainda, a 
riqueza por ela gerada, a contabilidade é viabilizada por meio da Demonstração 
do Resultado do Exercício, a consolidação de todos os registros sobre a 
movimentação das receitas e despesa, e, o resultado final das atividades 
operacionalizadas. Partindo disto, apresento notópico a seguir os critérios 
básicos e a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício.
2.2.1 Critérios contábeis básicos
Antes de aprofundar os conhecimentos sobre a elaboração e a estrutura 
da Demonstração do Resultado do Exercício, você deve conhecer os regimes 
de contabilização que são: Regime de Competência e Regime de Caixa. 
Tais regimes de contabilização levam em consideração o princípio da 
Realização da Receita e da Confrontação da despesa, ou seja, determinam 
quando as receitas e as despesas serão efetivamente contabilizadas.
O Regime de Competência considera as receitas e despesas contabilizadas 
no momento que estas foram geradas, não importando o recebimento ou o 
pagamento. Já o Regime de Caixa considera a receita e a despesa, mas apenas 
aquelas efetivamente recebidas e pagas. A diferença entre o Regime de 
Capítulo 2
48 Contabilidade Básica II
competência e Regime de Caixa, segundo Iudícibus e Marion (2002), é quando 
se escolhe como ponto normal de reconhecimento da receita aquele em que 
produtos ou serviços são transferidos ao cliente e não, propriamente, o ponto 
em que o dinheiro é recebido. 
Diante disto, existem duas formas de apurar e demonstrar o resultado 
da empresa: pelo Regime de Competência, que evidencia um resultado 
econômico, ou Regime de Caixa, que apresenta um resultado financeiro.
Agora, caro aluno, após o entendimento sobre as formas de apurar o 
Resultado do Exercício, é importante também conhecer as contas de resultados, 
aquelas utilizadas na apuração do resultado (lucro ou prejuízo) e da riqueza 
gerada em determinado exercício social.
Contabilmente, o patrimônio de uma entidade é constituído de bens, 
direitos e obrigações, mas ninguém irá investir em uma empresa sem pensar 
no lucro que ela gera. Portanto, este lucro, ou riqueza gerada, é apurado por 
meio das contas de resultado, denominadas receitas, custos e despesas.
As entradas de itens no Ativo podem ser consideradas como receitas 
derivadas de uma venda de produto, mercadoria ou serviço. Ou ainda, uma 
entrada no Ativo originada de um ganho de aplicação financeira. 
As atividades operacionais das entidades, venda 
de mercadoria ou serviço, ou ainda as atividades 
não operacionais que possuem a intenção de 
ganho, aplicação financeira e juros recebidos, 
devem ser classificadas como receita, pois ambas 
têm o propósito de um benefício econômico. 
SAIBA QUE
As despesas representam o oposto das receitas, sendo a redução dos 
benefícios econômicos da entidade que surgem normalmente, por meio das 
atividades operacionais, por meio dos custos ou redução de ativos e aumento 
de passivos que corroboram com a redução do Patrimônio Líquido. Por 
exemplo: despesa com energia elétrica, custo da mercadoria vendida, descontos 
concedidos aos clientes, juros pagos, despesa com salários, entre outros.
Capítulo 2
49 Contabilidade Básica II
Para Iudícibus (2009), a despesa representa a utilização ou consumo de 
bens e serviços no processo de produzir receitas.
Logo, as despesas surgem da necessidade de geração de receitas. 
Por exemplo: as despesas com salários e encargos existem pelo fato dos 
funcionários estarem colaborando para a venda de produtos e serviços e 
que, consequentemente, irão gerar receita ou ganho. As despesas com as 
compras de mercadoria ou matéria-prima que serão revendidas ou utilizadas 
no processo produtivo, onde ambas contribuirão para a geração de receita, 
seriam outro exemplo.
 Vamos imaginar uma cena muito comum nos canteiros de obras. Na 
sexta-feira à tarde, o administrador faz o pagamento semanal dos operários. O 
que queremos mostrar com esta ideia? Que as despesas de salários e encargos 
só existem pelo fato de os colaboradores estarem contribuindo para a venda 
de produtos e serviços – o que, consequentemente, irá gerar receita. 
Figura 2 – Salários são contabilizados no item despesa da DRE
Fonte: Svilen Milev <www.sxc.hu>
Segundo Iudícibus (2009), o que caracteriza a despesa é o fato dela tratar 
de expirações de fatores de serviços, direta ou indiretamente relacionados 
com a produção e a venda do produto ou serviço da entidade.
Portanto, todas as despesas devem ser geradas com o foco de gerar de 
receita, se não agora, mas num futuro próximo. 
Capítulo 2
50 Contabilidade Básica II
LEMBRETE
As despesas provocam diminuições no Ativo, 
quando pagas, ou aumentos no passivo quando 
geradas e não pagas imediatamente.
Saliento que receitas e despesas só existem quando são confrontadas. 
Vamos saber um pouco mais sobre isso? Quando compramos uma mercadoria 
para revenda, encontramos a situação do custo com a compra e, também, o 
pagamento desta com a redução de um Ativo, normalmente caixa ou banco.
Contudo, o confronto entre receitas menos despesas resulta na apuração 
do Resultado do Exercício, podendo ser positivo (lucro), quando as receitas 
forem superiores as despesas, e quando o inverso, o resultado é negativo 
(prejuízo). A composição deste resultado é apresentada na Demonstração de 
Resultado do Exercício (DRE) que será abordada no próximo item.
2.2.2 Critérios básicos de apresentação 
Na determinação do Resultado do Exercício, e para melhor entendimento 
sobre a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é preciso considerar os 
princípios contábeis que norteiam a contabilidade das entidades no que tange 
ao reconhecimento das receitas, custos e despesas. 
Este assunto é expresso no § 1º do Art. 187 da Lei 11.638/2007, como segue:
na apuração do resultado você deve considerar as receitas e os 
rendimentos ganhos no período, independentemente da sua 
realização em moeda; os custos, despesas, encargos e perdas, pagos 
ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
Desta forma, os elementos citados fazem referência ao princípio 
da Realização da Receita e do Confronto da Despesa, como você já viu 
anteriormente. Cabe ressaltar que, com base nesse princípio contábil, as 
receitas são reconhecidas a partir do momento em que são realizadas, ou 
seja, quando há o repasse de mercadorias, produtos ou serviços, indiferente se 
nestas transações houver ou não o pagamento à vista. 
Capítulo 2
51 Contabilidade Básica II
Segundo Iudícibus e Marion (2002), escolhe-se como ponto normal de 
reconhecimento da receita aquele em que produtos ou serviços são transferidos 
ao cliente e não, propriamente, o ponto em que o dinheiro é recebido.
Já as despesas estão intimamente ligadas à Realização da Receita, ou 
seja, as despesas devem ser confrontadas e reconhecidas contabilmente a 
partir do momento em que gerarem receitas. 
Assim, observa-se a aplicação do Regime da Competência para realização 
das receitas e confrontação das despesas.
Conforme Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007), as 
receitas e despesas são apropriadas ao período 
em função de sua incorrência e da vinculação 
da despesa à receita, independente de seus 
reflexos no caixa.
SAIBA QUE
Os critérios de apresentação da evolução das receitas e despesas por meio 
da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) estão descritos na Lei 6.404, de 
15 de dezembro de 1976, que regula as Sociedades por Ações e, por conseguinte, 
as demais sociedades, inclusive as Sociedades Limitadas. Essa legislação foi 
alterada pela Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que estabelece em seu 
Art. 187 a organização que a Demonstração de Resultado do Exercício deve ser 
apresentada, para fins de publicação, além de outras providências.
Em conformidade com o Art. 187 da Lei das Sociedades por Ações, que 
trata sobre correta apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício, 
destacam-se os principais pontos:
 • a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes