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CADERNOS DE JURISPRUDÊNCIA princípios 1 2016

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1 
 
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS 
Princípios da Administração Pública 
Direito Administrativo I – Profa. Maria Tereza Fonseca Dias 
Data da atualização: 25/02/2016 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE/JURIDICIDADE 
STJ REsp 1297021 / PR (2013) - ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 5. A Lei 8.429/1992 objetiva coibir, punir e afastar da atividade pública todos 
os agentes que demonstraram pouco apreço pelo princípio da juridicidade, denotando uma degeneração de caráter 
incompatível com a natureza da atividade desenvolvida. (Rel. Min. Eliana Calmon) (Cf. STJ REsp 924.439) 
 
LEGALIDADE X LIMITES DO PODER REGULAMENTAR 
 
STF ADI 1.435-MC (1996) - “Decretos existem para assegurar a fiel execução das leis (art. 84, IV, da CF/1988). A 
EC 8 de 1995 – que alterou o inciso XI e alínea a do inciso XII do art. 21 da CF – é expressa ao dizer que compete à 
União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos 
termos da lei. Não havendo lei anterior que possa ser regulamentada, qualquer disposição sobre o assunto tende a ser 
adotada em lei formal. O decreto seria nulo, não por ilegalidade, mas por inconstitucionalidade, já que supriu a lei 
onde a Constituição a exige. A Lei 9.295/1996 não sana a deficiência do ato impugnado, já que ela é posterior ao 
decreto.” (Rel. Min. Francisco Rezek) 
 
STF ADI 4.568 (2011) “A exigência constitucional de lei formal para fixação do valor do salário mínimo está 
atendida pela Lei 12.382/2011. A utilização de decreto presidencial, definida pela Lei 12.382/2011 como instrumento 
de anunciação e divulgação do valor nominal do salário mínimo de 2012 a 2015, não desobedece o comando 
constitucional posto no inciso IV do art. 7º da CB. A Lei 12.382/2011 definiu o valor do salário mínimo e sua política 
de afirmação de novos valores nominais para o período indicado (arts. 1º e 2º). Cabe ao presidente da República, 
exclusivamente, aplicar os índices definidos legalmente para reajuste e aumento e divulgá-los por meio de decreto, 
pelo que não há inovação da ordem jurídica nem nova fixação de valor.” (Rel. Min. Cármen Lúcia) 
 
STF ADI 996-MC (1994) “Se a interpretação administrativa da lei, que vier a consubstanciar-se em decreto 
executivo, divergir do sentido e do conteúdo da norma legal que o ato secundário pretendeu regulamentar, quer porque 
tenha este se projetado ultra legem, quer porque tenha permanecido citra legem, quer, ainda, porque tenha investido 
contra legem, a questão caracterizará, sempre, típica crise de legalidade, e não de inconstitucionalidade, a inviabilizar, 
em consequência, a utilização do mecanismo processual da fiscalização normativa abstrata. O eventual 
extravasamento, pelo ato regulamentar, dos limites a que materialmente deve estar adstrito poderá configurar 
insubordinação executiva aos comandos da lei. Mesmo que, a partir desse vício jurídico, se possa vislumbrar, num 
desdobramento ulterior, uma potencial violação da Carta Magna, ainda assim estar-se-á em face de uma situação de 
inconstitucionalidade reflexa ou oblíqua, cuja apreciação não se revela possível em sede jurisdicional concentrada.” 
[No mesmo sentido: ADI 4.176-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-6-2012, Plenário, DJE de 1º-8-2012; 
ADI 3.805-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 22-4-2009, Plenário, DJE de 14-8-2009; ADI 2.999, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgamento em 13-3-2008, Plenário, DJE de 15-5-2009; ADI 365-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 7-11-1990, Plenário, DJ de 15-3-1991.] 
 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 
STF RE 589.998 (2013) “Em atenção [...] aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por 
concurso público, a dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam 
serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela 
admissão, sejam também respeitados por ocasião da dispensa. A motivação do ato de dispensa, assim, visa a 
resguardar o empregado de uma possível quebra do postulado da impessoalidade por parte do agente estatal investido 
do poder de demitir. Recurso extraordinário parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF, 
exigindo-se, entretanto, a motivação para legitimar a rescisão unilateral do contrato de trabalho.” (Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski) 
 
STF ADI 3.795 (2011) “Ação direta de constitucionalidade. Art. 4º da Lei 3.769, de 26 de janeiro de 2006, que veda a 
realização de processo seletivo para o recrutamento de estagiários pelos órgãos e entidades do Poder Público do 
Distrito Federal. Violação aos princípios da igualdade (art. 5º, caput) e da impessoalidade (caput do art. 37).” (Rel. 
Min. Ayres Britto) 
2 
 
 
STF RE 191.668 (2008) - "Publicidade de atos governamentais. Princípio da impessoalidade. [...] O caput e o 
parágrafo 1º do art. 37 da CF impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os titulares dos 
cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional que assegura o 
princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter educativo, informativo ou de orientação social é 
incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que caracterizem promoção pessoal 
ou de servidores públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que 
pertença o titular do cargo público mancha o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo 
ou de orientação que constam do comando posto pelo constituinte dos oitenta." (Rel. Min. Menezes Direito) 
 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
 
STF Rcl 6650 (2008) - AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR EM RECLAMAÇÃO. NOMEAÇÃO 
DE IRMÃO DE GOVERNADOR DE ESTADO. CARGO DE SECRETÁRIO DE ESTADO. NEPOTISMO. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 13. INAPLICABILIDADE AO CASO. CARGO DE NATUREZA POLÍTICA. 
AGENTE POLÍTICO. ENTENDIMENTO FIRMADO NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
579.951/RN. OCORRÊNCIA DA FUMAÇA DO BOM DIREITO. 1. Impossibilidade de submissão do reclamante, 
Secretário Estadual de Transporte, agente político, às hipóteses expressamente elencadas na Súmula Vinculante nº 13, 
por se tratar de cargo de natureza política. 2. Existência de precedente do Plenário do Tribunal: RE 579.951/RN, rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, DJE 12.9.2008. [...] 6. Agravo regimental improvido. 
 
STF ADC 12 (2008) - AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, AJUIZADA EM PROL DA 
RESOLUÇÃO Nº 07, de 18.10.05, DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE 
"DISCIPLINA O EXERCÍCIO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES POR PARENTES, CÔNJUGES E 
COMPANHEIROS DE MAGISTRADOS E DE SERVIDORES INVESTIDOS EM CARGOS DE DIREÇÃO E 
ASSESSORAMENTO, NO ÂMBITO DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO E DÁ OUTRAS 
PROVIDÊNCIAS". PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1. Os condicionamentos impostos pela Resolução nº 07/05, do 
CNJ, não atentam contra a liberdade de prover e desprover cargos em comissão e funções de confiança. As restrições 
constantes do ato resolutivo são, no rigor dos termos, as mesmas já impostas pela Constituição de 1988, dedutíveis dos 
republicanos princípios da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da moralidade. 2. Improcedência das 
alegações de desrespeito ao princípio da separação dos Poderes e ao princípio federativo. O CNJ não é órgão estranho 
ao Poder Judiciário (art. 92, CF) e não está a submeter esse Poder à autoridade de nenhum dos outros dois. O Poder 
Judiciário tem uma singular compostura de âmbito nacional, perfeitamente compatibilizada com o caráter 
estadualizado de uma parte dele. Ademais, o art. 125 da Lei Magna defere aos Estados a competência de organizar a 
sua própria Justiça, mas não é menos certo que esse mesmoart. 125, caput, junge essa organização aos princípios 
"estabelecidos" por ela, Carta Maior, neles incluídos os constantes do art. 37, cabeça. 3. Ação julgada procedente para: 
a) emprestar interpretação conforme à Constituição para deduzir a função de chefia do substantivo "direção" nos 
incisos II, III, IV, V do artigo 2° do ato normativo em foco; b) declarar a constitucionalidade da Resolução nº 07/2005, 
do Conselho Nacional de Justiça. 
 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE – Acesso à Informação 
 
STF SS 3.902-AgR-segundo (2011) “Direito à informação de atos estatais, neles embutida a folha de pagamento de órgãos e 
entidades públicas. [...] Caso em que a situação específica dos servidores públicos é regida pela 1ª parte do inciso XXXIII do art. 
5º da Constituição. Sua remuneração bruta, cargos e funções por eles titularizados, órgãos de sua formal lotação, tudo é 
constitutivo de informação de interesse coletivo ou geral. Expondo-se, portanto, a divulgação oficial. Sem que a intimidade deles, 
vida privada e segurança pessoal e familiar se encaixem nas exceções de que trata a parte derradeira do mesmo dispositivo 
constitucional (inciso XXXIII do art. 5º), pois o fato é que não estão em jogo nem a segurança do Estado nem do conjunto da 
sociedade. Não cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgação em causa dizem respeito 
a agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição, agentes estatais agindo ‘nessa 
qualidade’ (§ 6º do art. 37). E quanto à segurança física ou corporal dos servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que ela 
resultará um tanto ou quanto fragilizada com a divulgação nominalizada dos dados em debate, mas é um tipo de risco pessoal e 
familiar que se atenua com a proibição de se revelar o endereço residencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é o preço que 
se paga pela opção por uma carreira pública no seio de um Estado republicano. [...] A negativa de prevalência do princípio da 
publicidade administrativa implicaria, no caso, inadmissível situação de grave lesão à ordem pública.” (Rel. Min. Ayres Britto) 
 
STF RE 191668 (2008) - Publicidade de atos governamentais. Princípio da impessoalidade. Art. 37, parágrafo 1º, da 
Constituição Federal. 1. O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal impedem que haja qualquer tipo 
de identificação entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. O rigor 
do dispositivo constitucional que assegura o princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter educativo, 
3 
 
informativo ou de orientação social é incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos 
slogans, que caracterizem promoção pessoal ou de servidores públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da 
divulgação com o partido político a que pertença o titular do cargo público mancha o princípio da impessoalidade e 
desnatura o caráter educativo, informativo ou de orientação que constam do comando posto pelo constituinte dos 
oitenta. 2. Recurso extraordinário desprovido. 
 
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
STF ADI 3.944 (2010) "Ação direta de inconstitucionalidade. Arts. 7º a 10 do Decreto 5.820, de 29-6-2006, expedido 
pelo presidente da República. Adoção do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). [...] Consignação de canal 
de radiofrequência (ou autorização de uso de espectro de radiofrequência) não se confunde com concessão ou 
autorização do serviço público de radiodifusão de sons e imagens. A primeira (consignação), regulada pela Lei 
9.472/1997, é acessória da segunda (concessão ou permissão). A norma inscrita no art. 7º do Decreto 5.820/2006 (e 
também nos arts. 8º a 10) cuida de autorização de uso do espectro de radiofrequências, e não de outorga de concessão 
do serviço público de radiodifusão de sons e imagens. O que se deu, na verdade, foi o seguinte: diante da evolução 
tecnológica, e para a instituição no país da tecnologia digital de transmissão de sons e imagens, sem interrupção da 
transmissão de sinais analógicos, fez-se imprescindível a consignação temporária de mais um canal às atuais 
concessionárias do serviço de radiodifusão de sons e imagens. Isso para que veiculassem, simultaneamente, a mesma 
programação nas tecnologias analógica e digital. Tratou-se de um ato do presidente da República com o objetivo de 
manter um serviço público adequado, tanto no que se refere à sua atualidade quanto no tocante à sua continuidade. 
Ato por isso mesmo serviente do princípio constitucional da eficiência no âmbito da administração pública. A 
televisão digital, comparativamente com a TV analógica, não consiste em novo serviço público. Cuida-se da mesma 
transmissão de sons e imagens por meio de ondas radioelétricas. Transmissão que passa a ser digitalizada e a 
comportar avanços tecnológicos, mas sem perda de identidade jurídica. Ação julgada improcedente." (Rel. Min. Ayres 
Britto) 
 
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA E PROTEÇÃO DA CONFIANÇA LEGÍTIMA 
 
STF AgRRE n. 118927 (1995) - Concurso – Edital – Parâmetros. Os parâmetros alusivos ao concurso hão de estar 
previstos no edital. Descabe agasalhar ato da Administração Pública que, após o esgotamento das fases inicialmente 
estabelecidas, com aprovação nas provas, implica criação de novas exigências. A segurança jurídica, especialmente a 
ligada à relação cidadão-Estado, rechaça a modificação pretendida. (Rel. Min. Marco Aurélio) 
 
STF RE 405964 (2012) - Agravo regimental no recurso extraordinário. Administrativo. Concurso público. Anulação 
de questões de prova pelo Poder Judiciário. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Teoria do fato consumado. 
Inaplicabilidade. Precedentes. 1. Pacífica a jurisprudência desta Corte de que o Poder Judiciário não pode se substituir 
à banca examinadora do concurso público para aferir a correção das questões de prova e a elas atribuir a devida 
pontuação, consoante previsão editalícia. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas 
dos autos. Incidência da Súmula nº 279/STF. 3. A jurisprudência deste Tribunal é no sentido da inaplicabilidade da 
teoria do fato consumado a casos nos quais se pleiteia a permanência em cargo público, cuja posse tenha ocorrido de 
forma precária, em razão de decisão judicial não definitiva. 4. Agravo regimental não provido. (Rel. Min. Dias 
Toffoli) 
 
STF MS 22357 (2004) - Mandado de Segurança. 2. Acórdão do Tribunal de Contas da União. Prestação de Contas da Empresa 
Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária - INFRAERO. Emprego Público. Regularização de admissões. 3. Contratações 
realizadas em conformidade com a legislação vigente à época. Admissões realizadas por processo seletivo sem concurso público, 
validadas por decisão administrativa e acórdão anterior do TCU. 4. Transcurso de mais de dez anos desde a concessão da liminar 
no mandado de segurança. 5. Obrigatoriedade da observância do princípio da segurança jurídica enquanto subprincípio do Estado 
de Direito. Necessidade de estabilidade das situações criadas administrativamente. 6. Princípio da confiança como elemento do 
princípio da segurança jurídica. Presença de um componente de ética jurídica e sua aplicação nas relações jurídicas de direito 
público. 7. Concurso de circunstâncias específicas e excepcionais que revelam: a boa fé dos impetrantes; a realização de processo 
seletivo rigoroso; a observância do regulamento da Infraero, vigente à época da realização do processo seletivo; a existência de 
controvérsia, à época das contratações, quanto à exigência, nos termos do art. 37 da Constituição, de concurso público no âmbito 
das empresas públicas e sociedades de economia mista. 8. Circunstâncias que, aliadas ao longo período de tempo transcorrido,afastam a alegada nulidade das contratações dos impetrantes. 9. Mandado de Segurança deferido. (Rel. Min. Gilmar Mendes) 
 
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE 
 
STF ADI 1910 MC / DF (2004) – EMENTA: Ação rescisória: argüição de inconstitucionalidade de medidas provisórias (MPr 
1.703/98 a MPr 1798-3/99) editadas e reeditadas para a) alterar o art. 188, I, CPC, a fim de duplicar o prazo para ajuizar ação 
4 
 
rescisória, quando proposta pela União, os Estados, o DF, os Municípios ou o Ministério Público; b) acrescentar o inciso X no art. 
485 CPC, de modo a tornar rescindível a sentença, quando "a indenização fixada em ação de desapropriação direta ou indireta for 
flagrantemente superior ou manifestamente inferior ao preço de mercado objeto da ação judicial": preceitos que adoçam a pílula 
do edito anterior sem lhe extrair, contudo, o veneno da essência: medida cautelar deferida. 1. Medida provisória: excepcionalidade 
da censura jurisdicional da ausência dos pressupostos de relevância e urgência à sua edição: raia, no entanto, pela irrisão a 
afirmação de urgência para as alterações questionadas à disciplina legal da ação rescisória, quando, segundo a doutrina e a 
jurisprudência, sua aplicação à rescisão de sentenças já transitadas em julgado, quanto a uma delas - a criação de novo caso de 
rescindibilidade - é pacificamente inadmissível e quanto à outra - a ampliação do prazo de decadência - é pelo menos duvidosa: 
razões da medida cautelar na ADIn 1753, que persistem na presente. 2. Plausibilidade, ademais, da impugnação da utilização de 
medidas provisórias para alterar a disciplina legal do processo, à vista da definitividade dos atos nele praticados, em particular, de 
sentença coberta pela coisa julgada. 3. A igualdade das partes é imanente ao procedural due process of law; quando uma das 
partes é o Estado, a jurisprudência tem transigido com alguns favores legais que, além da vetustez, tem sido reputados não 
arbitrários por visarem a compensar dificuldades da defesa em juízo das entidades públicas; se, ao contrário, desafiam a medida 
da razoabilidade ou da proporcionalidade, caracterizam privilégios inconstitucionais: parece ser esse o caso na parte em que a 
nova medida provisória insiste, quanto ao prazo de decadência da ação rescisória, no favorecimento unilateral das entidades 
estatais, aparentemente não explicável por diferenças reais entre as partes e que, somadas a outras vantagens processuais da 
Fazenda Pública, agravam a conseqüência perversa de retardar sem limites a satisfação do direito do particular já reconhecido em 
juízo. 4. No caminho da efetivação do due process of law - que tem particular relevo na construção sempre inacabada do Estado 
de direito democrático - a tendência há de ser a da gradativa superação dos privilégios processuais do Estado, à custa da melhoria 
de suas instituições de defesa em juízo, e nunca a da ampliação deles ou a da criação de outros, como - é preciso dizê-lo - se tem 
observado neste decênio no Brasil. (Rel. Min. Sepúlveda Pertence) (Cf. STJ - REsp 650858 / MT – Rel. Min. Luiz Fux) 
 
STF - RMS 24129 (2012) - O caso: utilização indevida de vales para a compra de alimentos e refeições. 
“Proporcionalidade. Tratando-se de demissão fundada na prática de ato de improbidade de natureza culposa, sem 
imputação de locupletamento ou proveito pessoal por parte do servidor, é possível, diante das peculiaridades do caso 
concreto, a análise da proporcionalidade da medida disciplinar aplicada pela Administração. Precedentes: MS 23.041; 
RMS 24.699. Recurso provido. Segurança deferida.” (Rel. Min. Joaquim Barbosa) 
 
STJ - AgRg no REsp 1214561/MG (2012) ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
ESPECIAL. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS. CANDIDATA 
PORTADORA DE ACNE. INDEVIDA EXCLUSÃO DO CERTAME. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA 
RAZOABILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A Jurisprudência dos Tribunais orienta que a 
atuação do Poder Judiciário, no tocante ao controle dos critérios previstos no edital de concurso público, não se limita 
ao mero exame da sua legalidade formal e da competência dos seus agentes, devendo alcançar, também, a 
razoabilidade de suas disposições e a sua proporcionalidade aos objetivos visados no certame. 
2. Afronta a razoabilidade a exclusão de candidata considerada inapta para o cargo tão-somente por ser portadora de 
acne, uma vez que esta condição efetivamente não interfere no exercício da atividade policial; circunstância ainda 
mais evidente no caso dos autos, em que a candidata foi aprovada em todas as demais etapas do certame, e integra a 
corporação desde 2004. 3. Agravo Regimental do Estado de Minas Gerais desprovido. (Rel. Ministro Napoleão 
Nunes Maia Filho) 
 
PRINCÍPIO DA BOA FÉ OBJETIVA 
 
STJ REsp 1373789 / PB (2014) - DIREITO ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. 
CONCURSO PÚBLICO. REGIONALIZADO. CANDIDATO APROVADO. NÚMERO DE VAGAS. EDITAL. DIREITO À 
NOMEAÇÃO. OFERTA. VAGA. CONCURSO DE REMOÇÃO. ABERTURA POSTERIOR. PRETERIÇÃO. [...] 5. A lógica 
do art. 28, inciso I, da Lei 11.415/2006, remete à preferência que deve ser dada aos servidores de carreira no caso da existência de 
cargos vagos, de maneira a conceder-lhes a primazia no preenchimento destes, bem como promovendo-se, de igual modo, a 
movimentação funcional. 6. Somente depois de ofertados os cargos vagos à remoção dos servidores é que deve a Administração 
Pública contabilizar quantos remanesceram sem provimento e a quais unidades administrativas pertencem, podendo remanejá-los 
e, então, ofertá-los em concurso público de admissão. 7. Ao proceder de maneira inversa, isto é, lançando o concurso de admissão 
antes do concurso de remoção, a Administração Pública vincula-se, por obediência aos princípios da boa-fé objetiva e da 
proteção da confiança, ao que declinou por vontade própria, razão pela qual o candidato aprovado em primeiro lugar para a única 
vaga destinada ao Estado da Paraíba tem o direito público subjetivo à nomeação, não sendo possível, sob fundamento no citado 
art. 28, inciso I, da Lei 11.415/2006, que a vaga oferecida nesse concurso de admissão seja remanejada para concurso de remoção 
lançado posteriormente, sobretudo porque tal lei adveio durante o prosseguimento do concurso público. 8. Recurso especial 
conhecido parcialmente e, nessa parte, não provido.

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