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OS PROBLEMAS MAIS GRAVES E MAIS FREQUENTES NO USO DE TESTES PSICOLÓGICOS

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135
A Avaliaçªo Psicológica e os Testes Psicológicos
A avaliaçªo psicológica Ø uma atividade profissional
bastante questionada e controvertida na Psicologia. A
avaliaçªo nªo teve um início que lhe conferisse simpatia:
começou com a rotulaçªo dos doentes e dØbeis
mentais e foi muito criticada por seus mØtodos
psicofísicos e pela pouca precisªo científica de seus
resultados (Anastasi & Urbina, 2000; Ancona-Lopez,
1987).
Durante muitos anos esta prÆtica sofreu as
conseqüŒncias de seu desenvolvimento conturbado; mas,
encontra-se hoje em um momento de modificaçªo. A
avaliaçªo continua a ser questionada e Ø natural que o
seja; tal questionamento verifica-se em todas as Æreas do
conhecimento, sendo œtil e necessÆrio, pois gera estudos
Os Problemas Mais Graves e Mais Freqüentes no
Uso dos Testes Psicológicos
Ana Paula Porto Noronha 1
Universidade Sªo Francisco
Resumo
Considerando a importância da Avaliaçªo Psicológica na atuaçªo profissional do psicólogo, este estudo objetivou identificar os
problemas mais graves e mais freqüentes no uso dos testes psicológicos, segundo a concepçªo de psicólogos e listar os instrumentos
mais utilizados pelos psicólogos. Participaram como sujeitos do estudo 214 psicólogos inscritos no CRP / 6“ Regiªo e o material
utilizado foi um questionÆrio enviado pelo correio. Os resultados demostraram que: 1) segundo os psicólogos, os problemas mais
graves no uso dos testes psicológicos sªo os relativos aos próprios instrumentos e ao seu uso; 2) os problemas mais freqüentes
no uso dos testes psicológicos, segundo os sujeitos, sªo os relativos ao instrumento e à formaçªo dos psicólogos. Concluiu-se que
Ø necessÆrio o estabelecimento de parâmetros específicos para a formaçªo na Ærea.
Palavras-chaves: Avaliaçªo psicológica; formaçªo profissional; testes psicológicos.
The Worst and the Most Common Problems in the Use of the Psychological Tests
Abstract
Considering the importance of the Psychological Assessment in the psychologist·s professional field, this study had the
following goals: to identify the worst and the most commom problems in the use of the psychological tests and to list the most
tests used by the subjects sample. The subjects of this study were 214 licensed psychologists from the Regional Council –
Section 6“ and the instrument used was a questionnaire sent to them by mail. Results showed that: 1) according to the
psychologists, the worst problems in the use of the tests are related to the instruments themselves and its use; 2) the most
frequent problems in the use of the psychological tests, according to the subjects, are related to the instrument and to the
academic preparation of psychologists. Conclusion indicates that there is a crucial need to establish parameters to improve the
academic preparation in this area.
Keywords: Psychological assessment; academic preparation; psychological tests.
1 Endereço para correspondŒncia: Rua Alexandre Rodrigues Barbosa, 45,
Centro, Itatiba, SP, 13.250-000. E-mail: ananoronha@saofrancisco.edu.br
e pesquisas. No que tange à avaliaçªo, seu estudo Ø vÆlido
para reconhecer-lhe a importância e valorizÆ-la.
Para Pasquali (1992), as controvØrsias e os questio–
namentos da avaliaçªo psicológica continuam e continuarªo.
Mas Ø necessÆrio, apoiando umas, superar outras que sªo
devidas a confusıes e incompreensıes de vÆrias naturezas.
Ainda sªo presentes os questionamentos acerca da
necessidade, ou nªo, da realizaçªo da avaliaçªo psicológica
em determinadas Æreas de atuaçªo profissional. De
qualquer forma, parece inconcebível o fato de que as
intervençıes ocorram sem que as tenham precedido as
avaliaçıes, jÆ que ela Ø fundamental para uma atuaçªo
adequada, como discutem muitos autores, dentre eles,
Aftanas (1994), que em seu estudo conclui que a avaliaçªo
psicológica deve ser considerada como uma necessidade
primÆria. Para Witter e David (1996), a avaliaçªo de uma
maneira geral, seja ela psicológica, ou nªo, Ø de extrema
relevância para a tomada de decisıes, ou seja, a avaliaçªo
serve para orientar uma açªo mais segura e adequada do
psicólogo no seu trabalho.
Psicologia: Reflexªo e Crítica, 2002, 15(1), pp. 135-142
136
No entanto, nªo parece ser possível estabelecer uma
concordância entre a comunidade psicológica, no que diz
respeito aos mØtodos e às tØcnicas utilizadas, assim como
ao tempo previsto para a realizaçªo da avaliaçªo, e aos
procedimentos, pois considerando que a Psicologia Ø uma
ciŒncia em que muitas orientaçıes teóricas e leituras de
homem sªo possíveis, e considerando ainda, que hÆ dentro
da psicologia uma grande variedade de contextos de atuaçªo
do psicólogo, o que exige dele diferentes posturas de acordo
com as necessidades específicas, certamente diferentes
processos avaliativos sªo necessÆrios. É compreensível que,
de tal subdivisªo, decorram diferentes estilos e posturas
profissionais e essas diferenças podem trazer contribuiçıes
para a Ærea, à medida que estimulam reflexıes, discussıes e
críticas; acredita-se, desta forma, que o resultado disto seja
positivo e gere o desenvolvimento.
Muitos sªo os estudos e as pesquisas que geram
discussıes a respeito da Avaliaçªo Psicológica. Azevedo,
Almeida, Pasquali e Veiga (1996) apontam que o baixo
teor científico dos instrumentos padronizados vem sendo
veementemente denunciado. Esses autores discutem que
o fato de estudos na Ærea estarem sendo realizados revela
uma melhor reputaçªo da investigaçªo psicológica e do
uso de instrumentos padronizados. Apontam tambØm
para os œltimos estudos que partem do princípio de que
a avaliaçªo psicológica Ø indispensÆvel, e procuram
destacar a melhora da qualidade dos instrumentos
padronizados.
Problemas Relativos à Avaliaçªo Psicológica e aos
Testes Psicológicos
Segundo Wechsler (1999), o Brasil encontra-se na
retomada dos estudos sobre Avaliaçªo Psicológica. Para
ela, nos œltimos quinze anos, a avaliaçªo psicológica sofreu
um descrØdito, em que os testes passaram a ser criticados
por nªo serem adequados à realidade brasileira. Dentre
os principais problemas apresentados pelos testes
psicológicos, os autores destacam: definiçªo pouco
simples do que o instrumento mede, ou seja, a
complexidade do pressuposto teórico que subsidia a
construçªo do instrumento (Sacuzzo & Johnson, 1995);
dificuldade encontrada na habilidade do psicólogo para
compreender os dados e para fazer relaçıes entre os
diversos resultados encontrados, atravØs dos próprios
testes ou de qualquer outra tØcnica utilizada (Bruno, 1995).
Para Pasquali (1991) parte da dificuldade pode ser
atribuída ao descaso de nossos pesquisadores, que pouco
se preocupam com as qualidades psicomØtricas dos
instrumentos psicológicos Embora tal linha de pesquisa
jÆ venha fazendo parte dos laboratórios de avaliaçªo
psicológica de algumas universidades brasileiras, os
avanços necessÆrios ainda nªo foram conseguidos. Por
outro lado, em outras realidades, este tipo de trabalho jÆ
vem obtendo os resultados esperados, no sentido de
pesquisar os parâmetros psicomØtricos dos testes
psicológicos, a fim de se obter instrumentos com melhor
qualidade e mais confiÆveis (Groth-Marnat, 1997;
Messick, 1995; Reynolds, 1998; Zimiles, 1996).
Um destaque deve ser dado para o trabalho de
Almeida, Prieto, Muæiz e Bartram (1998), que fizeram
um estudo interessante a respeito do uso dos testes em
alguns países – Portugal, Espanha e Ibero-Americanos
(dentre eles o Brasil) – e chegaram à conclusªo de que os
problemas mais freqüentes na prÆtica dos testes sªo:
xerocar material de testes; usar testes inadequados para
algumas situaçıes; nªo estar em sintonia com as modificaçıes
da Ærea; avaliaçıes incorretas; nªo usar folhas de respostas
padronizadas; nªo ter clareza das limitaçıes dos instrumentos,
quanto às normas; aplicaçªo de testes por leigos; nªo adaptar
os instrumentos para os determinados países ou regiıes;
nªo arquivar os instrumentos e nªo daro devido seguimento
aos estudos dos testes e fazer interpretaçıes que extrapolam
o instrumento.
Os autores salientam que nªo existem padrıes de
atuaçªo na Ærea, nªo se avalia competŒncia profissional
dos usuÆrios de instrumento psicológico, nªo se
determina uma conduta comum de formaçªo específica,
assim como nªo se estabelecem cursos de formaçªo. Eles
relacionam os problemas encontrados na formaçªo
profissional, com os problemas encontrados na utilizaçªo
dos testes psicológicos. Em relaçªo ao aspecto da
xerocópia de material de testes citado no estudo anterior,
o trabalho desenvolvido por Oakland (1999) tambØm
faz referŒncia ao tema, atribuindo a ele o carÆter de um
dos problemas que impedem o desenvolvimento dos
testes.
Outros estudos desta natureza tŒm sido realizados,
como o de Halperin e McKay (1998), que procuraram
revisar os testes psicológicos usados com crianças e
adolescentes, na tentativa de responder como os testes vŒm
sendo usados e como seus escores estªo sendo interpretados.
Embora tenha sido reafirmado que os testes psicológicos
sªo importantes instrumentos que podem contribuir com
o plano de trabalho do profissional, o problema detectado
girou em torno dos poucos dados estatísticos que o
instrumento apresenta, sobretudo os testes projetivos. Isto
Ø tambØm enfatizado por AdÆnez (1999), uma vez que
ele denuncia que os manuais mais clÆssicos da psicologia
nªo tratam o assunto de maneira equilibrada, ou seja,
priorizam a discussªo de alguns elementos em detrimento
de outros. Tal observaçªo pode parecer descontextualizada,
tendo em vista que fala dos manuais de psicologia, e nªo de
Ana Paula Porto Noronha
Psicologia: Reflexªo e Crítica, 2002, 15(1), pp. 135-142
137
manuais de testes, discussªo que vinha sendo privilegiada
atØ entªo. Por outro lado, jÆ se ressaltou no estudo de
Almeida e colaboradores (1998) que existe uma clara
relaçªo entre problemas nos instrumentos psicológicos e
problemas na formaçªo profissional do psicólogo que
constrói e usa os referidos instrumentos.
Ainda dando margem a esta questªo, da relaçªo entre
formaçªo profissional e uso de instrumentos, parece claro
que a formaçªo de um psicólogo em cinco anos de
universidade, nªo Ø suficiente para aprimorÆ-lo em todas
as Æreas de conhecimento, embora devesse sŒ-lo. No
estudo realizado por Hays e Wellard (1998) a respeito da
formaçªo em avaliaçªo psicológica, ficou evidente a
necessidade de que o recØm-formado continue os estudos
na Ærea após a graduaçªo.
Pode-se entender que para os autores citados, os
problemas encontrados na avaliaçªo psicológica, e em
especial nos testes psicológicos, referem-se prioritariamente
à formaçªo do profissional que utiliza os instrumentos, às
deficiŒncias nos próprios instrumentos, assim como à falta
de pesquisas que promovam satisfatoriamente o
desenvolvimento da Ærea. Por trÆs deste cenÆrio em que
predominam controvØrsias e polŒmicas, existem duas
preocupaçıes bÆsicas: como a avaliaçªo tem sido entendida
e utilizada pela comunidade profissional e como ela tem
sido proposta e ensinada nos cursos preparatórios.
É importante que as pesquisas na Ærea estejam
preocupadas com a criaçªo de instrumentos novos, com
a atualizaçªo de instrumentos existentes, com a verificaçªo
dos parâmetros psicomØtricos dos instrumentos, assim
como com a soluçªo de problemas presentes na avaliaçªo
psicológica como um todo. Outros estudos desenvolvidos
versam sobre quais sªo os instrumentos mais usados pelos
psicólogos e os problemas mais presentes na avaliaçªo,
segundo esses profissionais (Almeida e colaboradores, 1998;
Noronha, 1999).
Embora os avanços da avaliaçªo sejam claros, sobretudo
quando se relaciona a situaçªo atual da Ærea com os primeiros
instrumentos psicofísicos, rudimentares e com falhas sØrias,
estÆ clara a importância da continuidade de estudos e de
pesquisas, a fim de que pesquisadores e psicólogos da
avaliaçªo psicológica encontrem o devido estado de
excelŒncia.
Face à importância da avaliaçªo na prÆtica profissional
do psicólogo em qualquer contexto de trabalho e à
necessidade de estudos atuais sobre esta Ærea de
conhecimento, o presente estudo teve como objetivos:
identificar os problemas mais graves e mais freqüentes no
uso dos testes psicológicos, segundo psicólogos; e listar os
testes psicológicos mais utilizados.
MØtodo
Participantes
Participaram como sujeitos desta pesquisa, 214
psicólogos sendo que 86,0% (n= 184) eram do sexo
feminino e 14% (n= 30) do sexo masculino. A idade dos
sujeitos variou de 39 a 76 anos, tendo sido a mØdia de
48,2 anos e o desvio padrªo 6,44. A maioria possui de
41 a 50 anos (69,2%, n= 148); 20,6% (n= 44) possui de
51 a 60 anos; 5,1% (n= 11) de 61 a 70 anos; 4,2% (n= 9)
de 39 a 40 anos e 0,9% (n= 2) acima de 70 anos.
Todos os psicólogos estavam inscritos no CRP/6“
Regiªo e foram identificados por este órgªo (sub-sede
Campinas) de acordo com procedimentos próprios.
Material
O material utilizado no presente estudo constituiu-se
de um questionÆrio dividido em quatro partes, a saber: I.
dados de identificaçªo (informaçıes relativas à
caracterizaçªo do sujeito, no que diz respeito à idade, ao
sexo, ao ano de formaçªo e à pós-graduaçªo); II. atuaçªo
profissional (informaçıes relacionadas às atividades
desenvolvidas pelos psicólogos, tais como Æreas de
atuaçªo profissional e horas de trabalho dedicadas); III.
testes psicológicos (informaçıes dobre os nomes dos
instrumentos padronizados mais utilizados na sua prÆtica
profissional, ano de publicaçªo, autor); IV. Problemas
relacionados à avaliaçªo psicológica (informaçıes relativas
aos problemas mais graves e mais freqüentes na avaliaçªo
psicológica, segundo os psicólogos).
O material foi enviado pelo correio, juntamente com
um envelope etiquetado para facilitar a devoluçªo; foram
enviados 3000 questionÆrios e, dentro do período
aprazado, foram recebidos 223. Destes, foram
considerados 214 (7,14%) para composiçªo da amostra,
tendo em vista que nove deles, apenas enviaram para
justificar a nªo participaçªo.
Resultados
De acordo com o primeiro objetivo deste trabalho,
procurou-se investigar quais problemas os psicólogos
apontam como graves e freqüentes em relaçªo à Ærea de
Avaliaçªo Psicológica. As respostas obtidas foram agrupadas
em seis categorias, assim como as respostas em branco
tambØm foram computadas; as respostas foram submetidas
à apreciaçªo de dois especialistas na Ærea (dois professores
de disciplinas de Avaliaçªo Psicológica: um doutor e um
mestre).
Os Problemas Mais Graves e Mais Freqüentes no Uso dos Testes Psicológicos
Psicologia: Reflexªo e Crítica, 2002, 15(1), pp. 135-142
138
As categorias utilizadas nesta anÆlise serªo descritas a
seguir:
Formaçªo: nesta categoria foram incluídas todas as
respostas relativas à formaçªo profissional, tanto a bÆsica
(graduaçªo), quanto à pós-graduaçªo, tais como os
relacionados às Instituiçıes de Formaçªo, aos órgªos de
classe, aos docentes e aos próprios psicólogos. A seguir estªo
alguns exemplos de respostas classificadas nesta categoria:
“Falta de reciclagem profissional”, “Psicólogo escondido
atrÆs dos resultados dos testes”, “Desconhecimento da base
teórica”.
Uso: foram incluídas as respostas que expressavam
comentÆrios à adequaçªo ou inadequaçªo de instrumentos
de avaliaçªo, tanto no que se refere à aplicaçªo, avaliaçªo ou
interpretaçªo dos resultados. Alguns exemplos de respostas
classificadas nesta categoria: “Falta de clareza do que se estÆ
medindo”, “Mau uso do material”, “Uso limitado do
instrumento e de suas possibilidades” e “Uso mecânico dos
testes”.
Instrumento: foram incluídas nesta categoria, respostas
relativas aos problemas específicos dos instrumentos de
avaliaçªo mencionados, quer fossem relacionados à
construçªo deles, às suas características psicomØtricas,
revisıes, normas ou qualquer outro problema desta natureza.
Encontram-se abaixorelacionados alguns exemplos de
respostas: “Material antiquado”, “Padronizaçªo estrangeira”,
“Crivos deixam a desejar” e “Faltam atualizaçıes das
normas”.
Ético: nesta categoria foram relacionadas as questıes Øticas
advindas de quaisquer dos princípios apontados no Código
de Ética profissional do Psicólogo ou outros aspectos
identificados pela prÆtica dos sujeitos. Como exemplos:
“Falta de Øtica na entrega dos resultados”, “Testes conhecidos
pelos candidatos”, “Leigos tŒm acesso” e “Cópia do
instrumento para diminuir custos”.
Epistemológicos: foram incluídas nesta categoria respostas
que tratavam de anÆlises críticas dos princípios, hipóteses e
resultados da CiŒncia Psicológica, e em especial, da Avaliaçªo
Psicológica e de seus instrumentos. Alguns exemplos de
respostas: “Entendidos como verdades absolutas”, “Pouca
utilidade para prevençªo”, “Nªo medem a realidade” e
“Fazem inferŒncias”.
Outras respostas: foram incluídas as respostas sem sentido
ou com sentido dœbio e as respostas que nªo se
enquadravam em nenhuma outra categoria. Como por
exemplo, “Retirada do currículo obrigatório”, “Nªo hÆ
material para avaliar crianças menores de cinco anos e
adolescentes”, “Autoritarismo tØcnico” e “Falta de coesªo
na nomenclatura”.
Respostas em branco: pertencem a esta categoria os
protocolos cujas perguntas nªo foram respondidas.
Observou-se que mais da metade de sujeitos nªo
respondeu à questªo – enumere os problemas mais graves
no uso dos testes psicológicos - (55,1%, n= 118), o que
pode indicar uma ausŒncia de reflexıes sobre este assunto.
Deste total, 29,9% (n= 64) justificaram que nªo responderiam
porque nªo usavam testes psicológicos, e 25,2% (n=54)
deixaram a questªo em branco (Tabela I).
Dos protocolos respondidos (n= 96), constatou-se
que a categoria de maior freqüŒncia de argumentos
analisados foi instrumento (32,9%, n= 99), vindo em seguida,
uso (25,9%, n= 78), formaçªo (19,3%, n= 58), epistemológico
(10%, n= 30), Øtico (9,6%, n= 29) e outras (2,7%, n= 7). Foi
a categoria instrumento que recebeu mais crítica, representando
o mais grave problema para a atuaçªo em Avaliaçªo
Psicológica.
Foi realizado o teste de qui-quadrado para verificar a
homogeneidade da distribuiçªo; observou-se que houve
diferença significativa entre as categorias (X†o = 29,67;
X†c = 20,515; n.g.l. 5; p< 0,001), o que significa dizer que
a hipótese de distribuiçªo uniforme das respostas dos
sujeitos foi rejeitada.
No que se refere aos problemas mais freqüentes dos
instrumentos de avaliaçªo psicológica, as categorias de
respostas utilizadas para a anÆlise foram as mesmas citadas
na questªo anterior, ou seja, formaçªo, uso, instrumento, Øtico,
Tabela 1. Problemas Mais Graves e Mais Freqüentes no Uso dos Testes Psicológicos
Problemas Graves Prob. Freqüentes Total
Formaçªo
Uso
Instrumento
Ético
Epistemológico
Outros
n
58
78
99
29
30
7
%
19,3
25,9
32,9
9,6
 10
 23
n
90
64
124
17
28
5
%
27,5
19,5
37,8
5,2
8,5
1,5
n
148
142
223
46
58
12
%
23,5
22,6
35,5
7,3
9,2
1,9
Ana Paula Porto Noronha
Psicologia: Reflexªo e Crítica, 2002, 15(1), pp. 135-142
139
epistemológico, outras respostas, respostas em branco. A seguir,
sªo apresentados alguns exemplos pertinentes às categorias:
Formaçªo: “Nem sempre Ø feita por profissionais
capacitados”, “Necessidade de treino” e “Conhecimento
de poucos testes”.
Uso: “Avaliaçªo incorreta”, “Falta de clareza da aplicaçªo”,
“Erro de aplicaçªo”, “Erro de avaliaçªo”.
Instrumento: “Padrªo deveria ser corrigido a cada 10/5
anos”, Alto custo do material”, “Faltam instrumentos para
diferentes realidades”, “Faltam amostras brasileiras”.
Ético: “Muito divulgado na mídia”, “Divulgaçªo dos
resultados a terceiros”, “Popularizaçªo dos instrumentos”,
“Divulgaçªo dos testes a leigos”.
Epistemológico: “Pouca margem de flexibilidade às
idiossincrasias”, “Visªo parcial do indivíduo”,
“Estigmatizam”, “Catalogam”.
Outras respostas: “Nªo tenho encontrado dificuldade”,
“O mØtodo Ø pouco difundido, facilitando panelinhas
profissionais”.
Em relaçªo à discussªo dos problemas mais
freqüentes apontados pelos psicólogos, novamente 51,4%
dos sujeitos (n= 110) nªo responderam, sendo que 33,2%
(n= 71) justificaram que nªo responderiam porque nªo
utilizam testes psicológicos e 18,2% (n= 39) deixaram a
questªo em branco. Dos protocolos respondidos, 37,8%
das respostas (n= 124) associaram os problemas mais
freqüentes ao instrumento; 27,5% (n= 90) relacionaram à
formaçªo; 19,5% (n= 64) ao uso; 8,5% (n= 28) ao epistemológico;
5,2% (n= 17) ao Øtico e 1,5% (n= 5) a outras respostas.
Os sujeitos apontaram aspectos do instrumento como
o problema mais freqüente em relaçªo às categorias de
respostas. Notou-se que houve diferença significativa entre
as categorias (X†o= 50,42; X†c= 20,515; n.g.l. 5; p< 0,001=,
o que significa dizer que a hipótese de distribuiçªo igual
entre as categorias de resposta foi rejeitada.
Em relaçªo ao segundo objetivo do estudo, ou seja,
verificar os instrumentos mais usados pelos psicólogos,
observou-se que quando os sujeitos foram solicitados a
se manifestar quanto aos dez instrumentos mais utilizados
na prÆtica profissional, apenas 43% (n= 92) atenderam
ao objetivo da questªo, enquanto 39,3% dos sujeitos (n=
84) disseram que nªo usavam testes na sua atuaçªo e
17,7% (n= 38) nªo responderam à pergunta e nªo fizeram
comentÆrio algum a respeito, deixando a questªo em
branco. Ao comparar os sujeitos quanto à utilizaçªo, ou
nªo, dos testes psicológicos, observou-se que nªo houve
diferença significante entre eles (X†o= 11,2; n.g.l. 2; p>0,05).
Alguns dos argumentos explicativos dos sujeitos para
o nªo uso dos testes, foram: “nªo uso testes, sou
psicanalista”; “nªo tenho condiçıes de responder, pois
trabalho em treinamento”; “sou psicoterapeuta”.
Quando se solicitou aos sujeitos que indicassem os
instrumentos mais usados em sua prÆtica, foram feitas 505
citaçıes, sendo que em 83,6% (n= 422) os instrumentos
foram devidamente identificados, em 9,1% (n= 46) das
citaçıes, os dados fornecidos pelos sujeitos nªo permitiram
uma identificaçªo adequada do instrumental, e 7,3% (n=
37) das citaçıes foram referentes às tØcnicas de Avaliaçªo
Psicológica, como por exemplo, observaçªo, entrevistas,
desenho livre e jogo de areia.
Os dez instrumentos mais citados pelos sujeitos foram:
WISC – D. Wechsler (15%, n= 42); Teste de Apercepçªo
TemÆtica Infantil – C.A.T. (formas animal e humana) –
L. Bellak e S.S. Bellak (13,9%, n= 39); H. T. P. – J. N.
Buck (13,6%, n= 38); Teste Gestaltico Viso – Motor
Bender – L. Bender (13,2%, n= 37); Teste de Apercepçªo
TemÆtica – T.A.T. – H. A. Murray (9,3%, n= 26); Teste
de Warteg – E. Wartegg (9,3%, n= 26); Rorschach – H.
Rorschach (8,6%, n= 24); Teste de Desenhos e Histórias
– W. Trinca (6,8%, n= 19); Teste de Matrizes Progressivas
(escalas geral e avançada) – J. C. Raven (6,4%, n= 18) e
Teste de Pirâmides Coloridas – Pfister (3,9%, n= 11).
Instrumentos
WISC
CAT
HTP
Bender
TAT
Wartegg
Rorschach
Teste de Desenho História
Matrizez Progressivas
Pfister
N
42
39
38
37
26
26
24
19
18
11
 %
 15
13,9
13,6
13,2
9,3
9,3
8,6
6,8
6,4
3,9
Discussªo
Segundo a ótica dos psicólogos, observou-se as duas
categorias de problemas mais graves foram instrumento
e uso. Ou seja, para os participantes, os problemas relativos
à construçªo do instrumento, às normas do instrumento,
às características do instrumento e ao uso do instrumento
sªo os problemas mais graves presentes na avaliaçªo
psicológica.
Para eles, nªo haveria problemas se instrumentos
novos fossem lançados no mercado, se fossem criados
instrumentos que abordassem diferentes tipos de
Os Problemas Mais Graves e Mais Freqüentes no Uso dos Testes Psicológicos
Tabela 2. Testes Psicológicos Mais Utilizados Pelos
Psicólogos
Psicologia: Reflexªo e Crítica,2002, 15(1), pp. 135-142
140
construtos, se as amostras utilizadas para a padronizaçªo
dos instrumentos fossem brasileiras, se fossem realizadas
mais pesquisas sobre validade e fidedignidade, se as
instruçıes fossem melhor estruturadas, se os manuais
fossem completos, se houvesse instrumentos para avaliar
diferentes realidades sócio-culturais, ou ainda, se o custo
do material nªo fosse tªo alto.
Tais exigŒncias dos sujeitos nªo parecem exageradas,
jÆ que muitos autores tŒm falado sobre isso, como por
exemplo, Wechsler (1999) que sugeriu um Guia de
Procedimentos Éticos para a Avaliaçªo Psicológica, em
que consta: “Ao selecionar um teste psicológico, o
psicólogo deve:
(...) considerar as características psicomØtricas do
instrumento a ser utilizado, tais como sensibilidade, validade,
precisªo e existŒncia de normas específicas ou gerais para a
populaçªo brasileira, (...) verificar se o manual do teste possui
informaçıes necessÆrias para aplicaçªo, correçªo e interpretaçªo
dos resultados do mesmo” (p. 136).
Ainda em relaçªo aos problemas graves, os psicólogos
justificam tambØm que esses problemas nªo estariam
ocorrendo se os testes nªo fossem aplicados indevida,
indiscriminada e mecanicamente; por pessoal nªo
qualificado, sem critØrios; com instruçıes erradas; se nªo
houvesse erro de avaliaçªo; supervalorizaçªo do
quantitativo; interpretaçªo generalizada e o uso de um
œnico instrumento como resultado definitivo.
Tendo em vista estas colocaçıes, vale lembrar que
“(...) cabe exclusivamente ao psicólogo a responsabilidade
pela qualidade da aplicaçªo dos testes psicológicos, sendo
esta condiçªo essencial para a obtençªo de um resultado
fidedigno”, “(...) o psicólogo deverÆ respeitar rigorosamente
as instruçıes, os exemplos, o tempo e outras orientaçıes que
se encontram no manual ou no próprio caderno de teste,
evitando quaisquer improvisaçıes que possam comprometer
todo o processo de validade do instrumento” (Wechsler,
1999, p. 137).
Em relaçªo aos problemas mais freqüentes, as categorias
de respostas que apresentaram maior freqüŒncia foram
instrumento e formaçªo. Ou seja, para os sujeitos, os
problemas mais freqüentes sªo os relativos ao instrumento,
jÆ discutido anteriormente e os relacionados à formaçªo
profissional, às Instituiçıes de Formaçªo, aos órgªos de
classe, aos docentes e aos próprios psicólogos.
Os sujeitos consideraram os problemas freqüentes
semelhantes aos problemas graves em relaçªo à categoria
instrumento. No entanto, no que diz respeito à categoria
formaçªo (ver definiçªo de categorias nos Resultados), para
os sujeitos nªo haveria problemas se o psicólogo estivesse
melhor preparado para atuar, se o psicólogo nªo tivesse
preconceito em relaçªo aos testes psicológicos, se o
psicólogo fosse mais objetivo nas suas avaliaçıes, se o
psicólogo fosse melhor formado na Ærea, se os docentes
que ensinam nas Instituiçıes de Ensino Superior fossem
mais qualificados, se a prÆtica e a carga horÆria das disciplinas
fossem maiores e se houvesse melhor divulgaçªo dos
instrumentos para a comunidade de psicólogos.
Mais especificamente em relaçªo ao uso dos instrumentos
psicológicos, os resultados deste estudo estªo em
concordância com o trabalho desenvolvido por Azevedo
e colaboradores (1996), no qual objetivou-se conhecer
os instrumentos psicológicos mais utilizados pelos sujeitos
e identificar a opiniªo dos psicólogos a respeito dos testes.
Constatou-se que metade da amostra utiliza testes como
um recurso disponível e possível ao psicólogo; constatou-
se tambØm que a maioria dos sujeitos acredita no valor
dos testes, mas com as seguintes ressalvas: que ele seja
usado respeitando os princípios Øticos e desde que faça
parte de um processo de avaliaçªo, que inclua outros tipos
de instrumentos.
Parece estar claro que tais problemas estªo sendo
atribuídos ao instrumento, ao uso deles e à formaçªo
profissional, e por trÆs disso, encontra-se o psicólogo, ou
mais especificamente, o psicólogo que nªo cria bons
instrumentos, o psicólogo que nªo os utiliza adequadamente
e o psicólogo que nªo estÆ sendo bem formado.
Na verdade, esta Ø uma discussªo ampla e que envolve
muitas instâncias do ser e do fazer psicológicos. Se por
um lado existe o psicólogo que estÆ atuando na prÆtica,
que nªo estÆ preparado para as solicitaçıes do mercado
profissional e que nªo estÆ atualizado, por outro lado,
tem-se instituiçıes formadoras que nªo estªo formando
de acordo com as necessidades profissionais, e por outro
lado ainda, tem-se os pesquisadores cujos conhecimentos
e descobertas nªo estªo sendo transmitidas de maneira
eficientes.
Como pondera Custódio (1996), muitas vezes a
“culpa” da avaliaçªo psicológica inadequada e do
diagnóstico incorreto Ø atribuída ao próprio instrumento
padronizado. Essa colocaçªo Ø corroborada por Salvia e
Ysseldyke (1991), cujo parecer Ø de que o instrumento
de avaliaçªo Ø valorizado ou desvalorizado pelo bom ou
mau profissional que o utiliza, ou nªo com adequaçªo,
respeitando seus limites e objetivos. Tal afirmaçªo, no
entanto, deve ser ponderada, uma vez que nªo Ø exeqüível
que bons psicólogos transformem maus instrumentos
em bons, isentando assim, a mÆ qualidade de alguns deles.
De qualquer maneira, as avaliaçıes ineficientes nªo
podem ser atribuídas unicamente ao instrumento. Nªo
se pode esquecer de que embora o psicólogo disponha
de tØcnicas e recursos para realizar a avaliaçªo, ele tem
em sua pessoa o seu instrumento de trabalho, e cabe a ele
refletir sobre os dados encontrados. O psicólogo que estÆ
Ana Paula Porto Noronha
Psicologia: Reflexªo e Crítica, 2002, 15(1), pp. 135-142
141
preparado para isto, certamente estarÆ para compreender
os fenômenos psicológicos representados pelos dados
numØricos.
A anÆlise crítica dos psicólogos deve ser tªo priorizada
quanto os dados fornecidos pelos instrumentos, pois eles
tŒm limites e isso nªo poderia ser diferente, pois em qualquer
ciŒncia, os instrumentos tŒm funçªo auxiliar. A formaçªo e
a atualizaçªo adequadas do profissional, ao lado de sua
experiŒncia, deveriam, evitar tais inconvenientes.
No que diz respeito aos instrumentos psicológicos
mais utilizados na prÆtica profissional dos psicólogos,
observou-se que grande parte dos sujeitos nªo os utiliza,
enquanto outra parte deixou a questªo em branco, o que
revela o pequeno compromisso dos sujeitos com o
desenvolvimento de sua profissªo, considerando que
pesquisas científicas promovem o avanço de qualquer
Ærea de conhecimento.
A questªo solicitava os instrumentos psicológicos mais
utilizados na prÆtica profissional e seria aceitÆvel que os
sujeitos se manifestassem dizendo que avaliam, mas sem
utilizar instrumentos padronizados, mas por outro lado,
as justificativas apresentadas caminharam para um discurso
antigo, em que o preconceito pelo teste psicológico ainda se
faz presente e, em que ainda, o teste Ø sinônimo de avaliar.
Em relaçªo aos instrumentos mencionados, observou-
se que a grande maioria tem como objetivo avaliar a
personalidade do indivíduo, enquanto uma menor parte
objetiva avaliar a inteligŒncia. Estes dados podem ser
corroborados pelo estudo promovido por Almeida e
colaboradores (1998), jÆ que dos instrumentos mais
utilizados pelos psicólogos da Espanha, de Portugal e
dos Países Iberoamericanos, oito diziam respeito à
avaliaçªo da personalidade. Embora o instrumento da
autora deste estudo solicitasse que o sujeito identificasse
os testes psicológicos mais usados, alguns psicólogos
citaram tØcnicas de avaliaçªo, o que revela determinada
confusªo conceitual.
Para Oakland (1996), os testes sªo fortes em países
que valorizam a tecnologia e as diferenças individuais,
que tem o sistema educacional bem desenvolvido e que
possuem recursos comerciais e tecnológicos para produzi-
los. Ele argumenta que países sem essas qualidades,
geralmente desenvolvem e usam poucos testes e que, ao
contrÆrio,a presença das características causa um forte
impacto nos testes. Por sua vez, os testes psicológicos de
alguma forma representam uma categoria profissional,
por serem instrumentos exclusivos dos psicólogos, e Ø
possível que maus instrumentos, aqueles que causam um
impacto negativo na comunidade científica e na sociedade,
denigram a profissªo.
É certo que o estudo nªo respondeu todas as questıes
existentes, atØ porque este nªo era seu objetivo. Outros
estudos na Ærea sªo necessÆrios, como os relacionados à
formaçªo profissional, à comparaçªo da prÆtica da
avaliaçªo quando realizada em diferentes contextos, e à
concepçªo de Avaliaçªo Psicológica segundo psicólogos
de diferentes formaçıes profissionais, entre outros temas
relevantes necessÆrios.
Consideraçıes Finais
Vale destacar que, embora as respostas dos sujeitos
tenham sido divididas em categorias, a fim de se
compreender melhor os dados encontrados, na verdade,
todos eles tŒm em comum a ampla questªo da formaçªo
profissional do psicólogo. Ainda Ø a formaçªo que dirige
a açªo do psicólogo e, para que se obtenha uma açªo
com um mínimo de problemas graves e freqüentes, deve-
se investir na preparaçªo do profissional. É urgente a
necessidade de se olhar para isto!
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Recebido: 18/05/2001
Revisado: 10/06/2001
Aceito: 16/08/2001
Sobre a autora
Ana Paula Porto Noronha Ø Docente da Graduaçªo em Psicologia e do Programa de Estudos Pós-
graduados em Psicologia da Universidade Sªo Francisco (USF). Doutora em Psicologia: ciŒncia e
Profissªo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP.
Ana Paula Porto Noronha
Psicologia: Reflexªo e Crítica, 2002, 15(1), pp. 135-142

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