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ENZIMASENZIMAS INTRODUÇÃO � Grupo especial de proteínas: catalisadores biológicos. � São conhecidas cerca de 2000 enzimas diferentes. � Sem elas, a maioria das reações químicas do organismo ocorreriam lentamente demais para a manutenção da vida. � A falta de uma enzima pode trazer sérias conseqüências uma vez que uma reação indispensável para o metabolismo celular deixa de ocorrer. CARACTERÍSTICAS DAS ENZIMAS � Aceleram a velocidade das reações químicas: uma das mais rápidas enzimas – a Anidrase carbônica - faz com que uma reação ocorra até 600.000 vezes por segundo (10 milhões de vezes mais rápido do que aquela reação não catalisada). � Permanecem inalteradas após atuação, sem qualquer tipo de alteração em suas configurações nativas. CARACTERÍSTICAS DAS ENZIMAS � Apenas pequenas quantidades são suficientes para catalisar uma reação. � São sintetizadas pelas próprias células. � Suas concentrações celulares e suas atividades podem ser reguladas, permitindo o ajuste à diferentes condições fisiológicas. Especificidade Enzimática � São altamente específicas. � Podem identificar pequenas diferenças na estrutura de substratos semelhantes, por entre ∝-glicose (no amido) e β-glicose (na celulose). � Esta especificidade é possível graças à complexa conformação tridimensional da molécula enzimática. � Cada enzima tem uma fenda especial na qual uma parte ou toda molécula do reagente pode se adaptar. ATIVIDADE ENZIMÁTICA (CATÁLISE) � SUBSTRATO: a molécula do reagente que é alterada pela reação química catalisada por uma enzima. � SÍTIO OU CENTRO ATIVO: região especial da superfície da enzima que se liga ao substrato. � COMPLEXO ENZIMA-SUBSTRATO: resultado da ligação do substrato ao seu sítio de ligação. � PRODUTO: molécula resultante da atividade de uma enzima. SUBSTRATO + ENZIMA PRODUTOSUBSTRATO-ENZIMA MODELOS DO PROCESSO DE LIGAÇÃO ENZIMA-SUBSTRATO � SISTEMA CHAVE-FECHADURA: alto grau de semelhança entre o formato do substrato e do sítio ativo da enzima. Somente certos substratos (“chaves”) têm a forma correta para se ligar ao SÍTIO ATIVO (“fechadura”) da enzima. Quando o substrato se liga à enzima, ele fica exposto aos grupos funcionais das cadeias laterais dos aminoácidos presentes na enzima que irão agir sobre a molécula do substrato, alterando-a. Não considera a flexibilidade conformacional das proteínas. MODELOS DO PROCESSO DE LIGAÇÃO ENZIMA-SUBSTRATO �AJUSTE INDUZIDO: considera que as proteínas têm alguma flexibilidade tridimensional. A ligação do substrato induz a uma mudança conformacional na enzima que resulta em um encaixe complementar depois que o substrato é ligado. Fatores que influenciam a atividade enzimática Concentração do substrato: se aumentarmos a concentração do substrato a velocidade da reação enzimática também aumenta, até atingirmos um limite onde a enzima fica “saturada”. Quando a saturação ocorre não adianta aumentarmos mais a concentração do substrato, pois a velocidade da reação permanecerá sempre a mesma. A velocidade de reação aumenta com a concentração do substrato, eventualmente ficando a enzima saturada à altas concentrações de substrato. Curva de saturação para uma enzima mostrando a relação entre a concentração do substrato e a velocidade de reação. Fatores que influenciam a atividade enzimática Concentração da enzima: embora apenas uma pequena quantidade de enzima seja necessária, sua concentração na reação também pode influenciar a velocidade da reação, influenciando diretamente o ponto de “saturação”. Fatores que influenciam a atividade enzimática Temperatura: um aumento na temperatura da reação pode resultar em aumento da velocidade. Para cada aumento de 10º C na temperatura de uma reação enzimática ocorrerá um aumento de 1,1 a 3 vezes na velocidade da mesma. Entretanto, as enzimas têm uma temperatura ótima de atuação (40º C a 45º C), na qual sua atividade é máxima. Sendo proteínas, as enzimas se desnaturam em temperaturas altas (acima de 55º C). Hipotermia reduz a atividade enzimática. Efeito da temperatura sobre a atividade enzimática Fatores que influenciam a atividade enzimática pH do meio: a atividade enzimática é máxima em um pH específico para cada enzima, geralmente entre 6 e 8 (exceto a pepsina que atua em pH 2). Alcalose e acidose provocam inibição da atividade enzimática. pH ótimo para as enzimas CATEGORIAS DE ENZIMAS Oxidorredutases: catalisam reações de transferência de elétrons (H+). As enzimas podem ser classificadas de acordo com vários critérios. O mais importante foi estabelecido pela União Internacional de Bioquímica (IUB), e estabelece 6 classes: Transferases: catalisam reações de transferência de grupamentos funcionais (grupos amina, fosfato, acil, carboxil, etc.) para outras moléculas. Hidrolases : Catalisam reações de quebra de moléculas utilizando a água. Liases: formam ou destroem ligações duplas, respectivamente retirando ou adicionando grupos funcionais. Isomerases: transformam uma molécula num isômero (formas diferentes de uma mesma molécula). Ligases: Catalisam reações de formação de novas moléculas a partir da ligação entre duas já existentes, sempre às custas de energia (ATP). NOMEMCLATURA ENZIMÁTICA � As enzimas recebem o nome com base em seus substratos ou tipo de reação que catalisam. � Na maioria dos casos os nomes das enzimas terminam com o sufixo “ase”. � Exemplos: lipase (enzima cujo substrato é um lipídio); oxidase (enzima que catalisa uma reação que envolve oxidação de um substrato, ou seja, perda de um ou mais elétrons). � Exceções: pepsina e tripsina (enzimas digestivas). HOLOENZIMAS � São enzimas que necessitam de elementos não-proteicos (CO-FATOR) para realizar sua atividade. HOLOENZIMA CO-FATOR OU GRUPO PROSTÉTICO APOPROTEÍNA COENZIMA – co-fator é uma molécula orgânica (vitaminas) Co-fatores inorgânicos: íons metálicos, como Fe2+, Cu+, Mg2+, etc. (METALOENZIMAS) Atividade de uma HOLOENZIMA INIBIDORES ENZIMÁTICOS � São substâncias que impedem ou retardam a atividade de uma enzima. � Algumas destas substâncias são constituintes normais das células; outras são estranhas e sua presença – acidental ou intencional – provoca sérios danos ao metabolismo celular. INIBIDORES ENZIMÁTICOS � Os inibidores celulares desempenham importante papel regulador, promovendo um controle bastante preciso na velocidade das reações enzimáticas, ajustando as mesmas à mudança nas condições fisiológicas. � Existem dois tipos de inibição enzimática: 1. IRREVERSÍVEL 2. REVERSÍVEL: competitiva ou não- competitiva INIBIÇÃO IRREVERSÍVEL � Há modificação covalente e definitiva no sítio ativo ou no sítio catalítico da enzima, inativando- a. � Em alguns casos a enzima pode se destruída. � Alguns exemplos: 1. Composto organofosforados (Iodoacetamida): neurotóxicos, inativam a acetilcolinesterase (enzima essencial para o funcionamento do sistema nervoso). 2. Aspirina (ácido acetil-salicílico): propriedades terapêuticas (antiinflamatório, antipirético e analgésico). Inativa a cicloxigenase (síntese de prostaglandinas). 3. Penicilina: inativa enzimas da via de síntese da parede bacteriana (lise). INIBIÇÃO REVERSÍVEL COMPETITIVA � Inibidor competitivo tem estrutura semelhante à do substrato. � Se liga reversivelmente ao mesmo sítio ativo do substrato. � O efeito é revertido aumentando-se a concentração de substrato. � Este tipo de inibição depende das concentrações do substrato e do inibidor. Inibiçãocompetitiva � Sulfas: drogas que agem através da inibição competitiva de uma enzima-chave necessária para o crescimento e reprodução de certas bactérias. São semelhantes ao ácido p- aminobenzóico (substrato da via de síntese do ácido fólico). � AZT: inibidor da enzima Transcritase reversa do vírus HIV. � Inibidores competitivos são também usados na quimioterapia de tumores e leucemia. Exemplos de inibidores competitivos INIBIÇÃO REVERSÍVEL NÃO-COMPETITIVA � Os inibidores não-competitivos não guardam nenhuma semelhança estrutural com o substrato. � O inibidor liga-se reversivelmente à enzima em um sítio próprio de ligação, podendo estar ligado à mesma ao mesmo tempo que o substrato. � Ação é inespecífica, um mesmo inibidor pode atuar sobre um grande número de enzimas diferentes. � Este tipo de inibição depende apenas da concentração do inibidor. Inibição não-competitiva Alguns exemplos de inibidores não- competitivos � Metais pesados como Hg2+, Pb2+ e Ag+: combinam-se com os grupos SH dos aminoácidos cisteína. � Íon cianeto (CN-): atua como veneno ligando-se ao ferro e inibindo as enzimas envolvidas na respiração celular. REGULAÇÃO ENZIMÁTICA � Nem todas as enzimas do nosso organismo devem catalisar reações químicas ao mesmo tempo e em todas as células. � As necessidades fisiológicas pelos produtos enzimáticos variam muito. � O organismo precisa regular a atividade de uma enzima, ativando-a ou inibindo-a. � Isso pode ser realizado através de hormônios, disponibilidade de substratos ou inibidores. REGULAÇÃO ENZIMÁTICA � Algumas enzimas podem ter suas atividades reguladas, atuando assim como moduladoras do metabolismo celular. Esta modulação é essencial na coordenação dos inúmeros processos metabólicos pela célula. � Além dos mecanismos já citados de controle da atividade enzimática, existem 2 modelos de regulação enzimática mais conhecidos: 1. Modulação Covalente 2. Modulação Alostérica ou “feed-back” Modulação Covalente � Ocorre quando há modificação covalente da molécula da enzima, com conversão entre formas ativa/inativa. � A modificação covalente (não permanente) constitui uma reação química catalisada por enzimas. � O processo ocorre principalmente por adição/remoção de grupamentos fosfato de resíduos específicos de serina (fosforilação). Enzima-OH + ATP Enzima-O-P + ADP + H+ Fosforilação: proteína quinases Pode ativar ou desativar enzimas. Defosforilação: fosfoproteína fosfatases Enzima-O-P + H2O Enzima-OH + Pi Modulação Alostérica � Ocorre nas enzimas que possuem um sítio de modulação ou alostérico, onde se liga de forma não- covalente um modulador alostérico que pode ser positivo (ativa a enzima) ou negativo (inibe a enzima). � A ligação do modulador induz à modificações conformacionais na estrutura espacial da enzima, modificando a afinidade desta para com os seus substratos. � Um modelo muito comum de regulação alostérica é a inibição por "feed-back", onde o próprio produto da reação atua como modulador da enzima que a catalisa. Substância A Substância B Substância C Substância D Substância E Feed-back negativo Feed-back positivo Regulação alostérica de duas vias metabólicas hipotéticas Regulação da atividade enzimática por mecanismo de “feed-back” Bibliografia � UCKO, D.A. Química para as ciências da saúde. 2ª. edição. São Paulo: Editora Manole. 1992. � MARZZOCO, A. & TORRES, B.B. Bioquímica básica. 2ª. Edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara & Koogan. 1999.
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