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Homicídio Art. 121 do Código Penal SCIENTIA VOS LIBERABIT - Realização da conduta matar - não demanda motivo especial - ausência de motivos não é motivo fútil - em atividade de grupo extermínio é hediondo (chacina) SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio simples (121, caput) Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Minorante - diminuião de pena 1/6 a 1/3 - não interfere na descrição do fato típico a) Relevante valor social - interesse coletivo e relevante Ex.: mata por amor a Pátria, estupadror no bairro a1) Relevante valor moral - relevantes valores morais e éticos Ex.: eutanásia - pai mata estuprador da filha SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio privilegiado 121. § 1º Art. 65, III,"a" no bis in idem Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. b) Sob domínio de violenta emoção - estado afetivo que produz violência momentanea - simples paixão não autoriza a privilegiadora (28, I - 65, III, C) - domínio X influência (65, III, C) b1) Injusta provocação da vitima - provocação partido da própria vítima deve ser injusta, mas não significa antijurídica Imediatamente entre provocação e reação SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio privilegiado 121. § 1º Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Feminicídio VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade; II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituição de educação básica pública ou privada. a) paga (inciso I) - agente recebe previamente ao crime b) promessa de recompensa (I) - expectativa de receber recompensa, condionada à prática do delito observações - recompensa não precisa ser em dinheiro - com valor econômico - responde quem paga e quem executa Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo c) motivo torpe (I) - repgnante, indígno - ciúme patológico não exclui e não qualifica crime I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; PAGA 2. A decisão de prisão preventiva é idônea quando nela consta elementos concretos para a segregação cautelar, em face da gravidade e das circunstâncias do delito que, conforme restou consignado, trata-se de homicídio qualificado, mediante paga e por meio que dificultou a defesa da vítima, em que o recorrente teria contratado um dos corréus para ceifar a vida da vítima, alvejada na cabeça por disparos de arma de fogo. (STJ - RHC 151529 / AM) PROMESSA DE RECOMPENSA 6. No caso, a segregação cautelar foi decretada em razão da gravidade da conduta, o que revela a periculosidade dos agravantes - acusados, como mandantes, de um crime, que ceifou a vida da vítima, sua ex-sócia, em razão de desentendimentos empresariais, mediante promessa de recompensa e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. (STJ - AgRg no HC 667027 / SP) MOTIVO TORPE Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, a qualificadora do motivo torpe está configurada se o homicídio ocorreu em razão de disputas ligadas ao tráfico de drogas e a qualificadora do emprego de recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido fica caracterizada com as circunstâncias típicas de execução em que se deu o crime (desferidos vários disparos de arma de fogo).. (STJ - AgRg nos EDcl no HC 664841 / RJ) d) motivo fútil (inciso II) - insignificante, banal - não é ausência de motivo ciúme não necessaraimente é motivo fútil (ciúme = causa diminuição de pena; motive fútil ou torpe) SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo II - por motivo fútil; II - Na hipótese, o decreto prisional encontra-se devidamente fundamentado em dados concretos extraídos dos autos, que evidenciam de maneira inconteste a necessidade da prisão para garantia da ordem pública, notadamente em razão da forma pela qual o delito foi em tese praticado, consistente em homicídio qualificado, cometido com extrema violência, mediante emprego de arma de fogo com a qual atingiu a vítima por quatro vezes, por motivo fútil, qual seja, o ciúme do agravante em razão de suposto relacionamento amoroso entre a vítima e a esposa do agravante, consoante consignado pelas instâncias ordinárias, o que revela a gravidade concreta da conduta e a periculosidade do agente e justifica a imposição da medida extrema. Precedentes. (STJ - AgRg no HC 694889 / MT) MOTIVO FÚTIL 3. Na espécie, as decisões precedentes demonstraram a necessidade da medida extrema, tendo em vista as circunstâncias concretas que envolvem o fato criminoso (crime de homidício cometido à traição e por motivo fútil), apontando-se que, após desentendimento em momento anterior com a vítima, o acusado, conduzindo uma motocicleta, retornou ao bar onde se encontrava o ofendido e inopinadamente desferiu-lhe vários golpes de faca, inclusive após a vítima estar caída ao solo, atingindo seu abdômen e causando-lhe a morte em razão das lesões provocadas, circunstâncias essas que revelam a frieza e periculosidade do ora agravante. Prisão preventiva devidamente justificada para a garantia da ordem pública, nos termos do art. 312 do CPP. (STJ - AgRg no RHC 151502 / BA) MOTIVO FÚTIL f) fogo ou explosivo (III) - pode constituir meio cruel (fogo em mendigo) - pode resultar perigo comum - quando derrama combustível e ateia fogo em um local Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo e) emprego de veneno (inciso III) - deve ser empregado dissumuladamente - vítima deve desconhecer que está ingerindo veneno Ex. açúcar para diabético III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo e) emprego de veneno (inciso III) - Venenos em geral - açúcar para diabético A lei penal valeu-se, mais uma vez, da interpretação analógica. Forneceu exemplos – veneno, fogo, explosivo, asfixia e tortura – para depois generalizar dizendo “ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum”. (Nucci, 2023) As espécies são: veneno (meio insidioso ou cruel, conforme o caso. O veneno, para ser ministrado, em regra, é meio insidioso, pois o agente precisa ludibriaro ofendido, a fim de garantir a ingestão da substância. Mas nem sempre. Pode ser o veneno ministrado à força e a vítima sofrer em demasia, como o caso das queimaduras provocadas pelos cáusticos) – (Nucci, 2023); g) asfixia (III) - impedimento da função respiratória - asfixia mecânica: enforcamento, afogamento - asfixia tóxica: gases Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo h) tortura (III) - meio que causa prolongado sofirmento - tortura (9455/97) X homicídio qualificado i) meio insidioso (III) dissimulação, surpresa Ex.: cortar freio do carro j) meio cruel (III) forma brutal de executar o crime Forma mais breve que a tortura, para execução crueldade após morte não qualifica Ex.: apedrejamento Ex.: mote de alguém com disparos em meio a show k) meio que possa resultar perigo comum (III) - o que pode atingir muitas pessoas Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo VENENO 2. No caso, a Recorrente foi denunciada por diversas vezes tentar envenenar sua sogra com raticida por não concordar com a forma que a ofendida educava seu neto, filho da denunciada. A ré era responsável pelos cuidados da idosa de 76 (setenta e seis) anos e trocava o conteúdo dos remédios da vítima pelo veneno, o que demonstra sua periculosidade, a justificar a segregação cautelar para garantia da ordem pública. (STJ-RHC 103878 / SP) FOGO já que salientou o Magistrado de piso que o paciente teria ateado fogo na vítima, sua companheira, impedido que ela buscasse socorro, sob a ameaça de pôr fogo na casa, e ainda ameaçado de morte o filho da ofendida, de apenas 1 ano de idade. (STJ-HC 442907 / MG) FOGO Nesse passo narra a representane que o que o apelante se apossara de frascos de perfume e espirrara nos seus irmãos menores. Na sequência arrebata um isqueiro, formando uma espécie de maçarico. Ato contínuo, as crianças gritavam por socorro, quando, então, a testemuna Robnilson interveio e conseguiu colocar o adolescete para fora de casa. O recorrente, ainda não satisfeito, ainda colocou fogo no portão da residência, chegando as chamas atingirem parcialmente o l ocal, bem como um tapete que guarnecia a casa. (TJ-SP) EXPLOSIVO In casu, além de comprovada a materialidade do delito e de indícios suficientes de autoria, a manutenção da constrição cautelar fundou-se, primordialmente, na necessidade de preservar a ordem pública, em razão da periculosidade do paciente, evidenciada pelo modus operandi da conduta criminosa (crime motivado por desavenças entre vizinhos, tendo o acusado jogado, no quintal vizinho, uma bomba caseira, que atingiu uma criança de 2 anos de idade). Cabe ressaltar que o ora paciente foi intimado, por mais de três vezes, pela autoridade policial e não compareceu a delegacia, tudo a indicar sua intenção de dificultar a instrução criminal. (STJ- HC 106076 / SP) ASFIXIA j5. Conforme se verifica, a prisão preventiva está devidamente fundamentada, considerando que o recorrente responde pelo crime de homicídio triplamente qualificado, por ter comprimido o pescoço da vítima, sua ex-companheira, até esta vir a óbito por asfixia, tendo ainda levado o cadáver para o rio Lane Cover, em Sidney, na Austrália, e amarrado pesos ao corpo para que afundasse, buscando sua ocultação. Dessa forma, a custódia preventiva está adequadamente motivada em elementos concretos extraídos dos autos, que indicam a necessidade de se resguardar a ordem pública, pois a periculosidade social do paciente está evidenciada no modus operandi do ato criminoso. (STJ- RHC 146296 / RJ) TORTURA 2. homicídio, supostamente praticado por quatro agentes, no qual a vítima teria sido submetida a cárcere privado, além de ter sido caracterizado pelo emprego de requintes de crueldade e tortura. Nesse ponto, como destacado no parecer ministerial, "o modus operandi empregado no deslinde da empreitada criminosa demonstra a real periculosidade do recorrente, que foi peça chave para a manutenção da vítima em cárcere privado, no qual foi submetida a intenso sofrimento, causando lesões que a levaram a óbito. Vale relembrar a brutalidade com que a vítima foi agredida, como descrito na exordial acusatória: 'a vítima foi golpeada com pedaço de pau, pelo terceiro denunciado, já o segundo denunciado lhe dera uma 'gravata', colocando o braço no pescoço que a vítima e inclusive esta chegou a desmaiar, naquele momento. O segundo denunciado ainda utilizou o espeto de churrasco para perfurar o corpo da vítima, enquanto o primeiro denunciado feria a vítima com uma faca, isto tudo, com a participação moral do quarto e último denunciado [...]". (STJ- RHC 153000 / AL) MEIO INSIDIOSO A utilização do veneno, que é meio insidioso, só qualifica o crime se for feita dissimuladamente como cilada. Para o envenenamento constituir meio insidioso é indispensável que a vítima desconheça a circunstância de estar sendo envenenada. O emprego do veneno é um meio legal insidioso excepcional, e seu êxito está vinculado exatamente à dissimulação no seu uso (Bitencourt, 2013) MEIO CRUEL 2. O decreto prisional está idoneamente motivado na periculosidade do agente, que, agindo previamente ajustado e com unidade de propósitos, juntamente aos demais corréus, matou a vítima por motivo torpe, com emprego de meio cruel - 35 facadas - e mediante recurso que lhe dificultou a defesa. (STJ - AgRg no HC 455238) MEIO CRUEL fundamentado em dados concretos extraídos dos autos, para a garantia da ordem pública, notadamente a forma pela qual o delito foi em tese praticado, consistente em homicídio qualificado, por motivo torpe, cometido mediante utilização de recurso que impediu a defesa da vítima, a qual foi colocada no interior do veículo, antes de ser encontrada morta, além de ter sido agredida pelos réus, sendo que todos estavam armados - tudo a indicar o meio cruel empregado para a execução, circunstâncias que revelam a periculosidade concreta do ora paciente e justificam a imposição da medida extrema. (STJ - AgRg no HC 517821) PERIGO COMUM . DISCUSSÃO DE TRÂNSITO. PERIGO COMUM. TIROS EFETUADOS EM VIA PÚBLICA, DURANTE HORÁRIO DE GRANDE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. CONDIÇÕES PESSOAIS (STJ - HC 651353) l) à traição (IV) - ataque inesperado Ex.: tiro pelas costas m) emboscada (IV) - tocaia, espreita Ex.: se esconde para surpreender a vítima n) dissimulação (IV) - oculta-se a intenção do crime, para surpreender Ex.: faz-se passar por amigo SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo o) recurso que dificulta ou impossibilita defesa (IV) - mesma natureza da traição, emboscada usado quando há dificuldade para outra qualificadora Ex.: diversos autores; amarrar para matar RECURSO DIFICULTA IMPOSSIBILITA DEFESA VÍTIMA Na ocasião, o denunciado, que já possuía desavença com a vítima, saiu a sua procura e sabendo o local onde poderia encontrá-la, visto que é moradora de rua, armou-se com um pedaço de pau e escondeu-se, sendo que ao avistar a vítima, atacou-a pelas costas, desferindo-lhe um golpe na cabeça. De imediato, o denunciado passou a desferir inúmeros outros golpes na cabeça da vítima, inclusive quando esta já estava caída ao chão, sem esboçar qualquer reação. (TJ/RS - 5009106-72.2020.8.21.0022/RS) 3. Na espécie, as decisões precedentes demonstraram a necessidade da medida extrema, tendo em vista as circunstâncias concretas que envolvem o fato criminoso (crime de homidício cometido à traição e por motivo fútil), apontando-se que, após desentendimento em momento anterior com a vítima, o acusado, conduzindo uma motocicleta, retornou ao bar onde se encontrava o ofendido e inopinadamente desferiu-lhe vários golpes de faca, inclusive após a vítima estar caída ao solo, atingindo seu abdômen e causando-lhe a morte em razão das lesões provocadas, circunstâncias essas que revelam a frieza e periculosidade do ora agravante. Prisão preventivadevidamente justificada para a garantia da ordem pública, nos termos do art. 312 do CPP. (STJ - AgRg no RHC 151502) TRAIÇÃO 7. A execução a sangue frio de vítima, com inúmeros disparos de arma de fogo em típica emboscada, mesmo se tratando do tio do verdadeiro desafeto do grupo, que compareceu ao local em seu lugar uma vez que seu sobrinho era cadeirante, e unicamente com o intuito de atingirem obliquamente o inimigo mediante a morte de seu parente, demonstra extremo desprezo pela vida humana e justifica a prisão como forma de garantir a ordem pública. (STJ - RHC 102607) EMBOSCADA No caso, a segregação cautelar do agravante está devidamente fundamentada em dados concretos extraídos dos autos, que evidenciam de maneira inconteste a necessidade da prisão para garantia da ordem pública, notadamente diante da gravidade concreta da conduta e da periculosidade do agente que, em concurso de agentes e com eles em conluio, mediante dissimulação, fingindo ser passageiros, solicitaram o serviço da vítima como taxista. Ao chegar a determinado local, ordenaram-na descer do carro, ocasião em que dispararam em suas costas, subtraindo, na sequência, seu veículo e pertences, dados estes que justificam a imposição da medida extrema.. (STJ -AgRg no RHC 151652) DISSIMULAÇÃO q) assegurar a execução (V) - pratica outro crimes para assegurar a execução Ex.: mata guarda-costa para sequestrar r) assegurar ocultação e impunidade (V) - destruir a prova de outro crime Ex.; matar testemunha s) assegurar a vantagem de outro crime (V) - assegurar o ganho do outro crime Ex.: matar comparsa SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: ASSEGURAR A EXECUÇÃO 2. A agravante do art. 61, II, b, do Código Penal é aplicável aos casos em que determinado delito é praticado para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime, tal como se deu na hipótese, pois o ora agravante fez uso de Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) ideologicamente falso com o fim de burlar a fiscalização policial rodoviária e ocultar a prática do crime de receptação. (STJ - AgRg no REsp 1899205) ASSEGURAR A OCULTAÇÃO E IMPUNIDADE A finalidade do sujeito é destruir a prova de outro crime ou evitar-lhe as consequências jurídico-penais: o sonegador mata o fiscal que o surpreende; o falsário com medo de ser delatado mata o co-participante. (Bittencourt, 2007) Feminicídio "Por razões do sexo feminimo" Trata-se de qualificadora objetiva. Não é essa a motivação do homicídio. O agente não mata a mulher porque é mulher, mas o faz por ódio, raiva, ciúme, disputa familiar, prazer, sadismo, enfim, motivos variados que podem ser torpeis ou fúteis, podem, inclusive, ser moralmente relevantes. Sendo no ambiente doméstico, por motivo fútil (em virtude de uma banal discussão entre marido e esposa), incidindo duas qualificadoras: ser mulher e haver motivo fútil (Nucci, 2020) SCIENTIA VOS LIBERABIT Feminicídio Crime hediondo Contra autoridade ou agente do art. 142, CF (VII) - possível companheiros ou cônjuges nos relacionamentos homoafetivos - parentes consanguineos até 3º grau - não incide em parentes por afinidade (sogra, genro) - existir ligação com a função SCIENTIA VOS LIBERABIT VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Destaca Cezar Roberto Bitencourt um importante tópico, que é a menção a parente consanguíneo. Isso excluiria, por exemplo, o filho adotado de um policial, o que representa um autêntico absurdo: “Acreditamos que a melhor solução será, necessariamente, a declaração de inconstitucionalidade da locução ‘parente consanguíneo’, para resolver essa limitação legal relativamente ao filho adotivo, ou, mais precisamente, afastando somente o adjetivo ‘consanguíneo’. Contudo, ainda que se aceite esse caminho, teremos outro problema, que é a delimitação dessa declaração de inconstitucionalidade. À primeira vista, deveria ser com redução de texto, mas, nessa hipótese, ficaria extremamente abrangente, pois alcançaria cunhado(a), sogros, genro e nora, os quais, claramente, o legislador não pretendeu abranger. Por isso, quer nos parecer que a declaração de inconstitucionalidade deve ser sem redução de texto, para permitir a inclusão do filho adotivo, que, aliás, nem deve ser assim denominado VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: - estatuto do desarmamento SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo IX - contra menor de 14 (quatorze) anos SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio qualificado 121. § 2º Crime hediondo A Lei 14.344/2022 incluiu a circunstância de ser a vítima menor de 14 anos como qualificadora, não podendo mais incidir a causa de aumento do § 4º, parte final, que não foi revogado expressamente, de maneira concomitante. Se o homicídio se qualificar apenas com fulcro no inciso IX do § 2º (vítima menor de 14 anos), torna-se inviável aplicar, também, o aumento do § 4º. (Nucci, 2023) § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade; II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituição de educação básica pública ou privada. SCIENTIA VOS LIBERABIT - Art. 18, CP - todo crime é doloso - deverá estar no tipo penal - imprudência, negligência e imperícia SCIENTIA VOS LIBERABIT Homicídio culposo 121. § 3º Majorante no crime culposo (1ª prte) a) inobservância regra técnica profissional - o agente conhece a regra mas não a observa - somente se aplica a profissional b) omissão de socorro à vítima - não é crime autônomo - socorro deve ser possível de realizar c) não procurar diminuir consequências do comportamento - espécie de omissão d) fuga para evitar flagrante - quando não correr risco SCIENTIA VOS LIBERABIT Majorantes § 4º § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos Majorante no crime doloso (2ª prte) a) menor de 14 anos e maior de 60 anos - modalidades simples, privilegiado e qualificado - idade na data do fato b) agravante genérica do 61, II, h, CP - presente majorante, não se aplica agravante SCIENTIA VOS LIBERABIT Majorantes § 4º - consequências tão graves que não necessita de pena - direito subjetivo - extinção da punibilidade, art. 107, IX Súmula 18 do STJ "A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito da condenatório". SCIENTIA VOS LIBERABIT Perdão Judicial § 5º § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária - incide quando comprovar a intenção da prestação de serviços de segurança ou ou grupo de extermínio SCIENTIA VOS LIBERABIT praticado por milícia privada § 6º § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou porgrupo de extermínio Estabeleceu-se uma causa de aumento de um terço até a metade. Entretanto, o disposto neste parágrafo, na realidade, pode ser inaplicável. O crime de homicídio, praticado por grupo de extermínio ou milícia privada, sempre foi considerado como qualificado, fundado no inciso I do § 2.º: paga, promessa de recompensa ou outro motivo torpe. Desconhece-se a figura do homicídio simples cometido por exterminadores, no plano fático, embora previsto em lei. (Nucci, 2023) Diante disso, não se pode aceitar o indevido bis in idem. Se a atividade paramilitar ou vigilante é torpe, por natureza, provocando a qualificação do delito, deixa de incidir a causa de aumento. Porém, há uma hipótese em que tal causa de aumento torna-se aplicável. Se o homicídio se qualificar por outro fundamento, de caráter objetivo (incisos III, IV, VI e VII do § 2.º), pode-se utilizar o aumento de um terço até a metade. Ilustrando, Beltrano comete um homicídio por meio cruel, em grupo de extermínio. SCIENTIA VOS LIBERABIT Configura a hipótese de homicídio privilegiado quando o sujeito está dominado pela excitação dos seus sentimentos (ódio, desejo de vingança, amor exacerbado, , ciúme intenso) e foi injustamente provocado pela vítima, momentos antes de tirar-lhe a vida. (Nucci, 2020, p. 600) CIÚME De nossa parte, acreditamos que o ciúme, exclusiva e automaticamente, não pode ser classificado como relevante valor moral ou social, tampouco como motivo fútil ou torpe, é preciso analisar o contexto. Dependendo de cada agente e vista a situação de modo particular, o ciúme tanto pode ter motivação relevante quanto fútil. Aliás, pode igualmente não representar para aumentar ou diminuir pena. (Nucci, 2020) Art. 121-A. Matar mulher por razões da condição do sexo feminino Pena – reclusão, de 20 (vinte) a 40 (quarenta) anos § 1º Considera-se que há razões da condição do sexo feminino quando o crime envolve: I – violência doméstica e familiar II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher Contra mulher por razões da condição do sexo feminino (121-a, § 1º) - Caráter subjetivo (Gonçalves; Sanches; Pinto Em suma, para que se tipifique a violência doméstica ou familiar caracterizadora do feminicídio, é inarredável que a agressão tenha como fator determinante o gênero feminino, não bastando que a vítima seja a esposa, a companheira etc. Em conclusão, se o marido mata a esposa porque ela não quis manter relação sexual ou porque não acatou suas ordens, ou, ainda, porque pediu o divórcio, configura-se o feminicídio (Gonçalves, 2022) No entanto, se ele mata a esposa visando receber o seguro de vida por ela contratado, não se tipifica tal delito, e sim homicídio qualificado pelo motivo torpe (Gonçalves, 2022). Contra mulher por razões da condição do sexo feminino (121-A - § 1º) - Caráter objetivo (Nucci; STJ) “Nos termos do art. 121, § 2º-A, I, do CP, é devida a incidência da qualificadora do feminicídio nos casos em que o delito é praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar, possuindo, portanto, natureza de ordem objetiva, o que dispensa a análise do animus do agente. Assim, não há se falar em ocorrência de bis in idem no reconhecimento das qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio, porquanto, a primeira tem natureza subjetiva e a segunda objetiva” (STJ) o legislador conduzido a fundamentar a opção normativa de uma nova qualificadora na esteira nítida de conferir maior proteção à mulher, por ser do sexo feminino, vale dizer, a pessoa que, em virtude de sua inferioridade de força física, de sua subjugação cultural, de sua dependência econômica, de sua redução à condição de serviçal do homem (seja marido, companheiro, namorado), é a parte fraca do relacionamento doméstico ou familiar. (Nucci, 2023) Contra mulher por razões da condição do sexo feminino O crime de feminicídio pode também ser praticado contra a filha, a irmã, a mãe etc., e não apenas quando o delito é cometido contra esposa ou companheira. O feminicídio também pode ser cometido contra ex-mulher ou ex-companheira, ou namorada ou ex-namorada. (Gonçalves, 2022) Homens, homossexuais do gênero masculino ou travestis não podem figurar como sujeito passivo do delito. (Gonçalves, 2022) No entanto, se ele mata a esposa visando receber o seguro de vida por ela contratado, não se tipifica tal delito, e sim homicídio qualificado pelo motivo torpe (Gonçalves, 2022). Feminicídio o agravante discutiu com a vítima, sua ex-companheira, tentou tirar bens de dentro do imóvel da mesma, ameaçou-a e lhe desferiu um tapa no rosto e, posteriormente, no período noturno, ateou fogo em sua residência, o que demonstra risco ao meio social, justificando a segregação cautelar. (STJ, 2021) Contra mulher por razões da condição do sexo feminino O crime de feminicídio pode também ser praticado contra a filha, a irmã, a mãe etc., e não apenas quando o delito é cometido contra esposa ou companheira. O feminicídio também pode ser cometido contra ex-mulher ou ex-companheira, ou namorada ou ex-namorada. (Gonçalves, 2022) Homens, homossexuais do gênero masculino ou travestis não podem figurar como sujeito passivo do delito. (Gonçalves, 2022) No entanto, se ele mata a esposa visando receber o seguro de vida por ela contratado, não se tipifica tal delito, e sim homicídio qualificado pelo motivo torpe (Gonçalves, 2022). Feminicídio a periculosidade do recorrente e a extrema gravidade dos fatos, uma vez que a vítima, ex-companheira do acusado, foi atingida por diversos golpes de faca quando estava com o filho de 2 anos no colo, não vindo a óbito em decorrência da intervenção de seus familiares, tudo, ao que parece, em razão de o réu não se conformar com o término do relacionamento. (STJ, 2021) Feminicídio a periculosidade do recorrente e a extrema gravidade dos fatos, uma vez que a vítima, ex-companheira do acusado, foi atingida por diversos golpes de faca quando estava com o filho de 2 anos no colo, não vindo a óbito em decorrência da intervenção de seus familiares, tudo, ao que parece, em razão de o réu não se conformar com o término do relacionamento. (STJ, 2021) Feminicídio Esclarece que, na madrugada do dia supracitado, o denunciado e vítima estavam na residência da genitora daquele ingerindo bebida alcoólica, e em um dado momento, o casal iniciou uma nova discussão, oportunidade em que o réu tomou posse de uma espingarda de fabricação artesanal do tipo "por fora" e efetuou um único disparo contra a ofendida, atingindo-a no pescoço, levando-a a óbito instantaneamente. (TJPA, 2021)